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Igreja, Estado e a ajuda financeira pública no Brasil, 1930-1964: estudos de três casos chaves

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81)

CPOOC

IGREJA. ESTADO E A AJUDA

FINANCEIRA PUBLICA NO BRASIL.

1�30-1964:

estudos de três casos chav�s /(en Serbin

i

FUIOIÇiO GETULIO VIRGIS

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENT AçAO DE

HISTÓRIA CONTEMPORANEA DO BRASIL

(2)

FUNDi'(,;\·-

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IGREJA, ESTADO E A

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AJUDA - FINANCEIRA PUBLICA NO BRASIL,

1�30-1964:

estudos de trê5 casos chaves Ken Serbin

FUNDAÇAO GETULIO VARGAS

CENTRO DE PESQUISA E DOCUHENTAÇAO DE HISTORIA CONTEMPORANEA DO BRASIL

1991

(3)
(4)

Coordenação editorial: Cristina Mar� Paes da Cunha Revis�o de texto: Dora Rocha Flaksman

Os Textos Cpdoc v�m divulgando para os especialistas os trabalhos dos pesquisadores da casa. N�o é este o caso de Ken Serbin, pesquisador norte-americano que procurou o Cpdoc para consultar o arquivo de Gustavo Capanema. Suas qualidades de historiador e a afinidade de seu trabalho com nossas linhas de pesqulSa levaram-nos a abrir uma exceção e incluir este estudo entre os Textos Cpdoc.

S482i

Serbin, Ken.

Igreja, Estado e ajuda financeira públi­ ca no Brasil, 1930-1964: estudos de tr�s casos chaves. I Ken Se�bin. - Rio de Janei­ ro: Centro de Pesquisa e Documentação de

História Contemporânea do Brasil, 1991. 58 f. - (Texto CPDOC)

1. Igreja e Estado Igreja católica -Brasil. I. Centro de Pesquisa e Documenta­ ção de História Contemporânea do Brasil. 11. Titulo.

CDU 261.7 (81) CDD 261.70981

(5)

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(6)

SUMARIO

1. Introdução ... 1

2. A estrutura econômica dos seminários 6

3. O Congr�sso Eucarístico Internacional de 1955 . . . .. 16

4. A Pontifícia Universidade Católica do Rio . . . .. . . . 25

5. Conclus�es . . . o • • • • • • • • • • • • • • • 36

Anexos . . . . 40

(7)

; . .

1 . I NTRODU�O

N o deco r r e r d e uma pes q u i s a s o b r e s ubvenções d o gove r n o

fede r a l b r a s i l e i ro a o s s e m i n á r i os cat6 l icos pa r a a formação d e pad r e s , d epa r e i-me com uma ampla d ocume ntação sobre o f i nanciamento pú b l i co d e mu itas outr a s at i v i da d e s da I g r eja e e n t i d a d e s cat6 l icas . Num prime i r o t r a ba l h o sobr e e ste ass unto trace i as l i nhas ge r a i s da po l i t i ca de s ubvenções e outros a ux i l i os' f i na nce i ros do Estado á I gr eja n o pe riodo d e 1 9 3 0 a 1 9 54 . � No p r e s e nte t r a ba l h o p r e t e n d o e s t e n d e r e d e ta l h a r o e xame d e s sa po l i t i ca com e stud o s d e ca s o d e t r e s á r e a s até a g o r a pouco expl o r a d a s mas a i nd a a s s i m c r uc i a i s pa r a s e e nte n d e r a h i s t 6 ria da I g r e j a no B r a s i l e s u a estrutura i ns t i tuc i o na l : os p r 6pr i os

,

sem i n ár i�s , os con g r e s s o s e uca r i st icos , e s pe c i a l m e nte o Congresso Eucar i st i co I nt e r nac iona l d e 19 5 5 , e as u n i v e r s i d a d e s cat6 l ica s , �dEL i cu larmente a do R i o d e Ja n e i ro.

Usando fontes p r i már i a s até nao e studada s , princ i pa l m e nte d o A r q u i vo Gustavo Capa nema , d epos i tado no Ce ntr o d e P e s q u i s a e Docume ntação d e H i st6 ria Contemporanea do Bra s il da Fundação Getú l i o Var g a s , e do Diário O f i c i a l , procu r e i i nvest i g a r o f u nc i onamento econOm i c o d o s t r ês casos s upr acitad o s , e spec i f icame nte com r espe ito ás contr i bu i ções do Estad o . D u r a nte a pe s q u i s a para e ste t r a ba l h o f or a m a na l i sa d a s cartas t r ocadas e nt r e membr os da h i e r a r q u i a e c l e s i ás t i ca e a l tos f unc i on á r i os d o

(8)

-2-gove r n o , e f or a m e x t raidos e agrupados alguns dados fin,a ncei r os s e l ecionados . O obje tivo e r a t e n t a r f or m a r urna idéia sobre o significado da a j uda gove r na me n t a l pa r a e s t a s t res a tividades da I gr e j a e demon s t r a r a s ma n o b r a s po l i ticas e speci f ica s do p r oc e s s o d e obte n�go d e tal ajuda , n o con t e x t o his tórico de urna c r e sc e n t e

depe ndencia financeira d a I r eja e m r e l a�go � Es tado n o p e r i odo

---de 1 9 3 0 a 1 9 64 .

E impo r t a n t e adve r tir que nao p r e t e ndo a qui tir a r conclusões g l obais s o br e , por exemp l o , o t o t a l da a j uda a I gr e j a e entidade s ca tó lica s , n e m s ob r e a pr oporçao e x a t a dessa ajuda t a n t o d e n t r o d o o r çame n t o fede r a l corno d e n t r o d o s r ecur s o s da Igr e j a . O s dado s co l hidos a t é agora suge rem q u e a s subve nções r e p r e s entavam urna quantia pequena em compa raçao com out r os gas t os do Es tado. Mas e s t e a s su n t o precisa de mais pes quisa , da qua l pode r i a m surgir out r a s conclusõe s . Minha imp r e s sgo é que e s t a s que s tões só pode rao s e r a va liadas mais p r o fundamente na medida em que ha j a mais pesquisa s o b r e o assun t o . 2 De qua l que r f o r ma , a a j uda pública par ece t e r sido bas t a n t e impor ta n t e pa r a as a tividades da I g r e ja, uma hipó t e s e que c o l oquei n o meu traba l h o a n t e rior e que procur o compr ovar com os e s tudos de ca s o aqui a p r e s e ntados . E n fim, e s t a pes quisa pode ser c o n s i de rada uma pis t a para um e studo mais a b r a nge n t e e pr o fundo d e s s a s e de out r a s que s tõe s , par ticu l a r me n t e a descriçao e aná lise da e s t r utura econômica da

Igre j a .

O significado d e s t e t r a ba l h o e s t á nao e m pr opor qu e s tões. t eórica s , mas e m sugerir novos caminhos de p e s quisa his tórica

e

(9)

-3

-especia l m e n t e com r es peito a o funcioname n t o econOmico da I gr e j a, um terna g e r a l m e n t e deixa d o d e l a d o pe l os pesquis a d o r es. N�o pr ocuro desa fiar nem modi ficar as conclusões da já bas t a n t e a m p l a l i t e r a tura s obre o pape l po lltico d a I gr e j a n a his t ó ria c o n t e mporanea brasi l eir a . Corno out r os obs e r va d o r es , ve j o a Igr e j a

e as e n t iaades ca t ó licas n o perIodo es tud a d o d e n t r o d o c o n t e x t o de" uma n e ocris t a ndade (até 1 9 5 5 ) e d e p o i s de um r e f o r mismo ( 1 9 5 5 -1 9 6 4 ) , ambas as situações caracte rizadas por uma a l iança e n t r e Igr e j a e Es t a d o e p e l a n ecessida d e d e s t e d o p r e s tIgio e d a capacid a d e e ducaci o n a l e assis t e ncia l d a que l a pa r a ma n t e r a paz socia l e cons tituir um ba l ua r te p o l ltico . ' Es t e tra ba l ho cont ribui com d a d os concr e t os pa ra r e f orçar essas t e o rizações a n t e riores sobre" a I g r e j a , i l umina n d o a r e l a ç � o I gr e j a-Es ta d o a o nIve l micr oeco n O mico e d a n d o exemp l os d e t a l h a d os de corno essa re laç�o funcionava no dia-a-dia t a n t o para a hie r a r qu i a corno para

05 l eigos e fiéis comuns . Em outras pa l a vras , a a l iança e ntre

I gre j a e Es t a d o n � o e r a merame n t e po lltica . E l a inclula também in t e r esses econOmicos concr e t os , e , corno se mostr ará ao l on g o deste t ra ba l h o , as in jeções fina nceiras d o Estado contribulra m p a r a impo r t a n tes a tividades ca t ó licas , bem c o m pa r a a constr uç�o do pat rimOnio da Igreja .

Como cons t a tamos em n os s o t r a balho a nt e r i o r , as orige ns mais recen t es d a p o l ltica de subv e n ções do" Es t a d o a a tividades ca t ó l icas encontram-se na Revoluç�o de 1 9 3 0 . Getólio Var gas iniciou um pac t o e n t r e I gr e j a e Es t a d o e abriu a p o r t a p a r a a

---a jud---a ---a um nóme r o cresce n t e d e a tividades ca t ó licas , a maioria no campo da educaç�o e da assis t ê ncia s ocia l , como asi l os ,

(10)

clrcu l os ope rários, c o légios, dioceses, sociedades de sao . Vice n t e de Paul o.

