Preenchimento de canais radiculares com pasta
de hidróxido de cálcio, utilizando-se propulsor de
lentulo, em diferentes velocidades
ResUmo
Objetivo: este estudo analisou a efetividade do preenchi-mento do canal radicular com pasta de hidróxido empre-gando o propulsor de Lentulo, acionado em diferentes ve-locidades. Métodos: trinta pré-molares inferiores tiveram seus canais radiculares preparados até o instrumento #50 e divididos aleatoriamente em três grupos. Pasta de hidróxido de cálcio preparada com solução fisiológica foi inserida nos canais radiculares empregando-se um propulsor de Lentu-lo, acionado com velocidades de 5.000rpm (G1), 10.080rpm (G2) e 15.000rpm (G3). A densidade óptica foi determinada utilizando-se o sistema de radiografia digital (Kodak Dental RGV-5000). Resultados: a maior densidade óptica obtida
no terço apical foi no G3, e nos terços médio e cervical no G1. Por meio do teste Kruskal-Wallis-Anova, observou--se diferença estatística (p<0,05) entre o G1 e G3 no ter-ço apical, e G1 e G2 no terter-ço médio, mas nenhuma dife-rença estatística foi observada no terço cervical (p>0,05). Conclusão: velocidades diferentes são necessárias para o correto preenchimento de canais radiculares com pasta de hidróxido de cálcio. A velocidade de 15.000rpm foi mais efetiva no preenchimento do terço apical e a velocidade de 5.000rpm foi mais efetiva no preenchimento dos terços mé-dio e cervical.
Palavras-chave: Tratamento endodôntico. Hidróxido de cálcio. Medicação intracanal.
Marili Doro DeoNízio, DDS, PhD1
Gilson Blitzkow syDNey, DDS, PhD2
Antonio BaTisTa, DDS3
Carlos esTRela, DDS, PhD4
1 Professora Adjunta da Disciplina de Endodontia – UFPR. Professora do curso de Especialização em Endodontia – UFPR. Doutora em Endodontia – FOUSP. 2Professor Titular de Endodontia – UFPR. Mestre e Doutor em Endodontia – FOUSP. 3Professor Assistente da Disciplina de Endodontia – UFPR. Professor do Curso de
Especialização em Endodontia – UFPR. Doutorando em Endodontia – Unicamp. 4Professor Titular de Endodontia – UFGO. Coordenador do Curso de Especialização em
Endodontia da ABO-Goiás. Doutor em Endodontia – FOUSP.
Endereço para correspondência: Gilson Blitzkow Sydney Universidade Federal do Paraná - Departamento de Endodontia Rua da Glória 314, sala 23 – CEP 80030060 - Curitiba, Paraná, Brasil E-mail: gsydney@bbs2.sul.com
Recebido: janeiro de 2011 / Aceito: fevereiro de 2011.
introdução
O sucesso do tratamento endodôntico está relacio-nado com vários fatores, principalmente com a correta limpeza, modelagem e sanificação do canal radicular1. O
preparo do canal empregando-se instrumentos e soluções irrigadoras oferece combate relativo à microbiota endo-dôntica. Assim, a medicação intracanal tem por objetivo ampliar o processo de sanificação do sistema de canais radiculares2,3.
Dos medicamentos existentes, o hidróxido de cálcio é o mais utilizado devido às suas propriedades físico-quími-cas. Tem alto pH, grande atividade antimicrobiana, atua na degradação dos lipopolissacarídeos bacterianos e induz o processo de reparo pela formação de tecido duro3-6.
