PE
403
FERNANDA MAIA MONTEIRO
ATRESIA
coANALz
ANÁLISE
DE
17
cAsos
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
ATRESIA
COANAL:
ANÁLISE
DE
17
CASOS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
Presidente do Colegiado do Curso: Prof. Dr. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Paulo Arlindo Philippi
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
AGRADEc1MEN'ros
Aos meus
pais, porme
proporcionarem a oportunidade de chegar até aqui.Aos meus
irmãos, pelocompanheirismo
e compreensão.Aos
meus
amigos, especialmente àminha
dupla, pelas dicas, sugestões, ecumplicidade.
Ao
Dr. Paulo Arlindo Philippi, pela sua experiência e conhecimento,como
orientador e profissional,sem
os quais este trabalhonão
se realizaria.À
Dra.Rosana
Cristine OteroCunha
pela prontificaçãono
auxílio destetrabalho, principalmente
no
fornecimento deexames
complementares.À
Dra.Ana
Luíza deLima
Curi Hallal,Médica
Epidemiologista, pela disponibilidadeno
auxílio estatístico deste trabalho.1 .
INTRODUÇÃO
... . . 2.OBJETIVO
... .. 3.MÉTODO
... _. 3.1CASUÍSTICA
... ._ 3.2PROCEDIMENTOS
... _. 3.2.1 Variáveisdo
Estudo 3.2.1 Diagnóstico ... .. 3.2.3 Técnica cirúrgica ... .. 3.2.4Seguimento do
paciente 3.3ANÁLISE
ESTATÍSTICA
... .. 4.RESULTADOS
... . . 5.DISCUSSÃO
... .. - ‹ › n | Q ¢ ¢ ¢ ø Q | ¢ zu ¢ u . - - ¢ ¢ ¢ . - - ¢ ou . . Q ¢ - ‹ . - - z ¢ ¢ na « ¢ . › z ¢ ¢ - . z o Q .- n ¢ › | ¢ › ¢ « ø o | ¢ zu ‹ ‹ ¢ ¢ ¢ . . . z u ‹ a z -- ú u ¢ « - » ó o - ¢ ¢ - - zu 6.CONCLUSÕES
... .. 7.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
.NORMAS
ADOTADAS
... ..RESUMO
... . .SUMMARY
... ..APÊNDICE
... .. z z - n ¢ - n n z - - . ze ¢ ø . . . - | ¢ o « « ¢ - no z ø u - - - z z ¢ u u o . ao n ¢ « ¢ n o . ¢ - z z n eo ¢ - ‹ ‹ . ¢ ¢ ¢ o ø . ¢ uu z ú1.
INTRODUÇÃO
A
atresiaou
imperfuração coanal congênita éuma
malformação que
se traduz pela falta de permeabilidadeou
obliteraçãoda coana
nasall,que
éo
espaço
compreendido
entreo
vômer
e a lamina pterigóide.2”3 Foi descrita pela primeira vez porRoederer
(l755)4, e classificada por Fraser (1910)em
óssea(90%) ou membranosa
(10%)5. Esta entidadepode
também
ser divididaem
uniou
bilateral e parcialou
completaó.A
freqüência reportadana
literaturaem
relação à atresia de coanas é deaproximadamente
l:5()0O a l:8000 nascidos vivos7, sendo maiscomumente
encontrada
no
sexo feminino (2:l)3.A
maneira
exata pela qual a atresia coanal congênita desenvolve-senão
estáplenamente
estabelecida. Entretanto, a maioria dos autores refereque
elaprovavelmente ocorre entre a sexta
ou
sétimasemana
do
desenvolvimento embrionário, por persistênciada
membrana
nasobucal de Hochstetter,impossibilitando a
comunicação
entre a cavidade nasal e a nasofaringe7'8”9°'°”l U2.Algumas
outras teoriasvêm
tentando explicar a base embriológica para aatresia coanal”.
As
principais são: persistênciada
membrana
bucofaríngea,formação
de adesõesmesodérmicas na coana
euma
alteraçãoda
progressãodo
mesoderma'°"
5.A
placa óssea atrésicapode
Variar de l a 12 milímetros de espessura, e asalterações ósseas existentes
podem
serda
lâmina pterigóide,do
vômer ou
do
pálato duro, sendo diferentes
em
cada pacienteló.O
diagnóstico é suspeitado pelo quadro clínico e confirmado porexames
Clinicamente, a atresia coanal bilateral apresenta-se
como
um
quadro de sofrimento respiratório cíclico importante, imediatamente apóso
nascimento, agravado pelaamamentação
e aliviado pelo choro”.Caso
não
diagnosticado atempo
pode
ser fatal, tendoem
vistaque
o recém-nascido éum
respirador nasalobrigatório nas primeiras
6
a 8semanas
de vida".A
atresia coanal unilateralpode
ser diagnosticadasomente
em
idades maisavançadas,
quando
o pacientepode
apresentar obstrução e secreção nasal unilateral,anosmiams
e/ou sinusite crônica".Entre os
exames
complementares
destacam-se a impossibilidadeda
passagem
deuma
sonda da
cavidade nasal para a nasofaringe18”]9”2°, anão
visualização
do
corante azul de metilenona
faringe após sua instilação nasall, arinofibroscopia, a
nasografia
e atomografia
computadorizadada
cavidade nasale nasofaringels.
Dos
pacientescom
atresia coanal,25%
a50%
têm
outras anomaliascongênitas associadasn; sendo a mais relatada a associação
CHARGE
(coloboma
de íris, cardiopatia congênita, atresia de coanas, retardo decrescimento e desenvolvimento, anomalias genitais e anomalias
do
pavilhãoauricular e/ou surdez)2I, descrita pela primeira vez por Hall
em
197922.Além
disso pode-se ainda encontrar a associação
com:
cardiopatia congênita, atresiade esôfago, anomalia anorretal,
malformações
genito-urinárias,Síndrome
de Pierre-Robin, de Vater, deKallmanm,
de Treacher Collins”, entre outras.O
tratamento definitivoda
atresia de coanas é cirúrgico.Quando
bilateral,deve-se inicialmente
promover
a respiração oraldo
recém-nascido através de entubação oro-traqueal,ou
pela colocação de cânula de Guedel,ou
por “chupeta” fenestradal°”'2”24.À
partirdo
momento
que o
paciente alcançacondições cirúrgico-anestésicas satisfatórias, deve ser realizada a correção
3
A
cirurgia objetiva a retirada completada
placa atrésica e apermanência
desua permeabilidade. Entre as vias de
abordagem
destacam-se a transpalatal, atransnasal e a transseptal, tendo suas indicações baseadas
no
tipo de atresia,idade
do
paciente e experiênciado
cirurgião”.Apesar
deuma
incidência relativamente baixa' desta patologia, suaimportância está relacionada à
morbidade
e até à mortalidade dos pacientesacometidos, sendo
que
muitos apresentam outrasmalformações
associadas.Com
o
presente trabalho pretende-se realizaruma
avaliaçãoda
epidemiologia,meios
diagnósticos e resultados terapêuticosempregados
nos pacientes portadores de2.
