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AS VEGETAÇÕES LITORÂNEAS DE MANGUEZAIS E RESTINGAS QUE CONFIGURAM O RECIFE

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Academic year: 2019

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AS VEGETAÇÕES LITORÂNEAS DE MANGUEZAIS E

RESTINGAS QUE CONFIGURAM O RECIFE

Kaline Gabrielle Gonçalves Cavalcanti1

INTRODUÇÃO

A planície do Recife é de origem Flúvio - marinha recoberta por paisagens sedimentadas no holoceno, os manguezais e as restingas. Parte do litoral são encontrados vestígios de Mata Atlântica em reservas florestais e de preservação ecológica. Sofre transformações em seus aspectos fisionômicos e naturais desde a colonização portuguesa do século XVI, que além de devastar grande parte da vegetação nativa para plantação de artigos com objetivo de comercialização, mas também para ocupação das regiões das margens dos rios e do oceano, e ao moderno meio de industrialização nos ecossistemas costeiros em conseqüência de um povoamento com a redução dos biomas do litoral recifense.

Todos os fatores físicos - ambientais exerceram influência na distribuição do espaço e natureza da produção. À medida que a população humana foi aumentando no centro urbano da cidade, novas relações se travaram com o uso do solo. Os grupos sociais vindos de outras regiões do estado, principalmente das áreas do sertão e do agreste sentiram necessidade de fixar-se e de criar raízes na região do litoral. A sua localização estratégica lhe concedeu a característica de cidade portuária.

Nas paisagens geográficas encontram-se uma série de fenômenos de superfície que traduzem o trabalho criador dos grupos humanos. Por toda a parte a paisagem nos apresenta construções humanas. Há influência mútua entre a terra e o homem, e desta interação dos elementos geográficos constitui o mecanismo das adaptações e reajustamento bio - sociais, culturais e econômicos. As formações

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************************************************************************************************* florísticas e os aspectos fisiográficos da área propiciaram uma formação estrutural, social e cultural da cidade e, ao mesmo tempo, que são controlados pelo sistema de produção atuante no território.

METODOLOGIA

A Geografia por ser uma ciência mais do espaço natural do que do homem, descreve a partir dos conceitos elaborados pelos grandes cientistas ambientais do passado e os estudiosos contemporâneos, um arcabouço teórico para compreensão do ambiente que existia antes ao ser humano, para a transformação do conhecimento científico num mundo globalizado e das relações mútuas entre todos os seres que habitam sobre a superfície que constitui o espaço geográfico.

A Metodologia utilizada para descrição e analisar a configuração espacial das paisagens litorâneas do Recife tem como principal objetivo de descrever os principais fatores que foram decisivos para o povoamento da área costeira e da planície litorânea e os resultados da superposição ao longo da história na interação do homem sobre o meio e os dados potenciais do ambiente natural. Sendo o Recife uma região de subdesenvolvimento, sintetizar os aspectos favoráveis ao desenvolvimento contemporâneo da cidade, as relações de poder no território e configuração da paisagem, e o processo de produção espacial na era industrial.

Foram utilizados dos mapas do Projeto Radam Brasil n° 30 - 1983, os Mapas Ambientais: mapa geomorfológico, mapa exploratório de solos e o mapa geológico, e a carta de nucleação Centro CONDEPE FIDEM da Região Metropolitana do Recife – 3° Edição 2003.

Na análise dos dados potenciais sobre a Cidade do Recife, obtemos informações a partir de sites eletrônicos que difundem os valores concretos sobre o território e a paisagem, no site da Prefeitura do Recife podemos encontrar todas as informações sobre a cidade e o Atlas de Desenvolvimento Humano da Cidade do Recife.

