Cibercultura, indivíduo e sociedade: uma reflexão psicológica
DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas em Psicologia PROFESSOR (A): Rosa Maria Farah
CARGA HORÁRIA: 51
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
Desde sua eclosão, na década de 1990 a Cibercultura vem sendo estudada pelas ciências humanas, sem que a Psicologia tenha ainda dedicado a devida atenção aos seus efeitos sobre a estruturação da subjetividade, bem como sobre os fenômenos sociais gerados pela informatização das comunicações humanas. Cabe à nova geração de psicólogos – ora em formação – apropriar-se dessa nova área de investigação visando preencher a lacuna ora observada no nosso campo de pesquisa e intervenção.
EMENTA
A proposta desta eletiva é a observação reflexiva sobre os efeitos do surgimento da Cibercultura nos diversos campos de existir humano, bem como sobre a estruturação da subjetividade, as interações humanas e as novas formas de construção do saber na era das comunicações. Propõe-se ainda a abordar os limites e possibilidades da utilização das novas tecnologias informatizadas nas intervenções e atendimentos psicológicos.
OBJETIVOS
1. Fornecer as informações e fundamentos necessários para que o aluno possa observar e refletir sobre os efeitos do surgimento da Cibercultura sobre a subjetividade e as relações humanas da atualidade.
2. Visa ainda estimular a discussão sobre as possibilidades e limites das novas modalidades de intervenção psicológicas que integram, em sua prática, os recursos informatizados.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Surgimento da Cibercultura: Aspectos evolutivos da interação homem-máquina
Ciberespaço como espaço psíquico: conceituação básica sobre Real, Virtual, Presencial Internet e o Imaginário Coletivo.
A realidade virtual e as novas formas de estruturação da subjetividade O psicólogo como usuário da informática / o cliente usuário da informática.
Limites e Possibilidades da Psicologia na Internet: questões éticas, técnicas e metodológicas.
Avaliação crítica das possibilidades de realização de intervenções psicológicas via Internet:
METODOLOGIA
Exposição dialogada com base nos textos indicados
Exibição de vídeos e outros recursos ilustrativos sobre os temas propostos Pesquisa na Internet sobre temas do programa
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Para a avaliação do aluno serão considerados: - Frequência às aulas, conforme normas da faculdade - Realização suficiente das tarefas propostas
- Prova e trabalho final definidos durante o curso
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
FARAH, R. M. (org) – Psicologia e Informática - O ser humano diante das novas tecnologias; Oficina do livro, São Paulo: 2004
FARAH, R. M., FORTIM, I. (orgs.) Relacionamentos na Era Digital; Giz Editorial, São Paulo: 2007
LEVY, P., O que é o Virtual. Ed. 34, São Paulo: 2005 ________ Cibercultura. Ed. 34, São Paulo: 2000
PRADO, O. Z.; FORTIM, I.; COSENTINO, l. (orgs.) Psicologia e Informática: produções do III Psicoinfo e II Jornada do NPPI. São Paulo: CRP-06 / Casa do Psicólogo, 2006. Anais digitais da III Jornada do NPPI – http://www4.pucsp.br/nppi/jornada/index.html
Economia solidária e cultura popular: cooperação, trabalho e
subjetividade
DEPARTAMENTO: Psicologia Social PROFESSOR (A): Fábio de Oliveira CARGA HORÁRIA: 34
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
A partir do estudo psicossocial dos elementos culturais que configuram o campo da economia solidária, é possível delinear os aspectos mais amplos de conformismo e resistência da cultura popular e a sua dimensão subjetiva. Essa ambiguidade evidencia-se nas tensões entre cooperação e competição, coletivismo e individualismo e no processo de consolidação da autogestão em empreendimentos econômicos solidários, como as cooperativas de trabalho, analisados em detalhe pela disciplina.
EMENTA
Elementos culturais que configuram o campo da economia solidária. O debate em torno da cultura popular: conformismo e resistência. O processo de construção da autogestão em empreendimentos econômicos solidários. Cooperação e competição. Processos intersubjetivos no trabalho associado.
