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Proposta de um plano de recuperação de uma área degradada pela extração de argila no município de Crato-CE/ Proposal for a recovery plan for an area degraded by clay extraction in the municipality of Crato-CE

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.30367-30380 may. 2020. ISSN 2525-8761

Proposta de um plano de recuperação de uma área degradada pela extração

de argila no município de Crato-CE

Proposal for a recovery plan for an area degraded by clay extraction in the

municipality of Crato-CE

DOI:10.34117/bjdv6n5-478

Recebimento dos originais:20/04/2020 Aceitação para publicação:24/05/2020

Suélho Pereira dos Santos

Engenheiro Ambiental pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil

E-mail:spsmauriti@gmail.com

Lucas Eusébio Lima Miranda

Engenheiro Ambiental pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil

E-mail:lucas_el_miranda@hotmail.com

Wana Maria de Souza

Engenheira Ambiental pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil

E-mail:wanamaria19@gmail.com

Rosemary de Matos Cordeiro

Professora Dra. do Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil

E-mail:rosymatos@hotmail.com

Francisco Wedson Faustino

Acadêmico de Engenharia Ambiental, pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte

Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil E-mail:wedsonfaustino5@gmail.com

Iraneide Souza de Oliveira

Acadêmica de Engenharia Ambiental, pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte

Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil E-mail:iraneidefelixengenharia@gmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.30367-30380 may. 2020. ISSN 2525-8761

Maria Flávia de Barros Munís

Engenheira Ambiental pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil

E-mail:munismfb@gmail.com

Lucélia dos Santos

Acadêmica de Engenharia Ambiental, pelo Instituto Federal do Ceará - campus Juazeiro do Norte

Endereço:Av. Plácido Aderaldo Castelo, 1646 - Planalto, Juazeiro do Norte - CE, Brasil E-mail:luhhsantos2018@gmail.com

RESUMO

A atividade mineradora apresenta um impacto ambiental de alta magnitude, devido às modificações físicas, químicas e biológicas. Nesta perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo fazer o levantamento dos custos para a recuperação de uma área degradada, localizada no município do Crato-CE, por meio de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), área esta, utilizada para extração de argila por uma empresa fabricante de cerâmica. A pesquisa foi realizada na referida empresa, através de visita in loco, bem como, através da aplicação de formulário. A partir dos dados obtidos, elaborou-se um levantamento dos custos para recuperar a área, e, posteriormente um comparativo acerca da lucratividade da empresa. Os resultados demonstraram que, apesar dos custos com da recuperação do local de extração, tem-se um saldo positivo para a empresa.

Palavras-chave: Indústria ceramista; Área degradada; Recuperação; Custos.

ABSTRATC

The mining activity has a high-impact environmental impact, due to physical, chemical and biological changes. In this perspective, the present work aims to survey the costs for the recovery of a degraded area, located in the municipality of Crato-CE, through a Plan for the Recovery of Degraded Areas (PRAD), this area, used for extraction clay by a ceramic manufacturer. The research was carried out at that company, through an on-site visit, as well as through the application of a form. Based on the data obtained, a cost survey was carried out to recover the area, and subsequently a comparison about the company's profitability. The results showed that, despite the costs of recovering the extraction site, there is a positive balance for the company.

Keywords: Ceramics industry; Degraded area; Recovery; Costs.

1 INTRODUÇÃO

Com o crescente econômico no Brasil, na primeira década de 2000, estimularam-se as atividades produtivas em grande escala, de modo a suprir a demanda das inúmeras construções civis que foram realizadas. Dentro desse contexto, pode-se citar a produção de cerâmica que ao longo do tempo vem se expandindo no país (EVERTON, 2013).

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A indústria de cerâmica brasileira é responsável por contribuir com aproximadamente 1% no PIB do país, e cerca de 40% desta contribuição é representada pelo setor de cerâmica vermelha, uma vez que o setor supracitado consome cerca de 70 milhões de toneladas de matéria-prima anualmente (MACEDO et al., 2008).

