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Cultivo de amendoim em diferentes espaçamentos e adubação nitrogenada / Cultivation of peanuts in different spacing and nitrogen fertilization

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Cultivo de amendoim em diferentes espaçamentos e adubação nitrogenada

Cultivation of peanuts in different spacing and nitrogen fertilization

DOI:10.34117/bjdv6n10-352

Recebimento dos originais: 10/09/2020 Aceitação para publicação: 16/10/2020

Andressa Alves Cabreira dos Santos

Engenheira Agrônoma pela UNEMAT – Cáceres – MT

Endereço: Av. Santos Dumont, s/n°, Cidade Universitária, Bloco I, Cáceres-MT, CEP: 78.211-298 E-mail: acabreyra@gmail.com

Severino de Paiva Sobrinho

Doutor em Agricultura Tropical/Produção e Fisiologia de Sementes: Pós-colheita – UFMT Professor Adjunto - Curso de Agronomia - UNEMAT – Cáceres – MT

Endereço: Av. Santos Dumont, s/n°, Cidade Universitária, Bloco I, Cáceres-MT, CEP: 78.211-298 E-mail: paivasevero@unemat.br

Altacis Junior de Oliveira

Mestrando em Genética e Melhoramento de Plantas – UNEMAT – Cáceres – MT Endereço: Av. Santos Dumont, s/n°, Cidade Universitária, Bloco I, Cáceres-MT, CEP:

78.211-298

E-mail: altacismarquesfig@hotmail.com

Daniela Soares Alves Caldeira

Doutora em Agronomia/Energia na Agricultura - FCA/UNESP Professora Adjunta - Curso de Agronomia - UNEMAT – Cáceres – MT

Endereço:Av. Santos Dumont, s/n°, Cidade Universitária, Bloco I, Cáceres-MT, CEP: 78.211-298 E-mail: danielacaldeira@unemat.br

Gustavo Ferreira da Silva

Doutorando em Agronomia (Agricultura) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/FCA - Botucatu

Endereço:Avenida Universitária, nº 3780, CEP:18610-034, Altos do Paraíso, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: ferreirasilvagustavo@gmail.com

Petterson Baptista da Luz

Doutor em Agronomia/Produção e Tecnologia de Sementes - UNESP – Jaboticabal Professor Adjunto - Curso de Agronomia - UNEMAT – Cáceres – MT

Endereço: Av. Santos Dumont, s/n°, Cidade Universitária, Bloco I, Cáceres-MT, CEP: 78.211-298 E-mail: petterson@unemat.br

RESUMO

O cultivo de amendoim é feito por agricultores de várias classes, porém, a maioria se encaixa na classe de agricultura familiar, onde o manejo é feito com baixa utilização de insumos, de forma manual, em pequenas áreas, como forma de manter a renda das famílias, como é o caso da maioria dos produtores que se encontram no município de Cáceres. Em virtude de ausência de informações de pesquisa e bibliografias sobre o assunto abordado voltado para a região, a presente proposta de trabalho é importante para auxiliar pequenos produtores do município com informações sobre espaçamento e adubação nitrogenada adequada, para consequente melhoria na produção desta cultura. Foram

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utilizadas para o referido estudo sementes da cultivar BRS Havana. O delineamento experimental aplicado foi o inteiramente casualizados em esquema fatorial 2 x 3 (2 espaçamentos x 3 adubações nitrogenadas). Aos 100 dias após a semeadura em cada parcela foram colhidas 10 plantas. Após a colheita, as vagens foram retiradas das plantas e colocadas para secarem ao sol por um período de três dias. As variáveis analisadas foram: número de vagens por planta, número de sementes por vagem, produção em vagem por planta, produção em grãos por planta, peso de mil sementes, teor de água das sementes e Produtividade. Conclui-se que o cultivo de amendoim apresenta maior produtividade quando é cultivado no espaçamento 0,70m e recebe a dose de 16 kg de nitrogênio por hectare.

