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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 3

2. OBJETIVOS 3

3. DESCRIÇÃODAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4

3.1 MEDICINA GERALE FAMILIAR 4

3.2 PEDIATRIA 5 3.3 GINECOLOGIAE OBSTETRÍCIA 5 3.4 SAÚDE MENTAL 6 3.5 MEDICINA INTERNA 6 3.6 CIRURGIA GERAL 7 4. REFLEXÃO CRÍTICA 8 ANEXOS 11

(3)

1. INTRODUÇÃO

O Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da NOVA Medical School (NMS) culmina com o sexto ano curricular, sob a forma de formação profissionalizante tendo integrado seis estágios parcelares. A dimensão prá]ca inerente a este molde forma]vo está inteiramente dependente de toda a aquisição teórica realizada nos anos precedentes. A transição da teoria para a prá]ca é garan]da pela supervisão tutorada da autonomia clínica, a qual é gradualmente adquirida. É neste contexto que se prepara a transição pré-graduada para o domínio profissional. É importante salientar que este contacto não se limita à esfera de componentes técnicas e/ou prá]cas, sendo imposta também a valorização de competências não técnicas, que são transversais à prá]ca de qualquer profissional de saúde.

O presente relatório propõe-se a apresentar os obje]vos gerais e pessoais, estabelecidos para o presente ano curricular, que agora encerra. Nesta sequência é feita uma breve descrição das a]vidades desenvolvidas nos estágios de Medicina Geral e Familiar, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Saúde Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral, tendo em consideração o constrangimento rela]vo a este úl]mo estágio, pela actual situação pandémica gerada pela Covid-19. Também a Unidade Curricular de Estágio Clínico Opcional foi alterada na mesma sequência de eventos, tendo sido reposta em plataforma online como “Preparação para o Exame de Seriação para ingresso nas Especialidades Médicas”.

Finda a componente descri]va, finaliza-se o presente relatório com uma análise crí]ca com enfoque no percurso académico, bem como uma reflexão acerca dos obje]vos propostos, referentes ao próprio ano lec]vo, bem como sobre o MIM na sua globalidade. Estão incluídos no final do relatório, os anexos referentes a trabalhos realizados e ac]vidades extra-curriculares desenvolvidas.

2. OBJETIVOS

Os obje]vos delineados para o sexto ano de medicina, foram intrinsecamente relacionados com o propósito do estágio profissionalizante, em que a tónica principal foi colocada na aquisição de competências prá]cas. A sua obtenção pretendeu-se faseada e sistema]zada, de acordo com as vastas opções disponibilizadas pelas unidades curriculares. No entanto, não se logrou um contacto com todas as tecnicidades médicas, manifestamente impossível pelo espectro infindável das mesmas. O processo de aprendizagem médica mostra-se complexo e faseado, no entanto, ressalva-se que a responsabilidade sobre os doentes é uma aquisição binária entre o final do MIM e o Internato de Formação Geral. Neste sen]do, as competências que promovem o exercício responsável da práNca médica, foram e são realmente importantes a ser adquiridas no presente ano curricular, facto extremamente relevante pela progressão esperada para o ano de formação geral. Assim, caracterís]cas como humildade e ap]dão para comunicar, con]nuam a ser permanentemente trabalhadas, por forma a potenciarem a capacidade de autocrí]ca, de aceitação, permi]ndo obter um melhor desenvolvimento interpessoal que certamente reafirma as capacidades médicas.

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No sen]do de reforçar o acima exposto, foram sempre presentes o treino de múl]plos procedimentos envolvendo o doente; fossem de cariz não invasivo, como a entrevista clínica e exame obje]vo sistema]zados, como de cariz invasivo, destacando-se por exemplo a gasimetria arterial, colheita de sangue venoso e suturas. Todas estas intervenções assumem-se tanto mais importantes quanto mais simples possam parecer.

