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Comparação de dois protocolos de aquecimento na performance desportiva em jovens jogadores de basquetebol

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE AQUECIMENTO NA

PERFORMANCE DESPORTIVA EM JOVENS JOGADORES DE

BASQUETEBOL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

SOFIA VIVEIROS DE MEIRELES

PROFESSORA DOUTORA CATARINA ABRANTES

PROFESSOR DOUTOR JAIME SAMPAIO

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SOFIA VIVEIROS DE MEIRELES

COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE AQUECIMENTO NA

PERFORMANCE DESPORTIVA EM JOVENS JOGADORES DE

BASQUETEBOL

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Vila Real, Portugal, 2020

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço à minha querida mãe por todo o apoio e pelo esforço que fez para me poder dar esta oportunidade de finalizar os estudos com o grau de mestre.

Em segundo lugar, agradeço à Professora Doutora Catarina Abrantes por me ter acolhido como sua orientanda e, assim, ajudar-me a finalizar os estudos.

Agradeço, também, ao Professor Doutor Jaime Sampaio, por ter aceite orientar-me neste estudo, pois os seus profundos conhecimentos nesta área é que me permitiram trilhar este caminho.

Em terceiro lugar, um agradecimento muito especial ao Professor Nuno Mateus, pelo tempo que disponibilizou, quer durante o dia quer durante a noite, sempre pronto a ajudar-me e a responder sem demoras às minhas dúvidas. A sua colaboração e conhecimentos aprofundados na matéria foram imprescindíveis ao longo de todo o processo de construção desta dissertação, tendo sido fundamentais para aprimorar o estudo que agora se apresenta. Para além disso, a sua simpatia, simplicidade e humildade fizeram com que a minha motivação para realizar esta dissertação fosse maior e conseguisse chegar ao fim.

Agradeço ao Clube ADCE Diogo Cão, especialmente ao professor Pedro Óscar Gonçalves, por todo o apoio, pela cedência do tempo de treino e do espaço para realizar as atividades práticas relativas a este estudo. O Professor Pedro Óscar Gonçalves tem estado sempre presente na minha vida desportiva destes últimos cinco anos, apoiando-me, ainda, a nível académico e, até, pessoal. Um obrigado especial, estou muito grata por ter tido a oportunidade de trabalhar consigo.

Finalmente, um agradecimento a todos os meus familiares a amigos pelo apoio durante estes últimos cinco anos. Sem vocês, isto não era possível.

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Comparação de dois protocolos de aquecimento na performance desportiva em jovens jogadores de basquetebol

Sofia Viveiros de Meireles¹ Catarina Isabel Neto Gavião Abrantes²

Jaime Sampaio²

¹Aluna de mestrado em Ciências do Desporto Especialização em Atividades de Academia – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

²Escola das Ciências do Ambiente e da Vida – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Resumo

O início das sessões de treino, que comumente se designa de aquecimento, serve habitualmente para preparar o organismo humano para fazer face às solicitações multidimensionais da sessão e consequentemente do jogo. Contudo, parece que a prática mais comum é centrada na utilização de metodologias de aquecimento quase exclusivamente baseadas na resposta fisiológica aos exercícios realizados, descurando sistematicamente aspetos relacionados com a resposta cognitiva. Sendo assim, o objetivo deste estudo passou por comparar os efeitos de dois protocolos diferentes de aquecimento, um considerado tradicional baseando-se na metodologia de repetição e outro baseado na metodologia de variabilidade.

Foram testados dez jovens atletas (idade:14,9±1,4 anos; massa corporal: 58,8±8,0 Kg e altura: 171,5±10,9 cm). Foi avaliada a performance física através dos testes de agilidade, salto contramovimento (CMJ), tempo de sprint aos cinco e dez metros. Ainda durante o aquecimento foram avaliados a entropia, a distância percorrida, as acelerações, as desacelerações, o dispêndio energético e o playerload com recurso a acelerómetros.

Verificou-se que o aquecimento mais variado provocou um maior número de acelerações e desacelerações, já o aquecimento tradicional originou um maior dispêndio energético, playerload e distância percorrida. Nos testes de performance física os resultados foram idênticos. Isto leva a concluir que ambos os aquecimentos provocam efeitos positivos na expressão física, mas um poderá ativar melhor as componentes cognitivas e outro as componentes fisiológicas, então, provavelmente será benéfico a realização de um aquecimento misto para preparar melhor os jogadores para a tarefa seguinte.

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Comparison of two warm-up protocols in sports performance in young basketball players

Sofia Viveiros de Meireles¹ Catarina Isabel Neto Gavião Abrantes²

Jaime Sampaio²

¹Aluna de mestrado em Ciências do Desporto Especialização em Atividades de Academia – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

²Escola das Ciências do Ambiente e da Vida – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Abstract

In today's sport, the search for improved sports performance is constant and all the details of the preparation contribute to success. Warm-up usually serves to prepare the body to the multidimensional requests of the session. However, it seems that the most common warm-up exercises is centered in methodologies almost exclusively based on the physiological response to the performed exercises, systematically neglecting aspects related to the cognitive response. Therefore, the aim of this study is to compare two warm-ups strategies, one with repetition method and other with variability.

Ten young athletes were tested (age: 14.9 ± 1.4 years; body mass: 58.8 ± 8.0 kg and height: 171.5 ± 10.9 cm). Physical performance was assessed through agility tests, countermovement jump (CMJ), sprint time at five and ten meters. During warming-up we study entropy, distance traveled, accelerations, decelerations, energy expenditure and playerload using accelerometers.

Our results show that the warm-up with variability caused a greater number of accelerations and decelerations and traditional warm-up (repetition) caused a greater energy expenditure, playerload and distance traveled. In the physical performance tests the results were identical. We concluded that both warm-ups have positive effects on physical expression, but one is better on the activation of the cognitive components and the other on the physiological components, so it will probably be better to perform a mixed warm-up to prepare players for the next task.

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Índice

Agradecimentos……….……….…..ii

Resumo………..iii

Abstract………..iv

Lista de Abreviaturas………...vi

Índice de Quadros………..……….………vii

Índice de Figuras………..……….……….viii

1.Introdução……….………..…………1

1.2Objetivos do Estudo………..….….…………3

2.Revisão de Literatura………4

2.1Caracterização do Jogo de Basquetebol……….………4

2.2Aquecimento………..…………...6

2.3Diferentes Abordagens de Protocolos de Aquecimento……..………..…………7

3.Metodologia………..………..………….10

3.1Caracterização da Amostra……….………10

3.2Instrumentos e Medições………..…….…...11

4.Análise Estatística………...14

5.Intervenção………...………...14

6.Resultados………..……….18

7.Discussão de Resultados……….………..25

8. Conclusão………..……….30

9.Sugestões Práticas……….30

10. Bibliografia………...………….31

11. Anexos………...………...38

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Lista de Abreviaturas

AC – Aquecimento Convencional AV – Aquecimento Variado MD – Mudança de Direção CMJ – Countermovement Jump FC – Frequência Cardíaca

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Índice de Quadros

Quadro 1. Ações do Jogo, Distância, Duração e Frequência……...……...…….………...……6 Quadro 2. Características da amostra……….……….…..……..…………..…..10 Quadro 3. Descrição das finalizações do lado esquerdo e direito do aquecimento tradicional………...16 Quadro 4. Descrição dos exercícios do aquecimento variado………..…17 Quadro 5. Finalizações do aquecimento variado……….…18 Quadro 6. Variação média dispersão dos valores das variáveis em estudo nos dois protocolos de aquecimento………...………....….18 Quadro 7. Valores do factor de Bayes para a hipótese nula (BF01) e alternativa (BF10)……….….………..19 Quadro 8. Valores das correlações bayesianas de Pearson entre os valores das variáveis recolhidas em ambos os protocolos de aquecimento com intervalos de confiança (95%) e valores do factor de Bayes (BF10)..………..………...…19