Palavras chave: Arachis hypogaea; Nitrogênio; Produção. ABSTRACT

Peanut farming is done by farmers of various classes, however, most fit into the family farming class, where the management is done with low use of inputs, in a manual way, in small areas, as a way to maintain the income of families, as is the case of most of the producers that are in the municipality of Cáceres. Due to the lack of research information and bibliographies on the subject addressed to the region, the present work proposal is important to assist small producers of the municipality with information on spacing and adequate nitrogen fertilization, for consequent improvement in the production of this crop.For this study were used seeds of the cultivar BRS Havana. The experimental design was completely randomized in factorial scheme 2 x 3 (2 spacings x 3 nitrogen fertilizations). Ten plants were harvested 100 days after sowing in each plot. After harvest, the pods were removed from the plants and placed to dry in the sun for a period of three days. The variables analyzed were: number of pods per plant, number of seeds per pod, pod production per plant, grain yield per plant, weight of one thousand seeds, seed water content and productivity. It is concluded that the cultivation of peanuts presents higher productivity when it is cultivated in the 0.70m spacing and receives the dose of 16 kg of nitrogen per hectare.

Keywords: Arachis hypogaea; Nitrogen; Production.

1 INTRODUÇÃO

O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma planta originária da América do Sul, a qual passou por um processo de distribuição sendo levada para várias partes do mundo pelos portugueses (LIMA, 2011). É uma das oleaginosas mais cultivadas no mundo (COSTA et al., 2017), apesar de ser considerado rústico, a cultura do amendoim exige um manejo específico para se alcançar uma boa produção (SUASSUNA, 2014).

No Brasil, a produção total da safra 2018/19 foi de 434,5 milhões de toneladas em uma área de 146,6 mil hectares (ha), enquanto as maiores áreas de cultivo de amendoim estão principalmente nas regiões sudeste e sul com aproximadamente 142,8 mil ha (CONAB, 2019). O mesmo se observa em nível de região Centro-Oeste, onde em 2013 esse número era de 0,4 subiu para 2,5 em 2017. Enquanto para o estado de Mato Grosso, em 2013, tinha uma área plantada de 0,20, no ano de 2017 não houve

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registros (CONAB, 2019). No município de Cáceres existem dados de área planta apenas no período de 2004 a 2010, onde esse valor decresceu de 40 para 25 ha (IBGE, 2016).

No inicio da década 90 a produção nacional de Amendoim estava abaixo das 200 mil toneladas, mas essa produção vem aumentando ano a no e em 2017 alcanço o valor de 466,2 e para a safra 2017/2018 a estimativa é que se alcance o valor de 513,2 mil toneladas e a região Centro-Oeste produziu na safra 2016/2017 10,5 mil toneladas, enquanto o estado de Mato Grosso não apresentou dados nesta referida safra (CONAB, 2019).

De acordo com LIMA (2011), o amendoim já teve posição de destaque no cenário agrícola do Brasil. No entanto, alguns levaram a cultura a uma posição quase marginal dentro do quadro atual da agricultura brasileira.

O cultivo do amendoim é geralmente provindo de pequenos produtores, utilizando-se assim para realizar todas as atividades de manejo, desde o plantio até a colheita a mão-de-obra familiar (SUASSUNA et al., 2006).

É uma cultura de grande importância, pois possui diversas formas de uso destacando-se in

natura, ou seja, na forma de grãos, cozidos ou também torrados, farinha, óleo, farelo e na indústria

farmacêutica (COSTA et al., 2017). É muito rico em vitamina E, e em proteína, sendo uma importante fonte de energia e aminoácidos para alimentação humana (RAMOS; BARROS, 2014).

Quanto ao cultivo de amendoim, as recomendações de espaçamento para cultivares com hábito de crescimento rasteiro varia de 0,8 a 0,9 m entre linhas, com densidade de semeadura de 12 a 15 sementes por metro, enquanto que para as cultivares eretas, o espaçamento mais recomendado é 0,5 x 0,2 m, com duas sementes por cova (EMBRAPA, 2009). Segundo HEID et al. (2016), o espaçamento é uma importante estratégia de produção, pois proporciona melhor aproveitamento dos fatores diretamente relacionados à produção do amendoim, como água, luz e nutrientes.