Por úl]mo, mas não menos importante, realça-se a importância da componente teórica. Sendo este ano indissociável, a jusante, da Prova Nacional de Acesso, é necessário manter um esforço a]vo a fim de conciliar o estágio profissionalizante e a preparação para a prova supra citada. Esta dualidade permite fortalecer conceitos, o que certamente será vantajoso a longo prazo. Sendo a preparação para a prova de cariz mais literário, pelas fontes bibliográficas sugeridas, pretender-se-á complementarmente recorrer à Medicina Baseada na Evidência. Tendo em conta o futuro exercício responsável da prá]ca médica, é, sem dúvida, uma ferramenta imprescindível que influi em todas as áreas da medicina, e, que seguramente converge para a segurança da prá]ca médica.

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 M

EDICINA

G

ERALE

F

AMILIAR

O estágio de Medicina Geral e Familiar decorreu ao longo de 4 semanas, de 9 de Setembro a 4 Outubro de 2019, na Unidade de Saúde Familiar (USF) do Dafundo, sob tutoria da Dra. Ana Margarida Levy.

Os obje]vos desta Unidade Curricular (UC) prendem-se com a transversalidade de atuação de um médico especialista em medicina geral e familiar e foi com estes que me comprome]. A concre]zação destas metas assentou num equilíbrio entre o método observacional e a componente prá]ca autónoma. Numa fase inicial o foco observacional incidiu, essencialmente, no esqueleto da consulta, nomeadamente na forma como esta se organiza de acordo com a agenda acordada entre o médico e o utente. No decurso das consultas foi prestada especial atenção às técnicas de comunicação e aos diferentes ]pos de relação médico-utente. Assim, foram atendidos os vários espectros de consulta de Medicina Geral e Familiar, a saber: Saúde Materna e Saúde Infan]l e Juvenil; Planeamento Familiar; Consulta de Doença Aguda; Consulta Domiciliar; Consulta Programada de Saúde do Adulto. Numa segunda fase, foi-me garan]da autonomia sob supervisão indireta, o que se traduziu na integração e prestação de consultas de forma independente, com discussão prévia à tomada de decisão diagnós]ca e/ou terapêu]ca.

Durante este estágio foi elaborado um documento com conteúdo didá]co para o utente, o qual foi adicionado à intranet da USF Dafundo, tendo-se focado na Acne, no sen]do de esclarecer as causas e os tratamentos disponíveis, fundamentados na evidência actual, desmis]ficando alguns mitos comuns. Este conteúdo foi também elaborado sob a forma de panfleto, para disponibilizar na Sala de Espera da USF Dafundo.

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3.2 P

EDIATRIA

O estágio em Pediatria decorreu ao longo de 4 semanas, no período compreendido entre 7 e 31 de Outubro de 2019, no Hospital Dona Estefânia (HDE), mais concretamente na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP), incidindo em duas vertentes: as a]vidades clínicas, dotadas de um carácter mais prá]co e as a]vidades cientfico-pedagógicas complementares. Durante este intervalo as a]vidades na UCIP foram inteiramente tutoradas pela Dra. Marta Oliveira.

As a]vidades desenvolvidas na UCIP basearam-se com maior incidência no aproveitamento teórico sobre as a]vidades desenvolvidas numa Unidade de Cuidados Intensivos. Pela peculiaridade e complexidade dos doentes internados, a actuação prá]ca está consequentemente limitada. Neste sen]do, foi promovida a discussão clínica dos doentes internados, após passagem na respec]va na reunião de serviço diária, bem como a observação a]va de todos os procedimentos realizados na UCIP. Foi possível acompanhar 17 casos de internamento em UCIP, integrando o processo de decisão mul]disciplinar diário no que diz respeito ao diagnós]co, terapêu]ca e follow-up. Com a finalidade de complementar as par]cularidades inerentes à medicina intensiva, foram desenvolvidas a]vidades semanais no Serviço de Urgência de Pediatria. Deste modo, foi possível ter contacto com uma área extremamente importante da Pediatria Geral em que a dualidade fisiológica versus patológica é crucial, assim como o reconhecimento das grandes síndromes clínicas da urgência pediátrica.

