© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Capítulo 11
Sequências e Séries
Infinitas
Em geral é difícil encontrar a soma exata de uma série.
Conseguimos fazer isso para as séries geométricas e a série ∑ 1/[n(n+1)].
Isso porque em cada um desses casos pudemos encontrar uma fórmula simples para a n-ésima soma parcial sn.
Mas, geralmente, não é fácil calcular lim sn .
→∞
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Portanto, nas próximas seções,
desenvolveremos vários testes que nos permitem determinar se uma série é
convergente ou divergente sem encontrar sua soma explicitamente.
Em alguns casos, contudo, nossos métodos nos permitirão encontrar boas estimativas da soma.
Nosso primeiro teste envolve as integrais impróprias.
11.3
O Teste da Integral e
Estimativas de Somas
Nesta seção, aprenderemos como:
Encontrar a convergência ou divergência de séries e fazer boas estimativas de soma.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Começamos investigando as séries cujos
termos são os recíprocos dos quadrados de inteiros positivos:
Não existe uma fórmula simples para a soma sn dos n primeiros termos.
TESTE DA INTEGRAL 2 2 2 2 2 2 1
1
1
1
1
1
1
...
1
2
3
4
5
nn
∞ ==
+
+
+
+
+
∑
Mas a tabela de valores gerada por
computador dada na margem sugere que as somas parciais estão se aproximando de um número próximo de 1,64 quando n → ∞.
Assim, parece que a série é convergente.
Podemos confirmar essa impressão com um
argumento geométrico.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
A figura mostra a curva y = 1/x2 e
retângulos que estão abaixo da curva.
A base de cada retângulo é um intervalo de comprimento 1.
A altura é igual ao valor da função y = 1/x2
na extremidade direita do intervalo.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Dessa forma, a soma das áreas dos retângulos é: 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 ... 1 2 3 4 5 n n ∞ = + + + + + =
∑
TESTE DA INTEGRALSe excluirmos o primeiro retângulo, a área total dos retângulos remanescentes será
menor que a área sob a curva y = 1/x2 para
x ≥ 1, que é o valor da integral
Na Seção 7.8, no Volume I, descobrimos que essa integral imprópria é convergente e tem valor 1.
2
1
(1/
x
)
dx
∞∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Assim, a figura mostra que todas as somas parciais são menores que
Então, as somas parciais são limitadas.
2 1 2 1 1 2 1 x dx ∞ +
∫
= TESTE DA INTEGRALTambém sabemos que as somas parciais
são crescentes (porque todos os termos são positivos).
Portanto, as somas parciais convergem (pelo Teorema da Sequência Monótona) e, dessa maneira, a série é convergente.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
A soma da série (o limite das somas parciais) é também menor que 2:
2 2 2 2 2 1
1
1
1
1
1
...
2
1
2
3
4
nn
∞ ==
+
+
+
+ <
∑
TESTE DA INTEGRALA soma exata dessa série encontrada pelo matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) é
π
2 / 6.© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Agora vamos olhar para a série:
1
1
1
1
1
1
1
...
1
2
3
4
5
nn
∞ ==
+
+
+
+
+
∑
TESTE DA INTEGRALA tabela de valores de sn sugere que as
somas parciais não estão se aproximando de um número;
Assim, suspeitamos que essa série possa ser
divergente.
Novamente usamos um desenho para a confirmação.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
A figura mostra a curva y = 1/ .
Porém dessa vez utilizamos retângulos cujos topos estão acima da curva.
x
A base de cada retângulo é um intervalo de comprimento 1.
A altura é igual ao valor da função
y = 1/ nax extremidade esquerda do intervalo.
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Desse modo, a soma das áreas de todos os retângulos é: 1
1
1
1
1
1
1
...
1
2
3
4
5
nn
∞ =+
+
+
+
+ =
∑
TESTE DA INTEGRALEssa área total é maior que a área sob a curva y = 1/ para x ≥ 1, que é igual à integral
Mas sabemos, a partir da Seção 7.8, no Volume I, que essa integral imprópria é divergente.
Em outras palavras, a área sob a curva é infinita. Assim a soma da série deve ser infinita; isto é, a
série é divergente. 1 (1/ x dx) ∞
∫
x TESTE DA INTEGRAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
O mesmo tipo de argumentação geométrica que usamos para essas duas séries pode ser usado para demonstrar o seguinte teste.
A demonstração é dada no fim desta seção.
Suponha que f seja uma função contínua, positiva e decrescente em [1, ∞) e seja
an = f(n).
Então, a série é convergente se e somente se a integral imprópria
for convergente. 1 n n a ∞ =
∑
1 f x dx( ) ∞∫
O TESTE DA INTEGRAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Em outras palavras,
Se for convergente, então é convergente.