OBJETIVO
Analisar pacientes portadores de atresia coanal congênita, quanto a epidemiologia, classificação, quadro clínico, investigação diagnóstica,
5
3.
MÉToDo
3.1
CASUÍSTICA
Foram
avaliadas 17 criançascom
o diagnóstico de atresia de coanas,atendidas
no
Hospital Infantil Joana deGusmão
(HIJG)
-
Florianópolis/SC,no
período de janeiro de
1987
adezembro
de 1999,com
idadescompreendidas
desde o nascimento até 14 anos de vida.O
grupo de estudo eraformado
por 9meninas
e 8 meninos, todosda
raça branca.3.2
PROCEDIMENTO
Este trabalho consta de
um
estudo descritivo clínico e retrospectivo.3.2.1 Variáveis
do Estudo
Os
dadosforam
obtidos através de observação diretaem
prontuário médico,provenientes
do
Serviço deArquivo
Médico
e Estatístico(SAME)
do HIJ
G.Para cada paciente
com
o diagnóstico de atresia coanal foi preenchidoum
protocolo (apêndice)com
as seguintes variáveis:0
Sexo
0
Raça
0 Classificação anatômica
da
atresia coanal: uniou
bilateral; óssea,membranosa ou
ósseo-membranosa
0 Sintomas relacionados à atresia de coanas: dispnéia, cianose, obstrução nasal,
rinorréia
0
Malformações
associadas0
Exames
complementares:passagem da
sonda nasogástrica, nasografia,tomografia
computadorizada de cavidade nasal e nasofaringe0 Fatores relacionados à cirurgia: data,
tempo
depermanência do
molde
nasal,uso de antibióticos
¢
Tempo
deacompanhamento
pós-operatório0 1 Resultado pós operatório
Para a distribuição dos pacientes quanto à idade, utilizou-se a classificação
de Murahovschizs,
conforme o
Quadro
I.QUADRO
I: Classificação por idadesegundo
Murahovschi.Periodo \ neonatal O a
28
dias\ \ I 1 z .
Lactente
29
dias a 2 anosPre escolar 2 anos a 7 anos
Escolar 7 anos a 10 anos
Pre puberal 10 anos a 12-14 anos Puberal 12 14 anos a 16 anos
7
3
2.1 DiagnósticoQuadro
Clínico:atresia coanal bilateral:
sofiimento
respiratório cíclico (dispnéia e/ou cianose)ao nascimento;
atresia coanal unilateral: obstrução nasal e/ou rinorréia unilateral.
Exames
complementares:PASSAGEM
DA
SONDA
NASOGÁSTRICA
(SNG):
a impossibilidade depassagem
de
uma
SNG
de 2.6mm
(8F)da
cavidade nasal à nasofaringe caracterizauma
obstrução coanal posterior19”2°.
NASOGRAFIA:
é realizado a radiografia convencionalda
cavidade nasal enasofaringe,
com
a introdução de contrastes nas fossas nasais, nas posiçõesantero-posterior, perfil e Hirtz.
A
não
progressãodo
contraste à nasofaringe~
determina
uma
obstruçao coanall.TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA:
são realizados cortes axiaisda
cavidadenasal e nasofaringe,
onde
pode-se observaruma
placa atrésica entre essas estruturas, impossibilitando a sua comunicação2.3.2.3
Técnica
cirúrgicaDos
pacientes estudados, 14foram
submetidos à cirurgia corretora, lpaciente
aguardava
cirurgia e 2foram
a óbito antesda
realizaçãoda
mesma.
A
cirurgia realizada foi atravésda
Via transnasalcom
o
paciente sobanestesia geral.
Com
o auxíliodo
microscópico D.F. Vasconcelos e deum
rinoscópico autostático visualizou-se a imperfuração coanal.
No
caso deuma
imperfuraçãomembranosaxealizou-se
uma
incisãoem
cruzcom
ressecçãoda
membrana
atrésica.Na
atresia coanal ósseaou
ósseo-membranosa
realizou-seum
incisãoem
cruz nas partesmoles
com
exposiçãoda
placa óssea, seguida de
broqueamento
com
destruição totalda
mesma.
Após
permeabilizada a região coanal utilizou-secomo
molde
uma
sonda
deentubação traqueal, de
tamanho
compatívelcom
o diâmetro nasal, porum
tempo
de
permanência
variável.3.2.4
Seguimento
do
pacienteOs
pacientesforam
acompanhados
no
pós-operatório através de consultasno
Ambulatório
de Otorrinolaringologiado
Hospital Infantil Joana deGusmão -
Florianópolis/SC.O
resultado cirúrgico foi considerado satisfatórioquando houve
a regressãodos sintomas
ou
apresentaramalgum
exame
complementar que comprovasse
apermeabilidade
da coana
nasal operada, e, casoo
contrário, insatisfatório.O
9
3.3
ANÁLISE
ESTATÍSTICA
Os
resultadosforam
tabulados e analisadosno programa
computacional Epi-info 6.0.
Para verificar a existência de associação entre as diversas variáveis
qualitativas foi utilizado
o
teste de associação qui-quadrado (X2) . Admitiu-se4.
RESULTADOS
Foram
estudadas 17 criançascom
o diagnóstico de atresia de coanas.Quanto
ao sexo 9
eram
meninas (53,00%)
e 8meninos (47,00%)
(Figura 1).Não
houve
diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p
>
0,05).1 £ -â 5 =‹ *IME .uz-/. -'-= _... «_ «L meninos 47,00% âz ‹ meninas 53,00% ii _. 5 5' z . Í ,. 1 I ii ii; a^ in x is !ê Em :E ¡. i i=! =š' i' Ei ,I _ ããf Í .E . -.‹ N.-_-‹›-«-,.z.›._;.-› z»..zz z 1,-.=~=--=.~==-=z=zz~'¬. -..z‹z .› .»-~z-fiz-.M - .t ».z= zz ,z az» »zz‹zz. ,z . .V ¬=zwz,~.›..›..› zf. \ \ «›
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
ll
TABELA
I: Distribuiçãodo
número
eporcentagem
dos pacientescom
atresia coanalsegundo
a classificação anatômica.HIJ
G, 1987/99.Classificação Bilateral Unilateral Total
Anatômica
n
%
n
%
n
%
Óssea
ó 35,28 3 17,65 9 52,93Ósseo-membranosa
3 17,64 1 5,89 4 23,53Membranosa
2 1 1,77 0 0,00 2 1 1,77 Ignorado O 0,00 2 1 1,77 2 1 1,77 Total 11 64,69 6 35,31 17 100,00Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - l-IIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
Não
houve
associação estatisticamente significante entre as classificaçõesanatômicas (p
>
0,05).TABELA
II: Distribuiçãodo
número
eporcentagem
dos pacientescom
atresia coanalsegundo
a classificação e a idadeno
momento
do
diagnóstico.HIJG,
1 987/99. Bilateral Unilateral
n
%
n
%
Totaln
%
Período neonatal ll 64,69 2 11,77 Lactente 0 00,00 2 l 1,77 Pré-escolar 0 00,00 0 00,00 Escolar 0 00,00 0 00,00 Pré-puberal 0 00,00 2 l 1,77 13 76,46 2 11,77 0 00,00 0 00,00 2 1 1,77 Total l l 64,69 6 35,31 17 100,00Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
Pode-se observar na Tabela II
que
100%
dos pacientescom
atresia coanalbilateral
foram
diagnosticadosno
período neonatal.Dos
casos unilaterais33,33%
dos pacientesforam
diagnosticados neste período e66,66%
em
idademais avançada.
