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ISOMORFISMO COERCITIVO E DIVULGAÇÃO CONTÁBIL EM CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIRO

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Revista UNIABEU, V.10, Número 26, agosto-dezembro de 2017.

ISOMORFISMO COERCITIVO E DIVULGAÇÃO CONTÁBIL EM CLUBES

DE FUTEBOL BRASILEIRO

Allan Pinheiro Holanda1 Augusto Cézar de Aquino Cabral2 Sandra Maria dos Santos3 Maria Naiula Monteiro Pessoa4 Resumo: No ano de 2013, o CFC publicou a resolução nº 1.429 que aprovou a ITG 2003, tal resolução buscou estabelecer as novas normas contábeis, com base em normas internacionais, para as entidades desportivas brasileiras. Esta pesquisa estabeleceu como objetivo geral investigar o nível de isomorfismo coercitivo nas práticas de divulgação contábil nos clubes de futebol brasileiro. Adotou-se uma métrica baseada na ITG 2003 (CFC, 2013) para o nível de divulgação de informações contábeis. A amostra foi composta por 49 clubes de futebol que publicaram suas Demonstrações Contábeis em seus sites. Como principal resultado obteve-se que os clubes de futebol brasileiros apresentaram uma institucionalização de 43% das demonstrações/informações exigidas pela ITG 2003 (CFC, 2013). Tal resultado forneceu subsídios para se rejeitar a hipótese conceitual de que os clubes de futebol brasileiros apresentam alto nível de isomorfismo coercitivo para a divulgação de informações contábeis.

Palavras-chave: Isomorfismo Coercitivo; Divulgação Contábil; Clubes de Futebol.

COERCIVE ISOMORPHISM AND ACCOUNTING DISCLOSURE IN BRAZILIAN FOOTBALL CLUBS

Abstract: In the year 2013, the CFC published the resolution nº 1429 that approved the ITG 2003, this resolution tried to establish to the new accounting standards, based on international standards, for Brazilian sports firms. This research goal is to investigate the level of isomorphism coercive in the accounting reporting practices in Brazilian football clubs. It adopted a metric based on what is recommended in the ITG 2003 (CFC, 2013) to the level of disclosure of financial information. The sample consisted of 49 football clubs who have published their financial statements on their websites. The main result obtained was that the Brazilian football clubs showed an institutionalization of 43% of statements/information required by ITG 2003 (CFC 2013). This result provided subsidies to reject the conceptual hypothesis that the Brazilian football clubs have a high level of coercive isomorphism for the disclosure of accounting information.

Keywords: Coercive Isomorphism; Accounting Disclosure; Soccer Clubs.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com pesquisa desenvolvida pela Pluri Consultoria ([2012]), no ano de 2012 o esporte brasileiro contribuiu com cerca de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que correspondeu a aproximadamente 67 bilhões de reais. Essa conta abrange toda a riqueza gerada pelas atividades direta e indiretamente relacionadas às práticas esportivas,

1 Doutorando em Administração e Controladoria pela Universidade Federal do Ceará 2 Doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais

3 Doutora em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco

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como o marketing, a mídia, o vestuário, os eventos, entre outras, embora cerca de metade dessa contribuição advenha efetivamente da atividade futebolística.

Tamanha magnitude dos recursos envolvidos na prática desse esporte torna necessária a geração de informações úteis sobre a situação patrimonial e financeira dos clubes para ajudar gestores e os demais stakeholders a tomar decisões sobre os clubes de futebol e a Contabilidade, por ser uma ciência que tem como objetivo fornecer informações acerca da posição patrimonial e financeira de uma entidade (IUDÍCIBUS, 2010), é uma das ferramentas a que ser utilizada para a geração dessas informações.

