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Um olhar sobre o desporto escolar

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Academic year: 2020

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Sandra Isabel Marques Moutinho de Almeida Basílio

Relatório da Atividade Profissional

“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”

Sandra Basílio Outubro de 2014 UMinho | 2014 R elatór io da A tividade Pr ofissional

“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”

Universidade do Minho

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Outubro de 2014

Relatório apresentado com vista à obtenção do grau de Mestre

em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

(Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de fevereiro,

Portaria 1189/2010, de 17 de novembro, e

Despacho RT 38/2011, de 21 de junho)

Trabalho efectuado sob a orientação do

Doutor Luís Carlos Lopes

Sandra Isabel Marques Moutinho de Almeida Basílio

Relatório da Atividade Profissional

“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”

Universidade do Minho

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III

Agradecimentos

Um trabalho desta natureza, para além de expressar um cunho e investimento pessoal, espelha também o evoluir de contatos e contributos de diferentes pessoas com quem fomos conversando e que, naturalmente, merecem o nosso reconhecimento e gratidão.

É na intenção de o manifestar, que estamos a escrever estas simples palavras, porém estamos convictos que, em muitos casos ficarão aquém daquilo que verdadeiramente sentimos.

Ao Doutor Luís Lopes, orientador deste relatório, pela sua disponibilidade, apoio, sinceridade, incentivo e sentido crítico, sem os quais este trabalho não teria avançado.

À Berta, que tanta amizade me demonstrou, pela ajuda em momentos de dúvida, pela palavra certa no momento certo e pelo companheirismo. Sem ela tudo seria mais difícil.

Aos meus colegas que, como eu, estão neste estudo, Alberta, Ricardo e João Paulo. A partilha convosco ajudou-me a crescer e a melhorar.

Às minhas colegas Helena e Carla, pelo apoio e disponibilidade demonstrados, principalmente ao nível das traduções e formatações.

À minha mãe, pelo incentivo e apoio constantes, sem ela não teria sido possível realizar o mestrado.

Ao meu marido, Artur, pela paciência, disponibilidade, compreensão e encorajamento que sempre demonstrou.

À minha filha linda, Eduarda, pela paciência que teve nos momentos mais difíceis e pelo tempo que não lhe dediquei.

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V

Resumo

Relatório da Atividade Profissional

“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”

O trabalho aqui apresentado é o Relatório da Atividade Profissional, requisito obrigatório para conclusão do 2º ciclo de estudos, conducente à obtenção do Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, ao abrigo do despacho RT-38 de 2011, na Universidade do Minho.

Com este trabalho pretendemos, em primeiro lugar, efetuar uma reflexão sobre a atividade profissional exercida nos últimos cinco anos (2009/2014), realizando uma retrospetiva aprofundada das práticas de ensino ao longo da nossa carreira profissional e na segunda parte, fazer um apanhado do que se tem dito sobre o Desporto Escolar no nosso país.

O trabalho está dividido em três partes, sendo que a primeira diz respeito ao Enquadramento Pessoal, institucional, onde pretendemos apresentar uma breve caracterização do meio e da escola, a segunda ao Enquadramento Pedagógico, abordando a vertente ao nível do perfil profissional docente assente em três dimensões essenciais:a) Científica e pedagógica;b) Participação na escola e a relação com a comunidade e c) Formação contínua e desenvolvimento profissional.A terceira parte deste trabalho diz respeito a um Projeto de Investigação, cujo tema é“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”, uma vez que o Desporto Escolar nos tem acompanhado ao longo da nossa carreira profissional, quer como Coordenador do Desporto Escolar, quer como responsáveis de grupos/equipa, primeiro de Basquetebol, passando pela Ginástica Aeróbica e nestes últimos anos da Natação. Nesta perspetiva, desenvolvemos este trabalho com o propósito fundamental de realizar uma revisão de estudos sobre o Desporto Escolar no nosso País. Para tal, a metodologia que utilizamosfoia experiência profissional apoiada numa pesquisa e revisão bibliográfica.

Apesar dos estudos se realizarem em diversas partes do país, as conclusões são bastante semelhantes, convergindo no sentido de apontarem a prática desportiva, mais concretamente a prática desportiva escolar, como benéfica na aquisição de competências e comportamentos socialmente reconhecidos como positivos.

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VII

Abstract

Professional Activity Report

"A Glance at School Sports"

The work presented here is the Professional Activity Report, a mandatory requirement to complete the 2nd cycle of studies leading to the Degree of Master of Physical Education Teaching in Primary and Secondary Education, under the order RT-38, 2011, at University of Minho.

Our main goal is to reflect on the professional activity carried out in the last five years (2009/2014), through a comprehensive retrospective of our teaching practices throughout our career and, in the second part, to summarize all that has been said about School Sports in our country.

The work is divided into three parts. The first concerns the Personal and institutional frameworks, where we intend to present a brief characterization of the surroundings and of the school. Secondly, we address the Pedagogical Framework by analyzing the teachers’ professional profile based on three essential dimensions: a) Scientific and Pedagogical; b) involvement in school activities and relationship with the community; c) continuous training and professional development. The third part of this work pertains a Research Project, which topic is "A Glance at School Sports", since School Sports has always been part of our career, both as Coordinator of School Sports, and as group/team responsible, from Basketball, Aerobics and Gymnastics and, in the last few years, swimming. In this perspective, we developed this work with the fundamental purpose of carrying out a revision work about the School Sports in our country. To this end, the methodology used was professional experience supported by research and bibliographic review.

In spite of having taken place in various parts of the country, the conclusions of these studies are quite similar, converging towards pointing out the benefits of practicing sports, especially school sports, in the acquisition of skills and behaviours socially recognized as positive.

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Índice

Agradecimentos III Resumo V Abstract VII Índice IX Índice de Tabelas X Lista de Abreviaturas X

Parte I - Relatório da Atividade Profissional dos últimos cinco anos (2009 – 2014)

1 – Introdução 11

2 – Enquadramento Pessoal 12

3 – Enquadramento Institucional (Caracterização do Meio e da Escola) 14

3.1. Caracterização do Meio 14

3.2. Caracterização da Escola 15

4 – Enquadramento Pedagógico 17

4.1. Ciêntifica e Pedagógica 18

4.2. Participação na Escola e a Relação com a Comunidade 20

4.2.1. Participação no Desporto Escolar 22

4.3. Formação Contínua e Desenvolvimento Profissional 25

Parte 2 - Desenvolvimento Profissional e Investigativo “Um Olhar sobre o Desporto Escolar” 1 – Introdução 29

2 –Objetivos 32

3 –Revisão Bibliográfica 33

3.1.–. Evolução do Desporto Escolar 33

3.2.- Programa de Desporto Escolar para 2013/2017 38

4 – Metodologia 40

5 – Apresentação e Discussão dos Resultados 41

6 – Conclusão 49

7 – Bibliografia 51

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X

Índice de Tabelas

1 - Atividades em que participei nos últimos 5 anos 21 2 - Distâncias/Estilos para o nível 2 (elementar) 24 3 - Distâncias/Estilos para o nível 3 (avançado) 24 4 - Estudos de produção Académica, nos últimos anos, que abordam a temática do

Desporto Escolar 41

Lista de Abreviaturas

FCDEF-UP – Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto PDR – Práticas Desportivas e Recreativas

POD – Práticas de Organização Desportiva PT – Projeto Tecnológico

FCT – Formação em Contexto de Trabalho PAA – Plano Anual de Atividades

PEE – Projeto Educativo de Escola

CCPFCP – Conselho Científico Pedagógico de Formação Contínua TIC –Tecnologias de Informação e Comunicação

GTDEFDE – Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Educação Física e do Desporto Escolar GCDE – Gabinete Coordenador do Desporto Escolar

DE – Desporto Escolar

DGDIC – Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular ADE – Associações Desportivas

ERD – Escolas de Referência Desportiva

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Parte 1– Relatório da Atividade Profissional dos Últimos Cinco Anos

(2009 – 2014)

1 – Introdução

Ser professor de Educação Física, constitui um complexo de funções, saberes, saberes – fazer e valores que exigem formação científica, profissional e formação para a cidadania no início e ao longo de toda a vida.