A componente cientfico-pedagógica foi adquirida através das sessões clínicas e forma]vas semanais e o “Workshop de Emergências Pediátricas” organizado pela própria unidade curricular. A avaliação final consis]u num seminário, com várias apresentações didá]cas, acerca de temas da Pediatria Geral, tendo sido feita uma breve revisão da literatura acerca do “Diagnós]co Diferencial de Exantema Purpúrico em Idade Pediátrica”.

3.3 G

INECOLOGIAE

O

BSTETRÍCIA

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu ao longo de 4 semanas, no período compreendido entre 4 e 29 de Novembro de 2019, no Hospital São Francisco Xavier, sob a orientação do Dr. Rui Fialho Gomes. Foram integradas as várias vertentes da Ginecologia e Obstetrícia, repar]ndo-se o estágio em Consulta Externa (Apoio à Fer]lidade, Uroginecologia, Patologia Materno-Fetal, Patologia do Colo), Internamento (Gravidez de Alto-Risco), Serviço de Urgência, Bloco Operatório e Ecografia Obstétrica.

Todas as a]vidades foram realizadas de forma alternada, acompanhando o horário predefinido pelo tutor. A variedade de subespecialidades integradas permi]u a discussão de vários temas da Ginecologia e Obstetrícia, e, além disso, fomentou a repe]ção de técnicas de exame obje]vo ginecológico, nomeadamente a observação ao espéculo, toque vaginal e palpação bimanual. A componente cirúrgica foi também muito es]mulada, no que diz respeito à par]cipação a]va nas a]vidades de Bloco Operatório, quer em contexto ele]vo, como de urgência. Ainda que neste contexto se realizem procedimentos simples, a proximidade ao campo cirúrgico permite uma melhor visualização e compreensão da técnica cirúrgica.

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O Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia foi atendido semanalmente, todas as terças-feiras à noite, acompanhando a equipa médica do Dr. Rui Fialho Gomes. A avaliação final consis]u na apresentação de uma revisão teórica acerca da “Colestase Intrahepá]ca da Gravidez”, com base na evidência mais recente.

3.4 S

AÚDE

M

ENTAL

O estágio de Saúde Mental decorreu durante 4 semanas, no período compreendido entre 2 de Dezembro de 2019 e 10 de Janeiro de 2020, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), sob a orientação da Dra. Vânia Viveiros, tendo incidido maioritariamente no Internamento de Psiquiatria na Clínica 6, Pavilhão 29. Por forma a abranger o contacto com as várias áreas de actuação da Psiquiatria, foi es]pulada uma ida semanal ao Serviço de Urgência (SU) do Hospital de São José (HSJ). A estas a]vidades fizeram-se adicionar algumas ac]vidades cientfico-pedagógicas, como as aulas prá]cas leccionadas pelo Dr. Pedro Rodrigues, sessão semanal de internos seguida da reunião clínica da Clínica 6 e aulas teóricas na NMS acerca de conceitos generalistas da Psiquiatria. As a]vidades de internamento consis]ram sobretudo na gestão dos doentes, tendo em conta a evolução clínica dos mesmos. Diariamente foi observada a entrevista clínica aos doentes a cargo da Dra. Vânia Viveiros, permi]ndo a op]mização terapêu]ca e estabelecimento do plano de internamento, preparando eventual alta. Esta prestação de cuidados foi integrada de forma mul]disciplinar, especialmente em ar]culação com a Assistente Social, sendo evidente a grande dependência em processos jurídico-legais pelos múl]plos internamentos compulsivos ao abrigo da Lei da Saúde Mental. O atendimento semanal ao SU do HSJ surgiu no sen]do de complementar o contacto com o espectro de atuação da Psiquiatria, permi]ndo observar uma abordagem mais sindromá]ca, e não tão dirigida a um diagnós]co e]ológico propriamente dito.