A
idade dos pacientes,com
atresia coanal bilateralno
momento
do
diagnóstico, variou entre l dia e 14 anos de idade.
A
média
de idade encontradal3
Dos
pacientescom
atresia coanal bilateral90,9%
(10 pacientes)apresentaram dispnéia e/ou cianose que
melhorava
com
o choro ao nascimento(Figura 2),
em
1 paciente (9,l%)não
foi encontrada a sintomatologiadiagnóstica
no
prontuário médico.número de pacientes \) U.) -P U1 O\ \I O0 \O
\
,ya 115%" "":›:ê'¡'-wi;- fmfiä l za s .t É 2 ‹ z. ln ä 5 _.__;í; › 1 1f
ig dispneia cianose=.1-wii .-ii:-S* ' =l¡'Z:=¬¡'=2€=š¡"-Irã Xlifl '¡*'5=-i='ü'hi“¡'Wi'i ›.--_ 'iü 'Ú =`=i=*'g-:flw 'H Iififi' *ig -i===`i*l›fi¡';2¡'i=‹=.=w z |=¡'“""I¡=ë<~ ` ..- .-‹ .› L ' i
"==*¡=š=`==Éšit1=`¡'==í=ã¡*'i=5'¡¢¡`i'ä› ,š=ã=i Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
o it
FIGURA
2: Distribuição do número dos pacientes com atresia coanal bilateral segundo a sintomatologia noDos
pacientescom
atresia coanal unilateral 1 paciente(16,66%)
apresentouapenas obstrução nasal, 2
(33,33%)
apresentaram apenas rinorréia unilateral, 1(l6.66%)
apresentou rinorréia associadacom
obstrução nasal, 1(l6.66%)
apresentou dispnéia e 1 (16,66%) apresentou cianose;
nenhum
pacienteassintomático foi identificado (Figura 3). Encontrou-se
uma
associaçãoestatisticamente significante (ps 0,05) entre a sintomatologia e a classificação da
atresia coanal unilateral
ou
bilateral.iEumzazeamemà:âõ‹==.úmmimâ=z$zzmzê››m›zw⛋=iâuizeiúiaumimiaznzmuus›z=›:§nuzuuài‹sêâ@mârE‹êêê:M-zw»-zmisrâifmsàizwsââúiàêàzérzvzwirâiâznâmnuimrzzmaàfiêeâisfww-ii musa:isinmz:z‹‹â‹âiâazm»aiizzz‹uz‹z‹âzzúmr‹ mhzizzzwsz:â=zàâa.eâ›ua×â»zzzzzz‹‹ai.« wi, z. =z=z›zz,›=z=z;zzi=zú=z=i»t~E
É i z ¡ EE , gi ›E l : l z 2,5
/
ientes s ,-É `, _ .~ e E1,5/
número de pac z ___í
.___.í
:z l 1 z.í_
í.
__... í_l l 0,5/
“* /Mr»-.'11r.<'.w.'›v:|.~:¿f›: z›m.vzú' _,= ¬rinorréia obstrução nasal dispnéia cianose X* «uz
14
Ê
'?“,^‹=~‹~‹=~- ~=~› ~=-==~ ==~~-‹~‹-›.----›-.~~ .,-~-- ». sz -
.z .=-.~` ‹ ~z‹- ~«~~=~‹-- ~*‹~~'~
zw
-=z z- 1- N , = _ ~.^~¬----..z,zz-~-,_ ~~- -Jz ›« «uz z‹Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
FIGURA
3: Distribuição do número dos pacientes com atresia coanal unilateral segundo a sintomatologia noTABELA
III: Distribuiçãodo
número
eporcentagem
dos pacientessegundo
osexames complementares
utilizados para o diagnósticoda
atresia coanalHIJG
1 987/99.
Exames
complementares
FreqüênciaPassagemda
SNG*
4
Passagem da
SNG*
+
nasografia 7Passagem
daSNG*
+
nasografia 5+
Ignorado 1 23,53 41,18 29,41 5,88 Total 17*SNG: sonda nasogástrica; **TC: tomografia computadorizada
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
,é‹.,,_,
FIGURA
4 : Nasografia de perfil esquerdo apresentando atresia coanal bilateral.l7
FIGURA
7: Tomografia computadorizada axial mostrando atresia coanal bilateral ósseo-membranosaFIGURA
9: Tomografia computadorizada axial mostrando atresia coanal unilateral direita Óssea.Dos
pacientes estudados, 8 (47,06%) apresentaramalguma malformação
associada e 9 (52,94%)
eram
apenas portadores de atresia coanal.A
existênciade outras
malformações
ocorreramem
54,54%
dos pacientescom
atresia decoanas bilateral, e
33,33%
dos pacientesque
apresentaram atresia coanal unilateral (Figura 10).As
malformações
associadas estão citadas na Tabela IV.gäâfwêfifitwfiamiams:m$‹:.׬‹1=,s¢äaâx~M#fiw=mwuwNem~w¿ë;:z>¶›$.=ä2áâ€1àw¿'s¿€=1¢‹1f:-emfiwxs=tx'&=z\'=sëfiraäêfifimvifsfàšis5mk:=i=ivwrfl‹!ia×tw5:hi1:Mus:iruam:rsâxmisi2:5fifiwëa=aa;=wwe!×\=ia=¡úàsú=¡=ifififi=1=;=fiu:›=is×:×s=a:=z¡= 5% *Ê z__ _ V . .›
.í
_ Ê il .i
en te s pac UI,_/
6/
/
í
4/
número de a *iií
_
__
*P i:5 iii l É __ .í =.z zpñmfizmãíëifébmwsmvuéifififlfifimv 4 'Í ,íbilateral unilateral total
Icom
MF
associadaI
semMF
associada |g E _, s
e -->- ›z-=... -,Ye -- -¬-zrrz. » -ea ~-., tz, .. -zz;z.» z.`«z,z_`-_›zz.›z¬ -»..› -¬..›..-_.. ...›z_.v.z.z<.f..z. zzz.._z..zz ›. › az.. _ z.t -..‹ ~ .` -.z...z'
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico- HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
FIGURA
10: Distribuição do número dos pacientes com atresia coanal segundo a classificação e a associaçãocom outras malformações (MF). HIJG, 1987/99.
