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Autor(es):

Kuznetsova-Resende, Tatiana

Publicado por:

Centro de História da Universidade de Lisboa

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/24007

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CADMO

Revista de Historia Antiga

Centro de História

da Universidade de Lisboa

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TATIANA KUZNETSOVA-RESENDE

Universidade de Lisboa

As imagens do mosaico romano de que iremos ocupar-nos repre- sentam um tíaso báquico e cenas de vindimas. O pavimento (do fim do século IV, princípio do V) estava situado no triclinio de uma domus da cidade romana de Complutum(1). Tratava-se de uma residência abastada, com um grande peristilo (de, pelo menos, 12 m x 9 m) cer- cado de aposentos espaçosos. O edifício foi encontrado completamente destruído: os restos arquitectónicos formavam uma amálgama de pe- dras, argamassa, fragmentos de colunas... Pelo contrário, os mosai- cos, que recobriam o chão de todos os aposentos e corredores, con- servaram-se em relativo bom estado.

A sala do triclinio tem uma área de cerca de 50 m2. Parte da sua superfície encontra-se recoberta por uma decoração geométrica sobre a qual se colocavam os leitos dos comensais; a outra parte ostenta a decoração figurativa a que aludimos e que era acessível aos olhares dos convidados e do proprietário.

D. Fernandez Galiano fez um estudo brilhante dos aspectos for- mais deste mosaico, para 0 qual remetemos 0 leitor(2). Quanto a nós,

propomo-nos levar a cabo uma análise semântica das suas imagens que, como se verá, giram em torno do vinho. Começamos então por uma breve descrição:

A parte figurativa do pavimento compõe-se de vários painéis ad- jacentes: 0 central representa Dioniso ébrio, amparado por um sátiro,

na companhia de uma ménade e de Sileno (fig. 1). Por baixo deste painel, um outro ostenta cenas relacionadas com as vindimas (vêem- -se aí camponeses carregando cestos de uvas e outros a pisá-las

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num lagar, fig. 2 e fig. 3); finalmente, há ainda dois painéis situados de cada lado do painel central, contendo um par de panteras cujas patas dianteiras se apoiam em crateras. Um pouco de lado, junto à porta, encontra-se um último painel com a representação das quatro estações do ano em forma de bustos (três masculinos e um femi- nino), providos de atributos estacionais.

O estilo da execução é típico da mosaística tardia. As figuras, cuja posição tende para a frontalidade total, estão representadas em fundo branco, abstracto. Todavia, no mosaico é perceptível uma tenta- tiva de representação do movimento, quando se evita recorrer a um simples alinhamento de figuras separadas: o corpo de Dioniso descre- ve um suave S; a ménade encontra-se em atitude de dança, mesmo se rígida; distingue-se ainda um primeiro e um segundo planos. A com- posição dos restantes painéis é bem mais simples. Assim, as imagens das panteras são bidimensionais; 0 painel da cena das vindimas está

dominado por simetria e ornamentalismo, sublinhados tanto pela dis- posição das figuras dos camponeses, como pelas volumosas volutas estilizadas com que terminam os seus cajados. No mesmo edifício foram encontrados mais dois mosaicos figurativos de que falaremos a seu tempo, já que os motivos aí representados podem contribuir para a elucidação do significado do pavimento do triclinio.

Que informações sobre o seu significado nos pode dar uma aná- lise deste conjunto imagético?

Atente-se, antes de mais, que, no painel central, Dioniso surge representado no mais completo estado de embriaguês, em companhia de Sileno que, segundo um mito conhecido, o acompanhou na campa- nha oriental contra os Indianos. De Sileno-Marão diz-nos Nonno de Panópolis (quase contemporâneo do encomendante do nosso mosaico) que era um inveterado amante de vinho e de alegres canções de bebedores*3*. Na iconografia clássica aparece frequentemente ébrio. Segundo P. Grimai, Sileno acabou mesmo por se tornar no tipo do per- feito bêbedo(4). É de sublinhar com força que a associação de Dioniso

bibens com Sileno é inédita na mosaística da Península Ibérica, con-

trariamente à associação da imagem divina com a de um sátiro, pa- tente no grupo central deste painel(5).