Uma vez que a Clínica 6 se encontra a realizar um projeto domiciliário em Sintra, no Centro Integrado de Tratamento e Reabilitação em Ambulatório Equipa de Saúde (CINTRA), este foi dado a conhecer todas as semanas, acompanhando o horário de consulta externa da Dra. Vânia Viveiros. Ali é oferecida uma vasta prestação de serviços, tais como: Consultas de Psiquiatria, Psicologia, Enfermagem e Assistência Social. Têm uma área de dia e uma equipa responsável por Visitas ao Domicílio, enquadradas também num programa asser]vo na comunidade.

3.5 M

EDICINA

I

NTERNA

O estágio de Medicina Interna decorreu ao longo de 7 semanas, no Hospital Egas Moniz (HEM), no Serviço de Medicina II. O presente estágio foi tutorado pelo Dr. João Furtado, com integração na sua equipa, cons]tuída pela Dra. Inês Santos, interna de formação especializada do 2º ano, a Dra. Leonor Guia, interna de formação especializada de 1º ano, e a Dra. Marta Ribeiro, interna de formação geral. Durante o intervalo cronológico de 20 de Janeiro a 6 de Março de 2020, foram desenvolvidas sobretudo a]vidades clínicas no âmbito da Medicina Interna, em contexto de Enfermaria, Consulta Externa e Serviço de Urgência. Com términus previsto para dia 13 de Março, o estágio foi interrompido uma semana antes, atendendo à

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existência do surto da Covid-19. Do ponto de vista complementar, foram realizadas as a]vidades cientfico-pedagógicas disponibilizadas pelo Serviço de Medicina II, bem como pela Medicina Interna do HEM, sob a forma de Sessões Clínicas, apresentações de internos de formação especializada e discussão de casos clínicos.

No internamento foi integrada a equipa supra citada, bem como desenvolvidas e assimiladas as a]vidades designadas pela mesma, tomando como exemplo a observação direta dos doentes, acompanhamento da evolução dos mesmos e discussão clínica conjunta. A a]vidade diária regular compreendeu uma breve revisão dos doentes internados e/ou admi]dos pela equipa médica no dia anterior, com actualização de dados clínicos relevantes (evolução clínica, intercorrências médicas e decisões diagnós]co-terapêu]cas). Subsequentemente, era realizado um breve contacto com todos os doentes para aferir intercorrências

major, por parte dos mesmos e/ou equipa de enfermagem, estra]ficando- se sucintamente a gravidade dos

doentes e necessidade de observação mais diferenciada. Após este período os doentes eram distribuídos pelos membros da equipa médica. A atribuição diária de um a dois doentes, diariamente, definiu a maior parte das a]vidades desenvolvidas em internamento. A abordagem daqueles foi realizada de forma sistemá]ca, designadamente: (1) Anamnese e exploração semiológica; (2) Leitura e registo de intercorrências; (3) Avaliação da necessidade e requisição de exames complementares de diagnós]co; (4) Elaboração de diários clínicos, conjugando a informação dos três pontos precedentes; (5) Discussão clínica referente ao diagnós]co diferencial, abordagem diagnós]ca e definição do plano terapêu]co (sempre sob supervisão do Dr. João Furtado); (6) Elaboração de notas de entrada e de alta; (7) Execução de procedimentos médicos tais como: gasimetrias arteriais, colheita de sangue venoso e medição de parâmetros vitais; (8) Observação de procedimentos, nomeadamente, broncofibroscopia, colocação de catéter venoso central e elaboração de pensos cirúrgicos.