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Índice de Figuras

Figura 1. Teste de Agilidade………...……….……...…………12 Figura 2. Organização do aquecimento Tradicional……….……….………..15 Figura 3. Organização do aquecimento Variado……….……….16 Figura 4. Acelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.……….20 Figura 5. Desacelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………....……….21 Figura 6. Dispêndio Energético: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.……….………..………21 Figura 7. Player Load: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………..………22 Figura 8. Distência Percorrida: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.……….………..22 Figura 9. Countermovement jump: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………..……….………23 Figura 10. Velocidade 10 metros: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………...23 Figura 11. Velocidade 5 metros: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………...……….………...24 Figura 12. Agilidade: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.………...…...24 Figura 13. Frequência Cardíaca: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito………...25

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Esta dissertação foi expressamente elaborada como parte integrante do processo de avaliação da Unidade Curricular de Dissertação da Tese, do curso de 2º Ciclo (Mestrado) em Ciências do Desporto, especialização em Atividades de Academias

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Sofia Meireles

1. Introdução

O percurso para a excelência desportiva é um processo extremamente exigente e detalhado, pelo que treinadores e preparadores físicos procuram continuamente desenvolver e otimizar estratégias que maximizem a performance dos jogadores. No basquetebol, o jogo impõe aos jogadores diferentes exigências, relacionadas com os diversos constrangimentos que lhe estão inerentes, incluindo problemas técnico-táticos que têm que ser resolvidos em diferentes regimes de solicitação energética, muscular e cognitiva (Stojanović, Stojiljković, Scanlan, Dalbo, Berkelmans, & Milanović, 2018). De facto, é cada vez mais importante preparar os jogadores potenciando as capacidades físicas enquadradas nas manifestações complexas que o jogo lhes solicita. Por exemplo, no decorrer do jogo, a intensidade dos movimentos oscila constantemente entre alta e baixa (esforço intermitente), mas aparece combinada com ações de 1sprint, saltos, mudanças de direção, acelerações, desacelerações e deslocamentos em todos os planos. Todas estas ações se caracterizam por serem bastante explosivas e quanto mais eficientes e eficazes forem, maior será o sucesso do jogador (de Sousa Fortes, Paes, Mortatti, Perez, Cyrino, de Lima-Júnior, & Moreira, 2018).

Neste sentido, o período de aquecimento que precede as sessões de treino e as competições é, provavelmente, determinante para conseguir iniciar a atividade desportiva num regime de ótimo rendimento. No basquetebol europeu, o tempo de aquecimento está descrito nas regras oficiais da FIBA (International Basketball Federation) com duração de um mínimo de vinte minutos, sendo habitualmente caracterizado por exercícios cardiovasculares, alongamentos dinâmicos e exercícios técnico-táticos (Young & Behm, 2003).

Estes períodos de aquecimento têm como objetivo preparar os jogadores para o esforço subsequente e, assim, maximizar o seu desempenho (Cilli, Gelen, Yildiz, Saglam & Camur, 2014; Galazoulas, Tzimou, Karamousalidis & Mougios, 2012; Silva, Neiva, Marques, Izquierdo & Marinho, 2018). Os efeitos fisiológicos que se conhecem incluem o aumento da temperatura corporal, aumento do fluxo sanguíneo, melhoria das respostas metabólicas e neuromusculares, aumento do consumo de oxigénio, diminuição da resistência músculo-tendinosa, promoção do efeito de potenciação pós-ativação aumentando a resposta contrátil do músculo e, portanto, a capacidade de produzir força (Annino, Ruscello, Lebone, Palazzo, Lombardo, Padua & Iellamo, 2015; Lehnert, Hůlka, Croix, & Horutová, 2018; Silva et al., 2018).

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Na literatura disponível podem-se encontrar descritas duas formas de realizar o aquecimento: uma ativa e uma passiva (Bishop, 2003 b)). O aquecimento passivo caracteriza-se pela utilização de métodos externos de aumento da temperatura muscular e de core, ou seja, sem a realização de movimentos corporais ativos, por exemplo: um banho quente. Este método de aquecimento permite obter o aumento da temperatura muscular igualmente alcançado pelo aquecimento ativo sem esgotar os substratos (Bishop, 2003 a)) .O aquecimento ativo é caracterizado por exercícios corporais que visam mobilizar os principais grupos musculares, provocando efeitos positivos ao nível do metabolismo muscular, desempenho das fibras musculares, velocidade de condução dos impulsos nervosos para a fibra muscular e vice-versa, elevação da cinética de utilização de oxigénio e potenciação pós-ativação (McGowan, Pyne, Thompson, & Rattray, 2015).

Neste panorama, é importante compreender os efeitos das diferentes metodologias de aquecimento. No entanto, isto é algo que deve ser adequado à modalidade ou à tarefa a desempenhar. Então é imprescindível colocar especificidade da modalidade na rotina de aquecimento (Gonzalo-Skok, Sánchez-Sabaté, Izquierdo-Lupón & De Villarreal, 2018). Adicionalmente, o basquetebol inclui ações tanto unilaterais como bilaterais em que o vetor de força varia tanto na horizontal como na vertical durante ambas as fases de jogo, ofensiva e defensiva, como: ressaltos, sprints, roubos de bola, lançamentos na passada, power shot, lançamento exterior, desarmes de lançamento, etc; (Gonzalo-Skok et al., 2018), pelo que será importante adicionar este tipo de movimentos à rotina de aquecimento.

No basquetebol, todos os jogos expõem os jogadores a uma enorme variedade de constrangimentos2 (espaço e tempo) impostos pelos jogadores adversários (Scanlan, Tucker, Dascombe, Berkelmans, Hiskens, & Dalbo, 2015). O jogo é feito de ações, decisões e reações, sendo que todas as ações de jogo levam a uma reação, os jogadores para além de terem que estar fisicamente preparados para efetuarem (re)ações efetivas têm que estar preparados psicologicamente para tomar as melhores decisões. O estudo de Shea & Khol (1990) verificou que a utilização de exercícios variados revelou ser uma boa estratégia para melhorar a memória, após terem realizado um teste de retenção, o que sugere que os jogadores estarão mais preparados para a tarefa seguinte se antes realizarem exercícios variados e específicos. Infelizmente, a maioria dos treinadores utiliza procedimentos de aquecimento através de vivências e experiências pessoais e não mais baseados em evidência científica (Bishop, 2003; McGowan et al., 2015).

2 São todas as ações exercidas durante o jogo que impedem ou dificultam a concretização do objetivo do

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Os jogadores precisam de ajustar constantemente as suas ações consoante os diferentes constrangimentos de jogo, então, o aquecimento deve também servir para preparar os jogadores para a lidar com esses constrangimentos de forma efetiva. Sendo assim, um aquecimento deve preparar os jogadores não só fisicamente e fisiologicamente, mas também a nível psicológico, incluindo adversidades específicas de jogo para ativar os processos cognitivos (Moras, Fernández-Valdés, Vázquez-Guerrero, Tous-Fajardo, Exel, & Sampaio, 2018).

A literatura é escassa a nível do efeito do aquecimento na performance competitiva nos jogos desportivos coletivos, devido à dificuldade em avaliar a performance durante o jogo (Silva et al. 2018). Contudo, o estudo nesta área pode ser relevante para os treinadores, preparadores físicos e investigadores das ciências do desporto, alterando e manipulando várias estratégias de forma a otimizar a performance consoante as características da competição ou treino. Atualmente, já existem inúmeros estudos que relacionam o aquecimento com a performance (Ide, Moreira, Schoenfeld, Lodo, dos Reis Santos, Lopes & Aoki, 2017; McCrary, Ackermann, & Halaki, 2015; McGowan et al., 2015). Porém, é difícil chegar a conclusões concretas, devido à vasta diversidade de componentes de carga, como duração, volume e intensidade, dos diferentes protocolos de aquecimento.

