ANESTESIA LOCAL EM ODONTOPEDIATRIA
FLORIANÓPOLIS 2002
LUCIANA LIRA DA LUZ
ANESTESIA
LOCAL EM
ODONTOPEDIATRIA
Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para obtenção do titulo
de Especialista em Odontopediatria.
Orientador:
Prof bra Isabel C. S. Almeida
ANESTESIA LOCAL
EM ODONTOPEDIATRIA
Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para obtenção do titulo de Especialista em
Odontopediatria
eaprovado em sua forma final pelo Curso de Especialização em
Odontopediatria.
Florianópolis, 05 de dezembro de 2002.
Banca Examinadora
Professora Dra. Isabel Cristina S. Almeida
Presidente
Professor Dr. Ricardo de Sousa Vieira
Membro
Professora Dra. Vera Lúcia Bosco
Membro
Professora Dra. Maria José de Carvalho Rocha
Membro
Agradeço
a Deus, por tudo.
Aos professores Ricardo, Maria José, Vera
e
Joeci,obrigada por terem passado seu
conhecimentoe
experiência,
comtanto
carinhoe
dedicação.A
professora Isabel Cristina, minha orientadora, eu
agradeço não sópelas
orientações relacionadasa este
trabalho,mas também
peloapoio nos momentos de
angústia e desánimo.A
professora
LieneCampos, pela
disponibilidade eboa vontade sempre presentes.
Ao
meuesposo Paulo Mauricio, pela paciência
e
ajuda com que pude contar durante todo
o
curso.RESUMO
A anestesia local
éuma etapa muito importante
eessencial para a realização do tratamento
odontológico. Os anestésicos locais agem na membrana da célula nervosa impedindo a
despolarização da mesma
e conseqüentetransmissão do impulso nervoso
esão divididos em dois
grandes grupos, de acordo com a sua estrutura
química:grupo
éster egrupo amida. Os
anestésicos do grupo amida são os mais utilizados atualmente, por serem mais seguros
e possuírempotencial alergênico menor que os do grupo
éster.Em crianças, alguns cuidados
devem ser tornados durante a administração dos anestésicos locais. A dose a ser administrada
émenor que a dose do adulto
edeve ser calculada com base no peso corporal do paciente. Devido
as diferenças anatõmicas entre
ocrânio da criança
edo adulto, há algumas pequenas variações
nas técnicas anestésicas. 0 sal anestésico mais indicado para a odontopediatria
é
a mepivacaina,
por apresentar inicio de ação rápido
etempo de duração da anestesia menor, a bupivacaina está
contra indicada por apresentar longa duração,
oque resulta em maiores chances da criança ter
uma lesão nos tecidos moles, causadas por mordedura da area anestesiada, sendo esta a
complicação mais comum após a utilização da anestesia local. 0 preparo psicológico do paciente
éfundamental para que a anestesia local seja bem realizada com aceitação
ecolaboração do
paciente. Durante
oato anestésico deve-se falar
omáximo
possívelpara distrair a atenção da
criança. Uma anestesia eficaz proporciona a realização de um tratamento confortável
elivre de
dor, fatores de extrema importância para a conquista da confiança do paciente
econseqüentemente para a
realizaçãode urna odontopediatria de qualidade. Este trabalho tem por
objetivo revisar a literatura a despeito dos aspectos mais importantes para a prática da anestesia
local na clinica odontopedidtrica.
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
The local anesthesia is a very important and essential stage for the accomplishment of the tal dental. Local anesthetics act at the nervous cell membrane impeding the
despolarization
of the same and consequent transmission of the nervous pulse. They are divided into two major groups, regarding its chemical structure: ester and amide group. Anesthetics of the amide group are more used now, for their safety and smaller allergen potential than the group ester. In children, somecarefuls
should be been during the local anesthetics administration. The dose to be administered is smaller than the adult's dose and it should be calculated based in the patient's corporal weight. Due to the anatomical differences among the child's cranium and of the adult, there are some small variations in the anesthetic techniques. The anesthetic salt more indicated for pediatric dentistry ismepivacaine,
for presenting that action beginning and smaller time of duration of the anesthesia.Bupivacaine
should not be indicatedbecouse
of its larger anesthetic effect,wich
results in the child's larger chances to have a lesion in the soft tissues, caused by bite of the anesthetized area, being this the most common complication after the use of the local anesthesia. Psychological approach of the patient is fundamental so that the local anesthesia is well accomplished with acceptance and the patient's collaboration. During the anesthetic act continuosspeeking
should be perform to distract the child's attention. An effective anesthesia provides the accomplishment of a comfortable treatment and free from pain, factors of extreme importance for the conquest of the patient's trust and consequently for the accomplishment of a quality children's dentistry. This work has the objective to review the literature in spite of the most important aspects for the practice of the dental anesthesia in the clinical practice of pediatric dentistry.RESUMO
4
ABSTRACT
5
1 INTRODUÇÃO
6
2 PROPOSIÇÃO
10
3 REVISÃO
DA LITERATURA
11
3.1
Aspectos técnicos da anestesia local em
odontopediatria
11
3.1.1 Definição de dor
12
3.1.2 Definição, estrutura
e
mecanismo de ação dos anestésicos locais
13
3.1.3 Restrições
e
cuidados com uso dos anestésicos locais em odontopediatria
15
3.1.4 Tipos de drogas anestésicas
17
3.1.5 Agentes vasoconstritores
23
3.2
Métodos de
administração
dos anestésicos locais
26
3.2.1 0 equipamento
26
3.2.2 Anestesia tópica
30
3.2.3 Anestesia infiltrativa e bloqueio
39
3.2.4 Anestesia eletrônica
50
3.3 Complicações
decorrentes do uso dos anestésicos locais
53
3.4
Aspectos
psicológicos
da anestesia local
em odontopediatria
63
4 DISCUSSÃO
74
5 CONCLUSÕES
83
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
84
ANEXO
1
87
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que a odontologia atual está vivendo uma nova fase, com a valorização e a
aplicação dos princípios de promoção de saúde. A odontopediatria, em especial, avançou muito neste aspecto e a prevenção transformou-se em um grande desafio para odontopediatras e clínicos que prestam atendimento A cria iças. Esta nova filosofia de oferecer ao paciente e sua
família um atendimento educativo — preventivo desde a primeira inFancia, juntamente com medidas preventivas como o uso praticamente universal do dentifrício fluoretatio e da água fluoretada, (cujos benefícios são indiscutíveis) , vem trazendo para o consultório odontológico, crianças com baixa incidência de cárie e conseqüentemente que necessitam menos da realização
de procedimentos restauradores. A odontopediatria atua cada vez mais na manutenção da saúde
bucal, desde
bebês até
adolescentes utilizando-se de recursos como
motivação
e orientação do paciente e de sua farrutia, além é claro dos recursos de prevenção utilizados pelo dentista no consultório.evidente, porém, que apesar de todos os avanços, a doença cárie não está controlada, infelizmente ainda há um número expressivo de crianças com lesão de cárie nas dentições
o
odontopediatraprecisa fazer
usoda anestesia local,
e
este
é
um dos passos mais importantes do
tratamento
e
que ainda traz muito medo para pacientes
e
insegurança para pais, profissional
e
equipe
auxiliar, principalmente
quandose trata de crianças de pouca idade. Anestesiar uma
criança requer conhecimento técnico, preparo
psicológicodo paciente
e
da
família
além de
equilíbrio e
segurança por parte do dentista
e
da equipe auxiliar.