À medida que ocorre a dissociação iônica do hidró-xido de cálcio, a quantidade de pasta a ser colocada no interior do canal radicular deve ser suficiente para for-necer quantidade de íons cálcio e hidroxila pelo período de tempo necessário para a sanificação do sistema de canais radiculares4,7,8,9. Essa efetividade está na
depen-dência da ação direta entre a pasta e os microrganismos remanescentes nos túbulos dentinários7,11. Para alcançar
esse objetivo, o canal radicular deve estar homogênea e completamente preenchido com a pasta de hidróxido de cálcio, mostrando uma imagem radiográfica densa tridimensionalmente6,8. Muitas vezes, a inefetividade do
hidróxido de cálcio pode ser explicada pela maneira pela qual é inserido, sem o preenchimento completo do terço médio e principalmente do apical9.
A medicação de hidróxido de cálcio pode ser inserida no canal radicular utilizando-se instrumentos e materiais endodônticos como limas endodônticas tipo K, calcado-res endodônticos, pontas de papel, cones de guta-percha, porta-amálgama, compactador de McSpadden, propulsor de Lentulo, limas ultrassônicas e sônicas, ou com a seringa ML (SS White) e agulha 27G longa3,4,5.
Cvek et al.12 sugerem o uso de uma seringa de injeção
ou espiral de Lentulo seguida de condensação vertical para a inserção. Webber et al.13 propuseram um
trans-portador plástico para levar a pasta no interior do canal radicular seguido de uma efetiva condensação vertical. Para Antony e Senia14, a técnica ideal é com o propulsor
de Lentulo. Leonardo15 recomendou o uso de uma seringa
especial com agulha longa G-27 no sistema denominado Calen. Sigurdsson et al.16 compararam o propulsor de
Len-tulo, a lima endodôntica e a seringa e apontaram melhores resultados para o primeiro, estando de acordo com outros
autores12,14. No entanto, esse resultado não tem sido
unâ-nime e espaços vazios têm sido identificados em alguns estudos3,17,18. Estrela et al.3, estudando o preenchimento
de canais radiculares em dentes de cães com a pasta de hidróxido, observaram o menor índice de espaços vazios quando a pasta foi inserida, em ordem crescente, com lima tipo K, pontas de papel absorvente, calcadores e propulsor de Lentulo. Por outro lado, Torres et al.19 concluíram que
a radiodensidade da pasta em canais radiculares curvos simulados foi significativamente maior quando apenas o propulsor de Lentulo foi empregado.
Percebe-se, então, que existem dois pontos críticos no preenchimento do canal radicular empregando-se o pro-pulsor de Lentulo: a velocidade e a quantidade de pasta inserida a cada tempo. Há poucos dados na literatura re-ferentes à velocidade. Na metodologia utilizada por Deve-aux et al.18, a velocidade foi determinada em 500rpm, sem
maiores explicações; e Rahde et al.20 e Caliskan et al.21
refe-rem-se apenas a velocidade moderada, sem especificá-la. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a efi-cácia do propulsor de Lentulo, quando utilizado em dife-rentes velocidades, no preenchimento de canais radicula-res com pasta de hidróxido de cálcio.
material e métodos
Trinta pré-molares inferiores provindos do Banco de Dentes do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Paraná, sob autorização do Comitê de Ética em Pes-quisa do Setor de Ciências da Saúde (Registro CEP/SD: 584.121.08.07; CAAE: 2407.0.000.091-08), foram selecio-nados para este estudo. Os dentes foram classificados pelo comprimento (20mm) e presença de canal único, confir-mado por meio de imagem radiográfica nos sentidos me-siodistal e vestibulolingual. A coroa dentária foi mantida para reproduzir as condições clínicas.
Os dentes tiveram suas cavidades de acesso realizadas utilizando-se ponta esférica diamantada de alta rotação número 1014 (KG Sorensen) para a obtenção da forma de conveniência, e completadas com 3205 (KG Sorensen) para a forma de conveniência. O comprimento de traba-lho foi determinado pela visualização da ponta da lima K #10 (Dentsply/ Maillefer) no forame apical, recuando-se um milímetro.
