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O SECTOR INDUSTRIAL NA REGIÃO CENTRO Caracterização e Estudo de Indicadores Económicos e Financeiros no Triénio 1996/1998 1

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O SECTOR INDUSTRIAL NA REGIÃO CENTRO

Caracterização e Estudo de Indicadores Económicos e Financeiros no Triénio 1996/19981

Ana Cristina Neves *

* Núcleo de Estatísticas das Empresas e Sectores Institucionais da Direcção Regional do Centro do INE.

1 Atrigo apresentado, numa 1º versão, no VII Encontro Nacional da APDR (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional) I – INTRODUÇÃO

O presente estudo não pretende ser mais do que uma análise do tecido empresarial da Região Centro, efectuada com base no estudo de alguns indicadores e rácios económico-financeiros.

Assim, tendo por base os resultados do Inquérito às Empresas Harmonizado efectuado anualmente pelo Instituto Nacional de Estatística, foi feita uma análise da evolução da Indústria Transformadora no triénio 1996/1998.

A análise restringiu-se às empresas de média e elevada dimensão, mais concretamente às que têm 20 ou mais pessoas ao serviço, com actividade económica principal na indústria transformadora, para a divisão de CAE - Rev.2 (Classificação Portuguesa das Actividades Económicas - 1992) a 2 dígitos.

Entenda-se por actividade económica principal a de maior importância, no conjunto das actividades exercidas pela empresa, medida pelo valor, a preços de venda, dos produtos vendidos ou fabricados ou das prestações de serviços durante o ano a que o inquérito respeita ou, na sua impossibilidade, a que ocupa com carácter de permanência o maior número de pessoas ao serviço.

Quadro 1

CAE-Rev 2 incluídas

Agro-alimentar, bebidas e tabaco 15+16

Têxtil, vestuário e calçado 17+18+19

Madeira, cortiça e mobiliário 20+36

Celulose, papel, edição e artes gráficas 21+22

Indústria química 23+24

Minerais não metálicos 25+26

Metalomecânica e metalurgia de base 27+28

Indústria eléctrica e electrónica 29+30+31+32+33

Indústria automóvel e outro equipamento de transporte 34+35

Reciclagem 37

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Apesar do estudo se centrar na CAE-Rev2 a 2 dígitos, houve necessidade de agregação de algumas divisões, pelo que os sub-sectores em análise correspondem às agregações referenciadas no Quadro1.

2 - OS INSTRUMENTOS DE ANÁLISE

O objectivo primordial centrou-se na avaliação das empresas estudadas, de acordo com critérios de contribuição para o crescimento ou não da economia envolvente, o próprio dinamismo das empresas, a sua rentabilidade e o equilíbrio financeiro.

Para tal foram utilizados vários rácios de origem económica e financeira. Apresentam-se seguidamente alguns conceitos utilizados, bem como a forma de cálculo e interpretação dos indicadores e rácios estudados. Nº. de pessoas ao serviço: (NPS) corresponde ao número médio de pessoas ao serviço, determinado pelo quociente entre a soma do número de pessoas ao serviço na última semana completa de cada mês de actividade e o número de meses de actividade da empresa.

Sede: considera-se a sede legal das empresas.

Vendas: corresponde à conta 71 do Plano Oficial de Contabilidade (POC), em que se regista o valor das alienações dos bens resultantes do desenvolvimento da actividade corrente da empresa.

Passivo: valor das dívidas da empresa. Corresponde à soma dos débitos a curto, médio e longo prazos, provisões para riscos e encargos e dos acréscimos e diferimentos.

Activo líquido: soma das disponibilidades, créditos a curto, médio e longo prazos, existências, imobilizado, títulos negociáveis e acréscimos e diferimentos. Corresponde ao valor dos recursos à disposição da empresa. Capital próprio: valor patrimonial da empresa, que corresponde à diferença entre o activo e o passivo. Valor acrescentado bruto a preços de mercado: (VAB) corresponde ao valor da produção deduzida das compras de bens e serviços (excluindo mercadorias) mais ou menos a variação positiva ou negativa dos "stocks" de matérias primas, subsidiárias e de consumo, e deduzidos os outros impostos sobre a produção ligados ao volume de negócios mas "não dedutíveis". O somatório do VAB das empresas corresponde ao produto de uma economia.

(3)

Resultado líquido: corresponde ao lucro ou prejuízo apresentado no balanço e líquido de impostos. Endividamento: x 100 mede a participação dos capitais alheios no financiamento da empresa e, quando superior a 100, consideram-se as empresa em situação de falência técnica.