Se for divergente, então é divergente. 1 f x dx( ) ∞
∫
1 n n a ∞ =∑
1 f x dx( ) ∞∫
1 n n a ∞ =∑
O TESTE DA INTEGRALQuando você usar o Teste da Integral
lembre-se de que não é necessário começar a série ou a integral em
n
= 1.
Por exemplo, testando a série
usamos OBSERVAÇÃO 2 4
1
(
3)
nn
∞ =−
∑
2 41
(
x
3)
dx
∞−
∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Também não é necessário que f seja sempre decrescente.
O que é importante é que f seja decrescente a partir de certo ponto, isto é, decrescente para x maior que algum número N.
Então, é convergente.
E assim, é convergente pela Obs. 4 da Seção 11.2 OBSERVAÇÃO n n N a ∞ =
∑
1 n n a ∞ =∑
Teste a série quanto à convergência ou divergência.
A função f(x) = 1/(x2 + 1) é contínua, positiva e
decrescente em [1, ∞). EXEMPLO 1 2 1 1 1 n n ∞ = +
∑
TESTE DA INTEGRAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Assim usamos o Teste da Integral:
Então, é uma integral convergente e, dessa forma, pelo Teste da
Integral, a série ∑ 1/(n2 + 1) é convergente. 2
1
1/(
x
1)
dx
∞+
∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Para que valores de p a série é
convergente? 1
1
p nn
∞ =∑
Se p < 0, então Se p = 0, então
Em qualquer dos dois casos,
Assim, a série dada diverge pelo Teste para Divergência (11.2.7).
lim(1/
p)
n→∞n
= ∞
lim(1/
p)
1
n→∞n
=
lim(1/ p) 0 n→∞ n ≠© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Se p > 0, então a função f(x) = 1/xp é
claramente contínua, positiva e decrescente em [1, ∞).
Encontramos no Capítulo 7, no Volume I [veja 7.8.2], que: É convergente se p > 1 É divergente se p ≤ 1 1
1
pdx
x
∞∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Segue do Teste da Integral que a série
∑
1/n
p converge sep > 1 e diverge se
0 < p ≤
1.
Para p = 1, esta é a série harmônica discutida no Exemplo 7 da Seção 11.2.)
Para usar o Teste da Integral, precisamos ser capazes de calcular e, portanto, precisamos ser capazes de encontrar uma primitiva de f.
Com frequência, isto é difícil ou impossível, de modo que precisamos também de outros testes para a convergência.
1 f x dx( ) ∞
∫
TESTE DA INTEGRAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
A série no Exemplo 2, chamada p-série, é
importante para o restante deste capítulo;
Desse modo, resumimos os resultados do Exemplo 2 para referência futura como a seguir.
A p-série
é
convergente
se p >
1
e divergente
se p ≤
1
Resultado 1 11
p nn
∞ =∑
p-SÉRIE© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
A série
é convergente porque ela é uma p-série com p = 3 > 1. 3 3 3 3 3 1
1
1
1
1
1
...
1
2
3
4
nn
∞ ==
+
+
+
+
∑
p-SÉRIE EXEMPLO 3aA série
é divergente porque ela é uma p-série com p = ⅓ < 1. 1/ 3 3 3 3 3 1 1
1
1
1
1
1
1
...
2
3
4
nn
nn
∞ ∞ = ==
= +
+
+
+
∑
∑
p-SÉRIE EXEMPLO 3b© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Não devemos inferir a partir do Teste da
Integral que a soma da série é igual ao valor da integral.
De fato enquanto que
Portanto, em geral, OBSERVAÇÃO 2 2 1 1 6 n n
π
∞ = =∑
1 1( )
n na
f x dx
∞ ∞ =≠
∑
∫
2 1 1 1 dx x ∞ =∫
Determine se a série converge ou diverge.
A função f(x) = (ln x)/x é positiva e contínua para
x > 1 porque a função logaritmo é contínua.
Mas não é óbvio se f é decrescente ou não.
1
ln
nn
n
∞ =∑
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Assim, calculamos sua derivada:
Então, f’(x) < 0 quando ln x > 1, isto é, x > e. Segue que f é decrescente quando x > e.
2 2
(1/ )
ln
1 ln
'( )
x x
x
x
f x
x
x
−
−
=
=
Assim podemos aplicar o Teste da Integral:
Como essa integral imprópria é divergente, a série Σ (ln n)/n também é divergente pelo Teste da
Integral. 2 1 1 1 2
ln
ln
(ln )
lim
lim
2
(ln )
lim
2
t t t t tx
x
x
dx
dx
x
x
t
∞ →∞ →∞ →∞⎤
=
=
⎥
⎦
=
= ∞
∫
∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Suponha que possamos usar o Teste da Integral para mostrar que uma série ∑ an é convergente e que queremos encontrar uma aproximação para a soma s da série.
