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ESCOLA DE GESTÃO E DIREITO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

RICARDO BATISTA CÂNDIDO

PADRÕES DE PRODUTIVIDADE EM PESQUISA NA

LITERATURA DE FINANÇAS: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

NOS PRINCIPAIS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NACIONAIS NO

PERÍODO DE 2005 A 2014

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RICARDO BATISTA CÂNDIDO

PADRÕES DE PRODUTIVIDADE EM PESQUISA NA

LITERATURA DE FINANÇAS: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

NOS PRINCIPAIS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NACIONAIS NO

PERÍODO DE 2005 A 2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito para obtenção do título de mestre em Administração.

Área de concentração: Gestão de Organizações Orientação:Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2016

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C161p Cândido, Ricardo Batista

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NOS PRINCIPAIS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NACIONAIS NO PERÍODO DE 2005 A 2014), elaborada por Ricardo Batista Cândido, foi defendida e APROVADA em 28 de janeirode 2016, perante a banca examinadora composta por Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho (Presidente/UMESP), Prof. Dr. Anderson Luís Saber Campos (Titular/UMESP), Prof.Dr. Fábio Gallo Garcia (Titular/ PUC/SP e EAESP/FGV).

__________________________________________ Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho

Orientador e Presidente da Banca Examinadora

___________________________________________ Prof. Dr. Almir Martins Vieira

Coordenador do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Administração

Área de Concentração: Gestão de Organizações

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À minha esposa Simone,sem a qual não teria chegado até aqui. Também à minha filha Laura, pela precoce paciência.

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Não há como deixar de agradecer primeiramente a Deus, por toda a proteção que nos foi dada até então.

À Universidade Metodista de São Paulo, que ao resumir seus atributos rapidamente me viria à mente: responsabilidade com o uso dos recursos e profundo respeito às pessoas. A todos os professores do PPGA que direta ou indiretamente contribuíram com meu aprendizado, especialmente ao Dr. Elmo Tambosi Filho, cuja experiência e humanidade sempre me surpreenderam.

Aos colegas de turmacom os quais, por dois anos, convivi com maior intensidade que com minha própria família e com os quais espero manter longo contato.

As sempre prestativas colegas do Atendimento ao Aluno e da Secretaria, em especial à Vanete e Kátia.

Agradeço também aos colegas da ESAMC Santos, principalmente à Amália Delgado, por compreender a necessidade de algum distanciamento de minhas tarefas profissionais nos últimos semestres.

Por fim, meus agradecimentos aos colegas da ESAMC São Paulo, especialmente à Tati e Letíciapor me ajudarem no tratamento dos dados da pesquisa, além de Luciano e Silvio por me abrirem um espaço reservado para estudos.

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A Administração Financeira surge no início do século XIX juntamente com o movimento de consolidação das grandes empresas e a formação dos mercados nacionais americano enquanto que no Brasil os primeiros estudos ocorrem a partir da segunda metade do século XX. Desde entãoo país conseguiu consolidar alguns centros de excelência em pesquisa, formar grupo significativo de pesquisadores seniores e expandir as áreas de pesquisa no campo, contudo, ainda são poucos os trabalhos que buscam retratar as características da produtividade científica em Finanças. Buscando contribuir para a melhor compreensão do comportamento produtivo dessa área a presente pesquisa estuda sua produção científica, materializada na forma de artigos digitais, publicados em 24 conceituados periódicos nacionais classificados nos estratos Qualis/CAPES A2, B1 e B2 da Área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Para tanto são aplicadas a Lei de Bradford, Lei do Elitismo de Price e Lei de Lotka. Pela Lei de Bradford são identificadas três zonas de produtividade sendo o núcleo formado por três revistas, estando uma delas classificada no estrato Qualis/CAPES B2, o que evidencia a limitação de um recorte tendo como único critério a classificação Qualis/CAPES. Para a Lei do Elitismo de Price, seja pela contagem direta ou completa, não identificamos comportamento de uma elite semelhante ao apontado pela teoria e que conta com grande número de autores com apenas uma publicação.Aplicando-se o modelo do Poder Inverso Generalizado, calculado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), verificamos que produtividade dos pesquisadores, quando feita pela contagem direta, se adequa àquela definida pela Lei de Lotka ao nível de α = 0,01 de significância, contudo, pela contagem completa não podemos confirmar a hipótese de homogeneidade das distribuições, além do fato de que nas duas contagens a produtividade analisada pelo parâmetro n é maior que 2 e, portanto, a produtividade do pesquisadores de finanças é menor que a defendida pela teoria.

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The Financial Administration comes in the early XIX century with the movement of consolidation of big business and the formation of the American national markets while in Brazil the first studies occur from the second half of the XX century. Since then the country has managed to consolidate some centers of excellence in research, form significant group of senior researchers and expand the areas of research in the field, however, there are few studies that seek to portray the characteristics of scientific productivity in Finance. Seeking to contribute to a better understanding of production behavior of this area this research studies its scientific production, materialized in the form of digital articles published in 24 national journals highly ranked in the strata Qualis / CAPES A2, B1 and B2 of the Administration Area, Accounting and Tourism. For both are applied to Bradford's Law, Elitism Act of Price and Lotka's Law. By Bradford Act identifies three productivity areas and the core consists of three magazines, one of them being classified in stratum Qualis / CAPES B2, which highlights the limitation of a cut on the sole criterion to Qualis / CAPES classification. For Elitism Act of Price, either by direct or full count, did not identify the behavior of an elite similar to that indicated by the theory and which has large number of authors with one publication. Applying the model of Inverse Power Generalized calculated by Ordinary Least Squares (OLS), we found that productivity of researchers, when done by direct counting, suited to that defined by the Lotka Law to the level of α = 0.01 significance, however, the complete count can not confirm the hypothesis of homogeneity of the distributions, plus the fact that the two counts productivity analyzed by the parameter n is greater than 2 and therefore the productivity of the finance researchers is lower than that advocated by the theory .

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Gráfico 1 - Comportamento evolutivo da produção, autores e parcerias...60

Gráfico 2 – Comportamento da distribuição de autores por artigo...61

Gráfico 3 - Ocorrências masculinas e femininas nas autorias...64

Gráfico 4 – Produção total de artigos de Finanças...70

Gráfico 5 – Número de trabalhos em cada subárea temática ao longo dos anos...76

Gráfico 6 - Produção por idiomas ao longo dos anos...78

Gráfico 7 - Distribuição das abordagens metodológicas ao longo do tempo...80

Gráfico 8 – Traçado do coeficiente de determinação de Pearson...92

Gráfico 9 - Frequências empíricas e teóricas por contagem direta...93

Gráfico 10 – Traçado do coeficiente de determinação de Pearson...97

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Tabela 1 - Ranking da produção científica mundial (Scimago)...21

Tabela 2 - Informações dos periódicos e dados da amostra...52

Tabela 3 - Comportamento evolutivo da produção, autores e parcerias...60

Tabela 4 - Número de autores por artigo...61

Tabela 5 - Número de autores por artigo em cada periódico (%)...62

Tabela 6 - Distribuição dos autores por gênero...63

Tabela 7 - Ocorrências masculinas e femininas nas autorias...63

Tabela 8 - Titulação à época da publicação...65

Tabela 9 - Ranking das 20 universidades que mais contribuíram com a formação dos pesquisadores... ...67

Tabela 10 - Distribuição das Instituições de Ensino por região...68

Tabela 11 -Evolução da produção científica em finanças ao longo dos anos...69

Tabela 12 - Produção científica em Finanças 2005 e 2014 nos periódicos pesquisados...72

Tabela 13 - Ocorrência de publicações de Finanças nos periódicos da amostra entre 2005 e 2014...73