-4-missõe s , santas casas e Em 1931 o gove r n o r e v o l ucionário criou a " Caixa d e Subve nções" . Tan t o a Caixa como o seu suce sso r , o Conse l h o N�ciona l d e S e r viço S ocia l (CN S S) , órgao d o Ministério da Educaçao e Sa6de cria d o e m 193 8 , estavam sob o c o n t r o l e d e aliad os da hie r a r quia católica o me l ho r exemp l o é Gustavo Capanema , que esteve â f r e n t e d o Minis tério da

Educaçao e Sa6de d e 1934 a 1945. Nesse perIodo e n tidad e s

católicas r ecebiam a maior par t e , senao a maioria , das subve nções da Caixa e d o CNS S . Com a r e d e m oc r a tizaçao d o paIs após a queda

de Ge t ú lio em 194 5 , o ce n t r o d o poder de decisao sobre

subve nç�es começou a se des l oc a r para o Congr e s so. Es t e, a partir de 19 5 1 , substituiu o CNS S na d e t e r minaçao do d e s tino d a s subve nções .

Embora a I gr e j a começasse a e n f r e n t a r a concor rência d e

outras instituições e r e ligiões , continuava t e n d o uma pa r tici�çao maciça n os auxI1ios d o Est a d o . E s t e apoio financeir o r e f orçou a funçao d a I g r eja como sust e ntácu l o d a p o 1 I t ica s ocia l do Est a d o n o p e r Iod o . A �oncessao d e dinheir o t ambém f a zia par t e d o c o n t e x t o po lltico: t e n d o sid o primei r o um r e flexo d o pac t o com o r egime getulista , dur a n t e o inte rva l o d e m oc rático d e 1946 a 1964 t ra n s f o rmou-se

po11ticos ganhavam i n f lue n t es , mas

numa g r a n d e t r oca c li e n t e lista na qua l os

o apoio mora l da hie r a r quia e de l eigos

ngo sem o bs e r v a r um ce r t o padr�o d e

r aciona lizaçao que havia sid o instituldo c o m a Caixa e o CNSS . Jun t o s , os três r egimes d e subvenções - - da Caixa, d o CN S S e d o

(11)

-5-Congr esso -- d e r a m espaço a um maior e n t r osamento e n t r e Jgr e j a e Estad o e instituciona l i za r a m as subve nções. 4

(12)

2 . A ESTRUTURA ECONOMI CA DOS SEM I NAR I O S

Os sem i n á r i os i nt e r essantes para

para a f o r ma��o de padres

a h i stór i a da I g r eja e d o

-

6-cató l i cos s�o Bras i l . Os

sem i n ár i os estavam no ce r ne de uma Igr e ja gue passou p o r uma

p r o f u nda t rans f o r ma��o, p o r um pr ocesso d e " r oman i zaç� o " ou "eur ope i zaç � o " , desde meados d o sécu l o XIX até as véspe r as d o Conc i l i o Vat i cano S e g u n d o ( 19 6 2-1 9 6 5 ) . O r es u l tad o f o i uma f o r t e c l e r i ca l i zaç�o da I gr eja, c o n t r aposta â ant i ga s i tuaç�o dominant e d e u m cat o l i c i smo popu lar. Os se m i n á r i os est i ve ram na base da

nova dom i naç�o do c l e r o porque e ram a porta de e n t rada para u

car r e i ra ecl es i ás t ica. s Desempe n haram também i mp o r tan t e pape l

como as 6n i cas esc o l as em mu i tas r e g i Oes num pa i s no q ual a

e d uca��o e ra e

p r i v i lég i o . Quem

d e ce r t o m o d o con t i n ua sendo um l ux o, um est udava n o sem i n ár i o m u i tas ve zes acabava bem-suce d ido na vida pr o f i ss i onal ou p o l i t i ca. O própr i o Jusce l i n o K u b i tschek, p r es i de n t e da Rep6 b l i ca d e 1 9 5 6 a 1 9 6 0 , passo u v á r i os anos no sem i n ár i o menor d e D i amant i na, em M i nas Gerais, p o r que t e ve uma i n fanc i a pob r e e o sem i n ário era o 6nico l u gar onde pod i a est udar . G Até a década de 1 9 6 0 f o ram estabe l ec idos apr ox i madam e n t e 6 0 0 d estes cen t r os de p r e paraç�o do c l e ro, a l g u ns const r u i dos com a a j uda do g o ve r n o f e d e ra l . Em mead os d os anos

6 0 , uns 2 0 0 semin ár i os estavam r ecebendo a l g u m t i po de aux i lio fede ral .

(13)

-7-S a be -se que n o século X I X o I mpério apoiava os seminários

economicamente, pagando, p o r e xemplo, os sa l ários d os pad r es

p r o fessores, mas a o mesmo tempo c o b r a n d o o direito d e n omea r os

formadores. Po rém, a instauraç�o da Repüblica o ficia l m e nte pOs

fim a os subs i dios à Igreja e aos semi n ár i os, e m b o r a a lgumas e ntidades bene ficentes cat6 l icas

gover name nta l. Porta nto, a r ápida

ainda conseguissem a j uda e xpansao d e dioceses e

seminários que se seguiu se f e z com os recursos particula r e s da

I g r eja ou de outras f o ntes nao federais .

. Havia mui tas maneiras de os semin ários funcionarem

econon omicamente . G e r a lmente .uma mesma instituiçao empregava várias de las. Havia natu r a l me nte as taxas cobradas a os seminaristas - - Jusce lino, p o r e x e mp l o, s6 conseguiu um d e sconto, em lugar da g r a tuidade dada a outr os semina ristas, porque queria estudar sem o compr omisso de se r pad re - -, mas havia muitos a lunos pobres que nao podiam paga r, e de qua l quer mod o as taxas nao cobririam todos os gastos . P r e cisava-se de outr os jeitos d e

aume nta r a receita. Um seminário, por e xemp l o, uti lizava uma

f a zenda par a auto -a bastecimento de v i ver es . Outr o pr oduzia vinho para o merca d o . Muitos semi n ários d epe ndiam da Obra das Vocações

Sacerd otais e outras a r r ecadações dos fiéis. As ve zes pessoas

ricas ou d e muita in f l uência na comunidade d oavam a lguma

pr opriedade a um seminário, o que podia aca r r eta r um compr omisso deste com essas pessoas, como por e xemp l o a obrigaçao de admitir um pare nte de graça . Os r eitores também a p l icavam os fundos dispon i veis em contas bancárias. Outras f o ntes de a j uda vinham dos bispos ou das con.gregações r eligiosas. A lguns reitores

(14)

:"8-const r ui r a m colég i os para os

(

i lh os da e l i te e usavam o lucr o

,

dessas esc o l as pa r a sust en tar os sem i n a r i s t a s , que ge'r a l me n t e

e r a m mais humi ldes . A l guns f o r madores davam a u l a s nestes o u e m out r os c o l égios par ticu l a r es e t r aziam uma pa r t e do seu sa l ár i o p a r a o seminário . Havia também doações ' s o b a f o r ma d e t raba l h o .

Um médico , por e xe mp l o , podia t r a t a r os semina ristas sem cobr a r .

s vezes, f r eiras t omavam conta da cozinha de um seminário. Os

seminários poupavam t ambém p o r que os f o r mado r e s r e cebiam uma r e mune r a ç�o baix i ssima , dando a té mais de vin t e h o r as de a u l a por semana a lém de enca r r ega r-se de out r as r espo nsabi lidades past orais . O seg r edo do ecOnomo ou do r e i t o r do seminár i o era

diversificar as f ontes pa r a a const ruç�o e manut enç�o dos

semin ários , que , com seus pr édios numer osos e gra nde s , e outras pr opriedades e a tividades, chega r a m a r ep r es e n t a r um pa t r imOnio impo r ta n t e da Igr e j a.?

Em 1 9 3 6 o r e i t o r do seminário de S�o Lu i s do Ma r a nh�o , um bom administ rador que punha e m pr ática a dive rsi f ica ç � o , r epe tiu o que dir e t o r es de muitas outras organizações c a t ó licas no Brasil vinham faze ndo e obteve um auxi lio a nua l d o gove r n o f e d e r al, o qu� t r ouxe dez contos de réis par a a sua instituiç� o . · Foi a primeira subvenç�o f ed e r a l a um semi n ár i o na época ge t u lista . A

subve nç�o tinha t a l grau de impor t�ncia que quando o gove r n o a reduziu , o r e i t o r , via j ou de vapo r par a o Rio de Janeir o para t r a t a r do assu n t o pess o a l m e n t e n o Ministério da Educaç�o. O mesmo padr e cul tivou con t a t os com o gove r nador e o p r e f e i t o"

obt endo dessa maneira ve rbas do estado do Mar a nhao e ela

(15)

-9-conseguiu d ona tivos d e ca f é d o Depa r t amen t o Naciona l d o Ca fé e ca lcu l ou que se outios seminários sob a r esponsabi l id a d e d a sua congregaçolo r e l igiosa pudessem seguir o e xe m p l o de sao Luis , a o r d em poupa r ia mqis d e d ez contos p o r ano.'

