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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Teresa Catarina Rodrigues Gaspar

Nª aluna: 2013386

Orientador: Dr. António Mário Santos Regente: Professor Doutor Rui Maio

Lisboa, Junho 2019

Relatório final

Estágio profissionalizante – Mestrado Integrado em Medicina

Faculdade de Ciências Médicas | Universidade Nova de Lisboa

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Índice

I – Introdução ... 2

II - Descrição dos estágios práticos curriculares ... 2

Cirurgia Geral | Rhein Maas Klinikum, Würselen, Alemanha (3.09.2018 - 19.10.2018) ... 2

Medicina Interna | Uniklinik RWTH, Aachen, Alemanha (22.10.2018 -14.12.2018)... 3

Medicina Geral e Familiar (MGF) | C. Saúde de Serpa- V.V. de Ficalho (21.01.2019 – 15.02.2019) ... 3

Pediatria | Hospital Dona Estefânia (HDE) (18.02.2019 – 15.03.2019) ... 4

Ginecologia e Obstetrícia (GO)| Hospital Fernando da Fonseca (18.03.219 – 12.04.2019) ... 4

Saúde Mental | Hospital Fernando da Fonseca: Eq. comunitária Brandoa (22.04.2019 – 17.05.2019) ... 5

Oftalmologia | Hospital Santo António dos Capuchos (20.05.2019 – 31.05.2019) ... 5

III- Actividades extra-curriculares ... 5

IV- Reflexão crítica ... 6

V- Anexos ... 9

1) Tabela 1: Objectivos de aprendizagem gerais e específicos de cada especialidade do estágio profissionalizante ... 9

2) Comprovativo membro efectivo da Comissão de Curso entre Março de 2017 e Abril 2018 ... 11

3) Comprovativo curso de formação “2ª reunião comunicação em Pediatria Torrado e Silva” ... 12

4) Certificado de Participação “Ansiedade, do sintoma ao síndrome” ... 13

5) Certificado seminário “Perturbações do Desenvolvimento no Feminino” ... 14

6) Certificado de presença na 8ª Reunião de Imunoalergologia ... 15

7) Certificado voluntariado “Tarde com os avós” ... 16

8) Certificado voluntariado “Rastreios à periferia” ... 17

9) Certificado “iMed Conference 7.0” ... 18

10) Certificado I Jornadas Médicas Nova... 19

11) Certificado curso de Alemão B2.1- Language Craft- Janeiro 2018 ... 20

12) Confirmação estágio Cirurgia Geral na Rhein Maas Klinikum, Würselen, Alemanha ... 21

13) Confirmação estágio Medicina Interna na Uniklinik RWTH, Aachen, Alemanha ... 22

“Se te julgas bem pago com a palavra de uma mãe, com um rosto que sorri porque já não sofre, com a paz de um moribundo a quem ocultas a chegada da morte; se desejas conhecer o homem, penetrar em toda a tragédia do seu destino, faz-te médico, meu filho” Esculpápio

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I – Introdução

No Mestrado Integrado em Medicina, o 6º ano é considerado o ano profissionalizante. Como tal, é um ano onde um continuo ganho de autonomia do aluno e a consolidação de conhecimentos adquiridos ao longo de todo o curso, permite capacitar cada vez mais os jovens médicos para o exercício médico.

Serve o presente relatório, referente ao período compreendido entre o dia 3 de Setembro de 2018 e 31 de Maio de 2019, para especificar e reflectir sobre o meu trabalho neste último ano, bem como as actividades extracurriculares que desempenhei ao longo de todo o curso, que foram não só relevantes na construção do meu percurso académico como também enriquecedores do ponto de vista pessoal.

Em relação ao estágio profissionalizante (EP) irei descrever os seus objectivos principais e os meus objectivos pessoais, assim como as metas que atingi.

Tal como descrito em “The Tunning Project”, um médico, aquando da sua graduação, tem de ser capaz de, por um lado, conduzir uma consulta em todas as suas vertentes - colheita de história clínica, exame objectivo, procedimentos práticos, proposta de plano terapêutico - por outro, fazê-lo tendo em conta não só o contexto do próprio doente mas também aspectos éticos e legais inerentes e indissociáveis da prática médica. Proponho-me a demonstrar neste relatório todo o meu caminho e esforço ao longo destes seis anos, de modo a conseguir atingir os objectivos descritos.