Posto isto, o problema em estudo pretende testar o efeito de dois protocolos de aquecimento diferentes (maior variabilidade vs menor variabilidade de ações) na performance desportiva. O primeiro será um aquecimento tradicional, constituído por tarefas técnicas (repetição associada à técnica, aprendizagem por repetição), repetidas e específicas do basquetebol, utilizado habitualmente pelas equipas, já o segundo será constituído por tarefas muito variadas (variabilidade associada à habilidade, aprendizagem por variabilidade da tarefa) também com mais implicações cognitivas, que se aproximam à complexidade do jogo.

1.2 Objetivos do Estudo

O principal objetivo do estudo é comparar e analisar os efeitos de dois programas de aquecimento durante os mesmos, utilizando acelerometria, GPS e cardiofrequencimetro, e após através de indicadores físicos: impulsão vertical, tempo de sprint e agilidade em jovens jogadores de basquetebol, um aquecimento baseado numa metodologia repetitiva e outro numa metodologia não repetitiva, ou seja, variada com diversos exercícios de coordenação com a realização de várias tarefas em simultâneo e reação ao estimulo visual, todos diferentes uns dos outros. Espera-se verificar que um aquecimento mais variado promova resultados positivos a nível fisiológico e físico e, essencialmente, promova uma boa ativação cognitiva.

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2. Revisão da literatura

2.1 Caracterização do Jogo de Basquetebol

O basquetebol é um desporto intermitente que combina ações de alta intensidade (sprints, saltos, mudanças de direção, deslizes de alta intensidade) com ações de baixa intensidade (corrida lenta, deslizes de baixa intensidade) (Fortes, et al., 2018; Pagaduan, Pojkic, Uzicanin & Babajic, 2012; Puente, Abián-Vicén, Areces, López, & Del Coso, 2017), e tem uma duração de quarenta minutos, segundo as regras oficiais da FIBA. O jogo caracteriza-se por uma panóplia de ações determinantes, em que o sucesso dos desportistas assenta na capacidade de cada um efetuar as mesmas o mais rápido e economicamente possível. Para além disto, as características físicas e fisiológicas dos jogadores como a estatura corporal, a resistência à fadiga, a relação entre potência anaeróbia e potência aeróbia, são alguns dos principais fatores que influenciam a performance dos jogadores (Hoffman, 2003; Ostojic, Mazic & Dikic, 2006).

As ações podem ser classificadas como: parado/andar lentamente; corrida lenta ou jogging; corrida moderada; corrida elevada; sprint; deslizes defensivos de baixa, moderada e alta intensidade; movimentos de salto; mudanças de direção; drible; movimentos de membros superiores (Tabela1.). Estas ações diferem na intensidade, distância e duração (Milanović, et al., 2018) em que a cada dois segundos em média há alteração do movimento (Matthew & Delextrat, 2009; McInnes, Carlson, Jones, & McKenna, 1995). Além disso, os jogadores percorrem uma distância média total entre 4404 e 7558 metros (Stojanović et al. 2018) e a distância percorrida num sprint varia entre 3 e 9 metros (Scanlan, Dascombe & Reaburn, 2011). Com isto podemos concluir que o jogo de basquetebol exige vários padrões de movimento que devem ser selecionados consoante os constrangimentos impostos durante o mesmo.

Fisiologicamente, para além da importância da potência, capacidade aeróbia e capacidade anaeróbia dos desportistas, são de extrema importância na explosividade das ações ao longo do jogo (Puente et al., 2017). Estudos prévios verificaram que a frequência cardíaca dos jogadores durante o jogo situa-se entre os 80-90% da frequência cardíaca máxima e as concentrações de lactato sanguíneas entre 3,2 e 6,8 mmol/L (Abdelkrim, El Fazaa & El Ati, 2007; McInnes et al. 1995; Narazaki, Berg, Stergiou & Chen, 2009).

Adicionalmente às ações e respostas fisiológicas a performance do jogador também é determinada pela eficácia da tomada decisões (Vieira & Garganta, 2003), sendo que quanto mais rápido, antecipado e eficaz for o processamento de informação por parte do jogador mais veloz será na tomada de decisão e na própria execução das ações de jogo. Isto indica que há uma relação entre as características físicas/fisiológicas e as características psicológicas. Tendo em

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conta todas estas particularidades é importante que os jogadores se encontrem fisicamente e psicologicamente aptos para o jogo desde o início, facto que atribui importância ao aquecimento.

Referência Objetivo & Amostra Ações Distância (m) Duração (s) Nº Vezes (30min)

Delextrat et al 2017 Descrição detalhada das ações de jogo e comparar os mesmo entre os quartos. 42 jogadores da Liga Feminina 1 Espanhola Andar Jogging

Intensidade dos Sprints Baixa (<6km/h), Média (6– 9km/h), Elevada (>9km/h) Saltar Deslizes Posição Parado 3,02 3,86 1,90 1,23 1,43 1,21 3,25 1,09 Klusemann et al 2013 Quantificar e comparar as ações exigidas pelo jogo. 8 Elite Juniores da

Austrália

Parado-Andar

Jogging

Correr

Sprint Baixo, Médio, Alto

Deslizes Saltos 809 255 102 94; 193;26 26 19 Abdelkrim et al 2010 Examinar as exigências do jogo durante a competição real e determinar a relação entre a capacidade física dos

jogadores e o desempenho dos jogos. 18 Elite Juniores da Tunísia Andar Jogging Correr Corrida passada larga

Sprint

Corrida Lateral Deslizes Baixo, Média e

Alta intensidade 1720 1870 928 406 763 218 606;691;169

Erčulj 2008 Quantificar a distância percorrida e a velocidade média. 23 jogadores do Campeonato Nacional Masculino da Eslovénia Andar Jogging Correr Sprint Distância Total = 6462

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2.2 Aquecimento

O aquecimento é frequentemente utilizado no início dos treinos e jogos ou em qualquer outra atividade física ou desportiva mais ou menos intensa. Tem como principal objetivo preparar o organismo para atividade melhorando a performance dos jogadores e ainda diminuir o risco de lesão (Silva et al., 2018), pois o organismo está preparado para as altas exigências da atividade seguinte. Existem diversos estudos que procuram identificar a melhor estratégia de aquecimento (Silva, et al 2018; Bishop, 2003; McGowan et al, 2015; Ide et al., 2017; Ribeiro, Romanzini, Schoenfeld, Souza, Avelarm & Cyrino, 2014; Grooms, Palmer, Onate, Myer & Grindstaff, 2013; Gregson, Batterham, Drust & Cable, 2005) no entanto, é difícil chegar a um consenso devido à enorme quantidade de variáveis que um aquecimento pode contemplar. É certo que ocorrem importantes alterações agudas benéficas a nível fisiológico, como: o aumento da circulação de sangue nos músculos, aumento da velocidade de troca de substratos e remoção de metabolitos, diminuição da viscosidade muscular, diminuição da rigidez músculo-tendinosa, aumento taxa de impulsos nervosos e velocidade de condução dos mesmos, alteração da relação força-velocidade, aceleração das reações metabólicas - glicólise e reações do sistema ATP-CP - (Bishop, 2003; Hedrick, 1992; Ribeiro, et al., 2014).

