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Avaliação da qualidade das informações do SINASC: níveis e padrões de fecundidade no Nordeste

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Avaliação da qualidade das informações do SINASC: níveis e padrões de

fecundidade no Nordeste

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Lára de Melo Barbosa 2 1 Introdução e objetivos

O declínio da fecundidade que no Brasil iniciou-se nos anos 60 não foi homogêneo, tendo inicialmente atingido as populações de maior nível de renda das áreas urbanas das regiões Sul e Sudeste e posteriormente as outras camadas sociais das áreas urbanas e rurais das demais regiões brasileiras. É apenas nos anos 80 que se consolida o movimento de queda da fecundidade nacional, quando se incorporam de forma definitiva ao processo as camadas pobres do Nordeste e as populações rurais do restante do Brasil3. Ressalte-se a velocidade

com que o processo de redução da fecundidade se dissemina, e o fato de que, ainda hoje, são relativamente elevados os diferenciais da fecundidade, principalmente no Nordeste, onde persistem áreas em distintos estágios do processo de declínio da fecundidade.4

No Nordeste as conseqüências do declínio da fecundidade5 ainda não são tão visíveis como

aquelas verificadas no Sul-Sudeste do País6 e a importância do acompanhamento da

evolução da fecundidade nordestina tem a ver com diversos fatores, um dos quais o peso populacional que esta região tem no total da população do País7. Outras razões associam-se

às implicações em termos de mudanças no volume e composição populacional e os impactos sócio-econômicos que gera, constituindo-se em elemento de subsídios à formulação de ações e políticas centradas nas demandas sociais resultantes da nova realidade populacional, assim como para formulação de estratégias de desenvolvimento regional, ao lado das significativas implicações que a mesma tem sobre a trajetória futura da população brasileira.

1 Este trabalho está baseado na dissertação de mestrado “O SINASC como fonte de informação no Nordeste”,

elaborada sob a orientação da Dra. Diana Sawyer e defendida no CEDEPLAR/UFMG, em 1999.

2 Doutoranda em Demografia no CEDEPLAR/UFMG

3 Carvalho et al (1981); Carvalho (1988); BEMFAM (1987, 1992, 1997); Carvalho, Wong (1990); Moreira (1993) e

Camarano e Beltrão (1995).

4 Perpétuo (1998).

5 As conseqüências mencionadas são em termos de redução da taxa de crescimento populacional, modificações na

estrutura etária, com significativas implicações sócio-econômicas e políticas

6 Carvalho (1988); Carvalho, Wong (1995) e Moreira (1997)

7 Segundo a Contagem da População-1996, o Nordeste responde por 28,5% do total da população nacional, 24% da

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No Brasil há várias fontes de informações sobre o número de nascimentos, que podem se constituir em uma referência para estimativas da fecundidade e da natalidade nacional. São elas, principalmente, os Censos Demográficos, as PNADs, conduzidas pelo IBGE e o Registro Civil. Outra importante fonte de informações sobre a fecundidade são as pesquisas que integram o Demographic and Health Survey - DHS, conduzidas pela BEMFAM, em nível regional, em distintos anos. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC foi implantado pelo Ministério da Saúde, mais recentemente, como instrumento de coleta sobre os nascimentos, e é objeto de avaliação deste trabalho. Com a introdução do SINASC, implantado a partir 1990, dispõe-se, pela primeira vez, em nível municipal e com freqüência anual, não somente das informações sobre nascimentos ocorridos no ano, mas, também, informações sobre as mães, as características do parto e da gravidez, assim como dados sobre os recém-nascidos.

Tem-se como principal objetivo deste trabalho a avaliação dos dados do SINASC quanto à sua adequação para a mensuração dos níveis e padrões da fecundidade nordestina, o que implica em avaliar as informações demográficas geradas por esse novo sistema de informação, buscando conhecer a cobertura e a fidedignidade das informações disponíveis, com o intuito de contribuir para legitimação da mesma e torná-la amplamente utilizada pela comunidade de estudiosos sobre fecundidade e também mortalidade8.

Como o foco de análise é a região Nordeste, há que se ter em conta que a cobertura do SINASC, em cada estado, ocorre de maneira distinta, em razão, não somente dos diferentes momentos em que se inicia a implantação do Sistema, mas, também, pela velocidade com que cada um o implanta assim como pelo cuidado com a obtenção da informação9.

2 O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC

O Ministério da Saúde implantou uma fonte alternativa de informações sobre os nascimentos, o SINASC, estabelecida em escala nacional a partir de 1990, com obrigatoriedade para todos os estabelecimentos de saúde que fornecem atendimento a

8

Uma vez que os nascimentos constituem o denominador de um importante indicador de mortalidade - a taxa de mortalidade infantil

9

Segundo levantamento realizado em julho de 1998 pelo Ministério da Saúde, a implementação do SINASC atinge a totalidade dos estados do nordestinos, mas no Estado do Piauí a cobertura é relativamente menor, uma vez que a efetiva consolidação da implantação do Sistema foi realizada mais recentemente, ao contrário de estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, onde houve uma mais ampla e anterior adesão ao Sistema.

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partos. Essa fonte foi concebida com a finalidade de gerar dados confiáveis sobre as condições que cercam o nascimento. Dessa forma, através das informações da Declaração de Nascidos Vivos – DN - que é o seu instrumento de coleta, o SINASC permite oferecer, anual e universalmente, em nível municipal, não só informações sobre nascimentos ocorridos, mas, também, sobre as características das mães e dos recém-nascidos, permitindo, portanto, obter um panorama epidemiológico mais detalhado e espacialmente desagregado, ao lado de estimativas dos níveis e padrões da fecundidade por situação sócio-econômica.