Visando adequar a realidade das práticas contábeis brasileiras às praticas mundiais, em virtude do processo de convergência das normas contábeis brasileiras aos dispositivos contábeis do International Financial Reporting Standards (IFRS) iniciadas no ano de 2007, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2013) publicou a Resolução nº 1.429 que aprovou a Interpretação Técnica Geral (ITG) 2003, estabelecendo as normas contábeis para as entidades desportivas brasileiras. Tal Resolução trata, entre outros assuntos, da divulgação de demonstrações contábeis obrigatórias e das informações obrigatórias a serem disponibilizadas em notas explicativas.

Por outro lado, tendo como base a teoria institucional, as organizações deveriam incorporar práticas institucionalizadas em seu campo de atuação para que fossem percebidas como legitimas (TOLBERT; ZUCKER, 1999). Entre os mecanismos de institucionalização de práticas está o isomorfismo coercitivo, segundo o qual essa institucionalização decorreria a partir da conformação das organizações ao cumprimento das exigências legais existentes.

Diante do exposto, adota-se o seguinte problema de pesquisa: qual o nível de isomorfismo coercitivo evidenciado pelas práticas de divulgação contábil nos clubes de futebol brasileiro?

Baseado na existência de legislação específica que trata da divulgação das informações contábeis pelos clubes de futebol e nos preceitos de isomorfismo coercitivo, adotou-se a

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seguinte hipótese conceitual: os clubes de futebol brasileiro apresentam alto nível de isomorfismo na divulgação de informações contábeis.

O objetivo geral da pesquisa foi o de investigar o nível de isomorfismo coercitivo nas práticas de divulgação contábil nos clubes de futebol brasileiro, desdobrado nos seguintes objetivos específicos: (i) verificar o nível de isomorfismo coercitivo na divulgação das demonstrações contábeis e (ii) examinar o nível de isomorfismo coercitivo na divulgação de práticas em notas explicativas.

A pesquisa se justifica na contribuição por meio de evidências empíricas do processo de institucionalização para as práticas de divulgação de informações contábeis em clubes de futebol, um dos setores relevantes da economia brasileira, e que possibilitará a oferta de subsídios aos responsáveis pela formulação das políticas de divulgação contábeis acerca das práticas de divulgação que alcançam êxito e das que não alcançam. No campo teórico, a pesquisa se justifica, por encontrar evidências da atuação dos processos isomórficos nos clubes de futebol brasileiros.

2 TEORIA INSTITUCIONAL E ISOMORFISMO

A teoria institucional é multidisciplinar e está estabelecida em vários campos de estudo, como na Economia, Sociologia, nos Estudos Organizacionais, na Política e na História. Por conta dessa multidisciplinaridade, vários conceitos foram estabelecidos para explicá-la, mas todos eles convergem para uma estrutura de interação e de definição dos significados e padrões comportamentais (FERREIRA; CASACA; JERÓNIMO, 2001).

No campo dos estudos organizacionais, a teoria institucional se desenvolveu a partir das pesquisas de Meyer e Rowan (1977) e de Dimaggio e Powell (1983). Institucionalização, para Guarido Filho, Machado-da-Silva e Gonçaves (2009, p. 2):

[...] representa um processo condicionado pela lógica da conformidade às normas socialmente aceitas, bem como pela incorporação de um sistema de conhecimento construído ao longo da interação social, os quais constituem parâmetros para a concepção de realidade dos atores sociais e para a ação.

O ponto central da teoria institucional é a busca por legitimidade (SCOTT, 2008). Para Suchman (1995), legitimidade é a visão generalizada de que as ações de uma entidade

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são oportunas dentro de um sistema socialmente aceito. Em outras palavras, “a legitimidade organizacional é consequência da interpretação das atitudes com base em sua comparação com valores socialmente legítimos” (ROSSONI; MACHADO-DA-SILVA, 2013, p. 272).

Segundo Carvalho, Vieira e Lopes (1999), os pressupostos da teoria institucional levam a uma homogeneização das estruturas e das ações praticadas pelas organizações. Essa homogeneização é decorrente da busca de legitimidade e tem o nome de isomorfismo. Portanto, isomorfismo pode ser entendido como um processo que força uma unidade de um campo organizacional a se assemelhar às outras unidades do mesmo campo (HAWLEY, 1968 apud DIMAGGIO; POWELL, 2007).