Sugere-se que um aquecimento deva incluir uma parte aeróbia de intensidade moderada a elevada com o objetivo de aumentar a temperatura muscular e corporal e a cinética do consumo de oxigénio; uma parte com exercícios de alongamento de contração ativa e dinâmica para preparar as estruturas músculo-tendinosas a alcançarem amplitudes musculares necessárias, sem haver lesão do tecido, ativar a interação entre miosina e actina e os mecanismos de excitação neural (Gellen, 2010); e uma grande parte do tempo de aquecimento deve ser ocupado com ações de caráter específico ao jogo, ou seja, movimentos e técnicas utilizadas em jogo (Andrade, Henriquez – Olguín, Beltran, Ramirez, Labarca, Cornejo & Ramirez-Campillo, 2015; Fortes et al., 2018). No entanto, a fase de aquecimento não deve ser demasiado intensa de modo

Scanlan 2011 Descrever fisiologicamente as exigências do jogo por

jogadoras femininas de basquetebol australiano e comparar entre períodos e posições 12 jogadoras do Campeonato de Queensland (Austrália) Andar Jogging Correr Sprint

Deslizes Baixa intensidade Deslizes Alta intensidade

Driblar 456 1517 1850 925 70 55 342 869 855 407 99 76 17 1000

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a não promover fadiga muscular periférica precoce e consequentemente diminuição da performance (Bishop, 2003). O aquecimento provoca efeitos agudos, por isso o tempo entre o aquecimento e a performance da tarefa não deve ser superior a dez minutos (Galazoulas et al., 2012), porque após dez minutos de repouso posteriores ao aquecimento resulta na diminuição significativa da temperatura muscular (pode variar consoante a temperatura ambiente), consequentemente da diminuição da frequência dos impulsos nervosos, diminuição da taxa de reações para a produção de energia e, ainda, diminuição da disponibilidade de glucose no plasma (Welsh, Davis, Burke & Williams, 2002).

2.3 Diferentes Abordagens de Protocolos de Aquecimento

Os protocolos de aquecimento mais comuns consistem numa componente de atividade aeróbia de intensidade progressiva baixa a moderada, uma componente de alongamentos dinâmicos e ativos e, ainda, por uma componente específica à tarefa para a qual os desportistas se estão a preparar, como descrito no subcapítulo (Bishop, 2003; McGowan et al., 2015; Kyranoudis, Nikolaidis, Ispirlidis, Galazoulas, Alipasali & Famisis, 2018; Ribeiro et al., 2014; Roland & Heimburg, 2016). A componente específica deve conter exercícios representativos da tarefa subsequente (Burkett, Phillips & Ziuraitis, 2005), por exemplo, no basquetebol, o lançamento na passada, as mudanças de direção com bola, os passes, etc., são alguns movimentos que devem estar incluídos no protocolo de aquecimento, preparando assim o jogador para os poder realizar posteriormente em situação de jogo (Hedrick, 1992), de forma económica, com maior intensidade e melhor coordenação neuromuscular, devido ao aumento da velocidade de transmissão dos impulsos nervosos (Hedrick, 2000). Vários estudos já comprovaram que incluir exercícios específicos é determinante para a melhoria da performance dos jogadores quando comparados com aquecimentos que não incluem esses exercícios específicos, melhorando a ativação neuromuscular para realizar os movimentos exigidos durante a competição (Abad et al., 2014; Andrade et al., 2015; Barnes et al., 2016; Burkett et al., 2005; Ribeiro et al., 2014; Roland & Heimburg, 2016; Van den Tillaar, Lerberg, & von Heimburg, 2016; Zourdos, Bazyler, Khamoui, Park, Lee & Kim, 2017).

Como já foi referido, um exercício específico é aquele que acontece em jogo, como por exemplo, um lançamento na passada realizado em contra-ataque com pressão defensiva. Os exercícios específicos podem ser substancialmente alterados através da modificação de vários parâmetros como a velocidade de execução, duração, com ou sem salto, força aplicada e espaço (Roth, 1989). Estas variações à estrutura original do movimento, mantêm a especificidade do mesmo, mas podem ser criadas outras variações que podem tornar este exercício num exercício não específico, como por exemplo, se o lançamento na passada em contra-ataque for realizado com

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uma bola de ténis, a estrutura é a mesma, mas como já não é realizado com um objeto que pertence ao jogo já não podemos considerá-lo como um exercício específico, mas sim variado. Em relação aos efeitos da especificidade no aquecimento, Andrade et al., 2015 comparou cinco aquecimentos com diferentes características. Um aquecimento referente ao grupo de controlo (descanso); um de saltos (3 séries de 8 CMJ mais 3 séries de 8 drop jump); um outro de corrida (cinco minutos de corrida a 70% da FCmáx); outro de alongamentos estáticos (seis exercícios estáticos com duração de vinte segundos e quinze de descanso entre eles); e finalmente um combinado que consistia em saltos, corrida e alongamentos. Avaliaram o drop jump, o CMJ e o

squat jump. Os resultados evidenciaram que o aquecimento combinado e o aquecimento de

saltos obtiveram melhores resultados nos testes, no entanto apenas o de saltos provocou claramente melhores resultados no CMJ comparativamente a todos os outros, então isto sugere que o aquecimento específico é essencial para preparar os jogadores para a tarefa seguinte e que se a tarefa seguinte inclui movimentos que exijam a utilização dos ciclos de alongamento-encurtamento, então aquecimento também terá que conter exercícios que o solicitem. Num outro estudo o efeito da especificidade do aquecimento na prestação do countermovement jump foi avaliada utilizando quatro protocolos de aquecimentos com características diferentes; dois aquecimentos específicos, um com carga adicional (saltos com peso adicional de 10% da massa corporal de cada indivíduo) e o outro sem carga adicional; um aquecimento não específico que consistia em quatorze exercícios de alongamento passivo com duração de vinte segundos cada; e uma situação de controlo na qual não se realiza aquecimento. Os autores concluíram que o aquecimento específico com resistência promoveu melhores resultados no countermovement

jump, enquanto nos outros protocolos não existiram diferenças significativas (Burkett et al.,

2005). Para além disto, a intensidade da mesma deverá ser a mais próxima à intensidade da tarefa seguinte para que haja aumento na performance (Zourdos et al., 2017). Estes resultados vão de encontro ao estudo de Sousa Fortes et al., 2018, no qual verificaram que um aquecimento que incluiu saltos promoveu melhores resultados na avaliação do countermovement jump e

sprint, confirmando que a componente específica é fundamental para a melhoria da performance,

devendo ser incluídos nas rotinas de aquecimento.

O jogo exige um nível de atenção extremamente alto, devido à enorme quantidade de constrangimentos impostos, sendo que é praticamente impossível diferentes jogos promoverem exatamente as mesmas solicitações. As estratégias de aquecimento mais utilizadas passam pela realização de movimentos específicos ao jogo, mas de forma repetitiva, sendo que apesar de promoverem a preparação do jogador a nível fisiológico, poderão provavelmente exigir menor ativação a nível cognitivo, comparando à que se verifica durante o jogo (Gabett, Sheppard, Pritchard-Pescheck, Leveritt & Aldred, 2008). Apesar de vários estudos mostrarem que um

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aquecimento específico repetido promove bons resultados quando comparado com um não específico, a inclusão da variabilidade de movimentos nos protocolos não tem sido muito explorada. De facto, a repetição poderá estar associada à perceção de um aquecimento analítico, algo que dificilmente acontece em situação de jogo. Sendo assim, uma metodologia mais variada e simultaneamente específica poderá ser mais oportuna para atingir os efeitos pretendidos, como por exemplo melhorar a qualidade da tomada de decisão e execução motora (Passos, Araújo, Davids, & Shuttleworth, 2008; Vieira & Garganta, 2003). A adição de variabilidade no aquecimento consiste na realização de exercícios específicos ao jogo (e.g. lançamento na passada, lançamento exterior, aro passado, passes, etc.), mas em diferentes contextos de variabilidade (e.g. passes com trabalho de pés nas escadas, drible com a adição de uma bola de ténis, etc.) e que exijam constantes níveis de adaptações (Schollhorn et al., 2010).