Tabela 14 - Distribuição da produção nasSubáreas temáticas de pesquisa...74

Tabela 15 - Número de trabalhos em cada subárea temática ao longo dos anos...76

Tabela 16 - Idiomas de publicação...77

Tabela 17 - Produção por idiomas ao longo dos anos...78

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Tabela 20 - Distribuição das abordagens metodológicas ao longo do tempo...80

Tabela 21 - Tipologias de estudo...81

Tabela 22 - Tipologias de estudos ao longo do tempo...81

Tabela 23 - Recursos estatísticos mais utilizados nas pesquisas...82

Tabela 24 - Recursos matemáticos...83

Tabela 25 - Fontes de dados mais citadas...84

Tabela 26 -Produtividade dos periódicos...86

Tabela 27 -Zonas de produtividade...86

Tabela 28 - Autores e produtividade por contagem direta...88

Tabela 29 - Autores e produtividade por contagem direta...89

Tabela 30 - Frequência dos pesquisadores de finanças por contagem direta...91

Tabela 31 - Logaritmo das frequências por contagem direta...92

Tabela 32 - Frequências empíricas e teóricas por contagem direta...93

Tabela 33-Dmax das distribuições por contagem direta...94

Tabela 34 - Frequência dos pesquisadores de finanças por contagem completa...95

Tabela 35 - Logaritmo das frequências por contagem completa...96

Tabela 36 - Frequências empíricas e teóricas por contagem completa...98

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ANPAD- Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração BAR - Brazilian Administration Review (Online)

BBR - Brazilian Business Review (Online)

BIREME -Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde BIS - Bank for International Settlements

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior CAPM - Capital Asset Price Model

CEBAPE - Cadernos EBAPE.BR (FGV)

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CPSS - Committee on Payment and Settlement Systems

EA - Economia Aplicada (Online)

ENANPAD - Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração ES - Economia e Sociedade (UNICAMP) (Online)

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo GEOCAPES – Ferramenta de dados

GP - Gestão & Produção (UFSCAR) (Online) ISI -Institute for Scientific Information

OSOC - Organizações & Sociedade (Online) PROD - Produção (São Paulo) (Online)

RAC - Revista de Administração Contemporânea (Online) RAE - Revista de Administração de Empresas (Online) RAEE - Revista de Administração de Empresas (Online)

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RAM - Revista de Administração Mackenzie (Online) RAP - Revista de Administração Pública (Online)

RAU - Revista de Administração da Universidade Metodista de Piracicaba (Online) RAUSP - Revista de Administração da USP (Online)

RBE - Revista Brasileira de Economia (Online) RBFIN - Brazilian Review of Finance (Online)

RBGN - Revista Brasileira de Gestão de Negócios (Online) RCA - Revista de Ciências da Administração (Online) RCONTF - Revista Contabilidade & Finanças (Online) READ - Revista Eletrônica de Administração (Online) REC - Revista de Economia Contemporânea (Online) RUC - Revista Universo Contábil (Online)

SBFIN - Sociedade Brasileira de Finanças SCI -Science Citation Index

SOX - Sarbanes Oxley VAR -Value at risk

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1 INTRODUÇÃO...17 1.1 Objetivo Geral...19 1.2 Objetivos Específicos...19 1.3 Justificativa do Estudo...20 1.4 Limitações do Trabalho...22 1.5 Estrutura do Trabalho...23 2 REFERENCIAL TEÓRICO...24

2.1 Evolução Histórica das Finanças Empresariais...24

2.2 Evolução das Leis e Princípios Bibliométricos...30

2.2.1 Principais Leis e Princípios Bibliométricos...32

2.2.2 Lei de Bradford e a Produtividade dos Periódicos...35

2.2.3 Lei do Elitismo de Price...36

2.2.4 Lei de Lotkae a Produtividade dos Autores...37

2.3 Estudos Internacionais sobre Produtividade de Pesquisa em Finanças...40

2.3.1 Estudos Nacionais sobre Produtividade de Pesquisa em Finanças...44

2.3.2 Críticas aos Estudos Bibliométricos em Administração no Brasil...46

3 METODOLOGIA...49

3.1 Tipificação da Pesquisa...49

3.2 Universo e Amostra...50

3.3 Coleta e Tratamento dos Dados...53

3.4 Limitações do Método...57

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...59

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4.3 Análise da Dispersão da Produção Científica nos Periódicos (Lei de Bradford). .85

4.4 Análise da Elite de Pesquisa em Finanças (Lei de Price)...87

4.5 Análise da Produtividade dos Pesquisadores (Lotka)...90

4.5.1 Produtividade dos Pesquisadores Calculada pela Contagem Direta...91

4.5.2 Produtividade dos Pesquisadores Calculada pela Contagem Completa...94

5 CONSIDERAÇÕES...100

REFERÊNCIAS...106 APÊNDICES...Erro! Indicador não definido.

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1 INTRODUÇÃO

Conforme relatam Herling, Lima e Moritz (2013) os estudos de Finanças têm origem nas Ciências Contábeis uma vez que sem suas práticas não seria possível gerenciar adequadamente os recursos, contudo, com o passar do tempo o enfoque das Ciências Contábeis foi ficando restrito aos registrosdas mutações patrimoniais e ao acompanhamento das questões de ordem fiscal, além da formação de custos e do lucro.

A partir desse momento e ainda segundo os mesmos autores gradativamente a teoria econômica incorpora em seu escopo as finanças que passam a contar cada vez mais com modelos de análise quantitativos e econométricos e ter como desafio o entendimento do mercado.

O estudo mais específico da Administração Financeira tem seus primórdios no início do século XIX estando associado aos grandes movimentos de consolidação das empresas e com o surgimento dos mercados nacionais nos Estados Unidos, momento esse em que a administração financeira volta-se à gestão de recursos, agora com um caráter mais administrativo, buscando fornecer instrumentos para gestão das grandes organizações que se formam naquele período.(WESTON, 1977).

Desde seu surgimento, a administração financeira tem encontrado terreno fértil para seu desenvolvimento, sempre se preocupando em ampliar seu escopo de atuação em busca de respostas às novas demandas sociais de cada tempo.

Já nos idos dos anos 60, o professor Weston (1977) salientava que essas mudanças eram resultado da ação de numerosas forças e correntes de influência, sendo algumas resultantes das transformações do meio externo à firma e outras decorrentes da evolução dos instrumentos de análise.

Com relação aos acontecimentos relacionados as transformações do meio externo podemos destacar as crises econômicas, cada vez mais frequentes e intensas, a maior pressão sobre as margens de lucro, particularmente sobre as indústrias sujeitas à concorrência, e o acelerado processo de desenvolvimento tecnológico que tem provocado, entre outras coisas, a redução do ciclo de vida de muitos produtos e serviços.

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No que refere aos instrumentos de análise, podemos destacar cada vez mais sofisticadas técnicas de análise para equacionamento da relação entre o custo do capital e as possibilidades de investimento, as modernas abordagens à análise de risco de mercado e portfólio, e as novas abordagens das Finanças Comportamentais.

Ser capaz de administrar de forma eficiente recursos cada vez mais escassos com o objetivo de atender as demandas de um número crescente de pessoas, em um cenário de grandes incertezas como o nosso, torna-se tarefa cada vez mais complexa e que exige a intensificação de pesquisas no campo.

A partir da segunda metade do século XX o Brasil tem desenvolvido pesquisas na área de Finanças e de lá conseguiu consolidar alguns centros de excelência em pesquisa, formar grupo significativo de pesquisadores seniores e expandir as áreas de pesquisa no campo, contudo, acredita-se que são poucos os trabalhos que buscaram retratar as características da produtividade científica, especificamente na área de Finanças,que por conseguinte levou-nos ao seguinte problema de pesquisa:Qual é o padrão de produtividade em pesquisa encontrado na literatura científica brasileira de finanças?