O isomorfismo pode ser dividido em dois tipos, o competitivo e o institucional. A diferença entre os dois conceitos está nos motivos que impelem as empresas a competir. No primeiro caso, a competição ocorre apenas por recursos e clientes, enquanto no segundo, as empresas competem ainda por força política e legitimidade (DIMAGGIO; POWELL, 1983).

O isomorfismo institucional é, ainda, dividido em coercitivo, mimético e normativo. Em resumo, o isomorfismo mimético diz respeito a configurações organizacionais predefinidas como resposta às incertezas de mercado existentes, e o isomorfismo normativo ocorre em virtude dos gestores que recebem as mesmas instruções acadêmicas e terminam por atuar de maneira similar frente aos problemas empresariais (DIMAGGIO; POWELL, 2007)

Já o isomorfismo coercitivo (FERREIRA; CASACA; JERÓNIMO, 2001), que é resultante de pressões formais ou informais ou, ainda, das expectativas culturais que recaem sobre uma organização. Tais pressões são exercidas por outras organizações (governamentais ou não), que forçam a empresa a atuar de certa maneira (DIMAGGIO; POWELL, 2007; FERREIRA; CASACA; JERÓNIMO, 2001).

Nesse sentido, a mudança isomórfica do tipo coercitiva poderia advir de um novo regulamento emitido por uma organização governamental, o qual obrigaria todos os com ela envolvidos a se comportarem segundo seus dispositivos.

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Nesse sentido, a regulamentação do processo contábil nos clubes de futebol poderia ser um mecanismo que provocaria uma mudança isomórfica.

3 DIVULGAÇÃO CONTÁBIL EM CLUBES DE FUTEBOL

O processo contábil engloba três fases, que são o reconhecimento, a mensuração e a divulgação de informações (IUDÍCIBUS, 2010). A divulgação de informações consiste na disponibilização de informações que refletem de forma justa e verdadeira os atos e fatos econômicos ocorridos em uma organização e em um determinado período. Para Kanodia e Sapra (2016), o processo de divulgação de informações contábeis impacta o funcionamento dos sistemas contábeis e como os stakeholders das empresas tomam decisões.

Nesse sentido, Iudícibus (2010) relaciona ao objetivo principal da Contabilidade a prestação de informações úteis aos seus usuários, além disso, o CPC 00 R1 (2011) reforça que um conjunto de informações contábeis deve ser disponibilizado para os usuários interessados por meios das demonstrações contábeis.

Essa divulgação pode ser compulsória ou voluntária (HEALY; PALEPU, 2001). A divulgação compulsória, também conhecida como obrigatória, é aquela em que a organização tem o dever de apresentar informações, estabelecido por regulamentos expedidos por organizações estatais ou entidades classistas.

Já para a divulgação voluntária não existe essa obrigatoriedade, mas, mesmo assim, as organizações se dispõem a fornecer informações aos seus usuários, com o objetivo de serem mais transparentes (YAMAMOTO; SALOTTI, 2006).

Baseado no tipo divulgação de informações compulsórias, o CFC emitiu a ITG 2003 (CFC, 2013), cujo objetivo consiste em estabelecer procedimentos e critérios que devem ser utilizados na avaliação, registro e estruturação das informações contábeis em entidades de futebol profissional e demais entidades a elas equiparadas.

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A adoção da ITG 2003 (CFC, 2013) vem com a adoção das IFRS que são padrões de alta qualidade informacional e que permitem uma maior comparabilidade entre os demonstrativos de firmas de diferentes países (LEUZ, WYSOCKI, 2016). A resolução ITG 2003 (CFC, 2013) foi dividida em três partes: (i) Registros Contábeis; (ii) Controles de Gastos com Formação de Atletas; e (iii) Demonstrações Contábeis.