A anestesia local
é
uma maneira eficaz de se proceder ao controle da dor durante
determinados procedimentos
clínicos
em odontologia, visto que apresenta muitas vantagens, tais
como: mantém
o
paciente consciente
e
capaz de cooperar, possui curta
duração,atua apenas
localmente,
é
um procedimento relativamente seguro,
nãonecessita de
muitoaparato para ser
realizada
e
controla eficazmente a
transmissãodos impulsos
nervosos da dor.Para
Bombana (1995 apudCorrêa, 1998)
o
valor
e
a
eficáciado uso da anestesia local na
maioria das
intervenções odontológicasdispensam maiores
comentários.
O
aproveitamentototal
de todas as vantagens que
o
uso da anestesia local oferece completa-se
quandoo
profissional
quevai
administrá-lapossui conhecimentos técnicos
e
científicosque garantam sua
execuçãoadequada.
Corrêa (1998)
ressaltou que mesmo em
criançasde pouca idade, ou seja, de
0a
3anos,
nem sempre
o
odontopediatraatuará
somente na
prevenção. fld,muitas vezes, necessidade de
tratamentos curativos,
cirúrgicosou
intervençõesem
episódiosde
traumatismodental. Nesses
casos
torna-seimperativo
o
uso da anestesia local que possibilite um tratamento livre de dor
e
que
nãose
tornenegativo para as crianças. Lembrou ainda, que as
situaçõesque envolvem dor
sua
famíliacomo para
oprofissional.
preciso que, tanto
oodontopediatra, quanto
oclinico que atende crianças tenha
conhecimento suficiente para realizar uma anestesia bucal eficiente nestes pacientes, visto que,
apesar da fobia que alguns pacientes (inclusive adultos) apresentam estar relacionada com
agulhas
einjeções, é fundamental que se execute uma anestesia que permita a realização do
tratamento, sem dor, fator fundamental para
ocontrole do comportamento das crianças durante
oatendimento odontológico.
Ao se referir à anestesia local, Toledo (1996) enfatizou que
ocontrole da dor no
atendimento odontológico de uma criança
éessencial para que
oprofissional alcance seus
objetivos. 0 autor acrescentou ainda que em odontopediatria deve-se considerar que as crianças
nem sempre tem capacidade de descrever de maneira clara suas sensações pessoais, em especial
quando elas estão atemorizadas ou sentindo dor.
Em odontopediatria é fundamental que a anestesia local seja realizada de uma maneira
que reduza ao máximo
odesconforto do paciente quando está sendo executada. Para tanto,
alguns recursos podem ser usados, além
éclaro do preparo psicológico do paciente. A anestesia
tópica realizada previamente à injeção
éum recurso de muita valia para diminuir a dor
ea
ansiedade do paciente.
0 preparo psicológico do paciente
éfundamental para
osucesso da anestesia, bem como
para todos os outros procedimentos a serem executados. Com relação à anestesia este preparo
não
se deve anestesiar um paciente pediátrico logo na primeira consulta, a menos que seja uma
emergência. 0 profissional deve iniciar o tratamento com a realização de procedimentos que não
Constitui proposta desta revisão:
a) apresentar as técnicas anestésicas utilizadas em odontopediatria
eos cuidados com a
administração de anestésicos em crianças;
b) descrever as adaptações anatômicas das técnicas anestésicas para odontopediatria;
c) apresentar
osal anestésico mais indicado para uso em odontopediatria;
d) destacar as complicações mais freqüentes decorrentes do uso de anestésicos locais na
clinica odontopedidtrica;
e) avaliar os aspectos psicológicos de maior relevância relacionados com a administração
dos anestésicos locais em odontopediatria;
O comparar
osistema de anestesia computadorizada
The Wandcom
ométodo tradicional de
3 REVISÃO DA LITERATURA
0 controle da dor com anestesia local é necessário em diversos procedimentos
odontológicos e uma anestesia cuidadosa, além de permitir um tratamento confortável e livre
de dor, também favorece a relação de confiança entre o dentista e o paciente, fator essencial
para o sucesso do tratamento odontologico em crianças.
Para Malamed (1997) a anestesia é um aspecto muito importante no controle do
comportamento de crianças quando subtnetidas a tratamento odontológico. Especialmente em
odontopediatria, existem algumas preocupações quanto à anestesia local como, por exempb,
superdosagem de anestésico, complicações relacionadas com a longa duração da anestesia em
tecidos moles e variações técnicas relacionadas com o menor tamanho dos crânios e com a
anatomia diferente dos pacientes.
Neste contexto é de extremo interesse para odontopediatras e clínicos que prestam
atendimento odontológico para crianças, estar informados e familiarizados com a pratica da
anestesia local. Dada a complexidade do assunto e com finalidade didática, esta revisão foi
dividida em duas grandes partes: aspectos técnicos e aspecto psicológico da anestesia local em
odontopediatria, cada qual com suas respectivas subdivisões.
3.1 Aspectos técnicos da anestesia local em odontopediatria
3.1.1 Defmição de dor
Monheim e Bennett (1990) afirmaram que nenhuma definição simples da palavra dor
será aceitável por todos, nem permanecerá definitivamente. Progressos e descobertas rápidas
no terreno da pesquisa sobre dor exigirão atualização e redefinição periódicas.
Arbitrariamente, pode-se definir a dor como uma experiência emocional desagradável,
geralmente iniciada por um estimulo nocivo e transmitida por uma trama neural especializada
para o sistema nervoso central; onde 6 interpretada como tal. A definição mais completa para
a dor, é a proposta pela Associação Internacional Para o Estudo da Dor. "A dor é uma
experiência desagradável a qual primariamente é associalin ou descrita como dano teciduar.
Essa definição reconhece que a dor é subjetiva e mais complexa que um element° sensorial, e
a experiência da dor envolve associações entre elementos da experiência sensorial e o estado
aversivo provocado. A atribuição do significado dos eventos sensoriais desagradáveis é a
parte intrínseca da experiência da dor.
Wilson (1996) defmiu a dor como um estado altamente individualizado que pode ser
acompanhada por danos teciduais como resultado de um estimulo adequado. Em
circunstâncias normais o estado doloroso implica na existência de ativação simultânea de
conseqüências cognitivas, emocionais e comportarnentais que fornecem as diversas
interpretações individuais da dor. Acrescentou ainda que, fisiologicamente, a dor envolve
sinais que são transmitidos por múltiplas vias de neurônios especializados em espaço,
bioquímica, tamanho e forma. 0 autor afirmou que, surpreendentemente, pouco é conhecido
sobre crianças e dor, porém ressalta que os estudos sugerem que o desenvolvimento altera a
resposta aos estímulos dolorosos que ocorrem no inicio da infância.. Em geral, o limiar da dor
possível que a dor associada com procedimentos
odontológicosou
médicos possa serinstrumento
na
criaçãode oportunidades para o desenvolvimento e teste de certos
mecanismosde autocontrole e luta. Muitas
crianças sãomuito
eficientesem suas
habilidadesde luta e toleram desconfortos suaves com pouca expressão de
apreensão.Una
pequenafalta
de um bom
hábitode luta pode
desencadearcomportamentos
histéricosem
antecipação oudurante o menor desconforto.
