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Pesos de Hamming generalizados e c ´odigos parametrizados

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Pesos de Hamming generalizados e c ´odigos

parametrizados

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERL ˆANDIA FACULDADE DE MATEM ´ATICA

2018

(2)

AUGUSTO DUARTE PENA

Pesos de Hamming generalizados e c ´odigos

parametrizados

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P ´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica da Universidade Federal de Uberlˆandia, como parte dos requisitos para obtenc¸˜ao do t´ıtulo deMESTRE EM MATEM ´ATICA.

´

Area de Concentra¸c˜ao:Matem´atica. Linha de Pesquisa:Geometria Alg´ebrica.

Orientador:Prof. Dr. C´ıcero Fernandes de Carvalho.

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil.

P397p

2018 Pena, Augusto Duarte, 1992- Pesos de Hamming generalizados e códigos parametrizados / Augusto Duarte Pena. - 2018.

51 f. : il.

Orientador: Cícero Fernandes de Carvalho.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Matemática.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.242 Inclui bibliografia.

1. Matemática - Teses. 2. Bases de Gröbner - Teses. 3. Geometria algébrica - Teses. 4. Códigos de controle de erros (Teoria da informação) - Teses. I. Carvalho, Cícero Fernandes de. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Matemática. III. Título.

(4)
(5)

Dedicat ´oria

(6)

Agradecimentos

Agradec¸o primeiramente aos meus pais Anilza e Maur´ıcio pelo dom da vida.

Agradec¸o ao meu orientador C´ıcero Fernandes de Carvalho por todo o apoio dado e por ter sido muito mais que apenas um orientador durante estes dois anos e tamb´em durante meus tempos de graduac¸˜ao. Sou grato por todos os ensinamentos e lic¸ ˜oes que pude apren-der com ele.

Agradec¸o `a minha fam´ılia por todo o apoio, paciˆencia e carinho comigo.

Agradec¸o aos v´arios amigos que fiz em todos esses anos de UFU. Em especial, agradec¸o aos meus amigos Alexandre, Paulo Victor e Ueslei. Agradec¸o tamb´em aos amigos da minha turma: Alu´ızio, Z´e Henrique, J ´ulian, Javier e Milton Gabriel, que tornaram as aulas mais divertidas e os estudos mais proveitosos.

Agradec¸o aos excelentes professores que tive na UFU que certamente contribuiram para a minha formac¸˜ao. Em especial agradec¸o aos professores Geraldo Botelho, Victor Gonzalo, M´ario Henrique, Alonso Sep ´ulveda, Guilherme Tizziotti, M´arcio Dantas e Daniel Cariello.

(7)

PENA, A. D. Pesos de Hamming generalizados e c´odigos parametrizados. 2018. (51 p´ag) p. Dissertac¸˜ao de Mestrado, Universidade Federal de Uberlˆandia, Uberlˆandia-MG.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo estudar os pesos de Hamming generalizados de c ´odigos pa-rametrizados por conjuntos t ´oricos. Mostramos que em alguns casos particulares encontra-mos cotas mais refinadas para os pesos generalizados. Definiencontra-mos o que s˜ao conjuntos mer-gulhados e apresentamos a relac¸˜ao de seus pesos generalizados com os conjuntos nos quais est˜ao mergulhados. Utilizamos aqui ferramentas da Teoria de C ´odigos, Bases de Gr ¨obner e Geometria Alg´ebrica. O trabalho d´a uma breve introduc¸˜ao dos conceitos apresentados e uti-liza os resultados dos cap´ıtulos iniciais para fundamentar os resultados do ´ultimo cap´ıtulo.

(8)

PENA, A. D.Generalized Hamming weights and parameterized codes2018. (51 pages) p. M. Sc. Dissertation, Federal University of Uberlˆandia, Uberlˆandia-MG.

Abstract

This goal of this work is to study the generalized Hamming weights of parameterized codes associated to toric sets. We show that in some particular cases we find sharper bounds for the generalized weights. We define embedded sets and present their relation to the sets they are embedded to. The tools here used come from coding theory, Gr ¨obner basis and algebraic geometry. This work gives a brief introcuction to the presented concepts and uses the results from the initial chapters to reach its goal.

(9)

Resumo vii

Abstract viii

Introdu¸c˜ao 1

1 Introdu¸c˜ao 2

1.1 C ´odigos e a M´etrica de Hamming . . . 2

1.2 C ´odigos Lineares . . . 4

1.3 Cotas superiores . . . 6

1.4 Pesos de Hamming generalizados e c ´odigos MDS . . . 6

2 Preliminares 9 2.1 Polin ˆomios e Bases de Gr ¨obner . . . 9

2.2 Variedades afins e a pegada de um ideal . . . 13

2.3 Geometria Projetiva . . . 14

2.3.1 Espac¸o Projetivo . . . 14

2.3.2 Variedades Projetivas . . . 16

2.4 Grafos . . . 22

3 C ´odigos produto 24 3.1 O produto tensorial . . . 24

3.2 O produto direto e a imers˜ao de Segre . . . 26

4 C ´odigos parametrizados 31 4.1 Cotas para c ´odigos parametrizados . . . 33

4.1.1 O grafo bipartido completoKm,n . . . 35

4.2 Uma cota geral . . . 38

4.3 Conjuntos mergulhados . . . 40

(10)

Este ´e um trabalho sobre teoria de c ´odigos, e em especial, sobre a teoria de c ´odigos corretores de erros. Durante a transmiss˜ao de informac¸ ˜oes, o canal utilizado pode apresentar ru´ıdos e comprometer a transmiss˜ao, gerando erros nas informac¸ ˜oes que desejamos enviar. De modo a sanar este problema agregamos, de maneira adequada, uma redundˆancia `a informac¸˜ao ori-ginal de modo que, ap ´os a transmiss˜ao o receptor seja capaz de detectar se houveram erros, e em caso afirmativo, corrigi-los com o aux´ılio da redundˆancia adicionada.

O poder de correc¸˜ao de um c ´odigo corretor de erros est´a diretamente ligado `a sua distˆancia m´ınima. Um c ´odigo tem trˆes parˆametros fundamentais: comprimento, dimens˜ao e distˆancia m´ınima. O conceito de distˆancia m´ınima pode ser generalizado, obtendo-se ent˜ao o que cha-mamos de pesos de Hamming generalizados. Neste trabalho estudamos estes pesos para c ´odigos que s˜ao parametrizados por conjuntos t ´oricos. Veremos que tal estudo ´e bem inte-ressante, e em alguns casos espec´ıficos, conseguimos determinar cotas que melhor estimam os pesos de Hamming generalizados do que resultados cl´assicos na literatura.

Este trabalho est´a dividido em quatro partes. Na primeira parte introduzimos as definic¸ ˜oes e conceitos iniciais e damos uma motivac¸˜ao sobre a importˆancia de c ´odigos com distˆancias m´ınimas altas em relac¸˜ao ao seu comprimento. Veremos que os parˆametros de um c ´odigo devem satisfazer algumas relac¸ ˜oes, definimos o conceito de c ´odigo MDS e em seguida exi-bimos cotas correspondentes aos pesos de Hamming generalizados.

Na segunda parte fazemos um tratado de polin ˆomios em v´arias vari´aveis e introduzi-mos conceitos tais como Bases de Gr ¨obner e o Algoritmo de Buchberguer. Veintroduzi-mos tamb´em a definic¸˜ao de variedades afins e pegada de um ideal. Depois apresentamos o conceito de espac¸o projetivo e trabalhamos com polin ˆomios neste espac¸o, em especial, lidando com po-lin ˆomios homogˆeneos e por fim, fazemos uma breve introduc¸˜ao de grafos.

Na terceira parte apresentamos o produto tensorial entre espac¸os vetoriais, sua construc¸˜ao e motivamos a construc¸˜ao do c ´odigo produto. Vemos algumas propriedades e parˆametros do c ´odigo produto e atrav´es da imers˜ao de Segre podemos estabelecer uma conex˜ao entre o c ´odigo produto e o produto tensorial de espac¸os vetoriais.

Na quarta parte introduzimos os conceitos de c ´odigos parametrizados por conjuntos t ´oricos e seus parˆametros. Veremos alguns c ´odigos parametrizados espec´ıficos e cotas para seus pesos de Hamming generalizados e tamb´em algumas cotas para c ´odigos parametri-zados por mon ˆomios de mesmo grau. Por fim definiremos o que s˜ao conjuntos t ´oricos mergulhados, afim de estudarmos como cotas para os pesos de Hamming generalizados de conjuntos t ´oricos se relacionam com as cotas de conjuntos t ´oricos mergulhados.

Augusto Duarte Pena Uberlˆandia-MG, 20 de Fevereiro de 2018.

(11)

Introdu¸c˜ao

Inicialmente usaremos este cap´ıtulo para introduzirmos os objetos centrais deste trabalho. Veremos o que s˜ao c ´odigos, a m´etrica de Hamming e uma interpretac¸˜ao geom´etrica do que significa corrigir um erro em um c ´odigo. Al´em disso veremos um tipo especial de c ´odigo, chamado c ´odigo linear e algumas de suas propriedades.

1.1

C ´odigos e a M´etrica de Hamming

Comec¸aremos tomando um conjunto finitoA, cujo n ´umero de elementos ´e denotado por|A|

e simbolizado por q. Um c ´odigo corretor de erros ´e um subconjunto pr ´oprio (isto ´e, n˜ao ´e vazio e estritamente diferente) qualquer deAn, para algum n ´umero naturaln.