Autonomia financeira: x 100 é complementar do rácio anterior de endividamento. Mede a participação do capital próprio no financiamento das actividades da empresa.

Produtividade do trabalho: mede a eficiência das empresas na

utilização dos seus recursos humanos.

Rentabilidade do activo líquido: x 100 corresponde à taxa de retorno dos capitais investidos na empresa.

Rentabilidade do capital próprio: x 100 mede a taxa de retorno dos capitais investidos.

Rentabilidade das vendas: x 100 mede o lucro da empresa por cada escudo vendido.

Solvabilidade: mede a capacidade da empresa em cumprir os seus compromissos de longo prazo.

VAB/Vendas: x 100 riqueza criada em cada unidade vendida. Passivo

Activo líquido

Capital próprio Activo líquido

VAB

Pessoal ao serviço (total)

Resultado líquido Activo líquido Resultado líquido Capital próprio Resultado líquido Vendas Capital próprio Passivo VAB Vendas

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3 - ENQUADRAMENTO

O objectivo da análise dos rácios económico-financeiros apresentados prende-se com a avaliação dos diferentes sub-sectores segundo vários critérios (financeiros, de rentabilidade, etc.).

Antes de proceder a essa análise sub-sectorial, é pertinente que se faça uma breve caracterização do sector da indústria transformadora através da agregação desses sub-sectores.

Como foi referido, a análise incidirá apenas sobre as empresas com número de trabalhadores igual ou superior a 20. Contudo, convém identificar o total do sector da indústria transformadora da Região Centro, no que concerne ao total de empresas aí sediadas, nos três anos em análise. Para tal atente-se no Quadro2.

Quadro 2

Total de empresas da indústria transformadora, sediadas na Região Centro

Da análise dos dois quadros anteriores é notório o decréscimo verificado no número de empresas sediadas na Região Centro, ao longo do triénio 1996/1998. Contudo, esse decréscimo revela-se muito mais acentuado quando se analisam todas as empresas, com uma diminuição de 12.4%, contra a diminuição de 6.5% verificada nas empresas de maior dimensão, entre 1996 e 1997. Acessoriamente, assistiu-se também a uma diminuição do número de pessoas ao serviço, que de igual modo se fez sentir de uma forma mais negativa para o total de empresas, com um decréscimo de 0.1% contra o decréscimo de apenas 0.07% para as maiores empresas, entre 1996 e 1998. Contudo, 1997 foi um ano em que, para as grandes empresas essa diminuição foi mais gravosa, com um decréscimo de 2.1% relativamente a 1996, pelo que 1998 foi um ano de franca recuperação.

Ano 1996 1997 1998

Total de empresas 14318 13910 12545

Fonte: Inquérito às Empresas Harmonizado

Por seu lado, o Quadro 3 inclui apenas as empresas da indústria transformadora, sediadas na Região Centro, mas que têm ao seu serviço 20 ou mais pessoas. Representa assim a amostra total analisada ao longo deste estudo.

Quadro 3

Empresas da indústria transformadora, sediadas na Região Centro, com 20 e mais pessoas ao serviço

Ano 1996 1997 1998

Total de empresas 1532 1474 1432

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Assim, em 1998 a indústria transformadora da Região Centro empregava um total de 166645 trabalhadores (contra os 166828 verificados em 1996), dos quais 117004 pertenciam a empresas com 20 e mais pessoas ao serviço (contra 117096 em 1996 e 114588 em 1997).

Tendo contudo em conta os dados económicos e financeiros obtidos para o total do sector, poder-se-á referir que, em traços gerais é notória na análise a franca evolução das empresas da Região Centro no período de referência, a nível económico.

Assim, as empresas analisadas facturaram, em termos agregados, 1115 milhões de contos em 1996, 1183 milhões de contos em 1997 e 1286 milhões de contos em 1998, o que se traduz num crescimento das vendas de 6.1% em 1997 e de 8.7% em 1998.

Em termos de análise do VAB, as empresas estudadas mantiveram ao longo do período em análise igual performance, representando cerca de 10% da riqueza anualmente gerada pela indústria transformadora a nível nacional.

Quadro 4

Indicadores da indústria transformadora na Região Centro (empresas com 20 e mais pessoas ao serviço)

A análise financeira efectuada com base no cálculo dos diferentes rácios vem mostrar uma situação ligeiramente diferente.

Apesar da dinâmica que lhes permitiu aumentar o nível de facturação, as empresas viram os seus resultados diminuirem consideravelmente de 1997 para 1998. Assim, e porque directamente relacionados, a quebra dos resultados afectou os rácios de rentabilidade.