Document o s no a r quivo de Capanema, um f ervoro s o a liado d a Igr e j a d esignad o minis t r o d a Educa çao e Saúde e m 1 9 3 4 com o apoio do· inf luente lld e r ca t ó lico A lceu Amoroso Lima , 10 mos t r a m que e l e

e sua equipe cogitavam t o rnar a s subvenções a o s semin�r.ios

cat ó l icos uma pol i tica e x p r essa e espec i fica d o gove rno , o que

pelo menos simbolicamente t e ria feito o Es t a d o brasi lei r o

retornar a uma situaçao seme l hant e á d o r egime do pad r oado

dur ante a Co lOnia e o Império. Rascunh o s d o Decreto-Lei 527,

�---a p r ov�---ad o em lQ .de j u l ho de 1 9 3 d, contêm a llneas outorgando

subven ções a "ins tituições d e educ�çao eclesiástica" ou de

"fo rmaçlo eclesiástica".11 Esta lei a t ribula ao CNSS o poder de

decisao sob r e o destino d os aux i lios , 12 e com estas allneas o

ó r g.lo , que a provava milha r e s d e pe.did os d e entidades ca t ó licas, cer t amente t e ria vis to com bons o l hos a� necessidades das �a�as d e f o r maçao . As a llneas ta mbém t e riam d a d o um lllga r privilegiado aos sem i ná r ios na medida em que e s tes e r a m cit a d os nominalmente

para receber a juda, quando outr a s organizações es tavam sendo

a poia d a s s ob ca t egorias genéricas . Mas a n t e s d a aprovaç�o do

Dec r e to-Lei 5 2 7 , o t e x t o f oi mudado pa r a "ins tituições d e

educaç�o e r eeducaçao de adu l t os" -- expressa0 que ainda permi tia

a subvençao di seminários, mas tirava a ênfase que as versões

ant eriores davam a e ssas instituições. A mudança muito

(16)

-10-feita a Capanema por um funcionário d o Ministério d a Educaçao e Saód e , d e que a allnea

pode ser a c oimada de a nti-r epublicana ou r egalista. Se se subve n c i o nasse um sem i nár i o ca tól i co, nao haveria base no d i reito pa r a nao se c o n c e d e r igual f a v o r a um sem i nár i o pr otestan t e. En t r e t a n t o , isso desconvir i a � unidade nacional e princ i palme n t e � nossa comunhao esp i r i tual . Os seminár i os que p r es t a r e m ass i s t�ncia educat i va já t�m um titulo pa r a se r aquinhoa d o s , mas que nao será o d a ' f o r ma�ao de e clesiás ticos' , encargo este que deve caber exclusivame n t e � Igr e ja . �3

o funcionário e v i d en t e m e n t e e r a pró-ca tól i c o , pela sua p r e o cup�ao com a "comunhao espiritual " e a posslvel c o n c o r rência d os p r o t estantes. Ao mesmo t e mpo v i a a i mportante mas talvez e c o n O m i ca e i nstitucionalme n t e i nsepa r ável distin�ao e n t r e as

duas fun�ões do sem i nário : educa�ao ( f r e qü e n t e me n t e paga) d e jovens· nao necessa r i ame nte vocacionados ( o caso de Juscel i no) e pr epa ra�ao ( f r eqüe n t e mente gratu i ta) d e cand i da t os a o sace r dóc i o, aquela subsid i a ndo esta.

A

parte o t e x t o da lei, a inte n�ao d o Esta d o bras i leiro i ndub i tavelmente e r a subve n c i ona r os sem i nários sem a p r e o cupa�ao d e distingu i r entre suas fun�ões . Do final da década

de 1 9 4 0 até meados da década d e 1 9 6 0 o nóme r o de auxil i os aos

sem i nários cr esceu cada vez mais, chega n d o a um t o t al d e quase 2 0 0 em 1 9 6 7 . Os or�amentos d o Min i stér i o da Educa�ao e Saóde e

mais t a r d e d o M i n i stér i o d a Educaçao e Cultur a ( MEC) também

inclulam ajudas especiais para a c o nstru�ao e manu t e n�ao d e

sem i nár i os , e o Congr esso Nacional apr ovou leis c o m o mesmo pr op6sit o dur a n t e a década de 1 950

)

Os seminários r e cebiam a juda

(17)

�l l

-médio . �4 A l guns gove r nos estaduais chegaram

• a

subvencionar os seminários .

Esta ajuda oficial reduziu a auto-suficiência dos seminários e criou uma estrutura de dependência d o Estado, o qual por sua

vez também d epe ndia dos seminários pa�a a e d ucaç�o d e jovens .

Por exemp l o, numa carta d e 1 9 5 4 , um padr e , e m n o me d o seu bispo,

pedia a · Capanema uma verba para o seminár i o de Guaxupé, Minas

Ge rais, que passava por uma "situaç�o pr ecária", pr ecisando de um

novo ediflcio . O pad r e l e mbrava a Capanema que o seminário e r a

"um estabe l ecimento d e ensino que v e m prestando imensos e

r e l evantes se rviços a Pátria e á Igreja na educaçgo inteiramente

gr atuita da mocidade brasi l eir a " . Em 4 0 a n os d e existênc i a o

seminário havia p reparado "uma l egigo b r i l hante de inte l ectuais,

que ora figuram na vida púb l ica, como pr o f esso r es, escritores,

j or nalistas, magistrados e até d ip l omatas de r enome na ONU". E

acresce ntava: liA pr opósito, l e mbr o. ainda a V . Excia . que nos

orçamentos passad os f oram contemplad os explicitamente d ive rsos

Seminários " . Os e s f orços do bispo e d o pad r e va l e ram a pe na, e o seminário r ecebeu uma a j uda substancia l do gover no em 19 5 5, 1 9 58

O exemp l o mais impressionante de a j uda as casas d e

f o r maç�o é o d o P o ntif lcio C o l égio Pio Brasileir o, o seminário

que tr einava a elite d os seminar istas brasil eir os para se r e m

pr o fessor es d e filosofia e t e o l ogia, eierce r e m cargos importantes

nas dioceses, e, em muitos casos, a l gum dia subi r e m ao

episcopad o . I naugurado em 19 3 4 e e quiparado ao C o l égio Pio

(18)

�12

-seminário r ecebeu várias subvenções imp o r t a n t e s do gove r n o fede ra l , inc lusive um auxi lio de US $ 1 2 0 . 0 0 0 e m 1 9 6 1 pa r a pouco

menos de cem a lunos mais d e US $ 1 . 0 0 0 p o r a lu n o . Esta soma

r epresen tava a t é t r ês vezes as d e spesas t o t ais do Pio no a n o a n t e rio r . �5 O r e i t o r d o Pio , P e . Jo�o Bosco Rocha , S . J . , ma nd ou

uma ca r t a a um assess o r d o minis t r o d a Fazenda d o gove r n o J� nio

Qua d r os agradecendo a "va l i osa i n t e r venç�o no caso d o aux i lio " .

Acr esce ntava que o c o l égio , "destinad o á f o r ma ç � o d e se l e t os a lunos, e m s6 vinte e se t e a nos d e funcioname n t o j á p r e pa r ou pa r a o a l t a r pe r t o d e t r eze n t os sace r d ot es , d os quais, bem ced o, qua t orze f or a m e l evad os á dignidade episcopa l e mais t r ês á

dignidade a r quiepiscopa l . Ent r e ta n t o sobr etudo d evid o ás

dificu ldades na t a x a d o c�mbio n ossos d e licadlssimos prelados se viam p o r vezes obrigados a r enuncia r a o e nvio d e seus

semina ristas bem d o tados a Roma . Desta r t e o C o l égio com a

capacida d e d e 1 2 0 a lunos (que j á contou) baix ou g r a d a tivame n t e a mat r icu l a a t é o núme r o de 8 3 ( . .). Igua l me n t e p o r v ários a nos se viu impedid o d e r e a l iza r os mais e l eme n t a r es serviç os d e conse r vaç�o e r e f or ma d o seu pr édio . "17 C Esta d o brasi lei r o fazia

nada menos que paga r a pr epa.r a ç � o i n t e l ec t ua l e espiritua l d a cúpu la da I g r e j a n o B rasi l .

Os d a d os mos t r a m que .embo r a os gover n os mi lita r es a pa r ti r d e 1 9 6 4 continuassem subve ncionando os semi n á r ios , essa a j uda caiu r apidame n t e d epois que a I gr e j a t omou urna posiç�o d e contestaçao a o Esta d o nos ú l timos a nos d a d écada d e 1 9 60 . Os·

dados pe r mi t e m leva n t a r a hip6 t ese d e que os mi l i t a r e s , f echando o Congresso Naciona l em 1 9 6 8 e con t r o l a n d o cada vez mais as

(19)

-1 3

-e l -eiçõ-es -e o sistema partidário, pr oposita l mente r eduzi r a m o número de subve n ções a os seminários.1s Pode-se especu l a r que os seminários que c o ntinuar a m r ecebe ndo v erbas púb licas dur ante a ditadura possive l mente tivessem a l gum vincul o especia l com o gove r n o mi lita r ou , mais pr ovave l mente , um bom c o ntato na bur ocracia feder a l. Out r a hipótese é que a queda nas ve rbas públicas também te ria sido urna função da queda demográ fica nos seminários causada pe l as cr ises ec lesiais no período de 1 9 6 5 a

1 9 7 5 .