OBJETIVOS
-Apresentar as contribuições da psicologia social para o estudo da economia solidária -Apresentar o debate em torno do conceito de cultura popular
-Refletir sobre possibilidades e limites da autogestão na cultura contemporânea
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
-O debate em torno do conceito de cultura popular: conformismo e resistência -Cooperação e competição na cultura contemporânea
-O processo de construção da autogestão em empreendimentos econômicos solidários -Processos intersubjetivos no trabalho associado
METODOLOGIA
Aulas expositivas, discussões em grupos, estudos de casos.
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Trabalho em grupo e trabalho individual.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Chaui, M. (1986). Conformismo e resistência: aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo: Brasiliense.
Cortegoso, A. L. & Lucas, M. G. (Orgs.) (2008). Psicologia e economia solidária:
interfaces e perspectivas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Oliveira, P. S. (2001). O lúdico na cultura solidária. São Paulo: Hucitec.
Oliveira, P. S. (2006). Cultura solidária em cooperativas: projetos coletivos de mudança
de vida. São Paulo: Edusp.
Singer, P. (1998). Uma utopia militante: repensando o socialismo. Petrópolis, RJ: Vozes. Tiriba, L. (2001). Economia popular e cultura do trabalho. Ijuí, RS: Unijuí.
Veronese, M. V. (2008). Psicologia social e economia solidária. Aparecida, SP: Ideias & Letras.
Padrões de relacionamento: o jovem numa sociedade em transformação
DEPARTAMENTO: Psicodinâmica
PROFESSORA: Heloisa Dias da Silva Galan CARGA HORÁRIA: 34
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA: Numa cultura em transformação, onde os padrões
patriarcais convivem com as novas formas de relação, os jovens experimentam vários conflitos (familiares, afetivos e de inserção na sociedade) que necessitam uma reflexão profunda. Um tempo veloz, onde a tecnologia impera e os valores do consumo e da gratificação imediata são respostas freqüentes, demanda um questionamento sobre o papel e o significado da juventude no âmbito individual e coletivo.
EMENTA: Estudo das relações interpessoais, no contexto do processo de individuação,
destacando os desafios e os conflitos que os jovens enfrentam na sociedade contemporânea.
OBJETIVOS:
1- compreender as questões significativas que dizem respeito às relações
interpessoais, afetivas e sociais, à luz da Psicologia Analítica;
2- observar e analisar criticamente os fenômenos culturais; 3- discutir e refletir sobre o papel do jovem na coletividade;
4- aplicar os conceitos da psicologia analítica em situações práticas de atuação
profissional e pessoal;
5- desenvolver a leitura simbólica-arquetípica da realidade atual. CONTEÚDO
1- O processo de individuação na juventude;
2- Ciclos matriarcal e patriarcal nas relações familiares e afetivas; 3- Rituais de iniciação e passagem;
4- Desenvolvimento de novos papéis nos âmbitos social e afetivo – articulação ego-persona-sombra;
5- O arquétipo do herói frente aos desafios da individuação;
6- Padrões de relacionamento simétricos e assimétricos : regência do arquétipo da anima/animus.
METODOLOGIA
Aulas expositivas, discussão de textos, exercícios de aplicação dos conceitos a situações práticas.
BIBLIOGRAFIA
Bauman, Z. “O mal estar da pós modernidade”, Rio de janeiro, Zahar, 1998.
Byington, C.A.”Dimensões simbólicas da personalidade”, São Paulo, Ed. Atica, 1988. Erikson, E.H. “Identidade, juventude e crise” , Rio de Janeiro, Zahar, 1976
Frankel, R. “The adolescent psyche: junguian and winnicothian perspectives” , London, Rootledge, 1998.
Jung, C.G. “Aion, Petrópolis, Editora Vozes, 1982
“Civilização em transição” , Petrópolis, Ed. Vozes, 1993 .
Neumann, E. “História da origem da consciência”, São Paulo, Ed. Cultrix,1995 Zoya, L. “Nascer não basta” são Paulo, Axis Mundi, 1992.