Os canais radiculares foram preparados empregando--se a técnica de ampliação reversa com auxílio de contra- ângulo de rotação alternada TEP 4R-NSK, ampliados até o instrumento #50, e a medida de trabalho estabelecida
em 1mm aquém do forame apical. A solução irrigadora empregada foi o hipoclorito de sódio 1%, sendo que, ao término do preparo, 5ml de solução de EDTA-T foram uti-lizados para a remoção do magma dentinário, mantida por 3 minutos preenchendo o canal radicular, seguindo-se de irrigação final de hipoclorito de sódio a 1%. O forame api-cal foi coberto com cera utilidade para prevenir a extrusão da pasta de hidróxido de cálcio.
Os espécimes foram divididos aleatoriamente em três grupos de dez espécimes. A pasta foi preparada mistu-rando-se 1g de hidróxido de cálcio PA (Merck Kgaa) lote 1020471000 e 0,015g de sulfato de bário PA (Alphatec Química Fina: reagente analítico) lote 15559, misturado à água destilada, formando uma pasta com consistência de creme dental.
A pasta de hidróxido de cálcio foi inserida no canal radicular empregando-se um propulsor de Lentulo #40 acoplado a um contra-ângulo redutor 1/1 em motor elé-trico Endo Plus (VK Driller Equipamentos Eléelé-tricos Ltda, Jaguaré, SP), em diferentes velocidades: GI – 5.000rpm; GII – 10.000rpm e GIII – 15.000rpm. Um projeto piloto definiu as velocidades estabelecidas.
Para preenchimento dos terços apical, médio e cervi-cal, pequena quantidade de pasta de hidróxido de cálcio foi depositada na extremidade do propulsor de Lentulo e esse acionado com a velocidade predeterminada, repeti-da por três vezes. No terço apical, o propulsor de Lentulo chegou ao comprimento de trabalho; nos terços médio e cervical, recuou-se 5mm. Condensador tipo Paiva foi uti-lizado para condensação da pasta em sentido apical, vi-sando o completo preenchimento do canal radicular5. A
extrusão da pasta na cavidade de acesso determinou o completo preenchimento do canal radicular.
Para analisar a qualidade do preenchimento do ca-nal radicular, empregou-se o sistema de radiografia di-gital Kodak Dental Systems (RVG 5000- Eastman Ko-dak Company, Rochester, NY, EUA), o qual possui um sensor com sistema elétrico e óptico de três lâminas justapostas: cristal cintilador, fibra óptica e CCD (charge
coupled device), produzindo um sinal elétrico que gera
uma imagem com resolução real de 14 pl/mm e resolu-ção de 27,03 pl/mm.
Uma tela milimetrada® (Plexus odonto-tecnologia)
foi adaptada a um anteparo confeccionado com papel cartolina (2,0cm por 1,5cm) e fixada no sensor do siste-ma digital. Essa persiste-maneceu adaptada ao aparelho de raios X por meio de posicionador da região de molares
do sistema digital (Rinn XCP® - DS).
A coroa de cada dente foi fixada a um tubo de Epen-dorf com auxílio de cianocrilato de etila®. O tubo teve a sua
porção inferior removida com um disco de carborundum, deixando-o com 20mm de comprimento. Sulcos transver-sos foram realizados para se obter passo de inserção no molde de material de impressão à base de silicone Spe-edex putty® (Coltène Swiss AG), que serviu de conexão
entre o posicionador e o tubo de raios X.
O aparelho radiográfico (Spectro 70 X da Dabi-Atlante foi utilizado com um estabilizador elétrico Gnatus T-1. 200S 110V), 70kVp e 7mA. O cilindro foi posicionado per-pendicularmente a uma distância de 5,0cm e com tempo de exposição de 0,32 segundos. A partir da captura da imagem digital, valores da densidade óptica em pixels fo-ram obtidos utilizando-se as ferfo-ramentas filtro de nitidez e análise densiométrica, seguindo as linhas da régua mi-limetrada de apical para cervical, subdividindo-se em três terços em pontos equidistantes tanto à direita e à esquerda quanto de apical para cervical, os quais foram registrados em protocolo padrão. As médias foram obtidas nas ima-gens de cada espécime, antes e depois do preenchimento com a pasta de hidróxido de cálcio. A diferença das mé-dias entre a quantidade de pixels antes e depois do preen-chimento foi submetida à análise estatística por meio do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05).
