CENTRO
SÓCIO
ECONOMICO
DEPARTAMENTO
DE
SERVICO
SOCIAL
APOSENTADOREA
-.UMA
NOVA
CONQUISTA
NO
SESC
` _
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao
Departamento de Serviço da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do Título de
Assistente Social pela Acadêmica Cristie Borges,
orientado pela professora lliane Kohler.
CRISTIE
BORGES
CASSETTARI
SILVEIRA
ñpfouado PeloDS5
Em..Á..Qf-D.§l/Ã?
~--
-g;lTâr§¡ . , . . IM°f~e“se,;¡:°aS,M
Florianopoliseh*
d° ÊPSÍÊ/ufisc1997
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â
AGRADECIMENTOS
Ao
SESC
(Serviço Socialdo
Comércio), pela oportunidade de estágio.A
todos daSeção
em
que
estagiei, pelas idéias, incentivo edisponibilidade ein vários
momentos.
À
professora Iliane, pela orientação, interesse e dedicação.Aos
meus
pais e marido, pela oportunidade de estudo.À
todosque
dealguma
maneira, contribuíram para a concretizaçãoSUMÁRIO
INTRODUÇÃO
... M5CAPÍTULO
1_
APOSENTADORIA
E
PREVIDÊNCIA
... ..71.1 Considerações sobre a aposentadoria ... ..7×
1.2 Previdência social: caracteristicas ... ..31×
CAPÍTULO
2PROGRAMA
DE
PREPARAÇAO
PARA
APOSENTADORIA
E
O
SERVIÇO
SOCIAL
... ..492.1 Histórico e implantação
do
Projeto Pre-aposentadoriano
SESC
... ..492.2 Análise
da
pesquisa de opiniões ... ..572.3
Pensando
sobre a aposentadoria: experiência e proposição ... ..ó7×~
CONSIDERACOES
FINAIS
....ss
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..9oEste trabalho foi concretizado a partir de nossa experiência de estágio,
desenvolvido
no
SESC
(Serviço Socialdo
Comercio),no
periodo demarço
de l996 a julho de l997.Tal periodo de pratica profissional propiciou-me
uma
compreensão
arespeito da aposentadoria e suas conseqüências para o aposentado e seus
familiares.
A
temática da aposentadoria écompreendida no
presente trabalhocomo
um
direitodo
cidadão. /Todo trabalhador contribui porum
longo período da sua existência para o desenvolvimentoda
sociedade. Para muitos,a aposentadoria ê
um
prêmio
justo,mas
muitas vezes,não
e justoo
que
fazem
com
o trabalhadorque
passa a usufruir da aposentadoria. 'À aposentadoria foiinstituída para garantir ao trabalhador
um
direito social conquistado pelosanos de trabalho realizados* Esta expectativa otimista
nem
sempre
seconcretiza e muitas vezes
toma-se
até frustrante.Neste
sentido, profissionaisvinculados à luta e garantia de direitos sociais
vislumbram
que, usufruirdo
direito a aposentadoria
na
sociedade capitalista requeruma
preparação daqueles sujeitosque
seaproximam
destemomento
de suas existências. "Neste trabalho, tentamos sistematizar, através de
uma
descriçãoprocessual, a trajetória de ações sócio-educativas na temática da
Assim,
no
primeiro capitulo,busco brevemente
situar a temáticada
aposentadoria e suas relações
com
a previdência pública/privada, maisespecificamente, aquela desenvolvida pelo Sistema Previdenciário
do
SESC
-
a
PREVISC
(Sociedadeda
PrevidênciaComplementar
do
SistemaFederação
das Indústriasdo
Estado de Santa Catarina).No
segundo
capítulo, tentamos detalhar o processo histórico emetodológico das ações realizadas junto aos sujeitos
em
fase de pré-aposentadoria.
Ao
revisitarmos a nossa trajetória de estagiáriado
curso de ServiçoSocial junto às ações desenvolvidas na temática da aposentadoria
consolidamos nossa convicção quanto à necessidade de prosseguimento e
sustentação destas ações
em uma
perspectiva sócio-educativa junto aosdiferentes
segmentos
de trabalhadores, ao depararem-secom
questõesexistenciais, culturais, econôinicas e profissionais singulares
no
necessárioperíodo de transição
que
lhes coloca as suas condições de trabalhadores ativost.
~
para trabalhadores inativos,
no
contexto das relaçoes de produção.Esperamos que
este trabalho contribua dealguma forma
para outros~
estudos, troca de saberes e crescimento profissional, gerando
reflexoes
eações
não
sóno
âmbitodo
Serviço Social,mas
também,
para osdemais
segmentos
profissionaiscomprometidos
com
proposições geradoras _deAPOSENTADORIA
E
PREVIDÊNCIA
1.1
Considerações sobre aposentadoria
F
Atualmente no
Brasil eno
mundo
ocorreum
fenómeno
notávelda
\nossa
epoca: oaumento
expressivoda
população idosa.Cresce
v consideravelmente a expectativa de vida,
chegando
a mais de70%
no
suldo
.f
Qrasil.
Tera a sociedade condições de assumir e oferecer condições dignas a
essa população considerada não produtiva?
Segundo
oIBGE
(InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística), a nível de Brasil
no
ano de 1995, apopulação
economicamente
ativa atingiuum
percentual de61,30%
da
população, e a
não
ativa de38,70%
dapopulaçao
totaldo
Brasil.Os
22,60%
da população inativa constituem-seem
sujeitos,necessariamente incluídos
no
contexto da Seguridade Social,mais
especificainente na previdência,
onde
otema
da aposentadoriatem
suaconcepção
e legislação definidas.A
aposentadoria éum
meio
legítimo e legal de afastar o individuodo
trabalho profissional.
A
princípio, a aposentadoria surge ao indivíduo pararecompensar o
trabalho. Surge para garantir
uma
velhicecom
dignidade e segurança,Na
verdade, isso
nem
sempre
acontece e o periododa
aposentadoriatoma-se
rejeitado e ate' ternido.
E
não
e paramenos,
pois otermo quando
procuradoem
dicionário revela: “estado de inatividade de funcionario, aofim
de certotempo
de serviço, corn determinado vencimento”; “pôr de parte, de lado”;“dar pouso”,
“tomar
aposento”.Estes termos são criações
dos
próprioshomens
e mulheresque
osvivenciarn de acordo
com
os significados culturaisque
cadaum
atribui,ou
seja, faz parte da sua visão de
mundo
construída ao longodo
seu processo deexistência.
Mais alem da
explicaçãodo
dicionário, a aposentadoria confereum
princípio de identidade.