Observa¸c˜ao 1.1.1. Quando n˜ao houver ambiguidade escreveremos os elementos(a1, . . . , an)deAn

comoa1. . . an.

Dados dois elementosu, v ∈An, adistˆancia de Hammingentreuev ´e definida como

d(u, v) = |{i:ui =6 vi,1≤i≤n}|.

Vemos que da maneira como foi definida, a distˆancia de Hamming mede o n ´umero de coor-denadas que os elementosuev diferem.

Exemplo 1.1.2. TomandoA={0,1}en = 3, temos

d(001,111) = 2, d(000,111) = 3.

O pr ´oximo resultado mostra que a distˆancia de Hamming satisfaz as condic¸ ˜oes necess´arias para ser chamada de m´etrica, sendo assim ´e usual cham´a-la dem´etrica de Hamming. Proposi¸c˜ao 1.1.3. [8, Proposi¸c˜ao 1.2.1] Dadosu, v, w ∈An, as seguintes propriedades se verificam:

1. d(u, v)≥0e vale a igualdade se, e somente seu=v;

2. d(u, v) =d(v, u);

3. d(u, v)≤d(u, w) +d(w, v).

Dado um elemento a ∈ An e um n ´umero realr 0, definimos odiscoe aesferade centro

emae raiorcomo sendo, respectivamente, os conjuntos

D(a, r) ={u∈An :d(u, a)r}, S(a, r) ={uAn :d(u, a) =r}.

Os conjuntos acima definidos s˜ao finitos e nos ajudar˜ao a dar uma interpretac¸˜ao geom´etrica da situac¸˜ao.

(12)

Lema 1.1.4. [8, Lema 1.2.1] Para todoa ∈Ane todos os n ´umeros naturaisr, i >0, temos que

|D(a, r)|=

r

X

i=0

n i

(q−1)i e|S(a, i)|=

n i

(q−1)i.

Observemos que a cardinalidade deD(a, r)depende den, q er. Dado um c ´odigoC, defini-remos adistˆancia m´ınimadeCcomo o n ´umero

d= min{d(u, v) :u, v ∈C, u6=v}.

Como c ´odigos s˜ao conjuntos finitos, em teoria podemos facilmente calcular a distˆancia m´ınima de qualquer c ´odigo. Caso n˜ao haja nenhum m´etodo desenvolvido, este c´alculo se mostra trabalhoso pois ´e necess´ario calcular M2 distˆancias, ondeM aqui representa o n ´umero de elementos do c ´odigo, e isto tem um custo computacional elevado.

Dado um c ´odigoC com distˆancia m´ınimad, definimos

κ =

d−1 2

,

onde [t] representa a parte inteira do n ´umero real t. O pr ´oximo resultado nos mostra a importˆancia da vari´avelκ:

Lema 1.1.5. [8, Lema 1.2.2] Seja C um c´odigo com distˆancia m´ınima d. Se c e c′ s˜ao elementos

distintos deC, ent˜ao

D(c, κ)∩D(c′, κ) = ∅.

O pr ´oximo resultado nos mostra a importˆancia da distˆancia m´ınima do c ´odigo.

Teorema 1.1.6. [8, Teorema 1.2.1] SejaCum c´odigo com distˆancia m´ınimad. Ent˜aoCpode corrigir at´eκerros e detectar at´ed−1erros.

Em virtude deste teorema, quanto maior for sua distˆancia m´ınima, maior ser´a sua capaci-dade de correc¸˜ao e detecc¸˜ao de erros. Sendo assim, ´e importante podermos calculardou ao menos determinar cotas inferiores ou superiores para ele.

Com os resultados acima podemos dar a seguinte interpretac¸˜ao geom´etrica de c ´odigos cor-retores de erros:

(13)

1.2

C ´odigos Lineares

Ao definirmos um c ´odigo, bastava que o conjuntoC fosse um subconjunto pr ´oprio de An.

Agora, tomaremosAcomo um corpo finito de q elementos, a fim de acrescentar ao c ´odigo uma estrutura de espac¸o vetorial, o que nos permitir´a trabalhar com combinac¸ ˜oes lineares de elementos do c ´odigo.

SejaFq um corpo finito comqelementos, temos que para cada n ´umero naturaln, o conjunto

Fn

q ´e umFq−espac¸o vetorial de dimens˜aon. Um c ´odigo C ⊂ Fnq ser´a chamado de c ´odigo

linearse for um subespac¸o vetorial deFn q.

Todo c ´odigo linear ´e por definic¸˜ao um espac¸o vetorial de dimens˜ao finita. Sejaka dimens˜ao do c ´odigoC e seja v1, . . . , vk uma de suas bases. Todo elemento de C ´e unicamente escrito

na forma λ1v1 +· · · +λkvk, onde λi, i = 1, . . . , k s˜ao elementos de Fq e assim segue que

M =|C| = qk. Chamaremos deparˆametros do c ´odigo linearC a terna de inteiros(n, k, d),

onden ´e o comprimento deC, k ´e a dimens˜ao deC como espac¸o vetorial e d ´e a distˆancia m´ınima deC.

Dadox∈Fn

q, definimos opesodexcomo sendo o n ´umero inteiro

ω(x) = |{i∈ {1, . . . , n}:xi 6= 0}|=d(x,0),

onded ´e a m´etrica de Hamming. Definimos tamb´em o peso de um c ´odigo linearC como sendo o n ´umero inteiro

ω(C) = min{ω(x) :x∈C− {0}}.

Da estrutura de espac¸o vetorial do c ´odigo, temos a seguinte proposic¸˜ao: Proposi¸c˜ao 1.2.1. [8, Proposi¸c˜ao 5.1.1] Seja C ⊂ Fn

q um c´odigo linear com distˆancia m´ınima d.

Ent˜ao vale que:

1. Para todosx, y ∈Fn

q,d(x, y) =ω(x−y);

2. d=w(C).

Aqui ´e poss´ıvel ver uma vantagem da estrutura de espac¸o vetorial: a distˆancia m´ınima ´e exatamente o peso do c ´odigo, que ´e obtido atrav´es do c´alculo deqk1distˆancias.

Como c ´odigos lineares s˜ao espac¸os vetoriais, podemos pensar em duas maneiras elemen-tares de se gerar espac¸os vetoriais: considerando o n ´ucleo ou imagem de transformac¸ ˜oes lineares. Durante todo o nosso trabalho, lidaremos apenas com c ´odigos vistos como ima-gem de transformac¸ ˜oes lineares. Para isto, sejaCum c ´odigo linear e escolhav1, . . . , vkcomo

uma base deCe considere a aplicac¸˜ao linear

T :Fk

q −→ Fnq

x= (x1, . . . , xk) 7−→ x1v1+· · ·+xkvk (1.1)

Segue queT ´e uma transformac¸˜ao linear injetora tal que sua imagem ´eC, isto ´e,T(Fkq) =C.

Seja B = {v1, . . . , vk} uma base ordenada de C e considere a matriz G, cujas linhas s˜ao os

vetoresvi = (vi1, . . . , vin), i= 1, . . . , k, isto ´e

G=

  

v1 ...

vk

  =

  

v11 v12 · · · v1n

... ... ...

vk1 vk2 · · · vkn

  .

(14)

Observamos que de (1.1), o c ´odigo linearC pode ser escrito como combinac¸˜ao linear (com coeficientes emFq) de todas as linhas da matriz geradora. Diremos que uma matriz

gera-doraGde um c ´odigoCest´a na forma padr˜aose tivermosG= (Idk|A), onde Idk ´e a matriz

identidade de ordemkeA, uma matrizk×(n−k).

Dadosu= (u1, . . . , un)ev = (v1, . . . , vn)elementos deFnq, definimos oproduto internodeu

ev por

hu, vi=u1v1+· · ·+unv.

Esta operac¸˜ao satisfaz as propriedades usuais de produto interno, isto ´e,

hu, vi=hv, ui e hu+λw, vi=hu, vi+λhw, vi, para todoλ ∈Fq.

SejaC⊂Fn

q um c ´odigo linear. Definiremos oc ´odigo dualdeCcomo o conjunto

C⊥={v ∈Fnq :hv, ui= 0, para todou∈C}.

Proposi¸c˜ao 1.2.2. [8, Lema 5.3.1] SeC ⊂Fn

q ´e um c´odigo linear com matriz geradoraG, ent˜ao:

1. C⊥´e um subespa¸co vetorial deFn q;

2. x∈C⊥ ⇐⇒ Gxt= 0.

SejaC ⊂ Fn

q um c ´odigo de dimens˜aok com matriz geradoraG= (Idk|A). Definimosa

ma-triz de teste de paridadedeCcomo sendoH = (−At|Id k).

Proposi¸c˜ao 1.2.3. [8, Proposi¸c˜ao 5.3.2] Usando a nota¸c˜ao acima, temos que: 1. dimC⊥ =nk;

2. H ´e uma matriz geradora deC⊥.

Decidir se um elemento pertence ou n˜ao a um c ´odigo, em geral, consiste em resolver um sistema linear. A matriz teste de paridade nos permite solucionar este problema de forma mais f´acil.

Proposi¸c˜ao 1.2.4. [8, Proposi¸c˜ao 5.3.4] Seja C um c´odigo linear e suponhamos que H seja uma matriz geradora deC⊥. Ent˜ao

v ∈C ⇐⇒ Hvt = 0.