TABELA
IV: Distribuiçãodo
número
eporcentagem
dos pacientescom
atresia coanal quanto ao tipo demalfonnação
associada.HIJG,
1987/99.Malformação
Freqüência%
Associação
CHARGE
2 11,77Cardiopatia congênita 2 11,77
Cardiopatia congênita
+
1 5,88anomalia anorretal
Síndrome
de Treacher Collins 1 5,88Fáscies Sindrômica 1 5,88
Atresia de esôfago 1 5,88
Em
relação ao tratamento, 14 pacientesforam
submetidos à correçãocirúrgica da atresia de coanas por via transnasal, 2 pacientes
foram
a óbito antesdo
procedimento e 1 paciente aguardava a cirurgia.Todos
os pacientes operados receberam,no
pós-operatório, medicaçõesanalgésica e antibiótica por
um
períodoque
variou de 7 a 10 dias.O
tempo médio
depermanência do
molde
nasal utilizado para manter apermeabilidade das coanas foi
40
dias (variando de30
a 45 dias).O
tempo
deacompanhamento
dos pacientes variou entre 2meses
e 5 anostendo
como
média
1ano
e 7meses
ecomo
mediana
4,5 meses.Quanto
ao resultado cirúrgico 7foram
considerados satisfatórios(70,00%)
e 3 insatisfatórios(30,00%)
(Figura ll); destes 2foram
reoperados, 1 obteveresultado satisfatório e 1
manteve
a persistência da patologia. Quatro pacientesnão
puderam
ser avaliados, pois 2foram
a óbito durante o seguimento devido aoutras
malformações
associadas e 2 não tiveram seguimento.O
Quadro
II› z ×à ‹ ‹ x = š s z Ez < s 32'. ›z ‹ É E: š z z Ê š 'alssuaassàxs5%sw;šsfleslêa-=w-ré;uéas5:51;sê:êsêea:êI-H4umazeimunes:isssussssessÀ:LêäfisxêâzëaQ1:amwksiimsëflêlwinàssäêifiiäüê!=:s5=|iuuiwsi=i=xtäwâëkiêâilfiëmísë=ss¡ss.s1¿a$1nz×;§l=iâi;sli:›!§¡eàie!1a›|i§:u‹1ëai$=w¡41êifi1M;iêrwsmâézèêèêswEREmas1êAviwè×v~^s¢!¢i‹\|=z=aê¡;:a›.|n«nana:vw número de pacientes 4:-
satisfatório insatisfatório óbito sem seguimento
,._. .- ›,,,.~‹---_-_¬-.=. -,.,=,=,==-‹_=_\., z__,___, .=.=.= - z._.‹ -.¬- ,›_=_.¿,,‹,_, ,.z,,c.1,,m‹:=__, ._.-=.=zz~ .=.z_,;,_; ,kz ..,; z. _ ~.›,=~ z-z.= zc-.¬-~ › ,, z ~
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
FIGURA
ll: Distribuição do número dos pacientes com atresia coanal segundo o resultado pós-operatórioHUG, 1987/99. gn ›f,:¿-~,.-z.¡‹¿.=‹z.~z?z...-z i z li El É ši iz :i 52 ‹ z 4 *I z É r t 2
QUADRO
II: Relação dos pacientessegundo
ao sexo, idadeno
momento
do
diagnóstico, idade
no
momento
da
cirurgia, classificaçãoda
atresia coanal,malformação
associada e resultado pós-operatório.HIJ
G, 1987/99.sexo idade no idade na tipo de malformação tempo de resultado pós-
diagnóstico cirurgia atresia seguimento operatório
1
M
RN
3 dias bilóssea
cardíaca óbito com2
meses de idade 2
M
RN
lmês
bil óssea sem seguimento 3 FRN
4 dias bilo-m
6 meses satisfatória4
F
14 anos 14 anos unil eóssea 6 meses satisfatória 5 F
RN
óbito antes da cirurgia unild atresia de esôfago 6M
RN
2 meses bil ósseacardíaca 3 anos satisfatória
7
M
RN
lmês
bil óssea Treacher Collins óbito com2 meses de idade 8 FRN
óbito antes da cirurgia unile cardíacaeAAR
9 F lano 8anos unil do-m 2 meses
satisfatória
10
M
13 anos 13 anos unil eóssea 2 meses insatisfatório 11
F
RN
4 meses bil óssea fáscie sindrôrnica 4 meses insatisfatório 12 FRN
1 mês bil óssea sem seguimento 13M
RN
4dias bil O-InCHARGE
5 anos insatisfatório14
M
RN
2 dias bilmemb
CHARGE
2 meses satisfatória15 F
RN
ll meses bilo-m
4 mesessatisfatória
16 F
RN
7 meses bilmemb
5 meses satisfatória17
M
1 mês não realizoua cirurgia
unild
óssea
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - HIJG - Janeiro/87 a Dezembro/99.
Legenda: '
RN
= recém-nascido; F = feminino;M
= masculino; bil = bilateral; unil d = unilateral direita;23
5.
D1scUssAo
A
atresia coanal congênita foi descritana
literaturacom
um
predomínio
de ocorrênciano
sexo femininoem
uma
proporção de 2:12.No
entanto, alguns estudosdemonstraram que não
existeuma
diferença significativana
incidênciaquanto ao sexo26”27°28, semelhante a este estudo,
onde
asmeninas
corresponderam
a53,00%
da
amostra e osmeninos
a47,00%
(Figura 1).Quanto
a classificação anatômica, Fraserem
1910, classificou-aem 90%
óssea e
10%
membranosas.
Brown
et al,em
1996, após revisão cuidadosa de47
tomografias
computadorizadas e 16 casos pessoaispropuseram
uma
nova
classificação:
29%
óssea e71%
ósseo-membranosa”.
Neste estudo observou-seque, entre os pacientes classificados através dos achados cirúrgicos e/ou
tomografia
computadorizada,52,93%
era atresia coanal óssea,23,53%
eraósseo-membranosa,
11,77%
eramembranosa,
diferindo assim dos resultadosencontrados por esses autores. Dois pacientes
(11,77%) não foram
classificadosporque
foram
a óbito antesda
determinaçãoda
mesma
(Tabela I).Relacionado ainda à classificação, a maioria dos autores descreveram
uma
incidência
maior
nas atresias unilaterais(60%
a64%)
em
relação as bilaterais(36%
a 40%)17”27”29. Este estudo, porém, obteveuma
ocorrência de64,69%
nasatresias bilaterais e
35,31%
nas unilaterais (Tabela I). Estes dadosrefletem
provavelmente,
o
fato deque
a atresia coanal unilateral, por serem
alguns pacientes oligoou
assintomática,pode não
ser diagnosticadana
infância, sendoassim detectada apenas
em
fase adulta.E
o
presente estudo abrange apenasQuanto
à atresia coanal unilateral, o predomíniodo
lado direito foiobservado por alguns autores3”“”3°, fato
não
constatado neste estudoonde
encontrou-se
uma
igualdade decomprometimento
(3 pacientescom
atresia àdireita e 3 à esquerda). Resultado semelhante descrito por Harris et alzó
no
estudo epidemiológico
abrangendo
888
casos de atresia coanalna
França,Suécia e Califómia.