A DN é um formulário padronizado em nível nacional, cuja a emissão é de exclusividade do Ministério da Saúde. Deve ser preenchido no estabelecimento de saúde onde ocorreu o nascimento vivo10

, ou naquele que tenha providenciado atendimento imediato ao recém-nascido. Também a DN deve ser preenchida no Cartório de Registro Civil, no caso de nascimentos ocorridos em domicílios ou em outros locais que não os mencionados anteriormente, e que não tenham tido imediata atenção em estabelecimentos de saúde. O formulário da DN é pré-numerado e emitido em três vias, sendo composto de 8 blocos de variáveis, quais sejam: 1) identificação numérica da DN; 2) informações relativas ao Cartório de Registro Civil onde o nascimento foi registrado; 3) dados sobre o local de ocorrência do nascimento vivo; 4) informações sobre a características do recém-nascido (data e hora do nascimento, sexo, raça/cor, peso ao nascer e índice de Apgar no primeiro e quinto minuto); 5) características da gestação e do parto (duração da gestação, tipo de gravidez, tipo de parto, e número de consultas de pré-natal); 6) informações sobre a mãe (nome, local de residência, idade, instrução, história reprodutiva); 7) identificação do pai (nome); 8) responsável pelo preenchimento e respectiva função. Este formato refere-se aos anos considerados no estudo.

De acordo com o Diagrama 1, das três vias que compõem a DN, a primeira destina-se aos órgãos municipais ou estaduais de saúde que são responsáveis pelo processamento dos

10

O conceito de nascido vivo no SINASC obedece o definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS):

“Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa de um produto de concepção do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, o qual, depois da separação, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. Cada produto de um nascimento que reuna essas condições se considera como um criança nascida viva” (art. 23 da Constituição da Organização Mundial de Saúde).

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dados e análise de consistência. A segunda via é entregue à família para que, no momento do registro do nascimento, seja apresentada ao cartório. A terceira via também destina-se à família, e deverá ser apresentada à unidade de saúde, no ato da primeira consulta da criança. Este é o fluxo a ser seguido quando a DN é preenchida pelo hospital/estabelecimento de saúde. Quando a DN é preenchida pelo cartório, o fluxo é distinto, sendo destruída a primeira via, a segunda permanece em seu poder, para posterior coleta pelos responsáveis pelo sistema, e a terceira destina-se à família para ser apresentada à unidade de saúde quando do primeiro contato do recém-nascido com a unidade de saúde.

Diagrama 1 - Fluxo da informação - Declaração de Nascidos Vivos.

Secretaria de Saúde Unidade de Saúde Cartório de Registro Civil Família Destruída Unidade de Saúde Secretaria de Saúde Família Ministério da Saúde (SINASC) Primeira Via Segunda Via Terceira Via

Hospital

Primeira Via Segunda Via Terceira Via Cartório

Fonte: Oliveira et al (1996)

Cumpre ressaltar que em estudo realizado por Mello Jorge et al (1993) foram evidenciados prováveis fontes de erros que resultam do não registro de nascidos vivos. Tal estudo relaciona como possíveis fontes de erros: a) não notificação, por parte da equipe hospitalar, de nascidos vivos com baixa chance de sobrevivência, acarretando assim em uma não emissão da DN; b) outra fonte de subenumeração é a transformação, no papel, de um nascido vivo, que falece logo após o nascimento, em óbito fetal, prática que se relaciona a vários fatores, tais como: custos psicológicos para as mães; simplificação dos trâmites

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legais e ainda o menor comprometimento do hospital com relação aos seus serviços; c) um outro fator que contribui para a subenumeração do sistema é a falta de consciência de cidadania por parte dos pais com relação ao registro dos seus filhos em cartório, entre aqueles nascimentos ocorridos em domicílios11.

Além disso, alguns cartórios não obedeceriam o fluxo da informação, muitas vezes retendo a DN, não a remetendo ao Ministério da Saúde. Nesse caso, provavelmente, essas informações também não são enviadas ao IBGE, mas como se trata de formas distintas de envio de informações é mais provável que o IBGE seja cientificado do registro, enquanto SINASC só terá acesso ao mesmo se a DN vier a ser apresentada em estabelecimento de saúde.

Cabe ressaltar que também pode ocorrer erros de sentido contrário, ou seja, poderia ocorrer uma superestimação dos nascimentos resultante de duplicidade da emissão da DN ou emissão de DN fantasmas, frutos de causas, tais como: a) erros, como os de duas pessoas registrarem duas DN para um mesmo nascimento, ou até mesmo a emissão de uma segunda via da DN, não cancelando o registro anterior; b) tentativas de burlar o sistema de saúde, com intuito fraudulento, que também poderia resultar em emissão de DN para nascimentos que não ocorreram.

Entretanto, Mello Jorge et al (1993) mostram que a dimensão quantitativa destes erros é relativamente modesta. No que diz respeito à não emissão da DN por parte do serviço de estatística médica do estabelecimento, foi encontrado apenas 0,5% de casos, nos municípios paulistas selecionados. Fernandes (1997), em um estudo de concatenação entre as informações do SIM e SINASC no Distrito Federal, encontrou valores superiores, referentes a 1989, identificando que 3,6% dos declarados natimortos eram, em verdade, nascidos vivos cuja emissão da DN não foi efetivada. Em 1990 este percentual diminuiu para 2,6%.

Com relação ao duplo registro para uma mesma criança, os erros encontrados por Mello Jorge et al (1993) apresentaram porcentagens desprezíveis - 0,1%; contudo é interessante

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Nesse sentido merece destaque a suposição do caráter legal da DN, como uma forma especial de sub-registro e que contribuirá para eventuais diferenças de enumeração entre o SINASC e o Registro Civil do IBGE. Muitos pais, ao obterem a DN, consideram-na como registro legal do evento. Consequentemente, não registram seus filhos nos cartórios, e assim esses nascimentos não são computados no Sistema de Registro Civil conduzidos pelo IBGE.