A redução nas subvenções par a os seminários pr ovave l mente

fez com que e l e9 se vo ltassem na direção da auto-suficiência

econOmica ou pa r a f o ntes a lte r nativas de subv e n ções . MuItos

métodos usados ·pe l os reitores e bispos dura nte a P r imeira

Repúb lica sobreviveram e agora ta l vez este j a m ganha ndo nova

e n fase . Um seminário, por exemp l o , p ossui a lgumas garagens

e

a luga vagas corno f onte de renda . As doações também c o ntinua m . L' As f o ntes a lter nativas mais importantes ta lvez t e n h a m sido as

organizações cató l icas da Europa. Um instituto teo lógico, por

exemplo , recebia 30% da sua verba da sociedade Adveniat, uma

organização e c l esia l a l emã que doa dinheir o para o br a s da I gr eja n o Br isil e em outros palses da América Latina . De 1 9 6 1 a 19 8 1 a

Adveniat doou mais de cem milhões de mar c os a l emães pa r a

sustentar estudantes de teo l ogia e m toda· a América Latina, e

contr ibuiu r e l igiosos .

para outros pr ojetos de Também tem dado ve rbas

f o r mação pa r a a

de padres e

construção de

(20)

-:14-nes s e p e r 10do f o i de ma i s de um b i 1hao e t r ezent os m i lhõe s de marcos, dos qua i s o Bras i l r ecebeu quase t r ezen t os m ilhõ e s .20

A gene r o s a a j uda alema à I gr e j a e a o s s e m i nár i o s no Bras i l é ante r i o r a o per10do durante o qual a I gr e j a p a r ece t e r d i m inu1do a sua depe ndênc i a do Est ado bras i le i r o , como s e vê n o cas o dos s e m i nár i os . Tor na-se por tant o d i f1c il e s tabelecer algum vinculo entr e a a juda e s t r ange i r a e a aparente d i m i nu i çao das subvenç õ e s do Estado br a s i le i r o . De qualqu e r mane i r a , e ssa a j uda ve i o p r eencher necess i dades i mpor t ant1ss i ma s da I gr e j a no momento e m que � l a come çou a s e a fa s t a r d o Estado e t o m a r novos cam i nhos de organ i zaç�o ecle s i a l e atuaçao·pol i t ica.

É 'prec i s o ma i s pesqu i sa s ob r e a i mportanc i a do d i nhe i r o estrange i r o pa ra a I gr e j a bras i leira e t a mbém s ob r e out r os a spectos aqu i t ocados . Par ece-nos ú t i l coloca r algumas pe rgun t a s e h i pó t eses que aponta r i am pa ra futuras i nves t i gaç. ões . P o r e xempl o , o decl i n i o da s subvenç õ e s a os sem i nár i os fez p a r t e de uma r edu.ç� o ge r a l de verbas à

Pelo menos um out r o tipo

I gre j a , ou f o i um caso i s olado?

de

un i v e r s idades , ob j e t o de. out r a seçao

i nst i tu i ç�o ca t ó l i ca dest e t r abalho

a s v i u as sua s subvenç õ e s cai r e m d r a s t icamente na pr o p o r ça o t ot a l dos s eus o rçamentos nas décadas de 1 9 6 0 e 1 9 7 0 . 2 1 E s t a s r eduç õ e s f azem parte da ruptura po11t ica ent r e a I g r e j a e o Es t ado, ou há out r os f a t o r es para expl i c á-las? N o caso dos sem i nários, e x i s t e uma r elaçao e n t r e a r eduçao das subvenç õ e s e o f a t o de ne l es t e r e m

s i do i n t r oduz idos novos m é t odos , i nclus ive novas pos i ç õ e s t e ológ icas e pol i t icas que colocavam s e m inar i s t a s e sacerd o t e s e m oposi çao a o r e g i me m i l i t a r ? O proce s s o de r oman i za çao da I g r e j a

(21)

-15-no Br asil e o tipo de f o r maç�o dec o r r en t e desse movimento se entr osavam bem com �s metas do Estado e da elite brasileir6s no periodo anterior ao Concilio Va ticano Segundo . Mas a r uptura da aliança ent r e Igreja e Estado a j udou a cria r uma imagem do padr e brasile i r o como aliado dos pobres e inimigo do r e gime e seus pro j e t os �connmicos, e podemos a vallçar a hipótese de que deixou de. ser. convenient e par a o Es tado ajudar a banca r a f ormaç�o de

(22)

-16-,

3 . O CONGRESSO EUCAR I ST I CO I NTERNACI ONAL DE 1 9 5 5

Os congressos euca ris t i c o s nac i ona i s e i nter nac i o na i s , grandes fest i va i s rel i g i os os q ue atra i a m centenas de m i lhares de pe ss oas , v i nham aco ntecendo desde as 61t i ma s década s do sécu l o passa d o em mu i tos pa i ses d o m u n d o católic o , pr incipalmente na F r ança , como sinais da luta da I g r e j a contra o modern i smo e s uas

amea ças � fé. A presença das mnssas católicas nas ruas também

tinha um i mportante a s pecto p o l i t i c o: mostrava que a populaç�o católica podia ser uma fo r ç a viva e atu a nte n uma Gociedadc em

vias de secularizaç�o , e era m�nif�staçlo da capacidade dn

h i erarq u i a e d o c l ero de arreban har os f i é i s . Em 1 9 54 Dom Jaime

de Barr.os Cama r a , car dea l -a r ceb i s po d o R i o de Ja nei r o , fez Um hnlanço gera l d o s congres s o s n uma carta pasto r a l que lançõva a

campanha d e p r e p a r a ção pa r a o t r igés i m o sexto Con�resso

Eucarlst ico I nternac i ona l , que se real i zar i a no R i o em 1 9 55. Segundo Dom Jaime, os c o n g ress os i nt e r nac i onais esta vam " na prime i ra l i nha entre os ma i s g rand i osos aco ntec i mentos na I gr e j a Cató l ica " . E r a m r es u l ta d o d a " r e c r i st i a n i zaçlo" d o mundo q ue a I gr e j a havia pr opugnad o d e sde mead o s d o s éc u l o X I X e um i nstr umento para r econqu i star a cooperaç�o d o s Estad os nac i o na i s

e recupe r a r para a I g r e j a o papel de árb i t r o da p a z s oc i al , r e un i nd o sold a d o e genera l , patrOes e o perários.22

(23)

-17-Antes do grande congresso n o Rio , houve congressos

eucar ísticos nacionais n o B rasi l em S a l vado r , Be l o Horizonte,

Reci f e , S � o P a u l o, P o r t o A legre e Be l é m , vários deles

subvencionados pe l o gove r n o· feder a l . 23 Seguindo a linha dos o u t r os congressos, o temário do eve n t o carioca deu ê n f a se aos assun t os de maior preocupa ç�o da I gr e j a : os "gr andes e r r os

modernos ( . .) em oposiç�o á Igr e j a " , "a f unç�o essencia l do sacerdócio " , a "intensa vida euca rís t ica " e a familia . 24 O congresso também coincidi ria com a pr imeira reuniao do Conselho Episcopa l Latino-America n o , q ue mais t a rde (em 1 9 6 8 e 1 9 7 9 ) emitiria docume n t os his t ó r icos .sobre a t r a ns f o r maç�o da Igr e j a na América Latina . Mas como os o u t r os co ngressos , este teria também

aspec t os sócio-politicos e econOmicos e

abra ngente d o gove r n o federa l e l ocal

congresso era especia l mente impor t a n te

conta ria com um a poio e d o se t o r pr ivado . O pa r a o Br asil pela opor t u nidade r a r a de apa recer no pa l c o mundia l e pelo estimulo que poderia t r azer ao t urismo . Estes

congresso �s t a vam sa lie ntes no

aspec tos n�o-r e l igiosos do p l a n e j a me n t o da hie r a r q uia

católica para o eve n t o e envolviam as mais a l tas a u t oridades

t a n t o ec lesiais como gove r name n t ais .

Uma r ápida descriç�o de a lguns f a t os d o congresso e de sua

prepa r a ç � o , incl usive a publ icidade , os serviços de a tendime n t o

a os peregrinos e a c o operaç�o com o s set ores e mpresarial e

púb lico, ajuda r á mos t r a r o impac t o d o event o e sua impor tancia t u r i stica . Esta descriç�o servir á como dado par a a his t ó ria dos aspect os econOmicos e financeiros da I g r e j a e como pa n o de f undo pa r a a posterior discuss�o do papel do Estado no c o ngresso .

(24)

,-18-o congresso f oi um espet6cu l o de p i edade , ef i cie nc i a e l uxo . Mi l hares de sacerdo tes, treze n t o s bis p o s e vin te cardeais

de vár i a s par tes do mundo par t i cipar am do acon tecimen t o junto com

os per egrinos, que na P raça do Congresso, local i zada no recem­

concluldo a t e r r o do Flamengo, chegaram a um m i lh30 na abertura e a qui nhentos mil no encerramen

t

o .