O
diagnósticoda
atresia coanal é suspeitado pela clínica econfirmado
porexames
complementares.Os
achados clínicos da atresia coanal bilateralforam
descritos
na
literaturacomo
um
sofrimento respiratório, caracterizado pordispnéia e cianose cíclica8°l°”l7°3 1, pois o recém-nascido possui respiração nasal
exclusiva até 6 a 8
semanas
de vida”.Como
apresentauma
obstrução nasal àpassagem
de ar, desenvolve dispnéia e cianose logo apóso
nascimentomelhorando
quando
chora, poiso
ar penetra pela cavidade oral.Quando
acriança toma-se calma, observa-se
novamente
a cianose eem
conseqüênciada
hipóxia a criança
retoma
a chorar3 1.É
importante ressaltar essa característicacíclica
da
cianose, pois diferenciada
cianose originária de outras patologiasrespiratórias e cardíacas”.
Por
seruma
emergência
e teruma
sintomatologiacaracterística, a grande maioria dos pacientes
com
atresia coanal bilateraldescritos, tiveram o seu diagnóstico feito logo após
o
nascimentom.Observou-se
que no
grupo estudado, excluindo-seum
pacienteno
qualnão
foram
encontrados dados sobre o diagnóstico, todos os casos de atresia coanal bilateral apresentaram os sintomasacima
no
momento
do
nascimento (Figura 2),sendo todos diagnosticados
no
período neonatal (Tabela II).Alguns
autores descreveram casos de atresia coanal bilateral diagnosticadosapenas
em
idade maisavançada
e, atéem
adultos1”]4. Istopode
ser entendidoatravés
da
classificação clínicada
atresia coanal bilateral proposta por Williams,25
~
boca
e coordenar a respiraçao bucal eamamentação.
Este autor classificou asatresias coanais bilaterais
em
quatro tipos:0
Tipo
I:o
recém-nascido desenvolve imediatamenteum
severo sofrimentorespiratório, tendo-se
que
estabelecer rapidamenteuma
via aérea,adquirindo a capacidade de respiração oral
em
semanas.Fazem
partedeste grupo a
maior
parte dos pacientes.0
Tipo
II: o sofrimento respiratória é mais brandoque na
anterior,onde
requeruma
via aérea por horas a dias,onde
já adquire respiração oral.0
Tipo
III: esses pacientesadquirem
a respiração oralem
horas epossuem
leves sintomas respiratórios.
0 Tipo IV:
adquirem
rapidamente a respiração oral, apresentandonenhum
ou poucos
sintomas respiratórios.Poucos
pacientesfazem
parte deste grupo, e são estesquem podem
passar desapercebidos eserem
diagnosticados
em
fase mais tardia.As
manifestações clínicasda
atresia coanal unilateralmais
freqüentemente~
relatadas
na
literatura são: obstruçao nasal unilateral e rinorréia unilateralcrônicas
que
podem
ser complicadas poruma
sinusite crônica27'33'34, muitas vezes sendomedicada
sintomaticamentesem
que
se determine o exatodiagnóstico.
Como
o
quadro clínico é brando,podendo
até ser assintomático,muitos pacientes só
recebem o
diagnósticoem
idades mais avançadas.Neste
estudo os sintomas mais prevalentes,concordando
com
a literatura,foram
obstrução nasal unilateral e rinorréia unilateral (Figura 3).Nenhum
paciente apresentou sinusite unilateral e
nenhum
paciente assintomático foi identificado.Um
paciente apresentou cianose constante e era portador deuma
cardiopatia congênita (provável
motivo
desta cianose). Outro paciente,também
dispnéia importante, provavelmente pelo
comprometimento pulmonar da
malformação.
Quanto
à idadeno
momento
do
diagnóstico,um
terço dos pacientescom
atresia unilateral foi diagnosticadono
primeiro dia de vida e dois terçosem
idade mais
avançada
(Tabela II), variando de 1mês
a 14 anos.Para
complementar o
diagnóstico váriosexames
têm
sido descritos.A
impossibilidade
da
passagem
deuma
sonda
nasogátrica de 2.6mm
(8F) por vianasal à nasofaringe é o principal
exame
a ser realizadono
recém-nascidona
procurado
diagnósticol9”2°.A
instilação de corantes pelas fossas nasais e averificação se o
mesmo
atinge a faringe' e a rinoscopia anteriorcom
o
uso de fibras ópticastambém
são descritosl”17. Para a confirmação eum
estudo maisdetalhado
da
imperfuração coanal é utilizado a nasografial e atomografia
computadorizada
(TC)2.Vários autores ressaltaram a importância
da
TC
para odiagnóstico2”4”6'1°”'3'16*'7°l9°27°3°, pois
além
de fornecer a naturezada
atresia coanal(óssea,
ósseo-membranosa
ou
membranosa),
o local exato e o auxíliono
planejamento cirúrgico, a
TC
diferencia-a das outras possíveis causas deobstrução nasal
como:
gliomas, cistodermóides, meningoencefalocele,hemangiomal°°13,
angiofibroma
congênito e neuroblastomazo.Neste estudo
foram
avaliados osexames complementares
utilizados paraconfirmar
o diagnóstico, e observou-seque
em
todos os pacientes foi realizada atentativa
da
passagem da
sonda nasográstrica(SNG). Por
serum
exame
simplese praticamente inócuo, deve ser
recomendado
em
todos os recém-nascidos logoapós
o
nascimento; lembrando-seque
ele apenasconfirma
uma
obstrução nasalposterior,
não
diferenciando a atresia coanal das outras causas de obstruçãonasal.
Em
41,18%
dos pacientes apassagem da
SNG
foi associada ànasografia
27
paciente (5,88%)
não
foi identificado osexames
utilizados paracomplementar o
diagnóstico (Tabela III).
Verifica-se
uma
tendência atual de solicitar aTC
para todos os pacientes,pois a partir
do ano
de1994
todos os casosforam complementados
por esseexame.
A
atresia coanalpode
serum
achado
isolado,mas
pode
também
estarassociado a outras malformações.
A
freqüência dessa associação é reportadana
literatura entre
20
a 50%3'12”17, sendo mais freqüente nos casos de atresia coanalbilateral.