Claro, qualquer soma parcial
s
n é uma aproximação para s, porque Mas quão precisa é tal aproximação?
lim
nn→∞
=
s
ESTIMANDO A SOMA DE UMA SÉRIE
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Para descobrir, precisamos estimar o tamanho do resto
R
n– s
n= a
n+1+ a
n+2+ a
n+3+ …
O resto Rn é o erro feito quando sn, a soma dos n primeiros termos, é utilizada como uma
aproximação para a soma total.
ESTIMANDO A SOMA DE UMA SÉRIE
Usamos a mesma notação e ideias que no Teste da Integral, supondo que f é
decrescente em
[n, ∞).
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Comparando as áreas dos retângulos com a área sob y = f(x) para x > n na
figura, vemos que:
1 2 ... ( )
n n n
n
R = a + + a + + ≤
∫
∞ f x dxDe maneira semelhante, vemos, a partir dessa figura, que:
1 2 1
...
( )
n n n nR
a
+a
+ ∞f x dx
+=
+
+ ≥
∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Assim, demonstramos a seguinte estimativa para o seguinte erro:
Suponha que f(k) = ak, onde f é uma função contínua, positiva, decrescente para x ≥ n e que ∑ an é convergente.
Se Rn = s – sn, então
ESTIMATIVA DO RESTO – TESTE DA INTEGRAL
1
( )
n( )
nf x dx
R
nf x dx
∞ ∞ +≤
≤
∫
∫
Est. 2© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Aproxime a soma da série ∑ 1/n3
usando a soma dos dez primeiros termos. Estime o erro envolvido nessa aproximação. Quantos termos são necessários para
garantir que a soma tenha precisão de 0,0005?
Em ambas as partes (a) e (b) precisamos conhecer
Com f(x) = 1/x3, que satisfaz as condições do
Teste da Integral, temos:
( )
nf x dx
∞∫
3 2 2 2 2 1 1 lim 2 1 1 1 lim t n t n dx x x ∞ →∞ →∞ ⎡ ⎤ = ⎢− ⎥ ⎣ ⎦ ⎛ ⎞ = ⎜ − + ⎟ = ⎝ ⎠∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
De acordo com a estimativa do resto em (2), temos:
Por conseguinte, o tamanho do erro é no máximo 0,005. 10 3 3 3 3 3 1
1
1
1
1
1
1.1975
1
2
3
10
ns
n
∞ =≈
=
+
+
+ ⋅⋅⋅ +
≈
∑
10 3 2 10 1 1 1 2(10) 200 R dx x ∞ ≤∫
= =A precisão de 0,0005 significa que temos de encontrar um valor de n tal que Rn ≤ 0,0005
Como queremos 3 2
1
1
2
n nR
dx
x
n
∞≤
∫
=
2 1 0.0005 2n <© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Resolvendo essa desigualdade, obtemos
:
ou
Precisamos de 32 termos para garantir precisão de 0,0005. ESTIMATIVA DO RESTO 1000 31.6 n > ≈ 2 1 1000 0.001 n > = EXEMPLO 5b
Se somarmos sn em cada lado das desigualdades em (2), obteremos porque sn + Rn = s. 1
( )
( )
n n n ns
∞f x dx
s
s
∞f x dx
++
∫
≤ ≤ +
∫
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
As desigualdades em (3) dão um limitante inferior e um limitante superior para s.
Eles fornecem uma aproximação mais precisa para a soma da série do que a soma parcial sn.
Use (3) com n = 10 para estimar a soma da série: 3 1
1
nn
∞ =∑
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. As desigualdades em (3) tornam-se: 10 11 3 10 10 3
1
1
s
dx
s
s
dx
x
x
∞ ∞+
∫
≤ ≤
+
∫
Do Exemplo 5, sabemos que: De modo que, 3 2
1
1
2
nx
dx
n
∞=
∫
10 2 10 21
1
2(11)
2(10)
s
+
≤ ≤
s
s
+
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Usando s10 ≈ 1,197532, obtemos: 1,201664 ≤ s ≤ 1,202532
Se aproximarmos s pelo ponto médio desse
intervalo, então o erro é no máximo metade do comprimento do intervalo.
Dessa forma, com erro
ESTIMATIVA DO RESTO 3 1 1 1.2021 n n ∞ = ≈
∑
< 0.0005 EXEMPLO 6Se compararmos o Exemplo 6 com o Exemplo 5, veremos que a estimativa
melhorada em (3) pode ser muito melhor que a estimativas ≈ sn.
Para fazer um erro menor que 0,0005, tivemos de usar 32 termos no Exemplo 5, mas apenas dez
termos no Exemplo 6.