A consulta externa foi frequentada semanalmente, tendo a par]cularidade de estar dedicada exclusivamente às doenças tromboembólicas. O contacto com o Serviço de Urgência decorreu com uma periodicidade semanal, acompanhando o Dr. João Furtado e possuiu cariz mais observacional pela própria dinâmica da urgência. Para avaliação final do estágio de Medicina Interna, foi realizado um trabalho acerca do “Diagnós]co Diferencial das Polineuropa]as” com o obje]vo de estruturar a marcha de progressão diagnós]ca de forma sistemá]ca.

3.6 C

IRURGIA

G

ERAL

Devido aos constrangimentos causados pela pandemia Covid-19, o estágio de Cirurgia Geral, inicialmente programado para o intervalo compreendido entre 16 de Março de 2020 e 11 de Maio de 2020 no Hospital CUF Infante Santo, foi, alterna]vamente, reposto por ensino e avaliação online. Este estágio foi tutelado pelo Dr. Ricardo Girão, tendo sido realizados contactos no sen]do de preparar o Caso Clínico a ser apresentado no “Congresso Final da Unidade Curricular de Cirurgia Geral”. A apresentação in]tulada de “Tumor Raro do Cólon, a Propósito de um Caso Clínico” incidiu sobre uma en]dade rara - o Tumor Miofibroblás]co do Cólon. Pela par]cularidade cientfica deste caso (que regista menos de 100 casos

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descritos), será redigido em colaboração com o colega Tiago Ferro, posterior ar]go a ser publicado na Gazeta Médica, órgão de expressão cientfica da José de Mello Saúde.

4. REFLEXÃO CRÍTICA

Com todas as par]cularidades que se associaram ao presente ano lec]vo, o balanço final foi extremamente posi]vo. Seria redutor valorizar este período apenas pela componente inteiramente prá]ca, esquecendo o contacto ainda mais importante com todas as vertentes da realidade médica. Ao longo da progressão no curso de Medicina, é evidente a delineação de conteúdos específicos a leccionar pelas unidades curriculares, o que, do ponto de vista académico, é talvez a única forma de fasear uma formação muito complexa. Considera-se que uma das desvantagens é a de, não raras vezes, ser restringido o lastro de actuação teórico-prá]ca de uma especialidade médica.

O sexto ano de medicina torna-se crucial, na medida em que inverte os pressupostos acima descritos, e permite uma exposição a todo o espectro das 6 especialidades médicas descritas anteriormente. Desta gra]ficante experiência salientam-se alguns pontos chave, a saber:

1. Capacidade de destrinçar informação relevante, dominando as grandes síndromes clínicas. Actualmente, a disponibilização quan]ta]va de ar]gos médicos é cerca de 5000 por dia . Deste modo, a 1 veiculação crescente de informação pode ser uma grande ferramenta ou, ao invés, um factor contraproducente. Saber destrinçar o que é relevante, dominando as grandes síndromes clínicas é, em primeira linha, e, academicamente falando, uma prioridade fulcral. Se até há pouco tempo as questões de fundo (“background ques;ons”) eram respondidas em bibliografia clássica, a personalização e evolução da medicina obrigam à procura de respostas na medicina baseada na evidência que responde às questões de primeiro plano (“foreground ques;ons”). Infere-se assim a necessidade de conhecimento bioestats]co para poder avaliar de forma crí]ca o que nos é apresentado, sob a forma de ar]go médico, passando a ser um dos grandes obje]vos para o próximo ano a obtenção de formação em bioestats]ca, a fim de poder tomar decisões informadas no futuro;

2. Saber pedir ajuda e explorar a interdisciplinaridade da medicina. A aquisição de conhecimento e prá]ca é gradual, e como referido anteriormente, deve em primeira instância dedicar-se ao que é comum. Saber pedir ajuda e aproveitar a interação pessoal é outra grande conclusão acerca deste ano. A Medicina é uma área de interac]vidade que não se limita à relação médico-doente. Por isso, no sen]do de obter uma melhor prestação de cuidados de saúde há que interagir e obter auxílio dos pares para não limitar a oferta de cuidados. Todas as especialidades médicas têm tanto de independência como de dependência umas nas outras. O efeito “Dunning-Kruger ” pode ser uma verdadeiro tendão de Aquilles, 2 produzindo um viés cogni]vo de autocrí]ca;

Garba, S., 2010. Prolifera]ons of Scien]fic Medical Journals: A Burden or A Blessing. Oman Medical Journal,.