Também a um nível agregado, a rentabilidade dos capitais próprios apresenta uma evolução bastante oscilante, tendo atingido os 1.18% em 1996, 5.83% em 1997 e 4.95% em 1998. Há uma clara disparidade na análise do crescimento de 1996 para 1997 e de 1997 para 1998. No ano de 1997 assiste-se a uma franca evolução deste indicador, que em 1998 cai cerca de 1 ponto percentual. Contudo, esta descida não é alarmante, tendo em conta que as taxas de juro das operações passivas praticadas no mercado se cifram em valores muito abaixo destes, pelo que não há perigo da "fuga de capitais" para as aplicações financeiras.

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 368531462 399574060 436217305

Endividamento (%) 58.6 55.9 52.8

Produtividade do trabalho 3147.3 3487.1 3728.2

Rentabilidade do activo líquido (%) 0.49 2.57 2.34

Rentabilidade das vendas (%) 0.56 2.94 2.63

VAB/Vendas (%) 33.04 33.76 33.92

NPS 117096 114588 117004

Vendas (103 Esc) 1115531186 1183449664 1286100673

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No que diz respeito ao equilíbrio financeiro, é de salientar a evolução positiva do endividamento e, consequentemente da autonomia financeira do sector. Assim, com um endividamento de 58.6% em 1996, atingiram-se em 1998 os 52.8%, sendo que a autonomia financeira cresceu dos 41.4% em 1996 para 47.2% em 1998. Caminhou-se para uma situação em que os capitais próprios se aproximam dos capitais alheios na participação no financiamento das empresas do sector.

No entanto essa evolução registada em termos agregados traduz-se em situações completamente diferentes quando se passa para uma análise sector a sector, o que se deve em parte às próprias especificidades sectoriais.

Seguidamente apresenta-se essa análise sectorial.

4 - ANÁLISE SECTORIAL

4.1 - Agro-alimentar, bebidas e tabaco

Gráfico 2 Solvabilidade Gráfico 1

Rentabilidade do capital próprio

Neste sector é notório o inconstante crescimento das vendas. Se em 1997 se assistiu a um decréscimo das vendas na ordem dos 15.8%, em 1998 conseguiu-se já uma ligeira recuperação de 5.45%.

A crescente concorrência estrangeira num sector comandado pelo marketing e em que as preferências dos consumidores são, mais do que noutros, muito importantes, tem contribuído para a diminuição do número de empresas neste sector.

O franco crescimento do resultado líquido em 1997 e a sua manutenção em 1998, contribuiram para o crescimento sustentável de indicadores como a rentabilidade das vendas, a rentabilidade dos capitais próprios e a rentabilidade do activo líquido.

1996 0.5 0.6 0.68 1997 1998 1996 -1.71 3.07 3.51 1997 1998

(7)

Relativamente à contribuição para a riqueza criada na economia, o sector agro-alimentar apresenta, ao longo do triénio em análise uma performance positiva, com um crescimento sustentado de rácios como o VAB por vendas e a produtividade do trabalho, apesar do decréscimo do VAB em 1997. Para essa sustentabilidade, em muito contribuiu a diminuição do número de trabalhadores no sector (decréscimo de 4.6% em 1997 e 3.6% em 1998).

Quadro 5

Indicadores da indústria agro-alimentar, de bebidas e tabaco

As empresas do sector têm mostrado capacidade de melhoria no cumprimento das suas dívidas para com terceiros, o que se depreende da sua crescente solvabilidade e, consequentemente da crescente autonomia financeira, para o que tem contribuído sem dúvida o aumento do resultado líquido.

A grande melhoria foi a que se registou na taxa de retorno dos capitais investidos que, de um alarmante valor negativo em 1996, conseguiu recuperar em 1997 para um valor já superior à taxa de remuneração das operações passivas, tendo conseguido ainda incrementá-la em 1998.

Trata-se assim de um sector que, num espaço de 3 anos, conseguiu melhorar significativamente a sua situação económica e financeira, pelo menos ao nível das suas maiores empresas, na Região Centro.