Exemplo 1.2.5. TomandoFq =F2, o comprimenton= 7e a dimens˜aok = 4, temos

G=

   

0 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

   

,

e o c´odigo gerado porG´eC ={0000000,0001111,0110011,1010101,1111111,0111100,1011010,

1110000,1100110,1001100,0101010,1101001,1000011,0100101,0011001,0010110} e uma breve verifica¸c˜ao mostra que a distˆancia m´ınima ´edC = 3.

Agora, mantendo o mesmo corpo e o comprimento e tomando a dimens˜aok = 3, temos

H =

 

0 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1

 ,

e o c´odigo gerado porH´eC⊥ ={0000000,0001111,0110011,1010101,0111100,1011010,1100110,

(15)

1.3

Cotas superiores

Como mencionamos anteriormente ´e importante que a dimens˜ao e distˆancia m´ınima de um c ´odigo sejam grandes em relac¸˜ao ao comprimento. Veremos agora algumas relac¸ ˜oes que os parˆametros de um c ´odigo devem satisfazer. Durante este trabalho estaremos interessados em trˆes cotas: a de Singleton, a de Plotkin e a de Griesmer.

Teorema 1.3.1. Seja C um c´odigo com comprimento n, com M elementos e distˆancia m´ınima d, definido sobre um corpo finito comqelementos. Temos que

M ≤qn−d+1. Demonstra¸c˜ao. SejaC ⊂Fn

q o c ´odigo com os parˆametros dados e considere a projec¸˜ao

Pr:Fnq −→ Fnq−d+1

(x1, . . . , xn) 7−→ (xd, xd+1, . . . , xn)

A restric¸˜ao de Pr aC ´e injetora, pois se Pr(x) = Pr(y) parax, y ∈ C, ent˜aod(x, y) ≤ d−1, e pela definic¸˜ao de distˆancia isto pode acontecer apenas se d(x, y) = 0, e assim temos que

x=y. Portanto, temos que Pr(C) ´e um subconjunto deFn−d+1

q comM elementos, da´ı segue

queM ≤qn−d+1.

Corol´ario 1.3.2 (Cota de Singleton). Os parˆametros (n, k, d) de um c´odigo linear satisfazem `a desigualdade

d≤n−k+ 1.

Demonstra¸c˜ao. Basta observar que em um c ´odigo linear,M =qk, assim

qk qn−d+1 dnk+ 1.

Teorema 1.3.3. [11, Cota de Plotkin] Os parˆametros (n, k, d) de um c´odigo linear com n < 2d

satisfazem `as desigualdades

1. qk 2qn, sed= (11

q)n;

2. qk qd

qd−(q−1)n, sed >(1−

1

q)n.

Teorema 1.3.4. [11, Cota de Griesmer] Os parˆametros (n, k, d) de um c´odigo linear satisfazem `a desigualdade

k

X

i=0

d qi

≤n.

1.4

Pesos de Hamming generalizados e c ´odigos MDS

(16)

SejaBum subconjunto deFnq, definiremos osuportedeste conjunto como

supp(B) ={i: existe(w1, . . . , wn)∈ Btal quewi 6= 0}.

Or−´esimo peso de Hamming generalizadode um c ´odigoC ´e dado por

dr(C) = min{|supp(D)|:D ´e um subc ´odigo deC e dimFqD=r},

para1 ≤ r ≤ k, ondek ´e a dimens˜ao do c ´odigo C. A hierarquia de pesos do c ´odigo C ´e o conjunto de inteiros{dr(C) : 1 ≤r ≤ k}. ´E f´acil ver que tomandor = 1, o primeiro peso de

Hamming generalizado ´e precisamente a distˆancia m´ınima do c ´odigo.

Teorema 1.4.1. SejaC um c´odigo linear de comprimentone dimens˜aok. Valem as desigualdades

1≤d1(C)< d2(C)<· · ·< dk(C)≤n.

Demonstra¸c˜ao. Sejar∈ {2, . . . , k}, temos

min{|supp(D)|:D ⊆C e dimFqD =r−1} ≤min{|supp(D)|:D ⊆ Ce dimFqD=r},

e logodr−1(C)≤dr(C). Queremos mostrar que a desigualdade ´e estrita. SejaDum subc ´odigo

deC tal que|supp(D)| =dr(C)edimFq(D) = r. Sejai ∈supp(D)eDi := {x∈ D: xi = 0}e

considere a aplicac¸˜ao

P :D −→ Fq

x 7−→ xi.

Dei ∈supp(D)segue que a aplicac¸˜aoP ´e sobrejetora e seu n ´ucleo ´e exatamente o conjunto

Di. AssimdimFq(Di) = r−1edr−1(C)≤ |supp(Di)| ≤ |supp(D)| −1 = dr(C)−1.

Exemplo 1.4.2. SejaC = h11000,00110,00011i(ou, equivalentemente, o c´odigo que tem estes ve-tores como linhas em sua matriz geradora). Ent˜aod1(C) = 2, por exemplo usando D1 = h11000i,

d2(C) = 3, por exemplo usandoD2 =h00110,00011ied3(C) = 5, por exemplo usandoD3 =C.

Um c ´odigo ser´a chamado dec ´odigo MDS(maximum distance separable) se atinge a igual-dade na cota de Singleton, isto ´e,

d=n−k+ 1.

Parar = 1, . . . , k, um c ´odigo ser´a chamado der−MDSse vale

dr(C) = n−k+r.

Exemplo 1.4.3 (C ´odigos de Reed-Solomon). Seja K um corpo finito e considere o K−espa¸co vetorialK[X]k−1 dos polinˆomios emK[X]de grau menor ou igual a k−1, incluindo o polinˆomio nulo, isto ´e,

K[X]k−1 ={P ∈K[X] : grau(P)≤k−1} ∪ {0}.

ClaramenteK[X]k−1´e um espa¸co vetorial de dimens˜aoke uma base ´e dada por{1, X, X2, . . . , Xk−1}. Sejan um inteiro, tal quen≥ k, eα1, . . . , αnelementos distintos deK. Considere a fun¸c˜ao definida

por

T :K[X]k−1 −→ Kn

P 7−→ (P(α1), . . . , P(αn)).

T ´e claramente uma transforma¸c˜ao linear injetora. De fato,

(17)

pois um polinˆomio n˜ao nuloP de grau menor quekn˜ao pode ternra´ızes distintas.

A imagem C de T ser´a chamada de C ´odigo de Reed-Solomon de comprimento n e dimens˜ao k

definido porα1, . . . , αne uma matriz geradora deC´e dada por

G=        T(1)

T(X)

T(X2) ...

T(Xk−1)        =       

1 1 · · · 1

α1 α2 · · · αn

α2

1 α22 · · · α2n

... ... ...

αk−1

1 αk2−1 · · · αkn−1

      

Determinemos agora a distˆancia m´ınima de C: dado um elemento n˜ao nulo c de C, existe P ∈ K[X]k−1tal quec= (P(α1), . . . , P(αn)). Assim,

w(c) = |{i∈ {1, . . . , n}:P(αi)6= 0}|

= n− |{i∈ {1, . . . , n}:P(αi) = 0}|

≥ n−grau(P)

≥ n−(k−1) =n−k+ 1,

ou seja,d≥n−k+ 1. Da cota de Singleton, temos a desigualdade contr´aria. Portanto,d=n−k+ 1

eC ´e um c´odigo MDS.

Por fim, daremos agora a generalizac¸˜ao das trˆes cotas apresentadas anteriormente.

Teorema 1.4.4. [14, Cota de Singleton] Os parˆametros(n, k, d)de um c´odigo linear, ondedi(C)´e o

i−´esimo peso de Hamming generalizado, satisfazem `a desigualdade

r≤dr(C)≤n−k+r.

Teorema 1.4.5. [14, Cota de Plotkin] Os parˆametros (n, k, d)de um c´odigo linear, onde di(C) ´e o

i−´esimo peso de Hamming generalizado, satisfazem `a desigualdade

dr(C)≤

n(qr1)qk−r

qk1

.

Teorema 1.4.6. [14, Cota de Griesmer] Os parˆametros(n, k, d)de um c´odigo linear, onde di(C) ´e o

i−´esimo peso de Hamming generalizado, satisfazem `a desigualdade

r−1 X

i=0

d1(C)

qi

(18)

Preliminares

2.1

Polin ˆomios e Bases de Gr ¨obner

Ummon ˆomionas vari´aveisx1, . . . , xn ´e um produto da formaxα

1

1 ·. . .·xαnn, onde as entradas

dan-uplaα = (α1, . . . , αn)s˜ao inteiros n˜ao negativos. Ograu total deste mon ˆomio ´e dado

pela somaα1+· · ·+αn =|α|.

Umpolin ˆomiofnas vari´aveisx1, . . . , xncom coeficientes em um corpoK ´e uma combinac¸˜ao

linear finita (com coeficientes em K) de mon ˆomios. Para simplificar a notac¸˜ao para po-lin ˆomios escrevemosxα1

1 ·. . .·xαnn =xα, e assim um polin ˆomiof se escreve como

f =X

α

aαxα, aα ∈K,

onde a soma se d´a sobre um n ´umero finito den-uplasα = (α1, . . . , αn). O conjunto de todos

os polin ˆomios nas vari´aveisx1, . . . , xncom coeficientes emK ´e denotado porK[x1, . . . , xn].