A psicologia e a prevenção ao uso nocivo de drogas
DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas em Psicologia PROFESSOR (A): Marcelo Sodelli
CARGA HORÁRIA: 34
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
O uso nocivo de drogas é um problema atual e sério. Atinge todas as classes sociais e, direta ou indiretamente, todas as idades. A prevenção é uma estratégia apontada como resposta a esta problemática. Seja na saúde, na educação ou em outras áreas, o psicólogo é convocado a contribuir com o seu conhecimento para a melhor compreensão desse fenômeno. Assim, torna-se fundamental que o curso de Psicologia da PUC ofereça a possibilidade de discussão e estudo desta temática.
EMENTA
A prevenção primária é considerada uma importante estratégia para a diminuição do uso nocivo de drogas. Esta disciplina visa refletir sobre o trabalho de prevenção nos diversos espaços sociais, a partir da noção de vulnerabilidade e da abordagem de Redução de Danos. Apresenta uma nova postura preventiva, pautada na construção da plena cidadania e nos direitos humanos, contrapondo-se ao modelo proibicionista, de Guerra contra as drogas.
OBJETIVOS
Atualizar conhecimentos sobre drogas lícitas e ilícitas. Apresentar as especificidades do consumo de drogas em diferentes contextos sociais. Analisar as diferentes abordagens preventivas, identificando seus pressupostos epistemológicos. Analisar as possibilidades e limites de cada abordagem preventiva. Conhecer os pressupostos teóricos da noção de vulnerabilidade e da abordagem de Redução de Danos. Conhecer e avaliar o trabalho do psicólogo na área da educação preventiva. Planejar ações preventivas: objetivo, método e avaliação.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Atualização de conceitos sobre uso de drogas. Os modelos preventivos: Proibicionismo e Prevenção que convive com as diferenças. Ampliação do conceito de vulnerabilidade. O Modelo de Redução de Danos. A prevenção no âmbito escolar. A prevenção em empresas, no sistema de saúde e com crianças e jovens em situação de rua.
METODOLOGIA
Aulas expositivas, leituras e discussões de material teórico sobre a área de educação preventiva sobre drogas. Exercício prático de elaboração de um projeto de prevenção, a partir do conteúdo apresentado no curso.
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Sobre a parte teórica do curso, o aluno será avaliado individualmente e deverá obter no mínimo a nota 5,0 (cinco) em cada avaliação. Trabalho em grupo: elaboração de um projeto de prevenção ao uso nocivo de drogas. O grupo deverá obter no mínimo a nota 5,0 (cinco). No caso do aluno não obter a nota mínima (5,0) em cada avaliação individual e no trabalho em grupo, ele será reprovado, com a nota final correspondendo
a sua menor nota. A nota final do aluno no semestre será a média aritmética das notas das avaliações individuais e do trabalho em grupo.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
AYRES, J. R. C. M.; FRANÇA JUNIOR, I.; CALAZANS, S, G. J.; SALETTI FILHO, H. C. S. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia, D. (Org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: editora Fiocruz, 2003, p.117-138.
FIORI, R. Tráfico, Guerra, Proibição. In: Labate, B. C. MacRae, E. (Orgs) Drogas e
Cultura: novas perspectivas. Salvador: EDUFBA, 2008, p.91-105.
SEIBEL, S. Dependência de Drogas II. São Paulo, Editora Atheneu, 2009.
SODELLI, M. Uso de Drogas e Prevenção: da desconstrução da postura
proibicionista às ações redutoras de vulnerabilidade. São Paulo, Editora Iglu, 2010.
SODELLI, M. Aproximando sentidos: formação de professores, educação, drogas e
ações redutoras de vulnerabilidade. Tese (Doutorado em Educação: Psicologia da
Educação) Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica. São Paulo, 2006, p.34-114.
TAVARES-DE-LIMA, F. F. A educação preventiva no desenvolvimento da criança: o
entristecimento e a necessidade de adoção de ações redutoras de vulnerabilidade para a “educação psíquica”. Tese (Doutorado em Educação: Psicologia da Educação)
Sexualidade e Gênero: intersecções entre a cultura e a subjetividade
DEPARTAMENTO: Psicologia do Desenvolvimento PROFESSOR (A): Flavia Arantes Hime
CARGA HORÁRIA: 34
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
As rápidas transformações da pós-modernidade trazem novas questões referentes às múltiplas possibilidades de expressão da feminilidade e da masculinidade no que concerne à vivência e significação de um corpo sexuado, situado numa rede de relações de gênero, proximais e distais. Entre estas estão a família, a rede social, as instituições, a mídia, assim como os valores, crenças e representações culturais. A sexualidade é um aspecto fundamental na construção da subjetividade de homens, mulheres e de suas relações.