De acordo com a Associação Nacional da Indústria Cerâmica (ANICER, 2007), o mercado relacionado a esse setor conta com aproximadamente 5.500 empresas entre cerâmicas e olarias e contribui com mais de 400 mil empregos diretos, 1,25 milhões indiretos, gerando então um faturamento anual de R$ 6 bilhões, um valor correspondente a 4,8% do faturamento da indústria da construção civil.

A indústria cerâmica possui contribuição de suma importância na economia da região do Cariri, porém é uma atividade produtiva de grande potencial extrativista e poluidor, uma vez que afeta o ambiente desde a extração da matéria prima (argila) até a etapa de destinação final dos resíduos provenientes do processo produtivo e do transporte, portanto, na maioria das indústrias de cerâmicas, no seu processo produtivo, não há qualidade na gestão, controle e melhoria, com isso gerando certos tipos de complicações como o alto índice de desperdício (BRAGA; SANTOS; SALES, 2016).

Consoante Valentim e Almeida (2010), a extração da argila possui um grande potencial de degradação em decorrência da retirada da matéria prima de forma exacerbada. Tais áreas estão sendo gradativamente degradadas, isso devido ao grande volume extraído de forma inadequada, assim como a remoção da cobertura vegetal, que deixa o solo suscetível à erosão, bem como o afastamento da fauna ali presente.

A atividade mineradora apresenta um impacto ambiental de alta magnitude (MECHI ; SANCHES, 2010, SOARES; CASTILHOS, 2015), e comumente resulta em desmatamento, assoreamento de corpos hídricos, impactos visuais, entre outros, tendo em vista as modificações que são provocadas na área de influência direta e indireta do projeto (SILVA;CAMPAGNA;LIPP-NISSINEN, 2018). As modificações são de modo geral cunho físico, químico e biológico, variando desde a remoção da vegetação e do solo e a possível manipulação de agentes tóxicos (CÂMARA et al. 2015).

Nesta perspectiva, esta pesquisa visa realizar um levantamento dos custos para a recuperação de uma área utilizada para extração de argila, por uma indústria de cerâmica vermelha, localizada no município do Crato-CE, através de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

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2 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada in loco em uma indústria ceramista, sendo esta selecionada por facilidade de acesso e acatamento da realização do estudo. A mesma localiza-se na cidade do Crato, na Região Metropolitana do Cariri (RMC), na região Sul do Estado do Ceará, conforme disposto na Figura 1. A cidade supracitada, possui uma distância em linha reta até a capital de 400 km e detém uma população estimada em 121.428 habitantes (CEARÁ, 2017).

Figura 01 - Localização geográfica da área de extração da argila e da empresa em estudo.

Fonte: Elaborado pelos autores utilizando o software QGis versão 2.18.28, a partir de shapefiles do IBGE (IBGE, 2019) com a imagem de satélite do Google Satélite obtidos no próprio software (Uso do complemento QuickMapServices).

De modo a elucidar o objetivo proposto, este trabalho foi desenvolvido através de um levantamento de campo, da aplicação de um questionário semiestruturado, relacionado às características da empresa, da área de extração, dos percentuais de produção e das perdas da cerâmica vermelha.

A partir dos resultados obtidos na visita in loco e na aplicação do questionário, elaborou-se um orçamento para recuperar a área degradada e aplicou-elaborou-se a metodologia de um PRAD, para a determinação do valor do impacto ambiental relacionado à flora.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.30367-30380 may. 2020. ISSN 2525-8761 2.1 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE EXTRAÇÃO

A área disponível para a remoção de argila é de posse do proprietário da indústria em estudo e contempla uma área de 53,8 ha. Assim como apresentado na Figura 01, a extensão não dispunha de recobrimento vegetal, porém possui a licença de extração, assim como o plano de lavra, conforme o exigido pelos órgãos vigentes.

A extração é realizada no município do Crato que denota como características geográficas, um clima Tropical Quente Sub-úmido, uma pluviosidade média de 1091 mm anuais divididos entre os meses de janeiro a maio, uma temperatura média de 25 ºC, estando este localizado na região da Chapada do Araripe e sendo constituído por Depressões Sertanejas (IPECE, 2018).

