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APLICAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA FLORAL

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Academic year: 2020

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International Scientific Journal – ISSN: 1679-9844 Nº 3, volume 13, article nº 5, July/September 2018 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v13n3a5

Accepted: 20/05/2018 Published: 30/09/2018

APLICAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA

FLORAL

APPLICATION OF EDUCATIONAL MODELS IN BIOLOGY TEACHING

FLORAL

Monique Perini1, Josiene Rossini2

1Universidade Federal do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, ES, Brasil. monique.perini@gmail.com

2

Museu Nacional do Rio de Janeiro/ Universidade Federal do Espírito Santo, Quinta da Boa Vista - São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ, Brasil.

josienerossini@gmail.com

Resumo - A biologia floral engloba grande quantidade de conceitos e

denominações, sendo enfrentada com dificuldade pelos alunos do Ensino Médio, no entanto, a utilização de modelos didáticos pode se tornar uma alternativa de baixo custo que, além de tornar as aulas atrativas e dinâmicas, contribui para o processo de construção do conhecimento. Este estudo traz como proposta ao ensino de biologia, uma ferramenta didática alternativa, o uso de modelos didáticos no processo de ensino e aprendizado de biologia floral. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da utilização de modelos didáticos no ensino de biologia floral. Observações empíricas e teóricas conduzem que o ser humano utiliza modelos psíquicos para formular pensamentos e compreender os fatos à sua volta, desta forma, este estudo tem como hipótese que a utilização de modelos didáticos em aulas de biologia facilita e contribui para a compreensão do conteúdo ministrado. Foram ministradas aulas em duas turmas do terceiro ano do Ensino Médio, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Geraldo Vargas Nogueira”, localizada no município de Colatina, Espírito Santo, para tanto, foram confeccionados modelos de flores uni e bissexuais. O desempenho das turmas foi comparado, por meio da aplicação de questionários antes e após as aulas, utilizando os modelos didáticos em uma das turmas e em outra apenas aula expositiva. Os resultados apontaram que a utilização dessa técnica alternativa de ensino é

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um diferencial em sala, capaz de suprir as dificuldades que possam existir dentro dos conteúdos de biologia floral, tornando as aulas atrativas e promovendo o contato direto do aluno com o conteúdo.

Palavras-chave: lúdico, dinâmica, botânica.

Abstract - The floral biology encompasses lot of concepts and names, being

faced with difficulty by high school students, however, the use of didactic models can become a low-cost alternative that, in addition to making the attractive and dynamic classes, contributes to the knowledge construction process. This study has as proposal to biology education, an alternative teaching tool, the use of didactic models in the teaching process and floral biology of learning. Thus, the aim of this study was to evaluate the effectiveness of using didactic models in floral biology teaching. Empirical and theoretical observations lead the human being uses mental models to formulate thoughts and understand the facts around this way, this study has the hypothesis that the use of didactic models in biology classes facilitates and contributes to the understanding of the content taught. Classes were taught in two classes of the third year of high school at the State Elementary School and East "Geraldo Vargas Nogueira", located in the city of Colatina, Espírito Santo, therefore, they were made models of uni and bisexual flowers. The performance of the groups was compared through the use of questionnaires before and after school, using didactic models in one of the classes and just another lecture. The results showed that the use of alternative teaching technique is a difference in class, capable of meeting the difficulties that might exist within the floral biology content, making the attractive lessons and promoting direct contact with the student content.

Keywords: playful, dynamic, botany.

Introdução

Desde a década de 50, o ensino de biologia vem sofrendo importantes mudanças que contribuíram para construção de sua atual estrutura, como por exemplo, a criação da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a qual torna o ensino de biologia obrigatório para todas as séries do ginásio, além da oferta de cursos de formação de professores para áreas específicas, contribuindo para melhoria da qualidade do ensino (KRASILCHIK, 2004; MELO; CARMO, 2009).

Entretanto, apesar de toda mudança educacional vivida até então, atualmente o ensino de biologia se encontrada de modo rudimentar, desatualizado e desmotivador, tendo seus reflexos no cotidiano dos estudantes, tornando-os desestimulados (FOUREZ, 2003; WERTHEIN; CUNHA, 2009). De acordo com

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Piaget (1970), é preciso, para alcançar um bom desempenho acadêmico, elaborar estratégias educacionais que atendem de forma inovadora e auxiliem na maneira de desenvolver estruturas cognitivas.