A última parte da ITG 2003 (CFC, 2013) trata das seis demonstrações contábeis que devem ser obrigatoriamente elaboradas e disponibilizadas por todos os clubes de futebol brasileiros (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Resultado Abrangente, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa e Notas Explicativas). Além disso, a ITG 2003 (2013) exige que, ao menos, oito informações específicas da atividade esportiva sejam disponibilizadas nas Notas Explicativas.

Essas informações específicas têm o objetivo de segregar a materialidade da atividade esportiva das demais atividades nas demonstrações contábeis, mais especificamente no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

Além disso, as informações em Notas Explicativas permitem que se explicitem com maior nível de profundidade as informações acerca da atividade esportiva que embasaram a elaboração das demonstrações contábeis.

4 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE A DIVULGAÇÃO CONTÁBIL EM CLUBES DE FUTEBOL

A temática da divulgação das práticas contábeis em clubes de futebol tem gerado uma série de pesquisas nos últimos anos, algumas entre as quais são apresentadas na sequência.

Maia, Cardoso e Ponte (2013) investigaram as práticas de divulgação do ativo intangível publicadas pelos 10 clubes de futebol mais valiosos do Brasil em suas demonstrações contábeis. Adicionalmente, buscaram investigar as mesmas práticas de divulgação nos 10 clubes de futebol mais valiosos do mundo. A métrica de divulgação utilizada baseou-se no

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dos clubes para o ano de 2010. Os resultados indicaram que os clubes estrangeiros divulgam mais informações sobre seu ativo intangível que os clubes brasileiros, atingindo em torno de 46% das práticas contra apenas aproximadamente 17%.

Com o objetivo de investigar quais são as variáveis que influenciam as práticas de divulgação do ativo intangível – métrica baseada no Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 04 (2010) – dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil nos anos de 2010 e 2011, Leite e Pinheiro (2014) constataram que os clubes divulgam menos da metade, aproximadamente 43%, das práticas exigidas pelo CPC 04 (2010). Ademais, os autores evidenciaram que as variáveis como receita e desempenho futebolístico influenciam positivamente no nível de práticas divulgadas.

Já Prado e Moreira (2014) investigaram a divulgação das práticas relacionadas à contabilização dos ativos jogadores de futebol, amadores e profissionais em 20 clubes que participaram da primeira divisão do Campeonato Brasileiro do ano de 2012. A métrica de divulgação dos ativos jogadores de futebol baseou-se na Resolução do CFC nº 1.005 (CFC, 2004). Os autores inferiram que os clubes que compuseram a amostra da pesquisa divulgaram aproximadamente 37% das práticas exigidas pela Resolução.

Por fim, Mota, Brandão e Ponte (2015) averiguaram se a materialidade dos ativos intangíveis influencia a divulgação das práticas sobre tais ativos em clubes de futebol que participaram da primeira divisão do Campeonato Brasileiro durante o período de 2010 a 2012. A métrica utilizada na pesquisa baseou-se também no Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 04 (2010). Os autores constataram que quanto maior for a materialidade dos ativos intangíveis maior será a divulgação de práticas nos clubes de futebol. Além disso, inferiram que os clubes que compuseram a amostra divulgam em média aproximadamente 54% das práticas exigidas.

Com base nesses estudos, pode-se inferir que os clubes de futebol apresentam baixa adesão à divulgação das práticas exigidas pelos normativos, e que em nenhum desses estudos utilizou-se a nova regulamentação exigida para clubes brasileiros, a ITG 2003 (CFC, 2013).

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5 METODOLOGIA

Essa seção trata dos aspectos metodológicos do estudo, apresentando a tipologia da pesquisa, a amostra e os procedimentos de coleta e análise de dados.

Esta pesquisa possui características descritivas e exploratórias e adotou procedimentos bibliográficos e documentais. Quanto à sua natureza, pode-se descrevê-la como quantitativa, pois utiliza procedimentos estatísticos na interpretação dos dados (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).

A população da pesquisa foi composta pelos clubes de futebol profissional que disputaram competições nacionais (Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil) no ano de 2014, totalizando 132 clubes. E a amostra foi composta por 49 entre eles que publicaram suas Demonstrações Contábeis em seus sites (Quadro 1).

