ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA
PROPRIEDADE INTELECTUAL
Boletim da
Junho de 2008 - nº 93Evolução recente e
plano estratégico 2008-2011
da Dirma
A diretora de Marcas do
INPI, Terezinha de Jesus
Guimarães, foi a palestrante
do almoço mensal da ABPI
realizado no Rio de Janeiro.
Ela fez uma apresentação da
evolução do desempenho da
Diretoria de Marcas, que
conseguiu reduzir o backlog
que era de 450 mil pedidos
em atraso para 270 mil;
examinou cerca de 300 mil
pedidos, e delineou suas
metas para os próximos anos.
Página 4
.
A representação da
AIPPI e LIDC pela
ABPI
A ABPI representa no Brasil es-sas duas entidades internacionais de proteção da propriedade intelectual e convida os interessados a se asso-ciarem à Association Internationale pour la Protection de la Propriété In-tellectuelle – AIPPI e à Ligue Inter-nationale du Droit de la Concurren-ce - LIDC. Página 3.
O programa preliminar do Seminário Nacional da Propriedade Intelectual da ABPI, está na página 8. As inscrições com descontos terão sua segunda fase até 31 de julho.
INSCREVA-SE JÁ!: www.abpi.org.br/seminario2008.asp
24 A26 DEAGOSTO DE2008 • WTC HOTEL• SÃOPAULO, SP
Inovação e Desenvolvimento
Novos associados
O Comitê Executivo e o Conse-lho Diretor da ABPI aprovaram em 29 de maio de 2008 os pedidos de fi-liação de: Carla Vasconcelos Dalio (Carla Dalio Advogados), Instituto de Fomento e Coordenação Indus-trial – IFI/CTA (Carlos Magno Vilela do Nascimento), e Marcelo Nogueira Mallen da Silva (Uchôa Vianna Ad-vogados Associados).
41º Congresso
da AIPPI
A secretaria geral da AIPPI anunciou a prorrogação do prazo de inscrições prévias com desconto até o dia 15 de julho para o seu 41º Con-gresso a ser realizado nos dias 6 a 11 de setembro de 2008. O programa preliminar e inscrições online e in-formações sobre hospedagem estão disponíveis no site www.aippi.net. Informações adicionais na AIPPI General Secretariat - Toedistrasse 16 - CH - 8027 Zurich, tel.: +41 44 280 58 80, fax: +41 44 280 58 85, e-mail e.corsano@aippi.org.
Amcham Brasil cria
Comitê de
Propriedade
Intelectual
A Câmara de Comércio Ameri-cana - Amcham acaba de criar seu Comitê de Propriedade Intelectual. O comitê tem o objetivo de colaborar com o governo e empresas privadas no esforço contra violações à pro-priedade intelectual, além de contri-buir para construção de uma aliança internacional de apoiadores de PI, mobilizando aliados e organizando eventos que debatam o tema e aju-dem a reformar a legislação brasilei-ra sobre direito autobrasilei-ral e assuntos afins. O Comitê de Propriedade In-telectual também pretende colabo-rar de todas as formas para aperfei-çoar as políticas e práticas do INPI, e planeja uma consulta aos associados
Editorial
Notas
O plano
estratégico da
Diretoria de
Marcas do INPI
Diana M. Vieira de Mello Advogada do escritório Vieira de Mello Advogados
O recente almoço promovido pela ABPI, realizado no dia 29 de maio deste ano, na Casa da Suíça, foi abrilhantado pela presença sempre cordial da diretora de Marcas do INPI, dra. Terezinha de Jesus Guimarães. O motivo que a levou a aceitar o convite da Associação foi o de apresentar a “Evolução da Diretoria de Marcas e os projetos do Plano Estratégico 2008-2011”.
Com a palavra, a presidente da ABPI, Juliana L. B. Viegas, observou que o considerável número de participantes no almoço foi devido à presença da di-retora de Marcas, bem como do assunto tão relevante a ser por ela tratado.