Em face de seu objetivo, o presente trabalho investiga a produção científica em finanças expressa em artigos digitais publicados nos principais periódicos nacionais da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, que atualmente contam com classificação Qualis/CAPES A2, B1 e B2, no período compreendido entre 2005 e 2014.

A metodologia aplicada é a bibliometria que é a técnica quantitativa e estatística de medição dos índicesde produção e disseminação do conhecimento “[...] tal como procede a demografia ao recensear a população”. (FONSECA, 1986, p. 10).

A presente pesquisa apoia-se inicialmente nos trabalhos nacionais realizados por (CAMARGOS; SILVA; DIAS, 2009; HERLING et al., 2014; LEAL; ALMEIDA; BORTOLON, 2013; LEAL; OLIVEIRA; SOLURI, 2003), contudo, destaca-se desses por avançarsimultaneamente sobre três temas específicos: i) a distribuição da produção científica em finanças nos principais periódicos nacionais de Finanças (Lei de Bradford); ii) a configuração da elite desse campo (Lei do Elitismo de Price) e; iii) o comportamento da produtividade científica dos pesquisadores na área de Finanças e em suas subáreas (Lei de Lotka).

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1.1 Objetivo Geral

O presente estudo tem como objetivo geral avaliar quantitativamente o comportamento da produção científica dos pesquisadores de Finanças, materializada na forma de artigos digitais, publicada nos principaisperiódicosnacionais da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo entre 2005 e 2014.

1.2 Objetivos Específicos

Objetivando-se esta avaliação, buscar-se-á especificamente:

 Mapear a produção científica de Finanças, materializada na forma de artigos digitais, publicados nos principais periódicos nacionais e que até o ano de 2014 encontravam-se classificados nos estratos Qualis/CAPES A2, B1 e B2 da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo;

 Descrever estatisticamente as variáveis de input das publicações, tais como:número de autores por publicação, gênero,vínculo institucional do(s) autor(es) à época da publicação, nível de formação na época da publicação, região da instituição;

 Descrever estatisticamente as variáveis de output das publicações, tais como: número total de publicações, publicações por periódico, distribuição das pesquisas por subáreas de Finanças, idioma de publicação, abordagem metodológica (quantitativo, qualitativo ou quali quantitativo), tipologia de pesquisa (empírico, teórico ou teórico empírico), além dos recursos metodológicos mais utilizados na coleta e tratamento dos dados;

 Descrever como está distribuída a produção científica em finanças nos núcleos de periódicos conforme as proposições da Lei de Bradford;

 Constatar se a produtividade em pesquisa da área de finanças apresenta comportamento semelhante àquela proposta pela Lei do Elitismo de Price;

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 Testar a adequação da distribuição empírica relativa à produtividade dos pesquisadores na área de Finanças àquela proposta pela Lei de Lotka.

1.3 Justificativa do Estudo

A preocupação com a produção científica não é fato novo e devemos reconhecer que a cada dia que passa toma maior importância no cenário mundial o que é, de certa forma, confirmado pelo surgimento de ranqueamentos internacionais de produção científica, a exemplo do Scimago Journal & Country Rank e Thomson Reuters.

Ainda que reconheçamos que há grandes disparidades tecnológicas, organizacionais, socioculturais e econômicas entre os países, tais ranqueamentos nos dão indicação de como a produção científica mundial está se organizando, permitindo ações de nossos órgãos competentes no sentido de promover ações também aqui no Brasil.

Estimulando o diálogo sobre o tema, em 1996,Meis e Leta (1996) apresentam um panoramada produção científica mundial em que apenas 7 países (USA, Grã-Bretanha, Alemanha, Japão, França, Canadá e Rússia) eram responsáveis por 75% da produção científica mundial, enquanto o restante do planeta, com 83% da população mundial, era composto de países consumidores desse conhecimento, além de destacarem que, até aquele momento, o Brasil contribuíra com menos de 1% dessa produção.

Em possível reação a esse fato, entre 1996 e 1997, a CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior -promoveu esforços na reformulação dos processos de avaliação dos cursos de pós-graduação, culminando em mudanças que, implantadas em 1998, estabeleceram um novo ciclo trienal1 de avaliação em que as

produções científicas de professores e estudantes passaram a ganhar maior importância, impulsionando o direcionamento dos esforços das instituições para a divulgação de suas pesquisas em veículos apropriados.

1 Recentemente modificado para quadrienal conforme Comunicado Capes de 16 de dezembro de 2014, disponível no site http://www.capes.gov.br/component/content/article?id=7278:comunicado-capes-periodo-de-avaliacao-do-snpg

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Outra ação da CAPES que merece destaque é o fato do aumento do número de programas de pós-graduação que,conforme dados GEOCAPES – Ferramenta de dados

-sai de 1.160 programas em 1996 e chega à marca de 3.263 programas em 2014, agora espalhados por todas as unidades da federação, buscando não só promover o aumento do número de programas, mas também reduzir as desigualdades regionais históricas em nosso país.

Como reflexo dessas e outras ações, segundo os dados do portal Scimago Journal & Country Rank, entre 1996 e 2013, acessados em 20/04/2015, de um universo de 33.057.943 documentos publicados em sua base de dados o Brasil contribuiu com 529.841, portanto, 1,6% da produção científica mundial, alcançando a 15ª posição por esse ranking. Como pode ser visto na Tabela 1, entre 1996 e 2013, 14 países foram responsáveis por 75% da produção científica mundial em um ranking com 239 países que contribuíram com ao menos uma publicação. Cabe destaque a crescente participação dos países emergentes no ranking que agora conta com a presença cada vez maior de países como a China, Índia, Rússia e Brasil.(SCIMAGO, 2015).

Tabela 1 –Ranking da produção científica mundial (Scimago) Ran

k Country Documents % % Acum.

1 United States 7.846.972 23,74 23,74 2 China 3.129.719 9,47 33,20 3 United Kingdom 2.141.375 6,48 39,68 4 Germany 1.983.270 6,00 45,68 5 Japan 1.929.402 5,84 51,52 6 France 1.421.190 4,30 55,82 7 Canada 1.110.886 3,36 59,18 8 Italy 1.083.546 3,28 62,46 9 India 868.719 2,63 65,08 10 Spain 857.158 2,59 67,68 11 Australia 782.149 2,37 70,04 12 South Korea 658.602 1,99 72,03 13 Russian Federation 639.598 1,93 73,97 14 Netherlands 614.552 1,86 75,83 15 Brazil 529.841 1,60 77,43

Fonte:Scimago Journal & Country Rank, acessado em 20.04.2015.

No que diz respeito aos programas de pós-graduação em Administração, Ciências Contábeis e Turismo, os números também são favoráveis, passando de 22 programas autorizados pela CAPES em 1998 a 88 programas em 2014, fato favorecido

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pelo credenciamento de novos cursos, mas fundamentalmente pela criação e expansão dos programas de mestrado profissional.

Além disso, há significativo crescimento do número de concessão de bolsas de pesquisa que em 1996 totalizaram 346, distribuídas entre programas de mestrado e doutorado, enquanto que em 2014 esse número chegou a marca histórica de 889 bolsas.

Paralelamente, as pesquisas na área de Negócios, Gestão e Contabilidade da Scimago Journaltambém deram um grande salto em que saímos da 32ª posição em 1996 para a 14ª em 2014.

Compreender a dinâmica da produção científica é algo de grande importância para a sociedade, pois a permite canalizar, de forma racional recursos cada vez mais escassos em busca dos melhores resultados, nesse sentido, o presente estudo oferece contribuição teórica ao responder a algumas das principais críticas feitas aos estudos bibliométricos desenvolvidos na área de Administração e também contribuição prática por evidenciar como a área de Finanças, reconhecida como uma subárea da Administração, se organizou produtivamente no período compreendido pela pesquisa, dentro de seus principais periódicos nacionais.