Resultados
Para análise da densidade óptica, os testes estatís-ticos Levene e K-S e Lilliefors foram utilizados, obje-tivando verificar a normalidade e homogeneidade dos dados. A ausência de normalidade em todos os grupos analisados nos conduziu para o teste de Kruskall-Walis ANOVA, median test (p<0,05), o qual mostrou diferença significativa (p=0,0318).
As médias e os desvios-padrão da densidade óptica para cada grupo nos terços cervical, médio e apical fo-ram 43,25 (±20,90), 38,70 (±24,40) e 16,71 (±19,85) para G1; 36,98 (±15,97), 23,16 (±15,16) e 20,28 (±22,48) para G2; e 35,75 (±22,21), 21,21(±10,16), 25,17 (±15,26), res-pectivamente.
Uma vez calculada a diferença mínima significativa, comparações múltiplas foram realizadas demonstrando diferença entre o G1, G2 e G3, e entre G1 para o G3 no ter-ço apical (p<0,05). No terter-ço cervical, independentemente da velocidade utilizada, não houve diferença estatística significativa (p>0,05).
Discussão
A efetividade da medicação intracanal com hidró-xido de cálcio tem sido observada por vários auto-res4,6,11,12,22,23,24. Entretanto, a sua inserção necessita
de atenção especial para o completo preenchimen-to do espaço do canal radicular. Contapreenchimen-to direpreenchimen-to da pasta com as paredes dentinárias é fundamental para sua atuação ocorrer de forma direta e indireta4,5,7,9,18.
Holland et al.25 afirmam que, se o canal radicular não
estiver bem instrumentado e irrigado, a medicação não será efetiva. Assim, o canal deve ser ampliado a diâmetros compatíveis com a sua condição ana-tômica. Simcock e Hicks23 demonstraram que,
inde-pendentemente da técnica utilizada, em canais pou-co ampliados, o preenchimento pou-com a medicação se mostrou ineficaz. Em função desse aspecto, no pre-sente estudo os canais radiculares foram ampliados até uma lima # 50 K.
A pasta foi preparada com água destilada, a qual, por ser um veículo hidrossolúvel, aumenta a efetivi-dade do hidróxido de cálcio3,24,25. Sulfato de bário foi
adicionado como substância radiopacificante para di-ferenciar a densidade óptica entre a pasta de hidróxi-do de cálcio e a dentina. A proporção hidróxi-do sulfato de bário em relação ao hidróxido de cálcio foi de 1:213,17.
A inserção da pasta foi realizada utilizando-se pe-quenas quantidades de cada vez. Quando ativado, o propulsor de Lentulo lança a pasta contra as paredes e o auxílio de um calcador permite a sua condensação em todos os terços.
As velocidades utilizadas foram determinadas em estudo piloto, baseado na velocidade máxima possível nos equipamentos odontológicos (cerca de 20.000rpm). Quanto maiores a velocidade e a quan-tidade de pasta no Lentulo, maior quanquan-tidade de ar permanece retida no interior do canal radicular, ge-rando bolhas de ar que não permitem o preenchimen-to complepreenchimen-to e, consequentemente, a ação desejada da medicação. Assim, as velocidades utilizadas neste estudo foram de 15.000rpm, 10.000rpm e 5.000rpm, que foram mantidas constantes através de um motor elétrico (Driller - São Paulo, Brasil).
Figura 1. Resultados para diferentes velocidades nos três terços.