II - Descrição dos estágios práticos curriculares

Cirurgia Geral | Rhein Maas Klinikum, Würselen, Alemanha (3.09.2018 - 19.10.2018)

O estágio de Cirurgia Geral, realizado em Würselen Alemanha, consistiu em 7 semanas de ensino prático exclusivamente na área de Cirurgia Geral, com cerca de 42h semanais. Durante o estágio, acompanhei os médicos do serviço em actividades do seu dia-a-dia nas quais se incluíam reuniões com o chefe, visitas à enfermaria e bloco operatório e consultas. Sendo um centro de referência de hérnias, tive a oportunidade de participar, como primeira ajudante, em cerca de 30 cirurgias de correcção de hérnias incisionais, 5 hérnias inguinais e 2 hérnias umbilicais. Pude igualmente participar em 2 cirurgias de tumores do colón, 2 tiroidectomias, e como segundo elemento na área da proctologia. Semanalmente, para os cerca de 10 alunos do sexto ano que estagiavam no hospital, eram leccionadas aulas práticas em diversas áreas como cirurgia geral, imagiologia, neurologia e ortopedia. Destas, destaco as aulas de imagiologia onde se abordou o tema da ecografia abdominal, que me permitiu pela primeira vez usar o ecógrafo, com o qual tive a oportunidade de praticar nos doentes de enfermaria e consulta. Na enfermaria, para além da visita aos doentes, era

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também minha responsabilidade a colheita de sangue e a colocação de cateteres venosos. Sob tutela, diariamente, observei e desinfectei feridas cirúrgicas e retirei drenos.

Medicina Interna | Uniklinik RWTH, Aachen, Alemanha (22.10.2018 -14.12.2018)

Na Uniklinik Aachen realizei o meu estágio de Medicina Interna, sendo que as quatro primeiras semanas tiveram um foco principal na área de Nefrologia e as quatro seguintes em Gastroenterologia, com cerca de 44h semanais. Não tendo nenhum tutor em particular, participei no dia-a-dia do serviço, onde era responsável pela observação de doentes, realização das notas de entrada, colheita de sangue venoso, arterial e hemoculturas, colocação de cateteres venosos, bem como pelo manuseamento dos cateteres de hemodiálise. Assim, na área de Nefrologia realizei a nota de entrada e acompanhei cerca de 15 doentes com patologias diversas, dos quais destaco os doentes com transplantes renais, doença renal crónica e síndrome Goodpasture. Em gastroenterologia, a maioria dos doentes que acompanhei estavam internados por descompensações da cirrose hepática. Participei igualmente nas discussões diárias dos doentes internados, na observação tutelada do doente, em pedidos de análises e outros exames complementares de diagnóstico e em todo o processo de revisão de terapêutica e plano de cuidados. Tive uma vez mais a oportunidade de praticar, sob tutela e individualmente, a ecografia abdominal. Bi-semanalmente, participei em sessões exclusivas a alunos do 6º ano sobre diversos temas da área de medicina interna (insuficiência cardíaca, doenças tiroideias, mieloma múltiplo, hipófise, doença pulmonar crónica), bem como em aulas “bed side teaching” que consistiam na observação e auscultação, sob tutela, de doentes de cardiologia. Para além disso, era da responsabilidade dos mesmos alunos a realização e interpretação dos ECG dos doentes internados. Na especialidade de Gastroenterologia, também tive a oportunidade de observar e realizar punções ascíticas sob tutela. Todo o ensino prático na área da Medicina interna foi feito através da discussão dos doentes e colocação de perguntas por parte dos docentes durante as visitas, tendo como objectivo o enriquecimento académico dos alunos.

Medicina Geral e Familiar (MGF) | C. Saúde de Serpa- V.V. de Ficalho (21.01.2019 – 15.02.2019)

Na extensão de Vila Verde de Ficalho e sob tutela do Dr. Edmundo Sá realizei o meu estágio de MGF. Destaco este estágio como sendo um dos mais enriquecedores e práticos de todo o meu percurso académico. Tive a oportunidade de realizar cerca de 115 consultas sozinha, onde tinha de fazer a avaliação de um doente e discutir no fim a situação apresentada. Revi e estudei inúmeros temas, orientações e guidelines na área de MGF, sistematizei o exame objectivo, e discuti os planos terapêuticos, tendo por isso a oportunidade de acompanhar consultas de doenças agudas, diabetes, HTA e saúde infantil, numa zona rural. Tendo realizado o meu estágio durante a epidemia da gripe,

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foram muitas as consultas de doentes com gripe ou infecções respiratórias da via área superior. Lidei também com uma população mais envelhecida, sendo que eram comuns queixas de patologia músculo-esquelética. Neste estágio, não tive a oportunidade de realizar consultas de planeamento familiar ou de saúde materna. No final, apresentei o artigo “Prescrição Racional de Testes em Reumatologia” no núcleo de formação Concelhio, no centro de saúde de Serpa.