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RESULTADOS

Foto 1: A Planície Flúvio – Marinha do Recife

A planície sedimentar do Recife corresponde uma área de 99,95 Km2 e a extensão total da cidade é de 218 km2 com localização em latitudes de 34° 55’ 00” no estado de Pernambuco. Possui uma altitude de 4m e um clima quente e úmido, tipo AS’ ( Köppen ) com chuvas de outono- inverno iniciadas no mês de março com temperatura média de 25,2°. O município pertence à Bacia Hidrográfica do rio Capibaribe, cuja área fluvial onde estão dispostos os manguezais, em sua maior parte retirado para formação da cidade. A vegetação está disposta nos Tabuleiros Costeiros divididos em subzonas: Praias, restingas, Dunas ( Barbosa, 1965 ) e os mangues.

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************************************************************************************************* A compartimentação do relevo da cidade foi elaborada no quaternário, o que implica uma deposição recente. As condições climáticas favoreceram a distribuição espacial humana ao longo do litoral, primeiramente, com os índios até as transformações com a colonização européia e as atividades econômicas para exportação, como exemplo da cana -de- açúcar que influenciou na estrutura diferenciação do espaço e na cultural da cidade. Em decorrência de uma ocupação mais avançada e da composição de terrenos, com predomínio de sedimentos argilosos – arenosos, os tabuleiros apresentam uma forma suavemente ondulada. O fato da cidade está desenvolvida sobre uma planície acontecem algumas inundações causadas pelo assoreamento do rio Capibaribe. A sedimentação desse relevo foi feita sobre o Maciço Pré- Cambriano Pernambuco – Alagoas ( Brito Neves,1975 ) com depósitos holocênicos que se consolidaram e que são constituídos principalmente por areias quartzozas bem selecionadas e inconsolidadas de cor esbranquiçada sofrendo contínuo retrabalhamento das variações do nível do Mar. Na linha de costa encontramos depósitos de conchas marinhas e material orgânico e nos trechos das praias pode-se observar acumulações eólicas – dunas frontais. Nessas áreas desenvolvem-se as espécies típicas da restinga que estão em constante influência dos ventos marinhos, solos salinos e altas temperaturas. Recebe o nome de Floresta Estacional Perenifólia de Restingas (Lima, 1961), são espécies halófitas e rastejantes, variando de arbustivo a floral. A planície está em constante influência das marés e os solos predominantes são Argissolos Vermelhos – solos minerais, não hidromórficos quando não estão nas áreas dos manguezais, esses são encontrados na área estuarina servindo de valor ambiental, cultutal e econômico para a cidade. Essa vegetação é típica das regiões tropicais com depósitos de sedimentos soltos ou consolidados com solos característicos e classificados como Indiscriminável de Mangue. A população dessas áreas sobrevive dos recursos desse ecossistema através da atividade pesqueira. A orla marítima está ocupada por classes sociais mais favorecidas, dominada pela produção do espaço pela acumulação do capital correspondendo uma área de valorização Urbana. A vegetação predominante são os coqueirais trazidos pelos portugueses e a ocupação ocorreu com o aterramento da vegetação de restingas construção de residências, pontos comerciais e obras de drenagem e saneamento. A urbanização nessas áreas se intensificou a partir dos meados do século XX.

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************************************************************************************************* de 1.060.701 e correspondia a grande metrópole nordestina e o principal pólo industrial. O desenvolvimento desse setor prende-se, de um lado, a sua localização no ponto mais avançado da costa, dotada de um excelente porto, que facilitava as relações comerciais marítimas e, de outro, em fato de situar-se no centro de uma área de expressão econômica e demográfica – Zona da Mata –onde se difundia a Agroindústria Açucareira. Atualmente o espaço natural está em segregação urbana.

Os Recifes, formações geralmente litorâneas, deram o nome à cidade. O termo recife deriva da palavra árabe Razif, que quer dizer pavimento. Os recifes podem ser classificados, segundo sua origem: Arrecifes de arenito, Recife de corais. Os primeiros resultam da consolidação de antigas praias por cimentação dos grãos de quartzo; e o segundo, por acumulação de corais. Esses são animais que exigem condições de sobrevivência, tais como: temperaturas anuais elevadas 26ºC, águas límpidas e profundidade não superiores a 40 metros. Os Recifes coralígenos crescem e se instalam sobre os recifes de arenito.