Seja f = P

αaαxα um polin ˆomio em K[x1, . . . , xn], cada aα ´e chamado de coeficiente do

mon ˆomio xα. Se a

α 6= 0, chamaremos aαxα de termo de f. O grau total de f ´e o maior

|α| tal que o coeficienteaα ´e n˜ao nulo. Denotaremos o conjunto de todos os mon ˆomios de

K[x1, . . . , xn] porM. Uma ordem monomial em M ´e uma ordem total<definida em M

satisfazendo:

1. Sexα < xβ ent˜aoxα+γ < xβ+γ, para todosα, β, γ

Zn≥0; 2. Todo subconjuntoA ⊂ Mpossui um menor elemento. Sejaf = P

αaαx

α um polin ˆomio n˜ao nulo emK[x

1, . . . , xn]e seja<uma ordem monomial.

Omultigraudef ´emultigrau(f) = β ondexβ = max(xα : a

α 6= 0). Ocoeficiente l´ıder def

´e CL(f) = amultigrau(f) ∈ K. O mon ˆomio l´ıderdef ´e ML(f) = xmultigrau(f) (com coeficiente

1). Otermo l´ıder def ´e TL(f) = CL(f)·ML(f). Daremos agora exemplos de trˆes ordens monomiais bem conhecidas.

1. Ordem lexicogr´afica- Sejam α = (α1, . . . , αn)eβ = (β1, . . . , βn) ∈ Zn≥0. Dizemos que

>

lex xβse na diferenc¸a de vetoresα−β ∈Zn, a coordenada n˜ao nula mais a esquerda

´e positiva.

2. Ordem lexicogr´afica graduada- Sejamα, β ∈Zn

≥0. Dizemos quexα>grlex xβ se

|α|=

n

X

i=1

αi >|β|= n

X

i=1

βi, ou |α|=|β|exα >lex xβ.

(19)

3. Ordem lexicogr´afica graduada reversa- Sejamα, β ∈ Zn

≥0. Dizemos quexα >grevlex xβ se

|α|=

n

X

i=1

αi >|β|= n

X

i=1

βi, ou |α|=|β|,

e a coordenada n˜ao nula mais a direita deα−β∈Zn≥0 ´e negativa.

Exemplo 2.1.1. Considere o polinˆomiof = 4xy2z+ 4z25x3+ 7x2z2 K[x, y, z]. Reordenando os termos de maneira decrescente de acordo com cada ordem, temos:

- Com respeito a ordem lexicogr´afica: f =−5x3+ 7x2z2+ 4xy2z+ 4z2.

- Com respeito a ordem lexicogr´afica graduada: f = 7x2z2+ 4xy2z5x3 + 4z2.

- Com respeito a ordem lexicogr´afica graduada reversa: f = 4xy2z+ 7x2z25x3+ 4z2.

Definiremos agora o que significa dividir polin ˆomios em v´arias vari´aveis e listaremos al-guns resultados relacionados. Dividir um polin ˆomiof ∈ K[x1, . . . , xn]por uma lista de

po-lin ˆomios{g1, . . . , gt} ⊂K[x1, . . . , xn]\{0}, com respeito `a uma ordem monomial significa

en-contrar quocientesq1, . . . , qte um restoremK[x1, . . . , xn]de forma quef =q1g1+· · ·+qtgt+r,

com r = 0 ou nenhum mon ˆomio que aparece em r ´e um m ´ultiplo de ML(gi), para todo

i ∈ {1, . . . , t}. ´E importante observar que ao dividirmos um polin ˆomio por uma lista de polin ˆomios, os quocientes e restos variam de acordo com a ordem que tomamos a lista de polin ˆomios. N˜ao entraremos em detalhes sobre o algoritmo da divis˜ao, mas com um exem-plo podemos ver que

x2y+xy2+y2 = (x+y)·(xy1) + 1·(y21) +x+y+ 1

= x·(xy−1) + (x+ 1)·(y2 1) + 2x+ 1.

Seja I ⊂ K[x1, . . . , xn]um ideal n˜ao nulo deK[x1, . . . , xn]e fixemos uma ordem monomial

emM, dizemos que um conjunto{g1, . . . , gs} ⊂I ´e umabase de Gr ¨obnerparaI (com

res-peito `a ordem monomial fixada) se para todo polin ˆomio f ∈ I, f 6= 0, temos queML(f) ´e um m ´ultiplo deML(gi)para algumi∈ {1, . . . , s}.

Exemplo 2.1.2. Daremos agora um exemplo de um conjunto quen ˜ao´e uma base de Gr¨obner. Consi-dereI = (xy−1, y21)R[x, y]e fixe a ordem lexicogr´afica no conjunto de monˆomios deR[x, y]. Observemos quey·(xy−1)−x·(y21) = −y+xI eML(xy) =x, que n˜ao ´e um m ´ultiplo deML(xy−1)ouML(y21), e portanto{xy1, y21}n˜ao ´e uma base de Gr¨obner paraI.

A partir de agora assumiremos que todo idealI ´e n˜ao nulo e queMpossui uma ordem mo-nomial fixada. O pr ´oximo resultado nos mostra que uma base de Gr ¨obner ´e uma base para o idealI no sentido usual, e isto nos permite facilmente determinar se um dado polin ˆomio pertence ou n˜ao ao ideal.

Lema 2.1.3. Seja{g1, . . . , gs} ⊂Iuma base de Gr¨obner paraI. Ent˜aof ∈Ise, e somente se, o resto

(20)

Demonstra¸c˜ao. Suponha que f ∈ I e seja f = Ps

i=1qigi +r a divis˜ao de f por {g1, . . . , gs}.

Segue ent˜ao que r = f −Ps

i=1qigi ∈ I e devemos ter r = 0pois caso contr´arior seria um

polin ˆomio n˜ao nulo emI cujo mon ˆomio l´ıder n˜ao ´e m ´ultiplo de nenhumML(gi), para todo

i∈ {1, . . . , s}, o que contradiz o fato de{g1, . . . , gs}ser uma base de Gr ¨obner.

Reciprocamente, se o resto da divis˜ao de f por {g1, . . . , gs} ´e zero, segue que f ´e uma

combinac¸˜ao de polin ˆomios emI e portanto pertence `aI.

Apresentamos agora um importante resultado da teoria de bases de Gr ¨obner.

Proposi¸c˜ao 2.1.4. Seja{g1, . . . , gs} ⊂Iuma base de Gr¨obner paraI. Na divis˜ao def ∈K[x1, . . . , xn]

por {g1, . . . , gs}o resto da divis˜ao ´e sempre o mesmo, independente da ordem que escolhemos para

g1, . . . , gsno algoritmo da divis˜ao.

Demonstra¸c˜ao. Suponha que f = q1g1 +· · ·+qsgs +r = ¯q1g1 +· · ·+ ¯qsgs+ ¯r, onde qi,q¯i ∈

K[x1, . . . , xn] para todo i ∈ {1, . . . , s} e r,r¯ ∈ K[x1, . . . , xn] e nenhum mon ˆomio que

apa-rece em r ou r¯ ´e um m ´ultiplo de ML(gi) para todo i ∈ {1, . . . , s}. Segue que r − r¯ =

Ps

i=1(¯qi−qi)gi ∈Ie assim devemos terr−r¯= 0pois caso contr´arior−¯rseria um polin ˆomio

n˜ao nulo em I cujo mon ˆomio l´ıder n˜ao ´e um m ´ultiplo de ML(gi) para todoi ∈ {1, . . . , s},

contradizendo o fato de{g1, . . . , gs}ser uma base de Gr ¨obner paraI.

Ainda n˜ao ´e claro se todo ideal admite uma base de Gr ¨obner. Existe um algoritmo que gera uma base de Gr ¨obner a partir de uma base do idealI, mas n˜ao entraremos em detalhes sobre esse algoritmo neste trabalho, aqui apenas descreveremos como ele funciona e daremos um exemplo.

Sejam f, g ∈ K[x1, . . . , xn] \ {0}, com TL(f) = axα e TL(g) = bxβ com α, β ∈ Zn0. Seja

γi = max(αi, βi)para todoi ∈ {1, . . . , s}e sejaγ = (γ1, . . . , γn)∈Zn≥0. OS-polin ˆomiodef e

g ´e definido como

S(f, g) = 1

ax

γ−αf 1

bx

γ−βg.

O teorema a seguir, juntamente com o pseudoc ´odigo do algoritmo, garante que todo ideal possui uma base de Gr ¨obner.

Teorema 2.1.5. [4, Algoritmo de Buchberger] Seja I = (f1, . . . , fs) um ideal de polinˆomios n˜ao

nulo. Ent˜ao uma base de Gr¨obner paraIpode ser constru´ıda em um n ´umero finito de etapas atrav´es do seguinte algoritmo:

Algoritmo de Buchberger Input. F =(f1, . . . , fs)

Output. uma base de Gr¨obnerG= (g1, . . . , gt)paraI comF ⊆G

1. G:=F

2. Repetir 3. G′ :=G

4. Para cada par{p, q}comp6=qemG′, fa¸ca

5. S :=resto da divis˜ao deS(p, q)porG

6. SeS6= 0, ent˜aoG:=G∪S

7. At´eG=G′

8. RetorneG

Exemplo 2.1.6. Vimos no exemplo anterior que{xy−1, y21}n˜ao ´e uma base de Gr¨obner para

(21)

o algoritmo de Buchberger, escolhaf1 = xy−1ef2 = y2 −1, ent˜aoS(f1, f2) = y·f1 −x·f2 =

x−ye o resto da divis˜ao de S(f1, f2) por{f1, f2} ´e x−y. Seja f3 = x−y e conside o conjunto

{xy−1, y21, xy}. Temos agora que o resto da divis˜ao deS(f

1, f2)por{xy−1, y2−1, x−y}´e zero. CalculandoS(f1, f3) =y2−1eS(f2, f3), podemos ver que o resto da divis˜ao destes polinˆomios por{xy−1, y21, xy}´e zero, ent˜ao{xy1, y21, xy}´e uma base de Gr¨obner paraI (com respeito `a ordem lexicogr´afica).