É importante que o solo disponibilize nutrientes para a planta em quantidades suficientes para o seu pleno desenvolvimento e produção. O nitrogênio é indispensável para o desenvolvimento vegetativo das plantas, devido seu papel na composição de vários compostos orgânicos, incluindo aminoácidos e ácidos nucleicos (EPSTEIN; BLOOM, 2004).

O cultivo do amendoim é realizado em todas as regiões do Brasil, mas é a região sudeste que se destaca por ser a maior produtora, tendo São Paulo como o maior estado produtor (IEA, 2007). Desta forma, a concentração de estudos é voltada para estas áreas, bem como na região Nordeste, em que o cultivo é feito em condições de sequeiro (COSTA et al., 2017).

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Na região Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso no município de Cáceres, essa produção quando ocorre é de forma inexpressiva. E um dos fatores que pode contribuir para uma ausência de produção de amendoim nesse município, é a falta de informações referente aos tratos culturais, cultivares adequados para a região, e dados de adubação.

Tendo em vista os aspectos observados o presente trabalho tem como objetivo avaliar a produção da cultura do amendoim quando cultivado em diferentes espaçamentos e níveis de adubação nitrogenada em Cáceres-MT.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na área experimental na Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER), no município de Cáceres/MT no período de fevereiro a maio de 2018. O clima da região de Cáceres-MT apresenta temperaturas elevadas praticamente o ano todo, com média de temperatura máxima de 31,9 °C, média mínima de 20,1 °C e média anual de 25,16 ºC (NEVES, 2006), com uma pluviosidade média anual de 1.301 mm (climate-data.org, 2019). A cultivar utilizada para o referido estudo foi BRS Havana que apresenta porte ereto e é recomendada para região nordeste, as sementes foram adquiridas junto a empresa Jardim de Minas- MG.

O experimento foi instalado num Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico chernossólico, textura média/argilosa, cuja análise da camada 0-20 cm apresentou os seguintes resultados: pH (água) 6,2; 3,9 mg dm-3 de P; 0,21 cmol

c dm-3 de K; 10,7 cmolc dm-3 de Ca; 2,9 cmolc dm-3 de Mg; 0,0 cmolc dm-3 de

Al; 5,9 cmolc dm-3 de H+Al; 19,7 cmolc dm-3 de CTC; 70% de saturação por bases (V); 65 g dm-3 de

matéria orgânica (MO); 240 g kg-1 de argila; 80 g kg-1 de silte e 680 g kg-1 de areia, determinados conforme EMBRAPA (1997).

O delineamento experimental aplicado foi o inteiramente casualizados em esquema fatorial 2 x 3 (2 espaçamentos x 3 adubações nitrogenadas) em um total de seis tratamentos, com quatro repetições, totalizando 24 parcelas. Cada parcela foi composta por quatro linhas de 240 cm de comprimento com espaçamentos de 50 ou 70 cm entre linhas contendo covas com duas plantas e espaçadas de 20 cm, totalizando dez plantas por metro linear.

Os tratamentos testados foram: T1 – espaçamento de 50 cm sem aplicação de N; T2 –

espaçamento de 50 cm e 8 kg ha-1 de N; T3 – espaçamento de 50 cm e 16 kg ha-1 de N; T4 – espaçamento

de 70 cm sem aplicação de N; T5 – espaçamento de 70 cm e 8 kg ha-1 de N; T6 – espaçamento de 70

cm e 16 kg ha-1 de N. Como fonte de N utilizou-se sulfato de amônio. Para todas as parcelas foi utilizada

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O preparo do solo foi feito 10 dias antes da semeadura, com uma gradagem na área para limpeza da mesma e também para facilitar o processo de semeadura, bem como incorporar os restos de cultura presentes na área. Após o preparo do solo foi feita a semeadura em covas colocando três sementes em cada uma, a profundidade de 5,0 cm e depois se fez o desbaste deixando duas plantas por cova.