É na partilha da prática educativa, que ao longo da minha vida profissional tenho tentado manter-me sempre atualizada, no sentido de evoluir e promover primordialmente o desenvolvimento da autonomia dos alunos, proporcionar-lhes aprendizagens significativas, bem como, fomentar a sua inclusão na sociedade.

Assim, durante estes anos tenho efetuado formação contínua para me manter atualizada e pareceu-me importante aprofundar ainda mais os meus conhecimentos na área da Educação Física tendo, por isso, decidido fazer a inscrição neste Mestrado.

Com este trabalho pretendo realizar uma análise sucinta e descritiva das metodologias desenvolvidas nos últimos cinco anos letivos da minha carreira profissional. Tenho como objetivo corrigir eventuais aspetos menos positivos praticados muitas vezes por situações viciadas pelo mundo de trabalho e sedentarismo profissional, como também aperfeiçoar outros aspetos que possam contribuir para uma educação ainda mais eficaz dos valores da Educação Física e do Desporto Escolar, cada vez mais adequados ao sistema de vida atual.

Nesta reflexão terei em atenção realçar as capacidades inerentes ao perfil de competências do professor, definidas no Dec-Lei 240/2001 de 30 de Agosto e publicado no DR nº. 201 Serie I-A, e a alguns dos deveres definidos nesse mesmo decreto, nomeadamente o dever de valorizar a escola enquanto pólo de desenvolvimento social e cultural, cooperando com outras instituições da comunidade e participando nos seus projetos, bem como, o dever de cooperar na elaboração de projetos de intervenção integrados na escola e no seu contexto.

Estes deveres vão ao encontro da minha forma de agir enquanto docente, pois penso que um professor deverá estar em constante atualização profissional e que, entre outros objetivos, vise contribuir para o sucesso escolar e educativo.

O trabalho realizado numa escola, junto dos alunos, não tem fim. Dia a dia, o professor tenta que os seus alunos adquiram saberes que lhes permitam obter uma formação global. Daí que sempreme esforcei por, a par da lecionação das matérias inerentes à disciplina, tentar que

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os meus alunos tenham uma formação aonível da Educação Cívica, que vivam inseridos numa comunidade, numa família.

Normalmente a disciplina de Educação Física é eleita como sendo a preferida da maior parte dos alunos, acabando também o professor por receber as preferências dos alunos. Valendo-me dessa preferência e empatia criada com eles, tento influência-los, para que adotem estilos de vida saudáveis e transportem para a sua vida pessoal todos os ensinamentos que advêm das atividades físicas e desportivas.

Este relatório descreverá a minha atividade profissional unicamente na Escola Secundária Martins Sarmento, pois é nela que me encontro a lecionar precisamente à cinco anos (2009-2014).

2 - Enquadramento pessoal

Desde muito cedo que soube o que queria ser quando ―fosse grande‖, penso que por volta dos 5 anos. Esta minha decisão precoce deveu-se a inúmeros fatores, mas penso que o principal terá sido a influência do meu pai, pois sendo ele dirigente de um clube local durante vários anos, clube esse que se dedicava única e exclusivamente ao futebol das camadas jovens, foi também treinador, árbitro, observador de árbitros, etc, acabei por ter grande contato com o desporto, pois acompanhava o meu pai para todo o lado.

Concerteza que as pessoas da minha geração terão tido uma infância como a minha, no meu tempo, brincávamos na rua, ainda por cima numa cidade pequena do interior norte de Portugal. Lembro-me de chegar da escola, pousar a pasta e ir a correr para a rua, procurar os meus amigos e as nossas brincadeiras incluíam sempre o correr, o saltar o lançar, etc. Tenho pena de não poder proporcionar à minha filha uma infância como a que tive.

Todas as vivências e experiências da minha infância levaram-me cada vez mais a sonhar com aquilo que eu mais queria que era ser Professora de Educação Física.

A partir daqui, todo o meu percurso foi realizado com o propósito de um dia, entrar para a FCDEF-UP (Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto). Frequentei a opção vocacional de Desporto a partir do 9º ano e até ao 12º ano, durante o qual fiz os pré-requisitos no Porto. Como já referi, sendo eu de uma pequena cidade do interior norte de Portugal, não tinha acesso a uma prática desportiva que me permitisse treinar, sem dificuldade, para os pré-requisitos. Recordo-me por exemplo que para treinar natação o meu pai tinha de me levar todos os sábados de manhã a uma outra cidade, maior, a cerca de 30 Km, onde existia uma piscina coberta, para eu poder realizar esse treino, treino

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esse que eu fazia sozinha. Outra situação que tive de ultrapassar foi em relação à ginástica, pois nunca tinha tido a oportunidade de treinar as paralelas assimétricas, de maneira que fui para o Porto uma semana antes dos pré-requisitos para, com a ajuda de uma amiga que frequentava a FCDEF, treinar o esquema obrigatório nesse aparelho. Apesar de todos os contratempos que passei, consegui fazer as provas com sucesso e depois de um verão interminável, lá fui eu acompanhada pela minha mãe, num dia muito quente de Agosto de 1990, à capital de distrito, onde seriam afixados os resultados das candidaturas à Universidade. Entrei, entrei na faculdade, à parte do choro e dos abraços à minha mãe, sentia que era merecido, por todo o esforço e sacrifício que depositei na concretização desse objetivo. Escusado será dizer que foi o primeiro dia mais feliz da minha vida.

Tudo na vida é possível, desde que haja empenho e esforço. Eu ia concretizar o meu sonho, ser Professora de Educação Física.

Licenciei-me na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto, no ano de 1997, na opção de Lazer e Recreação, com a classificação de 14 valores.

Depois de terminar a licenciatura, tive sempre a intenção de, um dia mais tarde, prosseguir os estudos, mas, naquele momento o que eu queria mesmo era começar a trabalhar, efetivar e começar o meu percurso profissional numa escola na minha cidade ou nas redondezas. E foi o que aconteceu, efetivei numa escola em Moimenta da Beira, não muito longe da minha cidade, porém nunca lá lecionei, pois consegui sempre destacamento em escolas de Lamego, quer na Escola Secundária da Sé, quer na Escola Secundária Latino Coelho, onde, pensava eu, iria ficar para sempre.

Acabei por ficar em Lamego apenas cinco anos pois imperativos familiares levaram-me até Guimarães, onde levaram-me encontro até hoje.

É claro que tive de passar por todo o processo de concurso novamente e passei por várias escolas, começando pela Escola Secundária Padre Benjamim Salgado em

Joane, onde permaneci dois anos, depois estive um ano na Escola Secundária Francisco de Holanda, entretanto efetivei na Escola EB23 João de Meira onde permaneci durante cinco anos, até conseguir ficar na escola que realmente queria, o Liceu de Guimarães, mais concretamente, a Escola Secundária Martins Sarmento, onde permaneço até hoje e da qual não tenciono sair, pelo menos por vontade própria.

Ao longo destes anos lecionei, desde o 7º ao 12º ano, a disciplina de Educação Física, assim como o 1º, 2º e 3º anos dos Cursos Profissionais. Lecionei as disciplinas de Introdução à Educação Física, Desportos Coletivos, Desportos Individuais, relativas à Opção de

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Desporto, lecionei ainda as disciplinas de Práticas Desportivas e Recreativas (PDR), Práticas de Organização Desportiva (POD), Projeto Tecnológico (PT) e Formação em Contexto de Trabalho (FCT), referentes ao Curso Tecnológico de Desporto. Lecionei também as disciplinas de Formação Cívica, Área Escola e Dança.