No que concerne os aspectos ambientais, o município dispõe de uma variedade de solos, a saber: Solos Aluviais, Solos Litólicos, Latossolo Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo e Terra Roxa Estruturada Similar, já em relação a composição da vegetação, estão presentes: Carrasco, Floresta Caducifólia Espinhosa, Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta Subperenifólia Tropical Pluvio-Nebular e Floresta Subcaducifólia Tropical Xeromorfa. (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE CRATO, 2018).

2.2 SOBRE O PRAD

O termo de referência utilizado é a Instrução Normativa IBAMA n° 4/2011. De modo, que o plantio de vegetais se faz necessário para o recobrimento do solo passível de sofrer erosão e por conseguinte, entrar em processo de desertificação. As espécies que podem ser utilizadas na Recuperação de Áreas Degradadas do Semiárido estão listadas na Tabela 01.

Tabela 01: Espécies determinadas para recuperação da área degradada.

Espécies para recuperação da área

Nome Científico Nome Popular Hábito Tempo estimado de

crescimento

Andropogon gayanus Capim

Andropogon

Erva - E 90 - 120 dias

Mimosa arenosa Jurema branca Arbusto – AR1 1 - 2 anos

Senna alata Mata pasto Arbusto – AR2 120 - 150 dias

Mimosa caesalpiniifolia Sabiá Árvore Primária –

AP1

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Mimosa tenuiflora Jurema Preta Árvore Primária –

AP2

5 - 10 anos

Luehea grandiflora Açoita-cavalo Árvore Climácia -

AC

30 anos

Fonte: EMBRAPA, (2019).

Após a escolha das espécies a serem utilizadas, determina-se a distribuição, sendo estas dispostas em duas linhas. O Diagrama 01 explana a localização das espécies na área a ser recuperada. Ressalta-se que o espaçamento entre AP1 e AP2, AR1 e AR2, AC e AR1 proposto é de 5 metros.

Diagrama 01. Localização das espécies na área a ser recuperada.

AP1 E AP2 E

E AR1 E AR2

AP2 E AP1 E

E AC E AR1

Fonte: autores (2019). Legenda: E - Capim Andropogon; AR1 - Jurema branca; AR2 - Mata pasto; AP1 - Sabiá; AP2 - Jurema Preta; AC - Açoita-cavalo

Entre o espaçamento supracitado, será inserido o Capim Andropogon, sendo um total de 3x3 covas, com distância de 01 metro entre covas, 01 metro entre as espécies arbustivas e arbóreas. A partir do Diagrama 02, é possível observar a distribuição das referidas espécies ao longo da área.

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Diagrama 02: Arranjo das espécies a serem implantadas na área.

AP1 E E E AP2 E E E E E E E E E E E E E E E E E E AR1 E E E AR2 E E E E E E E E E E E E AP2 E E E AP1 E E E E E E E E E E E E E E E E E E AC E E E AR1 E E E E E E E E E E E E

Fonte: autores (2019). Legenda: E - Capim Andropogon; AR1 - Jurema branca; AR2 - Matapasto; AP1 - Sabiá; AP2 - Jurema Preta; AC - Açoita-cavalo.

Para a introdução das espécies na área a ser recuperada, será necessário que se faça um manejo adequado do solo no local. Considera-se importante o acompanhamento e manutenção do mesmo, assim como das espécies inseridas, de modo a garantir a recuperação da região degradada. O Cronograma 01 contempla as fases de implantação do PRAD no local de estudo, abordando todas as etapas necessárias.

Cronograma 01: Estágios de implantação do PRAD.

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Camada de solo fértil x

Adubação e calagem x Plantio x Replantio x Manutenção x x x x x Acompanhamento x x x x x x x Fonte: autores (2019).