As formações florestais litorâneas são subdivididas nas regiões marítima, dos manguezais, das praias e das restingas. Representativa da primeira são as algas fixadas aos arrecifes de arenito e outras rochas da plataforma continental. Algumas dessas algas são fonte de extração de Iodo e Potássio e mais de vinte espécies ricas em vitaminas (A, B, C e D) e em substâncias inorgânicas que podem ser utilizadas com vantagem na alimentação humana.

No estudo das paisagens naturais verificamos as principais espécies de mangues encontrados ao longo de todo o litoral associados a Rio Capibaribe e Rio Beberibe com substratos de vasa de formação recente de pequena declividade sob ação constante de água salgada vindas do oceano formando a água salobra. As principais espécies são

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************************************************************************************************* lançamento de esgotos, lançamento de efluentes industriais, pesca predatória, entre outros.

A vegetação marinha consiste predominantemente das algas que se fixam aos arrecifes ou no fundo arenoso compreendido entre os arrecifes e a praia. Entre elas, incluem Acanthophora muscoides, Amansia multifida, Cryptonemia cremulata,

Halimeda Opuntia, ulva fasciata, entre inúmeras outras espécies variando em interesse econômico.

As formações vegetais das praias é uma vegetação mais próxima ao mar com uma pequena variação de espécies estacando-se Ipomoea pés- caprae (salsa-de- praia) Ipomoea stolonifera e uma Gramínea de folhas rijas e longas Sporobolus virginicus, ao lado de outras como Canavalia marítima, Cereus pernambucensis , Phaseolus e

Paspalum.

A Floresta Perenifólia de restinga, descrita por D. A. Lima, sob a designação de floresta estacional perenifólia de restingas e terraços litorâneos. Sua localização diz respeito aos terraços arenosos holocênicos da baixada litorânea e difere das formações florestais dos terrenos cristalinos e tabuleiros costeiros pliocênicos, notadamente pelo menor porte, bem como pela fisionomia e composição florística. No estrato arbóreo destacam-se Andira nítida (angelim); ocotea (louro); Licanea tomentosa (oiti da praia), e outras. As epífitas são raras, tendo sido constatado Cattleya e alguns Philodendron. As restingas aparecem em área sob influência direta do mar. As restingas estão sobre os cordões de regressão marinha, caracterizada por Lamego ( 1940 ) : “ A seqüência de baixadas e elevações paralelas, peculiar a estas formações, divide a sua flora em dois tipos completamente diversos...” E prosseguindo: “ Nas baixadas permanentes de água doce, a tabua e o peri- peri são os maiores contribuidores para o dessecamento, não só pela retenção de grande volume de água , como pela sua própria decomposição que pouco a pouco vai entulhando as depressões de detritos vegetais...”, concluindo com a importância dessa sucessão higrófila para manutenção desses ecossistemas de tão frágil estabilidade. Nas praias e nas antedunas, a espécie Ramirea Marítima seguem o

Paspalum Vaginatum e o Hydrocotyle bonariensis, além da Ipomoea pescaprae e da Canavalia obtusifolia.

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************************************************************************************************* Os coqueirais (Cocus nuafera) são um tipo de cultura e expressão secundária no contexto agrícola da área, localizados ao longo do litoral da região. Sua área tem diminuído, rapidamente, por conta da especulação imobiliária que tem, nas áreas próximas ao mar, um forte atrativo para o lucro. Todavia, a especulação imobiliária pressiona e ameaça esses coqueirais que, na maioria, estendem-se até a beira mar. Ao Sul, os coqueirais encontram-se mais preservados que a Norte da Região Metropolitana. Algumas áreas de manguezais tem sido desmatadas e drenadas para plantação de coqueiros.