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lembrar que esta estatística se refere a cinco municípios paulistanos, onde os autores afirmam que a implantação do SINASC ocorreu de forma global e simultânea.

Tendo em conta que o presente estudo tem como objetivo avaliar o SINASC na região Nordeste, respectivos estados e regiões metropolitanas, é provável que as distorções sejam de maior magnitude, uma vez que a implantação do SINASC no Nordeste ocorreu em diferentes datas e a velocidade bastante distinta daquela observada em São Paulo. Ainda assim, ao analisar o grau de cobertura do SINASC nos estados do Ceará e de Pernambuco, Moreira (1998) afirma ser bastante razoável a cobertura desta nova fonte de informação, uma vez que a mesma cobria 72% dos nascimentos, no Ceará, e 83,2% em Pernambuco. Há que se ter em conta, por outro lado, a possibilidade de que Pernambuco e Ceará constituam casos excepcionais e que tal qualidade não se reproduza para os demais estados nordestinos.

3 Procedimentos metodológicos

O instrumental clássico de avaliação de uma nova fonte de dados é a comparação com uma fonte previamente existente, devidamente avaliada e considerada como referência sobre a informação (Shryock; Siegel, 1980, cap. 8, 9 e 16).

Uma vez que o objetivo central deste trabalho é avalizar a qualidade das informações do SINASC, buscou-se analisar a evolução das estimativas da fecundidade segundo esta nova fonte de informação, de forma a se ter uma idéia geral do seu grau de cobertura12. Ainda

que nenhuma das três fontes de dados sobre nascimentos (Censo, PNAD e Registro Civil) constitua, em si mesmo, uma fonte confiável de informações, consideradas as limitações de cada uma delas e tomadas como fontes complementares, pode-se obter um conjunto de

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Infelizmente a comparação dos números absolutos de nascimentos entre o SINASC e as PNADs não é aconselhável uma vez que os dados da PNAD, que serviriam de padrão, estão na dependência direta do fator de expansão da amostra. Quando o universo é conhecido como no caso do Censo Demográfico, o fator de expansão é calculado numa matriz com variáveis chaves do Universo e Amostra, neste sentido, além dos erros amostrais serem conhecidos, os valores expandidos são robustos e confiáveis. Entretanto, isto não ocorre com as PNADs pois o tamanho da amostra é fixo para todos os anos, os setores censitários a partir da qual se amostra os domicílios são os mesmos do último censo e o universo é desconhecido. A expansão se faz aplicando a distribuição relativa das variáveis num ‘universo’ que é obtido através de projeções populacionais. Ora, num momento de grandes transformações demográficas, as projeções devem estar em constante processo de avaliação e reavaliação e mesmo que se constate que para aquele ano específico as projeções foram bem realizadas o fator de expansão não poderá ser mudado, pois os dados já estão ‘oficializados’. Neste sentido, os níveis da fecundidade da SINASC serão avaliados pelas taxas de fecundidade, pois neste caso os dados da PNADs estão livres do efeito do fator de expansão.

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dados que subsidiam a avaliação da qualidade do SINASC, que será realizada em três níveis de desagregação: regional, estadual e das regiões metropolitanas.

As constatações resultantes da avaliação das estimativas da fecundidade revelados pelas PNADs permitem afirmar que a PNAD é uma fonte de informações segura, no que respeita ao conhecimento do nível da fecundidade do Nordeste como um todo, ao apresentar uma evolução em seus níveis que se mostram bastante coerentes com o que é esperado, com as estimativas do Censo de 1991, os resultados da BEMFAM de 1996 e a Pesquisa sobre Padrão de Vida, de 1997, realizada pelo IBGE13. Assim, para testar a consistência do nível

da fecundidade proveniente do SINASC, considera-se como parâmetro de referência a PNAD14.

Por outro lado, a PNAD, como fonte provedora de informação para a estimação da estrutura da fecundidade, mostra resultados aceitáveis e completamente plausíveis quando se observa os dados referentes ao Nordeste como um todo. Entretanto, quando se tem em conta menores níveis de desagregação, as taxas específicas da fecundidade provenientes das PNADs, para alguns estados, apontaram para um padrão da fecundidade distinto daquele revelado pelo Censo de 1991. As oscilações nas taxas específicas de fecundidade das mulheres mais velhas, é mais evidente para o conjunto de áreas onde há um maior comprometimento dos dados em função da representatividade da amostra.

A partir da avaliação das estimativas da fecundidade com base no Registro Civil, no que respeita aos resultados das TFTs pode-se observar que os dados do Registro Civil não são adequados como elementos referenciais na comparação com os dados do SINASC, uma vez que fornecem estimativas bem abaixo daquelas esperadas, indicando uma ampla subenumeração dos nascimentos (Barbosa, 1999).

Com o intuito de avaliar a qualidade da informação que permite identificar a estrutura da fecundidade regional a partir dos dados do SINASC, comparou-se os resultados obtidos por esta fonte com os derivados do Registro Civil, uma vez que a avaliação das estruturas da

13 BEMFAM (1997) e Oliveira (mimeo)

14 A avaliação das informações sobre o nível e padrão de fecundidade provenientes do Censo, PNADs e Registro

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fecundidade oriundos das informações colhidas pelo Registro Civil mostram que tal fonte de dados é adequada como elemento de referência em relação aos padrões da fecundidade15.

Dessa forma, os níveis e padrões adotados como parâmetros são os calculados pelas PNADs e pelo Registro Civil, respectivamente. Ou seja, as PNADs fornecem os dados dos níveis da fecundidade e o Registro Civil os dados dos padrões, aos quais os dados do SINASC são cotejados em nível regional, estadual e das regiões metropolitanas nordestinas16.