Quadro 1 - Amostra da pesquisa

A.s.a. - AL Bahia de Feira - BA Criciúma – SC Grêmio - RS Joinville - SC Ponte Preta - SP São Bernardo - SP América - MG Botafogo - RJ Cruzeiro – MG Grêmio Barueri - SP Mogi Mirim - SP Porto - PE São Caetano - SP Atlético - GO Bragantino - SP Figueirense - SC Guarani - SP Náutico - PE Portuguesa - SP São Paulo - SP

Atlético - MG Central - PE Flamengo - RJ Guaratinguet á - SP Oeste - SP Resende - RJ Sport - PE Atlético Paranaense - PR Chapecoens e - SC Fluminense - RJ Internacional - RS Palmeiras - SP Salgueiro - PE Vasco da Gama - RJ Avaí - SC Corinthians - SP Fortaleza - CE Ituano - SP Paraná - PR Santa Cruz - PE Vila Nova - GO

Bahia - BA Coritiba - PR Goiás - GO Jacuipense - BA

Penapolense

- SP Santos - SP

Vitória da Conquista - BA

Fonte: Dados dos autores (2016).

Para o alcance dos objetivos da pesquisa, a amostra da pesquisa de 49 clubes foi separada em outras 2 amostras: (i) Amostra A: somente os clubes que disputaram a primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e (ii) Amostra B: todos os demais clubes que não disputaram a primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

A métrica para o nível de divulgação de informações contábeis baseou-se no que está preconizado na ITG 2003 (CFC, 2013) e discutido na seção anterior. Referida métrica está dividida em duas partes, a primeira considerando as demonstrações contábeis obrigatórias e a segunda abrangendo as informações que devem ser divulgadas nas Notas Explicativas.

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No Quadro 2, estão descritas as demonstrações contábeis que são obrigatórias para os clubes de futebol, bem como as informações que devem ser divulgadas em suas Notas Explicativas.

Quadro 2 - Métricas para a avaliação do disclosure

Painel A - Demonstrações Contábeis Obrigatórias

Balanço Patrimonial

Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado Abrangente

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa

Notas Explicativas

Painel B - Informações Obrigatórias nas Notas Explicativas

Gastos com a formação de atletas registrados no ativo intangível e o valor amortizado constante do resultado do período

Composição dos direitos sobre os atletas, registrados no ativo intangível, segregado o valor do gasto da amortização

Receitas obtidas, por atleta, e os seus correspondentes gastos com a negociação e a liberação, devendo ser divulgados os percentuais de participação da entidade na negociação

O total de atletas vinculados à entidade na data base das demonstrações contábeis, contemplando o percentual de direito econômico individual de cada atleta ou a inexistência de direito econômico Valores de direitos e obrigações com entidades estrangeiras

Direitos e obrigações contratuais não passíveis de registro contábil em relação à atividade desportiva Contingências ativas e passivas de natureza tributária, previdenciária, trabalhista, cível e assemelhadas, de acordo com a NBC TG 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Seguros contratados para os atletas profissionais e para os demais ativos da entidade

Fonte: Baseado em CFC (2013).

Para a mensuração do nível de divulgação de informações contábeis atribuiu-se o valor binário 1 (um), para cada demonstração ou informação requerida presente, e o valor 0, (zero) caso contrário. Segundo Wallace e Naser (1995), pesos iguais para todas as categorias refletem a percepção de todos os itens de divulgação em conjunto, sem privilegiar nenhum desses. Para a primeira métrica, a das demonstrações contábeis obrigatórias, o valor máximo a ser atingido seria o valor 6, enquanto para a segunda, a das informações obrigatórias nas notas explicativas, o valor máximo seria 8.

Os dados necessários para a mensuração do nível de divulgação foram coletados nos Relatórios Anuais e Demonstrações Contábeis referentes ao ano de 2014.