4.2 - Indústria têxtil, vestuário e calçado

Gráfico 4 Solvabilidade Gráfico 3

Rentabilidade do capital próprio

1996 -16.1 -3.03 -0.16 1997 1998 1996 0.31 0.46 0.53 1997 1998 1996 1997 1998 VAB (103 Esc) 33871623 31538242 35016650 Endividamento (%) 66.6 62.32 59.52 Produtividade do trabalho 3220.9 3591.2 3850.5

Rentabilidade do activo líquido (%) -0.57 1.16 1.42

Rentabilidade das vendas (%) -0.43 0.93 1.14

VAB/Vendas (%) 15.9 17.6 18.5

NPS 10516 8782 9094

Vendas (103 Esc) 213272451 179549690 189277179

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O sector têxtil, vestuário e calçado continua a ser o maior da indústria transformadora, ocupando (nas empresas em análise, ou seja, com 20 e mais pessoas ao serviço) cerca de 32000 pessoas, o que corresponde a 27% do total, na indústria transformadora.

É contudo um sector que se debate com problemas graves de competitividade, essencialmente com o exterior e principalmente com os países asiáticos que conseguem produzir com custos salariais muito inferiores aos portugueses e, portanto, a preços mais reduzidos.

Quadro 6

Indicadores da indústria têxtil, do vestuário e do calçado

Os rácios apresentados dão também uma perspectiva do sector que não é a mais favorável. Ao decréscimo do número de empresas na ordem dos 16.3% de 1996 para 1998, acresce também o decréscimo do número de trabalhadores em cerca de 8.8% (menos de 3077 efectivos). O que se deve a uma crescente mecanização do sector e que se traduziu num aumento da produtividade do trabalho. As vendas registaram também um acréscimo de 6.7% no triénio.

O resultado líquido apresentou sempre valores negativos, o que influenciou directamente os indicadores de rentabilidade.

Assim, a rentabilidade do capital próprio, apesar da melhoria contínua entre 1996 e 1998, continua ainda a apresentar valores negativos, o que em nada beneficia o fomento do investimento no sector, quando comparada com as remunerações oferecidas no mercado de capitais.

O resultado líquido negativo e a correspondente incapacidade de as empresas gerarem lucros, traduz-se directamente nos valores expressos no indicador solvabilidade.

As empresas revelam assim uma grande dificuldade no pagamento das suas dívidas para com terceiros nos prazos previstos, apesar da melhoria do indicador ao longo do período em análise. Também se destaca o elevado endividamento destas empresas, em que cerca de 65% do capital investido provém de fontes externas. Trata-se assim de um sector com grandes necessidades de injecção de capitais, que contudo não oferece, de acordo com os rácios apresentados, garantias de uma boa remuneração desses capitais. Necessita assim de um maior dinamismo, quer no desenvolvimento de novos produtos, quer na procura de novos mercados, por forma a melhorar a imagem do sector no exterior e promover a sua competitividade.

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 60244059 61124221 63711861

Endividamento (%) 76.11 68.32 65.31

Produtividade do trabalho 1731.2 1899.7 2008.4

Rentabilidade do activo líquido (%) -3.85 -0.96 -0.06

Rentabilidade das vendas (%) -5.02 -1.34 -0.08

VAB/Vendas (%) 47.8 47.3 47.4

NPS 34799 32175 31722

Vendas (103 Esc) 126020637 129154365 134410060

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4.3 - Indústria de madeira, cortiça e mobiliário

O sector que inclui a indústria de madeira, cortiça e mobiliário apresenta-se como um sector relativamente estável na Região Centro, em termos de número de empresas sediadas e de número de trabalhadores. O dinamismo do sector, medido através do crescimento das vendas, é bastante positivo, tendo-se registado entre 1996 e 1998 um crescimento na ordem dos 14.3%.

Em termos de contribuição para a economia, verifica-se um decréscimo, que se deve ao reduzido acréscimo do VAB (9.8% entre 1996 e 1998) face ao crescimento das vendas já referido.

Apesar desta dinâmica, a rentabilidade do sector não se apresenta tão promissora. Ao comportamento positivo em 1997, segue-se em 1998 um decréscimo significativo da rentabilidade das vendas e do activo líquido.

Contudo, o equilíbrio financeiro das empresas do sector não é posto em causa, antes pelo contrário se solidificou. A solvabilidade tem vindo a crescer ao longo do triénio, apresentando em 1998 um valor muito próximo da unidade (0.74), o que significa um quase total cumprimento das suas dívidas nos prazos acordados.

Trata-se de um sector que, apesar da sua estabilidade, necessita ainda de trabalhar no sentido da progressão dos lucros, de modo a estabilizar o seu resultado líquido, que apresentou neste período um comportamento bastante oscilante.