1

Pennycook, G., Ross, R., Koehler, D., & Fugelsang, J. (2017). Dunning–Kruger effects in reasoning: Theore]cal implica]ons of the failure to recognize

2

(9)

3. A consciência de que o que é hoje uma certeza, poderá não o ser amanhã. Saber responder ao que é comum requer uma noção teórica aprofundada, mas também uma aproximação constante com as actualizações factuais e epidemiológicas. Manter a actualização teórica está altamente dependente do próprio e promove os obje]vos inicialmente propostos - o exercício responsável da práNca médica. Rela]vamente aos estágios parcelares do presente ano profissionalizante, cumpriram-se, de forma geral, as expecta]vas.

O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF), foi muito posi]vo na medida em que ofereceu uma visão sobre a realidade não hospitalar dos cuidados de saúde primários, permi]ndo um contacto permanente com patologias muito frequentes, seja pela sua incidência (agudas) ou prevalência (crónicas). O espectro de intervenção da MGF é muito abrangente e acarreta uma grande responsabilidade no que diz respeito à prevenção. Foi possível a consolidação da abordagem de várias en]dades nosológicas, permi]ndo iden]ficar algumas áreas que carecem de maior inves]mento, como por exemplo a terapêu]ca. Neste estágio, atendendo à frequência elevada de consultas, foi enfa]zada a importância da relação médico-utente como um fator de o]mização de cuidados. O reconhecimento de mo]vos ocultos foi tanto mais desafiante, quanto mais pontual era o contacto.

Rela]vamente à Pediatria, não se tratando de um estágio comum de Pediatria Geral, atendendo às par]cularidades inerentes aos Cuidados Intensivos, demonstrou ser muito produ]vo, sobretudo pela componente terapêu]ca. A abordagem de quadros médico-cirúrgicos urgentes foi muito es]mulada pela Dra. Marta Oliveira. Por mais complexo que um quadro médico-cirúrgico urgente seja, a abordagem em primeira instância é sistemá]ca e baseia-se em terapêu]cas chave, como a Fluidoterapia e a Ven]lação. Verificou-se contudo, algum défice no contacto com patologias comuns no internamento de Pediatria Geral, que foi colmatado pelo contacto semanal com o Serviço de Urgência. O contraste foi posi]vo por se evidenciar a epidemiologia da patologia pediátrica, sobretudo infecciosa e traumá]ca, não grave, e pelo estado de alerta constante de que quadros oligossintomá]cos aparentemente “simples” evoluem, não raras vezes, para casos complexos que dão entrada na UCIP.

O estágio em Ginecologia e Obstetrícia (GO) foi fulcral na consolidação das matérias teóricas adquiridas até então. A restrição anatómica da GO, origina quadros clínicos incaracterís]cos e de di~cil diferenciação apenas pela história clínica. A disponibilidade por parte do tutor, e, sobretudo, a fomentação a]va da execução de exame obje]vo ginecológico, permi]u sedimentar a metodologia observacional para o diagnós]co diferencial das patologias mais comuns. Este foi um dos factores mais importantes, que permi]u ir de encontro aos obje]vos propostos. A par]cipação a]va na cirurgia ginecológica permi]u alguma aproximação com a Cirurgia, enquanto especialidade, bem como com algumas técnicas transversais que deveriam ter sido pra]cadas no estágio de Cirurgia Geral e que, por mo]vos de força maior impossibilitaram o mesmo.