Pode-se concluir daqui que a associação das figuras de Dioniso e Sileno neste mosaico foi feita com 0 fim expresso de acentuar 0

papel desempenhado pelo vinho na mitologia dionisíaca. Esta ideia sai reforçada se pensarmos que Sileno não é figura grada na mosaística peninsular®; além disso, há ainda as duas panteras (feras consagra- das ao deus) cujas patas dianteiras estão em cima de crateras de

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vinho que ladeiam 0 painel; e - pormenor importante - Dioniso, ébrio,

segura numa das mãos um cântaro, enquanto é amparado por um sátiro que é, de todas as personagens da cena, 0 único a não usar

uma coroa de parras e de ramos de uvas. A atmosfera geral é festiva. A única ménade que aparece neste conjunto está representada numa atitude de dança. Acresce que 0 painel figurativo adjacente a este

ostenta cenas de vindimas e da vinificação. Não parece pois oferecer dúvida que Dioniso está representado no painel central deste mo- saico, numa das suas mais antigas funções: a de deus protector da vitivinicultura.

Detenhamo-nos agora na análise do painel situado imediatamente abaixo deste.

Nele vêem-se cinco camponeses. Três encontram-se dentro de um lagar a pisar uvas. À esquerda e à direita do lagar dois outros camponeses carregam cestos com 0 mesmo fruto. Todos seguram

numa mão o pedum e usam nébrides (os pisadores têm-nas enrola- das em torno da cintura). Tanto a nébride como 0 pedum são atribu-

tos báquicos que reforçam obviamente a sintonia dos homens reais com o espírito da cena divina representada no painel superior. O mais provável é que os atributos báquicos dos camponeses fossem um meio usado pelo mosaísta para reforçar esta sintonia e não propria- mente a representação de algum costume popular dionisíaco ligado às vindimas*7*.

Na iconografia da Península Ibérica há mais duas representa- ções de camponeses a pisarem uvas. Uma data da segunda metade do século II - princípios do século III e encontra-se também inserta num contexto mitológico dionisíaco. Aí, os três pisadores que estão dentro do lagar, seguram o pedum numa mão, usam coroas vegetais e têm nébrides a cobrir-lhes 0 corpo(8). A outra representação encon-

tra-se num mosaico do século III proveniente de Mérida(9). Aí trata-se igualmente de três pisadores de uvas, mas desta vez sob a égide e a protecção de Vénus(10).

Tudo aponta, pois, para que nas imagens dos dois painéis prin- cipais do mosaico de Complutum se possa distinguir a intenção ex- pressa de sublinhar a ligação orgânica, antiga, de Dioniso ao vinho. Na verdade, não são detectáveis elementos iconográficos, ou outros, que sugiram uma interpretação mística do dionisismo enquanto reli- gião de salvação.

A relação da viticultura com a religião dionisíaca é sobejamente conhecida*111. Na época romana foi um dos aspectos essenciais desta religião*12'. A importância daquela faceta do deus na Península Ibérica

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encontra confirmação no facto de o principal santuário de Dioniso se situar precisamente na região de Saguntum que é, desde os finais do século I, uma região tradicionalmente vinícola(13).

Por isso não deixa de ser surpreendente que aquele aspecto do dionisismo esteja tão pouco representado na mosaística hispânica - tanto mais que a vitivinicultura foi das actividades económicas da Península mais importantes, e das que maiores lucros certamente trou- xeram a boa parte dos encomendantes da decoração mosaística(14). De facto, não contando com os casos em que 0 vinho surge ligado à

dimensão mística do dionisismo(15), só quatro mosaicos hispânicos tra- tam o tema báquico da viticultura e vinificação: o de Itálica, da 2,- metade do século II - começo do século III acima citado, dois eme- ritenses (um do século III, igualmente aqui já citado, outro do século IV(16)), e o nosso, de Complutum, dos finais do século IV-princípios do século V.