Pediatria | Hospital Dona Estefânia (HDE) (18.02.2019 – 15.03.2019)

Sob tutela da Dr.ª Leonor Sassetti, realizei o meu estágio de Pediatria na Unidade de adolescentes do HDE. Tomei como principais objectivos a sistematização dos conhecimentos das principais patologias e plano terapêutico na idade pediátrica. Para além disso, dei especial importância à comunicação com adolescentes e familiares, aspecto que considerei bastante desafiante durante este estágio. Participei na 2ª Reunião Comunicação em Pediatria Torrado da Silva, onde foram discutidas, ao longo de dois dias, algumas formas de abordar o doente em idade pediátrica, sendo que para a colheita de uma boa história clínica se torna fundamental uma boa comunicação. Assisti a 25 consultas de adolescentes, sendo a sua maioria doentes seguidos por distúrbios na alimentação, ou por obesidade e dislipidemia. Na enfermaria acompanhei 4 doentes por intolerância alimentar, 2 por cefaleia e 1 doente com pneumonia. Apresentei um seminário final com o tema “Abordagem de um doente com atraso do crescimento e da maturação”, referente a um doente seguido em consulta, caso esse que foi apresentado juntamente com uma revisão teórica da patologia de base.

Ginecologia e Obstetrícia (GO)| Hospital Fernando da Fonseca (18.03.219 – 12.04.2019)

O estágio de GO, sob tutela da Dr.ª Ana Paula Ferreira e da Dr.ª Mariana Miranda, teve como principais objectivos a observação, colheita de história clínica obstétrica e ginecológica e terapêutica adequada. Durante as 2 semanas de estágio na área de ginecologia assisti à realização e posterior interpretação dos resultados da colposcopia e observei a realização de conizações por ansa. Na componente de obstetrícia assisti a consultas de diagnóstico pré-natal onde foi oferecida às grávidas a oportunidade de realizar o rastreio pré-natal através do rastreio bioquímico e/ou a realização de amniocentese no SNS. Observei ainda consultas de gravidez de risco preconizadas ao longo de toda a gestação (1º, 2 e 3º trimestre), de mulheres nulíparas e multíparas e, em particular, a consultas de gravidezes gemelares. Assisti à realização de cerca de 15 ecografias de grávidas nos vários estádios de gestação (1º,2º e 3º trimestre). Tive ainda a oportunidade de assistir a consultas da área de ginecologia oncológica e consultas de planeamento familiar. No serviço de urgência, onde estive mais de 12h semanais, acompanhei a equipa de urgência, maioritariamente na admissão de doentes e na assistência ao parto (eutócico e distócico). A maioria dos casos que aqui observei foram de grávidas

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que se apresentavam com algias pélvicas e perdas hemáticas a nível genital, casos de suspeita de gravidez e indisposição inespecífica na gravidez, vulvovaginites, assim como de cistites não complicadas em grávidas e não-grávidas.

Saúde Mental | Hospital Fernando da Fonseca: Eq. comunitária Brandoa (22.04.2019 – 17.05.2019) Sob tutela da Dr.ª Pilar Santos, tive a oportunidade de realizar o meu estágio de Saúde Mental numa equipa comunitária. Os principais objectivos deste estágio foram a consolidação de conhecimentos sobre as patologias psiquiátricas mais frequentes e de conhecimentos em farmacologia, de modo a estabelecer um plano terapêutico mais adequado. Estando numa equipa comunitária, também se tornou fundamental situar o doente no seu contexto social, laboral e familiar. Neste estágio, assisti maioritariamente ao acompanhamento em consulta de doentes seguidos há anos, o que me permitiu ter a perspectiva de seguimento do doente mental com doença psiquiátrica crónica, sendo necessário rever e ajustar a terapêutica do doente tendo em conta fases estáveis ou possíveis crises. Acompanhei também visitas domiciliárias de enfermagem, onde para além da administração de terapêutica era sempre necessária uma avaliação para excluir uma possível crise. As patologias mais observadas no decorrer do estágio foram a perturbação depressiva, bipolar e esquizofrenia. Assisti ao seminário “Perturbações do desenvolvimento feminino”, e à palestra “Ansiedade, do sintoma ao síndrome”, por considerar serem temas muito prevalentes, ainda que muitas vezes menosprezados.