Duncan
et al” encontraramuma
incidência de outrasmalformações
em
70%
e36
%,
e Casasus e Llorens14em
50%
e33%
para atresias bilaterais eunilaterias respectivamente. -
Os
resultadosdo
presente estudoforam
semelhantes, encontrou-seuma
associação
com
outrasmalfonnações
em
47,06%
dos pacientes sendo,mais
comum
nos casos bilaterais (54,54%)
do
que nos unilaterais(33,33%)
(Figura10).
A
associação maiscomumente
reportadana
literatura é a associaçãoCHARGE.
Ela foi descrita pela primeira vez por Hall”,em
1979,que
observoua
combinação
de atresia de coanascom
várias outras anomalias congênitas,em
pacientes cujos cariótiposeram
normais.É
caracterizada por:coloboma
(C),cardiopatia congênita (H), atresia de coanas (A), retardo de crescimento e
desenvolvimento (R), anomalias genitais (G) e anomalias
do
pavilhão auriculare/ou surdez (E)36. Acredita-se
que
muitos achados observados nessa condição,derivem
de anormalidades ocorridasna morfogênese
entre os 35° e 45° dias degestaçãofl.
Aproximadamente
30%
dos pacientes afetadosmorrem
nos dois primeiros anos de vida e o prognóstico é mais reservadoquando
estão presentes a atresia de coanas bilateral, a fistula traqueoesofágica euma
cardiopatiaMorgan
eBailey” observaram
uma
incidência de30%
da
associaçãoCHARGE
em
seus pacientescom
atresia coanal. Neste estudo encontrou-se ocorrência de associaçãoCHARGE
em
2 pacientes (11,77%) (Tabela IV).Várias outras
malformações
e síndromesforam
descritas,como
porexemplo: síndrome de Treacher Collins8°23°3°”3 1, síndrome de Apert, de
Cruzons9”3°, cardiopatia congênita, atresia de esôfago26'3°”3 1, atresia anal3° entre
várias outras.
Nesta
amostra estudada,além da
associaçãoCHARGE,
encontrou-seum
caso de atresia de esôfago,
um
de fáscies sindrômica,onde não
foi identificado asíndrome, três casos de cardiopatia congênita
(um
desses associado a anomaliaanorretal) e
um
caso deSíndrome
de Treacher Collins (Tabela IV).A
Síndrome
de Tracher Collins (10 a15%
de associaçãocom
atresiascoanais)37,
também
chamada
de disostose mandíbulo-facial éuma
doença
autossômica
dominante
caracterizada porcomprometimento
simétrico bilateral,anomalias
do
ouvido externo, hipoplasia de mandíbula,do
complexo
zigomáticoe
do
pálato38”39.Enfatiza-se a importância de
um
exame
cuidadoso,em
colaboraçãocom
opediatra e
o
geneticista para descartar a existência demalformações
associadas.Da
mesma
maneira, é conveniente explicar aos pais a possibilidade de atresiacoanal ser parte de
uma
síndrome polimalformativa deorigem
genética.A
escolhada
via de acesso ideal para o tratamento cirúrgicoda
atresiacoanal
sempre
foi e continua sendomotivo
de pesquisas e discussões entreespecialistas
da
área. Várias vias de acesso cirúrgicotêm
sido descritas:transnasal, transpalatal, transseptal e transantral, sendo as duas primeiras as mais
usadas”l”12"3”24°27”4°.
Alguns
aspectos positivos e negativos de cadauma
sãodescritos por vários autores.
A
via transnasal ofereceum
curtotempo
cirúrgico,uma
pequena
perda29
visualização
da
região nasal posterior3”24”3°”4°°4',podendo
causar lesãoda
tubaauditiva e
da
basedo
crânio e ressecção incompletada
placa atrésica24.O
uso demicroscópios24 e
endoscópiosms
'19minimizam
esses
problemas
técnicos.A
via transpalatal ofereceuma
excelente exposiçãoda coana
nasal,mas
envolve
um
longotempo
cirúrgico,uma
maior
perda sangüínea epode
causaralterações
no
crescimentodo
pálato3 '15, fistulas
no
pálato e alteraçõesno
crescimento maxilofacialls.
Analisando-se a literatura, observa-se
que
a maioria dos autores preferem aabordagem
transnasal para recém-nascidos e criançaspequenas
e a viatranspalatina para crianças maiores de 6 anos, adultos e para casos de
reintervenção8°'9”34'
A
via transseptal é utilizada ocasionalmente para pacientes mais velhoscom
atresia unilateral15”42.
A
via de acesso cirúrgico preferível pelo Serviço de Otorrinolaringologiado
HIJ
G
é a transnasal devido ao curtotempo
cirúrgico e pelo fatoda
maioria dospacientes estarem
no
período neonatal.Na
revisãoda
literatura observou-se grande dificuldadeem
comparar
os resultados cirúrgicos. Existe grande variabilidadena
técnica cirúrgicaempregada,
tempo
de seguimento e critérios para o sucessodo
tratamento.É
descritoque
os pacientes mais prováveis de terem reestenose são aquelescom
atresia bilateral, óssea ecom
espessa placa atrésica34. Richardson eOsguthorpe
3 sugeriramque
se ocorrer a reestenose, esta ocorre nos primeiros 12meses
após a cirurgia. Portanto, otempo
deacompanhamento
dos pacientes deveria serno
mínimo
de 1 ano.Neste
estudoo
tempo
do
seguimento dos pacientesnão
foi adequado. Isso ocorreu, provavelmente, porque a maioria das criançasnão
moravam
na
grandeFlorianópolis, tendo dificuldade
em
selocomoverem.
Das
14 crianças queforam
obteve-se resultado cirúrgico satisfatório. Ressalta-se que
o
tempo
adequado
para se determinaro
resultado pós-operatório éum
ano.Os
sintomasnormalmente não
semanifestam
atéque
ocorra estenose de%
da
coana3,porém
a presença de sintomatologia éo
critério mais utilizado paradeterminar a falência
do
tratamentona
maioria dos trabalhos. Este foio
critériotambém
utilizado por este estudo.Por
serum
estudo retrospectivo encontrou-se grande dificuldadeem
adquirireiâames
complementares
pós-operatórios de todos os pacientes. Por estemotivo
valorizou-se a persistência dos sintomas para avaliar o resultado cirúrgico.
Quanto
aotempo
depermanência do molde
nasal, a maioria dos autoresutilizam entre
4
e 12 semanas3, nesses estudos6
semanas
foio
tempo
maisobse1vado8”14”28'29”4°”4', semelhante ao encontrado
no
presente estudo.A
permanência
do molde
é importante para estabilizar a permeabilidade nasalno
período pós-operatório e prevenir a reestenose,mas
estepode
propiciarinfecções.
Por
estemotivo
é preconizado pela maioria dos autoreso
uso deantibiótico
no
pós-operatório” A1.Todos
os pacientes deste estudoreceberam
antibiótico porum
tempo médio
de 7 dias.