Introduziremos agora um conceito que ser´a essencial para dar prosseguimento `a teoria. Seja

I ⊂K[x1, . . . , xn]um ideal. ApegadadeI (com respeito `a uma ordem monomial fixada em

M) ´e o conjunto

∆(I) = {M ∈ M :M n˜ao ´e o mon ˆomio l´ıder de nenhum polin ˆomio emI}.

O resultado seguinte mostra que a pegada de um ideal est´a relacionada com uma base de Gr ¨obner paraI.

Proposi¸c˜ao 2.1.7. SejaI ⊂K[x1, . . . , xn]um ideal e seja{g1, . . . , gs}uma base de Gr¨obner paraI.

Ent˜ao um monˆomioM pertence a∆(I)se, e somente se,M n˜ao ´e um m ´ultiplo deML(gi)para todo

i∈ {1, . . . , s}.

Demonstra¸c˜ao. SeM ´e um mon ˆomio em∆(I), pela definic¸˜ao de pegada segue queM n˜ao ´e o mon ˆomio l´ıder de nenhum polin ˆomio emI, em particular,M n˜ao ´e m ´ultiplo deML(gi)para

todoi∈ {1, . . . , s}.

Reciprocamente, da definic¸˜ao de base de Gr ¨obner sabemos que seM n˜ao ´e um m ´ultiplo de

ML(gi)para todo i ∈ {1, . . . , s}, ent˜aoM n˜ao ´e o mon ˆomio l´ıder de nenhum polin ˆomio em

I.

Fac¸amos agora um exemplo que utiliza o resultado acima para obter uma representac¸˜ao gr´afica de uma pegada. Nesse exemplo associamos a um par ordenado(a, b), com entradas n˜ao negativas e inteiras, o mon ˆomioxayb.

Exemplo 2.1.8. SejaI = (x3−x, y3y, x2y−y)R[x, y]e tomemosMcom a ordem lexicogr´afica (escolhendoy < x). Uma verifica¸c˜ao mostra{x3x, y3y, x2yy}´e uma base de Gr¨obner paraI. TemosML(x3x) =x3,ML(y3 y),(x2yy) = x2ye aplicando a proposi¸c˜ao acima, a seguinte representa¸c˜ao nos mostra a pegada.

Os pontos(3,0),(0,3)e(2,1)correspondem aos monˆomios l´ıderes da base de Gr¨obner e a partir destes ´e poss´ıvel determinar quais monˆomios s˜ao m ´ultiplos de pelo menos um deles. Segue que ∆(I) =

{1, x, x2, y, xy, y2, xy2}.

(22)

Teorema 2.1.9. SejaI ⊂K[x1, . . . , xn]um ideal. Ent˜ao

B={M +I :M ∈∆(I)}

´e uma base paraK[x1, . . . , xn]/Icomo umK−espa¸co vetorial.

Demonstra¸c˜ao. SejaG uma base de Gr ¨obner paraI com respeito `a mesma ordem monomial usada para determinar∆(I), e sejaf ∈ K[x1, . . . , xn]. Dividindof porGobtemos um resto

na formar=Pt

i=1aiMiondeai ∈K[x1, . . . , xn]eMi ∈∆(I)para todoi= 1, . . . , t.

Comof+I =r+Isegue queBgeraK[x1, . . . , xn]/Icomo umK−espac¸o vetorial. Vejamos

agora que os vetores emBs˜ao linearmente independentes. Suponha quePl

i=1bi(Mi+I) = 0 +I, ondebi ∈K eMi ∈∆(I)para todoi= 1, . . . , l. Ent˜ao

Pl

i=1biMi ∈Ie assim devemos ter que cadabi = 0para todoi= 1, . . . , l, pois caso contr´ario

Pl

i=1biMi seria um elemento n˜ao nulo de I cujo mon ˆomio l´ıder n˜ao ´e o mon ˆomio l´ıder de

um polin ˆomio emI.

Exemplo 2.1.10. Tomando o exemplo(2.1.8), temos que o conjunto{1 +I, x+I, x2+I, y+I, xy+

I, y2+I, xy2+I}´e uma base paraR[x, y]/I como umRespa¸co vetorial.

2.2

Variedades afins e a pegada de um ideal

Apresentaremos nessa sec¸˜ao uma relac¸˜ao entre a variedade afim associada a um idealI e a sua pegada quando∆(I)´e um conjunto finito.

SejaI ⊂K[x1, . . . , xn]um ideal. Avariedade afimassociada aI ´e o conjunto

V(I) = {(a1, . . . , an)∈Kn:f(a1, . . . , an) = 0, para todof ∈I}.

´E f´acil ver que seI = (g1, . . . , gt), ent˜ao(a1, . . . , an)∈V(I)se, e somente se,gi(a1, . . . , an) = 0,

para todoi= 1, . . . , t.

DadoV uma variedade afim, o ideal da variedade V ´e o conjunto de todos os polin ˆomios que se anulam emV, ou seja,

I(V) ={f ∈K[x1, . . . , xn] :f(a1, . . . , an) = 0, para todo(a1, . . . , an)∈V}.

Pode-se mostrar que este conjunto ´e de fato um ideal deK[x1, . . . , xn].

Proposi¸c˜ao 2.2.1. SeW ´e uma variedade afim, ent˜aoV(I(W)) =W.

Demonstra¸c˜ao. Das definic¸ ˜oes de ideal de uma variedade e variedade afim temos W ⊆ V(I(W)). Por outro lado, sabemos que W = V(J) para algum ideal J ∈ K[x1, . . . , xn] e

claramenteJ ⊆I(W), logoV(I(W))⊆V(J), isto ´e,V(I(W))⊆W.

Lema 2.2.2. Sejam p1, . . . , pr pontos distintos de Kn. Ent˜ao existem polinˆomios f1, . . . , fr em

K[x1, . . . , xn]tais quefi(pj) = δij, para todosi, j ∈ {1, . . . , r}, ondeδij ´e o delta de Kronecker.

Demonstra¸c˜ao. Sejam pi = (ai1, . . . , ain) ∈ Kn, com i = 1, . . . , r. Vejamos como obter f1.

Como todos os pontos s˜ao distintos, parai= 2, . . . , rexisteji ∈ {1, . . . , n}tal quea1ji 6=aiji.

Seja

hi =

xji −aiji a1ji−aiji

(23)

ent˜aohi(p1) = 1ehi(pi) = 0para todoi= 2, . . . , r.

Tome

f1 :=

r

Y

i=2

hi,

assim n ´os temosf1(p1) = 1ef1(pi) = 0, para todoi= 2, . . . , r. Procedendo de forma an´aloga

constru´ımosf2, . . . , fr.

Teorema 2.2.3. SejaI ⊂ K[x1, . . . , xn]um ideal tal que∆(I)´e um conjunto finito. Ent˜ao V(I)´e

tamb´em um conjunto finito e|V(I)| ≤ |∆(I)|.

Demonstra¸c˜ao. Sejamp1, . . . , prpontos distintos deV(I). Do lema anterior sabemos que

exis-temf1, . . . , fr ∈K[x1, . . . , xn]tais quefi(pj) =δij, para todoi, j = 1, . . . , r.

Vejamos que{f1+I, . . . , fr+I}´e um conjunto linearmente independente emK[x1, . . . , xn]/I.

De fato, suponha que

r

X

i=1

ai(fi+I) = 0 +I, ondea1, . . . , ar ∈K,

ent˜aoPr

i=1aifi ∈ I. Logo, Pri=1aifi(pj) = 0, isto ´e, aj = 0 para todoj = 1, . . . , r. Assim,

{f1+I, . . . , fr+I} ´e linearmente independente emK[x1, . . . , xn]/I.

Portanto,

|V(I)|=r≤dim(K[x1, . . . , xn]/I) =|∆(I)|,

onde na ´ultima igualdade usamos o Teorema 2.1.9.

Teorema 2.2.4. [1, Teorema 8.2] Seja I ⊂ K[x1, . . . , xn] um ideal tal que ∆(I) ´e um conjunto

finito e seja L uma extens˜ao algebricamente fechada de K. Ent˜aoVL(I) := {(a1, . . . , an) ∈ Ln :

f(a1, . . . , an) = 0para todof ∈I} ´e um conjunto finito e|VL(I)| ≤ |∆(I)|. Al´em disso, seK ´e um

corpo perfeito eI ´e um ideal radical ent˜ao|VL(I)|=|∆(I)|.

2.3

Geometria Projetiva

2.3.1

Espa¸co Projetivo

Nesta sec¸˜ao descreveremos o espac¸o projetivo. Denotaremos o espac¸o afimKnporAn(K).

Definiremos uma relac¸˜ao de equivalˆencia emAn+1(K)− {0}da seguinte maneira:

(x0, . . . , xn)∼(y0, . . . , yn) ⇐⇒ (x0, . . . , xn) = λ(y0, . . . , yn), para algumλ∈K∗.

Definimos assim oespa¸co projetivon−dimensional sobreK como sendo o conjunto

Pn(K) = (An+1(K)− {0})/∼,

e denotamos um ponto dePn(K)por

p= [x0 :· · ·:xn] ={(y0, . . . , yn) : (x0, . . . , xn)∼(y0, . . . , yn)},

e dizemos que(x0, . . . , xn)s˜ao ascoordenadas homogˆeneasdep. Podemos pensar emPn(K)

como sendo o conjunto de retas que passam pela origem emAn+1(K).