Os campos antrópicos são formações dominadas por gramíneas espontâneas e subespontâneas que se instalam nas áreas onde a vegetação natural foi destruída e alterada, quase sempre, por interferência humana, constituindo em uma vegetação secundária.

Foto 2: Aspectos da Cidade: as Paisagens e as construções humanas

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************************************************************************************************* constante transformação tanto através da ação antrópica quanto às transformações do meio ambiente.

Possui uma localização estratégica e favorável à atividade econômica, que lhe concedeu a característica de cidade portuária, localizando-se numa estreita faixa alongada no sentido nordeste - sudoeste. Faz parte do Estado de Pernambuco e é a região mais desenvolvida dessa área territorial.

Essas áreas começaram a ser povoadas a partir do litoral marítimo com a chegada dos europeus no século XVII e que se interiorizou povoando os tabuleiros costeiros dividido em subzonas: Praia, Dunas, Restingas e Manguezais.

Ocupação humana acontece em áreas de antigos manguezais que entram em contraste com as formações florísticas de restinga, constituindo uma área de transição e através desse espaço foi construído o território político - geográfico. Um local de constante influência das marés, próximo à área estuarina drenada pelo Rio Capibaribe e que favoreceu o desenvolvimento de uma cidade através das relações econômicas com outros portos do país e de regiões mundiais.

As grandes extensões dos ecossistemas foram destruídos para ocupação urbana e industrial fazendo que medidas governamentais elaborassem projetos referentes à ocupação sustentável do mangue. Na “Era da Globalização” grandes problemas e impactos ambientais estão ocorrendo e que estão sendo levados em consideração para uma economia sustentável de desenvolvimento.

Há a formação de uma Paisagem Cultural na distribuição do espaço e constituição de um forma de vida que, embora seja nos aspectos da cultura européia ou desfavoráveis em bem - estar, divide -se em classes sociais, que não se apresentam em aspecto homogêneo, observadas as modernas construções arquitetônicas, a carência de infra - estrutura social, espaços com extremo subdesenvolvimento e um meio ambiente degradado pelas ações humanas capitalistas e ignorantes quanto ao uso sustentável dos recursos que necessitamos para o desenvolvimento cada vez maior da espécie humana.

Aspectos Políticos relacionados aos aspectos Naturais Área: 219,493 km2

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************************************************************************************************* Composição da área Territorial:

Morros: 67,43% Planícies: 23,26% Aquáticas: 9,31%

Zonas Especiais de Preservação Ambiental - ZEPA: 5,58% Extensão de praia: 8,6 km.

Mapa 1 – Cidade do Recife

O litoral de Pernambuco tem como característica predominante as baixas cotas de altitude, chegando, em alguns trechos, a apresentar-se abaixo do nível do mar. Esse fato faz com que as águas do Atlântico penetrem no relevo costeiro, criando um ambiente flúvio - marinho, o que favorece o surgimento dos estuários.

Os Recursos pertencentes à Cidade delimitam os horizontes das ações. São os recursos que caracterizarão as ações políticas e territoriais. Toda Cidade possui seus próprios recursos naturais, pois só há formação territorial mediante o espaço potencializado para desenvolvimento humano e técnico.

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************************************************************************************************* O desenvolvimento econômico da região começou a partir do setor Terciário no comércio com Portugal e a exportação do Açúcar produzido na Zona da Mata pernambucana de característica úmida e solo de massapê sob domínio da Floresta Perenifólia Higrófila Costeira ( Heck, 1972 ).

Nesse espaço começa a ser construído um Território e moldado relações de produção, sociais e culturais que determinarão a formação e delimitação do Estado de Pernambuco. A Economia desenvolve-se a partir da Cana-de-açúcar, posteriormente a produção do algodão, a mandioca, o milho, e várias espécies de legumes, além do arroz e várias fruteiras e coqueirais, introduzidos pelos portugueses e trazidos de outros continentes.