Logo, com o auxílio deste cronograma, foram destrinchadas fases primordiais para a determinação do custo de implementação do PRAD.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com as informações obtidas no levantamento de campo, bem como através da aplicação do questionário, ressalta-se que a área de extração não possuía recobrimento vegetal e que de modo a evitar possíveis danos ambientais, no momento da retirada do material, ou seja, a argila, são feitos taludes com o intuito de reduzir o escoamento superficial e a erosão. Observou-se ainda que próximo ao local de extração, existe um curso d’água de caráter intermitente, contudo, encontra-se preservado.

A camada superficial do solo, a qual utiliza-se para a produção da cerâmica, é removida e depositada na área ao entorno da zona de extração. A empresa acumula, por um período de três meses, cerca de 14000 m3 de matéria prima, sendo este valor revertido em 60.000 mil blocos de tijolos por um período de seis meses, com perda de apenas 2% de cada 1000 blocos produzidos.

Conforme as informações obtidas, a indústria utiliza os resíduos gerados (uma proporção de 10%), ou seja, os tijolos que não atendem as especificações de comercialização, junto ao barro virgem para a produção de novos blocos, sendo estes com uma qualidade inferior, porém que atende os requisitos de comercialização.

Outro ponto importante a ser ressaltado é a utilização do Coco Babaçu (Attalea speciosa)

no processo de queima dos tijolos, este por sua vez, promove uma redução de 60% no uso da lenha, o que confere uma sustentabilidade no processo produtivo. As perdas do material são decorrentes do próprio processo e o rejeito é disponibilizado em um aterro sanitário.

Utilizando a metodologia do PRAD citada anteriormente, pode-se estabelecer os parâmetros para o cálculo do valor presente e futuro do custo. Sabe-se que em ¼ de hectare, suportam 121 plantas, as quais serão reportadas na Tabela 02.

Tabela 02: Espécies e quantidade de plantas a serem implantadas

Espécie Quantidade por ¼ ha Quantidade

Total Quantidade Total + 10% Capim Andropogon 540 116208 127829 Jurema branca 10 2152 2367 Mata pasto 6 1292 1421 Sabiá 18 3874 4261 Jurema Preta 18 3874 4261 Açoita-cavalo 9 1937 2131 Total 129337 142270 Fonte: autores (2019).

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Como auxílio da Tabela 02, é possível determinar a quantia pela área a ser recuperada. Sabendo-se que esta possui 53,8 ha, deve-se calcular o valor de cada espécie para a área e adicionar 10% ao valor obtido, valor este, que tem como principal finalidade assegurar o replantio das mudas que não sobreviverão.

Para o plantio das mudas, o tamanho da cova é de 40 cm de diâmetro e 20 cm de profundidade, já para a introdução do capim, as covas devem possuir 5 cm de profundidade e 10 cm de diâmetro. No que diz respeito a manutenção, o processo de adubação é de suma importância para o crescimento das plantas, logo serão utilizados cerca de 30 gramas de adubo para cada muda, com exceção do capim.

Tendo em vista que o solo é argiloso e vermelho, pressupõe, que o mesmo contempla um valor de pH próximo de 5, por isso se faz necessária a calagem do solo, portanto, estima-se cerca de 45 gramas de cal para cada muda, com exceção do capim.

Para a determinação do Valor Presente de Custos das Plantas (VPCp), deve-se inicialmente mensurar os fatores determinantes para a obtenção desse valor, podendo estes serem observados na Tabela 03.

Tabela 03. Valor Presente de Custos das Plantas.

Espécie Unidades Preço Unitário Quantia Preço Total (R$)

Capim Andropogon 20 kg/ha 7 R$/kg 53,8 ha 376,6

Jurema branca 1 muda 1,5 R$ 2367 mudas 3550,5

Mata pasto 1 muda 1,5 R$ 1421 mudas 2131,5

Sabiá 1 muda 3,5 R$ 4261 mudas 14913,5

Jurema Preta 1 muda 1,5 R$ 4261 mudas 6391,5

Açoita-cavalo 1 muda 15 R$ 2131 mudas 31965

TOTAL 59328,6

Fonte: autores (2019).

Já para a determinação de Valor Presente de Custos Necessários (VPCN) ao plantio, deve-se inicialmente mensurar os fatores determinantes para a obtenção desdeve-se valor, deve-sendo estes reportados na Tabela 04.