Neste contexto, para Krasilchik (2004), cabe ao professor moldar o conteúdo e torná-lo merecedor de atenção, em outras palavras, a biologia pode ser uma das disciplinas mais relevantes e interessantes, ou apenas uma disciplina insignificante e pouco atraente, dependendo da forma com que o conteúdo é abordado e aplicado.

Alguns autores têm destinado seus trabalhos ao entendimento das ferramentas de ensino utilizadas atualmente e à criação de novas alternativas de ensino, Carvalho (2000), por exemplo, observa que em biologia, atualmente, o ensino está reduzido à transmissão de conceitos prontos, porém, para o autor a escola tem outro papel, o de dotar os alunos de “condições teóricas e práticas” para que estes compreendam o mundo da forma mais responsável possível.

No entanto, há muitos problemas a serem enfrentados para utilização de novas metodologias como estratégias alternativas de ensino, já que a maioria das escolas da rede pública enfrenta a escassez de material biológico e a falta de estrutura laboratorial para realização de aulas práticas (SOUZA; ANDRADE; NASCIMENTO JUNIOR, 2008). Neste caso, o desenvolvimento de ferramentas práticas com o uso alternativo de materiais de fácil aquisição e baixo custo é essencial para as aulas de biologia.

Diante do exposto fica clara a necessidade de estratégias alternativas viáveis e de baixo custo que tornem o ensino capaz de estimular os estudantes, assim, a confecção e a utilização de modelos didáticos é uma das ferramentas que se encaixam neste contexto, tornando as aulas atrativas e dinâmicas, contribuindo para o processo de construção do conhecimento (FLOR, 2004).

Para explicar e entender o mundo a sua volta, o ser humano utiliza modelos mentais, que são representações internas que o próprio homem formula em sua mente para compreender os fatos que o cercam (GRECA; MOREIRA, 2002). Assim, a modelização é introduzida como instância mediadora entre o teórico e o empírico, tornando palpável, conteúdos abstratos e ocultos (PIETROCOLA, 2001).

Conforme salienta Rocha (2010), os modelos didáticos correspondem a uma simbologia que representa ideias ou conceitos, tornando-os assimiláveis ao alunado,

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em outras palavras, os modelos didáticos são representações esquematizadas tridimensionais que reproduzem a realidade com o objetivo de concretizar o abstrato, tornando um assunto abstrato, concreto.

Por ser um conteúdo complexo, com grande quantidade de conceitos e denominações, o estudo biologia floral é enfrentado com dificuldade pelos alunos, como comprova Martin e Braga (2004), ao analisarem o ensino referente a esta temática. Segundo os autores, a maioria dos professores entrevistados revelou priorizar outros temas, ora devido à falta de afinidade com o conteúdo, ora pelo desinteresse dos alunos.

No entanto, ainda conforme os autores, a ausência da aplicação de atividades práticas e visuais gera desmotivação dos discentes e assim, consequentemente, o desinteresse dos mesmos. Com base nesta premissa e em observações empíricas, o presente estudo tem como hipótese que, a utilização de modelos didáticos em aulas de biologia floral facilita e contribui para a construção do conhecimento acerca do conteúdo ministrado.

Assim, representação de estruturas florais através de modelos didáticos para o ensino de biologia revela aos alunos detalhes que só seriam observados por meio de estetoscópio eletrônico, cujo, a maioria das escolas de rede pública de ensino não possui (PACHECO, 2000). Além, de uma alternativa prática de modelo inclusivo de fácil acesso, o qual pode auxiliar pessoas cegas ou com baixa visão, pois de acordo com sua necessidade os modelos podem ser confeccionados com texturas diferencias para que estas pessoas também participem da aula e compreendam o assunto (VINHOLI JUNIOR; RAMIRES, 2014).