Quadro 7

Indicadores da indústria de madeira, cortiça e mobiliário Gráfico 6 Solvabilidade Gráfico 5

Rentabilidade do capital próprio

1996 4.25 5.99 3.59 1997 1998 1996 0.58 0.62 0.74 1997 1998 1996 1997 1998 VAB (103 Esc) 32625689 33102161 35834944 Endividamento (%) 63.22 61.8 57.63 Produtividade do trabalho 2971.9 3093.7 3285.5

Rentabilidade do activo líquido (%) 1.56 2.29 1.52

Rentabilidade das vendas (%) 1.94 2.73 1.75

VAB/Vendas (%) 29.2 28.4 28

NPS 10978 10700 10907

Vendas (103 Esc) 111778877 116682304 127788585

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1996

2.1 2.4 3.1

1997

1998

4.4 - Indústria da celulose, papel, edição e artes gráficas

Gráfico 8 Solvabilidade Gráfico 7

Rentabilidade do capital próprio

A indústria do papel apresenta-se como uma das mais promissoras, tendo em 1997 a rentabilidade dos capitais próprios atingido os 5.71%. A produtividade do trabalho , apesar da ligeira diminuição entre 1997 e 1998, apresenta-se como das mais elevadas no conjunto da indústria transformadora da Região Centro, apesar do acréscimo de 5.7% no número de trabalhadores.

É também o sector com melhor desempenho no que concerne aos níveis de autonomia financeira, de tal modo que em 1998 apenas 24% do seu financiamento provém de fontes externas à empresa.

É ainda notória a sua excelente performance no cumprimento das dívidas para com terceiros, revelando os índices de solvabilidade mais elevados de entre todos os sectores analisados.

A grande oscilação dos rácios de rentabilidade ao longo do triénio deve-se principalmente à performance das grandes empresas de celulose e papel sediadas na região que, pela sua dimensão, em muito determinam os resultados do sector. As empresas de edição e artes gráficas, de menor dimensão que as anteriores, apresentam um comportamento mais estável ao longo do triénio.

Quadro 8

Indicadores da indústria de celulose, papel, edição e artes gráficas

1996 -0.53 5.71 1.47 1997 1998 1996 1997 1998 VAB (103 Esc) 35441236 47860915 43984260 Endividamento (%) 32.75 29.58 24.12 Produtividade do trabalho 9268.1 12275.2 10673.2

Rentabilidade do activo líquido (%) -0.35 4.01 1.12

Rentabilidade das vendas (%) -0.73 7.3 2.2

VAB/Vendas (%) 34.1 39.7 37.6

NPS 3824 3899 4121

Vendas (103 Esc) 104029589 120611860 117015339

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4.5 - Indústria Química

Gráfico 10 Solvabilidade Gráfico 9

Rentabilidade do capital próprio

A indústria química da Região Centro, à semelhança do que acontece em todo o país, parece bastante afectada pela forte concorrência estrangeira que se faz sentir. Assim, apesar do crescimento das vendas registado em 1997 (cerca de 1%), em 1998 assiste-se a um decréscimo na ordem dos 3.8%.

O número de empresas, apesar da diminuição em 1997, recupera em 1998 (ultrapassando o valor de 1996), mas não o suficiente para garantir a recuperação do VAB. Apesar de o número de trabalhadores não ter sofrido grande oscilação, regista-se uma diminuição significativa na produtividade do trabalho. Contudo este continua a ser o sector que, dos estudados, apresenta a mais elevada produtividade do trabalho, o que reflecte a elevada eficiência destas empresas na utilização dos seus recursos humanos. É também de salientar os seus níveis de solvabilidade, que ao longo do triénio aumentaram bastante. Em termos de autonomia financeira, apenas 33.9% do seu financiamento provém de fontes externas às empresas, classificando-se assim como o 2º melhor sector, logo após o sector da celulose, papel, edição e artes gráficas.

Em termos de rentabilidade, salienta-se o decréscimo gradual mas significativo ao longo do triénio, apesar de em 1998 se registar ainda um valor bastante aceitável de 11.9%, o que significa que ainda é bastante rentável investir neste sector, nesta região.

Quadro 9

Indicadores da indústria química

1996 24.9 21.5 11.9 1997 1998 1996 1.4 1.3 1.9 1997 1998 1996 1997 1998 VAB (103 Esc) 19748236 18029852 18108709 Endividamento (%) 41.6 42.9 33.9 Produtividade do trabalho 14606.7 15503 12953.3

Rentabilidade do activo líquido (%) 14.6 12.3 7.9

Rentabilidade das vendas (%) 11.2 11.6 8

VAB/Vendas (%) 29.2 26.4 27.5

NPS 1352 1163 1398

Vendas (103 Esc) 67703447 68351612 65775375

(12)

4.6 - Fabricação de produtos minerais não metálicos

Gráfico 12 Solvabilidade Gráfico 11

Rentabilidade do capital próprio

O sector dos produtos minerais não metálicos apresenta-se, na Região Centro do país, como aquele que, na indústria transformadora representa maior percentagem das vendas totais geradas, cifrando-se nos 23.2% em 1998.