Durante o período em que a cultura esteve em campo foram feitas duas capinas manuais e com auxílio de enxadas para controle das plantas daninhas, evitando que houvesse competição destas com a cultura. Quanto à ocorrência Stylopalpia costalimai, seu controle foi feito utilizado à aplicação do inseticida Decis 25 EC, com auxílio de bomba costal.

Aos 100 dias, após a semeadura em cada parcela, foram colhidas 10 plantas nas duas fileiras centrais, exceto as plantas de cada extremidade da linha, as plantas foram arrancadas do solo de forma manual. Após a colheita, as vagens foram retiradas das plantas e colocadas para secarem ao sol por um período de três dias.

Após a secagem, se procederam às contagens e pesagens para que se pudessem obter os resultados das seguintes variáveis: número de vagens por planta – foi feita a contagem de todas às vagens colhidas e divididas pelo número de plantas colhidas na parcela; número de sementes por

vagem – foi feita a divisão entre o número de sementes e o de vagens; produção em vagem por planta

– após a pesagem das vagens, o valor obtido foi dividido pelo número de plantas colhidas em cada parcela; produção em grãos por planta – após o processamento das vagens as sementes foram pesadas e dividido pelo número de plantas colhidas na parcela; peso de mil sementes – foram retiradas oito amostras de 100 sementes de cada parcela e pesadas para em seguida determinar o valor conforme BRASIL (2009); teor de água das sementes – duas amostras de 5,0 gramas foram retiradas de cada tratamento, pesadas em balança analítica e levadas para a estufa a 105 °C por 24 horas (BRASIL, 2009) e o valor foi expresso em percentagem; Produtividade – a partir os dados de produção de grãos por planta foi estimada a produtividade da cultura em kg ha-1, após a sementes serem processadas.

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância através do teste F. Quando houve efeito de tratamento, as médias foram comparadas utilizando o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas utilizando o software R versão 3.4.0 (R CORE TIM, 2013).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os resultados das análises estatísticas observou-se que não houve interação entre os fatores para as variáveis: número de vagem por planta, número de sementes por planta e peso de mil sementes.

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Para as variáveis número de vagem por planta; número de sementes por vagem e peso de mil sementes não foi influenciada pelos espaçamentos adotados no presente estudo (Tabela 1). Para a cultivar BRS Havana, a EMBRAPA recomenda o espaçamento de 0,70 m quando o tipo de cultivo for consorciado e 0,50 m quando for utilizado o cultivo isolado. No presente estudo foi utilizado o sistema de cultivo não consorciado nos espaçamentos acima descritos. Desta forma, é possível dizer que em questão de insumos o espaçamento 0,70 m tem menor demanda, porém possibilita uma maior extensão para proliferação de plantas daninhas por levar mais tempo para que a área entre as fileiras sejam coberta pela cultura, elevando a dificuldade de controle das plantas daninhas podendo acarretar em maior custo financeiro.

Tabela 1 - Média do número de vagem por planta (NVP), número de sementes por vagem (NSV) e peso de mil sementes (P1000) de amendoim cultivar BRS Havana em função do espaçamento e de adubação nitrogenada.

Fator Variáveis Espaçamento (m) NVP NSV P1000 (g) 0,50 19,9NS 1,5 NS 420 NS 0,70 20,1 NS 1,6 NS 414 NS Adubação (kg de N ha-1) 0 18,3 NS 1,5 NS 413 NS 8 20,1 NS 1,6 NS 424 NS 16 21,7 NS 1,6 NS 414 NS Média Geral 22,1 1,6 417 CV (%) 13,35 14,4 11,87

NS Não significativo pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Com relação às variáveis número de vagem por planta, número de sementes por planta e peso de mil sementes o uso de diferentes doses de adubação nitrogenada (0, 8, 16 kg ha-1), não houve contribuição para uma diferença de resposta nas variáveis acima descritas (Tabela 1). Isso pode ter ocorrido em virtude das variáveis número de vagem por planta, número de sementes por planta e peso de mil sementes serem de certa forma uma característica com alta influencia genética e menor peso de resposta as adubações.