Deste modo, modelos didáticos de flores ajudam no entendimento de estruturas florais, que geralmente, são de tamanho reduzido ou não possuem cores diferenciadas para melhor compreensão, sendo os modelos coloridos e de maior tamanho, favorecendo a participação de alunos com baixa visão que não conseguem, por exemplo, observar óvulos dentro do ovário das flores reais mesmo utilizando lupas (SILVA; LANDIM; SOUZA, 2014).

É pensando nas dificuldades enfrentadas para melhoria do ensino de biologia e na facilitação do aprendizado que o presente trabalho teve como objetivo analisar a eficácia da utilização de modelos didáticos como instrumentação de ensino da

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biologia floral, para auxiliar a construção do conhecimento de alunos do Ensino Médio, a fim de responder ao seguinte questionamento: o uso de modelos didáticos como instrumento alternativo no ensino de biologia floral influencia no processo de ensino e aprendizado dos alunos?

Procedimentos Metodológicos

Este trabalho segue uma abordagem qualitativa e quantitativa. Qualitativa, com caráter exploratório, isto é, estimula os entrevistados a pensarem livremente sobre o tema e quantitativa, pois apura opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados já que utilizou instrumentos estruturados - questionários (ANDRADE, 2003).

A pesquisa foi desenvolvida com duas turmas de terceiros anos do Ensino Médio do turno noturno, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio - Geraldo Vargas Nogueira, localizada na Av. Brasil, s/ n., bairro Lace, município de Colatina, Espírito Santo, Brasil, onde foram ministradas aulas de morfologia vegetal. Segundo o professor titular da classe, os alunos que participaram da pesquisa ainda não haviam estudado o conteúdo, logo, este, se tratava de um assunto de pouco conhecimento das turmas.

Um questionário foi aplicado de acordo com Lakatos e Marconi (1991), constituído por perguntas discursivas e objetivas, as quais foram respondidas antes e após a aula. O questionário possui oito questões voltadas para biologia floral e uma sobre a opinião dos alunos a respeito do uso de modelos didáticos como recurso pedagógico, totalizando nove questões.

O propósito desta ferramenta baseou-se na comparação da eficácia da utilização de modelos didáticos como estratégia de ensino. Antes das aulas expositivas foi aplicado um questionário para ambas as turmas, a fim de avaliar o conhecimento prévio dos alunos em relação ao tema. Na turma (A) foi aplicada uma aula com a utilização dos modelos como ferramenta didática, complementando a aula expositiva. Na turma (B) houve apenas aula expositiva sem o auxílio dos modelos. Após uma semana da aplicação destas aulas, os questionários foram novamente aplicados com objetivo de caracterizar e comparar o rendimento/aprendizado das turmas.

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A compilação dos dados realizou-se da seguinte forma: as questões foram corrigidas e o aluno cumprindo o objetivo da questão, ou seja, acertando-a por completo, esta era classificada como “habilidade desenvolvida”, caso o aluno tenha errado ou a atividade estivesse incompleta, seria “habilidade não desenvolvida” e quando o aluno não respondia a questão, classificou-se apenas com “em branco”.

Os modelos didáticos foram elaborados em momentos extraclasses, não contando com o apoio dos alunos neste momento da confecção. Os mesmos foram confeccionados através de recursos viáveis e de fácil acesso onde auxiliaram de forma prática o entendimento sobre as peças florais, os sistemas sexuais existentes e as formas de polinização.

Foram confeccionadas flores bissexuais e unissexuais. Em relação ao tamanho das flores não foram utilizadas escalas, logo, as flores não possuem tamanho real. Sendo assim, para confecção dos modelos utilizou-se: bolas de isopor, papel E.V.A., arame, canetas coloridas, cola quente, tinta e grãos de feijão.

Os modelos representam uma flor feminina (unissexual), uma masculina (unissexual) e uma com ambos os sexos (hermafrodita ou bissexual), além de destacar suas peças florais e onde as mesmas estão localizadas como, pétalas, sépalas, cálice, corola, antera e filete, compondo o órgão reprodutor masculino da flor (androceu) e/ou estigma, estilete e ovário, formando o órgão reprodutor feminino (gineceu).

Resultados e Discussão

Apresentamos e analisamos os resultados da pesquisa executada sobre conteúdos básicos e fundamentais na área de biologia floral com os alunos do 3º ano do ensino médio de uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio – Geraldo Vargas Nogueira (Polivalente de Colatina) na disciplina Biologia.