Oftalmologia | Hospital Santo António dos Capuchos (20.05.2019 – 31.05.2019)

Realizei o meu estágio clínico opcional sob tutela do Dr. Nuno Coelho. O estágio consistiu na participação em consultas de oftalmologia geral, consultas de retina médica, consultas de neuroftalmologia e no serviço de urgência. No bloco operatório, assisti a uma cirurgia de glaucoma e cerca de 12 cirurgias a cataratas. Nas consultas e serviço de urgência, tive sempre a oportunidade de realizar a colheita de história clínica e fazer o exame objectivo por biomicroscopia.

III- Actividades extra-curriculares

Com a realização de algumas actividades extracurriculares, procurei completar a minha formação e dar o meu contributo para a melhoria da faculdade a que pertenço. Para além do que já referi sobre este ano lectivo, acrescento que fui membro efectivo da comissão de curso durante 14 meses, no ano lectivo 2017-2018. Frequentei um CEMF de Verão em Ortotraumatologia, no Hospital Garcia de Orta e participei igualmente no congresso iMed7.0 e nas 1ª Jornadas Médicas da Nova. Em voluntariado, participei no projecto “Tarde com os avós”, sendo colaboradora do departamento de

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acção social da AE e tive ainda a oportunidade de, durante um fim de semana, participar na actividade “Rastreios à Periferia”. Este ano estive ainda presente na “8ª Reunião de imunoalergologia”. Ademais, iniciei o estudo de uma nova língua, o alemão, sendo que até ao momento frequentei com sucesso o nível B2.1.

IV- Reflexão crítica

Chegando o fim do 6º ano surge a necessidade de reflectir sobre todo o meu percurso, e em particular o último ano. Toda a restruturação a que o curso de Medicina foi sujeito permitiu-me iniciar da prática clínica desde muito cedo, com um dos melhores rácios estudante-tutor a nível nacional, o que me permitiu um ganho gradual de autonomia.

Em relação ao EP, começando pelo estágio de Cirurgia Geral, posso afirmar que todo o tempo no bloco operatório me permitiu não só aprender um pouco sobre cada técnica cirúrgica, como também treinar técnicas de assepsia e suturas. Em Medicina Interna, todo o tempo que passei na enfermaria permitiu-me uma maior sistematização da colheita de uma história clínica e exame objectivo. Ambos os estágios foram muito práticos com uma constante discussão de doentes. Também me permitiram adquirir capacidades que não tinha, desde colheitas de sangue e colocação de cateteres à aprendizagem do básico sobre ecografia. Realizar o primeiro semestre na Alemanha, desencontrada temporalmente de outros alunos internacionais, constituiu um enorme desafio para mim. Inicialmente, tal como seria de esperar, o maior problema do estágio foi a barreira linguística, que começou por ser um grande entrave e que não me permitia usufruir em pleno do estágio e aulas. Porém, tentei investir em aprender sempre mais alemão, através da plataforma de línguas do programa Erasmus, assim como de encontros tandem (alemão-português) com uma alemã nativa. Acima de tudo, o sucesso que tive na adaptação a um novo contexto e a uma nova cultura foi um grande elemento de realização pessoal. Em relação a Medicina Geral e Familiar, este foi, de todos os estágios que tive ao longo do curso, o mais enriquecedor em termos académicos. Penso que isso se deveu a ter tido um verdadeiro tutor que me deu sempre alguma margem de liberdade para que eu pudesse realizar de forma autónoma todos os passos da consulta, e acima de tudo que me desse liberdade para errar sem nunca pôr em risco o doente, fazendo com que compreendesse o meu erro e procurando efectivamente emendá-lo. Em Pediatria, para além de ter revisto as principais patologias da área, sinto especialmente que adquiri um maior à vontade no contacto com as crianças e adolescentes e suas famílias. Para tal, a reunião a que fui e os conselhos da minha tutora foram fundamentais. Contudo, senti que foi um estágio muito observacional, onde não tive a oportunidade de realizar nenhuma consulta. Mesmo na enfermaria, tendo em conta que havia internos de especialidade e de formação geral, acabei por seguir muito poucos doentes. Relativamente a