Uma
mudança,
uma
criaçãoque
se concretizaem
um
novo
papel socialno
qual ohomem
e amulher
irão atuar.Uma
redefiniçãodo
ciclo
de
vida, fazendo partedo
desenvolvirnentohumano
integral, resultadodinâmico
deum
processo vital global deuma
vida e durante o qual oindivíduo se
modifica
incessantemente.Sócio-politicamente o direito a aposentadoria e
uma
importanteconquista
da
classe trabalhadora, fruto de grandes lutas operarias.A
maioria dos trabalhadores brasileirosque sobrevivem
com
um
salárioindigno (salário rninirno atual
R$
l20,00), lutarn para semanterem
vivos edesejam
alcançar a aposentadoria.As
longas e cruéisjomadas
de trabalho,férias por dinheiro, ein
algumas
áreas de traballio,vão
exaurindo suas forças.Com
este ritmo de trabalho, o operáriochega
ao final da atividade produtiva(quando
consegue chegar),com
um
esgotamento
físico e mental,com
fortestress causado pelo trânsito, pelo transporte, pela deficiente alimentação e
pelas precárias condições de vida, isto
quando
nenhuma
doença ou
acidentenão
o incapacita para o traballio e antecipa sua Aposentadoria. Neste cenário,A aposenradoria não e tudo,
mas
e' indispensável para garantir o lado materia/ euma
sobrev1`véncia digna. .×~Iqne/es que precocemente de/a necessitam uszgfru1`r eaqueles que alcançam dentro da /egislação vigente (Melo, 1995, p. 25).
A
aposentadorianão
e apenasuma
preocupação
pessoal individual,mas
essencialmenteuma
questão social.É
de responsabilidadedo
Estado degovernantes, e de aposentados
do
presente edo
futuro.,
Assim
posto, e repensando a Aposentadoriacomo
questão social,o
que
buscamos
é oreconhecimento
da dignidadehumana
da condição decidadã.
Um
modo
de, na meia-idade,na
velhice, enquanto ainda e tempo,recuperar não o
tempo
perdido,mas
a qualidadedo
tempo
presente.É
certoque
a pessoa ao aproxiinar-se da Aposentadoria,pode
ter certoreceio,
algumas
interrogações, porque vai enfrentar outra realidade aindadesconhecida e por muitos mistificada.
Os
preconceitos e mitos são inúmeros.Um
desses mitos é oque
afirma que' a Aposentadoria e igual a velhice,ou
sinônimo de
velhice.Añrmação
equivocada, pois a velhicecomo
uma
daslivres que se supõe
serem
possíveisna
condição de aposentado. Para muitos,torna-se
um
período de socializaçãodo
seu saber profissionalcom
ousadia,criatividade e competência.
Outro
inito é aqueleno
qual a aposentadoria implicaem
perda
de
identidade
-
o profissional, muitas vezestoma
lugardo
serhumano
e se tornaconhecido
como:
o Sr. Gerente, o Fiscal, o Sr.Comandante,
o Diretor.A
pessoa
é identificada sócio-afetivamente
com
a função. Afastada/ /desta, sente-sedesconhecido,
desempregado
etem
dificuldade de encontrar o seu próprio eu, oseu
nome
e atémesmo
o seu espaço. Voltar a ser ohomem,
a mulher, o cidadão,depois de ter ocupado,
na
vida ativa, cargos muitos delescom
altos status sócio-econôinico, o que exige
uma
adaptaçãoque não
raro transforma-senum
crueldesafio ao sujeito
que
assim se constituem nas suas relações de trabalho e sócio-afetivas.
Outra realidade conhecida é o
chamado
tempo
vazio-
nada mais
angustiante
do
que esperar, esperar e esperarsem
saber o que, para que, quando.O
períododa
aposentadoria, para alguns, representa o dramáticoproblema do
tempo, o de
não
saber .o que fazercom
ele.O
tédio é o único refúgio, perde-se amotivação, a pessoa se anula `e vive
na mais
lamentável solidão.Ao
invés defazer uso criativo destes preciosos
momentos
que são dados “gratuitamente”,muitos ficam
com
dificuldades de se apropriaremdo
direito ao ócio] eficam
demal
com
a vida.1
No presente traballio a palavra ócio é compreendida como descanso do traballio, repouso, lazer, ocupação
,Outro aspecto levantado e o
que
se refere aomito
da
inutilidade-
ha
quem
penseque
ao aposentar-se a pessoa passa aum
estagio de decadênciaonde não tem
nenhuma
utilidade.Que
“jádeu
tudo oque
tinha para dar”.Absolutamente
errado.A
pessoanão
vive apenas' para o trabalho, paraproduzir bens de
consumo,
para se desgastarem
serviços rotineiros.O
serhumano
é maisque
operador demaquinas ou
de trabalhos braçais.`>
, Geralmente, a pessoa não se sente
bem
quando
tem
a sensação deinutilidade e desocupação, ainda mais
quando
um
dos mitos atravessam aconcepção
de aposentadoriaque
se apresenta, isto e': serum
períododa
vidaque gera dependência e peso para familiares e a sociedade.,'Face a estas
concepções limitadoras
da
condição de sujeito-
aposentado,toma-se
inevitável propor ações sócio-educadoras para
que
estemomento
da
vidapossa ser
compreendido
e ser reconhecido pela sociedade e o sujeito-
aposentado enquanto tal ter
novos
projetos de vida arquitetados para usufruir,o
tempo
que a vida lhe der e as oportunidades boasque
surgirem.“
Algumas
pessoas relacionam aaposentadoria
a alienação-
a pessoaé
um
serem
construção,sempre ha
oque
fazer, oque
aprender,o que
melhorar.
Na
vidanão ha
espaço para desperdício, por isso e necessarioo
desejo de se atualizar e se aprimorar.
Para se alienar
não
e preciso fazermuito
esforço basta pararno
tempo
e
no
espaço.O
mundo
é dinâmico e evolutivo, o fato _de parar já retroage,É
muito freqüente ouvirque
o aposentado e superado, alienado e jáestá “esclerosado”.
Porém
o fato de já tercumprido
com
a sua jornada detrabalho
não
significaque
tenha desaparecidodo
mundo
eda
vida.A
experiência e a sabedoria
acumulada
através dos anosnão
podem
serdesperdiçadas e
nem
desconhecidas,mesmo
que na
sociedade atualonde
odescartável, o
consumo,
o imediatismobuscam
através das mais diferentesformas de expressão nega-las.
Há, de certa
forma
quem
relacioneaposentadoria
àimprodutividade. Esta
concepção
na sociedade capitalista,tem
sua dose deverdade.
Neste contexto,
onde
o trabalho éum
fator absoluto, ser consideradauma
pessoa improdutivafomenta
crisesque
quasesempre levam
à depressão, à aditivos,em
situaçõesque
seagravam
sem
um
devido tratamento, à morte.Quando
ohomem
e' avaliado pelo que produz, peloque
faz, e
não
peloque
é na sua essênciahumana,
e evidenteque
achegada
da aposentadoriaagrava
aindamais
essa visão.A
condição de aposentadoou
pensionistapode
levar à impressão deque
se é inútil,um
peso para a família, e para a sociedade e para ogovemo.