Ao

lado, na

bala

de Guanabara,

f l u�uaval)l

navios-hotéis

"carregados de peregrinos " . Uma proclss30 mar l t i ma l e vou o "Santlssimo Sacramento" até a praça.

HOllve

outras

missas, homenagens ao e pi s copado,

s e s sões de es tudo, concer t os e atos especiais para peregrinos de

d i versos pais 5, militares, moça3,. senhoras, serniTl.Jrista5 e

outras classes. O papA P

i

o XII a�ençonu o cnngresso numa mensagem pelo rádio, e

também

o presidente Café Filho [alou no r ád i o por ocasiao do evento. As emissoras divulgavam programas especiais sobre o congres s o e

�jariament�

transmitiam aula� de

canto

gregor i ano. Fabricaram-se qua t r o m il h ões de medalhas para

serem· dis t r ibuidas, e

foram

emitidos se l os com propdgan�a do congresso . Os peregr inos podiam admir a r u

m

a gigantesca custó,lia de 2,5 metros de altura e feita com mais de 1 4 0 quilos de prata

douxada . 2 � A rev i s ta Manchete declarou na capa do seu n6mero de 3 0 de j u l h o que o congr e s s o e r a "o maior espetáculo de

j amais vis t o no Brasi l " . 26

Uma

preparaçao .funda m e n t a l para o congress o foi o trabalho de pub l ic i dade, que tinha a colaboraçau da imprensa e das rádios

e contava com um ó r gao es pecia l da própr i a Igreja, o Bnletim

Informativo. E s t a publica

ao desti

nava-

se a informar n�o s6 os

fiéis

nati v o s , mas lambém os mi l itares de

vis

itante s estr.angeiros

(25)

-1

9

-que viriam a o Rio , s obr e o cong re s s o e s eu a n f i t riao , o B r a si l .

"O B r a s i l é um jovem pais da América d o Su l " , a nunciava o

Bole tim , que s ala e m s eis linguas.

O pais e s t á �m f a s e de c r e s cime n t o indu s t r ia l (começa a ins t a l a r usinas hidr o - e l é t r ica s , apr o ve i t a nd o s eu e n o r m e pote ncia l de quedas d'água , e a l t o s f o r n o s pa r a o s eu abundan t e f e r r o i e s t á r e equipa ndo suas e s t r adas de fer r o , abrindo e s t r adas de r odag e m , i n t e n s i ficando sua a via çao civil cu j o t r á f eg o é o t e rcei r o do mundo) .

Cu l tura l me n t e , começa a a fi r ma r -s e , s ob r e tudo n o campo d a s ciências (par ticu l a r me n te ciências flsicas e ciências bio l ógicas ) , das a r t e s (sua mod e r na a r quite tu r a t e m r e n ome unive r sa l) e das l e t r a s (o r omance e a poesia c o n t a m com criado r e s dignos de t r aduçao . )

Em t o m de gu

a de turis m o , o Boletim f risava que o Rio e r a

uma cidade "modeina ( . . ) e t r adici o na l (. . ) a dois pas s o s

da aglt a çao urbanls tica , dispõe de ma t a s (s e m cobr as!) que são um

r epouso e um convite á meditaçaoi montanhas se a t r avessam n o

n o s s o caminho

pass o " . 27

e pr aias i n e squeclveis n o s aguardam a cada

Conscie n t e do v a l o r turls tico do congr e s s o , a I gr eja f o rmou

uma Comissao de Assis tência ao P e r egrino e t r ei n ou o ri e n tador e s , "pe s s oa s que f a l a ndo idiomas e s t r a ngei r o s e s t ejam aptas a p r e s t a r

i n f ormações s ob r e o Congr e s s o , o B r a s i l e o Rio d e Janeir o " . 28 Um

cur s o para os orientado r e s ins tituiu "O decál ogo d o orientado r "

para o t r a t o dos p e r egrinos :

l-O

orien tador vê C r is t o n o p e r egrin o .

2 - ama e ajuda e m tudo a o pe r egrino.

3 - t r a t a igua l me n t e a t odos o s p e regrinos.

4 - cumpr e o seu d e ve r , me s m o com sacriflcio . 5- conquis ta o p e r egrino pe l o exemp l o .

6- é obedien t e e discip linado . . 7 - e n f r enta e r e s o l ve a s dificuldades .

8 - nao critica , n e m f a l a ma l de ninguem.

9

- é gene r o s o e desin t e r e s s ado .

(26)

-20-o cur so também teve uma série d e pale stras s obr e a eucaristia e a histó+ia , a po lítica , a litera tu r a c a a r t e d o

B r a si l . 29 Q m conselho importante d a p e r s pectiva "ecle si ástica veio de Dom Hélde r Cama r a , bispo " auxi liar do Rio: "De p r opósito, - evitamos a e x p r e s sa0 'turistas' : a pa l a vra é mesmo peregr i nos " . 3o Através d o Boletim Informativo a Igreja exortava os fiéis brasileiros a t e r e m p r udencia econômica na preparaçao da vingem ao R i o : " Arranje, imediatamente, um pequeno cof r e ou abra uma

Cad e r neta no Banco ou na Caixa EconÔm i ca e vá fazendo suas economia s . Se o dinheiro lhe andar um tantinho folgado, vá pondo

qualquer" soma de l ado pa ra ajudar" peregr inas que nao disponhdm de

verba . Medida s e me lhante poder i a ser posta em prática e m Assoc i a ções Rel igiosas" . ·1

Tomadas todas as providencias práticas na organizaçgo , � Igrejd aillda Leve que lid<.lr com as dúvidas sobre a realizaç:5o do congresso leva ntad a s após o suicídio de Getúlio em agos t o de 1951. Os rumores diziam que "vai r ebentar revoluç:5o durantA o

Cong resso e ninguém pod e r á volta r para c�sa " . "Essas balelas" ,

sugeria o Boletim, " d e vem ser r epelida s com a maior presteza

assim que vie r em a surgir" . Depois do suicldio o Boletim também

a s segur ava aos seus leitores que Getúlio s empr e hav i a apoindo a

r ealizaçao d a celebr açao , te ndo nomeado o embaixador Coelho

Lisboa como seu r e p r e s e ntante pessoa l p e r a nte o congresso . Getúlio também havia r eunido o seu gabinete par a estudar os prob l emas r e lacionados mutuame nte com o congr e s s o eucarístico c o poder públ i co.32

(27)

�2

1-o XXXVI Congr e s s o Eucarls tlco Inter nac i ona l r e c e b�u a po i o d o Es tado e m todos os nlvels . Segundo o Bolet i m I nformat i vo , o ó l tlmo d e c r e t o ass i na d o por G e tó l i o a n t e s d o s e u s u i cld i o f o i o que e n t r eg o u Cr$1 4. 0 0 0 . 0 0 0 , 0 0 pa r a a j ud a r a cobr i r a s despesas d o

congr esso . �� Getól i o t ambém d e s e mpe n�ou u m pape l d e c i s i v o a o

c onsegu i r o l oca l d a Praça d o C o ng r e s s o , n o a t e r r o d o F l amengo,

pe r t o de c e n t r o d a c i dade. A c o n s t r uçao d o a t e r r o , obra da prefe i t ura do D i s t r i t o Fede r a l , f o i causa de m u i ta a n s i edade por par t e dos orga n i za d o r e s do congr e s s o . Se nao fosse c o nc l u l d o , nao have r ia l ugar pa r a a s c e n t e na s de m i l ha r e s d e pe r e g r i n os se

� e u n i r e m nas cer i mO n i as do c ongr.ss o . A I gr e j a acompanhava de

pe r t o o progresso da obra , comentando s ob r e e l a n o Bo l e t i m I nformat i v o , e comba t i a os r um o r e s d e q u e nao f i ca r i a p r onta para

o i n i cio das c e l e braçõe s . Mas a prefe i t u r a conseg uiu t e r minar o

a t e r r o a tempo, tendo t r anspo r tad o e m u m a n o e e m quinh e n t a s mi l

v i agens de cami nha0 a t e r ça p a r t e do mor r o d e S a n t o AntOnio , l oca l i za d o no c e n t r o d o R i o , pa r a o F la meng o , aumentando a área

<

d o ba i r r o e m 2 5 0 m i l m e t r os quadrados com d o i s m i l hões d e m e t r o s c ú b i c os de t e r r a . 34 Es t e t r a ba l h o hercúleo da prefe i t ura fo i

i n� i spensáve l para a I g r e j a , que s o z i nh a nao t i nha os r e c u r sos

para uma obra d e t a l vu l t o.

o apo i o gove rname n t a l chegou a o congr e s s o d e m u i tas o u t r a s

formas.