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Tabela 04. Valor Presente de Custos Necessários.

Prática Unidade Quantia Preço Unitário Custo

Camada de solo fértil 2 maq/ha 1 ha 218 R$ 23457 R$

Adubação e calagem 1 hom/ha.dia 54 ha.dia 40 R$ 2160 R$

Adubação 30 g/cova 13129 covas 5,4 R$ 2127 R$

Calagem 45 g/cova 13129 covas 4,6 R$ 2718 R$

Plantio capim 1 hom/ha.dia 54 ha.dia 40 R$ 2160 R$

Plantio mudas 3 hom/ha.dia 54 ha.dia 40 R$ 6480 R$

Replantio capim 1 hom/ha.dia 6 ha.dia 40 R$ 240 R$

Replantio mudas 3 hom/ha.dia 6 ha.dia 40 R$ 720 R$

Manutenção 9 hom/dia 20 dias 40 R$ 7200 R$

Acompanhamento 1 hom/dia 7 dias 940 R$ 6580 R$

Total 53842 R$

Fonte: autores (2019).

Para a determinação de Valor Presente de Custos de Extração (VPCE) de argila, deve-se inicialmente mensurar os fatores determinantes para a obtenção desse.

Para a determinação de Valor Presente de Benefícios (VPB), é necessário, a priori, mensurar os fatores determinantes que são: quantidade de produtos (P), valor do produto (V) e as perdas de produto (D), conforme especificado por Matos (2013) e exposto na Equação 01.

VPB = P ∙ V ∙ (1 − D) Equação 01 VPB = 10800 ∙ 280. (1 − 0,02)

VPB = 2963520 R$

Para a determinação de Valor Presente de Custo (VPC), deve-se somar as respectivas parcelas, consoante o demonstrado na Equação 02.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.30367-30380 may. 2020. ISSN 2525-8761 VPC = VPCp+ VPCN+ VPCE Equação 02

VPC = 59328,6 + 53842 + 210270 VPC = 323440,6 R$

Utilizando os dois testes de viabilidade para a determinação do lucro obtido pela empresa, tem-se que:

VPB VPC > 1

Para o teste 1, a relação entre o custo e benefício se mostrou 9,1 vezes superior ao necessário para a determinação de viabilidade.

VPB − VPC > 0

Para o teste 2, a relação entre o custo e benefício se mostrou positiva com um saldo de R$ 2.640.079,4, portanto, em termos financeiros, é viável a recuperação da área.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indústria ceramista possui uma alta produção e lucratividade, contudo, gera um impacto ambiental significativo, porém esses fatores quando observados de uma forma mais minuciosa, revelam que o benefício econômico pode ser nove vezes superior ao impacto ambiental gerado.

Constata-se que, por mais que haja o custo para a recuperação da área degrada, ainda sim essa despesa seria sobreposta pelo lucro que a empresa gera com a venda dos produtos, concluindo que o saldo ainda seria positivo, apesar do gasto destinado para recuperar a área de exploração da matéria prima usada pela própria indústria no processo de produção.

Em suma, é importante a recuperação da área degradada, de modo a atender as necessidades ambientais, sendo estas diretamente atreladas às necessidades humanas, tendo em vista as leis vigentes.

REFERÊNCIAS

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SOARES, P.G.; CASTILHOS, Z. C. Recuperação de áreas degradadas pela mineração no Brasil. In: Jornada do programa de capacitação interna do cetem, 04. Rio de Janeiro. Anais. CETEM/MCTI, 2015.

TOMMASIi, Luiz Roberto (1994), Estudo de impacto ambiental, CETESB Terragraph Artes e Informática, São Paulo.

Imagem

Figura 01 - Localização geográfica da área de extração da argila e da empresa em estudo
Tabela 01: Espécies determinadas para recuperação da área degradada.
Tabela 02: Espécies e quantidade de plantas a serem implantadas
Tabela 03. Valor Presente de Custos das Plantas.
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Referências

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