1.4 Limitações do Trabalho

O tema “mensuração da produção científica” ainda é muito controverso e há muito que ser feito até que se encontre uma forma conscienciosa de medi-la.Spinak (1998) evidencia o conflito que gira em torno do tema quando sugere que “Não existe consenso internacional sobre como medir e avaliar a produção intelectual e acadêmica tal como se manifesta no sistema editorial, nem na interpretação de seus impactos e influências”, no entanto, deve-se reconhecer que os indicadores bibliométricos setornaram um relevante instrumento deapoio e que serve, entre outros fins, à compreensão e gerenciamento de recursos destinados às pesquisas (VAN RAAN, 2005), levando-nos a propor a presente pesquisa.

Também deve-se considerar os apontamentos feitos por Hirsch (2005) sobre a necessidade de se utilizar indicadores específicos para cada área do conhecimento, respeitando suas particularidades e dinâmicas internas, assim,reconhece-se de antemão que os resultados apresentados por essa pesquisa permitirãotão apenas evidenciaro

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comportamento da produção científica da área estudada e que os motivos para as possíveis diferenças de produtividade encontradas entre grupos produtivos deverão ser tratados em estudos futuros.

Poder-se-ia apontar uma limitação espacial, uma vez que se concentra no estudo dos periódicos nacionais que adotam como língua principal a portuguesa, e também aqueles nacionais que adotam para publicação a língua inglesa, contudo, espera-se com esse trabalho, de fato, apresentar o comportamento da produção científica local, respeitada a agenda nacional, a exemplo dos trabalhos de:(CAMARGOS; SILVA; DIAS, 2009; LEAL; ALMEIDA; BORTOLON, 2013; LEAL; OLIVEIRA; SOLURI, 2003; TEIXEIRA; IWAMOTO; MEDEIROS, 2013).

Além disso, o critério de escolha da amostra de periódicos, nesse caso do tipo não probabilístico e intencional ou de seleção racional (RICHARDSON, 2015), também poderia provocar questionamentos, mas como será detalhado na fase de apresentação da amostra, esse problema decorre de algumas peculiaridades de nosso país e da área de estudos, que vão desde o restrito número de periódicos com mais de dez anos de publicação, a descontinuidade de algumas publicações e até mesmo a instabilidade dos periódicos dentro dos estratos Qualis/CAPES, levando-nos a essa escolha, mas com o propósito de abarcar um maior número de periódicos e não o contrário.

1.5Estrutura do Trabalho

Esta pesquisa foi organizada em cinco partes distintas, dedicando uma primeira parte à apresentação daintrodução contendo o problema de pesquisa, os objetivos gerais e específicos, justificativa, limitação e a estrutura do trabalho.Na segunda parte apresenta-se a revisão teórica, abrangendo os temas Evolução Histórica das Finanças Empresariais, dos Estudos Bibliométricos, além das críticas mais recentes à sua aplicação nos estudos de administração brasileiros.Na terceira parte são apresentados os procedimentos metodológicos, passando pelo tipo de pesquisa, critérios de definição da amostra e procedimentos para análise dos dados.A quarta parte concentra-se na apresentação, análise e discussão dos dados. Por fim, na quinta parte, apresentam-se as considerações finais, os principais achados da pesquisa, limitações do estudo, além de propostas para estudos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Evolução Histórica das Finanças Empresariais

Buscando recuperar a origem das finanças verificou-se que, por um longo período, a Contabilidade foi a grande responsável por prover as informações que hoje são pertinentes à área financeira das empresas. A explicação para isso é que o foco da Contabilidadeestaria, ao menos inicialmente, concentrado no controle das operações e na prestação de informações aos seus dirigentes, contudo, com o passar do tempo, a Contabilidade foi ficando restrita às preocupações com o fisco e com a formação dos custos.(HERLING; LIMA; MORITZ, 2013).

Ainda segundo os autores, com a definição de um foco específico para a Contabilidade, gradativamente a Economia passa a ser a grande provedora de soluções para as empresas, incorporando novas interpretações acerca dos fatores internos quanto dos fatores externos a ela, a exemplo das análises de mercado. Além disso, um conjunto significativo de instrumentos econométricos são incorporados aos estudos de finanças abrindo caminho para um universo de análises até ali não exploradas.

No entanto, com o passar do tempo, as preocupações com as finanças empresariais passaram a ter um contorno mais administrativo, exigindo decisões rápidas e eficientes, dando lugar ao surgimento da Administração Financeira tal qual conhecemos hoje.

Desde o seu surgimento, a administração financeira tem encontrado terreno fértil para seu desenvolvimento, sempre se preocupando em ampliar seu escopo de atuação em busca de respostas às novas demandas sociais de cada tempo. Já nos idos dos anos 60, o professor Weston (1977) salientava que essas mudanças eram resultado da ação de numerosas forças e correntes de influência, sendo que algumas eram resultantes das transformações do meio externo à firma e outras decorrentes da evolução dos instrumentos de análise.

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Com relação aos acontecimentos relacionados às transformações do meio externo pode-se destacar as crises econômicas, cada vez mais frequentes e intensas, a maior pressão sobre as margens de lucro, particularmente sobre as indústrias sujeitas à concorrência, e o acelerado processo de desenvolvimento tecnológico que tem provocado, entre outras coisas, a redução do ciclo de vida de muitos produtos e serviços.

No que refere aos instrumentos de análise, destaca-seas sofisticadas técnicas de análise para equacionamento da relação entre o custo do capital e as possibilidades de investimento, as modernas abordagens à análise de risco de mercado e portfólio, e as novas abordagens das Finanças Comportamentais.

Como podemos verificar, o processo de compreensão da evolução das Finanças Empresariais depende fundamentalmente da igual compreensão do ambiente em que a empresa está inserida.

Em defesa dessa tese,Weston (1977) prescreve três premissas básicas para a compreensão da evolução da função financeira: i) a história do pensamento econômico reflete os problemas prementes existentes em cada época; ii) todo desenvolvimento depende de avanços tecnológicos que os suportarão, portanto, a necessidade é um fator menos importante que o acumulo de conhecimento; e iii) a intensidade dos eventos que afetam as finanças, sejam de ordem econômica ou administrativa, alteram a compreensão dos fenômenos.

Seguindo sua linha de pensamento, já no início do século XIX, verificou-se que graças aos grandes movimentos de consolidação das empresas e com o surgimento dos mercados nacionais nos Estados Unidos, as finanças de empresas encontram terreno fértil para seu desenvolvimento.

O cenário econômico daquele período é retratado por Weston (1977) da seguinte forma:

Ao final do movimento de fusões, no início da década de 1900, 305 combinações industriais haviam sido realizadas. Em 78 desses complexos industriais a firma resultante detinha o controle da metade ou então mais do que isso da produção total da indústria. [...] o número médio de fábricas ou firmas reunidas pelos 305 trustes era de 16. (WESTON, 1977).

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O agigantamento das empresas provocou um superdimensionamento das indústrias para o tamanho das economias à época, fazendo com que os administradores enfrentassem severos problemas de estrutura de capital.

Um exemplo da atenção dada à estrutura de capital para a época é o estudopioneiro conduzido por Dewing2(1930, apud WESTON, 1977, p. 37)que analisou

os pedidos de falências que culminaram em processos de reorganização no início de 1900, e que pode constatarque grande parte dos problemas enfrentados por essas empresas estava relacionado ao pagamento de juros de bonds, sobrecarregando seus caixas em períodos de quedas das receitas, o que não era verificado em empresas saudáveis e que mantiveram políticas conservadoras de pagamentos de dividendos.

Na década de 20, como reflexo da explosão do número de novos empreendimentos de grande porte, agora concentrados nas indústrias de comunicação, química, siderúrgica e automobilística, surge a preocupação com teorias e práticas de gestão de orçamento, contudo, em função das acentuadas crises econômicas vivenciadas naquele período a ênfase retorna mais uma vez às questões de liquidez e estrutura de capital.