Além da lecionação das disciplinas acima referidas, assumi diversos cargos nas diferentes escolas por onde fui passando. Fui por diversos anos Diretora de Turma, inclusivamente nestes últimos cinco anos. Assumi os cargos de Coordenadora do Desporto Escolar, Orientadora de Estágio de alunos da Escola Superior de Educação de Viseu e da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Responsável por grupos equipas do Desporto Escolar (Basquetebol e Natação), Secretária em diversas reuniões. Participei ainda em inúmeras atividades e projetos como os Torneios de Natal e da Páscoa, Corta-Mato a nível de escola e a nível do CAE – Braga, o ProjetoSaúde.Escola, Gira-Volei, Educação Sexual, Mega sprinter e Mega Km, Dia da Escola.

3 - Enquadramento institucional (caracterização do meio e da escola)

3.1. Caracterização do meio

Guimarães, cidade de origem medieval, tem as suas raízes no remoto século X, sendo considerado o berço da nacionalidade Portuguesa, pois, para além de aqui ter surgido o primeiro rei de Portugal, também foi neste local que ocorreram, em 1128, os factos mais marcantes que conduziram à formação de Portugal.

A partir de finais do século XIX, com as novas ideias sobre urbanismo, a vila, elevada a cidade em 1853 pela rainha D. Maria II, sofre grandes transformações urbanas. Todavia, não houve descontrolo na execução das transformações operadas, permitindo assim a conservação do seu magnífico centro histórico que foi considerado recentemente Património Cultural da Humanidade.

O concelho de Guimarães está situado na bacia do rio Ave e integra a província do Minho no Norte de Portugal. O seu território, integrando o distrito de Braga, abrange uma área de 242 km2 (2001) e é constituída por 48 freguesias com uma densidade populacional de 629hab/Km2 (1999).

A cidade está localizada num vale, aos pés do monte da Penha (617m), onde predomina uma vasta área agrícola. Guimarães é sede de um concelho com cerca de 160.000 habitantes, sendo dos mais jovens do país e com uma forte implantação industrial. É caracterizado por ser um dos grandes centros produtivos dos têxteis e vestuário, indústria que

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marca profundamente a região em termos económicos. As cutelarias e o calçado também se têm afirmado, ao longo dos anos, como industria com forte implantação.

Nos últimos tempos tem surgido algum investimento associado ao sector do turismo, dada a riqueza e beleza arquitetónica e histórica da nossa cidade. Este concelho sofreu e poderá sofrer um crescimento significativo no setor do turismo dado o título de Património da Humanidade atribuído pela UNESCO, o Euro 2004 e mais recentemente a Guimarães 2012 – Capital Europeia da CulturaeCidadeEuropeiado Desporto 2013.

A implantação de um pólo universitário em Guimarães, que oferece uma variedade de cursos na área das engenharias, arquitetura, geografia e planeamento e núcleo de estudos das populações e ainda a unidade cultural da Casa de Sarmento, o que traduz um elevado suporte e apoio científico e tecnológico à comunidade, permitindo um crescimento sustentado. A expansão pode orientar as preferências dos alunos da nossa escola quanto ao seu percurso escolar.

Os novos espaços e equipamentos desportivos que emergem no concelho representam um forte impacto na população. O complexo desportivo constituído pelo pavilhão multiusos, a piscina e a pista de atletismo surgem como alternativa à ocupação dos tempos livres, bem como o Parque da Cidade que se localiza próximo da escola.

Os indicadores anteriormente referidos pretendem caracterizar globalmente o concelho onde se insere a escola em termos de qualidade de vida dos seus habitantes. Estes poderão fornecer algumas pistas preciosas quanto à construção de um plano curricular ajustado ao contexto que determina as características dos alunos.

3.2. Caraterização da Escola

A Escola Secundária Martins Sarmento, antigamente chamada de Liceu Nacional de Guimarães, mais conhecida como o Liceu, situa-se no concelho de Guimarães, na freguesia citadina de S. Sebastião.

Com vista para a Montanha da Penha, encontra-se numa zona calma da cidade, rodeada por casas de habitação e está muito próxima do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães.

A Escola Secundária Martins Sarmento foi criada nos finais do século 19. Mais tarde, em 1917, recebeu a designação de Liceu Martins Sarmento, nome do historiador, arqueólogo e etnólogo vimaranense.

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A sua excelente localização, as suas dimensões generosas, os imensos espaços verdes e as relações humanas calorosas fazem com que nesta escola se reúnam todas as condições para um trabalho produtivo e prazeroso.

É uma escola conhecida pela sua tradição académica. O maior exemplo da sua dinâmica cultural são as Nicolinas, em honra de S. Nicolau, uma das mais antigas tradições estudantis do mundo, que tiveram origem nesta escola e ainda hoje são mobilizadas a partir de lá. Outro dos exemplos, são as Jornadas Culturais que mobilizam e animam toda escola e que terminam em beleza no sarau cultural, na sala de espetáculos de S. Mamede.

A restruturação total da escola pela Parque Escolar, iniciada em 2010, permitiu alargar os espaços para animação social, multimédia, laboratórios de física/química e artes visuais. No que se refere a espaços de lazer, as ofertas são variadas, existindo diversas opções quer no interior, quer no exterior da escola. A biblioteca está muito bem apetrechada e dotada de excelentes condições de estudo e pesquisa. Relativamente aos espaços para a prática desportiva, estes também sofreram alterações, no interior foram criadas duas salas de dança e um polivalente, onde se pode lecionar ginástica e badminton. No exterior, foram criados vários espaços, um para lecionar o basebol, uma pista de atletismo com 200m, uma caixa de saltos, e ainda 2 campos de basquetebol e 2 campos de andebol/futebol. Foi ainda construído um recinto coberto com 2 campos de basquetebol, 1 campo de voleibol e um campo de andebol/futebol. Toda a parte que diz respeito a balneários, gabinetes e arrecadações foi também intervencionada, apresentando agora condições excelentes para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

Atualmente ministra o ensino secundário e o ensino profissional, que funcionam em regime diurno. A oferta letiva compreende os cursos profissionais de Técnico Auxiliar de Saúde (3 turmas), Técnico de Apoio à Gestão Desportiva (1 turma), Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (2 turmas), Técnico de Multimédia (2 turmas), Técnico de Recuperação do Património Edificado (2 turmas), Técnico de Restauração (3 turmas), Técnico de Animador Sociocultural (1 turma), Técnico de Design de Equipamentos (1 turma), Técnico de Manutenção Industrial – Mecatrónica (1 turma) e Técnico de Qualidade Calçado e Marroquinaria (1 turma). Em relação a cursos científico-humanísticos, a escola dinamiza os cursos de Artes Visuais (5 turmas), Ciências e Tecnologias (13 turmas), Ciências Socioeconómicas (3 turmas), Línguas e Humanidades (10 turmas). Como complemento à formação académica, a escola dinamiza vários projetos e clubes como as Nicolinas, Eco-escola, Robótica, Milénio, Teatro, Psicologia, Krisis, Jornal O Pregão, Comenius, Rádio-escola e o Desporto Escolar, que mobiliza um grande número de alunos distribuidos pelas

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modalidades à escolha, voleibol feminino e masculino, futsal masculino, badminton, natação e atividades de ar livre.

O quadro de docência compõe-se por 89 professores do quadro de escola e 21 professores contratados, o que perfaz um total de 110 docentes, dos quais 10 pertencem ao grupo de Educação Física, do qual eu faço parte.

Segundo o Plano Educativo da Escola, estamos perante um quadro docente estável, com bastantes anos de experiência pedagógica e científica, que garante uma estabilidade e continuidade pedagógicas, fundamentais para o sucesso educativo.