É interessante destacar que para que se assegure comparabilidade entre as taxas das fontes de dados, o denominador escolhido para se calcular as taxas de fecundidade do SINASC é aquele fornecido pelas PNADs17.

Finalmente, o último passo para mesurar a qualidade das informações disponíveis no SINASC consiste em proceder uma avaliação da informação sobre os padrões da fecundidade por nível de instrução das mães, para se identificar um possível efeito composição nos padrões da fecundidade. Esta avaliação será feita somente em nível regional18.

A busca da identificação dos níveis de educação das mães, informação que consta tanto da DN, quanto do questionário das PNADs, torna possível avaliar com maior profundidade a consistência dos dados levantados pelo SINASC, comparando-os com aqueles revelados pelas PNADs. A partir da comparação entre as mesmas pode-se observar, se em algum nível de desagregação mais amplo (neste caso, em algum estrato educacional), poderia estar ocorrendo seletividade no registro (por exemplo, uma eventual exclusão do processo de entrada na coleta da informação no SINASC das mães de muito baixo nível educacional). Da mesma forma, buscou-se efetuar uma prospecção sobre a aderência entre as estimativas da fecundidade provenientes do SINASC e do Censo de 1991, segundo o nível de instrução

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Entretanto, como Registro Civil e SINASC são baseados em dados contínuos e em instituições específicas e que de uma certa forma dependem da ação das pessoas registrarem os nascimentos. Então, essas fontes podem conter o mesmo viés, ou seja de um sub-registro de igual seletividade. Neste sentido, usou-se, adicionalmente, o Censo Demográfico de 1991 como uma âncora aos dados do Registro Civil.

16 Cumpre destacar que Barbosa (1999) estimou as taxas de fecundidade provenientes do Censo e das PNADs por

meio do método indireto proposto por Brass (1968) e as do Registro Civil e SINASC por método direto.

17 A avaliação da estrutura etária das mulheres em idade reprodutiva está contida em Barbosa, 1999, ANEXO B. 18 À respeito dos resultados estaduais e regiões metropolitanas, ver Barbosa (1999).

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das mulheres, com o intuito de identificar as eventuais possíveis discordâncias entre as fontes de dados.

4 Avaliação e Resultados

4.1 Avaliação dos níveis da fecundidade revelados pelo SINASC

A avaliação da qualidade dos dados do SINASC quanto ao nível da fecundidade é realizada mediante a comparação das Taxas de Fecundidade Total – TFT, provenientes desta nova fonte de informação com as fornecidas pelas PNADs e com as provenientes do Censo Demográfico de 1991.

No Nordeste, comparando-se os resultados das TFT referentes ao Censo e às PNADs, obtidos através de técnica indireta da “razão P/F de Brass”, com aqueles resultantes do SINASC, obtidos mediante procedimento direto, pode-se supor a existência de problemas de sub-registro de nascimentos nos dados levantados pelo SINASC. É interessante destacar que, como em algumas áreas as estimativas dos níveis da fecundidade entre as PNADs de 1995 e 1996 mostram discrepâncias bastante significativas, optou-se por considerar, para efeitos comparativos, a média dos valores estimados para os dois anos – 1995-1996.

No Nordeste, em 1995, o SINASC apresenta uma taxa de fecundidade total da ordem de 1,91 filhos por mulher, enquanto que a estimativa referente à média das PNADs 1995 e 1996, revela um valor superior - 3,07 filhos, valor compatível com a estimativa da TFT obtida através das informações censitárias, que é de 3,60 filhos, considerando o declínio de fecundidade vigente na Região, conforme mostra a Tabela 4-1. Assim, a taxa resultante das informações do SINASC representa apenas 62,2% da taxa média das PNADs em 1995, valor que se mostra bastante similar àquele obtido em 1996 (62,4%), apontando uma estabilização na cobertura dos dados do SINASC no Nordeste como um todo.

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Tabela 4-1 - Nordeste, Estados e Regiões Metropolitanas - Taxa de fecundidade total, segundo o Censo, PNADs 1995 e 1996 e SINASC 1995 e 1996.

Área Ano Grau de cobertura PNAD SINASC

Censo PNAD SINASC SINASC em relação a PNAD variação entre variação entre 1991 1995 1996 Média 1995 1996 1995 1996 1995 e 1996 1995 e 1996 (1) (2) (3) 95/96 (4) (5) (6) (7)=(5)/(4) % (8)=(6)/(4) % (9)=[(3)/(2)-1] % (10)=[(6)/(5)-1] % Nordeste 3,60 3,22 2,93 3,07 1,91 1,92 62,2 62,4 -9,1 0,3 Maranhão 4,50 3,25 3,85 3,55 1,26 1,36 35,5 38,2 18,5 7,8 Piauí 3,72 3,01 2,66 2,83 1,62 1,55 57,3 54,7 -11,7 -4,4 Ceará 3,63 3,76 3,20 3,48 2,27 2,17 65,2 62,5 -14,9 -4,2 Rio G. do Norte 3,30 3,67 2,79 3,23 2,72 2,45 84,4 75,8 -24,1 -10,2 Paraíba 3,66 3,02 2,45 2,73 0,91 1,12 33,3 40,9 -18,7 22,9 Pernambuco 3,23 2,81 2,56 2,69 2,44 2,30 90,6 85,6 -8,9 -5,5 Alagoas 4,04 3,40 3,01 3,20 2,84 2,64 88,8 82,4 -11,4 -7,1 Sergipe 3,56 3,73 3,16 3,44 2,84 2,80 82,6 81,4 -15,2 -1,5 Bahia 3,41 3,08 2,80 2,94 1,53 1,71 52,0 58,0 -9,1 11,5 RM Fortaleza 2,65 3,09 2,62 2,86 1,48 1,63 52,0 57,0 -15,3 9,6 RM Recife 2,31 2,25 1,86 2,06 1,91 1,80 93,1 87,7 -17,3 -5,8 RM Salvador 2,33 2,27 2,14 2,21 2,13 1,90 96,7 86,0 -5,8 -11,1

Fonte: Censo de 1991; PNADs 1995, 1996; SINASC 1995, 1996.