Para efeitos dessa pesquisa, foi considerado como prática institucionalizada, se mais da metade dos clubes que compuseram amostra a divulgaram. Como procedimentos de análise das informações coletadas foram utilizados a análise das frequências e das estatísticas descritivas.

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6 RESULTADOS

A Tabela 1 evidencia um resumo das frequências de divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias pelos clubes que compuseram a amostra da pesquisa.

Tabela 1 - Frequência da divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias

Frequência

Amostra

Completa Amostra A Amostra B

Q % Q % Q % 1 Demonstrações Divulgadas 3 6% 0 0% 3 10% 2 Demonstrações Divulgadas 8 16% 0 0% 8 27% 3 Demonstrações Divulgadas 4 8% 0 0% 4 13% 4 Demonstrações Divulgadas 3 6% 0 0% 3 10% 5 Demonstrações Divulgadas 20 41% 10 34% 10 33% 6 Demonstrações Divulgadas 11 22% 9 31% 2 7%

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Dados dos autores (2016).

Verifica-se que as três amostras apresentaram resultados similares para a divulgação modal, que foi de 5 demonstrações contábeis divulgadas.

Constata-se, no entanto, que existem diferenças entre as três amostras, como, por exemplo, a menor quantidade de demonstrativos divulgados, evidenciando-se que enquanto na amostra A o menor valor foi de 5, nas outras duas amostras o menor valor foi de 1 demonstração contábil divulgada.

Prosseguindo-se com a análise, apresenta-se, na Tabela 2, um sumário estatístico referente à divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias.

Tabela 2 - Estatística descritiva da divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias

Amostra N Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Amostra Completa 49 4,265 1,604 1,000 6,000

Amostra A 19 5,474 0,513 5,000 6,000

Amostra B 30 3,500 1,592 1,000 6,000

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Dados dos autores (2016).

As amostras apresentaram médias relativamente próximas, contudo, percebe-se claramente que a amostra A revela a maior média, enquanto a amostra B expõe a menor. O que se destaca na tabela é o alto desvio padrão nas amostras Completa e amostra B,

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indicando a existência de alta variabilidade de divulgação entre os clubes que compuseram a amostra da pesquisa. Tal resultado contrasta com o que foi encontrado para a amostra A, em que o desvio padrão foi baixo, evidenciando que a divulgação é mais homogênea nos clubes que disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Em relação à divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias, a Tabela 3 evidencia as divulgações por demonstrativo.

Tabela 3 - Divulgação das demonstrações contábeis obrigatórias

Demonstração

Amostra

Completa Amostra A Amostra B

Q % Q % Q %

Balanço Patrimonial 47 96% 19 100% 28 93%

Demonstração do Resultado do Exercício 48 98% 19 100% 29 97%

Demonstração do Resultado Abrangente 12 24% 10 53% 2 7%

Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido 33 67% 19 100% 14 47%

Demonstração dos Fluxos de Caixa 36 73% 19 100% 17 57%

Notas Explicativas 33 67% 18 95% 15 50%

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Dados dos autores (2016).

Quando se analisa a amostra completa, pode-se perceber que, com exceção da Demonstração do Resultado Abrangente, todas as demonstrações são divulgadas pela maioria dos clubes, indicando uma institucionalização da divulgação de tais demonstrativos contábeis.

Percebe-se uma maior institucionalização da divulgação na amostra que analisa apenas os clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, já que a maioria dos clubes divulgaram todas as 6 demonstrações.

Um dado relevante é que todos os 19 clubes da amostra A divulgaram o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração dos Fluxos de Caixa.

O comportamento de institucionalização da divulgação das demonstrações contábeis também pode ser visto na amostra B, já que 4 demonstrações são divulgadas pela maioria dos clubes.

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Há de se destacar a baixa divulgação da Demonstração do Resultado Abrangente, apresentando-se como justificativa que se crê razoável que tal demonstrativo não era utilizado no Brasil antes de 2008, ano em que as normais contábeis brasileiras se adequaram às normas contábeis internacionais.