(24)

Proposi¸c˜ao 2.3.1. SejaU0 ={[x0 :· · ·:xn]∈Pn(K) :x0 6= 0}. Ent˜ao a aplica¸c˜ao

φ:An(K) −→ Pn(K)

(a1, . . . , an) 7−→ [1 :a1 :· · ·:an]

´e injetora eImg(φ) = U0.

Demonstra¸c˜ao. Comoφ(An(K)) U0, consideraremosφ : An(K) −→U

0 e mostraremos que

φ ´e uma bijec¸˜ao.

Defina ψ : U0 −→ An(K) por [a0 : · · · : an] 7−→

a1

a0, . . . ,

an

a0

. Vejamos que ψ est´a bem definida:

Sejam [a0 : · · · : an] = [b0 : · · · : bn] em U0, ent˜ao para algum λ ∈ K∗ vale (b0, . . . , bn) =

λ(a0, . . . , an). Assimbi =λaiparai= 0, . . . , n. Logo,

ψ([b0 :· · ·:bn]) =

b1

b0

, . . . ,bn b0 = λa1 λa0

, . . . ,λan λa0 = a1 a0

, . . . ,an a0

=ψ([a0 :· · ·:an]).

Vejamos agora queψ◦φ=IdAn(K) eφ◦ψ =IdU0:

ψ◦φ(a1, . . . , an) = ψ([1 :a1 :· · ·:an]) =

a1

1, . . . ,

an

1

= (a1, . . . , an)

φ◦ψ([a0 :· · ·:an]) =φ

a1

a0

, . . . ,an a0

=

1 : a1

a0

:· · ·: an

a0

= [a0 :· · ·:an].

Podemos ent˜ao identificarPn(K) = U

0 ∪H, onde

H ={p∈Pn

(K) :p= [0 :x1 :· · ·:xn]}.

Comoφ ´e bijetora sobre sua imagem, identificaremosU0 comAn(K). ComoPn−1(K)−→H dada por[x1 : · · · : xn] 7−→ [0 : x1 : · · · : xn] ´e uma bijec¸˜ao (esta demonstrac¸˜ao ´e an´aloga a

demonstrac¸˜ao do teorema), identificaremosHcomPn−1(K). Assim escrevemos

Pn(K) =An(K)∪Pn−1(K).

Tomando como exemplo o caso em que n = 1, temos que P1(K) = A1(K)∪P0(K), onde indentificamos P0(K) como o conjunto {[0 : y] : y ∈ K} = {[0 : 1]}. Logo, P0(K) tem um ´unico ponto, que ´e usualmente denotado por∞. Sendo assim a reta projetiva pode ser escrita como

P1(K) = A1(K)∪ {∞}.

No teorema acima escolhemos tomar x0 6= 0 na construc¸˜ao do conjunto U0. O corol´ario a seguir, cuja demonstrac¸˜ao ´e an´aloga `a do teorema acima, mostra que al´em de U0 temos outras c ´opias deAn(K)dentro dePn(K)e que podemos fazer a mesma construc¸˜ao tomando uma coordenada qualquer n˜ao nula.

Corol´ario 2.3.2. Para cadai= 0, . . . , nsejaUi ={[x0 :· · ·:xn]∈Pn(K) :xi 6= 0}.

1. Existe uma bije¸c˜ao entreUi eAn(K)para todoi= 0, . . . , n.

2. Pn(K)U

i pode ser identificado porPn−1(K).

3. Pn(K) =

n

[

i=0

(25)

2.3.2

Variedades Projetivas

Buscaremos agora trazer o conceito de variedades para o espac¸o projetivo. Se tomamos, por exemplo,f = 4x1 −x22 ∈ R[x0, x1, x2]podemos pensar emV(f)⊂P2(R)como sendo o con-junto de pontos [a : b : c] em P2(R) tais que f(a, b, c) = 0. Neste caso, como f(5,1,2) = 0

ter´ıamos quep = [5 : 1 : 2] ∈ V(f). Entretanto, observemos que [5 : 1 : 2] = [10 : 2 : 4]e

f(10,2,4) = −86= 0, assimq= [10 : 2 : 4] ∈/ V(f). De modo a remediar esta situac¸˜ao, vamos definir variedades projetivas atrav´es de polin ˆomios homogˆeneos.

Um polin ˆomiof ´ehomogˆeneo de graudse todo termo def tem grau total igual ad.

Exemplo 2.3.3. EmR[x, y, z]o polinˆomiof =xy2+yn˜ao ´e homogˆeneo, enquanto que o polinˆomio

g =x2z+xyz+z3 ´e homogˆeneo de grau3.

Proposi¸c˜ao 2.3.4. Sejaf ∈K[x0, . . . , xn]um polinˆomio homogˆeneo de graud. Sef(a0, . . . , an) =

0, ent˜aof(b0, . . . , bn) = 0sempre que[b0 :· · ·:bn] = [a0 :· · ·:an]. Em particular,

V(f) ={[a0 :· · ·:an]∈Pn(K) :f(a0, . . . , an) = 0}

est´a bem definido como um subconjunto dePn(K).

Demonstra¸c˜ao. Seja (b0, . . . , bn) tal que[b0 : . . . : bn] = [a0 : · · · : an], ent˜ao existeλ ∈ K∗ tal

que(b0, . . . , bn) =λ(a0, . . . , an). Do fato quef ´e um polin ˆomio homogˆeneo de graud, temos

f(b0, . . . , bn) =f(λa0, . . . , λan) = λdf(a0, . . . , an) = 0.

Sejamf1, . . . , fs ∈K[x0, . . . , xn]polin ˆomios homogˆeneos. O conjunto

V(f1, . . . , fs) = {[a0 :· · ·:an]∈Pn(K) :fi(a0, . . . , an) = 0, i= 1, . . . , s}

´e chamado devariedade projetivadefinida porf1, . . . , fs.

O resultado a seguir relaciona variedades afins e variedades projetivas.

Proposi¸c˜ao 2.3.5. SejaV = V(f1, . . . , fs) uma variedade projetiva emPn(K). Ent˜ao W = V ∩

U0 pode ser identificado como a variedade afim V(g1, . . . , gs) ⊂ An(K), onde gi(y1, . . . , yn) =

fi(1, y1, . . . , yn), para todoi= 1, . . . , s.

Demonstra¸c˜ao. J´a sabemos que ψ : U0 −→ An(K),[a0 : · · · : an] 7−→

a1

a0, . . . ,

an

a0

´e uma bijec¸˜ao. Queremos mostrar queψ(W) =V(g1, . . . , gs).

ψ(W)⊆V(g1, . . . , gs):

Seja a1

a0, . . . ,

an

a0

= ψ([a0 : · · · : an]), onde [a0 : · · · : an] ∈ W = V ∩ U0, logo

[a0 : · · · : an] ∈ U0 e portanto a0 6= 0. Como [a0 : · · · : an] = [1 : aa10 : · · · : aan0] ∈ V,

temosfi(1,aa01, . . . ,aan0) = 0, para todoi = 1, . . . , s. Logo, gi(aa10, . . . ,aan0) = 0, para todo

i= 1, . . . , s. Portanto,(a1

a0, . . . ,

an

a0)∈V(g1, . . . , gs).

V(g1, . . . , gs)⊆ψ(W):

Seja(a1, . . . , an) ∈ V(g1, . . . , gs). Claramente[1 : a1 : · · · : an] ∈ U0 efi(1, a1, . . . , an) =

gi(a1, . . . , an) = 0, para todoi = 1, . . . , s. Logo[1 : a1 :· · · :an]∈ V ∩U0 =W, ou seja,

ψ−1((a

(26)

Exemplo 2.3.6. Considere a variedade projetivaV =V(x3

0+x1x22, x0+x1+x2)⊆P3(R). Tomando

W =V ∩U0temos

W =V(1 +x1x22,1 +x1+x2)⊆A3(R).

Note que podemos escolher intersectarV comU1, e nesse caso fazemosx1 = 1na defini¸c˜ao deV.

Dadof ∈K[x1, . . . , xn]comgrau(f) = d, podemos escreverf de maneira ´unica como

f =

d

X

i=0

fi,

ondegrau(fi) =ioufi = 0, para todoi= 0, . . . , d. Dizemos que os polin ˆomiosf0, . . . , fds˜ao

oscomponentes homogˆeneosdef.

Vejamos agora que dado uma variedade afim emUi, podemos escrevˆe-la comoV ∩Ui para

alguma variedade projetivaV.

Exemplo 2.3.7. Considere a variedade afim W = V(x2 −x31 +x21) emU0 = A2(R). Comof =

x2 −x31+x21 n˜ao ´e um polinˆomio homogˆeneo, vamos acrescentar a vari´avel x0 de modo a tornarf homogˆeneo. Como f tem grau total igual a3, modificaremosf de modo que todo termo tenha grau total igual a3. Assim, obtemos

fh =x2x20−x31+x21x0.

Logo,W =U0∩V(fh). Note que podemos recuperarf do polinˆomiofhtomandox0 = 1.

Proposi¸c˜ao 2.3.8. Sejag(x1, . . . , xn)∈K[x1, . . . , xn]um polinˆomio de grau totald.