Em relações às Unidades Federativas observa-se, através da Tabele 4-1, que os estados do Maranhão e do Paraíba são os detentores dos piores resultados quanto ao grau de cobertura dos dados sobre o nível da fecundidade calculados pelo SINASC, em relação à média das PNADs. As taxas de fecundidade total reveladas pelos dados do SINASC, tanto em 1995 como em 1996, não representavam mais do que 41% do resultado levantado pela média das PNADs, nos dois estados. Os estados do Piauí, Ceará e Bahia ainda não apresentam uma cobertura aceitável, não superando 65,2%. Entre os estados onde o levantamento do SINASC apresenta-se com um nível razoável de cobertura, ou seja, constata-se uma satisfatória aderência entre as duas fontes estão: Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe. Destaque-se que, nestes estados, em 1995, o resultado referente à taxa de fecundidade total oriundo do SINASC atinge uma cifra superior a 82% daquela resultante da média entre as PNADs de 1995 e 1996.

Os dados da Tabela 4-1 ainda apresentam os resultados referentes às três regiões metropolitanas nordestinas. A região metropolitana de Fortaleza apresenta uma taxa de fecundidade total, calculada a partir do SINASC, de 1,48 filhos por mulher, em 1995. Por outro lado, a taxa média calculada a partir da PNAD revela um valor superior, qual seja, 2,86 filhos por mulher; uma diferença bastante significativa e que torna a estimativa da PNAD quase o dobro daquela do SINASC resultando, por conseguinte, que o nível da fecundidade calculada a partir do SINASC situe-se em somente 52% daquele oriundo da

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média das PNADs. Na região metropolitana do Recife, os resultados referentes ao nível da fecundidade das duas fontes de dados são bastante parecidos. A taxa de fecundidade total da média das PNADs é de 2,06 filhos por mulher, enquanto que o SINASC apresenta uma cifra de 1,80 filhos por mulher em 1996. Ao analisar o grau de cobertura, observa-se um ligeiro declínio entre os dados do SINASC de 1995 e 1996 em relação ao resultado obtido da média das PNADs: enquanto que em 1995 o SINASC cobria 93,1% dos casos da PNAD, em 1996 atinge uma cifra menor, 87,7%. Este fato também foi observado em vários estados, mas a oscilação não é de grande monta. Na região metropolitana de Salvador encontra-se TFTs similares quando se compara os resultados provenientes das distintas fontes utilizadas. Ressalte-se que a adesão dos resultados do SINASC aos do provenientes das PNADs é menor no último ano considerado.

Em suma, os resultados indicaram que, tanto para alguns estados nordestinos, entre os quais Pernambuco e o Rio Grande do Norte, como para as regiões metropolitanas, os níveis da fecundidade revelados pelo SINASC mostram-se semelhantes àquele calculado pela média entre as PNADs de 1995 e 1996, indicando que para estas áreas selecionadas o SINASC já se define como uma fonte confiável de informações para a estimativa da fecundidade. Por outro lado, em alguns outros estados, principalmente Maranhão e da Paraíba, os resultados apontam uma ampla discrepância entre os dados oriundos do SINASC e aquele resultante da média das PNADs, configurando um grau de cobertura bastante baixo, não excedendo 41%.

4.2 Avaliação das estruturas da fecundidade reveladas pelo SINASC

A fidedignidade dos dados do SINASC quanto à estrutura da fecundidade é avaliada comparando-se a distribuição relativa das taxas de fecundidade do SINASC com as do Registro Civil e do Censo Demográfico de 1991, para o Nordeste. Apesar das curvas não diferirem acentuadamente, o que se nota é que aquela referente ao SINASC se apresenta bem mais rejuvenescida do que as demais. Os estados e regiões metropolitanas, em proporções diferentes, apresentam o mesmo padrão, ou seja SINASC e Registro Civil apresentam estruturas da fecundidade bem mais rejuvenescida do que a do Censo Demográfico, sendo que este fato é mais acentuado no SINASC (Gráfico 4-1).

O quanto este padrão reflete uma mudança progressiva e rápida do padrão da fecundidade entre 1991 e 1996 ou uma seletividade de registros, ou ambos, é uma questão a ser

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investigada. Note-se que estas fontes de dados se referem a períodos distintos: o Censo a 1991, o Registro Civil ao intervalo 1991-1995 e o SINASC a 1994-1996. Se a primeira hipótese for verdadeira, isto significaria uma mudança na estrutura num período de cinco anos, o que refletiria uma elevação rápida da fecundidade de adolescentes, em termos relativos, ou um controle cada vez mais eficaz da fecundidade de mulheres em idades acima de 24 anos. Se a segunda hipótese for verdadeira, pode-se conjeturar que o SINASC tem a melhor capacidade de registrar fecundidade de adolescentes, por ser baseada em informações hospitalares e/ou que há uma seletividade tanto nesta fonte quanto no Registro Civil com relação a grupos populacionais com padrão da fecundidade mais jovem.

Uma forma de se verificar a hipótese de seletividade de grupos com fecundidade mais rejuvenescida é desagregar os dados por grupos sociais e por situação do domicílio, o que é efetuado a seguir na análise da composição das características das mães e da fecundidade das mulheres segundo o nível de instrução.

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Gráfico 4-1 – Nordeste, Estados e Regiões Metropolitanas- Distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade, segundo o Censo, o Registro Civil e o SINASC - 1991-1996.