3.1.2 Definição, estrutura e mecanismo
de
açãodos anestésicos locais
Guedes-Pinto
(1997) explicando o mecanismo de ação dos anestésicos locais relatouque eles agem por
bloqueio temporário da condução do impulso nervoso através de ummecanismo que estabiliza a membrana da fibra nervosa, impedindo a despolarização e
conseqüente propagação do impulso nervoso. Podem ser encontrados nos tecidos sob a forma
ionizada e não ionizada 0 efeito sobre a membrana nervosa é obtido pela forma ionizada da
base livre, que deve estar em concentração suficiente para exercer o maxim° de atividade. A
quantidade de forma ionizada dependerá de constante de ionização (pka) do anestésico local e
do
pH
tecidual do local de injeção, desta forma, a base anestésica (base livre) forma-se em maior porcentagem para os anestésicos locais com pka mais baixos e em tecidos que nãoestejam inflamados, pois a inflamação tecidual leva a uma queda do
pH,
fator que dificulta a formação de base anestésica não ionizada (livre) e conseqüentemente reduz a eficáciaanestésica. Os anestésicos locais podem ser classificados de acordo com a sua estrutura
química, em dois grupos: ésteres e amidas. Os anestésicos do grupo dos ésteres apresentam a
grupo são os compostos derivados do ácido paraminobenzóico (PABA), ou seja, procaina e
tetracaina. A procaina, por apresentar pequena capacidade de penetração tecidual, tem sido
substituida por anestésicos do tipo amida, enquanto a tetracaina vem sendo mais utilizada na
anestesia raquidiana. Os anestésicos do grupo amida apresentam maior estabilidade A
esterilização e reações de hipersensibilidade menos freqiientes do que do tipo éster; sendo
representados por: lidocaina, prilocaina e mepivacaina. A lidocaina apresenta capacidade de
penetração e efetividade clinica semelhantes aos demais; a prilocaina é reabsorvida mais
lentamente que a lidocaina, é menos dependente de vasoconstritores e 6 rapidamente
metabolizada pelo figado e finalmente a mepivacaina, muito utilizada em odontopediatria, 6
semelhante a prilocaina no que diz respeito à reabsorção, não necessitando tanto da adição de
vasoconstritores.
Tortamano (1999) definiu os anestésicos locais como drogas que quando entram em
contato com as fibras nervosas, são capazes de bloquear temporariamente a transmissão dos
impulsos nervosos. Salientou que a grande vantagem dessas substâncias é o fato de sua ação
ser totalmente reversível, pois, após seu tempo de ação, há a recuperação completa da função
nervosa sem qualquer dano estrutural nas células ou fibras nervosas. Quanto A estrutura
química dos anestésicos locais, relatou que sua molécula pode ser dividida em três partes: um
grupunento arornático com propriedades lipoffiicas que lhe permitem penetrar nas fibras
nervosas, um grupamento aminico secundário ou terceário que confere à molécula
hidrossolubilidade e unindo os dois grupamentos uma cadeia intermediária. Essa cadeia
intermediária é muito importante, pois, de acordo com a ligação química entre os dois
grupamentos, os anestésicos locais podem ser classificados em dois grupos: os ésteres e as
amidas, entre os quais há diferenças acentuadas relacionadas com o grau de alergenicidade,
potência e metabolismo quando se comparam os dois grupos. Os anestésicos locais sob a
de sais hidrossoldveis, normalmente cloridratos, soluções bastante acidas que favorecem a
estabilidade dos anestésicos locais
e
também da substância vasoconstritora associada. Ametabolização dos
anestésicos
locais do tipoéster
inicia-se na própria correntecirculatória,
principalmente por esterases plasmáticas. Os produtos da clivagem hidrolitica podem sofrer
biotransfornnação adicional no figado antes que sejam eliminados pelos rins. 0
metabolismo
das drogas amidicas ocorre no figado
e
a sua eliminação ocorre pelos rins.3.1.3 Restrições
e
cuidados como
uso dos anestésicos locais em odontopediatriaCom relação
às
indicaçõese
as contra-indicações da anestesia local, Gorankoch et al.(1995) afirmaram que esta anestesia pode ser usada em qualquer situação relacionada com dor
ou desconforto. Para os autores uma criança que não coopera, permanece como uma das
poucas contra-indicações para
o
ato anestésico. Outras contra-indicações são os casos dealergia verdadeira aos agentes anestésicos, embora, na realidade, isso seja muito raro.
Também
nãoé
recomendado anestesiar pacientes com sangramentose
distúrbios decoagulação, pois, para esses pacientes, há um grande risco de ocorrerem hematomas
incontroldveis. 0 uso de adrenalina em associação ao agente anestésico não está
contra-indicado para pacientes que fazem tratamento com antidepressivos triciclicos, desde que seja
lentamente injetado
e
a aspiração seja realizada antes da injeção.Também
não hácontra-indicações para pacientes com hipertensão ou arritmia
cardíaca,
se a mesmas precauçõesforem tomadas. Nesses pacientes,
o
maior problema 6 causado pela liberação de adrenalinaendógena,
devido ao estresse e à dor.na clinica odontológica seja bastante seguro, o dentista deve ter alguns cuidados durante a
administração para evitar possíveis efeitos tóxicos, principalmente em crianças que são mais
sensíveis a essa medicação. A maior parte dos casos fatais devido ao uso de anestésicos locais
em Odontologia acontece com crianças e quase sempre, por dose excessiva. Por essa razão é
importante que o profissional conheça algumas diferenças entre a criança e o adulto, para que
possa usar com segurança o recurso da anestesia. Além da dose, outro fator que deve ser
considerado é a injeção intravascular cuja ocorrência também é mais comum em crianças.
Devido a essa possibilidade, sempre que possível, deve-se dar preferencia para as técnicas
infiltrativas, pois estas, além de diminuírem o risco de ireçao intravascular, também reduzem
o risco de automutilaçao dos tecidos moles, visto que promovem uma anestesia de menor
duração. Um nível plasmático elevado de anestésico local acontece facilmente nas crianças,
pois seu volume de sangue é menor que do adulto. Uma criança de 3,5 anos de idade tem
cerca de 1,51 de sangue, quatro vezes menos que no adulto. Os autores sugeriram o seguinte
protocolo para a pratica da anestesia local em odontopediatria:
a) escolher sempre o anestésico local com menor concentração e associado a um
vasoconstritor;
b) se optar por um anestésico sem vasoconstritor, reduzir a dose em 30%;
c) selecionar a menor dose para cada procedimento e para cada criança;
d) dar preferencia, se possível, à técnica infiltrativa;
e) realizar sempre aspiração prévia à injeção da solução;
f) se a criança estiver sedada ou debilitada diminuir a dose para um terço da dose
usual.