1. Sejag =

d

X

i=0

gia expans˜ao degcomo uma soma de componentes homogˆeneas, ondegitem grau

totali. Ent˜ao

gh(x0, . . . , xn) = d

X

i=0

gi(x1, . . . , xn)xd0−i

´e um polinˆomio homogˆeneo de grau total d em K[x0, . . . , xn]. (Chamaremos gh a

homoge-neiza¸c˜ao degcom respeito ax0).

2. A homogeneiza¸c˜ao deg com respeito ax0pode ser calculada atrav´es da f´ormula

gh =xd

0g

x1

x0

, . . . ,xn x0

.

3. Desomogeneizandoghcom respeito ax

0obtemos o polinˆomiog, ou seja,

gh(1, x

1, . . . , xn) =g(x1, . . . , xn).

4. SejaF(x0, . . . , xn)um polinˆomio homogˆeneo e sejaxe0a maior potˆencia dex0 que divideF. Se

f =F(1, x1, . . . , xn)´e uma desomogeneiza¸c˜ao deF, ent˜aoF =xe0fh.

Demonstra¸c˜ao.

1. Comogitem grau totalisegue quegix0d−i tem grau totali+d−i=d. Assim,

gh =g

(27)

2. Observe que xd 0g x1 x0

, . . . ,xn x0

= xd

0 d X i=0 gi x1 x0

, . . . ,xn x0

= xd

0 g0 x1 x0

, . . . , xn x0

+g1

x1

x0

, . . . ,xn x0

+· · ·+gd

x1

x0

, . . . ,xn x0

= xd

0

g0(x1, . . . , xn) +

1

x0

g1(x1, . . . , xn) +· · ·+

1

xd

0

gd(x1, . . . , xn)

= xd

0g0(x1, . . . , xn) +xd0−1g1(x1, . . . , xn) +· · ·+x0d−dgd(x1, . . . , xn)

= gh.

3. Comogh(x

0, . . . , xn) = d

X

i=0

gi(x1, . . . , xn)xd0−i, temos

gh(1, x

1, . . . , xn) = d

X

i=0

gi(x1, . . . , xn)1d−i =g(x1, . . . , xn).

4. Sejad = grau(F). Digamos queF = a1xp 1

0 xα1 +· · ·+atx0ptxαt, ondeai ∈ K ex

αi ´e um

mon ˆomio emK[x1, . . . , xn].

ComoF ´e homogˆeneo de graud, temos quepi+|αi|=d, para todoi= 1, . . . , t. Como

f =F(1, x1, . . . , xn)temos

f =a1xα1 +· · ·+atxαt.

Observe quegrau(f) = d−e, poisxe

0 ´e a maior potˆencia dex0 que divideF. Digamos agora que

fh =a

1xq 1

0 xαi+· · ·+atxq0txαt.

Logoqi +|αi| = d−e, para todo i = 1, . . . , t. Assim,qi+e = d− |αi| = pi, para todo

i= 1, . . . , t. Portanto,

xe

0fh = a1xq01+exαi+· · ·+atxq0t+exαt

= a1xp 1 0 xα

1

+· · ·+atxp0txαt

= F.

Observemos que pelo corol´ario (2.3.2) o processo de homogeneizac¸˜ao e desomogeneizac¸˜ao de um polin ˆomio pode ser feito de forma an´aloga tomando qualquer outra vari´avel.

Exemplo 2.3.9. Sejag = y−x3 +x K[x, y]e considere a variedade afimV(g) U

2 =A2(K). Temos que gh = yz2 x3 +xz2. Logo V(g) pode ser identificada como V U

2 em P2(K) onde

V =V(gh).

SejaIum ideal emK[x0, . . . , xn]. Dizemos queI ´e umideal homogˆeneose para cadaf ∈I,

as componentes homogˆeneasfi def tamb´em pertencem aI.

Exemplo 2.3.10. Seja I = (y−x2) K[x, y]. As componentes homogˆeneas de f = yx2 s˜ao

(28)

Proposi¸c˜ao 2.3.11. Sejamf, f1, . . . , fs ∈ K[x1, . . . , xn] polinˆomios homogˆeneos. Dividindof por

f1, . . . , fs(com respeito a qualquer ordem monomial) escrevemos

f =a1f1+· · ·+asfs+r,

ondea1, . . . , as, r∈K[x1, . . . , xn]e nenhum termo der´e divis´ıvel por nenhum dos termos l´ıderes dos

f′

is. Ent˜aoa1, . . . , as, rtamb´em s˜ao polinˆomios homogˆeneos. Mais precisamente, grau(r) = gt(f)e

grau(ai) = grau(f)−grau(fi), parai= 1, . . . , s.

Demonstra¸c˜ao. Sejamd= grau(f)edi = grau(fi), parai= 1, . . . , s. Dividindofporf1, . . . , fs,

olhamos paraTL(f)e digamos que seja divis´ıvel porTL(fj), assimaj recebe um termopde

graud−djpara que haja o cancelamento. Assim, temos quef′ =f−pfj ´e o novo polin ˆomio

a ser dividido por f1, . . . , fs. Agora, observe que pfj ´e homogˆeneo de grau d. Logo f′ ´e

homogˆeneo de grau d. Caso haja necessidade de retirar o TL(f′) e adicion´a-lo ao resto,

temos querj´a comec¸a como um polin ˆomio homogˆeneo de graud. Prosseguindo, vamos dividirf′ porf

1, . . . , fs. Digamos queTL(f′)seja divis´ıvel porTL(fi),

assimairecebe um termoqde graud−dipara que ocorra o cancelamento. Assim, temos que

f′′=fqf

i ´e o novo polin ˆomio a ser dividido porf1, . . . , fs. Observe queqfi ´e homogˆeneo

de grau d, logo f′′ ´e homogˆeneo de grau d. Caso haja necessidade de retirar o TL(f′′) e

adicion´a-lo ao resto, temos quercontinua sendo um polin ˆomio de graud. Observe tamb´em que sei=j, temos queaj =p+qcontinua sendo um polin ˆomio homogˆeneo de graud−dj.

Prosseguindo com o algoritmo da divis˜ao, terminaremos com cadaaj homogˆeneo de grau

d−dj e o resto homogˆeneo de graud.

Proposi¸c˜ao 2.3.12. Se f, g ∈ K[x1, . . . , xn] s˜ao polinˆomios homogˆeneos, ent˜ao o S−polinˆomio

S(f, g)´e homogˆeneo.

Demonstra¸c˜ao. Sejaxγ = mmc(ML(f),ML(g))e digamos quegrau(xγ) = d. Temos

S(f, g) = x

γ

TL(f)f−

TL(g)g.

Sejamd1 = grau(f)ed2 = grau(g). Assim,grau

TL(f)

=d−d1egrau

TL(g)

=d−d2.

Como f ´e homogˆeneo cada termo def tem graud1, logo cada termo de x

γ

TL(f)f tem grau (d−d1) +d1 =d. Portanto,

TL(f)f ´e um polin ˆomio homogˆeneo de graud.

Como g ´e homogˆeneo cada termo de g tem grau d2, logo cada termo de x

γ

TL(g)g tem grau (d−d2) +d2 =d. Portanto,

TL(g)g ´e um polin ˆomio homogˆeneo de graud.

Logo,S(f, g)´e um polin ˆomio homogˆeneo de graud.

Teorema 2.3.13. SejaI um ideal emK[x0, . . . , xn]. As seguintes afirma¸c˜oes s˜ao equivalentes:

1. I ´e um ideal homogˆeneo;

2. I = (f1, . . . , fs), ondef1, . . . , fss˜ao polinˆomios homogˆeneos;

(29)

Demonstra¸c˜ao.

(1)⇒(2):

Suponha queI ´e um ideal homogˆeneo. Pelo Teorema da Base de Hilbert, temos I = (F1, . . . , Ft), para algunsF1, . . . , Ft∈K[x0, . . . , xn]. Escreva cadaFjcomo soma de suas

componentes homogˆeneas

Fj =

X

i

Fji.

Como I ´e homogˆeneo, temos que todos os Fji pertencem a I. Seja I′ o ideal gerado

pelos polin ˆomios homogˆeneos Fji. Assim, cada Fj = PiFji pertencem a I′. Logo

I ⊆I′. ComoF

ji ∈I para todosi, j, temosI′ ⊆I. Portanto,I =I′.

(2)⇒(1): Se f = P

ipi eg =

P

iqi s˜ao as expans ˜oes de dois polin ˆomios como a soma de suas

componentes homogˆeneas, ent˜ao as componentes homogˆeneashkdo produto h =f g

s˜ao dadas por

hk =

X

i+j=k

piqj,

pois

f g= X

i+j=0

piqj+

X

i+j=1

piqj +· · ·

´e a expans˜ao de f g como soma de componentes homogˆeneas. Por hip ´otese, I = (f1, . . . , fs)ondef1, . . . , fs s˜ao polin ˆomios homogˆeneos. Seja f ∈ I, ent˜aof = a1f1 +

· · ·+asfs, para alguns a1, . . . , as ∈ K[x0, . . . , xn]. Escrevendo a1 como soma de suas componentes homogˆeneas temos

a1 = X

i

a1i.

Como f1 ´e homogˆeneo, digamos de grau d, temos f1 = fd ´e a expans˜ao de f1 como soma de suas componentes homogˆeneas. Logo, a expans˜ao de a1f1 como soma de suas componentes homogˆeneas ´e

a1f1 = X

i+d=0

a1ifd+

X

i+d=1

a1ifd+· · ·

Comofd =f1 ∈ I temos que cada componente homogˆenea dea1f1 pertence aI. Este processo pode ser feito para cada aifi. Logo, cada componente homogˆenea de aifi

pertence aI. Assim, cada componente homogˆenea def pertence aI. Portanto,I ´e um ideal homogˆeneo.