DENSID ADE ÓPTIC A 5.000 r pm - c er vical 5.000 r pm - médio 5.000 r pm - apical 1.080 r pm - c er vical 1.080 r pm - médio 1.080 r pm - apical 15.000 r pm - c er vical 15000r pm - médio 15000r pm - apical ± 1,96* d.p. 100 80 60 40 20 -20 -40 0 ± 1,00* d.p. Média
A radiografia digital representa, hoje, um dos grandes avanços em imagem, permitindo rapidez e simplicidade na captura de imagens, com uma redução significativa no tempo de exposição, permitindo padronização, aná-lise de alta qualidade, além de se tornar uma alternati-va viável e segura para a interpretação dos resultados, conferindo maior precisão diagnóstica. O uso da tec-nologia digital, além de ser reprodutível, é um sistema que permite imagens quase instantâneas das estruturas a serem observadas, sem a necessidade de processa-mento químico e com tempo de exposição reduzido26.
A avaliação das áreas preenchidas nos terços cer-vical, médio e apical foi realizada com base no número de pixels (densidade óptica) na imagem digital captura-da. A tela milimetrada utilizada teve o objetivo de servir como um parâmetro de medição antes e após os espé-cimes terem sido preenchidos com a pasta, em pontos equidistantes, tanto na dentina quanto no canal4.
Quanto maior a densidade óptica, melhor o pre-enchimento do canal radicular. Os resultados obtidos demonstram que o terço médio do G1 foi melhor pre-enchido do que nos G2 e G3, de forma estatisticamente significativa (p<0,05). O G3 foi melhor preenchido no terço apical do que os G1 e G2, de forma estatistica-mente significativa em relação ao G1 (p<0,05).
Os resultados do presente estudo estão de acordo com os de outros estudos12,16,18,19,20. A maior dificuldade
na prática clínica é o preenchimento do terço apical. De acordo com esses resultados, recomenda-se iniciar com velocidade de 15.000rpm para melhor preenchi-mento do terço apical, reduzindo essa velocidade para 5.000rpm para o preenchimento dos terços médio e cervical. O objetivo é auxiliar no preenchimento tridi-mensional do canal radicular.
Esses resultados permitem inferir que diferentes ve-locidades são necessárias quando do uso do propulsor de Lentulo para o preenchimento do canal radicular com pasta de hidróxido de cálcio. Outros estudos to-nam-se necessários para aclarar a questão.
Conclusões
Os resultados encontrados permitem inferir que: 1. Diferentes velocidades são necessárias para o
correto preenchimento do canal radicular com pasta de hidróxido de cálcio.
2. A velocidade de 15.000rpm foi mais eficaz no pre-enchimento do terço apical.
3. A velocidade de 5.000rpm foi mais eficaz no pre-enchimento dos terços cervical e médio.
aBsTRaCT
Objective: This study analyzed the effectiveness of filling the root canal with calcium hydroxide paste using the Lentulo spiral at dif-ferent speeds. Methods: Thirty mandibular premolars after root canal preparation were divided in three groups. Calcium hydrox-ide paste was inserted in the root canals with a Lentulo spiral at 5,000 rpm (G1), 10,000 rpm (G2) and 15,000 rpm (G3). The optical density was determined by the use of the digital radiography sys-tem Kodak Dental RGV-5000. Results: The highest optical den-sity obtained in the apical third was in G3 and in the middle and
cervical third in G1. Statistical difference (Kruskal-Wallis-Anova) was observed (p<0.05) between G1 and G3 in the apical third and G1 and G2 in the middle third. No difference was observed in the cervical third (p>0.05). Conclusion: Different speeds are necessary for the correct filling of the root canal with calcium hy-droxide paste. The 15,000 rpm speed was more effective in filling the apical third and 5,000 rpm speed was more effective in filling the cervical and middle thirds.
Keywords: Calcium hydroxide. Intracanal dressing. Root
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