Os dados para tentar entender aquela situação, aparentemente paradoxal, são por enquanto escassos. Tanto quanto podemos conjec- turar, esses dados prender-se-iam, em boa parte, com a situação social e cultural dos proprietários das luxuosas domus e villae. Tra- tava-se, de facto, de um grupo consciente da sua relevante posição social, para 0 qual a cultura (literária, filosófica, religiosa...) era um

bem precioso - pertença exclusiva da elite da sociedade romana. Ora, os pavimentos figurativos hispânicos pressupõem e osten- tam por via de regra essa cultura. A situação económica dos ricos proprietários permite-lhes provavelmente consagrar várias horas por dia ao otium - apanágio das classes dominantes - preenchido tradi- cionalmente pela leitura, reflexão e quando possível - porque não? - pelo debate erudito e filosofante com os seus pares. Em nossa opi- nião, é este tipo de mentalidade que faz com que certos aspectos «filosóficos» do dionisismo - dentre os quais se destaca, a partir do século IV, a metafísica e 0 misticismo - sejam privilegiados na deco-

ração doméstica, em detrimento de outros, por assim dizer menos «nobres», que estão relacionados com as actividades produtivas (com

0 negotium e não com 0 otium). Assim, na maioria dos casos, fica-

riam fora da iconografia báquica aspectos tão óbvios e populares, tão «comuns» como a relação do dionisismo com os trabalhos da viticultura<17>.

Por esta razão, 0 pavimento de Complutum adquire, a nossos

olhos, uma importância particular.

De súbito, no alvor do século V, deparamos na mosaística com aspectos do dionisismo acessíveis à compreensão de todos os

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tos sociais (desde os ricos proprietários até aos colonos), mas que haviam sido silenciados no decorrer dos séculos, visto que é preciso recuar até finais do século ll-princípios do século III para encontrar num mosaico italicense, atrás citado, referencias precisas à vinificação em relação com a mitologia dionisíaca.

Pelos olhos dos encomendantes (ou, se preferirmos, de um grupo social abastado a que eles pertenciam) revelam-se-nos assim aspee- tos da vivência popular da religião dionisíaca, na qual Dioniso, Baco, Liber, patrono dos viticultores, é sobretudo 0 deus «dispensador da

euforia e da alegria» em troca de abundante produção do precioso néctar<18).

Embora importantes, as informações fornecidas por estes escas- sos mosaicos, são no entanto pouco abundantes: muito se continua a desconhecer ainda da faceta “popular” do dionisismo. Talvez por essa razão não seja irrelevante recordar aqui que, aparentemente, foi o dionisismo que melhor sobreviveu nas transfigurações folclóricas e nas tradições chegados até hoje<19).

Acrescentamos ainda, para terminar, que no contexto semântico do nosso mosaico, as imagens das quatro estações do ano - situa- das à entrada do triclinio - servem exclusivamente para sublinhar 0 carácter agrícola do culto e da figura de Dioniso<20). Quanto aos dois outros mosaicos figurativos que estão associados ao nosso na mesma

domus é de frisar que ambos corroboram, cada um à sua maneira,

aspectos já aqui expressos daquela mitologia.

O primeiro, situado num corredor que dava acesso ao triclinio, representa uma fila de seis servidores de pé, com um cálice na mão direita e um guardanapo pendente do antebraço esquerdo, flectido. Todos os cálices têm formas diferentes (não se vislumbra neles nada de ritual). Os servidores usam túnicas curtas, acima do joelho, típicas de pessoas de baixa condição(21). A cena quase dispensa comentá- rios. Insiste-se ali, de novo, no tema do vinho, mas exclusivamente no seu registo terreno.

O segundo mosaico encontrava-se num aposento de uso indeter- minado (6 mx6 m), situado, como 0 triclinio, na proximidade do peris-

tilo; possuía um medalhão quadrado no centro de uma composição geométrica. Vêem-se nele dois cupidos alados colocados frente-a- -frente e de pé, numa posição heráldica. Não se consegue distinguir se segurariam entre si qualquer objecto porque o mosaico está danificado. D. Fernandez Galiano descobriu uma analogia muito próxima para os dois cupidos de Complutum no mosaico da villa de Ramallete (Navarra)

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do século IV. Aí os dois cupidos sustentam entre si uma cratera. Estamos tentados a supor que seria esse 0 objecto que se encontra-

ria entre os cupidos de Complutum. D. Fernandez Galiano insiste no significado alegórico ligado à felicidade, à renovação da natureza e ao bem-estar que as imagens dos cupidos possuem neste período tardo- -imperial·22*. Parece-nos que esse sentido se coaduna bem com a mensagem geral do mosaico do triclinio.

Fig. 1 - Mosaico de Complutum. Painel superior com a imagem de Dioniso ébrio e o seu tíaso (foto do Museo Arqueológico Nacional, Madrid).