Partindo-se para a análise das divulgações de informações nas notas explicativas, a Tabela 4 apresenta as frequências de divulgação.

Tabela 4 - Frequência de divulgação de informações em notas explicativas

Frequência

Amostra

Completa Amostra A Amostra B

Q % Q % Q % 0 Informação Divulgada 20 41% 2 11% 18 60% 1 Informações Divulgadas 5 10% 1 5% 4 13% 2 Informações Divulgadas 3 6% 0 0% 3 10% 3 Informações Divulgadas 2 4% 1 5% 1 3% 4 Informações Divulgadas 2 4% 2 11% 0 0% 5 Informações Divulgadas 12 24% 9 47% 3 10% 6 Informações Divulgadas 3 6% 2 11% 1 3% 7 Informações Divulgadas 2 4% 2 11% 0 0% 8 Informações Divulgadas 0 0% 0 0% 0 0%

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Dados dos autores (2016).

As frequências indicam que a informação modal divulgada pelas amostras Completa e B é de nenhuma informação, tal resultado decorrente do motivo de que a maior parte dos clubes não ter divulgado as suas Notas Explicativas. Já a informação modal divulgada pela amostra A foi de 5 informações divulgadas.

Um dado relevante é que mais da metade dos clubes (60%) da Amostra B não divulgaram nenhuma informação.

As estatísticas descritivas da divulgação de informações em Notas Explicativas estão apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Estatística descritiva da divulgação de informações em notas explicativas

Amostra N Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Amostra Completa 49 2,388 2,473 0,000 7,000

Amostra A 19 4,368 2,033 0,000 7,000

Amostra B 30 1,133 1,833 0,000 6,000

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

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A amostra A tem a maior média – cerca de 4 informações exigidas pela Resolução são divulgadas pelos clubes que participam da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, enquanto a amostra B tem a menor, em torno de 1 informação divulgada. E a amostra Completa, que contempla todos os clubes, apresentou média de divulgação por volta de 2 informações.

A Tabela 6 apresenta a divulgação das informações obrigatórias nas Notas Explicativas por tipo de informação.

Tabela 6 - Divulgação das informações obrigatórias nas notas explicativas

Informação Divulgada Amostra Completa Amostra A Amostra B Q % Q % Q %

Gastos com a formação de atletas registrados no ativo intangível e o valor amortizado constante do resultado do período

21 43% 16 84% 5 17%

Composição dos direitos sobre os atletas registrados no ativo

intangível, segregado o valor do gasto do da amortização 22 45% 16 84% 6 20% Receitas obtidas, por atleta, e os seus correspondentes gastos

com a negociação e a liberação, devendo ser divulgados os percentuais de participação da entidade na negociação

9 18% 8 42% 1 3%

O total de atletas vinculados à entidade na data base das demonstrações contábeis, contemplando o percentual de direito econômico individual de cada atleta ou a inexistência de direito econômico

14 29% 10 53% 4 13%

Valores de direitos e obrigações com entidades estrangeiras 4 8% 4 21% 0 0% Direitos e obrigações contratuais não passíveis de registro

contábil em relação à atividade desportiva 0 0% 0 0% 0 0%

Contingências ativas e passivas de natureza tributária, previdenciária, trabalhista, cível e assemelhadas, de acordo com a NBC TG 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

25 51% 15 79% 10 33%

Seguros contratados para os atletas profissionais e para os

demais ativos da entidade 22 45% 14 74% 8 27%

Nota: Amostra Completa: todos os clubes; Amostra A: clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro; e Amostra B: todos os clubes que não estão na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Dados dos autores (2016).

Quando se analisa a amostra completa, percebe-se que a única divulgação institucionalizada é a informação “Contingências ativas e passivas de natureza tributária, previdenciária, trabalhista, cível e assemelhadas, de acordo com a NBC TG 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes”, que 51% dos clubes divulgaram.