O

gove r n o fed e r a l e a prefe i tu r a d o Rio , por e x e mp l o , abr i r a m l ug a r e m s e us préd i os para hospedar 5 0 m i l pessoas . A

Força Aérea B r as i l e i r a t r anspor t ou 8 5 v o l umes c ontend o 6 2. 6 5G

Horas Santas e 1 4 . 9 0 0 f o l ha s d e i nscr içao pa r a o congr e s s o , enquanto a Compa n h i a Nac i ona l d e Nave ga çao Cos t e i ra l e v o u

(28)

-22-18 4 . 2 0 0 Horas San t a s e 39 . 5 0 0 fo l ha s d e i ns c r i çao . 3 5 O gove r n o

fed e r a l t ambém h a v i a o u t or g a d o urna s ubvençao d e Cr$ 1 0. 0 0 0 . 0 0 0 , O O

para c o nc l u i r a s obras d a nova sede d a P o n t ifíc i a U n i ve r s i dade

Ca t ó l i ca do R i o . ·Uma carta ao m i n i s t r o d a Fazenda Osva l d o A r anha

recome ndava o "andam e n t o ao pr oces s o " para que se pud esee

i naugurar · os novos préd i os da PUC d u r a n t e o c o n g r e s s o . 3 8

O cong r e s s o e r a u m i mp o r t a n t e e v e n t o nao s ó r e l i g i o s o , mas po l l t i c o e econOm i c o para o B r as i l . O suce s s o do congr e s s o

depend ia da o r ga n i za çao e r el i g i o s i dade d a I g r e j a e da i nf r a

-e s t r u t u r a e r e cu r s os f i nance i r os d o s e t o r p ú b l i c o . Houve u m

encon t r o de i nt e�e sses n o q u a l s e expr i m i am c l ar a m e n t e a s necess idades econ O m i ca s da I gr e j a e s e u grau d e envo l v i me n t o n o j og o e c o n O m i c o e·na ma n u t e nç�o d a paz s oc i a l , espec i a l m e n t e c o m

respe i t o � c l asse operár i a , que c r e s c i a a passos l a r gos c o m a

r áp i d a i nd u s t r i a l i zaçao d o pais .

O

c a r á t e r e c o n Om i c o da I g r e j a e

sua própr i a c o n s c i ê nc i a d i ss o f i c a r a m comp l e t am e n t e e v i de nt e s

c o m a r ea l i zaçao d e uma r e u n iao e m ma i o d e 1954 c o nv o cada p o r Dom J a ime , á qua l c ompa r e ce r a m Dom Hé l d e r ,

Café F i l h o , o p r e s i d e n t e d o Senad o ,

o e n t � o v i ce-pr e s i dente

todos os m i n i s t r os do

gove r n o , o pres i d e n t e da C�ma r a dos Deputados , o p r efe i t o P. o

pres i den t e da C�ma r a d o D i s t r i t o F e d e r a l . 37 Numa c a r t a c o n v i dando

o m i n i s t r o da Fazenda Osva l d o Aranha para a r e u n i a o , Dom J a i me

i nd i ca va que pr ovave l m e n t e s e r i a m d i scut i d os os aspec t os s oc i a i s

e e conOm i c o s d o congr e s s o.

Trata-s e , Exc i a . , d o X XXV I Cong r e s s o Eucar í s t i c o

I n t e r na c i ona l , a s s u n t o q u e , i ndependentemente d e s e u

aspecto r e l i g i os o , nao pode d e m o d o a l gum s e r

i n d i fe r e nte aos Pod e r e s P ú b l i c os pe l a sua p r ofunda

r e pe r c ussao s ob r e a s massas na h o r a c onfusa e a g i tada

(29)

'-23-bem pode ma r c a r o d e s e nvd l v i me n t o d ec i s i v o d o t u r i smo como f on t e a u t � n t i ca d e r e nd a pa r a o B r a s i l

Pa r a que , n o e n t a n t o , " o XXXV I C . E. I . a s s uma a s

propor ções que pode e d e ve t e r é i nd i spe n s áve l a ma i s s i nc e r a e comp l e ta c oope r a ç � o d e t od o s e , e m par t i c u l a r , d o G o ve r n o . 3 8

A cópu l a da Igr e ja r ec o n he c i a que a s u a mane i r a d e p r a t i ca r

a re l i g i � o - - neste c a s o , o congresso e uca r ! s t i c o -- e s tava

i nt. i ma me!1te l i gada � eco" nom i a do pais , e o que t o rnava poss ! ve l a

a r t i cu l aç�o d a s d u a s e r a o Estado.

o a l vo d o c o ng r e s s o e u ca r ! s t i c o e r a m o s m i l hões d e

bras i l e i r os q u e o u pa s s a va m pe l a P r a ça d o Cong r e s s o ou t oma r a m

conhe c i me n t o d o e v e n t o pe l o r ád i o o u o s j or n a i s. Estes mes m o s bra s i l e i r o s e r a m a f or ç a mo t r i z e potenc i a l me n t e o s bene fic i ár i os d o d e s e nvo l v i me n t o nac i ona l d e que f a l a vam Dom J a ime e o s

pr opagand i s ta s d o congr e s s o .

O

congr e s s o r ep r e s e n t ou o e s f o r ç o

a

l

ao

c úpu la da I g r e j a d e g u i a r e s té grande r e ba n h o pa r a l onge

c omun i sm o e o u t r os m o v i me n t os que poder i a m c o l oc a r e m pe r i go o

pr o j e t o d e d e s e nvo l v i me n t o t a l como d e s enhado pe l o Estado e a

e l i te econOm i ca . Um d os eventos d o cong r e s s o , por e x e mp l o , f o i

uma " f esta d o t r a ba l ha d o r " n o g r a nd e e s t ád i o d o Ma r a c a n� , d ur a n t e a qua l u m g r upo d e ope r ár i os c a r r eg o u uma g i ga nt e s ca c r u z n o me i o

d o campo . Dand o eco às pa l av�as d e Dom Ja i m e na sua c a r t a pas t o r a l s o b r e o c o ng r e s s o , um o u t r o e s c r i to r cat6 l i c o r e s um i u a

i mpor t a n c i a d a I gr eia no c o nt r o l e d a s massas a t ra vés n�o s 6 d o

cong r e s s o eucar l s i t i c o mas d e t o d o o s e u c o n j u n t o d e o b r a s s oc i a i s n a época :

Ne s t a o u t r a e t apa d o Sras i l - -a s ua i nd u s t r i a l i 7.aç�o e m áreas i mp o r t a n t e s c o m o s a o Pau l o , D i s t r i t o Fed e r a l , R i o G . d o Su l , e t c . - -a I g r e j a pe rmanece a base esp i r i t ua l por exce l �nc i a . N�o t � m o u t r o s e nt i d o a s c r u za das d e

(30)

a ssis tencia s o c i a l, a s campanhas d e r ecuperaç�o d o

t r a ba l hador. Ima g i nemos a s áreas i nd us t r i a l i zadas d o

pais (ou a s qUe e s tao i nd u s t r i a l i zando ) n um c l i ma d e

inqu i e taç�o n a t u r a l d a f a s e d e c r e s c i me n t o , a g i t a d a s

pe l os.g r upos pollt i co s sem a b a s e e sp i r i t ua l d a Igr e j a .

Ser i a a anarquia pur a e s imp l e s. Seria a d e s a r ticu l a çao

c omp l e t a do me r c a d o do t r a ba l ho sob o i mpa c t o d o

desa j ustame n t o s ocia l . 3'

-24

-A Igre j a percebeu o s p r o b l emas s oc i a i s cr i ad o s pe l o mode l o d e d e s e nvo l v i me n t o e s c o l hido pe l o Es tado e a e l i t e e a c r e di t o u que , usando verba s d o pr6pr i o pa t r oc i na d o r d o mode l o, pode r i a

a l i v i a r e s s e s p r o b l emas , p r e s e r va n d o o sist ema e gara n t i nd o um

l uga� pa r a s i d e nt r o d e l e . A c 6pu l a , t r e i nada em s em i n ár i os

também subve nc i o na d o s pe l o Esta d o , ainda n�o

cr l t i ca& a e s s e s i s tema que começavam a b r o ta r .

(31)

, ,

4. A PONTI FICIA UNIVERSIDADE CATOL I CA DO R I O

'-25-As pont i f l c i a s u n i v e r s idades ca t ó l icas s30 impor t a n tes pa r a

a his t ó r;a d a Igr e j a e do Brasil porque s30 u m e x emp l o de como a I g r e j a t e n t ou f o r t a l e c e r s e u s l aços com a e li t e e conse guiu

par ticipar com êxito do d e s e n vo l vime n t o da e d ucação u niver sitária do pais . Assim como os c o n g r e s s os e u ca r l sticos, o pr o j e t o unive r sitário f e z pa r t e d e um movimento cató lico mais a mp l o par a

r ecupe rar o pape l c e n t r a l q u e a Igre j a tinha a ntigamente na

d ecisão dos r umos da naçã o . As u nive r sida d e s a j ud a r i am a

reconstruir o Brasil sob idéias cató licas e a tr a vés da

r ee st r uturação do sistema educacIona l , principa l me n t e a t r a vés da " r e cato liza ç ã o " das e lite s , que l evariam a uma r e ssacra lização d o Es tadQ . 40

Enqua n t o o u t r os pals e s da Amér i ca La t i na j á t i nham

u n i ve rsidades desde l o nga d a t a , o B r a s i l s ó ina u g u r o u a sua

prime i r a u n i v e r s i d a d e nos anos 30 em São Pa u l o . Os dirigentes cató licos desde mui t o a ntes haviam p e r c e bid o a neces sidad e d e uma u n i ve r s i d a d e ca t ó l i ca para p r e e n c h e r este va z i o no s i stema

ed ucaciona l , mas n o. s e u caso o pr o j e t o também s ó s e r e a lizou no pr i me i r o gove r n o de Getúl i o , que , como ·no c a s o dos s em i nár i os e mais t a r d e d o Congr e s s o Euca r l s tico I n t e r naciona l ,

Estad o a a s s um i r par t e d o s gas t os . "A fundação

l evou o d e uma U n i v e r sidade cató l i ca é uma das a spir a ç6es mais a ntigas e

(32)

-26-constantes dos cat6 l i c os do Bras i l " , lembrava uma pr oposta para a f or ma�ao da pr i me i r a u n i versidade cat6 l i c a , q u e se l oca l i za r i a na cap i t a l do pais . O mesmo docume n t o apontava pa r a o u t r os paises cat61 i cos q u e

j�

t i nham as suas u n i ve r s i d ades cat61 i cas, como o Ch i le , o Pe r u , a Co l Omb i a , a Po l O n i a , as F i l i p i nas, e o Liba no. A França t inha c i nco e o Can a d á t r ês .