Oliveira Jr. (2000) afirmou que os anestésicos locais são as drogas mais utilizadas na
odontologia, pois a maioria dos procedimentos envolve a anestesia local previamente. Deste
modo o dentista tem obrigação de conhecer bem os anestésicos locais. Atualmente existe no
mercado uma grande variedade de sais anestésicos, embora a maioria pertença ao mesmo
grupo farmacológico (grupo amida), apresentam características diferentes, que podem ser
exploradas ou aproveitadas de acordo com cada paciente e cada procedimento odontologico a
ser realizado. Características dos anestésicos como: toxicidade do sal, potência anestésica, pka
do sal, lipossolubilidade e o vasoconstritor associado (tipo e concentração) são dados
importantes. Algumas características fisico-quimic,as dos anestésicos locais afetam as
características clinicas dos mesmos. Entre elas tonos a constante de dissociação (pKa), fator
que relaciona diretamente a velocidade de inicio da anestesia, ou seja, quanto menor o pKa,
mais rápido sera seu inicio de ação, sendo desta maneira,
menos
dolorida a anestesia. Alipossolubilidade esta diretamente relacionada com a potência anestésica da droga. Um
anestésico com grande lipossolubilidade atravessa com maior facilidade a membrana nervosa,
que é constituída em 90% de lipídios. Já a duração do efeito anestésico é dada pelo grau de
ligação protéica, ou seja, quanto mais intensa a ligação protéica, mais demorado sera o efeito
anestésico.
Os anestésicos locais se apresentam basicamente em dois grupos: grupo éster e grupo
amida, sendo a maioria dos anestésicos disponíveis no mercado pertencentes ao grupo amida.
São eles:
a) Lidocaina (xylocaina,xylestesin,lidocaina 50,1idocaina 100, novocol ):
A lidocaina foi o primeiro anestésico do grupo amida sintetizado e comercializado em
1948, tomando-se o anestésico local mais utilizado na odontologia até os dias atuais, reações
possui um grande efeito vasodilatador que limita a anestesia pulpar a um tempo de 5 a 10 min,
há atualmente poucas indicações clinicas na pratica odontológica típica, já a anestesia de
tecidos moles é em tomo de 60 a 120 min, o que lhe dá boa aplicabilidade na ardicina:
b) Mepivacaina (scandicaine 2% c/ levonordefrina, scandicaine s/ vaso, scandicaine especial
c/ adrenalina 1:100.000 carcocaine s/ vaso carbocaine c/ neo-cobefrin, mepivacaina s/ vaso,
rnepivacaina Cl levonordefrina mepivacaina c/ adrenalina 1:100.000):
A mepivacaina embora pareça ser um anestésico novo, não 6. Foi desenvolvido por
Ekenstam, em 1957, sendo lançado comercialmente em 1961. No Brasil foi lançada
recentemente. A mepivacaina possui boas características clinicas,
com
períodode
latência muito baixo, pka baixo (o mais baixo de todos do grupo amida), proporcionando umaanestesia praticamente indolor. A rnepivacaina 2% sem vaso-constritor é recomendada para
pacientes nos quais não está indicado o uso de vasoconstritor e para procedimentos que não
necessitem de anestesia pulpar prolongada de 20 a 40 min. Em Odontopediatria é um
anestésico muito utilizado, por sua baixa toxicidade e ação rápida, motivos que também
tornam a mepivacaina pura um anestésico ideal para pacientes idosos. A ircpivacaina 2%
com vasoconstritor proporciona anestesia pulpar (tecidos duros) por aproximadamente 60 min
e tecidos moles de 3 a 5 h possuindo intensidade e duração semelhantes a lidocaina com
adrenalina. A incidência de resposta alérgica a mepivacaina é praticamente inexistente, a
única desvantagem em relação a lidocaina refere-se ao seu custo:
c) Prilocaina (Citanest, Prilocaina, Biopressin):
A prilocaina foi sintetizada por Lõfgren e Tegnér em 1953, sendo apenas descrita em
1960, quando começou a ser comercializada Por possuir uma biotransformaglo rápida com
anestésicos
locais. A
prilocainapura
apresentacaracterísticas
clinicas
variáveis
em
funçãodo tipo de técnica
anestésica utilizaria,na sua forma pura
(não
comercializadano Brasil) em
injeção infillrativa produz
anestesia
pulparcom
duraçãoem
tornode
5a
10min
e
tecidosmoles
(1,5a
2h) jáno
bloqueioregional
produz até 60min de anestesia
pulpar e 2a
4 hde
anestesia dos
tecidosmoles. Deste
modoa
prilocairta puraé
capazde
produziranestesia igual
a
lidocainaou a
mepivacaina.A
prilocaínano Brasil
só é comercializadacm
associaçãocom a
felipressina
como
vasoconstritor,que proporciona tempo anestésico
setnelhantea
lidocainaou
a
mepivacaina,com
vasoconstrito' r.A
prilocainapossui
uma contra-indicação relativanos
pacientes com
metemoglobinemia,anemia ou
insuficiênciacardíaca
ou
respiratória. Nãodeve
ser associada
com o acetaminofeno ea
fenacetinapara não
intensificar o riscode provocar
metemoglobinemia;
d) Bupivacaina (neocaina
com
e
sem
vasoconstritor):A
bupivacainafoi
sintetizadaem
1957 por Elcenstam,sendo
disponívelcomercialmente
nos EUA desde
1983. Éum
potente anestésico comum longo period() de
duração sendo
o
anestésico de
eleiçãopara procedimentos
prolongados que necessitemde
anestesia pulpar
por mais de
90min
e
nos procedimentos para os quais
é previstoum
desconforto pós-operatório.
A
bupivacaina temuma
indicação clássicanos procedimentos
que necessitam de period() prolongado de anestesia,
chegando a oferecer
de
10a
12h
de
anestesia em bloqueios,
o
que reduz a necessidade
de
analgésicosno
pás-operatório. Porapresentar um
pka
elevado
,em torno de 8.1,
os pacientesrelatam uma
sensaçãode
"queimação"
após a
injeção ,para
contornar talocorrência
6 aconselhável utilizar previamenteindicada em pacientes deficientes mentais pelo mesmo motivo;
e) Etidocaina (não disponível no Brasil):
Foi preparada por Takman em 1971, sendo, portanto, um anestésico
relativamente novo. A principal característica deste anestésico é sua elevada potência e
duração possuindo, portanto, a
mesmas
indicações da bupivacaina;f) Articaina (não disponível no Brasil):
A articafna também é um anestésico novo embora tenha sido descoberto em 1969 por
Rusching só foi comercializado em 1976 na Alemanha e Suíça, 1978 na Holanda, 1980 na
Espanha e Austria e 1983 no Canadá. A articaina parece possuir maior capacidade de difusão
tecidual, proporciona período intermediário de anestesia. É contra-indicada em pacientes com
metemoglobinemia idiopaica ou congênita, anemia ou insuficiência cardíaca ou respiratória.
Outra contra-indicação deste anestésico é para pacientes com alergia comprovada a
medicamentos que contenham enxofre, por exemplo, as sulfas, pois possui enxofre em sua
fórmula, sendo o Único anestésico com esta contra indicação;
g) Procaína (não disponível no Brasil):
A procaina foi o primeiro anestésico local injetável sintetizado, foi sintetizado em
1904 por Alfred Einhorn, praticamente não produz anestesia pulpar e produz de 15 a 30 min
de anestesia de tecidos moles, atualmente não é mais utilizada em odontologia além de tudo
possui um pka elevado;
h) Propoxicaina (não disponível no Brasil):
apenas em associação com a procaina, proporciona uma anestesia pulpar de 30 a 60 min e de
2 a 3 h nos tecidos moles. É principalmente indicada para pacientes com história de alergia a
anestésicos do grupo amida.