A
higiene nasalcom
soro fisiológicona
vigênciada sonda
também
tem
grande importânciana
prevençãoda
infecção secundária3.A
atresia coanal éuma
malformação
incomum,
mas
não
rara,que pode
trazer risco de vida para
o
recém-nascidoou
traduzir-se por sintomas crônicos,que
afetam a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, o seu diagnóstico etratamento
adequados
são fundamentais,além da
procura exaustiva por outras31
6.
CONCLUSÕES
Com
este estudo, conclui-seque
a atresia coanal congênitaem
nosso meio:Apresenta freqüência semelhante quanto ao sexo.
O
tipo mais freqüente é a óssea bilateral.Todos
os pacientes,com
atresia coanal bilateral, apresentam cianose edispnéia logo após o nascimento.
O
principal sintomada
atresia coanal unilateral é a rinorréia, seguida deobstrução nasal unilateral.
Cerca da metade
dos pacientes apresentamalguma malformação
associada (54,54%
dos casos de atresia coanal bilateral e33,33%
dos casos unilaterais).A
cardiopatia congênita seguidada
associaçãoCHARGE
são asmalformações
associadas à atresia coanalmais
freqüentes.A
permeabilidade nasal é avaliada pelapassagem da
SNG
e/ou estudoradiográfico (nasografia contrastada
ou
TC).A
via cirúrgica de escolha é a transnasal.O
tempo
de seguimento dos pacientes é insatisfatório para determinarum
resultado cirúrgico (no
tempo
observado ocorre reestenoseem 30%
dos7.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
~
1.
Butagan
O,Almeida
ER,
Caropreso. Imperfuraçao coanal bilateral, apropósito de
9
casos.Rev
Bras Otorrinolaringol 1991;57(3):144-9.2. Slovis
TL,
RenfroBR,
WattsFB,
Kuhns LR,
Belenky
W,
Spoylar J.Choanal
atresia: precise
CT
evaluation.Radiology
1985;155:345-8.3. Richarsdon
MA,
Osguthorpe
JD. Surgicalmanegement
of
choanal atresia.Laryngoscope
1988;98:915-8.4. Ribeiro
MQ,
Granato L, VillelaPH.
Atresia de coanas:Um
estudo crítico:apresentação de seis casos.
Rev
Bras Otorrinolaringol l998;64(6):618-22.5. Fraser JS. Congenital atresia
of
the choanae.Br
JMed
l9l0;2:l698-701.6. Shirkhoda A, Biggers
WP.
Choanal
atresia.Radiology
1982; 142:93-4.7. Dolci JEL,
F
azioRM.
Urgências Nasais: Atresia Coanal. In: Sih T.Otorrinolaringologia Prática. 1” ed.
Rio
de Janeiro: Revinter;l998 p.278-9.8. Carpenter
BLM,
Merten
DF.
Radiographic manifestationsof
congenitalanomalies affecting the airway. Radiol Clin
North
Am
1991 ;29(2): 219-40.9.
Souza
C, Costa SS,Neto
JFL,Caminha
GP.
Atresia coanal e associaçãoCHARGE.
Jomal
de Pediatria 1992;68(7/8)248-50.10. Vickery
CL,
GrossCW.
Advanced
drill treatmentof
congenital choanalatresia. Otolaryngologic Clin
North
Am
1997;3 0(3):45 7-63.11. Wiatrak BJ. Unilateral choanal atresia: initial presentation
na
endoscopicrepair. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 1998;46:27-35.
12.
Deutsch
E,Kaufman
AE.
Transnasal endoscopicmanagement
of
choanal33
13.
Ferguson
JL,Bryan
HN.
Choanal
atresia: tretment trends in47
patients over33 years.
Ann
Otol Rhinol Laryngol 1989;98:l 10-2.14.Casasus JC, Llorens
DLC.
Malformaciones
asociadas a la atresia de coanas: estudio de siete casos.Acta
OtorrinolaringEsp
l994;54(4):28l-6.15. Josephson
GD,
VickeryCL,
GilesWC,
GrossCW.
Transnasal endoscopicrepair
of
congenital choanal atresia: long-term results.Arch
OtolaryngolHead
Neck
Surg
l998;l24(5):537-40.16. Coniglio JU,
Manzione
JV,Hengerer
AS. Anatomic findings
manegement
of
choanal atresiaand
theCHARGE
association.Ann
Otol Rhinol Laryngol1988;97:448-53.
17. Grezzetta
PC, Anderson
KD,
EichelbergerMR,
Newman
KD,
Roux
TM
Schnitzer JJ, et al. In:Avery
AB,
FletcherMA,
MacDonald
MG,
editors.Phathophysiology
and
manegement
of
thenewbom.
4th ed. Philadelphia: J .B. LippincottCompany;
1994. p.918-9.18.
Becker
W, Naumann
HH,
PfaltzCR.
Otorrinolaringologia prática: diagnóstico e tratamento. 2" ed.Rio
de Janeiro: Revinter;1999. p.280.19. Lazar
RH,
Younis
RT.
Transnasal repairof
choanal atresia using telescopes.Arch
OtolaryngolHead
Neck
Surg 1995;l21:517-20.20.
Knegt-Junk
KJ,Bos
CE,
BerkovitsRN.
Congenital nasal stenosis inneonates. J Laryngol Otol l988;102:500-2.
21.
Sagayama
SMM,
Kim
CA,
Gonzalez
CH.
AssociaçãoCHARGE.
Pediatrial996;18(3):108-11.
22. Hall
BD.
Choanal
atresiaand
associated multiple anomalies. J Pediatr 1979;95(3):395-8.23. Posnick JC. Treacher Collins
Syndrome:
perspectives in evaluationand
treatment. J Oral Maxillofac
Surg
1997;55:1120-33.24.
Kamel
R. Transnasal endoscopic approach in congenital choanal atresia.25
26
7.28
9.30
3132
3334
3536
Murahovschi
J. Puericultura:no
ambulatório eno
consultório. In:Murahovschi
J. Pediatria: diagnóstico+
tratamento. 43 ed.São
Paulo:Sarvier;l987. p.3-8.
Harris J, Robert E, Källén B.
Epidemiology of
choanal atresia with specialreference to the
CHARGE
association. Pediatrics 1997;99(3):363-7.Nemechek
AJ,Amedee
RG.
Choanal
atresia. JLa
StateMed
Soc
1994;146:337-40.
Stahl
RS,
JurkiewiczMJ.
Congenital posterior choanal atresia. Pediatricsl985;76(3):429-36.
Brown
OE,
Pwnell P,Manning
SC.Choanal
atresia: anew
anatomic classificationand
clinicalmanagement
applications.Laryngoscope
l996;l06:97-101.
Morgan
DW,
BaileyCM.
Currentmanagement
of
choanal atresia. IntJPediatr Otorhinolarygol 1990;l9(1):l-13.