Quanto à análise estatística, observou-se que houve interação significativa entre espaçamento e adubação para as variáveis de produção em vagem por planta (PVP), produção em sementes por planta (PSP) e produtividade.

Para produção em vagem por planta (PVP) observou-se que o espaçamento não mostrou diferença significativa quando foi utilizado a adubação de 0 e 8 kg de nitrogênio por hectare, entretanto se verificou efeito do espaçamento quando se utilizou adubação de 16 kg de nitrogênio por hectare. Por outro lado, quando se adotou o espaçamento de 0,50 m as adubação não influenciaram a variável,

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enquanto que, no maior espaçamento a adubação de 16 kg de nitrogênio por hectare foi superior às demais (Tabela 2).

Tabela 2 – Produção em vagem por planta (PVP), produção em sementes por planta (PSP) e produtividade de amendoim cultivar BRS Havana em função do espaçamento e da adubação nitrogenada.

Adubação (kg de N por hectare)

Espaçamento (m) 0 8 16 PVP (gramas) 0,5 26,0 aA 26,6 aA 25,0 aB 0,7 24,4 bA 25,1 bA 31,6 aA CV (%) 12,04 PSP (gramas) 0,5 14,2 aA 13,3 aA 11,9 aB 0,7 21,8 abA 10,9 bA 16,0 aA CV (%) 16,41 Produtividade (kg ha-1) 0,5 2556 aA 2388 aA 2142 aB 0,7 2070 bA 1968 bA 2880 aA CV (%) 17,06

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Quanto a variável produção em sementes por planta (PSP) verificou-se que nas doses de adubação 0 e 8 kg de nitrogênio por hectare, o espaçamento utilizado não influenciou de forma significativa a variável em questão, mas quando foi utilizada a dose de adubação 16 kg de nitrogênio por hectare, o maior resultado foi obtido para o espaçamento de 0,70 m. Ao avaliar as adubações no espaçamento 0,50 m, observou-se que não houve efeito significativo, enquanto que, no espaçamento 0,70 m verificou-se que a dose de adubação de 16 kg de nitrogênio por hectare apresentou maior peso de sementes por planta em relação a dose de 8 kg de nitrogênio por hectare (Tabela 2).

Na produtividade da cultura do amendoim no presente estudo, observou-se que o fator espaçamento não teve influência de forma significativa nas doses de adubação de 0 e 8 kg de nitrogênio por hectare, mas para a dose de adubação 16 kg de nitrogênio por hectare o melhor resultado foi obtido para o espaçamento de 0,70 m. Na avaliação das doses de adubação em cada espaçamento, observou-

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se que em 0,50 m as adubação não influenciaram a variável, enquanto que, para o maior espaçamento no presente estudo a dose de adubação 16 kg de nitrogênio por hectare foi superior as demais (Tabela 2).

No espaçamento 0,70 m é possível verificar que a maior produtividade ocorreu na dose de 16 kg de nitrogênio por hectare, ou seja, 2.880 kg de sementes de amendoim por hectare, esse valor foi superior em 46% quando comparado com a produção de 1.968 kg de sementes de amendoim por hectare, a qual foi obtida com adubação de 8 kg de nitrogênio por hectare.

A razão de algumas variáveis não ter sido influenciada pelo espaçamento pode ser atribuída a uma menor competição entre as plantas, favorecendo o aproveitamento dos fatores (luz, água, nutrientes) sem que afetasse a produção. BELLETTINI e ENDO (2001), em estudo de comportamento do amendoim em diferentes espaçamentos (30, 40, 50 e 60 cm), verificaram que estes apresentam efeito linear crescente, onde os maiores espaçamentos proporcionam os maiores números de vagens, entretanto, o número de sementes, peso de 1.000 sementes não foram influenciados por este fator, resultado também observado no presente trabalho para algumas variáveis.