Baseados nestas informações Oliveira Jr. (2000) sugeriu que a escolha do anestésico
deve seguir alguns parâmetros; entre eles o procedimento a ser realizado. Atualmente, é
interessante que o profissional tenha no consultório vários sais anestésicos, para que possa
optar pelo mais adequado (ANEXO 1), de acordo com o tempo de anestesia desado para a
realização do procedimento e de acordo também com as condições clinicas do paciente.
conhecimento da farmacologia dos anestésicos locais permite ao dentista utilizar
racionalmente estas drogas aproveitando melhor suas propriedades. É importante ressaltar
que a anamrcse é fundamental para a seleção do anestésico, tanto pelo sal como pelo
vasoconstritor presente na fórmula.
Prado et al. (2000) realizaram um estudo cujo objetivo foi determinar algumas
características de duas soluções anestésicas: lidocaína 2 % com adrenalina 1:100.000 e
tnepivacaina 3% scan vasoconstrictor. É sabido que a mepivacaina possui propriedades
vasodilatadoras leves e por isso é possível conseguir uma maior duração da anestesia,
comparando-a com outros anestésicos locais sem vaso, sendo muito usada em
odontopediatria. Etretanto, a lidocaína foi o primeiro anestésico local do grupo amida
sintetizado e tomou-se o mais empregado na odontologia até os dias de hoje. Neste estudo
215 pacientes foram avaliados, porém apenas 184 foram selecionados, todos adultos, com
idade entre 18 e 50 anos. Esses pacientes foram submetidos a anamnese e exame fisico
estando todos enquadrados na classificação Americ,am Society of Anesthesiology (ASA)
(ANEXO 2) não apresentando alterações sistêmicas significativas e nem fazendo uso de
no grupo
ondeutilizaram a
fidocaina 2% com adrelalina 1:100.000e
84 ficaramno grupo
onde foi utilizada
a
mepivacaina 3%sem
vasoconscrictor.Os anestésicos
utilizadosapresentavam a
mesmadata lote de fabricação. Em ambos os grupos foram avaliados os
seguintes
parâmetros:período de
latencia(tempo compreendido
entreinicio da injeção da
solução
e o inicio da sensação de anestesia,
informadopelo
paciente);tempo de anestesia dos
tecidos moles (período
compreendido entre o inicioda
sensaçãode
anestesia e o tennitloda
mestna,
informado pelo paciente);
alteraçõesda pressão arterial
(foi medidaa
pressãoarterial
durante
a
avaliação clinicae
05min
apósa injeção da
anestesia);profundidade da anestesia
para procedimento
cirúrgico (foiadministrado um
tubete (1,8m1)com a técnica
troncular,infiltrativa
ou
ambas eum terço de
tuhetepara
complementara
palatinasuperior
e bucalinferior); testes de anestesia
pulpar(através de
Pulp Vitalit Testerforam avaliados o inicio e
ofim
da sensibilidade
pulparde um dente sem
lesão cariosa,grandes
restaurações e históriade
trauma ou
sensibilidade.Cada
pacientefoi submetido ao teste antes,
apósa
injeçãoda
soluçãoe em períodos a cada
15 min atéque houvesse o retorno da
sensibilidade pulpar).Os
resultados encontrados foram
os seguintes:no grupo onde foi usada a
lidocaina 2% comadrenalina 1:100.000 o
período de
latenciafoi em media
04min
e3
s ; otempo de
anestesiados
tecidos moles foi em média 3 horase
12 min;o
tempo de anestesia
pulparteve media de
60
min. Ern
24% houve necessidade de complementacaoe
3%dos pacientes relataram
alterações visuais ou
sincope,
atribuidasao estresse emocional. No
grupoonde foi usada a
mepivacaina 3%
sem
vasoconscrictor operíodo de
latenciafoi em media
4min
e 27 s; otempo de anestesia dos tecidos males foi em média
1h e
38min e o tempo de
anestesia pulparfoi em media
35min. Em
35,7%dos pacientes
houvenecessidade de
completrentação.Nos
dois grupos os aumentos da pressão arterial medidos foram considerados insignificantes,
poisnão
passaram de urna variação de
10%da inicial. Com os
resultadosobtidos,
concluíramque
3.1.5 Agentes vasoconstritores
Pérusse; Goulet; Turcotte (1992) registraram as seguintes contra-indicações absolutas
para o uso do agente vasoconstritor: doenças cardíacas como angina instável, infarto do
rniocárdio recente (menos de 6 meses), cirurgia recente de revascularização do miocárdio,
arritmia refratária,
hipertensão
severa não tratada, insuficiênciacardíaca
congestivanão
trataria, hipertireoidism não controlado, diabetes =lit° não controlado, sensibilidade sulfitos
e
feocromocitoma. Como contra-indicações relativas parao
uso dos vasoconstritores osautores citaram
o
uso de antidepressivos triciclicos,o
uso de compostos fenotiazinicos,o
usode inibidores da monoamino-oxidase,
o
uso de beta bloqueadores adrenérgicos não seletivose
o uso crônico de
cocaína.
Para Guedes-Pinto (1997) a associação de drogas vasoconstritoras tem
o
objetivo deretardar a absorção do anestésico local, fato que traz vantagens como: redução da toxicidade
do
anestésico, aumento da duração da anestesia, possibilidade de uso de tuna menorquantidades da droga
e
maior eficácia do anestésico. Os principais vasoconstritores são:a) Adrenalina: potente vasocon.stritor, cuja concentração considerada Mina está em
torno de 1:200. 000 ml;
é
contra-indicada para pacientes hipertiradeose
cardiopatas;
b) Naradrenalina: apresenta menor atividade vasoconstritora
e
menorduração
doefeito se comparada A. adrenalina. Está contra-indicada em pacientes hipertireáideos.
Não
deve ser usada em volumes muito grandes, pois pode provocar escarificação nostecidos;
c) Octapressina: é um polipeptídeo sintetizado a partir do hormônio antidiurético
vasopressina. Está indicado em pacientes idosos, hipertensos, diabéticos e no
atendimento infantil;
d) Fenilefrina: amina simpaticomimética com atividade vasoconstritora periférica
inferior
a
adrenalina Não tem demonstrado alterações cardíacas indesejáveis.Malamed (1997) ressaltou que todos os anestésicos locais injetáveis corn eficácia
clinica possuem um certo grau de atividade vasodilatadora. 0 grau de vasodilatação vai de
importante (procaína) a mínimo (prilocaína, mepivacaína) e pode variar de acordo com o local
da injeção e com a resposta de cada paciente. Os vasos sanguíneos dilatam-se depois da
injeção do anestésico, o que resulta em aumento do fluxo sanguíneo para a região. Os
vasoconstritores são drogas que contraem os vasos sanguíneos e, assim, controlam a perfusão
do tecido. São adicionados as soluções anestésicas para combater a ação vasodilatadora das
mesmas. Os vasoconstritores reduzem o fluxo sanguíneo para o local da injeção, retardam a
absorção dos anestésicos, o que resulta em níveis mais baixos de anestésico no sangue,
diminuindo o risco de toxicidade e aumentam a duração da ação dos anestésicos locais. Além
disso, os vasoconstritores reduzem o sangramento no local de sua administração, o que
contribui muito para facilitar a realização de um procedimento cirúrgico. Os vasoconstritores
associados aos anestésicos locais injetáveis são quimicamente idénticos ou muito semelhantes
adrenalina e à noradrenalin a, mediadores do sistema nervoso simpatico. As ações dos
vasoconstritores mimetizam a resposta dos nervos adrenérgicos à estimulação, por isso são
classificados como drogas simpaticomiméticas ou adrenérgicas. A classificação das drogas
adrenérgicas quanto a sua estrutura química está relacionada com a presença ou não do núcleo
catecol, que é um ortodiidroxibenzeno. Os vasoconstritores sem radicais OH na terceira e na
quarta posição da molécula aronittica não são os catecáis, porém todos são animas, já que têm
noradrenalina, levonordrefma,isoproterenol e dopamina.. As minas não catecólicas são a
anfetamina, a ametanfetarnina, a efedrina, a mefentermina, a hidroxianfetamina, o
metaraminol, a metoxamina e a fenilefrina.