A população discente da escola ronda os mil e duzentos alunos entre cursos profissionais e científico-humanísticos. Predominam em todos os anos de escolaridade os alunos de nacionalidade portuguesa, nascidos no concelho.

Ainda de acordo com o Plano Educativo da Escola, a população discente é muito heterogénea, pressupondo, por conseguinte, práticas educativas e estratégias diversificadas com graus de adaptabilidade e flexibilidade por parte dos professores.

4 - Enquadramento Pedagógico

Ao longo da carreira, que já conta com 18 anos, lecionei em várias escolas, desde o 7º ao 12º. Além da disciplina de Educação Física, lecionei também as disciplinas teóricas da Opção de Desporto e do Curso Tecnológico de Desporto. Fui por diversos anos Diretora de Turma, assumi os cargos de Coordenador do Desporto Escolar e Orientador de Estágio de alunos da Escola Superior de Educação de Viseu e da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.

Esta primeira parte do meu trabalho não é mais do que uma tentativa de constante reflexão crítica e projetiva, no sentido de compreender quais as implicações das atividades que fui desenvolvendo ao longo da carreira, a fim de continuar a desenvolver as minhas competências e a melhorar a minha intervenção como docente.

Como refere Onofre (1996), o professor de Educação Física deve possuir um conhecimento científico e pedagógico profundo e ter uma capacidade reflexiva da sua atividade, de modo a desenvolver e melhorar a eficácia do seu trabalho.

Nesta reflexão terei em atenção realçar as capacidades inerentes ao perfil de competências do professor, definidas no Dec-Lei 240/2001 de 30 de Agosto e publicado no DR nº. 201 Serie I-A, e a alguns dos deveres definidos nesse mesmo decreto, nomeadamente o dever de valorizar a escola enquanto pólo de desenvolvimento social e cultural, cooperando

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com outras instituições da comunidade e participando nos seus projetos, bem como, o dever de cooperar na elaboração de projetos de intervenção integrados na escola e no seu contexto.

É pois minha intenção promover a caracterização e análise da atividade profissional desenvolvida, com base no Despacho nº. 14420/2010 de 15 de Setembro e na ficha de auto avaliação da carreira docente, que estipula as diferentes dimensões em que a avaliação de docentes deve incidir.

4.1. Científica e Pedagógica

Representa a vertente deontológica e de responsabilidade social da prática docente na qual se destaca a atitude face ao exercício da profissão. Nesta dimensão sobressai o compromisso com o desempenho profissional, ou seja, o reconhecimento da responsabilidade individual pelo cumprimento da missão social. Daqui decorre a assunção da responsabilidade pela construção e uso do conhecimento profissional, assim como pela promoção da qualidade do ensino e da escola. Esta dimensão deverá assumir um lugar central, pois, embora o trabalho do docente se desenvolva articulada e integradamente em todas as dimensões, a sua função principal é ensinar e promover a aprendizagem dos alunos.

Durante estes cinco anos, sobre os quais versa este relatório, lecionei a disciplina de Educação Física nos cursos Científicos Tecnológicos, Científicos Humanísticos e Cursos Profissionais, lecionei as disciplinas de Práticas Desportivas e Recreativas (PDR), Práticas de Organização Desportiva (POD), Projeto Tecnológico (PT) e Formação em Contexto de Trabalho (FCT), acompanhando os alunos nos seus locais de estágio e acompanhando a realização e avaliando as Provas de Aptidão Tecnológica, referente ao Curso Tecnológico de Desporto.

Ensinar é uma tarefa muito complexa e delicada que não pode, de modo nenhum, ser deixada a improvisos diários. Só um cuidadoso planeamento pode contribuir para uma aprendizagem eficaz.

A planificação docente, contribui para a elevação da autoestima e capacidade de decidir dos professores, mas sobretudo garante uma melhor distribuição das suas

atividadesletivas em função dos objetivos preconizados e logo um melhor aproveitamento do tempo escolar enquanto tempo de aprendizagem. É realmente importante na prática pedagógica do professor afirmando-se como um instrumento organizador e norteador do seu trabalho. Emerge assim como um processo sistematizado, mediante a qual se pode conferir maior eficiência às atividades educacionais para, em determinado prazo, alcançar um conjunto de metas estabelecidas ou repensar sobre os objetivos não atingidos.

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Neste sentido, preparei e organizei as atividadesletivas de forma consciente, metódica e responsável, elaborando as planificações, quer em departamento, quer com o meu grupo disciplinar, quer individualmente, tendo sempre em conta a realidade sociocultural, faixa etária, maturidade, interesses, conhecimentos e capacidades dos alunos.

Na preparação das atividadesletivas tive sempre em conta os conhecimentos e aprendizagens anteriores dos alunos, de modo a tornar possível a realização de aprendizagens significativas. As estratégias selecionadas foram ao encontro das necessidades específicas dos alunos e do seu ritmo de aprendizagem, da natureza dos conteúdos e das competências a desenvolver. Procurei investir no desenvolvimento integral do aluno e na qualidade das suas aprendizagens, planificando as atividadesletivas e não letivas em que participei de forma cuidada e rigorosa. Fui concebendo e implementando estratégias de avaliação diversificadas, mantendo os alunos informados sobre os seus progressos e necessidades de melhoria, utilizando processos de monitorização do desempenho dos mesmos e reorientando as estratégias de ensino em conformidade. Tentei promover as aprendizagens dos alunos em contexto de sala de aula, contemplando estrategicamente os diferentes ritmos de aprendizagem, utilizando as novas Tecnologias de Informação e Comunicação, sempre que pertinente, no sentido de maximizar o interesse e empenho dos alunos.Procurei igualmente veicular valores e atitudes que considero pertinentes para uma vida social íntegra, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento dos meus alunos enquanto cidadãos responsáveis e ativos.

A avaliação dos alunos foi realizada de forma contínua, tendo começado com a avaliação diagnóstica, realizada no início do ano letivo, com o intuito de identificar o nível de prestação motora e conhecimentos dos alunos. Ao longo do ano realizei a avaliação formativa. A avaliação formativa consiste na recolha e tratamento, com caráter sistemático e contínuo, dos dados relativos aos vários domínios da aprendizagem que revelam os conhecimentos e competências adquiridos, as capacidades e atitudes desenvolvidas, bem como as destrezas dominadas. Esta avaliação foi realizada diariamente, de forma contínua, tendo sido efetuados registos diários sobre a participação e empenho nas atividades propostas, procura da superação das dificuldades, pontualidade e assiduidade e conhecimentos teóricos.

Por fim, a avaliação sumativa,que não é mais do quea formulação de um juízo globalizante sobre o grau de desenvolvimento dos conhecimentos e competências, capacidades e atitudes do aluno, no final de um período de ensino e de aprendizagem, tomando por referência os objectivos fixados para o ensino secundário e para as disciplinas que o integram. A avaliação sumativa foi efetuada no final de cada módulo/unidade

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didáticade acordo com os critérios gerais estabelecidos no início do ano letivo, em reunião de grupo/departamento. No final de cada período/modulo efetuei a auto e hetero-avaliação juntamente com os alunos.

A minha relação com os alunos foi de proximidade e autoridade, disponibilidade, procura de autenticidade, estima e integridade. Procurei ser congruente em todas as situações e com todos os alunos, tratando-os com equidade, no respeito pela sua diversidade social, cultural e étnica. Foi possível manter uma relação próxima com todos os alunos, ganhar a sua confiança, conquistar o seu respeito, assumindo-me como uma mentora, alguém que estava sempre disponível e que procurava estimular a sua motivação e entusiasmo. Procurei sempre elevar a auto-estima de todos os alunos, colocando-me à sua disposição para os ouvir e para os aconselhar. Esforcei-me por decorar o nome de todos e a todos tratei pelo primeiro nome.Procurei inteirar-me sobre as características específicas de cada turma, diversificar as estratégias de ensino adequando-as às suas capacidades e interesses.Tendo como perspetiva a escola e a comunidade, no aspeto da formação dos alunos para a cidadania democrática, promovi e dinamizei a participação dos alunos em atividades no âmbito da escola, comunidade educativa e âmbito local. Dei especial relevância à formação cívica dos alunos, transmitindo-lhes competências no âmbito do saber-estar, apelando à reflexão dos seus atos e das suas consequências, visando preparar estes alunos para uma vida em sociedade mais saudável.