A variabilidade tem sido estudada para promover a aprendizagem, pois providencia o aumento da ativação de mecanismos de memória e, sobretudo, de atenção. Utilizar a fase de aquecimento, para preparar os jogadores para a competição, sob o ponto de vista psicológico requer que todas essas estruturas cognitivas estejam bem ativas, por isso fará sentido utilizar metodologias com este propósito. Estudos como o de Henz & Schollhorn (2016) mostraram que a aprendizagem de um movimento feita com o recurso a métodos de muita variabilidade facilita a consolidação precoce na aprendizagem motora. Reforçar um traço de memória somatossensorial pode explicar o aumento das taxas de aprendizagem motora, por fim, esse traço de memória torna-se mais estável na presença de interferências e distúrbios o que promove processos cognitivos como a atenção. Sendo assim, organizar o aquecimento de forma a ativar todo este processo pode ser benéfico para a performance desportiva.

Foram comparados dois aquecimentos, um que consistia em habilidades fechadas, ou seja habilidades que não exigem a componente cognitiva reativa, e outro aquecimento com habilidades abertas, que incluem esse estímulo cognitivo, as performances dos testes velocidade de mudança de direção; agilidade reativa; e sprint 10 metros foram mantidas em ambos os aquecimentos, no entanto nenhum dos testes de desempenho avaliou a habilidade técnica específica do jogo (Gabett et al., 2008). Posto isto, este estudo pretende comparar e analisar os efeitos de um aquecimento mais variado tanto a nível físico e fisiológico, como a nível cognitivo com um aquecimento tradicional. Ainda não há estudos que procuram estudar os efeitos dos diferentes tipos de aquecimentos, nomeadamente aquecimentos com exercícios variados a nível cognitivo e reativo, ou seja, não há estudos que procuram qual a melhor metodologia de aquecimento para os jogadores estarem preparados para a tomada de decisão do jogo que é essencial para uma performance positiva.

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3. Metodologia

3.1. Caracterização da Amostra

A amostra do estudo foi composta por dez jovens jogadores federados (idade:14,9±1,4 anos; massa corporal: 58,8±8,0 Kg e altura: 171,5±10,9 cm – Tabela 2.) do género masculino que se voluntariaram para integrar o estudo. Todos os jogadores tinham pelo menos três anos de prática da modalidade de basquetebol, sem histórico de lesão inferior a dois meses.

Numa primeira sessão de esclarecimento foi entregue um documento informativo (ver anexo A), incluindo todos os procedimentos, benefícios e riscos inerentes à participação no estudo. Foram assegurados o anonimato e a privacidade dos participantes, assim como o consentimento dos encarregados de educação.

Numa primeira fase os jogadores realizaram três sessões de familiarização com o aquecimento variado, apenas uma com o aquecimento tradicional, pelo facto de os jogadores já realizarem uma metodologia idêntica antes dos seus jogos e uma sessão de familiarização com os testes físicos. Posteriormente realizaram quatro sessões experimentais, duas relativas ao aquecimento tradicional e duas ao aquecimento variado, isto porque durante os mesmos foram avaliados, nos testes físicos, cinco jogadores de cada vez (selecionados de forma aleatória) em cada uma das sessões. O tempo entre a primeira e segunda sessão foi de vinte e seis horas, entre a segunda e a terceira foi de quatorze horas e entre a terceira e quarta foi de oito horas.

Nomes

Idade

Anos de

Prática

Massa

Corporal (kg)

Altura

(m)

FC

Repouso

A

18

8

64,4

177,1

52

B

16

10

50,7

152,6

75

C

14

7

63,2

173,2

62

D

14

4

46,3

161,9

75

E

16

6

58,1

168,2

60

F

14

9

47,5

158,8

83

G

14

7

62,7

179,5

45

H

15

3

67,0

188,3

61

I

14

6

59,8

175,7

67

J

14

4

68,4

179,5

55

(27)

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3.2. Instrumentos e Medições

Estatura e Massa Corporal

Para aferir a estatura e a massa corporal foi utilizada uma balança com estadiómetro acoplado (Seca, α 220 digital low form scale, Birmingham, UK). Para a estatura, foi definida a distância, em linha reta, entre o ponto mais alto do crânio (vértex) e o ponto mais baixo (planta do pé), estando os sujeitos em posição ereta, posicionados segundo o plano de Frankfurt. Foram medidos descalços, com os calcanhares juntos, o cóccix, a coluna dorsal e a parte occipital em contacto com o estadiómetro. A leitura foi expressa em centímetros, com aproximação às décimas, sendo o valor registado após inspiração profunda. Realizaram-se duas medições, sendo que se a diferença entre elas fosse superior a 0,2 centímetros realizar-se-ia uma terceira medida e registou-se a média das três, caso fossem só necessárias duas medidas, então realizou-se a média das duas.

Para a massa corporal os sujeitos foram colocados no centro da plataforma da balança (Seca, α 220 digital low form scale, Birmingham, UK) descalços e apenas em calções, onde permaneceram imóveis até à finalização da medição. A leitura foi realizada após a estabilização dos dígitos da balança e a massa corporal expressa em Kg, com aproximação às décimas.

Sprint 5 metros e sprint 10 metros

Os participantes efetuaram dois sprints de 10 metros, com pelo menos dois minutos de recuperação entre eles. Registou-se a velocidade de corrida usando as distâncias de 5 e 10 metros (com registo do tempo aos 5 e aos 10 metros). O sprint efetuado com menor tempo foi o selecionado para a análise de dados. Durante o período de recuperação entre os sprints, os participantes voltaram para a linha de partida aguardando a sua vez de repeti-lo. De forma a minimizar o erro de medição, foram utilizadas células fotoelétricas (Microgate, Bolzano, Itália) colocadas no início, a 5 metros e a 10 metros da linha de partida. Os jogadores foram instruídos para iniciar cada sprint a partir de uma linha posicionada a 0,3 m atrás da linha de partida e a cronometragem iniciou-se aquando da interrupção do primeiro feixe de luz. Foi indicado aos jogadores para percorrerem a distância o mais rápido possível e desacelerarem após passagem pelos 10 metros.

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Teste de Agilidade

Os participantes posicionaram-se sem bola na linha final do campo de basquetebol. Ao sinal (sonoro e visual) iniciaram o sprint até à linha de lance-livre (5,80m) onde estava uma fitligth (SIBOASI Speed 5.0 Agile Reaction Lights), que consoante a cor transmitida pela mesma (verde: direita; vermelho: esquerda) realizaram deslizes defensivos até encontrarem uma bola de basquetebol colocada próxima da linha de triplo lançamento (distância da linha cesto-cesto à linha de triplo, onde se encontrava a bola = 5,30m). De seguida deslocaram-se frontalmente em drible até encontrarem uma linha registada (5,05m) e a seis metros um alvo para acertar por passe com a bola de basquetebol. Após isso, continuaram o exercício realizando deslizes defensivos até à linha cesto-cesto (5,30m), correram frontalmente até meio campo (3,00m) onde se deparam por outra fitligth tendo que deslizar defensivamente entre dois cones (distância total entre cones foi de 9,00m). Voltaram para o meio campo em corrida à retaguarda e deslizaram para o lado contrário, ao qual inicialmente foram, e realizaram o passe para acertar num outro alvo idêntico novamente. Finalmente, seguraram outra bola e efetuaram slalom3 em quatro cones (distância entre cones foi de 1,25m) até ao cesto onde finalizaram (Figura 1.). O teste terminou após a bola passar o aro na sua totalidade. Este teste foi repetido duas vezes por cada jogador, registou-se o tempo de realização das duas repetições do teste e foi utilizado o melhor resultado para posterior análise.