É importante que o (a) estudante de Psicologia compreenda esta vivência e seus significados por meio de reflexões sobre as práticas e discursos que podem tanto concorrer para a perpetuação de desigualdades, como, ao dar-lhes visibilidade, contribuir para sua desconstrução.
EMENTA
A disciplina se propõe a levar o (a) aluno (a) a refletir sobre as complexidades relativas à construção, expressão e significação da sexualidade a partir de um olhar
desenvolvimental, ou seja, como um processo de transformações que ocorre ao longo do tempo, sob a perspectiva do gênero, que permite a compreensão das relações de poder num determinado contexto histórico-social.
OBJETIVOS
Levar o aluno a refletir sobre as complexidades relativas às intersecções entre gênero e sexo, compreendendo sua atualização num contexto sócio-cultural, assim como suas manifestações no âmbito da subjetividade e dos relacionamentos amorosos e sexuais
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Visão histórica acerca da sexualidade no mundo ocidental Sexo e gênero: intersecções entre teoria e prática
Relações de gênero: amor, sexo, amizade
Hetero, homo e transexualidade
Novas formas de relacionamento amoroso e sexual no século XXI
METODOLOGIA
Aulas expositivas, pressupondo-se a leitura de textos semanais
Serão discutidos temas por meio da análise de filmes, capítulos de livros, casos clínicos.
Algumas vivências serão utilizadas como aproximação ou aprofundamento de
assuntos abordados.
FORMAS DE AVALIAÇÃO
O (a) aluno (a) será avaliado (a) por sua presença, participação e interesse as aulas e pela execução de um trabalho final de integração dos temas abordados pelo Curso.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Bento, J.; Gonçalves, M. C.; Prizmic, P. Sexualidade: autoconhecimento e
qualidade de vida. São Paulo, 2007
De Barbieri, T. Sobre la categor1a género: una introducción teórico-metodologica.
Seminários Prodir/Fundação Carlos Chagas. São Paulo, 1991
Desser, N. Adolescência, sexualidade e culpa. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 1993 Giddens, A. A transformação da intimidade. São Paulo: Unesp, 1993
Hime, F. A. A biografia feminina e a história das relações amorosas. Tese de Doutorado em Psicologia Clínica, PUC/SP, 2004
Macedo, R. M. S. Sexualidade e gênero. In: Horta, A. N. M.;Feijó, M. R. Sexualidade na
família. São Paulo: Expressão e arte Editora, 2007.
Maciel Jr. P. de A. Tornar-se homem. Tese de Doutorado em Psicologia Clínica. PUC/SP, 2006
A constituição histórica da dimensão subjetiva da realidade
DEPARTAMENTO: Psicologia Social
PROFESSOR (A): Equipe de Psicologia Sócio-Histórica(Ana Bock, Graça, Sandra Sanchez, Wanda, Odair, Edna Kahhale)
CARGA HORÁRIA: 51
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
A Psicologia Sócio-Histórica é introduzida no curso em Psicologia Social II e o espaço da eletiva teórica é uma oportunidade de aprofundamento da perspectiva. A Sócio-Histórica é uma abordagem teórica no campo da Psicologia e suas contribuições não se restringem à Psicologia Social. Nesse sentido, é importante que o aprofundamento traga a perspectiva de forma mais ampla.
EMENTA
Conhecimento aprofundado da perspectiva Sócio- Histórica em Psicologia, como uma das possibilidades de leitura da dimensão subjetiva da realidade. Estudo de alguns elementos importantes para a compreensão da constituição histórica da dimensão subjetiva da realidade.