Considero que possuo conhecimentos científicos, pedagógicos e didáticos inerentes à minha área curricular atualizados, que me permitem planear, operacionalizar e avaliar o desenvolvimento académico dos meus alunos de forma rigorosa, justa e competente.

As atividadesletivas foram concretizadas segundo a calendarização efetuada no início de cada ano letivo e considero que a maioria dos alunos desenvolveu as competências essenciais previstas em cada unidade didática/módulo, alcançando assim os objetivos de aprendizagem estabelecidos.

4.2. Participação na escola e a relação com a comunidade

Esta dimensão considera as vertentes da ação docente relativas à concretização da missão da escola e a sua organização, assim como à relação da escola com a comunidade. O docente, como profissional, integra a organização da escola e é por isso corresponsável pela sua orientação educativa e curricular e pela visibilidade do serviço público que presta à sociedade, tendo em conta o trabalho colaborativo com os colegas e a atuação relativamente à comunidade educativa e à sociedade em geral.

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Fui assídua e pontual, sem faltas de presença nas atividadesletivas e não letivas. Estive presente em todas as reuniões. Colaborei no desenvolvimento e implementação de projetos - como por exemplo o Plano Anual de Atividades (PAA), a Semana Cultural, Planificações Curriculares, Projetos Curriculares de Turma, entre outras. Conduzi o processo educativo com base nos objetivos e metas definidas no Projeto Educativo de Escola (PEE), adequando-o e reajustando-o, sempre que necessário, às características específicas dos meus alunos. Considero que fui responsável no cumprimento das minhas obrigações, no meu compromisso com a escola e toda a comunidade escolar.

Participei em todas as reuniões de Departamento, de Grupo Disciplinar, em todos os Conselhos de Turma e todas aquelas para as quais fui convocada ou solicitada, preparando-me previapreparando-mente para estas reuniões com o intuito de torná-las mais produtivas e cumprir com todas as obrigações, estando sempre disponível para colaborar em todas as tarefas. Colaborei com o departamento de expressões e com o grupo disciplinar, assim como com toda a comunidade escolar, na organização, dinamização, desenvolvimento e implementação de atividades a desenvolver no âmbito do Plano Anual de Atividades (PAA), de acordo com os objetivos e metas do Projeto Educativo de Escola (PEE) e do Desporto Escolar.

Na tabela que a seguir se apresenta, poder-se-á verificar algumas das atividades em que participei ao longo destes últimos cinco anos.

Tabela 1 - Atividades em que participei nos últimos 5 anos

Ano letivo Atividades

2013/2014

*Torneios Inter- Turmas de Natal;

*Formação de Juízes/Árbitros de Voleibol; *Corta Mato;

*Torneios inter-turmas de Páscoa; *Jornadas Culturais;

*Formação de Juízes/Árbitros Basquetebol e Futebol;

2012/2013

*Torneios Inter-Turmas de Natal; *Torneios Inter-Turmas da Páscoa; *Torneio de Padlle;

*Dia Radical;

*Torneio de Ténis de Mesa;

*Atividade na Barragem da Queimadela;

2011/2012

*Torneios Inter-Turmas de Natal; *Torneios Inter-Turmas da Páscoa; *Corta Mato;

*Semana do Atletismo- Mega Sprint e Mega Km; *Jornadas Culturais;

2010/2011

*Torneios Inter-Turmas de Natal; *Torneios Inter-Turmas da Páscoa; *Corta Mato;

*Visita à Exposição “ O Corpo Humano como nunca o viu”; *Ação de formação Suporte Básico de Vida;

2009/2010 *Torneios Inter-Turmas de Natal;

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Colaborei com os Diretores de Turma, assim como executei eficazmente as competências subjacentes ao cargo de Diretor de Turma estabelecendo dinâmicas de cooperação e partilha de conhecimentos com os variados agentes da comunidade escolar.

Estabeleci e dinamizei relações com a comunidade, incentivando os intervenientes de forma a concretizar projectos e/ou atividades ou estabelecer parcerias.

Disponibilizei-me para interagir com os Encarregados de Educação e prestar quaisquer esclarecimentos aos mesmos sobre as minhas atividades, letivas ou não, como Diretora de Turma e via Diretor de Turma.

A relação que estabeleci com a comunidade educativa, para além dos aspetos formais e cordiais, pautou-se pelo bom relacionamento e empatia, empenhando-me em tornar a Escola um lugar acolhedor e onde é bom estar.

4.2.1. Participação no Desporto Escolar

A par da lecionação da disciplina de educação física, tem constado no meu horário o desporto escolar, mais propriamente a responsabilidade por um grupo/equipa da modalidade de natação.

A natação é considerada um dos desportos mais saudáveis, pois trabalha com diversos grupos musculares e articulações do corpo, e tem o benefício de desenvolver os sistemas cardíaco e respiratório, por isso é incentivada desde os primeiros meses de vida. Desta maneira Kerbej 2002, afirma que a natação,através dos tempos tem vindo a evoluir de maneira satisfatória de acordo com as exigências da sociedade e do próprio ser humano.

Para os treinos de natação do desporto escolar, o processo de ensino aprendizagem deve passar por três etapas, sendo elas a adaptação ao meio aquático, na qual o sujeito procura relacionar-se com um novo ambiente,adaptando-se a novas situações de equilíbrio, respiração e propulsão(Carvalho, 1985), Treino fundamental: fenómeno pedagógico, que compreende o aproveitamento de um conjunto de meios que assegurem a aquisição e desenvolvimento de todo o complexo humano, na procura de bases neuropsicomotoras para o exercício, futuro de alto desempenho desportivo (AndriesJr; Dunder, 2002) e Treino competitivo: busca da excelência na modalidade, de acordo com processos de especialização em provas e disputas nas quais o nadador melhor se adapta e apresenta melhores performances.

*Corta Mato;

*Semana do ―Rugby” na escola;

*Participação com o grupo de Educação Física no Sarau das I Jornadas Culturais da

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Assim, conforme refere Lima (2006) é interessante durante a aprendizagem da natação, apresentar aos alunos exercícios e estratégias coerentes com os níveis pedagógicos e maturacionais, de simples assimilação, pois a tensão (gerada pela expectativa de acertar ou errar) está presente durante a aprendizagem da natação. Este ainda afirma que, quanto mais nos aprofundarmos nos processos da aprendizagem, nas diferenças entre aprender, aperfeiçoar e treinar, melhor será onível de nossas aulas e consequentemente o ensino da natação.

Desta maneira, procurei estruturar as aulas de natação pensando, nos diferentes alunos que se inscrevem, analisando as facilidades e dificuldades de cada individuo no meio liquido e desenvolvendo atividades de forma simultânea ou sequêncial, oferecendo ao aluno a oportunidade de perceber e analisar os conteúdos sob diversos ângulos e respeitando os seus limites, adaptando-o às aprendizagens de forma saudável e visando a segurança dos alunos em meio liquido.

Na opinião de Sanmartín (2001), as práticas aquáticas têm alcançado nos últimos anos, um papel importante no sentido da promoção de um melhor desenvolvimento humano. Seja por questões médicas, educativas, recreativas ou por simples moda social, a natação deixou de ter uma finalidade exclusivamente desportiva, para ser encarada de uma forma educativa e pedagógica, como elemento chave na formação integral do indivíduo.