Azevedo et al. (1998) afirmaram que os agentes vasoconstritores são usados para
impedir a absorção sistémica do anestésico local e manta-10 em contato com a fibra nervosa
por mais tempo, aumentando a duração da ação anestésica e diminuindo a sua toxicidade.
Outra vantagem é a hemostasia local que favorece aos procedimentos cirúrgicos. Os autores
ressaltaram que existem diferentes tipos de vasoconstritores para uso clinico e que eles têm
em comum o fato de que todos, exceto a felipressina são aminas simpaticomiméticas. Os
vasoconstritores mais usados são a epenefrina e a norepinefrina , a levonordefiina e a
fenilefrina A felipressina também é muito utilizada, porém não 6 uma amina
simpaticomimética, mas sim um derivado do hormônio antiduiurético vasopressina, este
agente vasocontritor produz vasoconstrição venular ao invés de arterial, não podendo ser
usado para fins hemostáticos. As minas simpaticomiméticas, ao serem absorvidas pela
circulação sistêmica determinam vasoconstrição periférica , vasodilatação na musculatura
esquelética e estimulação cardíaca, aumentando a freqüência e o débito cardíaco. Atualmente,
muitos comentários têm surgido a despeito da sensibilidade ao sulfito, que é um agente
antioxidante utilizado em soluções anestésicas para prevenir a deterioração dos agentes
vasoconstritores. Recentemente, os dentistas têm sido advertidos para evitar anestésicos com
vasoconstritores em pacientes asmáticos. O risco de alergia ao sulfito na população de
asmáticos não dependentes de esteróides parece ser baixo e nap deveria contra-indicar a
administração do anestésico local com vasoconstritor, no entanto até que se conheça mais
sobre a sensibilidade ao sulfito, é recomendado que se evite o uso de anestésicos com
vasoconstritores em pacientes asmáticos dependentes de corticóides, devido ao alto risco de
reação asmática severa e imediata em pacientes sensíveis.
3.2 Métodos de administraciio dos anestésicos locais
3.2.1 0 equipamento
Malamed (1997) ressaltou que a despeito do equipamento utilizado para a aplicação
dos anestésicos locais, a seringa é um dos componentes principais, juntamente com a agulha e
o tubete anestésico. 0 autor registrou que hi sete tipos de seringas para a administração do
anestésico local, porém de acordo com a Associação Americana de odontologia, o uso de
seringas capazes de aspiração representa o padrão ouro do tratamento. Os critérios desta
Associação para o uso das seringas são: devem ser duráveis e capazes de suportar
reesterelização sem danos, caso sejam descartáveis, devem ser acondicionadas em invólucro
estéril, devem ser capazes de aceitar uma ampla variedade de tubetes e agulhas de diferentes
fabricantes, devem ser de baixo custo, leves e de uso simples com unia das mãos, e finalmente
devem proporcionar uma aspiração eficaz, que permita que o sangue seja facilmente
observado no tubete. Com relação à agulha o autor relatou que a maioria das agulhas
utilizadas em odontologia é de aço inoxidável e descartável. Há outras agulhas feitas de
platina ou de unia liga de iridio-platina ou ainda de rutenio platina, a mais recomendada,
porém, é a agulha de aço inoxidável pré-esterelizada e descartável. No que diz respeito ao
calibre e ao comprimento da agulha, o autor informou que a agulha longa, calibre 25 G pode
ser usada em todas as técnicas anestésicas, pois ela proporciona rigidez não encontrada nas
agulhas de calibre menor. 0 autor sugeriu também que, na prática do consultório, é bom que
injeção em que a penetração da agulha em tecidos moles é menor que 20 mm. O que deve
ficar bem claro porem, segundo o autor, é que as agulhas jamais devem ser introduzidas ate o
canhão, a menos que isso seja indispensável para o sucesso da anestesia. Quando uma agulha
é introduzida ate o canhão, as propriedades elásticas do tecido permitem que eles retrocedam
e cubram a agulha, em caso de fratura da mesma, sua recuperação toma-se muito dificil.
Volpato (2000) informou que está em discussão na Associação Brasileira de Normas
Técnicas, um projeto para estabelecer normas, até o momento inexistentes, para a fabricação
de agulhas odontológicas no pais. Muitas vezes, por desinformação ou falta de opção, o
profissional deixa de usar o material mais adequado. No Brasil, o dentista dispõe de agulhas
27 G e 30 G. A primeira possui calibre maior e é comercializada na versão longa. JA a agulha
30 G possui calibre menor e é vendida apenas na versão curta e extracurta, sendo esta última
muito utilizada em odontopediatria, periodontia e anestesia superficial da gengiva. A agulha
27 G longa está indicada para anestesia troncular, para pacientes com grandes mandi -bulas e
Introdução de hidróxido de cálcio nos condutos radiculares. A versão 30 G curta é indicada
para quase todos os tipos de anestesia em odontologia. Contrariamente a crença geral, nem
sew' e uma agulha mais fina implica em menor dor à introdução. Vários estudos tem
demonstrado que o paciente dão é capaz de perceber a diferença, com relação à dor, entre
agulhas de calibre 25 G, 27 ou 30G. Como a manobra de aspiração é menos eficaz com a
agulha 30 G, devido ao menor calibre, seu uso deve ser restrito as técnicas nas quais a
possibilidade de penetração em vaso sanguíneo s
ej
a praticamente inexistente. No entanto,várias técnicas regionais, requerem a utilização de agulha curta, o profissional fica, então, sem
opção, já que a indústria brasileira não fabrica agulha curta com o calibre 27 G. Nos EUA, o
American Standards Institute, juntamente com a American Dental Association admitem o
calibre 30 G apenas para agulhas extracurtas. Para os demais comprimentos, curta, longa e
agulhas curtas, 30 G, além de terem calibre inadequado para aspiração, também não possuem
comprimento suficiente para a realização do bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual,
pois, nestes casos, para se obter a anestesia a cânula é introduzida em toda a sua extensão nos
tecidos. Em caso de fratura toma-se impossível sua remoção sem a realização de cirurgia.
Apesar de rara, esta complicação pode acontecer, como prova um caso ocorrido no estado de
São Paulo hi cerca de 3 anos.