Apesar da diminuição do número de empresas, assistiu-se, entre 1996 e 1998, a um acréscimo do número de trabalhadores em 8.1%, a que correspondem 2077 novos efectivos. Também as vendas registaram um crescimento contínuo ao longo do triénio, na ordem dos 26.7%, o que revela sem dúvida a forte dinâmica do sector, empenhado em defender a sua quota de mercado. Para tal tem contribuído a existência de grandes empresas do ranking nacional sediadas nesta região.

Ao nível da rentabilidade o ano de 1997 foi excelente. Todos os indicadores de rentabilidade apresentam um elevado crescimento em 1997, tendo continuado a crescer, embora menos, em 1998. A taxa de retorno dos capitais investidos na empresa, que em 1996 se cifrava nos 0.55%, atinge em 1998 os 6.01%.

Quadro 10

Indicadores da fabricação de produtos minerais não metálicos

1996 0.6 5.04 6.01 1997 1998 1996 0.71 0.74 0.77 1997 1998 1996 1997 1998 VAB (103 Esc) 91641839 101417018 119639295 Endividamento (%) 58.4 57.3 56.6 Produtividade do trabalho 3571.1 3807.9 4313

Rentabilidade do activo líquido (%) 0.23 2.15 2.61

Rentabilidade das vendas (%) 0.29 2.76 3.26

VAB/Vendas (%) 38.9 38.9 40.1

NPS 25662 26633 27739

Vendas (103 Esc) 235619132 260958284 298457695

(13)

Apesar de ainda 56.6% do financiamento das empresas provir de capitais alheios, nota-se uma maior proximidade entre os valores do endividamento e da autonomia financeira. A crescente solvabilidade das empresas do sector é também abonativa, sendo que o valor em 1998 (0.77) se aproxima bastante da unidade, o que significa que cada vez mais estas empresas se mostram capazes de, atempadamente, satisfazer os seus compromissos de longo prazo.

4.7 - Metalomecânica e metalurgia de base

O sector da metalomecânica e metalurgia de base na Região Centro mostra sinais de alguma recuperação, de tal modo que a pouco e pouco a actividade de transformação de aço e ferro está a ser relançada. As vendas do sector apresentam um crescimento de 18% ao longo do triénio. Também o número de trabalhadores aumentou, em cerca de 76 efectivos, apesar do decréscimo no número de empresas (na ordem dos 9.4%). Contudo, a produtividade do trabalho registou um crescimento bastante significativo, notório na comparação entre 1996 e 1998.

Os indicadores de rentabilidade reflectem também a recuperação do sector.

Em 1997 todos eles sofrem aumentos já consideráveis, apresentando contudo ligeiras diminuições em 1998, sendo de salientar o valor bastante elevado da rentabilidade do capital próprio em 1998 (8.44%). A contribuição para a criação de riqueza na economia é também significativa, cujo crescimento sustentado se deve ao desempenho do VAB.

A solvabilidade também tem crescido ao longo do período, aproximando-se cada vez mais da unidade. Do mesmo modo, e porque directamente relacionados, a autonomia financeira apresenta já um valor mais confortável, na ordem dos 40%.

A globalização da economia em muito tem afectado este sector em Portugal, implicando sucessivas injecções de capital no sector, com vista à sua modernização. A Região Centro não é excepção contudo, apesar do esforço, é de louvar a manutenção dos postos de trabalho (tendo-se verificado mesmo um aumento), tanto mais que na Europa este tem sido um dos sectores mais penalizados em termos de emprego.