Hoje em dia, o conceito de saber nadar, mostra-se um pouco diferente do que se tinha no passado. A conceção tradicional conduzia-nos para uma forma de deslocamento no meio aquático, usando as técnicas formais de nado. Atualmente, saber nadar não é apenas saber as técnicas de Crol, Costas, Bruços ou Mariposa, mas mais do que isso, é saber estar no meio aquático com autonomia, é evidenciar uma boa relação com a água e adotar comportamentos adequados no seio do meio líquido (Barbosa, 1999).

Sarmento (2001) considera que o ato de saber nadar pressupõe um domínio corporal, que permite ao indivíduo confrontar-se com a água sem dificuldades ou constrangimentos, ou seja, mostrar um domínio sobre a respiração (ações inspiração-expiração), o equilíbrio (apoios e posturas) e o deslocamento (propulsão).

No desporto escolar, da nossa escola, estão inscritos cerca de 150 alunos, sendo que, destas 150 inscrições, 50 são da natação.

Ora, não sei se é por não fazer parte dos conteúdos da disciplina de Educação Física, ou se por ser associada talvez ao verão e às brincadeiras que se têm nas férias na praia ou piscina, o que é certo é que este grupo/equipa é sempre dos mais concorridos por parte dos alunos, tendo anualmente uma média de inscrições de 40/50 alunos, não se verificando predominância de qualquer um dos géneros.

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Naturalmente que semanalmente não aparecem todos os alunos que estão inscritos, até porque seria humanamente impossível um só professor dar aula de natação a 50 alunos ao mesmo tempo. A média por treino ronda sensivelmente os 15/20 alunos.

Tratando-se de uma escola apenas com ensino secundário, o intervalo de idades que se me apresenta, entre os 14/15 e os 18/19 anos, não é muito grande, contudo, tenho de ter em atenção o nível de desenvolvimento técnico de cada um dos alunos e neste caso o grupo formado é bastante heterogéneo, desde alunos que não sabem nadar até alunos que são nadadores federados. De acordo com Soares (2012), uma característica valiosa do desporto na escola é o seu caráter democrático e integrador. Na escola ele chega a todos, é de todos e para todos.

De acordo com o Regulamento Específico de Natação 2013-2014 do Desporto Escolar, distingue três níveis técnicos que são definidos de acordo com as capacidades dos alunos:

Nível 1 – Iniciação – Caracteriza-se pelo nível de adaptaçaõ ao meio aquático e iniciação técnica. As provas para este nível são definidas pela escola organizadora do encontro e deverão conter exercícios ao nível da respiração, equilibrio e formas facilitadas de propulsão.

Nível 2 – Elementar – Corresponde a um nível de aperfeiçoamento técnico, sendo as distâncias/estilos de prova definidas no quadro seguinte, para todos os escalões/géneros:

Tabela 2–Distâncias/Estilos para o nível 2 (elementar)

25m Livre 25m Costas 25m Bruços 25m Mariposa

4x25m Livre

Nível 3 – Avançado – É caracterizado por um nível técnico avançado, em que as distâncias/estilos definidas são aquelas que darão apuramento às fases Regional e Nacional.

São indicadas no quadro seguinte, para todos os escalões/sexos: Tabela 3–Distâncias/Estilos para o nível 3 (avançado)

50m 100m 200m Estafetas

Mariposa Estilos Livres 4x25m Estilos

Livres Livres Estilos 4x50m Livres

Costas Costas Costas

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Tendo em conta estes princípios, é realizada uma avaliação inicial diagnóstica de modo a dividir os alunos pelos diferentes níveis, para que se cumpram todas as etapas de aprendizagem das técnicas de natação. A partir daqui os alunos são divididos por pistas de acordo com o nível apresentado, normalmente aos alunos que ainda se encontram no nível 1 – Iniciação, é-lhes atribuída uma pista junto á parede pois transmite-lhes mais segurança.

Por treino, temos cerca de 5/6 alunos no nível 1 – Iniciação, 10/12 alunos no nível 2 – Elementar e 4/5 alunos no nível 3 – Avançado.

Durante os treinos, são propostos exercícios adaptados a cada um dos níveis, fazendo com que os índices de motivação se mantenham e proporcionando uma evolução natural nas aprendizagens.

De salientar que nestes últimos cinco anos, os alunos que inicialmente não sabiam nadar, já o conseguiam fazer no final do ano e de 2009 a 2013, tive sempre alunos a representar a escola quer nos regionais quer nos nacionais de natação do Desporto Escolar. No presente ano letivo e apesar de ter alunos apurados para os regionais, estes não puderam participar pois tinham competição, pelo clube federado que representam, na mesma data.

4.3. Formação contínua e desenvolvimento profissional

A dimensão relativa ao desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida resulta do reconhecimento de que o trabalho na profissão docente é legitimado pelo conhecimento específico e pela autonomia dos que exercem a profissão, o que requer a permanente reconstrução do conhecimento profissional respetivo. Segundo o documento emanado do Ministério da Educação em 18 de outubro de 2010, relativo aos Padrões de Desempenho da Avaliação da Carreira Docente, entende-se por conhecimento profissional o conjunto articulado de elementos necessários ao desempenho da ação, que envolve saberes e competências no âmbito do currículo e da didática, dos conteúdos, dos processos de ensino e da sua adequação aos diferentes contextos e necessidades dos alunos.

A maioria dos professores de Educação Física são profissionais muito empenhados, com espírito crítico e inovador, que querem desempenhar um bom trabalho e estão abertos a um processo de mudança.

Ao longo da minha carreira profissional tenho procurado fazer uma permanente atualização científica e pedagógica, em relação à qual preparei de forma reflexiva e de acordo com os conhecimentos que fui adquirindo, as matérias programáticas a lecionar, os planos de aula e as adequadas provas de avaliação. Participei em encontros de formação sobre várias temáticas, realizados nas escolas, procurando manter-me atualizada em termos de

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conhecimento profissional, científico e didático, a fim de melhorar as minhas práticas educativas e contribuir para um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e para a formação integral dos alunos.

As ações de formação que frequentei ao longo destes cinco anos, contribuíram para melhorar o meu desempenho profissional, pois eram áreas específicas em que necessitava de formação, e que me permitiram desenvolver e diversificar estratégias, no decorrer das atividadesletivas e ainda desenvolver uma perspetiva crítica em relação aos temas abordados. Destaco apenas aquelas que foram creditadas pelo Conselho Cientifico Pedagógico de Formação Continua (CCPFCP) e dizem respeito aos últimos cinco anos letivos:

2014 - Ação de Formação ― Educação Física e Desporto Escolar ―, na modalidade de Oficina de Formação, com a duração 50H, sendo a menção qualitativa Excelente, Classificação 10 Valores (2 Créditos);

- Ação de Formação ― Ciclismo na Escola uma abordagem didática ―, na modalidade de Oficina de Formação com a duração 50H, sendo a menção qualitativa Excelente, Classificação 9,8 Valores (2 Créditos); No âmbito desta ação participei nas tertúlias, conferências, mesas redondas e em dois workshops intitulados ―Ciclodinâmicas e Estilos de Vida‖ e ―Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros‖. Participei ainda na atividade ―Conhecer Guimarães em Bicicleta‖, Passeio: ―Dia Um de Portugal‖, que se realizou no dia 24 de junho, no âmbito de ―Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura‖.

2010 - Ação de formação “Educação Física e Desporto Escolar – Práticas de Segurança ―, na modalidade de Oficina de Formação, com a duração de 50 H, sendo a menção qualitativa de Excelente, Classificação de 9,8 valores (2 Créditos);

- Ação de formação ―Quadros Interativos Multimédia no Ensino/Aprendizagem das Artes e Expressões‖, na modalidade de Curso de Formação, com a duração de 15H, sendo a menção qualitativa de Muito Bom (0,6 Créditos).