Já na década seguinte, de 1930, fortemente influenciada pela crise de 29, verificou-se uma elevada concentração das atenções de estudos sobre os processos de recuperação financeira e busca por liquidez decorrente da forte restrição de crédito do período e da abrupta queda das margens de lucro, além do aperfeiçoamento de mecanismos de controle social e implantação de leis mais rígidas sobre o mercado financeiro.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, na década de 40, e com o financiamento público do esforço de guerra, muitas empresas concentram grande parte de suas operações na produção de bens que não teriam procura em tempo de paz. O período não foi de todo ruim para as empresas. Os contratos para financiamento desse esforço eram reavaliados periodicamente o que permitiu com que algumas empresas reduzissem suas dívidas de longo-prazo, obtidas na comercialização de bens civis dos períodos recessivos anteriores.

2DEWING, Arthur Stone. Corporate Promotions and Reorganizations, 1930, In: WESTON, J. F. Finanças de Empresas: campo e metologia. 1a. ed. São Paulo: Atlas, 1977.

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Ao final da guerra, a ênfase de finanças tinha se voltado para a obtenção de fundos para financiamento da reconversão das indústrias aliada à sua continua preocupação com a estrutura ótima de capital, agora servindo como um elemento preditivo de uma possível recessão pós-guerra.

O aumento da lucratividade das empresas desse período aliado a permanente preocupação com uma possível recessão, conduziu as empresas a um controle exacerbado dos custos, que passaram a substituir mão-de-obra por capital, desencadeandouma crise de entesouramento. Nesse momento as estimativas de orçamento de caixa e a preocupação com os controles administrativos internos ganham destaque nas preocupações financeiras.

Já nas décadas de 50 e 60, com o surgimento de novas indústrias, impulsionadas agora pelos grandes avanços tecnológicos resultantes de inversões em pesquisa e desenvolvimento, criou-se um ciclo de forte expansão dos preços das ações de empresas ligadas a novos desenvolvimentos científicos em detrimento das empresas tradicionais. Nesse momento, uma forte ênfase foi dada às teorias de orçamento de capital como resposta aos parcos recursos disponíveis e às limitadas oportunidades de lucros para as empresas.

Por sua vez, estudos sobre a análise do custo de capital também ganham espaço, afinal, nas décadas anteriores, as empresas aprenderam a importância de compatibilizar sua rentabilidade esperada ao custo dos fundos, principalmente, quando se vive o temor de novas crises.

Ainda nesse período, um dos grandes motivadores do desenvolvimento das finanças foi a informática, que trouxe a possibilidade de tratar um conjunto de informações relativamente grande para a época, em tempo reduzido, possibilitando integrar, informações de toda a empresa.

Na década de 50, paralelamente aos movimentos tradicionais da ciência, surgem duas novas correntes de pensamento que se tornaram a base de uma nova abordagem em finanças denominada Finanças Modernas.

A primeira, denominada Finanças Corporativas, foi inaugurada por Modigliani e Miller (1958) e defendia a concepção de que o valor de uma empresa, ao contrário do

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entendimento vigente, não dependeria de sua estrutura de capital. Suas proposições causam grande discussão à época, principalmente, porque suas considerações dependiam de uma série de pressupostos não aplicáveis ao mundo real, contudo, possibilitam o entendimento de fatores capazes de afetar a estrutura de capital de uma empresa. (SAITO; SAVOIA; FAMÁ, 2006).

A segunda corrente, focando nos estudos de portfólio e de risco e retorno, é iniciada por Markowitz (1952). Seu trabalho coloca em dúvida o pensamento até então hegemônico de que uma carteira de investimentos deveria ser formada a partir da união de ativos com alta projeção de retorno. Sua proposição considera que um portfólio deva ser escolhido com base em seus retornos esperados e na variância dos retornos de tal forma que o risco de um portfólio seja reduzido, ainda que não possa ser eliminado.

Como destacado por Saito, Savoia e Famá (2006)a contribuição de Markowitz (1952) foi fundamental para o desenvolvimento de muitos outros trabalhos, a exemplo do trabalho deSharpe (1964),que deu origem ao modelo Capital Asset Price Model (CAPM), permitindo a segregação entre risco sistêmico (não diversificável) e risco não sistêmico(diversificável), além do trabalho deTobin (1958), denominado Teorema da Separação.

Na década de 70 um novo cíclico de recessão econômica afeta a economia mundial, agora como reflexo do reconhecido esgotamento do modelo de crescimento implementado a partir do acordo de Bretton Woods, em 1944, das crises do petróleo em 1973 e 1979 e da nova crise na Bolsa de Nova York, também em 1974.

Nesse período os estudos de finanças são fortemente impulsionados pelo desenvolvimento computacional que ofereceu novas facilidades à aplicação dos modelos desenvolvidos na década anterior, além de uma nova fronteira que foi aberta por Eugene Fama, que defende que em mercados eficientes os preços dos ativos são corrigidos automaticamente pelo mercado, refletindo o conjunto de informações relevantes e disponíveis3. (FAMÁ E GALDÃO, 1996, apud SAITO, SAVOIA E

FAMÁ, 2006).

3 FAMÁ, Rubens; GALDÃO, Almir. A função financeira: uma análise esquemática de sua evolução, 1996, In: SAITO, R.; SAVOIA, J. R. F.; FAMÁ, R. A evolução da função financeira. Revista de Gestão USP, v. 13, n. esp, p. 31–44, 2006.

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A década de 80 é marcada por uma grande preocupação com o gerenciamento de risco, afinal, em decorrência das inúmeras crises da década anterior, muitos países em desenvolvimento apresentaram dificuldades para honrar seus compromissos com credores internacionais, chegando a praticarem a moratória, a exemplo do Brasil.

Nesse período, duas grandes novidades são apresentadas para o mundo das finanças, o modelo de precificação de opções Black e Sholes, em 1973, ea consolidação do Acordo de Basiléia, em 1988, de grande importância para consolidação de um mercado bancário sustentável.

Saito, Savoia e Famá (2006) relatam um conjunto de grandes descobertas ocorridas no mundo das finanças a partir da década de 90, focadas principalmente no campo das análises de risco, estratégias de heding, de opções e do mercado futuro, além da difusão do conceito de value at risk (VAR).

Também uma maior preocupação surgiu com relação à manutenção adequada do sistema de pagamentos, influenciando, em 1990, a criação do Committeeon Payment and Settlement Systems (CPSS) peloBank for International Settlements (BIS), formado pelos bancos centrais dos países participantes do G-10.

Além disso, em 1998, uma nova versão do Comitê de Basiléia é implementada, buscando ampliar o nível de transparência das instituições bancárias, além de aperfeiçoar o cálculo do capital regulamentar mínimo para operação com níveis reduzidos de risco para o sistema.

Os autores ainda recordam que, no início do século XX, em função dos escândalos contábeis envolvendo grandes empresas norte-americanas que tornaram público a existência de conflitos de interesse nas organizações, os estudos de Governança Corporativaganham força, principalmente após a aprovação da Lei Sarbanes Oxley (SOX), em 2002, com o objetivo deoferecer maior proteção aos investidores.

Por fim, Saito, Savoia e Famá (2006)destacam os estudos do comportamento humano que buscam compreender a influência de aspectos subjetivos no processo de tomada de decisão, contrariando a corrente até então dominante do comportamento racional dos agentes, denominados estudos de Finanças Comportamentais, cujo

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principal pesquisador da atualidade, Daniel Kahnemann, já foi homenageado com o Nobel de Economia de 2002.

2.2 Evolução das Leis e Princípios Bibliométricos

É no século XIXque surgem os primeiros estudos relacionados à área de estudo e serviço hoje denominada Ciência da Informação, tendo como pioneiro o belga Paul Outlet, que viveu entre 1868 e 1944.