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Mapa 2 – Cidade do Recife

Divisão territorial: 94 bairros

6 Regiões Político – Administrativas – RPA: RPA 1 – Centro: 11 bairros

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************************************************************************************************* RPA 5 – Sudoeste: 16 bairros

RPA 6 – Sul: 8 bairros

População residente (2000): 1.422.905 habitantes, correspondendo a 43% da população da Região Metropolitana.

Taxa de crescimento geométrico anual: 1,02 (1991/2000)

Densidade populacional: 64,78 (hab/ha) Composição etária da população (2000): 0 a 14 anos: 26,16%

15 a 64 anos: 67,33% 64 anos e mais: 6,51%

A Planície é circundada por Morros, encostas Montahosas numa configuração espacial com diferenças provocadas pelo quadro Sócio – Econômico da Infra – estrutura da Cidade.

O município do Recife reconhece a existência de 66 Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, disseminadas pelo espaço urbano. Frente à existência de perto de 490 favelas, representando 15% da área total do município e 25% da área ocupada, as ZEIS agregam cerca de 80% delas. Revelam, então, o esforço governamental de encarar o problema social.

O desenvolvimento econômico do Recife se deu a partir do setor terciário, desde quando a cidade se destacava pela sua função de intermediação comercial com Portugal, através da exportação do açúcar. Hoje, as atividades comerciais e de prestação de serviços são predominantes e respondem por 95% de todo o valor da riqueza gerada. São atividades ligadas ao terciário moderno, de comércio e de serviços, em que se destacam shoppings e grandes supermercados, serviços médicos, de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao turismo, entre outras.

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************************************************************************************************* Vidal de La Blache demonstra como as paisagens de uma região são resultados do entrelaçamento, ao longo da história, das influências humanas e das condições naturais. Mas, nas suas descrições, Vidal privilegia os aspectos permanentes, tudo que a muito se encontra nas paisagens, tudo que constitui herança duradoura dos fenômenos naturais ou das antigas evoluções históricas. Em contrapartida, exclui das descrições tudo que, em suma, tinha menos de um século e traduzia os efeitos da Revolução Industrial.

La Blache combateu, evidentemente, a tese determinista segundo a qual as condições naturais (ou alguma entre elas) exercem influência direta e determinante sobre fenômenos humanos, e privilegia a história paras por em evidência as diversas formas segundo as quais os homens se relacionam com os fenômenos físicos.

O Espaço Natural influencia indiscutivelmente a tipologia e diferenciação entre cidades e centros urbanos. Aplica - se projetos urbanistas para construção de uma arquitetura ou transformação do território produzindo um caso de (des) territorialização. As operações urbanas consorciadas são as experiências mais efetivas na transformação de áreas e regiões urbanas. Elas são concebidas como um conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público e contam com a participação de investidores privados, proprietários e moradores. Têm o objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental nas cidades.

Através de parcerias entre Governo e iniciativa privada, o Núcleo Técnico de Operações Urbanas de Pernambuco (NTOU) articula e coordena o reaproveitamento e revitalização de áreas urbanas públicas por meio da modificação de seu aproveitamento urbanístico. A atuação do NTOU assegura um desenvolvimento sustentável, refletindo diretamente no fortalecimento das políticas públicas do Estado.

O espaço natural, em segregação urbana, sendo o solo ao longo da planície uma mercadoria principalmente na orla marítima do Recife para construção de pontos econômicos para acumulação em escala ampliada em processo de avanço do Capital. Os Impactos Ambientais e as Conseqüências Urbanas

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************************************************************************************************* A maioria das construções empresariais causaram impactos sobre o meio ambiente, destruçao da fauna e flora e poluiçao do Rio e afluentes. Outros impactos sócio– econômicos acontecem com a (des) territorializaçao de áreas de habitação pobres e não resolução das condições de moradias.

