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Épocas de produção de abacaxizeiro no estado da Paraíba

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Academic year: 2021

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ÉPOCAS DE PRODUÇÃO DE ABACAXIZEIRO NO ESTADO DA PARAÍBA1

SALIM ABREU CHOAIRY 2 e PEDRO DANTAS FERNANDES 3

RESUMO - O presente trabalho teve por objetivo determinar a influência da indução floral em abaca-xizeiro (Animas comosus (L.) Merrili), em diferentes idades, sobre as características qualitativas e quantitativas do fruto. Foram conduzidos dois experimentos nos Municípios de Mari-PB (março/1978 a dezembro/1979) e Sapé-PB (março/1979 a dezembro/1980). O solo, em ambos os locais,foi classifi-cado como Podzólico Vermelho-Amarelo. As mudas foram do tipo rebentão (500 g ± 10%), cv. 'Smooth Cayenne'. Foram estudadas cinco épocas de indução floral, com intervalo de dois meses, a partir de oito meses de idade. Verificou-se que frutos mais pesados formaram-se a partir de induções florais mais tardias, sendo também favorecidos por maior quantidade de chuvas no período de flores-cimento. Em condições de temperaturas mais altas e baixa quantidade de chuvas, por ocasião do flo-rescimento, ocorreu maior fasciação de frutos. Em épocas tardias de frutificação, houve maior mci-dôncia de Fusarium ,noniliforme, var. subglutinans quando o período foi chuvoso, e maior ataque de

Thecla basilides quando houve baixa precipitação pluviométrica. Os frutos formados em período

chu-voso tiveram maior teor de sólidos solúveis totais (bzix), independentemente da idade da planta na indução, enquanto que o teor de acidez foi maior em frutos formados mais precocemente.

Termos para indexação: Animas comosus, Smooth Cayenne, estação produtiva, Fusarium znonilifonne var. subglutlnans, Thecla basilides.

PRODUCTION TIME IN PINEAPPLE IN THE STATE OF PARAIBA

ABSTRACT - The present work was carried out to determine the influence aí floral induction in pineapple (Ananas comosus (L.) Merrill), in different ages, on the qualitative and quantitative characteristics of fruit. Two experiments were conducted in Mari (March/1978 to December/1979) and Sapé (March/1979 to December/1980) in the State of Paraiba, Brazil. At both sites the soils are Red-Yellow Podzols. The planting material was 500 g ± 10% suckers of Ananas comosus, (Li

Merril, cv. Smooth Cayenne. Five different periods of floral induction were studied at a two-month interval starting from the eighth rnonth after planting. The results obtained showed that havier fruits were formed from late floral inductions, being also favored by heavier rainfali during the flowering period. Under higher temperature and low rainfall conditions during flowering, fasciation in fruit was more frequent. Late formed fruits presented higher incidence of Fusarium moniliforme var.subg/uti-nans and aí Thecla basilides under high and 10w rainfall periods, respectively. The fruit formed under the rainy period had higher content aí brix, independently of age of the plant during the induction, while acidity was greater in early formed fruits.

Index terms: Ananas comosus, Smooth Cayenne, production season, Fusaviun, moniliforme var.

sub9lutinans, Thecla basi/ides.

INTRODUÇÃO

É prática comum, entre os abacaxicultores da Paraíba, antecipar a frutificação do abacaxizeiro, utilizando produtos químicos para indução do flo-rescimento. Além do ganho de tempo, há também

a vantagem de fazer coincidir a colheita com épo-cas mais favoráveis de comercialização. Entretanto, há que se considerar vários fatores, antes de se pro-ceder à indução floral, principalmente aqueles rela-

Aceito para publicação em lide abril de 1984. Eng9 - Agr9, EMBRAPA, Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA), Caixa Postal 275, CEP 58000 João Pessoa, PB.

Eng?- Agr?, Dr., Prof. da UFPB, Assessor da EMEPA. Bolsista do CNPq.

cionados à idade da planta, ao seu desenvolvimen-to e às condiçôes climáticas, pois em trabalhos conduzidos em outras regiâes produtoras foram observadas influências desses fatores sobre caracte-rísticas qualitativas e quantitativas dos frutos.

Em 1946, Overbeck observou que o rendimento de frutos dependia do desenvolvimento da planta, no momento da aplicação da substância indutora. Vários autores (Mitchell 1965, Gadelha & Vascon-ceilos 1977, Rodrigues 1978, Bezerra et ai. 1978, Giacomelli 1979) citam que o peso médio do fruto está diretamente correlacionado com a idade e peso da planta.