A turma A é caracteriza por ter sido a turma a qual se utilizou modelos florais como estratégia didática além da aula expositiva, já a turma B, houve apenas a aula expositiva. Conforme mencionado anteriormente, aplicou-se um questionário antes e após a aula para ambas as turmas.

A figura 1, apresenta os dados obtidos a partir da aplicação do primeiro questionário na turma A, onde pode-se observar que, como a turma ainda não havia

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estudado o conteúdo ministrado, era esperado que parte das questões, principalmente as discursivas, fossem deixadas em branco.

Porém, é válido ressaltar que apesar da falta de contato recente com as nomenclaturas e conceitos de biologia floral, em outros momentos da vida acadêmica, estes alunos deveriam ter tido contato com este tema, já que este compõe uma das disciplinas obrigatórias do currículo escolar (KRASILCHIK, 2004).

Figura 1– Resultados do questionário 1 aplicado a turma A. Fonte: Autoria própria.

Conforme o esperado, as três primeiras questões foram as que apresentaram maior percentual de atividades em branco (25%) em relação às demais questões (Figura 1). Fato que pode ser explicado com base na necessidade da elaboração de respostas concretas, tornando indispensável a maior dedicação, atenção e conhecimento do conteúdo por parte dos alunos no processo de formulação das respostas (RAMOS; SILVA, 2012).

Entretanto, como observa-se na figura 2, assim como na turma A, a turma B também apresentou alto índice de questões em branco neste primeiro momento de avaliação, diferenciando-se no quesito de que, primeiramente, a maior parte das questões em branco concentrava-se nas atividades discursivas, neste caso, independente da forma de abordagem do conteúdo, houve alto percentual de atividades em branco bem como com respostas não satisfatórias.

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Figura 2 - Resultados do questionário 2 aplicado a turma B. Fonte: Autoria própria.

De modo geral, para ambas as turmas, aproximadamente 40% das respostas não foram satisfatórias, ora pela falta de conhecimento acerca das diferentes nomenclaturas que circundam o tema, ora pelo desinteresse e desmotivação dos alunos pelo conteúdo dessa temática desde o primeiro contato com a botânica (LOGUERCIO; DEL PINO; SOUZA, 1999).

Nesse sentido, conforme salienta Silva (2008) a dificuldade dos alunos diante de temas com diferentes nomes e termos pode estar associada as metodologias de ensino adotadas pelos profissionais. Neste caso, o discente não encontrando um encadeamento lógico e com nexo, este não consegue construir mentalmente um significado de determinado termo, portanto, não aprende, apenas memoriza temporariamente (MALDANER, 2000).

Desta forma, a fim de reforçar a ideia de Maldaner (2000), Krasilchik (2005), Marandino et al. (2005), Torres e Marriott (2007), de que o conteúdo e a metodologia escolhida para a aula influenciam tanto para o ensino quanto para a aprendizagem, utilizou-se como metodologia modelos didáticos na turma A, e os resultados desta aplicação podem ser observados na figura 3.

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Figura 3–Resultados do questionário 2 aplicado a turma A Fonte: Autoria própria.

Nota-se que após a aula didática sobre biologia floral para a turma A, cerca de 90% das questões, que antes haviam sido entregues em branco ou apresentaram-se insatisfatórias, posteriormente apresentaram respostas satisfatórias, com exceção da questão 4 a qual permaneceu com maior percentual de respostas insatisfatórias.

Esta questão provoca o pensamento do aluno acerca do processo de autofecundação, onde 60% da turma respondeu de forma incorreta. Acredita-se que o crescimento informativo relacionado a este termo pode ter sido deficiente, havendo a necessidade de uma nova abordagem.

Entretanto, ao avaliar o questionário 2 aplicado à turma B observa-se que em comparação com o primeiro questionário, o segundo apresenta um índice maior de respostas satisfatórias, porém, em relação à turma A, a quantidade de respostas em branco ou insatisfatórias mantêm-se elevada compondo aproximadamente 50% de exercícios em branco ou com respostas insatisfatórias (Figura 4).

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Figura 4 - Resultados do questionário 2 aplicado a turma B. Fonte: Autoria própria.