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Fig. 2 - Mosaico de Complutum. Painel inferior (pormenor). Um dos carregado-res de cesto vindimeiro (foto do Museo Arqueológico Nacional, Madrid).

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Fig. 3 - Mosaico de Complutum. Painel inferior (pormenor). Um dos pisadores de uvas (foto do Museo Arqueológico Nacional, Madrid).

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Notas

<1) Complutum, (actual Alcalá de Henares), foi fundada no século I a. C. Na origem um acampamento militar romano, a partir da época de Augusto transformou-se numa das mais importantes e esplendorosas cidades da Hispánia.

(2) D. Fernandez Galiano fez um importante estudo iconográfico deste pavimento (D. FERNANDEZ GALIANO, Excavaciones arqueológicas en España. Complutum, II, Madrid, 1984, p. 166). Foi este autor que apontou as origens praxitélicas quer do grupo central, constituido por Dioniso e um sátiro, quer da oposição entre a figura um tanto efeminada e langorosa de Dioniso e a figura tensa e musculada do sátiro. D. Fernandez Galiano encon- trou ainda outras analogias temáticas e esquemáticas para este grupo central ( Ibidem, pp. 161-163).

<3> NONNO DE PANÓPOLIS, Dionisiaca, XV, 141-145, XIX, 167-179, 239-295; XXIII, 209- -215; XXXVI, 290-293).

(4) P. GRIMAL, Dictionnaire de la mythologie grecque et romaine, Paris, 1969, p. 276 (5) Há vários modelos para esta última associação: ver D. FERNANDEZ GALIANO, op. cit., pp. 162-166.

(6) Além do pavimento de Complutum, Sileno só aparece nos mosaicos provenientes de

Conímbriga, mas sem a companhia de Dioniso, (finais do século ll-princípios do século III;

ver J. M. BAIRRÃO OLEIRO, Corpus de mosaicos romanos de Portugal, fase. I, Casa dos

repuxos, Conímbriga, 1992, pp. 98-103), de Mérida (século IV, ver J. M. ALVAREZ MARTINEZ, Mosaicos romanos de Mérida. Nuevos hallazgos, n.Q 3, pp. 37-49), de Complutum (século

III, ver J. M. BLAZQUEZ ET AL., Corpus de mosaicos de España, fasc. IX. Mosaicos de

Museo Arqueologico Nacional, Madrid, 1989, n.g 1, pp. 12-21); o caso do mosaico do

século III proveniente de Foz de Lumbier (Liedena, Navarra, Espanha, ver D. FERNANDEZ GALIANO, «El triunfo de Dioniso en mosaicos hispanorromanos», Archivo Español de Arqueo-

logia, 57, 1984, p. 108-109) é mais duvidoso dada a péssima conservação do pavimento.

(7) Ao aventarmos a hipótese de a nébride poder estar ligada a algum costume festivo por altura das vindimas estávamos naturalmente a pensar na informação que nos deixou Cíe- mente de Alexandria sobre o canto em louvor a Dioniso esquartejado pelos Titãs, entoado pelos camponeses vinhateiros que pisavam as uvas no lagar. No entanto aquele escritor nada nos diz sobre o eventual uso de nébrides por esses camponeses naquela ocasião (CLEMENTE DE ALEXANDRIA, Protrepticus, IV, 4))

(8) Trata־se de um mosaico da 2.- metade do século ll-começo do século III, proveniente de Itálica (A. BLANCO FREIJEIRO, Corpus de mosaicos de España, fasc. II, 1, Mosaicos

romanos de Itálica, Madrid, 1978, n.Q 5, pp. 29-30), que representa diversas cenas

dionisíacas: Sileno sentado num burro, um centauro com uma coroa de parras na cabeça, Dioniso e uma pantera, duas bacantes caminhando...

(9) A. BLANCO FREIJEIRO, Corpus de mosaicos de España, fasc. I, Mosaicos romanos de

Mérida, Madrid, 1978, n.Q 39, p. 44.

(10) A ligação de Vénus com a viticultura tem a sua explicação: Por uma razão que os próprios romanos já desconheciam, as Vinalia rustica de 19 de Agosto são consagradas a Vénus e a Júpiter. As semelhanças iconográficas entre os pisadores de uvas nos mosai- cos de Complutum e de Mérida já foram apontadas por D. FERNANDEZ GALIANO, op.

cit., pp. 172, 174-175.