(continua) Nordeste 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Maranhão 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Piauí 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Ceará 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

Rio Grande do Norte

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Paraíba 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

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Gráfico 4-1 – Nordeste, Estados e Regiões Metropolitanas- Distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade, segundo o Censo, o Registro Civil e o SINASC - 1991-1996.

(conclusão) Pernambuco 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Alagoas 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Sergipe 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96 Bahia 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

Região Metropolitana de Fortaleza

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

Região Metropolitana de Recife

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

Região Metropolitana de Salvador

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Censo91 RC91 RC92 RC93 RC94 RC95 S94 S95 S96

(15)

4.3 Os níveis de instrução das mães revelados pelo SINASC

Tendo em conta o rejuvenescimento do padrão da fecundidade revelados pelos dados do SINASC, procurou-se identificar características específicas das mães, com o objetivo de investigar eventuais motivos pelos quais ocorrem as diferenças entre as fontes de dados. Assim, procedeu-se a comparação da distribuição relativa das mulheres que tiveram filhos segundo o nível de instrução a partir dos dados provenientes do SINASC com aquela derivada das PNADs, para os anos de 1995 e 1996.

Ao analisar o Gráfico 4-2, referente ao resultado da Região como um todo, observa-se que a estrutura educacional derivada do SINASC, apesar de apresentar melhoras de 1995 a 1996, revela porcentagens mais elevadas de respostas “ignorado” do que na PNAD – o percentual correspondente a este item é equivalente à 10% no SINASC, enquanto que na PNAD este valor é de apenas 1,7%, em 1995. No ano seguinte (1996) reduz-se de forma expressiva a diferença entre as duas fontes. A PNAD revela uma contribuição da categoria “ignorado” de 3,5% enquanto o SINASC apresenta 6,2%, sugerindo uma melhor coleta das informações pelo SINASC19.

Nas duas categorias mais baixas de instrução (nenhuma instrução e 1º grau incompleto), mesmo estando em concordância com a tendência de que a maior parte da população se concentre nestes níveis educacionais, os percentuais referentes ao SINASC, em 1995, apresentam-se menores (67,8%) frente aos resultados provenientes da PNAD (79,9%). A diferença ainda mantém-se, mesmo se considerarmos que parcela expressiva de mulheres de baixo nível de instrução tenham sido classificadas na categoria dos ignorados. Em 1996, no que diz respeito à categoria ‘1º grau incompleto’, que é aquela que detém as maiores porcentagens de respostas – em torno de 50%, o diferencial entre as bases de dados situa-se em torno de 2 pontos percentuais, ou seja, uma diferença em valor bastante inexpressivo. Discordâncias maiores são observadas quando se tem em conta o percentual das mães que não possuem nenhuma instrução: 24,1%, na PNAD e 17,1% no SINASC. A diferença persiste mesmo se uma fração significativa das mulheres de menor nível de instrução tenha sido computada pelo SINASC como instrução ignorada.

19 Barbosa (1999) faz esta análise em nível das Unidades Federativas do Nordeste além de focalizar as regiões

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Assim, tendo em consideração o conjunto de evidências resultantes da comparação entre os resultados das PNADs e do SINASC, pode-se concluir por uma certa omissão da informação proveniente das mulheres com um menor grau de instrução no SINASC. Qual seja, o grupo de mulheres que reportam ter nenhuma instrução e aquelas que respondem ter apenas o 1º grau incompleto parece estar subestimado. É bastante provável que tais omissões residam na não implantação do SINASC em áreas rurais onde, proporcionalmente, as mães de mais baixa instrução estariam mais representadas.

Gráfico 4-2 - Nordeste - Distribuição proporcional dos níveis de instrução das mães, segundo PNAD e SINASC - 1995-1996.

1 0 ,4 9 ,6 2 5 ,1 5 ,2 1 ,7 1 7 ,1 1 0 ,2 1 1 ,1 2 ,2 6 ,2 2 4 ,1 5 ,9 3 ,5 2 ,1 1 0 ,0 1 8 ,3 4 9 ,5 2 ,1 5 4 ,8 1 1 ,2 5 3 ,3 2 ,7 1 1 ,7 5 2 ,1 0 ,0 1 0 ,0 2 0 ,0 3 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,0 6 0 ,0 7 0 ,0 N e n h u m a 1 º g r a u in c . 1 º g r a u c . 2 º g r a u S u p e r io r Ig n o r a d o N ív e is d e in s tr u ç ã o % S IN A S C 9 5 P N A D 9 5 S IN A S C 9 6 P N A D 9 6

Fonte: PNAD 1995, 1996; SINASC 1995, 1996.

4.4 A estrutura da fecundidade segundo níveis de instrução

Analisadas as distribuições relativas das mães, segundo o nível de instrução, investiga-se a seguir, as distribuições proporcionais das taxas de fecundidade por grupos de idades, para cada nível de instrução considerado. O propósito deste procedimento é buscar subsídios que permitam identificar possíveis razões pelas quais o padrão da fecundidade proveniente do SINASC mostra-se tão mais rejuvenescido frente às demais curvas reveladas pelo Censo e pelo Registro Civil. Uma vez que no SINASC há uma maior omissão de mulheres com baixo nível de instrução, se a fecundidade desse grupo apresentar-se mais velha do que nos demais grupos de instrução, ter-se-ia detectado um efeito composição que pela omissão causa um rejuvenescimento da curva da fecundidade.

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No Nordeste, como mostra o Gráfico 4-3, nota-se que as curvas da fecundidade proporcional das mulheres de mais baixos níveis de instrução apresentam um padrão rejuvenescido, onde a fecundidade se concentra nos grupo etários mais jovens, primordialmente, entre as idades de 20 a 24 anos. É interessante destacar que as taxas específicas de fecundidade, segundo o nível de instrução, foram calculadas com base nos nascidos vivos provenientes do SINASC, enquanto que as mulheres em idade reprodutiva são as derivadas das PNADs.