Enriquez
GD,
Lucaya
JC.Choanal
atresia: reportof
seventeen cases.Helv
Paediat
Acta
l983;38:34l-6.Williams HJ. Posterior choanal atresia.
Am
JRoentgenol
Radium
Ther
Nucl
Med
l971;l12(1):l-ll.Yanagisawa
E, CitardiMJ.
Clinical manifestationsof
unilateral choanalatresia. Ear
Nose
Throat J l994;73(6):360-2.Rothrnan
GR,
Wood
RA,
NaclerioRM.
Unilateral choanal atresiamasquerading
as chronic sinusitis. Pediatrics 1994;96(4):94l-4.Duncan
NO,
MillerRH,
Catlin FI.Choanal
atresiaand
associated anomalies:the
CHARGE
association. Int J Pediatr Otorhinolaryngol l988;l5(2):129-35.Pgon RA, Graham
JM, Zonana
J,Yong,
SL.Coloboma,
congenital heartdisease,
and
choanal atresia with multiple anomalies:CHARGE
association.35
37.
Pagon
RA, Graham
JM, Zonana
J,Yong
SL.Coloboma,
congenital heartdisease,
and
choanal atresia with multiple anomalies:CHARGE
association.J Pediatr 1981;99(2):223-7.
38. Pirinen S. Genetic craniofacial aberrations.
Acta Odontol Scand
l998;56:356-9.
39. Carmistrá JP, Houette A,
Marchese
JL, Iannetti G. Mandibulo-facialdydodtosiszcomparison study
of
a neonate with mandibulo-facial dysostosisand
anormal
neonate. J Cranio Maxillofac Surg l998;26(2):92-7.40.
Sadek
SAA.
Congenital bilateral choanal atresia. Int J PediatrOtorhinolaryngol l998;42:247-56.
41.
Singh
B. Bilateral choanal atresia:key
to success with the transnasalapproach. J Laryngol Otol 1990;l04:482-4.
42. Hall
WJ, Watanabe
T,Kenan
PD,
Baylin G. Transseptal repairof
unilateralNORMAS
ADOTADAS
As
normas
adotadas para a confecção deste trabalhoforam
as detenninadaspelo Colegiado
do Curso
deGraduação
em
Medicina da
Universidade Federalde Santa Catarina, através
da
resolução 001/99.Para as referências bibliográficas
foram
utilizadas asnormas
determinadas37
RESUMO
/
A
propostado
presente estudo é analisar pacientes portadores de atresia coanal congênita(ACC),
quanto a epidemiologia, classificação, quadro clínico, investigação diagnóstica e aspectos cirúrgicos.Consta
deum
estudo descritivo clínico e retrospectivo,onde foram
avaliadas17 crianças
com
o
diagnóstico deACC,
atendidasno
Hospital Infantil Joana deGusmão,
no
período de janeiro de1987
adezembro
de 1999. `Os
resultados encontrados foram: 1) Sexo: 8meninos (47,00%)
e 9meninas
(53,00%). 2) Classificação: ll
(64,71%)
bilaterais e 6(35,26%)
unilaterais; 9(52,95%)
ósseas,4
(23,53%) ósseo-membranosas, 2 (11,76%)
membranosas
e 2 (11,76%)
ignoradas. 3)ACC
bilateral:100%
diagnosticadono
período neonatale
100%
apresentou dispnéia e cianose ao nascimento. 4)ACC
unilateral:rinorréia e obstrução nasal unilateral
em 50%
e33,33%
dos pacientesrespectivamente e idade
no
momento
do
diagnóstico entre 1 dia e 14 anos. 5)Associação
com
malformações:47,06%.
6)Exames
complementares:passagem
da sonda
nasogástrica (100%),nasografia (70,58%)
eTC
(29,41%). 7)Via
deacesso cirúrgico:
100%
transnasal. 8)Tempo
de seguimento:mediana
4,5meses. 9) Resultado cirúrgico:
70,00%
satisfatório e30,00%
insatisfatório.O
grupo
estudado apresenta freqüência semelhante quanto ao sexo.O
tipo deACC
mais freqüente é a óssea bilateral.Em
cerca demetade
dos pacientes ocorrealguma malformação
associada.A
via de acesso cirúrgico de escolha é atransnasal.
O
tempo
de seguimentonão
éadequado
e ocorre reestenoseem 30%
SUMMARY
The
purposeof
this research is to analysis patients with congenital choanalatresia
(CCA),
about epidemiology, classification, clinic, diagnosisand
surgery.It
was
a retrospective clinical description study,where
was
valueted 17children With
CCA,
at Hospital Infantil Joana deGusmão,
over the periodfrom
January1987
toDecember
1999.The
resultsfind
was: 1) Sex: 8male (47,00%) and
9 female (53,00%). 2)Classification: 11
(64,71%)
bilateralsand
6(35,26%)
unilaterals; 9(52,95%)
bonies,
4 (23,53%) bony-membranouses,
2 (11,76%)
membranouses
and
2(11,76
%)
unknown.
3) BilateralCCA:
100%
diagnosed in neonatal period'sand
100%
presented respiratory distressand
cyanosis at the birth. 4)ACC
unilateral:nasal discharge
and
unilateral nasal obstruction in50,00%
and
33,33%
of
thepatients respective
and
age at the diagnosis rangedfrom
1day
to 14 years. 5)Malformations associated:
47,06%.
6)Complementary
exam:
inability to pass achateter througth the nose into the
nasophaynx
(100%),nasography (70,58%)
and
computed
tomographic (29,41%). 7) Surgical approach:100%
transnasal. 8)Follow-up:
median
4,5 months. 9) Surgical results:70,00%
satisfactoryand
30,00%
unsatisfactory.The
studied group there isn°t difference in sex frequencyThe
most
frequentACC
is bilateral bony.Aroud
halfof
patientshave
malformations associated.The
surgical preferapprouch
is transnasal.The
timeof
follow-up isn'tAPÊNDICE
PROTOCOLO:
ATRESIA
COANAL
INDENTIEICAÇÃO:
Nome:
Sexo: (F) (M) Raça:
REG:
Endereço: W
Telefone:
ANAMNESEI
Queixas: ( ) assintomático ( ) obstmção nasal ( ) rinorréia ( ) dispnéia ( ) cianose
Idade no momento do diagnóstico:
Malformação/ Sindrome associada:
S(
)N(
)EXAMES
COMPLEMENTARES:
Passagem da
SNG
S ( )N
( )Nasografia:
TC:
O
características: ( )unilateral ( )bilateral( )óssea ( )ósseo-membranosa ( )membranosa
CIRURGIA2
Data: Idade:
( )transnasal( )
( )transpalatina( )
O
tempo de pennanência do molde nasal:Ouso
deATBS() N()
tempo:l
PÓS-OP:
Tempo
de seguimento :__
Resultado:( )assíntomático ( )satisfatório
( )sintomático ( )insatisfatório
0403
Ex.l