Entretanto e para suportar cientifica e pedagogicamente o meu trabalho enquanto Professora, frequentei outras ações de formação não creditadas. Procurei ainda atualizar, diversificar e aprofundar os meus conhecimentos, pesquisando, procedendo a leituras variadas e mesmo auscultando opiniões de outros colegas.

Em relação ao futuro, considero que as TIC são uma ferramenta cada vez mais importante ao serviço das aprendizagens escolares, gostaria de aprofundar os meus

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conhecimentos na área das TIC, especialmente no Excel e no Presi, pois apesar de possuir algum conhecimento nesta área, carece do devido acompanhamento, dos seus avanços e uma adequação constante aos novos usos disponíveis.

Relativamente à minha área, qualquer modalidade despertaria o meu interesse, até porque há sempre novidades, quer a nível de alterações de regras ou de metodologias de aprendizagem ou mesmo pelo encontro e convívio com colegas que vamos deixando por onde passamos. No entanto, daria prioridade a ações relativas às Danças e ao Basebol porque são modalidades que não fizeram parte do meu currículo académico e nota-se um interesse cada vez maior por parte dos alunos.

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Parte 2 - Desenvolvimento Profissional e Investigativo

“Um Olhar sobre o Desporto Escolar”

1 – Introdução

É incumbência do Estado, mais própriamente por intermédio do Ministério da Educação,a criação de condições para que todas as crianças e jovens tenham acesso ao Desporto. A ele cabe a tarefa de enquadrar o desporto como instrumento pedagógico e educativo insubstituível à sua formação. Neste quadro, é na escola e à escola que compete fazer a iniciação das crianças e jovens na cultura do movimento designadamente pela promoção da formação e orientação desportiva. Este fato é reconhecido em diplomas, como sejam a Lei de Bases do Sistema Educativo e a Lei de Bases saAtividade Física e do Desporto.

É pois, um dos objetivos principais da Instituição Escolar o de contribuir para o desenvolvimento harmonioso e completo das crianças e jovens. De todas as atividades proporcionadas aos alunos em contexto escolar, as atividades desportivas, reunem, sem dúvida alguma, a preferência dos alunos, super motivados para estetipodeatividades.

Na escola, sendo um espaço privilegiado na formação das crianças e dos jovens, na promoção da construção de uma cidadania responsável, participativa e democrática, o Desporto Escolar assume-se como um instrumento especial neste processo formativo. É na escola, principalmente através do Desporto Escolar, que muitas crianças e jovens têm oportunidade de conhecer novas escolas, novos alunos, novos ambientes, novas maneiras de ser, agir e pensar. Segundo Santos (2009), estes alunos quando confrontados com novas realidades tendem a adquirir progressivamente um equilíbrio, aprendendo a viver e a conviver, a conhecer e a respeitar, a treinar e a competir, a pretexto de uma atividade que lhes é natural e de pleno agrado, a atividade físico-desportiva.

O Desporto Escolar é um meio muito importante e relevante na formação desportiva, além de ser um campo que permite e potencia o desenvolvimento social, relacional e pessoal, dotando os alunos de competências a estes níveis. Na participação no Desporto Escolar, os alunos encontram um espaço que dá respostas às suas motivações e expetativas no sentido de criar cidadãos civicamente mais competentes.

Apesar de ser reconhecido o papel relevante do Desporto Escolar na formação dos alunos, este ainda não assumiu verdadeiramente o seu papel na escola, nem, tão pouco, foi

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assumido pela comunidade educativa como um meio formativo imprescindível aos jovens. Os nossos jovens e suas famílias ocupados e preocupados com as questões do domínio cognitivo sobre as quais têm de prestar provas e ser avaliados para acesso a um percurso profissional, negligenciam o exercício físico, remetendo-o para um entendimento que o coloca na recreação e entretenimento ou ocupação dos tempos livres. Ora, o Desporto Escolar vai muito além destes entendimentos usuais, este engloba conteúdos e objetivos próprios.

Assim sendo, poder-se-á indicar como outros objetivos, o desenvolvimento e crescimento harmonioso e equilibrado (somente esta área tem esta virtualidade), a promoção da saúde para um bem como o da prevenção de comportamentos desajustados, integração social, respeito pelas regras, pelos outros e por si próprio, de superação, compreensão e aceitação dos outros, em suma, para o desenvolvimento de um conceito de cidadania.

Deste modo, a escola deve funcionar como um verdadeiro centro de desenvolvimento da prática desportiva e o Desporto Escolar uma atividade acessível a todos os alunos, sem qualquer tipo de exclusão ou segregação. Por conseguinte, compete aos estabelecimentos de ensino divulgá-lo como um espaço alargado de interdisciplinaridade, um instrumento pedagógico e um fator de progresso e de futuro (Santos, 2009). Só assim este poderá ser rentabilizado na promoção e formação integral das crianças e dos jovens, visto que todos os alunos podem ser enquadrados.

O Desporto Escolar, tal como refere Bento (1994), representa o vetor preferencial para a adição de um conjunto de experiências e oportunidades que na disciplina de Educação Física seriam difíceis de acontecer. É um espaço onde os alunos encontram respostas para as suas motivações e expetativas, contribuindo para a formação de cidadãos mais ativos, críticos, criativos e civicamente mais competentes.

Assim, o Desporto Escolar deve ser encarado como um processo educativo fundamental, pois representa um fator relevante na vida social das crianças e jovens.

O Desporto Escolar, apresenta grande relevância no processo educativo dos jovens, evidenciada pela inclusão da sua prática e pelo elevado poder de socialização que a carateriza, através de novas experiências, prática e realidades (Teixeira, 2007). Não obstante o reconhecimento da importância do Desporto Escolar por parte dos intervenientes mais diretos, nomeadamente professores e alunos, as estratégias e políticas desenvolvidas ao longo dos tempos têm sido caracterizadas por falta de coerência e constância, tendo o Desporto Escolar servido de instrumento de afirmação política dos sucessivos governos e estruturas ministeriais.

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Ainda que com frequente incoerência em alguns aspetos, percebe-se, contudo uma valorização destas atividades desportivas. De fato têm sido reconhecidas nas leis de bases referentes ao sistema educativo e ao sistema desportivo, sendo que a sua importância nem sempre foi encarada da mesma forma.

Devido ao fato do estudo desta área ser recente e a sistematização da investigação ser escassa, consideramos importante efetuareste género de estudos de revisão bibliográfica, na tentativa de verificar e perceber o que tem sido dito e feito sobre o Desporto Escolar no nosso país. Por outro lado, a obtenção destes dados permitirá obter uma melhor compreensão acerca dos benefícios da prática de Desporto Escolar, designadamente no que se reporta ao desenvolvimento de competências sociais.

Em contexto escolar esta temática é realmente importante, visto este ser um espaço onde existe grande convergência de jovens, espaço onde o desenvolvimento social e da competência social se torna fulcral na promoção de relacionamentos satisfatórios, (Meneses, Lemos & Rodrigues, 2010).

Dadas as suas evidentes potencialidades ao nível da formação integral dos alunos, importa conhecer profundamente o modo como o Desporto Escolar é vivido, experienciado e compreendido por parte de todos os seus intervenientes e até responsáveis.

Face ao exposto, a finalidade deste estudo foi realizar uma recolha bibliográfica da investigação desenvolvida acerca da temática do Desporto Escolar, por recurso aos estudos académicosefetuados, nos últimos 15 anos, no nosso país.

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2– Objetivos

2.1. Geral

- O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão de estudos sobre o Desporto Escolar em Portugal.

2.2. Específicos

- Identificar a investigação desenvolvida, nos últimos anos, acerca da temática Desporto Escolar.