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Ginecologia e Obstetrícia, gostaria de realçar o empenho de alguns médicos do serviço na constante estimulação da minha autonomia, o que me levou a melhorar as minhas capacidades na colheita da anamnese e exame objectivo. Porém, considero que as mais de 12h semanais no serviço de urgência foram excessivas e ao fim de algum tempo pouco proveitosas para um estudante de medicina do 6º ano. Ademais, sendo GO uma área muito específica, o estágio acaba por tornar-se muito observacional em consultas e enfermaria. No estágio de Saúde Mental, gostei muito de o ter feito num contexto de comunidade, onde para além de ter revisto aspectos teóricos da especialidade, gostei da forma como todo o serviço estava organizado, muitas vezes com poucos recursos, mas sempre com o intuito de recuperação e integração do doente mental na sociedade. Esta avaliação do doente em saúde mental no seu contexto permitiu conhecer as dificuldades do dia-a-dia do doente, que nos escapariam se nós, profissionais de saúde, nos cingíssemos ao interior de uma instituição de saúde. Das palestras a que assisti, destaco a que abordou o tema da ansiedade, uma vez que me permitiu sistematizar conhecimentos e ter ferramentas que apliquei no próprio estágio. Porém, penso mais uma vez que o estágio foi excessivamente observacional, e gostaria de ter tido a oportunidade de realizar consultas sozinha sob tutela, embora compreenda que psiquiatria é uma área muito especifica e que o seguimento da maioria dos doentes tinha por base uma grande relação medico-doente. Apesar de não ser um dos estágios obrigatórios, não podia deixar de referir o meu estágio opcional, para o qual escolhi a especialidade de Oftalmologia, área na qual penso ingressar. Este foi dos estágios que me deu mais alento, e onde tive a oportunidade de realizar consultas sob tutela, e também participar como 1º e 2º ajudante em cirurgias de cataratas. Neste momento, pretendo, juntamente com o meu tutor, realizar uma revisão de um tema com o intuito de publicar, e começar então a construção do meu currículo na área. Por último, em relação ao EP, gostaria de demonstrar o meu descontentamento com a necessidade de realização de relatórios, por acreditar que não contribuem para a nossa aprendizagem até porque, muitas vezes nem são corrigidos pelos nossos tutores. De igual modo, preferia a realização de uma tese, à realização do presente relatório.

Não poderia deixar de referir a importância que as actividades extracurriculares tiveram ao longo do meu curso. Em primeiro lugar, gostaria de destacar o meu trabalho como membro efectivo da comissão de curso durante cerca de 14 meses, no ano lectivo 2017-2018, como tendo sido um marco do meu percurso académico. Esse trabalho, permitiu-me melhorar as minhas capacidades de comunicação (com os colegas, secretariados, professores e membros do conselho pedagógico) tarefa que nem sempre se provou fácil, e também de organização não só como forma de cumprir as minhas funções, mas também de conseguir concluir com sucesso as diferentes UCs. As actividades de voluntariado também estiveram sempre presentes durante a minha formação, dentro e fora da

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faculdade. Na faculdade, destaco o projecto “Tarde com os avós” uma parceria da AE com o centro de dia Nossa Senhora da Pena, que levou a que durante uns meses integrasse a equipa de voluntários na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sendo que estes 2 projectos de convívio com o idoso foram muito enriquecedores para mim.

Durante todo o curso, mas em particular este ano, procurei activamente desafiar-me. Realizei os meus estágios em todos os meios e além-fronteiras. Em Portugal, escolhi um local mais rural onde o acesso à saúde se torna mais escasso. Verifiquei uma realidade semelhante em redor de Lisboa, a própria capital, onde é negado um acesso fácil aos meios de saúde. Vi um pouco de tudo este ano - pessoas e hospitais com muitos recursos, mas também o outro lado. Reforcei a minha ideia de que nem sempre o dinheiro é sinal de qualidade e que nem sempre os hospitais com maiores recursos são os que marcam mais a diferença. Verifiquei que a medicina baseada na evidência torna a prática médica efectivamente universal, uma vez que quer num canto de Portugal quer da Alemanha, o raciocínio clínico e a proposta terapêutica apenas variam na língua em que são discutidos.