Gráfico 14 Solvabilidade Gráfico 13

Rentabilidade do capital próprio

1996 6.16 8.57 8.44 1997 1998 1996 0.66 0.65 0.68 1997 1998

(14)

Quadro 11

Indicadores da indústria metalomecânica e de metalurgia de base

4.8 - Indústria eléctrica e electrónica

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 33847397 36620063 39826253

Endividamento (%) 60.1 60.3 59.4

Produtividade do trabalho 3184.7 3437.9 3720.7

Rentabilidade do activo líquido (%) 2.46 3.4 3.43

Rentabilidade das vendas (%) 2.75 3.73 3.63

VAB/Vendas (%) 38.3 38.7 38.2 NPS 10628 10652 10704 Vendas (103 Esc) 88400400 94652968 104334466 Indicadores Gráfico 16 Solvabilidade Gráfico 15

Rentabilidade do capital próprio

Apesar de o ano de 1996 se ter revelado de menor performance para o sector da indústria eléctrica e electrónica, concretizou-se uma melhoria significativa em 1997, continuada em 1998. Assim, em termos de dinamismo, assiste-se a um crescimento das vendas de 37% entre 1996 e 1998, que se reflectiu num ganho em termos de quota de mercado (mais interno que externo).

Também o número de trabalhadores do sector registou um aumento considerável de 1492 efectivos entre 1996 e 1998. Apesar desse aumento, é de salientar o crescimento da produtividade do trabalho, garantida pela evolução do VAB neste período (cresceu cerca de 26%).

Contudo este crescimento do VAB não acompanhou o crescimento mais acentuado das vendas, pelo que o contributo do sector para a economia sofreu uma ligeira desaceleração ao longo do triénio, como se depreende da análise do rácio VAB/Vendas.

O crescimento do resultado líquido é o responsável pelo crescimento de todos os indicadores de rentabilidade no triénio. A rentabilidade do capital próprio quase que duplica o seu valor neste período, sendo o 4º melhor de entre os restantes sectores analisados, com uma taxa de retorno dos capitais investidos de 11.05%. 1996 5.6 8.1 11.1 1997 1998 1996 0.54 0.56 0.66 1997 1998

(15)

1996

0.29

0.42 0.49

1997

1998

A solvabilidade apresenta ainda um valor muito reduzido (0.66), o que se reflecte também na autonomia financeira do sector, que não atinge ainda os 40% em 1998.

Este não parece ser contudo um sector muito preocupante, transpirando uma situação de alguma estabilidade financeira.

Quadro 12

Indicadores da indústria eléctrica e electrónica

4.9 - Indústria automóvel e de outro equipamento de transporte

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 46428064 52978559 58394498

Endividamento (%) 64.9 63.9 60.2

Produtividade do trabalho 3210.1 3360.7 3659.9

Rentabilidade do activo líquido (%) 1.95 2.93 4.4

Rentabilidade das vendas (%) 1.59 2.33 3.48

VAB/Vendas (%) 39.8 37.1 36.6

NPS 14463 15764 15955

Vendas (103 Esc) 116587053 142928254 159662760

Indicadores

O sector da indústria automóvel apresenta-se como um dos que mais cresceu na Região Centro, com um crescimento das vendas na ordem dos 68.6%, entre 1996 e 1998.

O número de efectivos a trabalhar no sector apresenta também um crescimento na ordem dos 9.4%, apesar da diminuição em 1997.

Mas apesar deste dinamismo, nem tudo está bem no sector. Nomeadamente ao nível do equilíbrio financeiro, tendo a solvabilidade apresentado em 1998 o valor mais baixo de entre todos os sectores analisados, com apenas 0.49, o que significa que este é um sector com algumas dificuldades no cumprimento das suas dívidas de longo prazo. Paralelamente, a autonomia financeira é também a mais reduzida de toda a

Gráfico 18 Solvabilidade Gráfico 17

Rentabilidade do capital próprio

1996 -4.3 4.9 12.5 1997 1998

(16)

1996 0.31 1.03 1.59 1997 1998

indústria transformadora, em que cerca de 67% do financiamento total do sector provém de capitais alheios à empresa.

Já no que respeita à rentabilidade, dado o aumento verificado no resultado líquido, os indicadores de rentabilidade apresentam um comportamento positivo. A rentabilidade do capital próprio tem um crescimento de tal modo acentuado que, dos - 4.27% registados em 1996 se atinge em 1998 o valor mais elevado de entre todos os sectores em análise, com 12.45%, o que transforma o sector num dos mais rentáveis. Está-se assim perante um sector em franco desenvolvimento na Região Centro, mas que não pode contudo descurar a forte competitividade externa que cada vez mais se faz sentir, quer ao nível do custo da mão-de-obra, quer da modernização tecnológica e dos custos de produção reduzidos.

Quadro 13

Indicadores da indústria automóvel e de outro equipamento de transporte

4.10 - Reciclagem

O sector da reciclagem é um sector bastante recente na Região Centro, ainda com um número de empresas bastante reduzido. Só a partir de 1996 a classificação das actividades económicas (CAE-Rev2) inclui uma classificação mais específica e rigorosa deste sector de actividade. A decisão pela sua inclusão nesta análise deve-se fundamentalmente à sua especificidade.