(2)⇒(3):

Por hip ´otese,I = (f1, . . . , fs), ondef1, . . . , fss˜ao polin ˆomios homogˆeneos. Pela proposic¸˜ao

(2.3.12) os S−polin ˆomios S(fi, gi) s˜ao homogˆeneos. Utilizando o Algoritmo de

Bu-chberger obtemos uma base de Gr ¨obner G = {f1, . . . , fs, fs+1, . . . , fm} para I, onde

fs+1, . . . , fm s˜ao obtidos como restos nas divis ˜oes dosS−polin ˆomios por uma lista de

fis e logo fs+1, . . . , fm s˜ao polin ˆomios homogˆeneos pela proposic¸˜ao (2.3.11). Assim,

temos uma base de Gr ¨obnerGparaI formada por polin ˆomios homogˆeneos.

(30)

SejaIum ideal homogˆeneo emK[x0, . . . , xn]. Vejamos que

V(I) = {p∈Pn(K) :f(p) = 0, para todof ∈I},

est´a bem definido como conjunto. Seja [a0 : · · · : an] = [b0 : · · · : bn] ∈ Pn(K)e suponha

que f(a0, . . . , an) = 0, para todo f ∈ I. Queremos mostrar que f(b0, . . . , bn) = 0, para

todo f ∈ I. Seja f ∈ I. Como [a0 : · · · : an] = [b0 : · · · : bn], existe λ ∈ K∗ tal que

(b0, . . . , bn) =λ(a0, . . . , an). ComoI ´e um ideal homogˆeneo, existem polin ˆomios homogˆeneos

f1, . . . , fs∈K[x0, . . . , xn]tais queI = (f1, . . . , fs)egrau(fi) =di. Comof ∈I, temos

f =g1f1+· · ·+gsfs,

para algunsg1, . . . , gs ∈K[x0, . . . , xn]. Temosfi(a0, . . . , an) = 0, para todoi= 1, . . . , s, logo

f(b0, . . . , bn) = s

X

i=1

gi(b0, . . . , bn)fi(b0, . . . , bn) = s

X

i=1

gi(λa0, . . . , λan)fi(λa0, . . . , λan)

=

s

X

i=1

gi(λa0, . . . , λan)λdifi(a0, . . . , an) = 0

Proposi¸c˜ao 2.3.14. Seja I um ideal homogˆeneo emK[x0, . . . , xn] e suponha queI = (f1, . . . , fs),

ondef1, . . . , fss˜ao polinˆomios homogˆeneos. Ent˜ao

V(I) =V(f1, . . . , fs).

Demonstra¸c˜ao. Seja p ∈ V(I). Como f1, . . . , fs ∈ I, temos fi(p) = 0, para todoi = 1, . . . , s.

Logop∈V(f1, . . . , fs).

Agora sejaq∈V(f1, . . . , fs). Dadof ∈I, temos que

f =g1f1+· · ·+gsfs,

para algunsg1, . . . , gs ∈K[x0, . . . , xn]. Assim temos

f(q) = g1(q)f1(q) +· · ·+gs(q)fs(q) = 0.

Portanto,q∈V(I).

Proposi¸c˜ao 2.3.15. SejaV ⊆Pn(K)uma variedade projetiva e seja

I(V) ={f ∈K[x0, . . . , xn] :f(a0, . . . , an) = 0, para todo[a0 :· · ·:an]∈V}.

SeK ´e infinito, ent˜aoI(V)´e um ideal homogˆeneo emK[x0, . . . , xn].

Demonstra¸c˜ao. O fato de I(V) ser um ideal se d´a pelo fato de ser fechado para a soma e fechado para produtos com elementos deK[x0, . . . , xn].

Sejaf ∈I(V), digamos quegrau(f) = de sejaa = [a0 :· · ·:an]∈V. Escreva

f =

d

X

i=0

fi,

onde f0, . . . , fd s˜ao as componentes homogˆeneas de f. Queremos mostrar que fi ∈ I(V),

(31)

Comof ∈I(V)e[a0 :· · ·:an]∈V temosf(λa0, . . . , λan) = 0, para todoλ∈K∗.

Observe que

f(λa0, . . . , λan) = d

X

i=0

fi(λa0, . . . , λan) = d

X

i=0

λif

i(a0, . . . , an),

logoPd

i=0λifi(a0, . . . , an) = 0, para todoλ∈K∗.

Defina

p(x) =

d

X

i=0

xif

i(a0, . . . , an)∈K[x].

Como p(λ) = 0, para todo λ ∈ K∗ e K´e infinito, temos que p = 0, ou seja, todos os

coeficientes deps˜ao iguais a zero, isto ´e,fi(a0, . . . , an) = 0, para todoi= 0, . . . , d.

Como fi ´e homogˆeneo temos que fi se anula em todas as coordenadas homogˆeneas de a.

Portanto, para cada i = 0, . . . , d temos fi(a) = 0, para todo a ∈ V, ou seja fi ∈ I(V). Isto

prova queI(V) ´e um ideal homogˆeneo.

Proposi¸c˜ao 2.3.16. Seja W ⊆ Pn(K) uma variedade projetiva e suponha que I(W) ´e um ideal homogˆeneo. Ent˜aoV(I(W)) =W.

Demonstra¸c˜ao.

W ⊆V(I(W)):

Dado p ∈ W temos f(p) = 0 para todo f ∈ I(W), logo p ∈ V(I(W)). Portanto,

W ⊆V(I(W)).

V(I(W))⊆W:

ComoW ´e uma variedade projetiva, temosW =V(f1, . . . , fs)para alguns polin ˆomios

homogˆeneosf1, . . . , fs. SejaJ = (f1, . . . , fs), temosW =V(J). Assim,I(W) =I(V(J)).

´E claro queJ ⊆I(V(J)) =I(W)e logoV(I(W))⊆V(J), ou seja,V(I(W))⊆W.

2.4

Grafos

Estudaremos agora o conceito de grafos, que ser˜ao usados na ´ultima parte deste trabalho.

UmgrafoG´e uma estrutura formada por um par(VG, AG), ondeVG´e um conjunto finito n˜ao

vazio eAG ´e uma fam´ılia de pares n˜ao ordenados de elementos deVG, n˜ao necessariamente

distintos. Os elementos de VG s˜ao chamados v´ertices do grafo e os elementos de AG s˜ao

chamadosarestas.

(32)

Um grafo G ´e dito bipartido se existe uma partic¸˜ao de VG em dois conjuntos n˜ao vazios

e disjuntos X e Y tais que toda aresta de G possui um v´ertice em X e outro em Y. Os conjuntosXeY s˜ao chamados de conjunto partic¸˜ao. SeGcont´em todas as linhas ligandoX

aY, dizemos queG ´e um grafocompleto.

Exemplo 2.4.2. Os grafos a seguir s˜ao um grafo bipartido e um grafo completo, ambos sem os r´otulos de v´ertices e arestas.

Dado um grafo Gcom v´ertices VG = {v1, . . . , vm} e arestasAG = {a1, . . . , an}, definimos a

matrizM = (mij), chamada dematriz de incidˆenciadeG, por

mij =

1, se o v´erticevi ´e uma das pontas da arestaaj,

0, caso contr´ario, para todoi= 1, . . . , me todoj = 1, . . . , n.

Denotaremos grafos que s˜ao bipartidos e completos porKm,n.

Exemplo 2.4.3. Considere o grafo bipartido completoG=K2,3com v´erticesVG ={t1, t2, t3, t4, t5}.

t3

t1

t4

t2

t5

Sua matriz de incidˆencia ´e dada por

     

1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1

(33)

C ´odigos produto

3.1

O produto tensorial

Sejam V e W espac¸os vetoriais sobre um corpo K. Desejamos definir um novo tipo de operac¸˜ao entre elementos deV eW. O resultado de tal produto deve estar em um espac¸o vetorial e, de forma geral, desejamos ter a distributividade usual neste produto. Em outras palavras, se denotamosv ⊗wo produto dos elementos v ∈ V ew ∈W, ent˜ao devemos ter as seguintes relac¸ ˜oes:

1. Sev1, v2 ∈V ew∈W, ent˜ao

(v1+v2)⊗w=v1⊗w+v2⊗w;

2. Sew1, w2 ∈W ev ∈V, ent˜ao

v⊗(w1+w2) =v⊗w1+v⊗w2;

3. Sec∈K, ent˜ao

(cv)⊗w=c(v ⊗w) =v⊗cw.

Construiremos tal produto e provaremos algumas de suas propriedades.

SejamU, V eW espac¸os vetoriais sobreK. Relembramos que uma aplicac¸˜ao bilinear

g :V ×W −→U

´e uma aplicac¸˜ao que para cada par de elementos (v, w) com v ∈ V e w ∈ W associa um elemento g(v, w) ∈ U, satisfazendo a seguinte propriedade: para cada v ∈ V, a aplicac¸˜ao

w7−→g(v, w)deW emU ´e linear, e para cadaw∈W, a aplicac¸˜aov 7−→g(v, w)deV emU ´e linear.

Teorema 3.1.1. SejamV, W espa¸cos vetoriais de dimens˜ao finita sobre um corpoK. Existe um espa¸co vetorial de dimens˜ao finitaT sobreK, e uma aplica¸c˜ao bilinear

V ×W −→ T

(v, w) 7−→ v⊗w,

satisfazendo as seguintes propriedades:

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