A
pessoa nesta situação, por muitas vezes, identifica-se
com
aquiloque
éavaliado
como
inútil, peso para seu grupo familiar, à sociedade e ao Estado.Apaga
da suamemória, que
durante a sua vida profissionalmente ativa,exaurindo-se -sendo atingido por profundo stress. Contribuiu para a
previdência, constituindo-se a aposentadoria, a justa retribuição
do
seucontributo. Se as
economias
da Previdênciaforam
desviadas para obrascomo
Brasília, Itaipu, divida externa e corrupção isso
não
é culpado
aposentado. Neste contexto, criamuma
caricaturada
situação para iludir aNação
dizendo
que
um
trabalhador ativotem que
carregar o ônus dopagamento
ãum
aposentado,quando na
verdade este já contribuiu para usufruirda
suacondição de aposentado
com
segurança e dignidade. aposentadoria e aextensão
do
direito universaldo
trabalhador e desse direito elenão deve
abrirmão
pornenhum
motivo
(Melo, 1995, p. 33).Os
mitos são forçastambém
produzidas pelo inconscienteque
formam
o
pensamento
social (Melo, 1995, p.33).Há
pessoasque
inadvertidamenteempregam
os termos aposentadoriae inatividade
como
sinônimos e dão-lhes asmesmas
atribuições. Seraposentado, para muitos já é penoso, mais ainda o será se
chamado
de
inativo.Os
aposentados para muitos sãocondenados
aviverem
em
seusaposentos, de chinelos, e pior ainda, se possivel calados,
sem
autonomia,subaltemizados.
Mas
sem
atividade esem
convívioninguém
vive. Esta contradição éque viabiliza a busca incessante de ser ela
mesma
alterada nelamesma.
A
compreensão que
setem
das fases da vida, especialmenteda
velhicecontingências da vida e
busca
superar as dificuldades,também
enfrentacom
naturalidade, certa tranqüilidade mais este
novo
momento. Tem-se
observado,quem
não
aceita a simesmo,
não
está satisfeito, reclamado
trabalho, daschefias,
do
ambiente, dos relacionamentoscom
os colegas de trabalho, dosônibus,
do
seu grupo familiar, dos governos, etc, transfere para sua vida de~
aposentado
ou
aposentada estas várias questoes./A condição de aposentadoquase
sempre
vividaquando
o processo de envelhecimento se acentua, trazconsigo a historia de vida da pessoa.
A
forma
pela qual a aposentadoria vai ser sentidadepende
deum
conjunto de fatores: a maneira
mais ou
menos
brusca pela qual ocorre, ossucessos
ou
insucessos profissionais, a estrutura familiar, o relacionamentosocial, as condições de saúde,
enflm,
a trajetória histórica das várias relaçõesque
cada pessoa, foi capaz e teve condições de construir e seguir construindo.Outro preconceito presente na nossa cultura, e aquele que valoriza o
jovem
e o associa àprodução
e desvaloriza os mais velhos, associando-os aidéia de superado, obsoleto, inadequado. .
Mota
(1981)em
“Cademo
da
Terceira Idade” fazuma
comparação
interessante e clara sobre as perspectivado
jovem
sobreo
trabalho e a pessoaidosa já aposentada.
As perspectivas de vida do jovem que ingressa no mercado de Trabalho talvez
sejam mais resinhas do que as entrevistas pelo
homem
de meia idade que seprepara para dele sair. Se o jovem tem
um
longo futuro à sua frente e desejaz
idéia de ingressar no grupo de idosos, o _/'ovem vai ao encontro da vídzz, 0
aposentado _ foge a perspectiva da morte.
O
jovem
vivecom
expectativa o periododa
vidano
qual acontece avida profissional.
O
primeiroemprego.
Quer
tornar-se independentefinanceiramente; quer sentir-se capaz de prover sua própria subsistência,
desenvolver seus talentos e manter assim a sua autonomia, enquanto o aposentado
ou
aposentadacaminha na
direção oposta.A
aposentadoria e vistacomo
um
declínio.O
aposentado sente-seameaçado
em
seu status face as rupturas na sua trajetória profissional.Para o
jovem
e'um
passo a frente.O
trabalho e' vistocomo
uma
ascensão,
promete
segurança, surgeuma
nova
carreira, recebe ajuda para seadaptar e produzir
bem,
produzir omáximo.
Para o aposentado
ou
aposentada, o término de carreira éuma
perda,para alguns e
algumas
e a morte social. Ele e elasentem
pressão para deixar omercado
de trabalho e abrir vagas para osmais moços.
O
ingressantetem
a possibilidade de melhorar o seu salário,sempre
tem
a esperança poruma
melhor
qualidade de vida.Para o aposentado a tendência é diminuir a receita e
aumentar
asdespesas
com
a sua própria saúde: remédios, fisioterapias, hospitalização, etc.'
Os
jovenspassam
a pertencer aum
novo
grupo social,ampliam
assuas relações,
fazem
amigos, freqüentam.Surgem
novas
perspectivas de lazerPara o aposentado ocorre a perda de papeis e de status.
Na
sociedadecapitalista
em
variossegmentos
sociais cessa oreconhecimento
e o respeito.Caso
não
tenha feito seu “pe de meia”,não o
farácom
o
valor diminutoda
sua aposentadoria
ou pensão
e váriospassam
longos anos das suas vidas nosasilos, recebendo atenção socio
-
econômica
-
afetivanão
mais
daquelespertencentes as suas raizes familiares e de outros grupos sociais
que
efetivamente
marcam
sua historia.Nesse
breve paralelo nospodemos
verque
a situaçãodo
ingressanteno
mundo
do
trabalho e oque
dele se afasta são os dois ladosda
mesma
moeda,
para uns, esperança e perspectivas de progresso, para outros, asaudade e outras expectativas
com
relação aonovo
mundo
a enfrentar.Inclui-se, assim,
não somente
os grandes obstáculos constituídos nasrelações sociais e afetivas mas, principalmente, as possibilidades
quando
éhora de aposentar-se.
É
maisum
significativo passo na vidado
trabalhador.Pois é preciso aprender a
compreender
e alterar as situações de aflição, deangústia, de preconceito descritos anteriormente e
também,
aceitar,como
muitos o fazem,
como
um
periododa
vidaque
significa libertação,uma
possibilidade de fazer
novas
experiências gratificantes, ocasião deaprimoramento
pessoal-social e oportunidades de atividades variadas.A
pessoa
não pode
fazerdo
trabalho o seu único objetivo.É
fundamental seguirQuando
émesmo
um
problema
o ato de aposentar-se? .Estudos sobre oassunto e, principalmente
depoimentos
veiculados naimprensa
falada eescrita nos
mostram que toma-se
um
ato dificil para a pessoaquando
épressionada a interromper sua atividade.