O estágio de Saúde Mental, foi no final do presente ano uma oportunidade vantajosa. Em primeiro lugar, porque a prevalência de patologia do foro psiquiátrico é elevada e subes]mada, e, naturalmente faz parte

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da qualidade de médico, saber abordar as en]dades mais comuns. Em segundo lugar porque o contacto mais situacional nos anos precedentes, em contexto de internamento ou urgência, tende a enviesar a forma como é vista a patologia psiquiátrica, parecendo altamente incapacitante, recorrente e incurável. Assim, foi possível observar de perto a gestão de uma doença crónica como todas as outras, em que a cura e a mi]gação de sintomas é, felizmente, mais regra do que a excepção.

Finalmente, Medicina Interna concluiu a componente prá]ca deste ano profissionalizante. Foi notório um maior acompanhamento da gestão do doente, com um melhor enquadramento clínico, do ponto de vista do diagnós]co e das necessidades terapêu]cas. Um dos grandes desafios impostos foi a abordagem do doente comórbido, em que a exaustão teórica de mecanismos fisiopatológicos leva inevitavelmente a um bloqueio de atuação, em que o bom senso clínico e experiência médica fazem a diferença. Nesta fase do percurso académico, foi determinante a aquisição de uma maior componente crí]ca em relação ao que nos é apresentado, sobretudo ao nível de registos clínicos. Foi realçada a importância de recolha de informação clínica ex novo, estruturada e sistema]zada, para uma melhor definição do doente e, por conseguinte, garan]r a personalização de cuidados. A aquisição progressiva de autonomia tutorada, num ambiente favorável não só à discussão clínica, como à exposição de duvidas teóricas e procedimentais foi preponderante no decorrer do estágio.

Transversal a todo o ano profissionalizante, foi igualmente relevante o contacto mais aproximado com o enquadramento da ac]vidade médica do ponto de vista jurídico-legal. Para além da parte que a componente burocrá]ca ocupa, o confronto com algumas situações de cariz é]co e legal reforçou a importância destes temas na realidade profissional.

Considera-se que o aproveitamento do presente ano foi amplamente posi]vo, consequência do equilíbrio entre a preparação para a Prova Nacional de Acesso e os estágios parcelares, sem nunca os colocar em segundo plano. Foi um ano de mudança e de alguns contratempos, especialmente provocados pela Pandemia da Covid-19, culminando na impossibilidade de completar o estágio de Cirurgia Geral da melhor forma, que certamente será um défice. Resulta, ainda assim, a melhor capacidade de abordar as situações médicas de forma sistemá]ca e organizada. Desta forma é possível evitar conclusões diagnós]cas precipitadas, muitas vezes enviesadas pela falta de informação clínica detalhada. A gestão do doente real, com múl]plas comorbilidades e com interações clínicas e terapêu]cas ainda é um desafio pessoal.

Ao longo do MIM foram realizadas algumas ac]vidades extracurriculares, cujas cer]ficações se encontram em anexo. Um dos grandes obje]vos pessoais foi a permanente dedicação à aquisição de conteúdo teórico, por forma a melhor enquadrar o início da a]vidade profissional.

No sen]do de concluir a presente reflexão crí]ca, expresso um agradecimento geral a todos os docentes da NOVA Medical School, família, amigos e colegas. Maior que o agradecimento é o reconhecimento desta oportunidade: ser médico.

(11)

ANEXOS

LISTA DE ANEXOS:

A. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A.1 Medicina Geral e Familiar A.2 Pediatria

A.3 Ginecologia e Obstetrícia A.4 Saúde Mental

A.5 Medicina Interna A.6 Cirurgia Geral B. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES

B.1 Real Bodies - Exposição do Corpo Humano B.2 Peclicuf

B.3 Workshop de Urgências de Otorrinolaringologia B.4 Workshop de Urgências Pediátricas

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A. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A.1 Medicina Geral e Familiar A.2 Pediatria

A.4 Saúde Mental A.3 Ginecologia e Obstetrícia

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B. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES

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Referências

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