3 Ato de contornar os cones em drible Figura 1. Teste de Agilidade

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Teste de Impulsão Vertical

Para medir as variações da potência de membros inferiores utilizou-se o protocolo de salto vertical: Countermovement Jump (CMJ). O CMJ foi realizado de acordo com o protocolo de Bosco, Luhtanen e Komi (1983). Início numa posição de pé com um contramovimento primário até à posição de 90º da articulação coxa-perna, seguido por um salto vertical de esforço máximo. Foi-lhes instruído para manter as mãos nas cristas ilíacas de forma a minimizar a contribuição dos mesmos na prestação. Os participantes realizaram três tentativas separadas por uma recuperação de dois minutos. O melhor resultado foi utilizado para posterior análise. O equipamento utilizado para este teste foi um Optojump System (Microgate, Bolzano, Italy).

Acelerometria Triaxial e Frequência Cardíaca

Os dados relativos à posição e frequência cardíaca (FC) foram recolhidos através do uso individual de unidades WIMU (Realtrack Systems, Almería, Spain), com bandas de frequência cardíaca acopladas (Garmin, Soft Strap Premium, USA). A validez e a fiabilidade do sistema de WIMU® foram relatadas previamente e sua operação e manipulação são documentadas por Bastida-Castillo, Gómez-Carmona, De la Cruz-Sánchez, Reche-Royo, Ibáñez & Pino Ortega, 2019. O erro médio absoluto da medida é inferior a 5,2 ± 3,1 cm para a posição x e 5,8 ± 2,3 cm para a posição y (Bastida-Castillo, el al., 2019). Para diminuir o erro de medição e aumentar a validade e fiabilidade do sistema, os jogadores usaram a mesma unidade em todas as situações do aquecimento.

A análise fisiológica consistiu em utilizar os valores de FC dos jogadores para cada aquecimento, a fim de avaliar a entropia da amostra de monotonia da FC (sampEn). Monotonia, é usualmente utilizado como uma medida da variação do dia-a-dia da carga horária de treino, durante uma semana de treinos (Comyns & Flanagan, 2013), foi aplicado para medir a variação da FC dos jogadores para cada aquecimento. Foi calculado dividindo a FC média dos jogadores pelo desvio padrão da FC durante o aquecimento. Por outro lado, a sampEn foi utilizada para avaliar a regularidade da FC de cada jogador durante o aquecimento. SampEn (m, r, n) é definido como o logaritmo natural negativo da probabilidade condicional de que duas sequências semelhantes para pontos m (comprimento do vetor a ser comparado), permaneçam semelhantes no próximo ponto m + 1 (Richman & Moorman, 2000). Os valores utilizados para o cálculo do sampEn foram 2 para o comprimento do vetor (m) e 0,2 * DP para a tolerância (r) (Silva, Duarte, Esteves, Travassos & Vilar, 2016). Os valores de sampEn variam de zero para o infinito, onde os valores próximos a zero eram indicativos de maior regularidade na FC, já quanto maior o sampEn, mais imprevisível a FC.

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As coordenadas espaciais dos jogadores, recolhidas pelas unidades WIMU, foram exportadas para computador usando o software MATLAB® (MathWorks, Inc., Massachusetts, EUA) Gonçalves, Coutinho, Santos, Lago-Penas, Jiménez & Sampaio, 2017). A distância total percorrida e a distância percorrida em diferentes velocidades foram medidas como variáveis físicas. A distância percorrida em diferentes velocidades de movimento foi adaptada de um estudo anterior de basquetebol (Puente et al., 2017) e padronizada nas quatro categorias de velocidade a seguir: caminhada (≤ 6 km/h); jogging (6,1 – 12 km/h); corrida moderada (12,1 – 18 km/h); e sprint (≥ 18,1 km/h). Adicionalmente, o player load, o número de acelerações totais e desacelerações totais (> 2 m/s2) e (<-2 m/s2)), respetivamente foram calculadas pelo sistema de WIMU PRO (Vazquez-Guerrero, et al., 2018).

Ainda, antes da aplicação dos aquecimentos, foi medido frequência cardíaca de repouso através de um monitor digital automático de pressão arterial (Shanghai Little Doctor Eletronics, LD-578) após cinco minutos de repouso na posição sentada, com o objetivo de perceber a condição física dos diferentes jogadores.

4. Análise Estatística

As variáveis em estudo serão analisadas através do método da caixa-de-bigodes para identificar outliers e possíveis erros de entrada de dados. O desenho do estudo implica a testagem de diferenças nas variáveis dependentes (Acelerações, Desacelerações, Dispêndio Energético,

Player Load, Distância Percorrida, Frequência cardíaca, CMJ, Velocidade 10m, Velocidade 5m

e Agilidade), de acordo com os níveis definidos para a variável dependente (dois níveis: aquecimento tradicional ou aquecimento variado). Esta testagem foi realizada com o recurso a métodos estatísticos Bayesianos com recurso ao software de estatística JASP (versão 0.10.2). Foram realizados testes-t emparelhados, calculando o factor de Bayes no sentido de verificar se existe mais suporte para a hipótese nula (BF01, aquecimento tradicional) ou alternativa (BF10, aquecimento variado). Foram também calculados os coeficientes de correlação de Pearson (bayesianos) entre os valores das variáveis recolhidas em ambos os protocolos de aquecimento.

5. Intervenção

O objetivo deste estudo passa por comparar o efeito de um aquecimento tradicional (com características do método repetitivo) com um aquecimento variado (onde prevalece a variabilidade dos movimentos) na performance desportiva. Após uma primeira sessão de esclarecimento com os jogadores, seguiram-se três sessões de familiarização com o protocolo variado, uma com o protocolo tradicional e testes avaliativos. Posteriormente, os jogadores

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efetuaram os dois protocolos de aquecimento em quatro sessões, as duas primeiras relativas ao aquecimento tradicional e outras duas relativas ao aquecimento variado. Logo após terminarem o aquecimento, foram avaliados cinco jogadores por sessão nos protocolos definidos. As sessões dos protocolos completos foram realizadas em dias diferentes e em horas diferentes, mas no mesmo pavilhão. O tempo mínimo entre sessões foi de 8 horas e o máximo de 26 horas, tendo na primeira sessão o tempo total de aquecimento ter sido de 15:11 minutos (aquecimento tradicional), na segunda foi de 16:08 minutos (AT), na terceira de 23:09 minutos (aquecimento variado) e na quarta sessão durou 19:04 minutos (AV).

O aquecimento tradicional consistiu na distribuição dos jogadores em duas colunas (Figura 2.), numa os jogadores tinham uma bola. Deslocaram-se para o cesto em drible e lançaram ao cesto de diferentes formas, sem condicionantes (Quadro 2.). Os jogadores da outra fila apenas correram em direção ao cesto para apanhar a bola no ressalto e trocaram de filas. Efetuaram lançamentos tanto do lado esquerdo como do direito, tendo o aquecimento uma duração total de dezasseis minutos. Mal terminaram o aquecimento direcionaram-se logo para o teste de salto onde efetuaram três ensaios, de seguida para o de sprint dez metros tendo cada um feito dois ensaios e no teste de agilidade o mesmo.