Para nao sa i r mos da nossa gera�ao, n o Pr i me i r o Congr esso Ca t6 1 i c o B r as i l e i r o , r e u n ido e m 1 9 0 0 na Bah i a , j á se em i t i a o v o t o de e r e �ao de um grande centro d e e n s i n o super i or . A i nd a r ecentemente e m 1939

se r e u n i u na Cap i t a l d o pa i s e m Conc i lJo P l e n ár i o t od o o Ep iscopado Nac i ona l , por d e l i be raçao un� n i me f o i asse ntado q u e se i n i c iassem q u a n t o antes as pr o v i d ê nc i as i nd ispensáve is à organ izaçao de uma Un i vers idade Ca t6 1 i ca.4�

A pressa o pa r a a c r i a �ao d e uma u n i ve r s i d a d e cat61 i ca c o n t o u c o m a a j uda d o pr6pr i o papa , q u e e nv i ou t r ês car tas a o carde a l -arceb ispo d o R i o , Dom S ebast iao Leme , sobre o assu n t o . No R i o

r e u n i ram-se Dom Leme , o núnc i o apost61 i c o , sac e rdo t e s ,

r e l i g i osos e l e i g os i mportantes pa r a f undar u m a soc i edade c i v i l

d e f a c u l da d es ca t6 l i cas que ma i s t a rde se t ornar i am a U n i v e r s i dade Ca t6 l i ca do R i o d e Jane i r o , a pr i me i r a u n i ve r s i dade

pa r t i c u l a r do Bras i l . 42

Par a d i r i g i r o pr o j e t o Dom Leme esco l he u a Compa n h i a d e Jesus . U m d os j esuítas, o Pe . Leone l Fr a n c a , se r ia o pr i me i r o

r e i t or das f a c uldades e r e cebeu a r esponsab i l i dade de anga r i ar fundos, t e r r e nos e p r o f essores para a nova i nst i t u içao . Grande

pedagogo e a u t o-r F r anca -desde c e d o dese j ou de numer osos l i vr os ,

um pap e l na constr u�ao da ed ucaçao super i or n o B r as i l . De Roma , e m 1 9 2 2 , esc r e v e u a o u t r o pad re q u e " o m e u campo d e apost o l a d o

(33)

-27-Quando penso no movi m e n t o ,e sp i r i t ua l que t r a z a j uven t u d e a o s e i o 9 a I g r e j a , quand o p e n s o n o campo i menso que n o Bra s i l e s t á só e spe r a n d o por quem o c u l t i ve , quando' penso a i nda que , a t é a g or a , n ó s n o Bras i l n�o temos f e i t o nad a , nada pa r a s a l va r a j uve n t u d e unive r s i t ária , vem-me l ágrimas aos 01hos . 4 3

De v o l t a a o B r as i l , e m 1 92 8 Fra nca o r ga n i z o u a Aç�o

Unive rsitár i a Ca t ó lica . I nc e n tivou também os c u r s o s d o C e n t r o Dom

V i ta l , d os qua i s n a s c e u e m 1 93 2 o I nstit u t o Cat ó l ic o de E s t u d o s S upe riores , o p r e c u r s o r da u nive rsidade c a t ó lica . No instituto

havia cursos de t e o l og i a , l i turgia , f i l os o f i a , s oc i o l ogia e biol�gia. Sob a orientaç�o d e F r a nca , e m 193 4 o p r i m e i r o Congr esso Ca tó lico d � Ed ucaç�o e dtabele c e u' a s b a s e s pa r a a f u t u r a un i ve r s i�ade cató lica d o Rio . Ma i s t a r d e F r a n ca incen

t

ivou d S i r m�� u r s u l i n a s a e s t a be l e c e r e m uma f n r. u l d a n e pa r a mu l h e r e s , o

,

I n stit u t o Santa Ursu l a , q u e c o m e ç o u a funcionar e m 1 93 9 . Em 1 9 4 0 , com � d e c l a r n ç � o d os b i s p o s c l a r a m e n t e a f a v o r d a i me d i a t a

rea lizaçgo d o p r o j e t o , F r a nca r e u n i u - s e r. o m Ca p a n e m� , o m i n i s t r o

da Educa ç � o e Sa úd e , que , dada s u a e s t r e i t a v i n c u l a ç� o c o m

l i d e r e s c n t ó licos c o m o A l c e u Amor o s o Lima , n a t u r a l me n t e aprovou a

idéia d e uma unive r sidad e ca t ó l ica . Ta n t o A l ceu como F r a nca

f a z i a m parte do Conse l h o Naciona l d e Educaç�o, que l i da va com a que st�o da c r i a çgo d e u n i v e r s i d a d e s . F i n a l m e n t e , i n s t i t u l das por

d e cr e t o govername n t a l e c o m a presença d e Capanema na inauguraç� o , as f a c u l d a d e s cató licas d e Direi to e F i l os o f i a

inicia ram suas a u l a s e m 194 1 . Em 194 6 , d epois d e haver e xpand i d o

s uas f u n ç õ e s c o m uma E s c o l a d e S e r v i � o S o c i a l e um Cur s o d e

(34)

'-28 -s e o r ga n i za r em u n i ve r s i d a d e .' Em 1 9 4 7 o Va t i ca n o c rin ce d e u à u n i ve r s i da d e o t i t u l o d e " p o n t i f l c i a " . " " D e s d e o i n i c i o a s f a c u l d a d e s c a t ó l i c a s d o R i o t a m b é m t i v e r a m o a p o i o f i n a n c e i r o d o g o ve r n o . F r a nca c o m e ç o u a c o n s t r u i r o pa t r i m O n i o d a s f a c u l d a d e s c o m u m d o n a t iv o i n i c i a l d a a r qu i d i o c e s e e q u i va l e n t e a C r $ 5 0 0 . 0 0 0 , 0 0 .

O

p a p a P i o X I ma n d o u C r $ 2 0 0 . 0 0 0 , 0 0 pa r a o pr o j e t o , e c o m out r a s d oa ç õ e s d e d i n he i r o c o n s e g u i d a s n o R i o , Fra n ca r e u n i u a t é 1 9 4 2 u m ca p i t a l d e Cr $ I . 5 0 0 . 0 0 0 , 0 0 . R e c e b e u t a m b é m a j ud a d e Ca p a n e m a , q u e m o v i me n t o u o C N S S e m f a v o r d e um pe d i d o de s u bve n çg o . P o r � m , de 1 9 4 1 em ad i an L � a u n i ve r s i d a d e o p e r o u c o m d é f i c i t . P a r a c o b r i r os b u r a c o s o gove r n o f e d e i a l d e u subve nçõ e s d e e n t r e 4 0 e 5 0 c o n t os d e r é i s . O g o ve r n o t ambém d e u C r $ 6 0 . 0 0 0 , 0 0 para a f u nda ç ã o da E� c u l a d e S e r v i ço S o c ial e m 1 9 1 3 . " 5 M�s o d e s a f i o m a i s d i f i c i l ' p a r a F r a n c a e a n o va u n i v e r s i d � d e f o i a o b t e n ç 3 0 d e um t e r r e n o a dequado. A 5 primei ras f a c u l d � d e 5 f u nc i o na va m e m p r o p r i ed a d e s d o s j e s u l t a s n o ba i r r o d e B o t a f o g o , mas p o r ' a n o s F r a n c a p r o cu r ou u m o u t r o s i t i o p a r a l o ca l J z a r a s e d e p e r m a n e n t e da u n i ve r s i d a d e ; o p r o b l e ma a i nd a e s tava s e m

s o lUÇão q u a n d o d a m o r t e d o padre e m 1 9 4 8 . Esta l u t a , s e g u n d o o b i ó g r a f o d o s a ce r d o t e , f o i a "ma i s p e n o s a q u e o P e . F r a n ca t e ve

que travar por t od o o t e mpo de seu R e i t o r a d o " . 4 � A a n g ú s t i a e a r a i va pelas q ua i s F r a nca p a s s o u p o r c a u s a d o p r o b l ema d o t e r r e n o s ã o e v i d e n t e s n a s ua cor r e 5,po nd Q nc i a . S u a s ca r t a s e

o u t r o s d o cume n t o s r e l a t i v os � a q u i s l ç� o d e um te rren o pa r a o

pa t r i m O n i o da u n i v e r s i d a d e ' r e ve l a m o a l t o g r a u d e i n t � r e s 5 P d e