OBJETIVOS
- Identificar e analisar os principais fundamentos epistemológicos, teóricos e metodológicos da perspectiva sócio- histórica
- Identificar e analisar elementos que contribuem para a compreensão da constituição histórica da dimensão subjetiva presente na realidade contemporânea
- Identificar as contribuições da abordagem em vários campos da Psicologia.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
I) Modernidade
a) A constituição da experiência concreta e das noções de indivíduo e sujeito b) A constituição das hierarquias valorativas do ocidente e suas implicações
para a constituição da subjetividade c) A modernidade contemporânea
d) A modernidade brasileira e implicações para a constituição da subjetividade
II) Sujeito e dimensão subjetiva da realidade
III) Leitura de fenômenos da realidade social a partir dos referenciais da abordagem e análise de implicações para a prática
METODOLOGIA
Aulas expositivas a partir de leituras de texto Debates entre os alunos a partir de leituras de texto Exercício de análise da dimensão subjetiva da realidade
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Sínteses individuais parciais sobre os conteúdos lidos e debatidos; Trabalho em grupo para Seminário.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BOCK, ANA M.B.; GONÇALVES, M. da GRAÇA M.(orgs.) – A Dimensão Subjetiva da
Realidade : uma leitura sócio-histórica . São Paulo: Cortez, 2009.
KONDER, Leandro – Os sofrimentos do homem burguês. São Paulo: SENAC, 2000. SOUZA, Jessé – Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe
trabalhadora? Belo Horizonte: UFMG, 2010.
SOUZA, Jessé – A ralé brasileira – quem é e como vive – Belo Horizonte: UFMG, 2009.
Eletiva Teórica 5º período/2012
Fenomenologia e Psicologia: afinidades e diferenças
DEPARTAMENTO: Psicologia Social
PROFESSOR (A): Helio Deliberador (ou outro prof. da equipe de Feno) CARGA HORÁRIA: 51
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
Esta eletiva dá continuidade à apresentação e à possibilidade de aprofundamento da abordagem Fenomenológica aos graduandos em Psicologia.
O curso é proposto novamente, também, pela avaliação favorável que os alunos têm apresentado no seu encerramento, valorizando o conjunto proposto pela coerência em busca do aprofundamento conceitual e sua posição pedagógica.
EMENTA
Com efeito, o esforço filosófico de Husserl em seu espiríto, destinou-se a resolver, simultaneamente, uma crise das ciências do homem e uma crise das ciências simplesmente, da qual ainda não escapamos.”
Por essa razão é necessário um permanente esforço de aprofundarmos as afinidades e diferenças entre a Psicologia e a Fenomenologia, questão essa que não está equacionada entre os estudiosos, permanecendo como tarefa a ser empreendida.
OBJETIVOS
Refletir as conseqüências do diálogo psicologia e filosofia Fenomenológica. As aproximações e distanciamentos. Tratar dos impactos do desenvolvimento técnico - científico sobre o homem e a sociedade globalizada ao final do século XX e início do século XXI. Conhecer os desdobramentos da Fenomenologia na psicologia: projeto da construção de uma Psicologia Fenomenológica – Desenvolvimento histórico e modalidades conceituais. Avaliar o significado e as implicações da visão de homem para a Psicologia em geral e a partir disso, o sentido de uma possível psicoterapia Fenomenológica e existencial.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O sentido e a necessidade do movimento fenomenológico. Origens e significados do movimento fenomenológico em Psicologia. Análise das contribuições das ciências humanas para análise da sociedade globalizada e os impactos do desenvolvimentos
técnicos – científico na passagem do século XX para o século XXI. Contribuições à Psicologia fenomenológica. A importância da Fenomenologia enquanto alternativa entre a mera descrição empírica e a construção de diferença de diferentes aparelhos psíquicos, abrindo espaço para o sentido da experiência humana. O método científico e sua discutível adequabilidade para apreender o especificamente humano. Estudos Fenomenológicos da percepção e dos sentidos. A espacialidade e o movimento. Esclarecimentos da constituição da vida cotidiana como possibilitadora doa atos de observar, descrever, enumerar e medir.
METODOLOGIA
Aulas dialogadas
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Trabalhos escritos individuais e avaliação escrita individual.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CARMO, P.S. (2000) Merleau-Ponty: Uma introdução. São Paulo: EDUC
FRAGATA, J. (1962) Problemas da Fenomenologia de Husserl. Livraria Cruz da Braga MERLEAU-PONTY, M. (1948) Conversas. São Paulo, Ed. Martins Fontes.