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No que diz respeito ao aquecimento variado os jogadores foram distribuídos por duas colunas na linha final fora do campo de basquetebol em lados opostos (Figura 3.) e efetuaram os exercícios variados (Quadro 3.) em direção ao meio campo e posteriormente foram em drible até ao cesto para realizar diferentes finalizações (Tabela 3.). Ao terminar trocaram de coluna e voltaram a efetuar os diferentes exercícios variados referente ao lado que estavam. O aquecimento teve a duração de vinte minutos. Por fim, dirigiram-se para os testes da mesma forma que foi feito nas sessões anteriores.

Aquecimento Tradicional Tempo (minutos)

Lançamento na Passada 2

Power Shot 2

Aro Passado 2

Lançamento na área de dois

pontos 1

Lançamento de triplo 1

Quadro 3. Descrição das finalizações do lado direito e esquerdo do aquecimento tradicional.

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Aquecimento Variado

Lado Esquerdo Lado Direito

Skipping dentro-dentro/fora-fora, a rodar bola em

torno da cintura;

Lateralmente à escada, skipping frente-lado-trás, simultaneamente simula passes de peito;

Saltos tesoura, entre movimentos atira bola ao ar e dá uma palma atrás das costas;

Em drible, skipping com um pé a entrar e a sair da escada drible;

Em drible, skipping com um pé a entre e a sair da escada;

Skiping em zig-zag a driblar duas bolas em

simultâneo; Prancha dinâmica c/ bola de basquete a

acompanhar.

Hurdle jumps por cima da escada c/ bola;

De costas, skipping dentro-dentro/fora-fora; Skipping 1 pé dentro e dribla bola de basquete a

largar/agarrar bola de ténis;

Skiping em zig-zag a driblar duas bolas em

simultâneo;

Skipping a segurar bola, recebe/devolve bola com

a própria bola; Lateralmente à escada, skipping

frente-frente-trás-trás, a trocar passes com o treinador;

Em drible, skipping 1 pé, recebe/devolve bola de ténis (troca de mão);

Drible com resistência de um colega (agarrar por trás);

Agarrar nos ombros em sentido contrário + MD ao sinal do colega;

Com duas bolas, drible em deslizamento lateral + Mudança de Direção (MD) pela frente e trás das costas;

Duas bolas, deslizamento lateral 2 dribles + MD pela frente;

Slalom a driblar duas bolas de diferentes tamanhos; Slalom consoante cor do cone;

Drible em deslizamento lateral (uma bola) e recebe/devolve bola de ténis;

Slalom c/drible de proteção;

Mudanças de direção com o punho fechado Slalom c/drible, MD c/bola de ténis na mão;

Slalom 3 MD’s seguidas; Contornar cones em drible com bola de ténis

‘‘larga/segura’’;

Slalom em cones com MD por baixo das pernas (só

com uma mão - esquerda), com a outra mão larga/agarra bola de ténis.

Drible em direção à bola de ténis.

(34)

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6. Resultados

Os resultados obtidos para descrever as variáveis que caracterizaram os protocolos de aquecimento tradicional e variado encontram-se no Quadro 7. Ainda neste quadro, podem ser encontrados os resultados dos testes de aptidão física que foram realizados imediatamente após os protocolos de aquecimento (CMJ, Sprint 5m e 10m, Agilidade).

Quadro 6. Variação média e dispersão dos valores das variáveis em estudo nos

dois protocolos de aquecimento.

Variáveis Aquecimento Tradicional Aquecimento Variado

MédiaDP 95%IC MédiaDP 95%IC

Acelerações (m/s-2) 15,800,87 15,17-16,42 20,400,81 19,82-20,98

Desacelerações (m/s-2) 15,720,93 15,05-16,38 20,260,77 19,70-20,81

Dispêndio Energético (kcal) 8,96±1,22 8,08-9,83 3,90±0,37 3,63-4,16

Player Load (u.a.) 1,25±0,17 1,13-1,37 1,03±0,16 0,91-1,14

Distância Percorrida (m) 88,60±4,09 85,67-91,53 60,31±2,07 58,83-61,79 Frequência cardíaca (SampEn) 0,20±0,10 0,13-0,23 0,13±0,07 0,07-0,12 CMJ (cm) 37,34±5,42 33,46-41,22 35,93±4,31 32,85-39,01 Velocidade 10m (s) 1,82±0,07 1,77-1,88 1,88±0,05 1,85-1,92 Velocidade 5m (s) 1,06±0,06 1,01-1,10 1,08±0,05 1,04-1,12 Agilidade (s) 20,52±0,10 19,81-21,23 19,61±1,18 18,77-20,46

Legenda: DP= desvio padrão; IC= Intervalo de confiança.

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Quadro 7. Valores do factor de Bayes para a hipótese nula

(BF

01

) e alternativa (BF

10

).

Variáveis

BF

10

BF

01

Acelerações 316176,3 0,0

Desacelerações 199851,6 0,0

Dispêndio Energético 215139,0 0,0

Player load 72,7 1,07e-07

Distância 9,32e+06 0,0

CMJ 1,4 0,7

Velocidade 10m 1,3 0,7

Velocidade 5m 0,6 1,8

Agilidade 1,4 0,7

Frequência cardíaca (SampEn) 14,5 0,6

No Quadro 7 encontram-se os valores do factor de Bayes, que apoiam a hipótese nula (BF01) ou alternativa (BF10). Os resultados evidenciaram valores mais elevados nas acelerações (15,80±0,87 vs 20,400,81; BF10=316176,3) e desacelerações (15,720,93 vs 20,260,77; BF10=199851,6) durante a realização do aquecimento variado; e na distância percorrida (88,60±4,09 vs 60,31±2,07; BF10=9,322e+06) , dispêndio energético (8,96±1,22 vs 3,90±0,37; BF10= 215139,0) e player load (1,25±0,17 vs 1,03±0,16; BF10= 72,7) durante o aquecimento tradicional. Já em relação aos testes de aptidão física a diferença entre os aquecimentos foi pouco relevante.

Quadro 8. Valores das correlações bayesianas de

Pearson entre os valores das variáveis recolhidas em

ambos os protocolos de aquecimento com intervalos

de confiança (95%) e valores do factor de Bayes (BF

10

).

r BF₁₀ 95%IC

Acelerações 0,51 1,0 -0,18-0,81

Desacelerações 0,48 0,93 -0,198-0,80

Dispêndio energético 0,76 6,7 0,160-0,92

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r BF₁₀ 95%IC

Distância percorrida 0,58 1,5 -0,094-0,84

Frequência cardíaca (SampEn) 0,80 11,0 0,234-0,94

CMJ 0,93 220,0 0,577-0,99

Velocidade 10m -0,05 0,4 -0,582-0,52

Velocidade 5m 0,21 0,5 -0,419-0,67

Agilidade 0,22 0,5 -0,412-0,67

Acelerações

a) b) c)

Figura 4. Acelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 4 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, além disso, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 316176,3 ver Figura 4 - painel b) é superior a 100, o que indica que há uma evidência extremamente forte para a confirmação da hipótese experimental. O diagrama de dispersão (Figura 4 - painel c) mede o grau de relacionamento linear entre ambos os protocolos de aquecimento, identificando a distribuição de todos os sujeitos em estudo. É possível que nesta variável existiu uma correlação positiva moderada (r=0,51 ver Quadro 9).

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Desacelerações

a) b) c)

Figura 5. Desacelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 5 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 199851,6 ver Figura 5 – painel b) é superior a 100, o que indica que há uma evidência extremamente forte para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 5 – painel c), mede o grau de relacionamento linear entre ambos os protocolos de aquecimento, identificando a distribuição de todos os sujeitos em estudo. É possível que nesta variável existiu uma correlação positiva fraca (r=0,48 ver Quadro 9).