As principais áreas estuarinas do litoral do Estado foram transformadas em reservas biológicas (Lei nº 6.938/81), e definidas como áreas de proteção ambiental, através da Lei nº 9.931 de 11 de dezembro de 1986. A "Lei de Proteção de Áreas Estuarinas", como ficou conhecida, não chegou a ser regulamentada no prazo de 180

dias, conforme previa o seu Art. 9º.

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************************************************************************************************* Entre um dos programas que abrange a área de estudo destaca - se o Gerenciamento Costeiro de Pernambuco, coordenado pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH – implantado em 1990.

Podemos verificar a complexidade dos agentes sociais que levam a um constante processo de reorganizaçao espacial que se faz via incorporaçao de novas areas ao espaço urbano, densificaçao do uso do solo, deteriorizaçao de certas áreas, relocaçao diferenciada de infra - estrutura e mudança, coercitiva ou não, de conteúdo e econômico de determinadas áreas da cidade.

Os problemas inerentes à Planície litorânea levando em conta o material transportado pelo rio Capibaribe que drena a área explorada pela economia de subsistência e comercial, um dos problemas a considerar é o assoreamento do rio observado na área portuária da região e no Centro da Cidade. Outro problema acontece com o crescimento populacional constante que tem provocado a expansão dos sítios. O fato do Recife está situado em uma planície litorânea, abrangendo a desembocadura do rio, fato que traz grandes problemas de inundações periódicas que podem acontece e que ocorreram a algumas décadas passadas (Projeto RADAM BRASIL n° 30).

A atividade de extração de recursos naturais causam prejuízos ao meio ambiente. Uma atividade de mineração e processo industrial desses recursos causam impactos ao meio ambiente e degradam uma região deixando-a improdutiva ou poluída. As atividades de extração de minerais também possuem as problemáticas sociais.

Entre os problemas gerados por estas obras são citados: desmatamentos, instabilização de taludes, alterações dos padrões de drenagem e da topografia da área, erosão, assoreamento de cursos d'água, aterro de áreas inundadas e inundáveis, alterações no volume de sedimentos transportados pelos rios, alterações da direção de correntes marinhas e alterações do lençol freático. Especificamente na Região Metropolitana, destacam-se como principais obras geradoras de impactos ambientais a construção de portos e a construção civil em áreas de manguezais, rodovias e estradas, e loteamentos irregulares.

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************************************************************************************************* destruir as plantações da mesma área, levando à fome das populações, com conseqüente – efeito indireto – diminuição das defesas em relação a doenças infecciosas.

Estas são de fato uma das conseqüências mais evidentes das alterações climáticas mais visíveis, necessariamente, em alterações bruscas e catastróficas (inundações e secas), mas não menos importantes em alterações sutis e progressivas, na sua maioria resultantes do que conhecemos como aquecimento global. Acresce que nem sempre as doenças resultantes são do tipo infeccioso.

O crescimento da população urbana e o desenvolvimento econômico de uma área conduzem à necessidade de realização de obras de infra-estrutura tais como: adutoras, estradas, portos, barragens etc., que são vitais para o bem estar das populações. Tais obras impactam o meio ambiente de forma mais ou menos intensa, a depender dos cuidados tomados durante as fases de projeto, construção e funcionamento destas obras.

O crescimento urbano da cidade do Recife ao longo dos últimos anos colonização, destruiu grandes áreas de manguezais. Tais áreas estão sob continua pressão da especulação imobiliária e também daqueles que não tem onde morar e, constroem suas habitações nestes locais inóspitos. A construção nestas áreas de manguezais, requer técnicas cuidadosas como estaqueamento do terreno e controle de recalques do aterro lançado, já que é comum a presença de camadas de argila compressível, com baixa capacidade de suporte, onde o aterro lançado sofrerá ao longo do tempo, grandes recalques, devido a expulsão da água dos poros das argilas. São explorados depósitos de Argila na faixa costeira do Rio Capibaribe.