Vieira; Gonçalves; Agra (2000) explicaram com relação aos tubetes anestésicos, que
apesar da aparente simplicidade dos mesmos, seu "design" atual é o resultado de várias
pesquisas. Mesmo assim, o dentista ainda se depara com incidentes que podem colocar em
prova a eficácia deste dispositivo, como por exemplo, a ocorrência de vazamentos da solução
anestésica durante a injeção. Os tubetes são rigorosamente testados quanto à força que podem
ser submetidos até que um vazamento ocorra e os resultados indicam que os mesmos são
suficientemente resistentes ao uso normal, portanto, concluíram que os vazamentos ocorrem
por erro na inserção da agulha, que deve penetrar o tubete perpendicularmente. Caso a cânula
seja inserida com outra inclinação hi a possibilidade de que o local da perfuração tome-se um
ponto de vazamento, já que a borracha não consegue abraçar de modo adequado a cânula
Outro fator que tem relação com os vazamentos é o local de injeção, pois em alguns casos é
usada uma força major para injetar o anestésico. A injeção da solução com muita pressão
pode fazer com que a vazão de líquido propiciada pela cânula não seja suficiente, o que
resulta em uma distensão excessiva da membrana, a qual pode permitir a saída do anestésico
entre a cânula da agulha gengival. Com relação à conservação dos tubetes anestésicos, não é
aconselhável que estes sejam mantidos em geladeira, pois, na medida em que os tubetes são
mantidos em baixas temperaturas, pode ocorrer a cristalização da solução anestésica,
resultando em uma diminuição volumétrica da solução. Quando o tubete é retirado da
contaminação da solução anestésica. Os tubetes também não devem ser mantidos em soluções
desinfetantes como álcool ou glutaraldeido, pois, devido a uma tentativa de equilíbrio
osmótico, pode ocorrer absorção da solução desinfetante, o que resultará em expulsão parcial
do Embolo e consequente contaminação do anestésico. A assepsia do tubete deve ser feita
simplesmente passando-se uma gaze com álcool na membrana de borracha que sera perfurada
pela agulha.
3.2.2 Anestesia tópica
Meecham e Donaldson (1994) realizaram uma investigação clinica a respeito do uso
intra-oral do anestésico EMLA 5% . Foram utilizadas neste estudo 20 crianças que
necessitavam de tratamento restaurador, em dois dentes superiores homólogos. Inicialmente
os autores compararam o EMLA 5% com a lidocaie a 5% antes da anestesia injetável.
Posteriormente avaliaram a atuação do EMLA a 5% como anestésico tópico na resposta
pulpar à estimulação elétrica. Após a serngem da mucosa, o anestésico tópico foi aplicado na
area da penetração da agulha com um cotonete e deixado no local por 5 min. A quantidade
utilizada foi de, aproximadamente, 0,5g de anestésico. Em um lado foi aplicado EMLA e no
outro lado lidocaina a 5%. 0 anestésico local foi então administrado e as crianças foram
questionadas e classificadas com relação ao desconforto através da utilização de uma escala
de analogia visual (Escala VAS) (Fig.1) Os resultados deste teste demonstraram que não
houve diferenças significantes entre os dois anestésicos usados. Em um segundo teste, foi
aplicado de um lado o EMIA 5% e do outro um placebo. As restaurações foram então
significantemente
diferente do placebo
com relação a mudanças produzidas nas respostas
pulpares
frente aos testes elétricos em dentes decíduos. Os resultados deste estudo indicaram
que não houve urna diferença significativa na dor experimentada durante a infiltração
anestésica entre o lado onde se utilizou o EMLA comparativamente ao lado onde foi utilizada
a lidocaina 5% gel. Os autores concluíram também
que,o EMLA 5% sozinho não produziu
anestesia dentária suficiente
paraa
realizaçãode procedimentos restauradores na maioria
dos
pacientes.
Figura 1- Escala visual analógica (VAS)
Fonte - PlNICHAM, J. R. et at 1996, p. 107.
Malamed (1997) referiu-se ao EMLA como o resultado do desenvolvimento de uma
emulsão de óleo em água contendo altas concentrações de lidocaina e prilocaina que produz
anestesia na pele intacta suficientemente profunda para permitir uma punção venosa indolor.
O
EMLA é um creme a 5% contendo 25 mg de lidocaina/g e 25 mg de prilocaina/g.
aplicado na pele no mínimo 1 h antes do procedimento previsto, durante este tempo, o creme
deve ser coberto com um curativo oclusivo. O autor ressaltou que, na área médica, o EMLA
tem demonstrado ser eficiente em muitas situações, tais corno punção venosa, vacinação,
remoção de sutura, punção lombar, pequenos procedimentos otológicos, ginecológicos e
urológicos, além de coleta de enxerto cutâneo, tratamentos com laser de areal°, neuralgia
adultos. Vários estudos tem abordado o uso intra-oral do EMLA. Este anestésico é capaz de
reduzir significantemente a dor sentida pelos pacientes durante a introdução da agulha e
durante a injeção de anestésico nos nervos palatino maior e nasopalatino. Questiona-se, porem
se o EMLA é realmente capaz de produzir anestesia pulpar clinicamente eficaz, em dentes
deciduos e permanentes. HA necessidade, portanto, de muito mais pesquisas sobre o uso do
EMLA em odontologia.
Guzzo; Gugisch; Losso (1998) investigaram a literatura sobre o uso, os avanços e a
eficácia dos anestésicos tópicos. Segundo os autores, existem poucos trabalhos nessa area
realizadas em crianças, por isso, eles utilizaram também alguns estudos realizados em adultos.
Através da revisão da literatura puderam constatar que há um consenso entre a maioria dos
autores, no que diz respeito à importância do uso de um anestésico tópico antes da execução
da anestesia infiltrativa. Alguns autores, porém, questionam o efeito farmacológico do
anestésico tópico, ressaltando que, em muitos casos, há apenas um efeito psicológico
relacionado à aplicação prévia de um agente anestésico antes da injeção. Através desta
revisão, foi observado que, apesar de existir uma grande variedade de produtos disponíveis no
mercado, a maioria dos anestésicos tópicos apresenta lidocaina ou benzocaína em sua
composição, provavelmente, por serem considerados, tais agentes, como eficientes e seguros.
Novas formularyties tem surgido, algumas combinam a lidocaina ou bernocaína com outros
anestésicos, objetivando aumentar a duração do efeito. 0 EMLA é um novo anestésico que
vem sendo testado e tem demonstrado maior eficiência que a lidocaína e a benzocaína, pois
proporciona um efeito mais profundo. Este, na verdade, é uma mistura eutéctica de lidocaina
2,5% e prilocaína 2,5%. Seu uso apresenta algumas controvérsias, devido ao seu poder de
acarretar uma absorção muito rápida, o que resulta em maior risco de toxicidade sistémica.
Além disso, seu sabor é considerado desagradável, fato que prejudica o uso em crianryas.
tipo de anestésico que promove anestesia através do congelamento da mucosa, contudo,
existem poucos estudos a seu respeito e o relato de desconforto após sua utilização inviabiliza
o uso em crianças. Outro aspecto de grande importância avaliado pelos autores diz respeito
concentração dos anestésicos. Alguns estudos compararam as concentrações diferentes de
benzocaina e lidocaina e foram observados resultados semelhantes relacionados com a
eficácia, independentemente da concentração. Sendo assim, é recomendado optar pelo
anestésico que possui
menor concentração,
pois, sera menor o risco de ocorreremcomplicações tóxicas. Os autores observaram também que o maior problema dos anestésicos
tópicos está relacionado Ls formas de
apresentação
como gel, spray, pomada e liquido.Sempre ha dificuldades para manter o anestésico por um tempo prolongado no local
especifico, freqüentemente, o mesmo se espalha ou dissolve antes do tempo. Tal problema
apresenta unra solução, a apresentação no anestésico em forma de adesivos (patches). Os
autores admitiram que alguns trabalhos utilizados neste estudo apresentaram falhas na
metodologia, além de poucos terem sido realizados com crianças, provavelmente, pela
dificuldade de execução e avaliação dos resultados. Neste contexto, concluíram então que, a
benzocaina e a lidocaina são os anestésicos tópicos mais utilizados; as novas formulações
necessitam de mais pesquisas clinicas; o anestésico tópico requer um tempo minim° de
aplicação e que a apresentação em adesivos pode facilitar a manutenção do anestésico no
local durante o tempo indicado.