Segundo Swing (1957), citado por Gadelha & Vasconcellos (1977), frutos obtidos de plantas in-duzidas artificialmente ao florescimento apresen-

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tratadas com indutor floral. Gadelha & Vascon-ceilos (1977) verificaram que há maior acidez de frutos quando as plantas ao induzidas mais

preco-cemente.

Quando a frutificação se dá em período de me-nor precipitação, o peso dos frutos é meme-nor (Py et aL 1979). Também Rodrigues (1978) cita que são obtidos frutos mais pesados quando a sua formação coincide com a época de chuvas, mesmo que no momento da diferenciação floral a planta seja de porte relativamente pequeno.

Py et ai. (1979) relatam que o brix e, mais mar-cadamente, a acidez, são influenciados pelas condi-çôes climáticas; em período quente e úmido, os frutos apresentam menores teores de acidez e maiores teores de brix.

O presente trabalho reporta os dados sobre indução floral do abacaxizeiro, em diferentes ida-des, realizado nas condições da Paraíba, nos perío-dos 197811979 e 197911980, discutindo a sua influência sobre as características qualitativas e quantitativas do fruto.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dois experimentos foram conduzidos nos Municí-pios de Mari (março/1978 a dezembro/1979) e Sapé (março/1979 a dezembro/1980), em solo do tipo Podz6-lico Vermelho-Amarelo, com horizonte A moderado, cujas características de fertilidade encontram-se na Tabe-la 1.

Utilizaram-se mudas tipo rebentio, cv. 'Smooth Cayenne', pesando 500 g ± 10%, as 4uais foram tratadas por imersão, durante cinco minutos, em uma solução de parathion metílico, a 1% do princípio ativo. Depois de serem postas a secar por 48 horas, à sombra, foi efetuado o plantio.

A adubação constou da aplicação de 2.0 g de P2051

TABELA 1. Valores de análise química do solo, das áreas dos dois municípios onde foram instalados Os experimentos'. Municípios M.O. Ca + Mg P períodos Ph m.e. ppm Mari 1978179 3,5 2,50 2,0 1,7 3 62 Sapé 1979180 6,4 2,05 0,0 4,5 5 42

Laboratório de Solos do CNPA/EMBRAPA.

planta, sob a forma de superfosfato triplo, antes do plan-tio e de aplicações bimensais de 0,8 g dc N e 1,7 g de 1C 20/planta, respectivamente, sob as formas de uréia e sulfato de potássio, a partir do segundo mês ipós o plan-tio, sempre na axila das folhas basais. Foram feitos trata-mentos fitossanitários contra 77,ecla basiides e Dysini-coccus breviper e dispensados à planta todos os demais tratos culturais necessários.

Foram estudados os seguintes tratamentos:

1 - indução floral em novembro, oito meses após o plantio;

2- indução floral em janeiro, dez meses após o plantio; 3 - indução floral em março, dozes meses após o

plan-tio;

4-indução floral em maio, quatorze meses após o plan-tio;

5- testemunha, com florescimento natural.

A indução floral foi realizada aplicando-se, por planta, 20 ml da solução: 0,4 ml de Ethrel (ácido 2-cloro-etil - fosfônico), 0,4 g de uréia e 20 ml de água. O delineamen-to usado para ambos os experimcndelineamen-tos foi o de blocos ca-suaiizados, com cinco repetições. (lada parcela constou 4e 176 plantas, dispos)as em duas fileiras duplas, no espaça-mento de 90 cm x 40 cm x 30 cm, com 80 plantas úteis no centro das fileiras centrais.

Por ocasião da colheita dos frutos houve avaliação das seguintes características: peso médio de fruto com coroa e sem coroa; percentagem de frutos para indústria (com peso igual ou superior a 1.500 g); diâmetro mediano do fruto e do eixo central;incidência de fusariose e de broca--do-fruto; percentagem de frutos fasciados; ocorrência de bolsas coriáceas ("leathery pockets") e de podridão inter-na no frutilho ("blacic spot"); alveolamento da polpa; formato do fruto; brix e acidez total do suco, expressa em percehtagem de ácido cítrico anidro. Para as avalia-ções de alveolamento e de podridão interna de frutilhos foram atribuidas notas, segundo os critérios descritos em Choairy & Fernandes (1981). Utilizando-se de uma amos-tragem de dez frutos, as avaliações de formato do fruto (FOR) e de bolsas coriáceas (BC) basearam-se na atribui-ção de notas, segundo os critérios:

FOR: 1 -recurvado (reniforme) 2 - ligeiramente recurvado 3-cônico

4 - ligeiramente cônico 5-cilíndrico

BC: 1 - em mais que três frutilhos 2- em três frutilhos 3 - em dois frutilhos 4 - num único frutilho 5 - em nenhum frutilho

Os valores médios mensais de precipitação pluviomé-trica (mm) e de temperatura máxima e mínima, durante os três anos de experimentação, nos Municípios de Mari e Sapé-PB, estão apresentados na Fig. 1.