(35)

29

-mas também a j udam e xp l i c a r c orno o j og o d a s f orças p o ll t i ca s c om que Get 6 l i o l i d ava f e z com que d emor a s s e a e s c o l ha d e f i n i t i va d e u m t e r r e n o perman e n t e . A l ém d o c a s o e spec i f i c o d o t e r r e no da PUC, a c o r r espondên c i a e n t r e F r a n ca e Capanema s a l i en t a a f or te i n f l uênc i a que o pad r e , c om o o u t r o s l i d e r e s ca t ó l i c o s , t eve n o gove r n o Va rgas , e , f i na lmen t e , a f requênc i a c om que o s a s s u n t o s da Igre j a Ca t ó l i ca e d a r e l i g i a o e m g e r a l ocupavam o pr e s i d e n t e da Repúb l ica . O u t r a d oc ume n taçao, pr i nc ipa l m e n t e o D i ár i o O f i c i a l e a Co l eçao das l e i s , e v i d e n c i a o tama nh o d a a j uda f e d e r a l r e c e b i d a pe l a PUC d o R i o e o u t r a s un i ve r s i d a d e s c a t ó l i cas . En f im , t oda esta docu�e ntaçao aqu i r e f e r i d a demo n s t r a n ovame n t e a

impo r t � n c i a dos a spe c t o s e c o n ôm i c os da Igr e j a e t ambém a s ua dependênc ia d o Es t a d o n o e s t a be l e c ime n t o d e um pa t r imôn i o .

Um dos pr ime i r os passos n a c o ns t r uçao da PUC-R i o f o i urna reun iao de Franca com Get ú l i o no d i a 20 d e j un h o de 19 4 1 para ped i r um t e r r e n o pa r a a u n i ve r s i d ad e . Ge t ú l i o e xp r e s s o u o s e u apo i o t o t a l a u n i ve r s i da d e e a ce i t o u o ped i d o d o sacerd o t e , acrescentando que s ó prec i sava "de e n tend i me n t o s " com Capa nema . · 7 Uma das v ár ias p r op o s t a� que s u r g i r a m f o i a d e um t e r r e no d e

2 . 4 0 0 me t r os quad rados n a e s p l a nada d o Cas t e l o , n o c e n t r o d o R i o , que f o i ced i d o a u n i ve r s i da d e em a br i l d e 19 4 3 mas s ó s e rv i r i a pa ra s e r ve nd i d o para a j ud a r a c ompra r o t e r r e n o da sede perman e n t e . ' · De f a t o , ma i s t a r d e esta pr opr i edade f o i v e nd i d a , e Fra nca vo l t ou a t r a t a r d e um o u t r o t e r r e no que a chava bom pa r a a sede , o da P r a i a Verme l ha . Depo i s d e o u t r a s duas r e u n i ões com Gc t 6 l i o , nas qua i s o pr e s i d e n t e a s s e g u r o u ao pad r e que a

(36)

3 0

-i n t e r r omp -i d o d u r a n t e o gove r n o D u t r a . A Camar a d os Deput a d os

aprovou a d oa ç ã o , mas a PUC

Franca , Porque " l e van t ou -se

des i s t i u d e l a , c e l e uma por

d epo i s d a m o r t e d e

p

a r te d e o u t r os

p r e t e nd e n t e s " � pr opr i edade . · ' F i na l me n t e , a un i ve r s i da d e obteve um o u t r o t e r r e n o na r ua Ma rquas d e São V i ce n t e que acabou por se tornar a sede d a u n i ve r s idad e . Esta p r opr i e d a d e f o i a u m e n t a d a com a aqu i s i çao d e ár eas v i z i nhas . 5 0 Ape s a r dos o b s t ácu l o s p o l l t i cos e burocr át i c os que Fra nca t e ve d e e n f r e n ta r , e do f a t o d e nao ter conseg u i d o os t e r r e n o s que ma i s d e s e j ava , seus e s f or ç o s nao

f oram em vao . Consegu i u pe l o menos uma i senção de i mpostos pa r a

" t odas a s t r a n s m i s s õ e s d e i m6�e i s d a s Fa c u l dad e s , t a n t o por compra com o por d oaçao i n t e r v i vos e mor t i s causa ( he r anças e

legados ) " . 5 1

Embora s6 s e r v i ssem para o b t e r f u nd os par a compr a r o u t r a s pr opr i edade s , os t e r r enos d o Cas t e l o f o r a m i mp o r t a n t e s para a PUC

porque f or a m uma das pr i me i r a s e ma i s

con t r i bu i ções d o gove r n o pa r a a u n i ve r s i d ad e .

substanc i a i s O e n t u s i asmo mostrado por Franca , por e xe mp l o , a o saber da c oncessao d o t e r r e n o e uma poste r i or aud i a n c i a p6bl i ca espe c i a l c o m Ge t 6 l i o e os corpos d i sc e n t e e d oc e n t e sao i nd i c a t i vos d e s t a i mp o r t a nc i a e f o r am r e g i s t r ad o s pe,lo b i 6gr a f o d e Fra nca . 5 2 A c o r r espond a n c i a e n t r e Fra nca e Capanema com r espe i t o a o s t e r r e n o s d o Ca s t e l o c o n f i r ma o s i g n i f i ca d o d a doaçao e d e s venda a e x i s t �nc i a d e uma l u ta em t o r n o d e l a nos ba s t i d o r e s d o gove r no . Mos t r a nao s6 a r e l ação e s t r e i t a e n t r e Franca e Capa nema , mas como o u t r o s

(37)

3 1

-U m d o s op os i t o r e s d e q ua l q u e r d oa ç � o d e um t e r r e n o p ú b l i c o à PUC f o i A r t h u r Cos t a , o m i n i s t r o d a F a z e nd a . F r a nca s o u b e d e s t a

o p o s i ça o p o r u m j or na l i s t a e , ao c o m e n t á - l a n uma c a r t a a Ca panema d a t a d a de 1 9 1 1 , d i s s e : " Compr e e n d e - s e e s t a a t i t u d e n um M i n i s t r o d a Fa z e nd a a q u e m , p o r d e v e r d e o f i c i o , i n c u mbe a umen t a r a r e ce i t a · e compr i m i r a d e s pe s a. Há, p o r é m , o u t r o s as pectos na e f i ci C n c i a d e um bom g o ve r n o , a l ' m d e mu i t a s ou tras v a n t a g e n s s u peri o re s , r e s u l ta o u t r o s s i m o a ume nto d o be m - e s tar e c o n Om i c o ll . � 3 Um a n o d e pois , e m d e zembr o d e 1 9 4 2 , a p r ome s s a d e Ge t ú l i o d e u m a doaç � o a i n d a nao e s t a v a c u m p r i da . F r a nca , a e s s a a l t u r a a d voga ndo o t e t r e n o d o Ca s t elo , vol tou a pr e s s i o n a r Capa ne ma,

e s c r e v e n d o u m a � a r t d q u e o m i n i s t r o d a Ed u c a ç � o e S a ú de a c l l ü u

" ama r ga, seve r a , mag oad a , a f e t u o s a , Ie�l, a mig �, uma cd r l d e n f i m

q u e me d e i x o u p e r t u r ba d o " . O m i n i s t r o c o n t i n ua va : q u e A � u e R t 3 0 d o t e r r e n o j á d e v ia e s t a r r e s o l v i d a , e a o A l c e u e x p l i q ue i n a s e m a n a pa s s a d a q u P n�o e x i s t i a , c o m o n u n ca e x ist i u, ne n h um e m ba r a ç � L S a be o m e u C d r o a m i g o q u e f u i e u q u e a ve n t e i a s oluç�o da s e p a r a ç�o d e u m t r e c h o d o s l e r r enos d a e spla nada d o . Ca s t e l o , t e r r e n o s p r c c i oc l s s i m o s , e o f i z c o m o s inc e ro d e s e j o d e pr o po rci o n a r à Un i ve r s i d a d e Ca t ó l i ca u m l oca l d e p r i me i ra o r d e m . O retarda men t o, po i s , n 3 0 d e c o r r e d e n e n h u m pensame n t o co n t r ár i o à doaçao, n � o é m o t i va d o pe l o ma i s m l n i m o p r o p ó s i t o d e obt e r o u t r a s o l u ç � o . E uma q u e R t � o d e acúmu l o d e pa pe i s , d e tum u l t o de v i da , q u e ta n t a s v e z e s m e t e m i mp e d i d o d e cump r i r d e ve r e s q u e r i d o s e sag r a d os. �4 P o u c o d e po i s Ca pane ma e s c r e v e u a Va r gas , v o l t a n d o a a f i r ma r o me l hor te r r e n o pa ra a " o r g an i z a ç a o m a t e r i a l " da u n i ve r s i dA d e s e r ia m e s m o o d o Ca s t e l o : Apes a r de um pa r ec e r d a P r o c u r a d o r i a d a D i r e tor i a � o D o m l n i o d a Un i B o c o n t r 6r i o pa r e c e r q u e a va l j o u � p r o p r i c d � � a r m Cr$ 7 . 0 n n . O O O , O O

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