Quando
nãotem
alternativa,como
é o caso da maioria dostrabalhadores brasileiros, vinculados ao serviço público
~
municipal, estadual,federal. Pois,
no
setor privado algunssegmentos
profissionaisconseguem
serreempregados,
mesmo com
as atuais restriçõesdo mercado
(idade, direitostrabalhistas, salario). Esta possibilidade para o setor público
não
de todoimpossivel. Muitos
seguem
oferecendo serviços na área de suaformação
profissional nos âmbitos
da
consultoria e assessoria.É
ainda, problema,quando
o sujeito ao longoda
sua existência olhou para a questãoda
aposentadoria
negando
aou
considerando acomo uma
questaonao
pertinenteao seu cotidiano de trabalhador.
~
Outro aspecto da vida de
quem
vai aposentar se é a questaoda
saúde,que, geralmente, já manifesta fragilidades e que passa a exigir cuidados
especiais dos serviços de saúde.
Quando
ha
dificuldades de assimilar acondição de aposentado, as fragilidades se
aguçam.
Outro ponto relevante
que
nostem
chamado
atenção équando
oambiente, familiar
do
aposentado lhe e hostil.Há
aposentados e aposentadasque
tem
grande dificuldadede
voltarque se
deparam
com
o cotidiano das tarefas domésticas, as váriasdemandas
para
manutenção
da
casa, quasesempre assumida
pelamulher
eou
pelosempregados ou empregadas
domésticas.Não
somente,como
jámostramos
anteriormente o desafio é lidar
com
os outros horários, outrasformas
deocupação, e de convívio. Daí a necessidade de criar laços afetivos
com
seusamigos
de verdade.A
sociedadetambém
é responsável pelobem
estar do aposentado,respeitando os seus direitos apos o
cumprimento
de seus deveres. Para issonão
pode
negar a participaçãodo
aposentado e aposentada nas lutas poruma
vida digna e
com
segurançado
seus direitos adquiridos.'
A
hora
da
aposentadoria deverá serum
momento
de conquista enão
de derrota para o trabalhador que agora faz jus ao descanso
remunerado
euma
lida
digna e saudável.K
Ao
chegar o periododa
aposentadoria ohomem,
normalmente
encontra-se
na meia
idade,ou
seja, entre45
a60
anos, fase muitas vezestumultuada, de instabilidade emocional, de
mudanças
fisicas a intelectuais,isto é, o envelhecimento
\_M
_A
A
mulher
a partir dos 35 anoscomeça
a sentir que jánão
émais
jovem, aparecem
os primeirosfios
de cabelos brancos, as primeiras rugas e osprimeiros temores.
Começa
aí ,achamada
“idade crítica”,começando
pelamenopausa
e seagravando
com
a saída dos filhos, casadas ou não,com
aAs
crises individuais são freqüentes,porem
na
adolescência ena
meia
idade elas se intensificam pelas transformações de
ordem
orgânica,psicológica e social.
' Outra questão de relevância é que
a terceira idade está vinculada à
aposentadoria.
Aos
60
anos todo cidadãotem
direito compulsório àaposentadoria.
No
Brasil,em
sua maioria, os idosos são representados pelo sexofeminino.
A
perdado companheiro
e evidentementeuma
situaçãoque
aumenta
e se agravacom
oavanço da
idade.A
viuvez etambém
uma
característica da população aposentada e idosa, especialmente viuvez
feminina.
Os
fatoresque
influenciam
este quadro e'que
oshomens
aocasarem
são mais velhos
do
que as mulheres e geralmentemorrem
antes.Segundo
oIBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),mostraremos
a tabela àseguir.
Tabela
1-
Índicede mortalidade
BRASIL
-
Óbitos por
ano
de
ocorrência(dados de
1994)Adultos
Taxa
de Mortalidade
Taxa
de Mortalidade
(por Milhões)
(%)
Homens
542.42559,47%
Mulheres
369.68540,53%
Está realidade
também
deve ser objeto da família eda
sociedade, antese durante a aposentadoria,
no
contexto das políticas públicas,em
especial, asda
Seguridade Social (assistência, saúde, previdência)._
Í
K ' ,` 1
/
No
contexto daordem
economica
a aposentadoria eum
assuntopolêmico.
O
aposentado muitas vezes, passa a receber salario fixo,sem
vantagens,
bonificações
comissõesou
horas extras. Isto fazcom
que
a grandemaioria passe a reduzir seus padrões de qualidade de vida face as perdas
salariais.
ç
Raramente encontramos alguém
satisfeitocom
o valor monetárioda
~
sua aposentadoria.
A
não
ser aqueles quenao
recebiammensalmente
um
salario,
como
é o caso dos agricultores, das donas de casa. Para estes, aaposentadoria é
um
prêmio;
Na
verdade, anão
consolidaçãodo
Estado-de-bem-estarno
mundo
capitalista faz
com
que
os trabalhadores retiradosdo
processo produtivo viaaposentadoria, freqüentemente
não
podem
usufruirdo
direito por elesconquistados: viver exclusivamente
do
beneficio previdenciário recebido,sem
que seja necessario continuar trabalhando. Muitas vezes,
ha
quem
precisevoltar a própria
empresa
em
condições inferiores aquelaque
ocupava,como
trabalhador de
segunda
classeou
tendo de procurar outro emprego.__'
/
1
Assim, para o aposentado, aquilo
que
deveria representarum
períodode tranqüilidade
em
sua vida, transforina-se -em insegurança, incertezas e desérias privações. Isso
pode
ser agravado pela necessidade demedicamentos
e /até hospitalização. A
A
pessoana
condição de pré-aposentadoria deve avaliar apossibilidade de prepararçse para o exercício de
uma
segunda
ocupação.A
segunda ocupação não
eum
mero
passatempo,mas
deverá tersentido para a pessoa e
também
alguma
utilidade social.\
Deve
ter significado real enão
apenas para constar, deve ser atrativopessoal, para que não seja
um
peso,mas
simuma
realização .sob oponto
devista de competência e de interação social.
O
ideal nessa fase, éum
trabalhoameno,
sem
horáriofixo,
sem
normas
rígidas,sem
hierarquia inquebrantável paraque não
tolha a liberdadee a espontaneidade.
Bom
também
e aquiloque desafia
a criatividade e utilizatodos os recursos pessoais e coletivos.
Cada
um
usando
a sua criatividade,pode
viverprazerosamente fazendo oque
pode, o que gosta, e oque
lhe torna, .
util.