Segundo Mueller (2007, p. 126), sua grande preocupação era encontrar formas de controlar a informação visando garantir a possibilidade de acesso a quem dela precisasse.

Ainda segundo autor, embora a contribuição de Outlet tenha sido de grande importância, dois outros pesquisadores merecem destaque como percussores da nova ciência. O russo Guilareviski e o norte-americano Vannevar Bush.

Após a segunda grande guerra, na extinta União Soviética, Guilareviski (1971 apud FREIRE, 2004) propõe uma nova disciplina a ser denominada “Informática” a qual teria como propósito lidar com a crescente produção científica daquele período, enquanto Bush (1945),que viveu entre 1890 e 1974, foi designado pelo presidente Roosevelt responsável pelo Comitê Nacional de Pesquisa posterior Office for Scientific Research and Development, que teve como objetivo principal organizar cerca de 6.000 cientistas americanos e europeus no esforço de guerra.

Ao término da guerra, Bush (1945) demonstra em um artigo de grande repercussão chamado As we may think (Como nós pensamos) sua preocupação com o armazenamento e acesso à informação científica que crescia rapidamente à época, quando propõe soluções fundamentadas na nascente tecnologia da comunicação.

Para o autor, apesar da crescente produção científica a organização e repasse da informação à sociedade enfrentariam alguns obstáculos que precisariam de soluções ainda não desenvolvidas, tendo como principais entraves: a) formação de recursos

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humanos para lidar com o volume de informação; b) instrumental de armazenamento e recuperação ainda inexistentes; c) arcabouço teórico inexistente para explicar ou solucionar as práticas de informação à época.

Em meio ao movimento de desenvolvimento da Ciência da Informação surge a bibliometria, técnica quantitativa e estatística de medição dos índices de produção e disseminação do conhecimento científico “[...] tal como procede a demografia ao recensear a população”(FONSECA, 1986, p.10), como uma resposta à necessidade de avaliação da atividade de produção e comunicação científica.

Para Araújo (2006), historicamente a preocupação central da bibliometria residia na medida de livros4 (quantidade de edições, exemplares, quantidades de caracteres,

entre outras estatísticas relativas à indústria do livro), contudo, com o passar do tempo, voltou-se para o estudo de outras formas de publicação para, por fim, voltar-se para os estudos de produtividade de autores, periódicos e do estudo de citações.

O autor ainda destaca que, em seus primórdios essa prática consistia na aplicação de técnicas estatísticas e matemáticas para descrever aspectos da literatura e de outros meios de comunicação e que abordagem semelhante à da bibliometria já vinha sendo realizada, desde o início do século XX, sob a denominação de “bibliografia estatística”.

Curiosamente, em uma revisão da evolução do termo realizada por Guedes e Borschiver (2005) a primeira utilização do termo “bibliografia estatística” ocorreu em 1922 por E. Wyndham Hulme, a segundapor Charles Francis Gosnell, em 1944, e a terceirapor L. Miles Raisig, em 1962, portanto, três utilizações em quarenta anos o que evidencia um consenso à época de que o termo não era de todo satisfatório.

Graças ao trabalho de Pritchard (1969) o termo bibliometria é finalmente designado como aquele que representa o estudo de elementos objetivos da produção científica utilizando-se mais de métodos quantitativos do que discursivos comuns da bibliografia tradicional. (ARAÚJO, 2006, p. 12).

Em outra revisão sobre a origem do termo bibliometria, Alvarado (2007) sustenta que embora o termo tenha sido popularizado a partir da obra de Pritchard

4 A medida de livros, conforme utilizada pelo autor, refere-se aos critérios objetivos da produção literária, necessários à época até mesmo para mensurar o valor a ser pago ao autor pela sua obra.

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(1969), as metrias já estavam em uso há muito tempo, “na Biologia como Biometria, nas Ciências Sociais como Sociometria, na Antropologia como Antropometria, na Economia como Econometria”, e o que ocorreu foi a transposição dos termos originais em cada disciplina ou área do conhecimento para o termo por ele proposto.

O autor ainda ressalva que, o primeiro a utilizar o termo bibliometria foi Otlet (1934), contudo, esse estaria em verdade, interessado em estabelecer uma nova disciplina a qual chamou de Bibliologia, definindo-a como “uma ciência geral que compreende o conjunto sistemático dos dados relativos à produção, conservação, circulação e uso dos escritos e dos documentos de toda espécie”, reconhecendo, portanto, a bibliometria como o seu método científico.

2.2.1Principais Leis e Princípios Bibliométricos

Atualmente, há um conjunto significativo de leis e princípios que formam o arcabouço de práticas bibliométricas. O Quadro1 sintetiza essas leis e princípios e traz seus focos de estudo e suas principais aplicações na gestão da informação e do conhecimento.

Quadro 1 – Principais leis e princípios bibliométricos Leis e Princípios Focos de Estudo Principais aplicações

Lei de Bradford Periódicos Estimar o grau de relevância de periódicos, em dada área do conhecimento

Lei de Lotka Autores Estimar o grau de relevância de autores, em dada área do conhecimento

Leis de Zipf Palavras Indexação automática de artigos científicos e tecnológicos

Ponto de Transição (T) de Goffman

Palavras Indexação automática de artigos científicos e tecnológicos

Colégios Invisíveis Citações Identificação da elite de pesquisadores, em dada área do conhecimento

Fator de Imediatismo ou de Impacto

Citações Estimar o grau de relevância de artigos, cientistas e periódicos científicos, em determinada área do conhecimento

Acoplamento Bibliográfico

Citações Estimar o grau de ligação de dois ou mais artigos

Co-citação Citações Estimar o grau de ligação de dois ou mais artigos Obsolescência da

Literatura

Citações Estimar o declínio da literatura de determinada área do conhecimento

Vida-média Citações Estimar a vida-média de uma unidade da literatura de dada área do conhecimento

Teoria Epidêmica de Goffman

Citações Estimar a razão de crescimento e declínio de determinada área do conhecimento

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população de autores

Frente de Pesquisa Citações Identificação de um padrão de relação múltipla entre autores que se citam

Lei dos 80/20 Demanda de

informação

Composição, ampliação e redução de acervos

Fonte: Guedes e Borschiver (2005, p. 14)

Em princípio, pode-se destacar as três Leis clássicas da bibliometria: Lei de Lotka, Lei de Bradford e Lei de Zipf.

A Lei de Lotka, formulada em 1926 sob a denominação inicial de Lei do Quadrado Inverso, foi construída a partir de um estudo sobre a produtividade de cientistas presentes no Chemical Abstracts, entre 1909 e 1916, em que se realizou a contagem de autores resultando na interpretação de que uma grande proporção da produção decorria de um pequeno número de autores e que um grande número de pequenos produtores se igualava, em produção, ao reduzido número de grandes produtores. (ARAÚJO, 2006).

A Lei de Bradford, cujos estudos foram iniciados em 1934, porém, apresentada em forma de capítulo de livro em 1948, foi construída a partir de um estudo da literatura de Geologia e Lubrificação que permitiu identificar um núcleo de periódicos devotados a um assunto, periódicos de fronteira e periódicos de dispersão. (ALVARADO, 2002).

A Lei de Zipf, formulada em 1949, descreve a relação entre palavras em um determinado texto e conclui que “existe uma regularidade fundamental na seleção e uso das palavras e que um pequeno número de palavras é usado muito mais frequentemente”(ARAÚJO, 2006, p. 17), e que essas palavras indicarão o assunto do texto.

Zipf produziu duas leis sendo a primeira válida apenas para as palavras de alta frequência e a segunda para as palavras de baixa frequência, contudo, segundo Pao (1978) citado em Guedes e Borschiver (2005) a aplicação da lei de Zipf não era válida para as palavras de baixa frequência a qual foi modificada posteriormenteporBooth (1967).