(11) A. BRUHL, Liber Pater. Origine et expansion du culte dionysiaque à Rome et dans le

(12)

(12) Existem no mundo romano vários tipos de associações profissionais que fazem de Dioniso seu patrono e protector. Na época imperial são de destacar as associações de viticultores, de negociantes em vinhos ou de taberneiros, disseminadas um pouco por todo o mundo romano (ver A. BRUHL, op. cit, p. 269. Ver ainda H. LAVAGNE, «Rome et les associations dionysiaques en Gaule», pp. 129-148, e R. HANOUNE, «Les Associations dionysiaques dans l’Afrique romaine», pp. 149-164, ambos in L’Association dionysiaque

dans les sociétés anciennes, Paris, 1986)

(13) M. J. DEL HOYO CALLEJA, «Liber Pater dans l’épigraphie hispanique: relations entre la viticulture et le culte du dieu», Archéologie de la vigne et du vin. Actes du Colloque de 28-

-29 mai 1988, Paris, 1990, p. 104.

(14) Existe toda uma bibliografia sobre a vitivinicultura que prova a importância dessa activi- dade na economia romana. As fontes clássicas, Estrabão e Columela {De re rústica, II, XII) já falam da fertilidade do solo em certas regiões da Península Ibérica e das suas vinhas. Juvenal e Frontão mencionam 0 vinho de Saguntum (JUVENAL, Satirae, V, 29; FRONTÃO,

Ep. de eloquentia, I, a) exportado para Roma. Os estudos modernos referenciam igualmente

as vinhas ibéricas (citamos apenas alguns: J. L. GORGES, Les villas hispano-romaines, Paris, 1979, p. 38; A. TCHERNIA, «Les Amphores vinaires de Tarraconaise», Recherches

sur les amphores romaines, Mélange de l ’Ecole française de Rome, 10, 1972, pp. 78-79;

M. BELTRAN LIORIS «Las fuentes del vino bético», Méthodes classiques et méthodes

formelles dans l ’étude des amphores. Actes du Colloque de Rome, Roma, 1977, pp. 97-

-129; e, mais recentemente, M. HOYO CALLEJA, op. cit., pp. 99-118).

(15) O culto dionisiaco no Baixo Império é um dos mais importantes cultos de salvação, da sobrevivência após a morte. No ritual da iniciação aos mistérios báquicos o vinho desem- penha um papel importante (ver T. KUZNETSOVA-RESENDE, «O encontro em Naxos»,

Anas, 10, 1997).

<16> J. M. ALVAREZ MARTINEZ, op. cit., n.Q 3, pp. 37- 49.

(17) No Norte de África, por motivos que seria necessário analisar in concreto, os pavimen- tos com referências à viticultura são muito mais abundantes. Ver K. M. D. DUNBABIN, The

Mosaics o f Roman North Africa. Studies in Iconography and Patronage, Oxford, 1978,

p. 123.

(18) H. JEANMAIRE, Dionysos. Histoire du culte de Bacchus, Paris, 1970, p. 26.

(19) Embora o trabalho de síntese de N. Mahé se refira sobretudo ao caso da França, é interessante notar uma permanência dionisíaca, de fundo, no que diz respeito a muitas tradições folclóricas ligadas à vitivinicultura. Ver N. MAHÉ, Le Mythe de Bacchus. Apogée

et déclin sous l ’Empire romain, Paris, 1992, pp. 194-195 e muito particularmente pp. 199-

203־. Assinalámos ainda uma sobrevivência folclórica na região de Baños de Valdearados (Burgos, Espanha) que parece estar ligada ao dionisismo numa região que já era de intensa vitivinicultura na Antiguidade (ver F. CARMONA PRADA, Baños de Valdearados.

Notas de su historia, Burgos, 1968, p. 20)

(20) Sobre as relações existentes entre o dionisismo e a mitologia das Estações e, em particular, sobre o mosaico de Complutum, ver T. KUZNETSOVA-RESENDE, «Representa- ções do tempo cíclico em alguns mosaicos romanos da Península Ibérica», Clio, 4, 1999. (2ו ) A túnica curta era reservada aos escravos, aos colonos, ou às pessoas livres de baixa extracção.

<22> D. FERNANDEZ GALIANO, op. cit., pp. 120-127.

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