No presente estudo o espaçamento surtiu efeito na produtividade, é possível observar que o melhor resultado foi obtido no maior espaçamento utilizado (0,70 m). Diversos fatores podem estar envolvidos para que isto ocorra, como a adubação utilizada, o manejo da cultura, e também a própria cultivar. O resultado obtido por BELLETTINI e ENDO (2001), não corroboram com o presente estudo, pois os mesmos constataram que o fator espaçamento não influenciou na produtividade do amendoim. Já o estudo realizado por JUNIOR (2007), corroboram com os resultados obtidos no presente trabalho, pois ele constatou no experimento realizado em Borborema que a produtividade de vagens de amendoim foi influenciada pelo espaçamento.

O fato de algumas variáveis não ter respondido a adubação nitrogenada pode ter ocorrido em função da boa fertilidade que a área apresentava, pois de acordo com a análise de solo, este apresenta uma saturação de bases (V%) de 70% e matéria orgânica igual a 240 g kg-1 de solo.

De acordo com os autores BOLONHEZI et al. (2005) a cultura do amendoim extrai quantidades menores de macronutrientes primários (N, P e K) quando comparado com outras culturas, desta forma é classificada como pouco exigente em adubação, o que pode justificar a ausência de efeito de adubação nitrogenada sobre algumas variáveis.

CASTRO e ZANATA (1977) demonstraram que a utilização de fertilizantes no cultivo de amendoim não teve efeito significativo sobre a produção de vagens. Em estudo com a cultura do feijão

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PELEGRIN et al. (2009) também não detectaram diferenças significativas para esta mesma variável entre os tratamentos que receberam adubação nitrogenada.

Conforme LIMA (2011), o amendoim absorve nutriente através das raízes, dos ginóforos e dos frutos em desenvolvimento. Apresentando diversas respostas a aplicação de fertilizantes, sendo em alguns casos consideráveis, como em outros desprezíveis.

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que o cultivo de amendoim apresenta maior produtividade quando é cultivado no espaçamento 0,70 m e recebe a dose de 16 kg de nitrogênio por hectare.

REFERÊNCIAS

BELLETTINI, N. M. T.; ENDO, R. M. Comportamento do amendoim “das águas”, (Arachis hypogaea L). sob diferentes espaçamentos e densidade de semeadura. Acta

Scientiarum, Maringá, v 23, n. 5, p. 1249-1256, 2001.

BOLONHEZI, D.; GODOY, I.J. de; SANTOS, R.C. dos. Manejo da cultura do amendoim. In: SANTOS, R.C. dos (Ed.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina Grande:Embrapa Algodão, 2005. p.193-244.

CASTRO E ZANATA. Efeito do cultivo, adubação e caracteres varietais na produtividade do amendoinzeiro (Arachis hypogaea L.). Anais Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, v 34,p. 353-363.1977.

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EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análise de solo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Embrapa CNPS, 1997. 212 p

EPSTEIN, E.; BLOOM, A. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. 2ª Ed. Londrina: Editora Planta. 2004. 403p.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo de Produção Agrícola. 2016 Disponível em: http://www2.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&c=1000#nota Acesso em 22 de set. 2019.

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IEA – Instituto de Economia Agrícola Amendoim: perspectivas para safra 2007/2008. Análise e indicadores do agronegócio. v. 2, n.10, outubro 2007.

JUNIOR A, R. Influência do espaçamento de plantas no crescimento, produtividade e rendimento

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LIMA, T, M. Cultivo do amendoim submetido a diferentes níveis de adubação e

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Tabela 1 - Média do número de vagem por planta (NVP), número de sementes por vagem (NSV) e peso de mil sementes  (P1000) de amendoim cultivar BRS Havana em função do espaçamento e de adubação nitrogenada
Tabela 2 – Produção em vagem por planta (PVP), produção em sementes por planta (PSP) e produtividade de amendoim  cultivar BRS Havana em função do espaçamento e da adubação nitrogenada

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