Na amostra A, a institucionalização da divulgação em Notas Explicativas ocorreu em 5 informações. Já na amostra B constatou-se que não houve institucionalização, já que nenhuma informação foi divulgada pela maioria dos clubes. Destaca-se, ainda, a prática

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“Direitos e obrigações contratuais não passíveis de registro contábil em relação à atividade desportiva”, não divulgada por nenhum clube.

Evidenciou-se que a maior quantidade de divulgações institucionalizadas foi na amostra A, na qual aproximadamente 79% das demonstrações/informações foram divulgadas pela maioria dos clubes da amostra. Isso indica que nos clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro a institucionalização das práticas de divulgação emanadas da ITG 2003 (CFC, 2013) é mais forte, o que pode decorrer de sua maior disponibilidade de recursos, que resultaria em um maior nível de aderência ao regulamento contábil. Na amostra B, evidenciou-se uma institucionalização da divulgação da ordem de apenas 36% das demonstrações/informações. Já a amostra completa, que é influenciada pelos resultados da Amostra A, apresentou uma institucionalização de 43% das demonstrações/informações.

Os resultados evidenciados estão no mesmo patamar encontrado nas pesquisas de Leite e Pinheiro (2014) e Prado e Moreira (2014). Mas estão em um patamar inferior ao encontrado na pesquisa de Mota, Brandão e Ponte (2015). Esse resultado inferior pode ser consequência da utilização, por essa pesquisa, de clubes que não estejam disputando a primeira divisão do campeonato brasileiro. Tal resultado pode ser explicado por conta de ter sido o primeiro ano após a publicação da referida norma e os clubes ainda estarem se adequando a suas exigências.

Tais resultados forneceram subsídios para que se rejeitasse a hipótese conceitual de que os clubes de futebol brasileiro apresentam alto nível de isomorfismo coercitivo para a divulgação de informações contábeis. Isso porque, apesar da existência de uma legislação obrigando a divulgação de determinadas demonstrações contábeis e informações, apenas 43% dessas divulgações são efetivamente realizadas pela maioria dos clubes.

7 CONCLUSÕES

Para investigar a existência de isomorfismo coercitivo nas práticas de divulgação contábil nos clubes de futebol brasileiro, utilizou-se a resolução do CFC que trata dos procedimentos contábeis para entidades desportivas para basear a métrica de divulgação contábil

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aplicadas aos clubes de futebol brasileiro. A métrica abrangeu tanto as demonstrações contábeis que deveriam ser divulgadas quanto as informações que deveriam constar em Notas Explicativas.

Constatou-se, a priori, uma tendência de institucionalização da divulgação das demonstrações contábeis obrigatória, à exceção da Demonstração do Resultado Abrangente, que foi pouco divulgada pelos clubes. Evidenciou-se, ainda, um resultado contrário ao esperado, consistente com uma baixa tendência de institucionalização da divulgação de informações em Notas Explicativas, uma vez que na amostra que considera todos os clubes apenas 3 práticas foram divulgadas pela maioria.

A hipótese de que os clubes de futebol brasileiro apresentam alto nível de isomorfismo coercitivo para a divulgação de informações contábeis foi rejeitada, uma vez que pouco menos da metade das práticas que deveriam ser divulgadas assim o foram, indicando que, apesar da obrigatoriedade, a divulgação da maior quantidade das práticas não se institucionalizou.

Destaca-se, ainda, que os achados da presente pesquisa estão delimitados aos clubes utilizados na amostra e ao período analisado. A principal limitação da pesquisa foi a utilização das demonstrações contábeis apenas do exercício de 2014, isso se deve ao fato da regulamentação ter sido publicada em 2013 para ser aplicada em 2014. Por fim, sugere-se a continuidade da pesquisa com o aumento do intervalo temporal.

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Submetido: 02 de janeiro de 2017 Aceito: 11 de julho de 2017

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Tabela 6 - Divulgação das informações obrigatórias nas notas explicativas  Informação Divulgada  Amostra  Completa  Amostra  A  Amostra B  Q  %  Q  %  Q  %

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