Ao comparar os dois questionários 2 entre as turmas, pode-se afirmar que a turma B demonstrou mais dificuldade a respeito do tema do que a turma A, fato que pode ser baseado nas premissas ditas por Krasilchik (1996). Segundo a autora para que o conhecimento seja verdadeiramente transmitido e captado pelo alunado, este precisa ter como ponto de apoio a prática, com base na teoria.

Diante das respostas satisfatórias, fica clara a percepção dita por Vigotsky (2000), onde o mesmo afirma que os conceitos científicos são reelaborados no processo da própria experiência vivida pelo aluno, principalmente em contato com o mundo dos objetos ou até mesmo por meio de conceitos anteriormente formulados.

Em outras palavras, os conceitos científicos não são memorizados ou decorados, eles surgem a partir de pensamentos de um novo significado individual que se formam no processo de aprendizagem e são facilmente assimilados com base na experiência do indivíduo.

Neste caso, entende-se que os alunos compreenderam de fato o conteúdo apresentado, e apesar das dificuldades de assimilação como comprovado no primeiro questionário para as duas turmas, pode-se afirmar que a aula de biologia floral foi produtiva cumprindo seus objetivos esperados.

Diante do exposto, apesar das flores estarem presentes em todos os ambientes e participarem do dia-a-dia dos alunos, poucos eram os que conheciam o

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assunto relacionado a elas. Observa-se também, que ambas as turmas alcançaram o objetivo da aula independente da utilização ou não dos modelos florais como ferramenta didática, entretanto, a turma A obteve melhor resultado quando comparado o questionário aplicado a turma B.

Deste modo, ao relacionaras médias de acertos da turma B, nota-se que não houve grande desenvolvimento no aprendizado do conteúdo, e de acordo com as médias obtidas o percentual de acertos cresceu entre 20 e 40%, já na turma A, este percentual cresceu entre 10% e 100%, tal valor pode ser comprovado ao observar as figuras 1 a 4.

As duas turmas responderam a questão 9 que tinha como propósito avaliar a opinião dos alunos acerca do uso de modelos em sala de aula, e a figura 5, demonstra que 90% dos alunos das turmas acreditam na eficiência dessa didática e apoiam o seu uso como recurso didático, aumentando o interesse escolar e melhorando o rendimento. Os outros 10% acham que o baixo rendimento é pela falta de interesse dos alunos em prestar atenção nas aulas e questionar suas dúvidas.

Figura 2–Resultados da questão aplicada para as turmas A e B referente à opinião dos alunos em relação a utilização de modelos didáticos para as aulas de biologia. Fonte: Autoria própria.

Acredita-se que ao utilizar modelos didáticos, os alunos além de se interessarem mais pelo assunto, estão tendo contado com estruturas maiores do que as naturais e podem observar com mais precisão os detalhes de uma flor.

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Aumentando assim as chances desta aula ser significativa para o aluno, o qual os resultados desta pesquisa comprovam tal fato.

Conclusão

Esta pesquisa comprovou a dificuldade dos estudantes na compreensão de assuntos abordando biologia floral já apontado na literatura. O trabalho atingiu os resultados esperados, apresentando a importância da utilização de ferramentas didáticas diferenciadas. Porém, conclui-se que a metodologia utilizada nos questionários com perguntas objetivas e discursivas não avaliam a fundo o conhecimento do aluno. O ideal neste caso são apenas questões discursivas que levam o aluno a refletir e escrever sobre o conteúdo, deixando de lado a hipótese de que o mesmo acertou a atividade ao acaso.

O diferencial dos modelos didáticos como recurso alternativo é sua facilidade de produção, baixo custo, fácil conservação e ampla aplicabilidade, capaz de suprir as dificuldades que possam existir dentro dos conteúdos de biologia floral.

Dessa forma, espera-se incentivar os profissionais da educação a utilizarem modelos didáticos como o utilizado no presente trabalho, pois assim, espera-se obter melhor ensino-aprendizagem.

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Figura 2 - Resultados do questionário 2 aplicado a turma B. Fonte: Autoria própria.
Figura 4 - Resultados do questionário 2 aplicado a turma B. Fonte: Autoria própria.

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