O
trabalho,ocupa
um
inegável espaçona
existênciahumana
, continuasendo
essencial na vida de grande maioria dos aposentados.Mas,
aposentar-sedo
trabalhoou
da vida profissional nao significa aposentar seda
vida.O
trabalho e a
forma mais
garantida demanter
a atividadedo
serhumano
atéporque não
é individual, isolado,mas
essencialmente social,mas
podem
sercriados outras formas de convivências
que
sustentem essa perspectiva.Após
anos de traballio, eisque
a pessoa sente-se alijadodo
contextosocial, dispensado de suas tarefas funcionais.
O
isolamentodo
aposentado favorece a perda das capacidades intelectuais e a conseqüente desatualizaçãoem
relação ao própriomundo.
Com
essa perspectiva ele sente-se_
Apesar
das expectativas perversasembutidas
em
termos e açõesaparentemente ingênuas, o
mundo
.atual contrastamudanças
óbvias secomparadas
com
os deum
seculo atras,quando
sefirmaram
os direitos aaposentadoria.
Hoje
as pessoas, ao se aposentarem, às vezesnem
mesmo
incluem-se na terceira idade.
Além
deuma
maior
expectativa de vida, agoraexiste
uma
gama
de atividades quepodem
ser feitas e que jamaisforam
imaginadas
em
épocas passadas.O
desejo de compartilhar e inerente ao serhumano.
Por issoem
qualquer idade, a pessoa quer compartilhar suas experiências e suas
aspirações.
Nesse
campo
a pessoa quasesempre
temcondições
de passar para osdemais
as suas vivências.H
A
vida ê cheia de surpresas e por muitas vezessurgem
asmais
profundas interrogações.
Cada
instanteda
existência apresenta seus mistériose busca-se respostas
ou
lúcidas explicações.A
aposentadoria oferece dupla situação, oque depende
decomo
apessoa viveu e vive o seu trajeto de construir-se
como
serhumano
e o seu serprofissional.
Depende
da
visão demundo,
das experiências negativasou
positivas
que
tenha vivenciado e da possibilidade para superar os obstáculosque
não
apenas a aposentadoria,mas
a própria vida se encarrega de mostrar eAlgumas
pessoas já nos primeiros anos de trabalhopensam
no
diaem
que
sua aposentadoria chegará. Outros, são surpreendidosmesmo
apos aos 35anos de efetivo trabalho.
Os
otimistasesperam
omomento
de ter todo otempo àsua
disposiçãopara fazer aquilo
que sempre
tiveram vontade,mas
nunca conseguiram
peloscompromissos
com
o serviço,com
amanutenção da
família e horáriossaturados. Abdicar de desejos justos por falta de tempo, apresenta
sempre
uma
certa frustração..Segundo
Chaui
(1995, p. 412) aconcepção
de trabalho desenvolvidano inundo
capitalista e historicamentemarcada
pela idéia de que:/'"
()s seres humanos são produtores: são o que produzem e sao como produzem.
A
produção das condições materiais e intelectuais da existência não são escolhidas
livremente pelos seres humanos,
mas
estão dadas objetivamente,independentemente de nossa vontade.
A
produção material e intelectual da existênciahumana
depende de condiçõesnaturais (ao meio ambiente e as biológicas da espécie humanal) e da procriação.
Esta não apenas
um
dado biológico (a diferença sexual necessaria para aprodução),
mas
ja e' o social, pois decorre de maneiracomo
se dá o intercâmbio ea cooperação entre os humanos e de
modo como
é simbolizado psicológica eculturalmente a diferença dos sexos. Por seu turno, a maneira como os humanos
. interpretam e realizam a diferença sexual determina o
modo
como farão a divisão.social do trabalho, distinguindo trabalhos masculinos, femininos, infantis e de
velhice. "
Uma
das vantagens, advindas da aposentadoria, é a liberdadeque
apessoa aposentado dispõe para escolher aquilo
que mais
lhe aprouver, tantoA
liberdade euma
prerrogativado
serhumano.
Usa-laadequadamente
e a sua própria afirinaçào enquanto pessoa. Saber optar pelo mais aprazível,
mais
útil emais
salutarnem
sempre
é tarefa fácil,mas
é saborosa.De uma
liberdade decorre a autonomia,ou não?
Sem
liberdadenão há
autonomia,
mas
esta supõe algo a mais, supõe a independência eautonomia
econômica, física e mental.
As
desvantagens da aposentadoriadecorrem
muitas vezes,da
faseda
vida
em
que
a pessoa se encontra.É
difícil encontrar pessoas queadmitam
tranqüilamenteque
estãocurtindo o seu tempo, o seu descanso, o seu lazer.
Sua mente não
admitepensar
que não
está fazendonada
de útil.Entretanto,
abandonar
antigos papéis,desempenhar
com
eficiência osnovos que surgem
éuma
tarefa saudável,podendo
alterar os já conhecidos.Um
dos aspectos importantes na aposentadoria e o lazer.Cumprida
amissão
profissional, otempo
disponíveldeve
ser utilizado demaneira
racional, interessante e consciente.
O
lazer e omelhor
caminho
paramanter
o aposentadonum
ritmo ativoe prazeroso, exercitando o seu corpo, a sua
mente
edesenvolvendo
a suaafetividade. Estimula o encontro
com
novas
companhias, favorece orelacionamento e
motiva
a participação criativa. Proporciona crescimentoO
serhumano
é, por natureza,um
ser social.Em
nenhuma
idadeconsegue
viversem
a presença, a ajuda e a força solidária de seussemelhantes. '
Por tudo isso é que o aposentado precisa participar da vida
com
todo oseu
dinamismo.
Hoje
é freqüente encontrar gruposque
sereúnem
com
objetivosbem
definidos: para cantar, para dançar, para fazer teatro, para confeccionar
artesanato, para viajar
ou
para fazerum
pouco
de tudoou
de tudoum
pouco.Por estes vários fatores
mencionados
neste trabalho e que o ServiçoSocial propõe e realiza ações voltadas a
preparação
para
aposentadoria.Ações
nesta área são relativamente recentes.Surgem
associadas ásações relacionadas a problemática
da
terceira idade.O
quadroque esboçamos
anteriormente é resultado de observaçõesparticipantes
do
que ocorriacom
osrecem
aposentados.Surgem
aspreocupações de não deixa-lo
sem
preparo para continuarvivendo
com
dignidade e altruísmo.
Na
França a Companhia *Air France' percebeu que seus aviadores não viviam,em
média, além de 2 anos após a aposentadoria. Morriam inexplicavelmenle. Issomotivou a Cia Aérea a começar
um
trabalho de preparação para estes viverem sua aposentadoria, e o resultado foi visivelmente positivo (Melo, 1995, p. 121).Essa preparação é de fundamental importância e deve ser
uma
aposentado
que deve
busca-lacom
insistência, paraque
seu futuro sejamais
tranqüilo e
compensador.