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4 o a o 3 o- o 4 1.) « 1- o. o o.

E

ÉPOCAS DE PRODUÇÃO 731 o o ia MA MAXIMA •0 NuNIMA - MÍNIMA à- : SS.JJA 1978 1979 1979 1980 MAR' - P8 SAPÉ - P8

FIG. 1. Dados de precipitaç5o pluviométrica (mm) e de temperatura máxima e mínima (médias), durante o período

experimental, nos municípios de Mari e Sapé, PB.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se que o peso médio do fruto, com e sem coroa, aumentou com a idade em que as plan-tas foram induzidas ao florescimento, em ambos os locais (Fig. 2). Nas condições de Mari, a indução, a partir dos dez meses, resultou em maior peso de frutos com coroa, enquanto que nos tratamentos em que a indução foi realizada mais tardiamente, foram obtidos frutos sem coroa mais pesados. Já em relação a Sapé, as épocas de indução correspon-dentes aos 12 e 14 meses, e testemunha (deixada florescer naturalmente) resultaram nos melhores tratamentos. Através do estudo de regressão entre peso do fruto e idade da planta, foram obtidas as equações: Y a 44,457 + 3,705X (II? a 0,94), para Sapé, e Y - 48,798 + 4,972X (R 2 a 0,86), para Mari. Vários trabalhos também relatam a in-fluência da idade e do desenvolvimento da planta, no momento da induçâo floral, sobre o peso do fruto do abacaxizeiro (Overbeck 1946, Mitchell 1965, Gadelha & Vasconceilos 1977, Rodrigues 1978, Bezerra et aI. 1978, Giacomelli 1979). Ve-rificou-se, também, que os frutos obtidos no tra-balho conduzido em Sapé (1979180), são de maior peso que os de Mari. Observa-se que em Sapé ocorreram precipitações pluviométricas mais eleva-das, nos meses correspondentes ao florescimento

(Fig. 1). Segundo Rodrigues (1978) e Giacomelli (1979), quando a frutificação coincide com a épo-cade chuvas, os frutos formados são mais pesados. Essa diferença também se refletiu na maior per-centagem de frutos para indústria (peso mé-dio > 1.500 g), obtida no experimento de Sapé (Fig. 2). Além da influência da quantidade de chuvas, este experimento foi favorecido pelas me-lhores condições de fertilidade do solo (Tabela 1). Para as condições de Sapé e de Mari foram obtidas, respectivamente, as seguintes equações de regres-são entre peso médio de frutos para indústria e idade da planta, no momento da diferenciação floral: Y a - 37,256 + 5,032X (R2 a 0,99) e Y a - 34,144 + 4,768X (R2 a 0,97). Pelas equa-ções obtidas, verifica-se que o percentual de frutos para indústria aumenta com a idade em que a plan-ta é induzida ao florescimento e que só é possível obtê-los com a indução em idade superior a sete meses.

Com relação a diâmetro do fruto (Fig. 2), observou-se uma tendência de aumentar com as in-duções mais tardias, embora sem diferenças signifi-cativas a não ser em relação à indução com oito meses em Mari. Gadelha & Vasconceilos (1977) relatam não ter encontrado influência da época de indução sobre diâmetro de fruto. Por outro lado, notou-se que, para o diâmetro do eixo central, as

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03(79. MARI 03/79- SAn INDUÇÃO FLORAL 4mlt/wo) 1117801/7903179 06/71 T 11176 01/79 03179 05/79 IDADE EM MESES • 10 II 14 - O '0 II II CV - 13,15 382038.37 CV - 15,01 dma,. 11,95 d'na, • '4,24 FRUTOS COM FUSARIOSE (%I 1741 0,00 0,76 1i0 000 3,69

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CV. 22.20 dma. 5,36 CV. 27,93 dma. 12,91 FRUTOS FASCIADOS 9%) 1936 10,29 11,29 3,632,942,03

FIG. 2. Dados de peso e diâmetro de frutos, percentagens de frutos para indústria e de frutos fasciados, segundo os tratamentos, nos dois locais de estu-dos.

respostas foram' semelhantes, apesar de variarem um pouco no experimento de Mari, ocorrendo diferença significativa, também, apenas quando se considera a indução aos oito meses.