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 14643234 16460887 21303066

Endividamento (%) 77.6 70.6 66.9

Produtividade do trabalho 3015.5 3466.2 4011.1

Rentabilidade do activo líquido (%) -0.96 1.47 4.12

Rentabilidade das vendas (%) -0.93 1.02 2.87

VAB/Vendas (%) 28.1 23.9 24.3 NPS 4856 4749 5311 Vendas (103 Esc) 52058279 68763999 87776278 Indicadores Gráfico 20 Solvabilidade Gráfico 19

Rentabilidade do capital próprio

1996 -1.56

25.59 23.93

(17)

Em 1998, na Região Centro, contavam-se neste sector, em termos globais, um total de 14 empresas com 163 trabalhadores. Quando se restringe a análise às empresas com mais de 20 pessoas ao serviço, os valores descem consideravelmente, fixando-se em 1998 apenas em 53 trabalhadores. É ainda de salientar que em todo o país não existe nenhuma empresa no sector com mais de 100 pessoas ao serviço, predominando as pequenas empresas e algumas médias empresas.

Da análise dos indicadores apresentados, é notório o crescimento das vendas ao longo do período em análise, evidenciando assim a relativa dinâmica do sector. A produtividade do trabalho surge com valores bastante elevados e com um franco crescimento no triénio, apesar do aumento significativo do pessoal ao serviço.

A rentabilidade do capital próprio, apesar da diminuição em 1998 face a 1997, apresenta valores bastante acima dos verificados para os outros sectores da indústria transformadora, com cerca de 23.9% em 1998. A solvabilidade sofreu um acréscimo significativo entre 1996 e 1998. Deste modo, com uma solvabilidade de 1.59 em 1998, as empresas do sector mostraram-se capazes de cumprir atempadamente os compromissos de longo prazo com os seus credores.

Também a autonomia financeira apresenta um crescimento muito acima da média, o que implica um decréscimo significativo no rácio de endividamento.

Assim se, em 1996, 76% do financiamento do sector provinha de capitais alheios à empresa, em 1998 essa relação decresce para apenas 39%.

Trata-se assim de um sector que merece uma atenção redobrada nos próximos anos, de forma a poder avaliar-se da sua consistência e da sustentabilidade dos óptimos resultados atingidos em 1998.

Quadro 14

Indicadores da indústria de reciclagem

1996 1997 1998

VAB (103 Esc) 40085 442142 397769

Endividamento (%) 76.1 49.3 38.6

Produtividade do trabalho 2226.9 6227.4 7505.1

Rentabilidade do activo líquido (%) -0.37 12.97 14.7

Rentabilidade das vendas (%) -0.5 6.59 7.86

VAB/Vendas (%) 65.4 24.6 24.8

NPS 18 71 53

Vendas (103 Esc) 61321 1796328 1602936

(18)

5 - CONCLUSÕES

Entre 1996 e 1998 assistiu-se, na indústria transformadora da Região Centro, a um acréscimo generalizado do volume de vendas, quer em termos agregados quer de análise sectorial.

Notória é também a diminuição do endividamento das empresas, com o consequente aumento da sua autonomia financeira, o que traduz um relativo equilíbrio financeiro nas empresas da Região Centro. Apesar das especificidades sectoriais, que em alguns casos se traduzem em grandes oscilações ao longo do triénio, é contudo imediato o decréscimo generalizado do número de empresas da indústria transformadora com sede na Região Centro, o que é verdade tanto para as empresas com mais de 20 pessoas ao serviço (que foram analisadas) como para a generalidade das empresas.

Em relação ao pessoal ao serviço a conclusão não é tão imediata e, apesar da clara diminuição entre 1996 e 1997 (cerca de 2.1%), 1998 aparece como um ano de franca recuperação, quase se alcançando os valores registados em 1996.

Em termos de rentabilidade e apesar das discrepâncias sectoriais, é clara a recuperação da indústria transformadora no triénio, verificando-se em quase todos os sub-sectores valores bastante animadores, nomeadamente na rentabilidade do capital próprio.

É contudo importante não esquecer a curta durabilidade do período em análise (três anos), forçada pela ruptura de série ocorrida neste inquérito em 1996, que teve origem basicamente na adopção da CAE -Rev.2, e que obriga a algum cuidado na análise dos resultados e principalmente nas conclusões a retirar, pois podem resultar de efeitos meramente conjunturais.

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