A
preparaçãono
sentido detomada
de
consciência, alguns preferemo
termo
reflexão
a qual consiste nabusca
denovas
áreas de interesse para apessoa, incentivando conflitos emergentes. Enfim, ensinar
que
aspossibilidades de ação
não
seesgotam
com
o
fim
deuma
carreira.Quando
uma
pessoa está naeminência da
aposentadorianormalmente
entre os
40
e 50 anosuma
faseda
vidaque
geralmentevem
acompanhada
deuma
série de instabilidades afetivas e sociais, surge mais essa questão a serassimilada e assumida.
É
um
momento
de expectativa paraum
novo
estágioda existência. Essas expectativas, às vezes, estão sob a ótica de experiências
negativas de outros colegas,
amigos
e parentes.Nem
sempre
a pessoa sabecomo
planejar o seu futuro e essas referênciasnão
lheservem
pela suapeculiaridade, pelas suas particularidades enquanto ser
humano
com
uma
identidade própria, sua história, sua visão de
mundo.
Alguns
aspiram. ardentemente omomento
de libertar-se doscompromissos
de horarios, exigênciascomo
a produtividade, reuniões edemonstração
de resultados esperados pelos demais, entre outros.Outros receiam esses instantes
como uma
ameaça
a sua estabilidadeeconômica-social, pela perda de status,
ou
mesmo
psicossocial. E,quando
podem, prorrogam
doAo
deixar omundo
do
trabalho a pessoa deve estar criando condições de redimensionar a sua perspectiva de vida edo
mundo,
pela participação einatividades diversas
que
lhepermitam
incorporarnovas
ocupações, papéis esignificados, conferindo-lhes
um
sentidonovo
a sua vida e o contributo à suafamília e a sua
comunidade.
As mudanças
no
perfil psico-social-econômico-cultural e político dosindivíduos que se aposentarn só ocorrerão se os mitos criados pela sociedade
forem
vencidos, a partir deum
processo deeducação
permanente,que
seconsubstancia na preparação para a aposentadoria.
É
importante lembrarque
não
é viver muito_,mas
sirn viverbem
ate ofim.
Urna boa
preparaçãopsicológica
pode
evitar,ou
aomenos
minimizar, os traumasda
aposentadoria.Certamente muitos aposentados viveriam
bem
melhor
se tivessem tidouma
orientação sobre as alternativas parauma
vida mais saudável eparticipativa, pos o seu
tempo
de vida operativo._
A
aposentadoria é a fase de retomar os projetos parados,
ou
não, ossonhos abdicados.
É
a hora de retomarum
ritmo de vida distanciado dos aceleramentos dos horários, prazos e buscar reinventaro
seumundo,
agoracom
calma
e alegria.É
tempo
de avaliações e muitas vezes passar a realizaratividades que durante sua vida de trabalho
não
tiveramcomo
fazê-lo./
A
preparação é sernpre salutar,pode
constituir-seem uma
terapia,criando-se assim, boas expectativas para o aproveitamento real
do
períododa
vida
como
aposentado. Esse aproveitamento está condicionado aum
programa
especialque
lhe pennita adquirirou
manter.um
bom
nível de saúdefísica e mental,
bem como
prolongázlo o mais possível controlando aalimentação, o repouso, atividades fisicas, higiene mental e lazer.
É
neste sentidoque
a nossa experiênciacomo
estagiáriado
SESC
vaiencontrar
no Programa
de Preparação para Aposentadoriaum
conjunto deações
ou
de projetos quevisem
informar o pré-aposentado sobre o futuroestilo de vida que o aguarda
no que
diz respeito à sua pessoa e a seurelacionamento
com
a família e sociedade,com
o objetivo de criar boasexpectativas para a fase
da
aposentadoriacom
sentido,competência
eesperança.
Os
objetivosdo Programa
de Preparação para Aposentadoriadevem
voltar-se para ajudar o aposentado a refletir, debater e descobrir altemativas
que
deverá ter para usufruircom
prazer ebem
estar, o que a vida lhepode
oferecer e para dar orientações sobre o
encaminhamento, no
momento
maisoportuno,
do
pedido de aposentadoria-
aspectos legais, documentos.A
Tomar
acessível ao aposentado, o leque de opções, de atividades, detrabalhos e de grupos que
podem
dar sentido e tornar substancial suaaposentadoria.
A
aposentadoriapode
tomar-seuma
opção
para viver a dignidadehumana
ou pode
tornar-seuma
fatalidademuito
desagradável.A
diferençaaposentados
têm
das oportunidades dos cuidados e das virtudesque
advém
deste periodo
da
vidahumana.
O
homeme
um
ser de relação,tem
seus limites e suas potencialidades,tem
oque
oferecer,mas também
tem
as suas carências.O
ideal éque
apessoa
pudesse chegar a aposentadoria quase
sempre
vivenciando a terceira idadeem
condições de:
Liberdade -
fazer aquiloque
pode, que gosto, ecom
alegria.Criatividade
-
discernimentocom
critérios e valores mais perenes,sabendo
oque e possivel, viável e melhor.
Combater
os aspectos negativos daaposentadoria e usufruir os benefícios.
Temporalidade -
espaçoda
vida,viver o seu
tempo
presente e não o passado.Transcendência
-
o serhumano
deve ir
além
do
visivel,do
sensível,do
material edo
pragmático.Atividade
eCriatividade
-
ohomem
éum
ser ativo e criativo.Deve
expressaro
seupróprio e suas habilidades. Participação
-
utilizandobem
o seutempo
demaneira criativa e prazerosa, o aposentado
pode
partilhar suas experiências esua vida de
modo
positivo,tomando-se
assim útil e valorizado.Para
que
estas categorias sejamuma
realidade, e não apenasum
sonho, a qualidade de vida, e educação e o idealismo ajudarão para
que
acondição de pessoa aposentada e
em
processo de envelhecimento seja natural ecom
os direitos sociais e familiares atendidos.Ter a chance de chegar a aposentadoria
com
saude, lucidez edinamismo
e, realmenteuma
oportunidade da existência.É
também
uma
O
momento
da
aposentadoria éum
bom
tempo
para se fazeruma
avaliação da vida, questionando o
que
se fez, oque
se deixou de fazer e oque
se gostaria de ainda realizar. Se o trabalho era o único fator
que dava
sentido avida,
sem
ele a vidapode
tornar-se fazia e inexpressiva.Dai
a necessidade defazer
novos
projetos de estabelecer outrasmetas
para irem
busca
de sonhosnão
realizados por falta detempo
ou
de condições.Já dissera alguém:
A
vida terminana
proporção que
não
se temmais
objetivos fortes
a
concretizar.Realmente
quem
não
alimenta tdézasou
sonhos, _ já morreu.