Tulga e Nilutlu (1999) consideraram
que o medo de agulhas e seringas é muito comumem crianças
e
também
em alguns &lithos. Para os autores este medo pode complicar a realização da injeção de anestésicos locais. Diante desta realidade, os autores realizaram umestudo, com o intuito de avaliar a capacidade de quatro tipos de anestésicos tópicos de reduzir
a dor durante a injeção intrabucal. Os anestésicos avaliados foram: EMLA cream (Mira),
ir)
Biblioieca Universitária
UFSC
33maneira, foram avaliadas então quatro formas de apresentação dos anestésicos tópicos.
Foram selecionadas para o estudo 120 crianças, com idade de 10 a 15 anos que necessitavam
de tratamento restaurador em dois molares simétricos da maxila. As crianças selecionadas não
tinham historia de alergia a anestésicos e não apresentavam inflamação na mucosa. Elas
foram divididas em 6 grupos e cada grupo recebeu aplicação de um tipo de anestésico
diferente aplicado em cada lado. Os grupos e os respectivos anestésicos aplicados foram:
a) Grupo I — EMLA e Vision;
1)) Grupo II — Anesthetic Tabs e EMLA;
c) Grupo III — Xylocaine Spray e EMLA;
d) Grupo IV — Vision Gel e Xylocaine Spray;
e) Grupo V — Vision Gel e Anesthetic Tabs;
1) Grupo VI— Anesthetic Tabs e Xylocaine Spray.
Com relação ao método de aplicação, para o EMLA, aproximadamente, 0,5 g foram
colocados na prega mucodental na região de molares com um aplicador de algodão e coberto
com um adesivo curativo. 0 Vision Gel (benzocaina 20%) foi aplicado na prega rmicodental
com a mucosa seca e um aplicador de algodão. 0 Anesthetic Tabs (0,68 tetracaina
hidroclorada) que se apresenta em forma de discos de papel foi aplicado durante 2 min, após
este tempo a região anestesiada fica azul, neste ponto azulado sera feita a injeção. 0 disco foi
colocado com auxilio de uma pinça e finalmente a Xylocaina spray foi expelida no local com
uma distância de 1 a 2 cm e a mucosa seca. A quantidade usada foi de 10 mg
aproximadamente. Os anestésicos foram mantidos no local com uma gaze por dois minutos,
decorrido este tempo, 0,5 ml de anestésico foi iretado por um mosnr• dentista utilizando uma
agulha 27 G calibrada em 2 mm com um stop. 0 outro anestésico tópico foi aplicado na
foram avaliadas através da utilização da escala de analogia visual (VAS) (Fig. 1) na qual a dor
é medida através de unia linha horizontal de 100 mm, onde o marco 0 indica ausência de dor e
o marco 100 indica muita dor. Através dos resultados avaliados os autores puderam concluir
que os 4 anestésicos tópicos utilizados reduziram a dor , porém os materiais diretamente
sólidos foram mais eficazes que o liquido spray e dentre eles o que obteve melhor
desempenho, nesta pesquisa, fbi o Vision Gel (henzocaina 20%).
Kohli et al. (2001) realizaram uma pesquisa com 3.057 odontopediatras membros da
American Academy of Pediatric Dentistry entre odontopediatras dos EUA, com o objetivo de
avaliar qual a prática atual adotada pelos profissionais com relação ao uso dos anestésicos
locais. Foi realizado urn levantamento confidencial, através de questionários enviados pelo
correio, dos quais 55% retornaram respondidos. As questões foram relacionadas com o uso
dos anestésicos e foram abordados os seguintes itens: tempo usado para injetar um tubete,
tamanho e calibre da agulha utilizada nos bloqueios e infiltrações, uso ou não do anestésico
tópico previamente a injeção, tipo de anestésico tópico mais utilizado e seu tempo de
aplicação. Foi perguntado também se os dentistas consideram indispensável e eficaz o uso da
anestesia tópica e como é a aceitação por parte dos pacientes. Os resultados do estudo
demonstraram que os odontopediatras americanos utilizam mais comumente a lidocaina como
anestésico injetável. 0 calibre mais utilizado da agulha foi 30G para infiltrações e 27G para
bloqueio e com relação ao tamanho a maioria utiliza sempre a agulha curta seja para
infiltração ou bloqueio. 0 tempo de injeção mais utilizado variou de 11 a 60 s. Com relação
ao anestésico tópico o mais utilizado é o Hurricaine (Benzocaina 20%). Com relação A
eficácia do anestésico 38% dos profissionais que responderam o questionário considenun-no
eficiente, 29% acham que o anestésico tópico é relativamente eficiente. No que diz respeito A
aceitação por parte dos pacientes, a grande maioria respondeu que os pacientes não apreciam
utilizada. Neste item, os profissionais responderam que o fator que eles mais consideram para
decidir a dosagem é o peso corporal e o tamanho da criança.
Kreider et al. (2001) realizaram um estudo
com
a finalidade de comparar o uso depatches de lidocaina com o gel de benzocaina para o uso tópico e a capacidade de anix)s
reduzirem a dor da injeção em crianças. A pesquisa foi realizada com a participação de 32
pacientes, cuja idade variou entre 06 e 15 anos. 0 critério de seleção destes pacientes tbi:
comportamento cooperador, ASA I (ANEXO 2), boa capacidade para completar as escalas
usadas, que não apresentassem contra-indicações para receber aplicação de lidocaina e outros
anestésicos locais. As crianças tinham caries em molares superiores e todas necessitavam de
tratamento restaurador. Foram usados neste estudo os anestésicos DentiPatch (lidocaina 20%)
e Topex (benzocaina 20%). 0 anestésico injetável usado foi a fidocaina com epinefrina
1:100.000 e a agulha foi a curta de calibre 27G. 0 monitorancnto da pesquisa foi realizado
com auxilio de um oxinetro de pulso e a expetiencia foi toda filmada. Foram realizadas
injeções bilaterais no palato. De um lado foi aplicado o DentiPatch no canal pa latino por 15
min, do outro lado foi aplicado o Topex e mantido durante 01 min. Após a ação do anestésico
tópico foi injetada a quantidade de 0,2cc de lidocaina injetável. Posteriormente a injeção, cada
criança completou a escala de analogia visual (VAS) (Fig.1) que é adotada para medir o grau
de desconforto em crianças. Tal escala é formada por uma linha horizontal de 100mm de
comprimento que esta ancorada nos extremos por desenhos representando faces, sendo uma
feliz e outra triste. A criança é instruída a fazer uma marca sobre a linha que descreva da
melhor maneira o que ela está sentindo. A distância da ponta esquerda ate a marca feita pela
criança é a medida do desconforto da mesma. Além disso, como as injeções foram filmadas, o
comportamento dos participantes foi avaliado por observadores independentes que utilizaram
a escala Som, Movimento dos Olhos e Movimento Motor (SEM) que analisa os sons emitidos