Decorrente dos estudos de Zipf, o ponto (T) de Goffman determina graficamente o ponto crítico onde ocorre a transição das palavras de baixa frequência para as de alta

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frequência, representando, segundo Guedes e Borschiver (2005) a primeira oportunidade de se compor um texto sintaticamente, visando sua indexação.

A teoria epidêmica da transmissão de ideias de Goffman e Newill (1967), conforme descrito por Araújo (2006) trata de forma análoga a propagação de ideias no interior de uma comunidade científica à transmissão de doenças infecciosas, sendo o indivíduo propenso a ser infectado o próprio leitor enquanto que o germe da doença, por analogia, seria a informação.

A análise de citações, apontada por Araújo (2006) como a mais importante área da bibliometria, tem origem no século XVII, porém, é com a utilização do computador que a técnica ganha fôlego, quando em 1963, surge o primeiro índice de citações, o Science Citation Index (SCI), criado por Eugene Garfield, fundador do Institute for Scientific Information – ISI.

O autor destaca que a partir da análise de citações é possível identificar, entre outros aspectos de uma determinada área científica, os autores mais citados, autores mais produtivos, elite de pesquisa, frente de pesquisa, fator de impacto, procedência geográfica dos autores mais influentes, acoplamento bibliográfico, a co-citação, a vida média da literatura, a obsolescência, a frente de pesquisa, os colégios invisíveis a até mesmo a elite de pesquisa, definida como aquela pequena parcela de pesquisadores que exercem maior influência em um campo. (ARAÚJO, 2006).

O acoplamento bibliográfico (retrospectivo) consiste na união dos artigos que citam o(s) mesmo(s) documento(s) e que, portanto, fazem referência a pesquisas já realizadas, enquanto que a co-citação consiste na reunião de artigos citados por outros documentos. (GUEDES E BORSCHIVER, 2005).

Os estudos de obsolescência são definidos por Guedes e Borschiver (2005) como aqueles que investigam o declínio do uso de determinadas literaturas no decorrer do tempo, enquanto os de vida-média tratam da estimativa a partir da razão de obsolescência e da razão do crescimento de um determinado corpo de literatura. (LINE, 1970, apud GUEDES E BORSCHIVER, 2005).

Estudos para a identificação de frentes de pesquisa partem das análises de citações buscando encontrar conjuntos de autores que mutuamente se citam, revelando o

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que Guedes e Borschiver (2005) definem como “um estreito padrão de relações múltiplas, na literatura sobre um assunto”.

Ainda segundo os autores, colégios invisíveis são grupos de pesquisadores que, embora não mantenham ligações institucionais, estão intimamente ligados por laços de pesquisa e que podem ser identificados pelo entrelaçamento das citações.

Por fim, a Lei dos 80/20, derivada de um fenômeno inicialmente identificado no comércio e indústria (GUEDES E BORSCHIVER, 2005), consiste no entendimento de que 80% da demanda por informação se satisfaz com aproximadamente 20% do conjunto de fontes de informação a qual permite dimensionar acervos de forma mais eficiente.

2.2.2 Lei de Bradford e a Produtividade dos Periódicos

O matemático, bibliotecário e documentalista inglês Samuel Clement Bradford (1878-1948), é responsável por uma das mais importantes leis da bibliometria que, diferentemente das Leis de Lotka e Priceque têm como objeto de estudo a produtividade dos pesquisadores, focaliza a distribuição da produção literária sobre um determinado assunto entre os periódicos, definindo o quanto esses são devotados àquele assunto.

Em 1934, Bradford sugere uma gênese de formação do núcleo de periódicos dedicados a um assunto. Segundo o autor, com o surgimento dos primeiros artigos sobre um tema, esses passarão pelo processo de seleção em alguns periódicos apropriados, que se aceitos atrairão novos artigos sobre o mesmo tema. Com a aceitação de artigos desse tema em outros periódicos e com o crescimento da produção, emerge um núcleo de periódicos mais produtivos (devotados), seguido por zonas de menor dedicação ao tema.

O autor percebe que, numa coleção de periódicos sobregeofísica, existe sempre um núcleo menor de periódicos relacionados de maneirapróxima ao assunto e um núcleo maior de periódicos relacionados de maneiraestreita, sendo que o número de periódicos em cada zona aumenta, enquanto aprodutividade diminui. (GUEDES E BORSCHIVER, 2005).

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Em sua pesquisa Bradford (1934) analisou uma amostra de 326 periódicos e descobriu que enquanto apenas 9 periódicos continham 429 artigos, 59 continham 499 e 258 continham 404 artigos.

Dessa forma, podemos considerar que:

“Se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subsequntes, variará na proporção 1:n:n² [...]”.(BROOKES, 1969).

Conforme destacado por Guedes e Borschiver (2005), trata-se de um importante instrumento para o desenvolvimento de políticas de aquisição e descarte em nível de gestão de sistemas de recuperação da informação, gestão da informação e do conhecimento científico e tecnológico, justificando sua participação no presente projeto de pesquisa.

2.2.3 Lei do Elitismo de Price

A leitura e crítica à Lei do Quadrado Inverso de Lotka feita pelo pesquisador inglês Derek John de Solla Price produziu um de seus mais proeminentes, mas não menos polêmico aperfeiçoamento.

Price (1963) verificou que reproduzindo a produtividade dos autores numa coordenada cartesiana se formaria uma curva tão inclinada que o permitiria sustentar que a elite produtiva de uma determinada área do conhecimento corresponderia à raiz quadrada do número de pesquisadores dessa mesma área.

Assim, podemos calculá-la reconhecendo k como o número total de contribuintes, e

k como a elite dessa área. O autor defende que essa mesma elite será responsável por aproximadamente a metade da produção científica.

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Nas palavras de Price (1963):

“Se existem 100 autores e se o mais prolífico produz 100 artigos, a metade de todos os artigos terá sido escrita pelos 10 mais prolíficos autores, e a outra metade por aqueles com menos de 10 artigos cada um. De fato, neste caso ideal, um quarto dos artigos terão sido escritos pelas duas pessoas mais produtivas, e outro quarto por aqueles que publicaram somente um ou dois itens”. (PRICE, 1963, p. 46).

Partindo-se das proposições do autor, independentemente do tamanho da população estudada,aproximadamente 75% daqueles que escrevem um só artigo nunca mais voltam a escrever; e que 10% dos escritores altamente prolíficos são os que produzem aproximadamente a metade da literatura científica mundial. (PRICE, 1963, p. 37).

Como ressaltado por Alvarado (2007), essas insistentes afirmações deram lugar a polêmicas, sendo que uma delas terminou com um artigo questionando a consistência da “teoria da raiz quadrada” ou Lei de Price.

Nessa crítica, Alisson et. al., (1976, apud ALVARADO, 2007) expõe suas considerações afirmando que “a validade da Lei de Price não depende necessariamente da Lei deLotka, e que somente pode ser julgada sobre a base de evidências empíricas”.

Nesse sentido, Alvarado (2009) apresenta uma revisão da literatura destacando algumas dessas pesquisas que buscam testar a validade da Lei dePrice, (COILE, 1977; GUPTA ET. AL., 1996; GUPTA E KARISIDDAPPA, 1996; BAKER; ROBERTSON-WILSON; SEDGWICK, 2003; WAGNER-DÖBLER, 1996), porém termina afirmando que deve-se reconhecer que os resultados não são conclusivos e que faz-se necessário novas pesquisas sobre o tema.

2.2.4 Lei de Lotkae a Produtividade dos Autores

Segundo Alvarado (2007) a primeira tentativa de se medir a produtividade dos autores de uma determinada área foi feita por Dresden (1922). Seu trabalho reúne 1.102 documentos, entre artigos e outras formas de comunicação escrita, publicadas no período compreendido entre 1879 e 1922, na Sociedade Americana de Matemática, seção Chicago, onde 278 autores participaram.