O Recife tem 100% de sua população em área urbana. Este município, sendo o núcleo da respectiva Região Metropolitana, sofre os impactos demográficos, sociais e econômicos, decorrentes de um processo de urbanização descontrolada, que se refletem na crescente deterioração das condições de vida, moradia e trabalho da população, na degradação ambiental e na vulnerabilidade social e econômica dos segmentos de mais baixa renda.

A Qualidade Ambiental é favorecida pelo índice de urbanização e medidas de evitar a degradação ambiental por parte das ações humanas.

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Projetos

Projeto Via Mangue: A Via Mangue é uma proposta de intervenção urbana e preservação ecológica que complementa outras ações já realizadas pela Prefeitura do Recife para melhorar a fluidez do tráfego na zona Sul. Além do ganho viário, a obra representa um projeto estratégico para o desenvolvimento econômico, social, turístico e de preservação ambiental para a cidade e o Estado. O projeto completo inclui a implantação do Parque dos Manguezais, em Boa Viagem, dando uso e visibilidade a uma área pouco explorada da cidade. A construção da via nas margens do manguezal reduzirá os danos ambientais. Além disso, serão replantados cerca de cinco hectares de mangue. Vale destacar a remoção e reassentamento de 1.100 famílias residentes em palafitas.

Manguezal na Zona Sul ocupa uma área de 307 hectares e é um dos pulmões do Recife. O maior manguezal urbano do País, localizado na Zona Sul do Recife e conhecido como Manguezal do Pina, poderá ser transformado no Parque Natural Municipal dos Manguezais. O evento contou com a participação, na condição de debatedores, de representantes da Universidade Federal de Pernambuco, Ministério Público Federal, Ministério Público de Pernambuco e Prefeitura da Cidade do Recife.

Capibaribe Melhor: O Projeto Capibaribe Melhor vai reassentar cerca de 1.400 famílias, que serão transferidas para áreas próximas do local de origem. As ações do projeto incluem a melhoria dos espaços urbanos (através da criação e recuperação da infra-estrutura física de lazer, saneamento, macro - drenagem, acessos e mobilidade), educação sanitária e ambiental, promoção do trabalho e renda, desenvolvimento das potencialidades esportivas e culturais, promoção de operações urbanas, participação popular, controle social e desenvolvimento institucional. O objetivo principal do Projeto é a Urbanização Integrada do Território.

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************************************************************************************************* poderão morar com dignidade. O povo ganha duas vezes: um novo espaço de lazer e melhores condições de vida para milhares de

O Recife expressa na sua configuração físico-territorial as diferenças provocadas pelo quadro sócio-econômico que se consolidou ao longo de sua história. A cidade exibe a convivência de seus habitantes: próximos territorialmente, mas

separados pelas enormes diferenças sociais.

A Prefeitura do Recife elaborou medidas mitigadoras relacionadas ao processo de Urbanização e à poluição do Rio Capibaribe, que corresponde o principal rio da Cidade e de extrema importância ecológica. O Projeto relacionado corresponde ao Capibaribe Melhor que estabelece ações para diminuir a poluição e solucionar o problema de esgotamento sanitário e rede de drenagem. O Projeto intervém nas áreas verdes e parques, Sistema de água, Esgoto e Saneamento Integrado, Recuperação do Sistema de Drenagem, Ampliação da Mobilidade e Acessibilidade Urbana.

Uma constante movimentação dos fluxos humanos para as grandes cidades acentua uma nova configuração da Geografia Urbana e das Paisagens , tanto no Norte e no Sul do Globo. O aumento da população nas grandes cidades serão causadores do desemprego, aumento dos imigrantes, maior isolamento da classe média alta e aumento da pobreza. São fatos que acontecerão, caso não seja levadas em consideração, medidas de desenvolvimento humano e uma distribuição capital de maneira que venha a resolver os problemas sociais.