Em 1995, percebe-se que a participação das mulheres abaixo de 25 anos na fecundidade como um todo, entre as mulheres que reportaram “nenhuma instrução”, representavam, aproximadamente, 54,7%. Na categoria seguinte, 1º grau incompleto, elas participavam com 51,8%. Também é significativa a participação destas mulheres entre aquelas que terminaram o 1º grau: 48,2%. Em contraste, quando se observa as categorias educacionais mais elevadas (2º grau e superior), o grupo de mulheres com idades até 25 anos configuram uma participação bem menos expressiva, quando comparado com as mulheres com mais baixa instrução. Entre as mulheres que declararam o 2º grau, aquelas com idades entre 15 e 24 anos contribuíram apenas com 34% do total da fecundidade. Com respeito à participação das mulheres que tinham educação superior, as pertencentes aos dois primeiros grupos etário têm seu peso bastante reduzido na fecundidade total: 26,4%, ainda que em parte esta menor participação se deva ao muito reduzido número de mulheres no primeiro grupo etário a estar cursando nível superior. Dessa forma, os resultados mostram que à medida em que cresce o nível educacional, mais tardia é a cúspide da fecundidade. De outro lado, as curvas nas quais a fecundidade está mais concentrada nas idades mais jovens são características das mulheres que declararam os menores níveis de instrução.

É importante chamar a atenção, que para o Nordeste como um todo, o desenho da curva descrito pelas mulheres que não reportaram o seu nível educacional é similar às curvas reveladas pelas mulheres de mais baixa instrução.

O comportamento das distribuições das taxas específicas de fecundidade segundo cada nível de instrução, em 1996, apresenta-se similar ao obtido para o ano de 1995, de acordo ainda com o Gráfico 4-3. Os pesos proporcionais das mulheres jovens (com idades entre 15 e 24 anos) são bastante expressivos entre as que têm os mais baixos níveis de instrução e também entre aquelas que não declararam instrução. Em contraste, nota-se que a estrutura

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da fecundidade das mulheres pertencentes às categorias mais elevadas de educação configura-se tardio, ou seja, há uma concentração da fecundidade nos grupo etários mais velhos, principalmente nos grupos 25 a 29 anos e 30 a 34 anos, fato que é particularmente mais visível quando se tem em conta as mulheres de nível superior20.

Gráfico 4-3- Nordeste - Distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade, segundo o nível de instrução - SINASC e PNADs – 1995 e 1996.

1995 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Nenhuma 1º grau inc. 1º grau comp. 2º grau Superior Ignorado 1996 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % Nenhuma 1º grau inc. 1º grau comp. 2º grau Superior Ignorado Fonte: SINASC 1995, 1996

Diante de tais resultados, é possível concluir-se que a região Nordeste apresenta distribuições relativas da fecundidade para as quais, à medida em que há um incremento no nível de instrução, as cúspides das funções fecundidade por grupos de idades, tendem a concentrarem-se em idades mais elevadas, mostrando-se mais tardios os padrões de reprodução das mulheres mais educadas. Em contraste, quando se observa as mulheres com os menores níveis de instrução, bem como aquelas cujo nível de instrução é classificado como “ignorado”, a estrutura da fecundidade revela-se jovem e com uma ampla concentração no grupo etário 20-24 anos.

Os resultados não foram os esperados para se explicar através do efeito composição e omissão seletiva o padrão tão mais rejuvenescido das curvas da fecundidade revelados pelo SINASC. Poder-se-ia argumentar que são as mulheres com menores níveis de instrução que

20

Em relação aos estados e regiões metropolitanas, a análise dos resultados das distribuições relativas das taxas específicas de fecundidade, segundo os níveis de instrução, mostra de uma forma geral, um padrão da fecundidade semelhante ao relativo ao Nordeste como um todo. À respeito dos resultados estaduais e regiões metropolitanas, ver Barbosa (1999).

(19)

mais contribuem para a estrutura do SINASC revelar-se tão jovem como observou-se no item que trata deste tema. Também aquelas que não declararam instrução participam expressivamente para tal comportamento na curva oriunda do SINASC. Entretanto, este efeito deveria estar operando também nos resultados do Censo Demográfico de 1991. A hipótese teria que ser formulada no sentido de que existe um dupla seletividade entre aqueles casos omissos: o SINASC está com baixa cobertura entre as mulheres de baixo nível educacional e que residem na área rural. Isto porque, considera-se que as mulheres da áreas rurais tenderiam a apresentar mais elevados níveis da fecundidade e experimentariam funções de fecundidade por idades tanto mais envelhecidas quanto menores seus níveis de instrução.

Infelizmente os dados do SINASC não permitem classificar as mães segundo situação do domicílio. A forma de se aproximar os resultados que se obteve foi através da comparação entre os dados censitários, classificados segundo situação domiciliar, com os do SINASC. No Gráfico 4-4 pode-se observar as curvas das distribuições relativas das taxas específicas de fecundidade por idades das mães, segundo cada nível de instrução, para o Nordeste como um todo, provenientes do Censo e dos valores médios do SINASC entre 1995 e 1996. Em nível regional verifica-se que as maiores diferenças encontram-se nos menores níveis de instrução, principalmente entre as mulheres que responderam não ter nenhuma instrução e entre aquelas que não terminaram o 1º grau. Nos demais níveis de instrução os resultados apresentam uma razoável semelhança entre as estruturas da fecundidade oriundos das distintas bases de informações. Ressalte-se que, em nível da situação domiciliar, nota-se que as curvas oriundas da média do SINASC de 1995 e 1996 mostram que as maiores discrepâncias, em relação às estruturas resultantes do Censo de 1991, ficam por conta da curva derivada da área rural, para as mulheres com baixo nível de instrução. Estas apresentam formatos claramente mais envelhecidos do que a do SINASC. Os resultados derivados das informações censitárias mostram uma curva bastante dilatada, enquanto que os dados do SINASC revelam curvas com um padrão da fecundidade onde a cúspide é bem concentrada no grupo de 20 a 24 anos. Tal diferença pode advir, muito provavelmente, do fato de que o SINASC ainda não se encontra totalmente implantado nas áreas rurais e assim apresentar viéses que privilegiavam os nascimentos reportados pelas mulheres das áreas

(20)

urbanas, onde o padrão da fecundidade é mais rejuvenescido, mesmo entre aquelas com menores níveis de instrução.