O
Projeto de Preparação para Aposentadoria ajuda a elaborar esse~
projeto
que
vai encontrar desafios a cada dia para a sua concretizaçao.Sempre
e'
tempo
de reprogramarou recomeçar
a vida.
Ao
concluir a fasedo
trabalho produtivo-
que
trabalhou para osoutros agora é hora de planejar o trabalho
com
os outros e deve visar a suarealização e o seu
bem
estar. Ser o arquitetoda
sua própria construção,uma
vez que o ser
humano
éum
ser inacabado epode
“crescer” sempre.O
novo
projeto de vidadeve
levarem
conta todas as disponibilidadese as limitações naturais e próprias de cada
um.
Deve
ter utopias,mas
não
demasiadamente
altas e inatingíveis paranao
se fmstarcom
aspiraçõesNesse
particular é possível ser realista, criativo e idealista paranovos
avanços e conquistas.
Há
um
leque diverso deopções
e a pessoa aposentadapode
resgatartodo o seu potencial até então inexplorado por
impedimentos ou
por falta demotivação. Exercitar
novas
habilidades e experimentar outras atividades.Não
se privar das oportunidades
que
a vida apresenta enem
abdicar de boas ealegres companhias.
Investir ein si
mesmo
euma
boa
alternativa paraquem
já investiutanto nos outros.
\
Não
há limites para o 'crescimento pessoal enem
impecilhos paranovos
relacionamentos, desde que a pessoa esteja aberta e se disponha aprogredir e a intercambiar.
No
próximo
item tentaremos exporalgumas
questões sobreprevidência e que viabilizain a consolidação dos direitos
do
aposentado edevem
ser conhecidos, divulgadosna
faseda
pré-aposentadoria.1.2 Previdência social: características
A
previdência nasce e se desenvolveno
mundo,
como
resposta aum
estado de necessidade social caracterizado pelas desigualdades e injustiças,
oriundas principalmente,
daexpansão
do
Capitalismo Industrial dos séculosXVIII
eXIX,
e da primeira esegunda
guerras mundiaisno
séculoXX
(Silva,Aos
poucos, a Previdência Social, torna-seuma
política social desuma
importância para os trabalhadores.Nos
países desenvolvidos, constitui-seum
direito de proteção socialpara seus trabalhadores e seus dependentes nas situações de doenças, proteção
a
matemidade,
desempenho
e na última fase de suas existências,quando
jánão
atuam no mercado
de trabalho.A
explosão das caixas de Aposentadorias ePensão
e apreocupação
em
legislar na área dos direitos sociais, sobretudo os previdenciários, estãointimamente ligados ao
momento
políticodo
pais.Os
anos20 trouxeram
grande insatisfaçao à classe média.
A
A
não
participação desse setorno
aparelhogovemamental
e a criseeconômica que
se acentuava, explicam essa insatisfação'Os
setoresorganizados pressionaram
muito
os patrões e o Estado.O
movimento
sindical se expandiu, os artistas plasticos, os escritores, osmúsicos
e os intelectuaisda
época
organizaram manifestações de contestação aomodelo
econômico
epúblico vigente, sob
comando
e controle das oligarquias agrárias (Silva,1995).
Esse período
marca
ainda, o inicio da industrializaçãodo
país e,consequentemente, o
momento
em
que
aprodução
daVida
Social assentou-semais
no
trabalho assalariado, fruto deuma
mudança
no
sistema de produção,antes basicamente agro-exportador, agora
mais
industrial e voltado paraO
novo
cenário criaum
trabalhadormais
desprotegido, entretantomais crítico e consciente de seus direitos,
tomando
a questãoda
proteçãosocial
emergente
no
debate nacional. VA
previdência tornou-se o grande centro das reivindicações dostrabalhadores,
de forma que
em
1929
todos os candidatos a previdênciada
República incluíram o
tema
em
seusprogramas
degovemo.
A
partir de 1930,com
a quebrado regime
oligárquico e a presença cada vez mais acentuada das classes assalariadas urbanasno
cenário político eeconômico,
a previdência social passa a ser objeto de atençãodo
Estado, enão
mais
exclusivamentedo
setor privado (Oliveira, 1989, p. 77).Uma
intensa produção legislativamarcou
a primeira etapada
eraVargas,
com
muitas inovaçõesno
campo
das relações de trabalho e daspolíticas sociais, sobretudo
na
Previdência Social.Em
1930, foi criado o Ministeriodo
Trabalho, Indústria eComercio,
que tinha suas principais atribuições orientar e supervisionar a Previdência.
O
Novo
Ministério serviucomo
impulso para a criaçãodo
1AP°s (Institutosda
Aposentadorias e Pensões) (Silva, 1995).
Na
década
de 40,surgem asprimeiras
manifestaçõesdo
desejo deReforma
e Organizaçãodo
Sistema Previdenciário,em
face de pluralidadedas instituições previdenciárias,
bem
como
dos dispositivos legais relativos aoA
criseeconômica
enfrentada pelo paisno
pós-guerra se expandiu,provocando
a reação dos trabalhadores nos setoresmédicos
durante todo operiodo
que
se estende de 1945 a l954. Sobretudona segunda metade
dos anos 50, a políticado
pais foimarcada
por grandes manifestações popularescontra a carestia, o
desemprego,
a inflação, o arroclio salarial, ainternacionalização
da
economia.A
reformada
previdência social continuavaem
debate entre as elites politicas,tomando-se
um
aspecto mais inconstantena
política pública.No
finaldo governo
de Jucelino Kubistchek foiaprovado
a leiOrgânica da Previdência Social
-
LOPS,
que
tentou uniformizar ascontribuições e prestações dos diferentes institutos e conceder igual
importância aos
beneficios
e serviços.A
LOPS
foi de real importância,dando
início ao processo de uniformização da Previdência Social,com
ampliações de beneficios e~
serviços prestados à populaçao. Incorporar várias reivindicações de
sindicalismo da época,
como,
a reafirmaçãodo
direito à aposentadoria porum
tempo
de serviço a todas as categorias.Nas
sociedades industrializadas o trabalho assalariado se desenvolve,tomando
a proteção socialuma
condição necessária a estabilidadedo
trabalhador.
Dentro
do
espírito de atenuar os conflitos e conter oavanço
das lutasNo
ano de 64,em
que
se instaurano
pais ochamado
Regime
Militar,foi instituída
uma
comissão
interministerial para propor a reformulaçãodo
sistema previdenciário.
A
partir desta data o objetivo dosgovemos
era o de recuperar a vidanacional e estabelecer a paz. Por trás de
uma
falsa democracia, utilizaram-sede
medidas
arbitrárias, principalmente para desmobilizar a classe operária eos setores populares. Vivência-se nesta época, o
apogeu
de centralizaçãopolitico-administrativo
do
Estado,com
supremaciado
Executivo sobre oLegislativo.