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3- Revisão da Literatura

3.1. Evolução do Desporto Escolar

Segundo o Programa do Desporto Escolar 2013/2017 (em anexo),

O Desporto Escolar é “(…) o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo” (Artigo 5.º - “Definição”, Secção II – “Desporto Escolar”, do Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro). Mais ainda, como refere o preâmbulo deste diploma, “(…) o Desporto Escolar deve basear-se num sistema aberto de modalidades e de práticas desportivas que basear-serão organizadas de modo a integrar harmoniosamente as dimensões próprias desta atividade, designadamente o ensino, o treino, a recreação e a competição”

O Desporto Escolar é uma atividade felizmente presente na generalidade das escolas portuguesas. Acreditamos que é a atividade que enriquece os estabelecimentos escolares, pela dinâmica que impõe, pelo elevado número de alunos que a solicitam, pela diversidade de atividades desportivas que oferece e por se fazer chegar a todos, sem exceção.

O Desporto Escolar, sendo uma atividade de caráter facultativo constitui uma boa aposta no sentido de conferir alguma credibilidade e valor às atividades físicas, pelo caráter de complementaridade ou de reforço das atividades curriculares (Mota, 1997).

A ligação entre o Desporto Escolar e a Educação Física emerge como uma relação de complementaridade, sempre na perspetiva do desenvolvimento integral do aluno, fomentando a aquisição e prática de hábitos regulares de prática desportiva.

O Desporto Escolar é uma oportunidade para os alunos praticarem e se aperfeiçoarem numa modalidade desportiva que vá de encontro aos seus interesses e que nas aulas de educação física não têm oportunidade de o fazer. Entendemos que assume uma posição intermédia entre o desporto preconizado na educação física e o desporto de rendimento, sendo muitas vezes o trampolim para o desporto federado ou para o clube.

O Desporto Escolar é também um meio muito importante e relevante na formação desportiva, além de ser um campo que permite e potencia o desenvolvimento social, relacional e pessoal, dotando os alunos de competências a estes níveis. Na participação no

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Desporto Escolar, os alunos encontram um espaço que dá resposta às suas motivações e expetativas no sentido de criar cidadãos civicamente mais competentes.

De acordo com Pontes, F., Minderico, C. E Vieira, P. (2011), os contributos e benefícios do Desporto Escolar para o desenvolvimento das crianças/adolescentes e para o Sistema Educativo podem ser sistematizados em quatro diferentes áreas: a área Social – alunos fisicamente ativos estão mais integradas; a área Fisiológica – alunos fisicamente ativos são mais saudáveis; a área Afetiva – alunos fisicamente ativos são mais felizes e a área Cognitiva – alunos fisicamente ativos aprendem melhor e de uma forma mais rápida.

O Desporto Escolar apresenta grande relevância no processo educativo dos jovens, evidenciada pela sua prática e pelo elevado poder de socialização que o caracteriza, através de novas experiências, prática e realidades (Teixeira, 2007). Não obstante o reconhecimento da importância do Desporto Escolar por parte dos intervenientes mais diretos, nomeadamente professores e alunos, as estratégias e políticas desenvolvidas ao longo dos tempos têm sido caracterizadas por falta de coerência e constância tendo o Desporto Escolar servido de instrumento de afirmação política dos sucessivos governos e estruturas ministeriais, que impossibilitaram a afirmação de um Desporto Escolar forte, organizado e abrangente.

O estado do desporto é condicionado pela definição de políticas que resultam da legislação oriunda dos diversos governos.

O Desporto Escolar nem sempre foi encarado da mesma forma, para entendermos melhor a importância e enquadramento da legislação como instrumento para dar resposta à evolução do desporto escolar, parece-nos importante fazer uma abordagem sobre o seu passado histórico.

“Aquele que ignora o seu passado não pode antecipar os seus futuros possíveis”(Godet 1993, 22).

Ao longo do tempo, várias foram as perspetivas de desenvolvimento do Desporto Escolar, integrando modelos conceptuais e organizativos, quer no âmbito do sistema desportivo/federativo, quer no âmbito do sistema educativo.

De acordo com Pires (1990), a evolução do processo de desenvolvimento do Desporto Escolar sistematizou-se em oito períodos, aos quais Pina (1994) acrescentou um nono e a nós nos parece fundamental acrescentar mais dois, atendendo à data de realização deste trabalho.

1º Período - Livre Associativismo ou Modelo Federado

Com a alteração das condições políticas e sociais, as práticas desportivas foram-seorganizando,

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agrupando-se em determinados conjuntos, ando origem ou criando os alicerces para olivre associativismo federado.

2º Período - Mocidade Portuguesa

Foi criada a Mocidade Portuguesa, organização que se baseava na orgânica das juventudes hitlerianas e nas juventudes fascistas italianas.

As organizações e as práticas desportivas foram fortemente influenciadas pelos ideais nacionalistas, moralistas e militaristas resultantes da ideologia política do Estado Novo.

3º Período - Direcção-Geral de Educação Física e Desportos

Com o 25 de abril, muitas alterações ocorreram na sociedade portuguesa e com isso foram criadas expetativas relativamente ao desenvolvimento do sistema desportivo. Contudo pouca coisa foi realmente alterada.

4º Período - Separação Orgânica do Desporto Escolar da Educação Física

Foi criada a Direção Geral de Desportos. Houve a separação do Desporto Escolar da Educação Física, tendo ficado esta sob a alçada da Direção Geral do Ensino Básico e Direção Geral do Ensino Secundário

5º Período - I Governo Constitucional (1974-1977)

Ocorreu a passagem do desporto escolar, da Direção Geral dos Desportos para as Direções Gerais Pedagógicas. Verificou-se um maior apoio ao desporto, como se pode ler no Artº 79:

- ―Todos têm direito à cultura física e desporto.”

- “Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e

coletividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e desportiva, bem como prevenir a violência no desporto”.

6º Período - Direções Gerais Pedagógicas (1977-1986)

Durante este período são criados e extintos os serviços de coordenação de Educação Física e Desporto Escolar nas Direções Gerais de Ensino. A falta de recursos e apoios, principalmente financeiros, comprometeram a viabilidade da política desportiva, levando o desporto escolar a passar por um dos piores períodos da sua existência.

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o

Período - Direcção Geral dos Desportos (associativismo juvenil)

O desporto escolar foi novamente associado à Direção Geral dos Desportos, tentando recuperar o atraso a que foi sujeito, através da articulação com as políticas de ensino e juventude.

Houve o desenvolvimento de três projetos: Torneios abertos, Clubes de Jovens e Férias Desportivas, tendo sido por isso denominado de Associativismo Juvenil.

8

o

Período - Lei de Bases do Sistema Educativo

Durante este período, o desporto escolar foi incluído novamente no âmbito do Sistema Educativo, subordinando-se aos seus quadros específicos e com organização própria.

O Dec. Lei nº 95/91 de 26 de fevereiro, define o desporto escolar como o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com o objetivo desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividades da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo.

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o

Período - Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Educação Física e do Desporto Escolar (GTDEFDE)

Nesta fase, as estruturas e meios que estavam a ser geridos e coordenados pelo Gabinete do Desporto Escolar, passam a funcionar no âmbito do GTDEFDE ( Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Educação Física e do Desporto Escolar) e na dependência do Diretor Geral dos Desportos.

No entanto, este grupo de trabalho é extinto e é nomeado um novo grupo de trabalho (Task Force), para funcionar junto de gabinete de Sr. Ministro da Educação.

Foi privilegiada a organização de um Sistema Desportivo baseado na medida, no recorde e no espetáculo, em prejuízo do ensino e da generalização da prática desportiva.

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o

Período - Extinção do GCDE e integração do DE na DGDIC (2002-2006)

Embora este período não seja referenciado por nenhum autor, decidimos fazer uma pesquisa na legislação, com o propósito de enquadrar o mesmo em termos institucionais.

Imagem

Tabela 1 - Atividades em que participei nos últimos 5 anos
Tabela 4 - Estudos de produção Académica, nos últimos anos, que abordam a temática do Desporto Escolar

Referências

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