As desigualdades territoriais persistem nas condições atuais de organização do espaço urbano. A Política Territorial vinculado à Política Ambiental significa identificar as diferentes formas organizacionais, ou seja, os indicadores sociais intra - urbanos e, posteriormente, aplicamos políticas públicas teorizadas a partir do território.

As variáveis a considerar nesses aspectos são, primeiramente, as características e qualidades ambientais naturais do meio ambiente, a materialidade existente no espaço geográfico ( fator que revela as situações das populações ), a densidade demográfica sobre o espaço e os impactos que se apresentam no Meio Ambiente.

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************************************************************************************************* Na análise das Paisagens configurativas, sejam elas naturais ou artificiais, levamos em consideração as estruturas sociais e a questão territorial. Verificamos que há uma enorme desigualdade entre os bairros do Recife, em que os bairros mais pobres estão extremamente poluídos, sem redes de esgotos, degradação das vegetações naturais e desordenamento das habitações. Os bairros mais favorecidos possuem parques bem preservados, arborização mais contínua, qualidade ambiental, áreas de preservação ecológica e uma distribuição espacial das habitações mais ordenada.

Apesar disso, ocorre entre os bairros do Recife um aumento do Desenvolvimento Urbano. Algumas frações de bairros foram agregadas e desagregadas. Esses áreas são denominadas de Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) representadas por 62 áreas com, em média, 22.150 pessoas por áreas (2000).Essas unidades são agregadas de acordo com as semelhanças entre a população.

Em Dezembro de 2001, a Prefeitura do Recife, a Agência de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, em nome do Governo Brasileiro e o Programa das ações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) formalizaram o projeto “Desenvolvimento Humano Sustentável no Recife e Região Metropolitana”, visando transformar qualitativamente, através do paradigma de desenvolvimento humano sustentável na construção democrática de políticas, ações e investimentos públicos, voltados ao desenvolvimento local, pelos seus agentes públicos, iniciativa privada e a sociedade civil organizada.

As paisagens geográficas se configuram em todo litoral representadas pelas Vegetações Litorâneas, e os espaço urbanizados com espécies florísticas variadas , que caracterizam o meio ambiente.

CONCLUSÕES

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************************************************************************************************* úmido conforme as características climáticas da posição geográfica no hemisfério. Os fenômenos físicos naturais estão em constante transformação tanto através da ação antrópica quanto às transformações do meio ambiente.

As principais vegetações configuram a paisagem cultural da região, nas quais as restingas e manguezais têm grande importância no espaço geográfico junto a uma arborização com espécies de outros continentes que já fazem parte dos aspectos paisagísticos e culturais do Recife. São aspectos decisivos para instalação de uma forma social e determinação de território, no qual a construção geográfica partirá da reprodução e dinâmica urbana através da divisão social do trabalho numa perspectiva capitalista e métodos dialéticos na interpretação das práticas espaciais.

Os problemas ambientais são relacionados à ocupação dos ecossistemas, com a destruição das formas de vida e espécies florísticas das vegetações das áreas de praia, ocorrendo o desequilíbrio ambiental e aceleração da erosão. Vários estudos foram realizados para preservação ecológica e diminuição da poluição ambiental da região. Com referência a esses problemas, os impactos ambientais apresentam-se em escala interpretativa quanto ao processo de erosão associado às múltiplas causas e que na planície. Possuem espacialidade diversificada devido aos agentes fluviais e marinhos, e ao assoreamento dos rios com causas mais locais e visíveis se interligando a outros processos de degradação ambiental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Guerra, Antônio José Teixeira; Cunha, Sandra Batista da Cunha. Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. 3ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

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Santos, Milton; Silveira, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no século XXI. 4ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Recife, 2008. Disponível em < http:// www.cprh.pe.gov.br/ Projetos e Ações> acesso em 03 de dezembro de 2008.

Imagem

Foto 1: A Planície Flúvio – Marinha do Recife
Foto 2: Aspectos da Cidade: as Paisagens e as construções humanas

Referências

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