Os dados obtidos para fasciação do fruto (Fig. 2) variaram de acordo com o local e com as épocas de indução floral. Relacionando esses dados com as condições climáticas vigentes em cada experimento (Fig. 1), verificou-se uma maior in-cidência de fasciação no fruto, quando a diferen-ciação floral coincidiu com temperatura mais alta (máxima e mínima) e baixa precipitação pluviomé-

trica. Em Mau, essas condições corresponderam aos meses iniciais do ano (Janeiro a março) enquan-to que em Sapé, maior índice de fasciação se deu quando a indução foi feita em novembro. Segundo Giacomeili & Py (1981), a fa.sciação é comum na cultivar Smooth Cayenne, quando ocorrem tem-peraturas elevadas no momento da diferenciação floral.

Os dados obtidos quanto à sanidade do fruto variaram bastante (Fig. 3). Enquanto que os trata-mentos testados não influíram na formação de bol. sa.s coriáceas nem na podridão dos frutilhos, notou-se uma maior incidência de fusariose quan-

FIG. 3. Características fisiolâgicas e formato do fruto segundo os tratamentos, nos dois loca is de estu- dos,

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ÉPOCAS DE PRODUÇÃO 733

do os frutos se formaram mais tardiamente, sendo influenciada pela ocorrência de chuvas. Em Mari, foi observada uma grande percentagem de frutos com fusariose (35,30 e 36,37%) em virtude de di-ferenciações florais tardias, coincidentes com maiores precipitações pluviométricas (Fig. 1 e 3). Já em condições de Sapé, foi muito baixa a inci-dência dessa doença, pela baixa ocorrência de chu-vas no período de desenvolvimento das inflores-cências e dos frutos.

Quanto à incidência de broca, verificou-se que foi muito baixa nas épocas mais precoces de indu-ção floral. Pelos dados obtidos, vê-se que maior ataque (37,05%) se deu em Sapé, em plantas que floresceram naturalmente, coincidindo com um pe-ríodo de baixa precipitação pluviométrica. Esta observação está de acordo com Py et al. (1979), que recomendam uma maior proteção dos frutos contra a broca, quando a produção coincide com a estação seca. O formato do fruto e alveolamen-to da polpa foram pouco afetados pelos tratamen-tos (Fig. 3).

Ainda em relação à Fig. 3, observa-se que maior percentagem de sólidos solúveis totais ocorreu em frutos formados em meses mais úmidos; em condi-ções de Mari, se deu nas inducondi-ções tardias, e em Sapé, nas mais precoces, coincidindo com épocas de maior precipitação pluviométrica (Fig. 1). Se-gundo Py et al. (1979), o teor de brix é maior em período quente e úmido e mínimo em período fresco e seco.

Pelos dados obtidos para acidez, verificou-se que a influência maior foi da idade em que as plan-tas foram induzidas ao florescimento; induções precoces resultaram em frutos mais ácidos, en-quanto que menor teor de acidez foi desenvolvido em frutos de plantas que floresceram mais tardia-mente, sem indução artificial. Estes dados estão de acordo com informações contidas na literatu-ra, que relatam serem mais ácidos os frutos prove-nientes de induções precoces (Gadelha & Vascon-ceilos 1977).

CONCLUSÕES

1. O peso médio de frutos, com e sem coroa, depende da idade com que as plantas são induzidas ao florescimento, sendo maior nas induções mais tardias;

2. quando o florescimento coincide com maio-res precipitações pluviométricas, os frutos forma-dos têm maior peso;

3. ocorre maior fasciação de frutos quando o florescimento coincide com temperaturas mais al-tas e baixa quantidade de chuvas;

4. maior incidência de fusariose ocorre em épo-cas tardias de indução floral, coincidindo com pe-ríodo chuvoso;

S. a incidência de broca é maior quando a fruti-ficação é mais tardia e coincide com baixa precipi-tação pluviométrica;

6. frutos com maior teor de brix são obtidos em épocas de maior precipitação pluviométrica, inde-pendentemente da idade das plantas;

7. maior teor de acidez é obtido em frutos que se formam a partir de induções precoces.

REFERÊNCIAS

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