Neste momento, tendo concluído o curso de Medicina, posso afirmar que concretizei o sonho de uma vida. Faço-o por isso com orgulho, tendo, contudo, a consciência da enorme responsabilidade que ser médica constitui. A exigência do curso fez com que tenha aprendido a gerir a minha vida, sentindo-me realizada em termos profissionais, mas também tendo consciência dos meus limites e de quais são os pilares da minha vida. É com entusiasmo que acabo assim o meu percurso nesta faculdade, porém confesso que também com alguma tristeza por saber que os primeiros anos de prática clínica não serão feitos neste país. No entanto, desde que tomei esta decisão, cresceu em mim um sentimento de determinação para com o futuro, e também de gratidão e reconhecimento por tudo e todos os que permitiram ser a pessoa que sou, em especial os meus pais e irmãos, sobrinhos, amigos, professores e tutores, mas também à faculdade, e em último ao meu país, que de tão peculiar se torna tão único e autêntico.

“Ninguém sabe que coisa quer. / Ninguém conhece que alma tem, / Nem o que é mal nem o que é bem. / (Que ânsia distante perto chora?) / Tudo é incerto e derradeiro. / Tudo é disperso, nada é inteiro. / Ó Portugal, hoje és nevoeiro... /É a Hora!” F. Pessoa

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V- Anexos

1) Tabela 1: Objectivos de aprendizagem gerais e específicos de cada especialidade do estágio profissionalizante

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Transversais

Conduzir uma consulta X

Colher história clínica X

Exame objectivo sistemático e orientado X

Estabelecer um diagnóstico diferencial X

Estabelecer e negociar um plano terapêutico X

Explicar, esclarecer e apoiar o utente X

Estabelecer um prognóstico X

Realizar suporte básico de vida X

Procedimentos práticos: medir TA, punção venosa, cateteres venosos, administrar terapia IV, injecções IM, oxigénio, suturas, ECG, entre outros.

X

Reconhecer factores de risco e promoção de um estilo de vida saudáveis X

Comunicar eficazmente com o doente e familiares X

Comunicar e trabalhar em equipa com os colegas, com outros profissionais de saúde

X

Aplicar princípios éticos e legais na prática médica X

Saber reconhecer a importância da formação médica ao longo da vida X Cirurgia Geral

Conhecer as principais síndromes cirúrgicas, a sua etiopatogenia e semiologia

X Saber diagnosticar e tratar as principais síndromes cirúrgicas X

Saber distinguir as situações clínicas com indicação cirúrgica electiva e urgente

X Saber executar as técnicas de pequena cirurgia mais comuns e conhecer as

técnicas de anestesia e de assepsia necessárias para o efeito.

X Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar

Diagnóstico de patologias mais frequentes X

Referenciar doentes a outras áreas X

Elaborar diários clínicos, notas de entrada, alta, transferência e referenciação.

X

Promover a prevenção primária X

Pediatria

Diagnóstico de patologias mais frequentes em pediatria X

Comunicar com a criança/ adolescente e cuidadores X

Avaliar estádio de Tanner X

Prescrição soro e.v. de reidratação e de manutenção X

Avaliar e anotar percentil de peso, estatura e perímetro cefálico X Ginecologia e Obstetrícia

Diagnostico e tratamento das etiologias mais comuns X

Auscultação da frequência cardíaca fetal X

Conhecer requisição de exames complementares de diagnóstico na gravidez normal

X

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Legenda: nível 1 - designa o conhecimento e compreensão das razões para a realização da competência /procedimento/ver realizar ou ajudar; nível 2 - designa a capacidade de realizar a competência/procedimento com supervisão ou com orientação; nível 3 - designa a capacidade de realizar a competência/procedimento sem supervisão ou como rotina

(incluindo auto-reflexão. Baseado no texto “The Tunning Project- Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe” e nas fichas das UCs.)

Assistência à grávida em trabalho de parto e no puerpério X Ecografia na gravidez e indicações, protocolos, amniocentese X

Executar a técnica de palpação mamária X

Executar exame ginecológico e colheita para citologia do colo X Avaliar factores de risco para cancros do colo do útero, do endométrio e do

ovário e identificação de mulheres de maior risco

X Saúde Mental

Identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo.

X Identificar elementos patológicos na personalidade, comportamentos e

relacionamento interpessoal

X

Avaliar as capacidades funcionais dos doentes X

Situar o doente no seu contexto social, laboral e familiar X Conhecer as patologias psiquiátricas mais frequentes e a sua abordagem

terapêutica

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