Em
sua intervenção, o Estado defende a livre empresa, suprindo odiscurso nacionalista e populista dos
govemos
anteriores.Recebendo
influência
do
imperialismo norte-americano, favorece a penetração crescentedas
empresas
multinacionais, tendocomo
meta
o desenvolvimentoeconômico
e a segurança nacional.
Em
21 denovembro
de 1966, criou-se o Instituto Nacional dePrevidência Social
(INPS)
atravésdo
decreto ng 72/66,com
objetivo deracionalizar gastos e centralizar o
regime
previdenciário.A
partir destas transformaçõesque
colocaram a Previdência sobabsoluto' controle estatal, essa foi acionada
como
poupança
internagovernamental, pois tornou-se desde a criação
do INPS,
asegunda maior
Em
l974, foi criado o Ministérioda
Previdência e Assistência Social(mms).
~
Este ministério tinha a funçao de supervisionar e coordenar
programas
especificos, tais
como
odo YNPS,
bem como
desenvolverprogramas
deprevidência e assistência social
no âmbito
dos planos, sociais e econômicos.O
final dadécada
de70
inaugurouum
novo
momento
políticono
Brasil,
um
momento
de reação contundenteda
sociedade.O
movimento
dostrabalhadores se rearticula logo, por todos os lugares,
explodem
greves,manifestações, passeatas,
provocando
mudanças
fundamentaisna
vidado
pais.
Segundo
Silva (1995, p. 49)O
início da década de 80 trouxe a tona a crise que a Previdência Social vinhaenfrentando ao longo dos últimas décadas.
Uma
crise que tornou-se evidentepara a sociedade
em
seus vários aspectos.No
aspecto financeiro pelos altos valores dos déficit divulgados,nem
sempreconfiáveis, e sobretudo pelos baixos valores dos beneficios, atraso nos
pagamentos, grande números de ações de contestação na justiça, morosidades
intencionais para concessão de novos benefícios, etc.
No
aspecto administrativopela ineficacia na _ƒiscalização e cobranças de débitos, falhas e caduquice da
legislação, falta de auditorias, estrutura burocrática e desorganizada,
gigantescas filas, poucos postos de atendimento, reduzido número de
funcionarios, etc. Nos aspectos ético e politico as denúncias constantes de fraudes
e corrupção, demonstram
um
sistema moldado para favorecer a corrupção, e 0clientelismo, -um sistema incapaz de atender
com
um
mínimo de dignidade seususuarios
Diante de tantas incertezas,
ameaças
e denúncias, o debate sobre aorganizado dos trabalhadores,
tomando-se
um
dos pontosmais
polêmicos dosúltimos anos, especialmente
no
âmbitoda
Reforma
do
Estado.'
Nos
anos 80, por forçada
pressão organizada dos trabalhadores,novas
mudanças
são realizadasno
âmbito das políticas de proteção social, inudançasestas que vieram, inclusive, a ser institucionalizadas,
no
final dadécada
com
aconstituição de l988 (Silva, 1995).
Embora
anova
constituição tenha sido alvo de críticado
movimento
dos trabalhadores pelo tratamento
dado
aalgumas
questões, é inegávelque
trouxe avanços, principalmente
no
campo
da
proteção social, graças as lutase reivindicações de setores combativos
da
sociedade.Um
dosavanços
significativosno que
se refere a proteção social estáno
conceito de Seguridade Social.A
Seguridade Socialcompreende
um
conjunto integrado de ações e iniciativas dos poderes públicos e
da
sociedade,destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e a
assistência social.
Entretanto, o tripé
formador
da seguridade social-saúde, previdência eassistência social
-
trouxe definitivamenteuma
nova concepção
nessecampo.
A
saúde passa a ser entendidacomo
direito de todos e deverdo
Estado,garantida mediante políticas sociais e econômicas,
que visem
a reduçãodo
risco de
doença
e de outros agravos, e acesso universal e igualitário as ações eJá a previdência supõe o atendimento a Previdência Social
mediante
contribuição e atenderá, nos termos
da
lei, az cobertura dos eventos de doença,invalidez, morte, incluindo os resultados de acidentes de trabalho velhice e
reclusão; ajuda a
manutenção
dos dependentes dos segurados de baixa renda;proteção a maternidade, especialmente gestantes; proteção ao trabalhador
em
situação de
desemprego
involuntário;pensão
pormorte
de seguradohomem
ou
mulher,ou
cônjugeou companheiro
e dependentes,obedecido o
dispostono
parágrafo 59do
art.202
(art. 201) (Constituição Federal, 1988).A
assistência Social será prestada aquem
necessitar, independente decontribuição a seguridade social, tendo por objetivo a proteção a família, à
maternidade, à infância, à adolescência e a velhice;
amparo
as crianças eadolescentes carentes;
promoção
da
integração aomercado
de trabalho;habitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiências e a
promoção
de sua integração à vida comunitária; garantia de
um
salário'minimo
debeneficio
mental, à pessoa portadora de deficiência e ao idoso quecomprovar
não
possuirmeios
de prover a própriamanutenção ou
tê-la provida por suafamília,
conforme
dispostona
lei.O
ano
de1989
foium
marco
na
história políticado
país, poisconsolidou a abertura politica
com
a realização das eleições diretas parapresidente da República.
Segundo
Maria
LúciaLopes
da Silva (1995), a eleição de dois(1989) e
Fernando Henrique
(1994),colocaram
varias conquistas alcançadasna
Constituição de 1988, inclusiveno
campo
da Previdência Social.No
governo
Collor/Itamarforam
realizadas tentativas de acordocom
o conceitode seguridade.
São
ações quereduzem
o conceitoda
seguridade socialcomo
sistema de proteção social ampla, direcionando-o para a visão de seguro,
deixando de lado a
concepção
de saúde-previdência-
assistência socialcomo
um
tripe' indissociável.Atualmente,
no governo
deFernando
Henrique, o setor saúde seestrutura a nivel federal,
no âmbito do
Ministerio daSaúde (MS),
nosEstados, Distrito Federal, e municípios, a partir das Secretárias Estaduais,
Distrital e Municipal de Saúde, respectivamente. Ressaltando que,
na
áreada
saúde, apesar da novidade e atropelos
na
implantaçãodo
SUS
(SistemaÚnico
de Saúde), seria mais correto dizer
que o
sistema se estrutura deforma
descentralizada, hierarquizada a nivel das três esferas administrativas, sendo
gerido e administrado, a partir de
um
comando
único, pelo Ministérioda
Saúde, Secretaria 'Distrital da
Saúde
e Secretarias Municipais de Saúde.O
ministério da Previdência e Assistência Social(MPAS), tem
em
suaárea de competência a Previdência
Complementar
e Assistência Social.No
Brasil, a Previdência Social Públicacompõe-se
legalmente de doisregimes básicos