---(1976) Ciências do homem e fenomenologia. São Paulo: Ed. Saraiva
---(1994) Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes STRAUS, E.W. (1996) Psicologia Fenomenológica. Buenos Aires: Ed. Paidós
Eletiva Teórica 5º período/2012
O normal e o patológico na psicologia e na psicopatologia
DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas em Psicologia
PROFESSORES: Maria Cecilia de Vilhena Moraes Silva e Paulo José Carvalho da Silva
CARGA HORÁRIA: 51
J U S T I F I C A T I V A D A P R O P O S T A
Os constructos teóricos das diferentes abordagens psicológicas e, em especial, as classificações psicológicas, sofrem a influência das distorções e rivalidades intelectuais que acompanham a formação dos saberes sobre o homem. Isso se manifesta na definição de normal e patológico, com decorrências nos modos atuais de psicodiagnóstico e de tratamento psíquico, exigindo uma reflexão crítica da parte do psicólogo em formação.
E M E N T A
Este curso propõe uma reflexão sobre as referências conceituais e extra-científicas que fundamentam a teoria e a prática do psicólogo no que se refere à questão da normalidade. Focalizaremos aspectos histórico-conceituais, contexto de produção de modelos de investigação e psicodiagnóstico e o mercado das novas terapias.
O B J E T I V O S
O objetivo principal consiste em mostrar que as classificações não emergem diretamente dos fatos ou dos eventos; suas propriedades são contaminadas pelos próprios recursos metodológicos, filiações conceituais e doutrinárias, vieses teóricos, propósitos práticos e valores de profissão. Sob essa perspectiva serão abordados os referenciais culturais, a construção dos instrumentos de exame e mensuração e de investigação clínica, bem como as práticas deles decorrentes. A pertinência das novas síndromes e a emergência de um mercado de novas terapias também serão objeto de reflexão.
Problematização da noção de normal e patológico. A questão da ciência e da ideologia científica.
A constituição histórica dos instrumentos de psicodiagnóstico. As transformações conceituais no âmbito da psicopatologia. A proliferação de novas classificações.
As novas afecções.
O mercado das novas terapias.
Psicologia e Psicopatologia: diálogos possíveis.
METODOLOGIA
Aulas teóricas
Apresentação de seminários a partir das pesquisas dos temas escolhidos pelos alunos
Promoção de discussões e debates entre os alunos
B I B L I O G R A F I A B Á S I C A
BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência. Por uma sociologia clínica do campo
científico. São Paulo: Editora Unesp, 2004.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 2000. FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 2008.
PESSOTTI, I. Os nomes da loucura. São Paulo: Ed. 34, 2001.
SILVA, M. C. V. M. A compreensão da medida e a medida da compreensão: origens e
transformações dos testes psicológicos. Tese de doutorado defendida na PUC-SP, 2010.
SILVA, P. J. C. O romano que virou pássaro: considerações sobre o relato de caso.
Eletiva Teórica 5º período/2012
Psicose : uma herança psíquica?
DEPARTAMENTO: Psicologia Social PROFESSOR (A): Hemir Barição CARGA HORÁRIA: 51
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
O curso se justifica pela possibilidade de oferecer ao aluno, dentro de uma abordagem psicanalítica, uma reflexão acerca da psicose e suas origens na dinâmica familiar e geracional.
Vale ressaltar que a “clinica do sujeito”, proposta dessa disciplina, trabalhando na direção da reforma psiquiátrica, pretende retirar o foco dos sofrimentos mentais de uma visão predominantemente medicamentosa.