Dispêndio Energético

a) b) c)

Figura 6. Dispêndio energético: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 6 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 215139,0 ver Figura 6 – painel b) é superior a 100, o que indica que há uma evidência extremamente forte para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 6 – painel c), é possível que nesta variável existiu uma correlação positiva forte (r=0,76 ver Quadro 9).

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Player Load

a) b) c)

Figura 7. Player Load: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 7 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 72,7 ver Figura 7 – painel b) indica que há uma evidência muito forte para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 7 – painel c) identifica que nesta variável existiu uma correlação positiva moderada (r=0,68 ver Quadro 9).

Distância Percorrida

a) b) c)

Figura 8. Distância Percorrida: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 8 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 9,32e+06 ver Figura 8 – painel b) o que indica que há uma evidência extremamente forte para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 8 – painel c) é possível que nesta variável existiu uma correlação positiva moderada (r=0,58 ver Quadro 9).

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Countermovement Jump

a) b) c)

Figura 9. Countermovement Jump: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 9 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 1,40 ver Figura 9 – painel b) mostra que a evidência é anedótica ou muito fraca para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 9 – painel c) é possível que nesta variável existiu uma correlação positiva muito forte (r=0,93 ver Quadro 9).

Velocidade 10 metros

a) b) c)

Figura 10. Velocidade 10 metros: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 10 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 1,3 ver Figura 10 – painel b) indica que há uma evidência anedótica para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 10 – painel c) é possível que nesta variável existiu uma correlação negativa trivial (r=0,05 ver Quadro 9).

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Velocidade 5 metros

a) b) c)

Figura 11. Velocidade 5 metros: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 11 – painel a) sugere que o BF suporta a hipótese nula, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese nula (BF10= 0,6 ver Figura 11 – painel b) indica que há uma evidência anedótica/moderada para a confirmação da hipótese nula. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 11 – painel c) é possível que nesta variável existiu uma correlação positiva muito fraca (r=0,21 ver Quadro 9).

Agilidade

a) b) c)

Figura 12. Agilidade: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 12 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 1,4 ver Figura 12 – painel b) sugere que há uma evidência anedótica para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 12 – painel c) a distribuição de todos os sujeitos em estudo indica que nesta variável existiu uma correlação positiva muito fraca (r=0,22 ver Quadro 9).

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Sofia Meireles

Frequência Cardíaca (SampEn)

a) b) c)

Figura 13. Frequência cardíaca: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada sujeito.

A variação da densidade (Figura 13 – painel a) indica que o BF suporta a hipótese alternativa, e ainda, a variação do factor de Bayes para a hipótese alternativa (BF10= 14,5 ver Figura 13 – painel b) aponta que há uma evidência forte para a confirmação da hipótese experimental. Em relação ao diagrama de dispersão (Figura 13 – painel c) é possível que nesta variável existiu uma correlação positiva forte (r=80 ver Quadro 9).

7. Discussão de Resultados

O objetivo deste estudo foi comparar e analisar dois tipos de aquecimentos diferentes, um considerado tradicional, um protocolo constituído por repetições de exercícios conhecidos e um outro protocolo com uma maior variabilidade de exercícios (aquecimento variado) na prestação desportiva. Os resultados obtidos evidenciaram que durante o aquecimento variado ocorreu um maior número de acelerações e desacelerações. Por outro lado, o dispêndio energético, player load e distância percorrida foram mais elevados no aquecimento tradicional. Em relação aos testes de aptidão física realizados pós-protocolos de aquecimento, as diferenças foram pouco relevantes, sugerindo que ambos protocolos conseguiram um efeito similar ao nível da resposta física. Os coeficientes de correlação entre os resultados de ambos os protocolos não foram muito elevados, à exceção dos obtidos no CMJ o que quer dizer que os resultados nesta variável são muito idênticos entre protocolos.

O aquecimento variado solicitou um maior número de acelerações e desacelerações quando comparado com o aquecimento tradicional (20,40±0,81 vs. 15,80±0,87 e 20,26±0,77 vs. 15,72±0,93, respetivamente), o que sugere que o aquecimento variado promoveu maiores exigências a nível do movimento, preparando melhor os jogadores para as exigências da competição. De facto, é consensual que o jogo requer elevada quantidade e variedade de

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Sofia Meireles

acelerações e desacelerações, logo, para o aquecimento ser efetivo deve aproximar-se à situação de jogo (Svilar, L., Castellano, J., & Jukic, I., 2019). Estas variações podem ser explicadas pelo protocolo utilizado, pois o aquecimento variado baseou-se em exercícios diversificados com diferentes padrões de movimento, enquanto que o aquecimento tradicional se baseou em exercícios com corrida em direção ao cesto e a respetiva finalização, sem grandes constrangimentos adicionais. Num estudo verificaram que o jogo 5x5 campo todo promove maiores acelerações comparando com exercícios apenas a meio campo (Schelling & Torres, 2016), da mesma forma, o estudo de Montgomery, Pyne & Minahan, 2010 confirma que o jogo 5x5 campo todo proporciona maiores acelerações do que jogo 5x5 a meio campo, ou seja, isto sugere que qualquer exercício a meio campo promove intensidades mais baixas do que o jogo campo todo, sendo ainda mais importante encontrar exercícios que promovam altas intensidades. Para além disso, parece importante que os exercícios utilizados no aquecimento também provoquem uma solicitação cognitiva aos jogadores, por exemplo, obrigando-os a identificar as ações de outros jogadores através do reconhecimento de padrões de movimento similares e treinando esse reconhecimento para se obterem respostas mais efetivas (Williams, 2009). De facto, o jogo é baseado em decisões e a tomada de decisão que depende da capacidade dos jogadores observarem, selecionarem uma resposta e (re)agirem. Este processo cognitivo deve ser realizado no menor tempo possível, porque o jogo está em constante mudança. Para além disso, todos os estímulos da competição são diferentes uns dos outros, com contextos diferentes, ou seja, o jogo é muito complexo e imprevisível, quer no processo ofensivo quer no processo defensivo (Sampaio, Mcgarry, Calleja-Gonzalez, Saiz, Del Alcazar & Balciunas, 2015). A nível ofensivo os jogadores devem ser capazes de antecipar as ações que os adversários irão realizar. Por exemplo, na saída de um bloqueio indireto, o jogador ao sair deste bloqueio tem que perceber qual será a melhor opção para ganhar vantagem, se vai fazer uma saída normal, um flare, um curl ou mesmo um backdoor cut. Isto acontece na maioria dos movimentos ofensivos, numa simples desmarcação, a decisão em resposta ao que o defensor faz é muito importante, pelo que os atacantes percecionam se o defesa está muito perto e então podem realizar um backdoor cut, ou se o defensor está a persegui-lo e então realizar um curl para criar uma vantagem espaço-temporal. De igual forma, pode ao receber a bola, fintar que vai continuar o movimento em drible na mesma direção e mudar para outra direção, porque o jogador ofensivo identificou que o jogador defensivo está atrasado, mas está a tentar antecipar aquele movimento.

Outras situações como o pick & roll, que são muito frequentes no jogo, o jogador com bola quando quer ganhar vantagem não pode decidir só consoante o seu defesa direto, também é necessário ter em conta todas as outras variáveis de jogo, como o tempo de jogo, os outros defensores e os outros jogadores ofensivos. No processo defensivo acontece o mesmo, com o

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Figura 2. Organização do aquecimento tradicional
Figura 3. Organização do aquecimento variado
Figura 4. Acelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada  sujeito
Figura 5. Desacelerações: a) Teste-t b) Magnitude do factor de bayes e c) Diagrama de dispersão de cada  sujeito
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Referências

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