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Dresden (1922) constata para esse estudo um comportamento hiperbólico da distribuição, além de trazer detalhes acerca da dispersão e a concentração da distribuição de frequência da produtividade dos autores.

Após alguns anos, Lotka (1926) estuda a produtividade dos autores das áreas de Química e Física e identifica um comportamento padronizado da produtividade dos autores em diferentes áreas do conhecimento o que será chamado de Lei do Quadrado Inverso.

Segundo essa lei o número de autores que fazem “n” contribuições em um determinado campo científico é aproximadamente 1/n² daqueles que fazem uma só e que a proporção daqueles que fazem uma única contribuição é de mais ou menos 60%.

De forma mais detalhada, considerando-se uma determinada área do conhecimento e em um dado período de tempo em que 100 autores contribuem com apenas um artigo, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a 25 (n=2; 100/2²=25), contribuiriam com três artigos cerca de 11 cientistas (n=3; 100/3²=11), enquanto que os que contribuiriam com quatro artigos se aproximara de 6 autores (n=4; 100/4²=6), de forma que o número de autores com “n” contribuições é 1/n² daqueles que contribuem com apenas um artigo. (OLIVEIRA, 1983).

O modelo do quadrado inverso, originalmente proposto por Lotka, foi expresso conforme a equação (1): an=a1 nc Onde: n=¿ a¿

é a frequência que publicam um número n artigos; 1=¿

a¿

é o número de autores que assinaram apenas um artigo;

c=¿ é uma constante própria de cada campo científico.

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Dada a importância e complexidade envolvida nos estudos sobre a produtividade científica em seus mais diversos campos, desde a apresentação do trabalho de Lotka (1926) até 2003, aproximadamente 390 trabalhos nas formas de livros, capítulos de livros, comunicações a congressos e literatura cinza, teriam sido publicados com o objetivo de criticar, replicar e/ou reformular esta lei. (ALVARADO, 2007b, p. 46).

Da revisão de diversos trabalhos, em que foi aplicado o modelo doquadrado inverso e nos quais, o ajuste empírico dos dados não foram satisfatórios em relação à distribuição teórica, Pao (1985, 1986) e Nicholls (1986, 1987, 1989) propõem um modelo substituto denominado poder inverso generalizado o qual é amplamente utilizado atualmente.

Além das críticas ao ajuste do modelo proposto por Lotka (1926), também há críticas relacionadas à forma de contagem. A pesquisa realizada por Lotka (1926) utilizou uma forma de contagem conhecida por “contagem direta” a qual considera como autor apenas aquele nomeado em primeiro lugar no texto. É reconhecido que à época fosse prática da academia realizar trabalhos individuais, contudo, atualmente, é comum que os trabalhos sejam feitos em parceria, sendo inclusive estimulado esse hábito na academia, resultando em distorções de avaliação caso o método de contagem não seja adequado.

Da necessidade de adequar a avaliação aos padrões atuais de pesquisa aplica-se atualmente, além do “método direto”, o método de “contagem completa” que credita a cada autor, seja principal ou secundário, um ponto pela produção e também o método de “contagem ajustada ou fracionada” o qual credita uma fração de ponto a cada participante do texto, contudo, deve-se ressaltar que, como salientado por Nath e Jackson (1991, p. 207 apud ALVARADO, 2007), a contagem direta e ajustada não produzem diferenças essenciais.

Outra crítica ao trabalho de Lotka (1926) relaciona-se ao período de cobertura de sua pesquisa. Tendo essa sido construída a partir de um estudo sobre a produtividade de cientistas presentes no Chemical Abstracts, entre 1909 e 1916, portanto, uma cobertura de apenas sete anos, deu lugar a inúmeras dúvidas sobre a validade de uma Lei sobre o tema.

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Daí surge duas correntes. Uma que propõe que os estudos contemplem períodos de dez anos para mais, tal como defendido por Price (1963) e Potter(1981), e outra que defende que o período não interfere na análise de produtividade seguida por Bookstein(1977). (ALVARADO, 2007).

Por fim, somando-se ao conjunto de críticas à Lei de Lotka, há aquelas relacionadas ao método empregado para a coleção de dados. Pao (1985) faz referência ao fato de que não existe um método uniforme para a coleta e organização dos dados empíricos e que, alguns trabalhos, tão pouco fazem testes comparativos entre as distribuições empíricas e teóricas para verificar a adequação à Lei.

2.3 Estudos Internacionais sobre Produtividade de Pesquisa em Finanças

Um dos primeiros estudos que busca retratar a contribuição dos autores e instituições para a produção científica em finanças é o de Heck, Cooley e Hubbard (1986).

Os autores utilizam como unidade de análise 2.182 artigos publicados ao longo de 40 anos (1946-1985) do Journal of Finance e verificam que, 1788 autores contribuíram para essa produção, os quais obtiveram seus doutorados em 116 instituições diferentes, além de estarem vinculados profissionalmente a 444 organizações.

Dentre os 1788 autores 586 (32,8%) publicaram mais de uma vez, 290 (16,2%) mais de duas vezes, e 157 (8,8%) mais de três vezes, 102 (5,7%) até cinco vezes, e apenas 66 (3,7%) mais de cinco vezes.

Os autores atentam para o fato de que, na última década, o número de autores com menos de cinco publicações foi de 885 em contraste aos 1202 autores com apenas uma publicação ao longo de toda a série, demonstrando que nos últimos dez anos a frequência de publicação de um mesmo autor aumentou. (HECK; COOLEY; HUBBARD, 1986).

Na avaliação da contribuição dos programas de doutorado, verificou-se no topo da lista as universidades de Chicago, seguido por Harvard , MIT, Columbia e Berkley, que apareceram entre as que mais contribuíram.

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O Federal Reserve System liderou a lista dos empregadores desses pesquisadores quando considerado os 40 anos do estudo, com 35%, contudo, a participação das universidades cresceu significativamente alcançando 89% na última década.

Em novo estudo, Heck e Cooley (2002) analisam a contribuição dos autores mais prolíficos ao longo de cinquenta anos de publicação (1953-2002) em finanças, contando com 72 periódicos, 29.717 artigos e notas catalogadas e 17.573 autores identificados.

Inicialmente, os autores agrupam 7 periódicos líderes em fator de impacto a partir de uma lista organizada por Borokhovich, Bricker e Simkins (1999), e verificam que, 5.811 autores publicaram ao longo dos cinquenta anos, dos quais 3.302 (56,8%) publicaram apenas uma vez; 932 (16,1%) aparecem duas vezes; 466 (8,0 %) aparecem três vezes; e 287 (4,9 %) aparecem quatro vezes.

Em um outro agrupamento, com dezesseis periódicos, e também organizado por fator de impacto, Heck e Cooley (2002)verificam que, dentre todos os 11.475 autores que contribuíram para esse agrupamento 6.480 (56,5%) aparecem apenas uma vez; 1.809 (15,8%) aparecem duas vezes, 912 (7,9%) aparecem três vezes; e 527 (4,6%) aparecem quatro vezes.

No topo do ranking de publicações 350 autores apresentaram, pelo menos, 14 (3,0%) publicações; os que contribuíram com 17 publicações representaram 2% dos autores, enquanto os que contribuíram com 22 artigos representaram 1% dos pesquisadores.

Os autores chamam a atenção para o fato de que alguns líderes em publicações do primeiro ranking, com sete periódicos, perdem muitas posições quando considerados dezesseis periódicos e quando comparadas as formas de atribuição de pontos (direta e fracionada). Isso porque autores que publicam em parceria podem estar no topo do ranking na forma fracionada e perder posições pela contagem direta, podendo ocorrer o mesmo com os autores que costumam publicar isoladamente e que podem figurar no topo do ranking pela contagem direta, mas que podem perder posições pela contagem fracionada.

Referências

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