EMENTA
Narcisismo na formação do sujeito-Psicanálise-
A cidadania na psicose e as dificuldades na formação de vínculos
OBJETIVOS
Possibilitar ao aluno uma compreensão teórica
Psicanalítica acerca da psicose e dos conceitos necessários na dinâmica familiar, e da constituição do sujeito.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A Normalidade 2. A cultura narcísica
3. Narcisismo- a constituição do sujeito 4. Narcisismo e psicose
5. Família e repetição geracional 6. Os não-ditos
7. A pulsão de morte
8. Desejo de maternidade x desejo de ter filho 9. A clinica do sujeito
METODOLOGIA
Aulas expositivas Seminários
Discussão de casos
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Trabalho escrito ao final. Presença
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Aulagnier, Piera –1979 – “Violência da interpretação” RJ Imago Eiguer, Alberto -1989- “Um divã para a família” PA Artes medicas Hornstein, Luis- “Introdução à psicanálise” SP Escuta
McDougall, Joyce – 1991 – “Em defesa de uma certa anormalidade” PA Artes medicas Nasio, Juan David- “Os grandes casos de psicose”
Penot, Bernard 1992 “Figuras da recusa” PA Artes medicas
Eletiva Teórica 5º período/2012
Psicopatologias Contemporâneas – considerações psicanalíticas
DEPARTAMENTO: PsicodinâmicaPROFESSOR (A): Regina Célia Cavalcanti (Chu) e Paula R. Peron CARGA HORÁRIA: 51
JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
Na atualidade debatemos a noção de que nossa organização social gera adoecimentos que refletem os valores e ideais que imperam: isolamento social e afetivo, glorificação do eu e das versões exibicionistas e agressivas do eu, predomínio da lógica de mercado, entre outros. Para tal debate são necessárias rigorosas premissas teóricas e epistemológicas e articulação à questão da psicopatologia psicanalítica. É preciso também instrumentalizar o psicólogo para enfrentar situações da clínica contemporânea, especialmente frente às depressões, violências e perversões e também pânicos e fobias, onde os métodos clássicos são questionados.
EMENTA
Exploraremos as premissas básicas da psicanálise acerca da constituição do sujeito psíquico, demarcando alguns caminhos psicopatológicos: depressões, violências e perversões e também pânicos e fobias, problematizando tais quadros frente aos ideais individualistas e valores da atualidade, através de aportes teóricos baseados em Freud, Ferenczi e Winnicott.
OBJETIVOS
Discutir a teoria psicanalítica acerca da constituição psíquica do sujeito e reverberações deste debate frente à clínica psicológica atual, aprofundar o estudo do aporte teórico dos três autores escolhidos, focando em: 1 – depressões, 2 – violências e perversões, 3 – pânicos e fobias, e também investigar o entrelaçamento entre contexto social e psicopatologia do sujeito. A partir disto, instrumentalizar o aluno para a pesquisa acerca da psicopatologia psicanalítica e para a clínica da atualidade.
Discussão acerca da noção de psicopatologia psicanalítica.
Estudo da Constituição psíquica do sujeito e a questão edípica – contribuições de S. Freud, de Sándor Ferenczi e D.Winnicott.
Debate sobre o entrelaçamento entre contexto social e psicopatologia do sujeito. Estudo da Depressão – aportes freudiano, ferencziano e winnicottiano.
Estudo das Violências e perversões – aportes freudiano, ferencziano e winnicottiano.
Pânicos e fobias - aportes freudiano, ferencziano e winnicottiano.
METODOLOGIA
Aulas teóricas
Apresentação de seminários a partir das pesquisas dos temas escolhidos pelos alunos
Promoção de discussões e debates entre os alunos
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Presença, participação nos debates e apresentação de seminários.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
WINNICOTT, D.W. (1988) Da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves Ed., Cap. 11, 12, 18, 19, 25.
______________ (1980) A família e o desenvolvimento individual. Tradução Marcelo Brandão Cipolla - 2º edição – São Paulo: Martins Fontes, 2001.
PERON, P.R. (2007). Considerações teóricas ferenczianas sobre o trauma. In: Psicologia Revista, Revista da Faculdade de Psicologia – PUC-SP, vol. 16, n.1 e 2, p. 15-28.
FERENCZI, S. (1927) Elasticidade da técnica psicanalítica. In: Ferenczi – Obras
Completas, vol. IV, São Paulo, SP: Martins Fontes.
KUPERMANN, D. (2003) Ousar rir – humor, criação e psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Green, A. (org.)(2001). Psicanálise contemporânea. Rio de Janeiro: Imago.