Gráfico 4-4 - Nordeste - Distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade, segundo o nível de instrução - Censo de 1991 e valor médio entre o SINASC de 1995 e 1996

Nenhuma 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % SINASC 95/96 Urbano 91 Rural 91 Total 91 1º Grau incompleto 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % SINASC 95/96 Urbano 91 Rural 91 Total 91 1º Grau completo 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % SINASC 95/96 Urbano 91 Rural 91 Total 91 2º Grau 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % SINASC 95/96 Urbano 91 Rural 91 Total 91 Superior 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupos de idades % SINASC 95/96 Urbano 91 Rural 91 Total 91

(21)

5 Considerações finais

A avaliação das informações provenientes do SINASC realizada no presente trabalho, indicou que este sistema constitui-se em uma promissora fonte de dados para a análise demográfica.

Tomando-se os resultados referentes às estimativas do nível da fecundidade para o Nordeste como um todo a partir das informações levantas pelas PNADs, e que fornecem resultados que refletem melhor a situação real nordestina, as estimativas resultantes do SINASC apontam a existência de problemas de sub-registro de nascimentos. São claros os indicativos que, para algumas áreas, tais como, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, assim como para as regiões metropolitanas de Recife e Salvador, os níveis da fecundidade revelados pelo SINASC mostram-se similares àqueles obtidos pelas pesquisas domiciliares. No entanto, estados, como o do Maranhão e da Paraíba apresentam estimativas da fecundidade bastante discrepantes entre as duas fontes.

Através da comparação da distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade, por grupos de idades das mulheres, provenientes do Censo de 1991, do Registro Civil 1991-1995 e dos levantamentos do SINASC, os resultados permitem inferir que, há uma razoável semelhança entre as fontes consideradas. Cabe enfatizar que os dados registrados pelo SINASC apresentam um relativo afastamento em relação às demais curvas, particularmente na cobertura da fecundidade das mulheres abaixo de 25 anos. As curvas originadas das informações coletadas pelo Registro Civil no período 1991-1995, por sua vez, indicam um deslocamento positivo, bastante significativo, em direção ao aumento do peso da fecundidade das mulheres mais jovens. Nesse sentido há uma concordância com o comportamento da curva gerada a partir dos dados do SINASC, fenômeno que seria compatível com a idéia de um processo de controle do número de nascimentos que ocorreria de forma mais expressiva entre as mulheres mais velhas, fazendo recair sobre as mais jovens um amplo peso nos níveis da fecundidade corrente. Dessa forma, pode-se considerar que o rejuvenescimento da fecundidade revelada pelos dados do Registro Civil e pelo SINASC tenderia a refletir o amplo controle da fecundidade que estaria a ocorrer no Nordeste. Uma outra hipótese a ser considerada é a seletividade de grupos com fecundidade mais rejuvenescida.

(22)

Levando-se em conta tal rejuvenescimento no padrão da fecundidade revelado através dos dados do SINASC, mediante a comparação das informações do SINASC com as PNADs, pode-se inferir que no SINASC há uma subenumeração das mulheres com os mais baixos níveis de escolaridade.

Um outro aspecto analisado refere-se às distribuições proporcionais das taxas de fecundidade por grupos de idades, para cada nível de instrução considerado. De uma forma geral, observou-se que, na medida em que aumenta o nível de instrução, as cúspides das funções tendem a se concentrarem em idades mais elevadas, mostrando-se mais tardios os padrões da fecundidade das mulheres mais educadas. Os resultados também mostraram que as mulheres com menores níveis educacionais e aquelas para as quais o nível escolaridade é desconhecido, a estrutura da fecundidade revela-se bastante jovem, com a cúspide concentrada no grupo etário de 20 a 24 anos.

Estes resultados mostram que o rejuvenescimento da estrutura da fecundidade proveniente do SINASC em muito depende do peso da fecundidade das mulheres de menor nível de escolaridade, assim como daquelas de escolaridade ignorada. Por outro lado, comparando-se os resultado do SINASC com os do Censo deve-comparando-se considerar que a incompleta implementação do SINASC, principalmente nas áreas rurais, seria responsável por este padrão jovem de fecundidade, ao omitir as mulheres de mais baixo nível de escolaridade e com os mais elevados níveis da fecundidade.

O quadro delineado ao longo deste estudo revela que o SINASC é uma promissora fonte de informações, dada a sua riqueza como provedor de informações demográficas. Os progressos observados ao longo dos últimos anos mostraram-se diferenciados entre as áreas analisadas, em grande parte refletindo as diferentes fases de implantação em que se encontra o SINASC.

Em nível geral, considera-se ser o SINASC uma importante uma fonte de dados, anual e em nível municipal, para o acompanhamento e monitoramento das condições que cercam o nascimento no Nordeste. Assim, é de se esperar que esforços sejam empreendidos no sentido de universalizar e melhorar a sistematização da coleta da informação, além de agilizar a disponibilidade das informações, abrindo a possibilidade de melhor articular o desenvolvimento e a implantação de ações públicas mais eficazes com as reais necessidades da população nordestina.

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