Após as apresentações de praxe, a dra. Terezinha iniciou sua explanação, elencando através de slides os objetivos da Diretoria para o período 2008-2011. Dos pontos por ela levantados, o que mais chamou atenção foi o da intenção de aprimorar a rotina de trabalho e procedimentos de exame em favor do incre-mento na eficiência da atividade da Diretoria, para que se consiga eliminar o atra-so no processamento dos pedidos e petições ainda não analisados. A meta é redu-zir para um ano o tempo do exame de marcas, desde o depósito até a sua conces-são, em pedidos sem qualquer obstáculo processual. Essa é uma antiga reivindi-cação de todos os usuários do sistema, o que deve estimular mais depósitos e con-seqüentes registros.
Entretanto, evidenciou que outras atitudes são necessárias para que isso ocor-ra, dentre as quais vale citar: (i) a edição de um Manual de Procedimento, a ser aplicado junto aos funcionários da autarquia, de Novas Diretrizes de Análises de Marcas cujo objetivo é primar pela qualidade no exame de marcas, (ii) um novo projeto de gestão de qualidade, e (iii) a implementação completa do sistema de
e-marcas até o ano de 2009.
Outras iniciativas apontadas que virão a aperfeiçoar o sistema são a elabora-ção de um Ementário de Jurisprudência Administrativa de Marcas, organizado e disponibilizado no portal do INPI, sendo permanentemente atualizado, a fim de servir de parâmetro para novas decisões e na solução de controvérsias, bem como ações proativas no sentido de acompanhar de perto a evolução das convenções e tratados relacionados às questões marcárias.
É visto também com bons olhos o aperfeiçoamento da legislação no tocante a marcas não-tradicionais, além de tratar de questões sobre os fenômenos marcários não contemplados pela atual legislação, como, por exemplo, a degenerescência e o aproveitamento parasitário.
Queremos acreditar que todo o esforço que vem sendo posto em prática na busca de mudanças consiga realmente traduzir-se em eficiência e presteza, re-sultando em análises tecnicamente mais precisas e temporalmente mais rápidas.
O LATC – Latin American Trai-ning Center e Dannemann Siemsen Advogados, com apoio do Consula-do Geral Consula-dos EstaConsula-dos UniConsula-dos no Rio de Janeiro, do FAC – Fórum do Au-diovisual e do Cinema e do escritório regional da Motion Picture Associa-tion (MPA) para América Latina, promove uma jornada sobre os as-pectos legais da produção e distri-buição audiovisual no Brasil e no mercado de cinema independente americano, com a realização de pa-lestras, oficinas e debates.
A jornada abordará conceitos e práticas essenciais dos aspectos le-gais da produção e distribuição de conteúdo audiovisual, e apresentará um panorama dos impactos legais e comerciais, das novas tecnologias nos modelos de negócios da indús-tria cinematográfica.
O seminário Aspectos Legais da
Produção e Distribuição de Obras Audiovisuais, dias 13 e 14 de agosto, com inscrições pagas, terá palestras sobre elementos dos contratos e das cessões de direitos utilizados na pro-dução, comercialização e distribui-ção de conteúdo audiovisual no Bra-sil e nos Estados Unidos, e traçará um panorama das tendências e dos novos modelos de negócios com a tecnologia digital e Internet.
As oficinas, dias 15 e 16 de agos-to, com inscrições pagas, abordarão com maior profundidade temas téc-nicos específicos, como redação de contratos, elaboração de projetos au-diovisuais e captação de recursos através das leis de incentivos fiscais, direitos digitais nas novas mídias, e aspectos da legislação trabalhista na produção audiovisual. Com duração
de três horas, cada oficina contará com, no máximo, vinte participantes. A mesa-redonda Desafios nos
Novos Modelos da Produção e Co-mercialização de Conteúdo Audiovi-sualse realizará dia 14 de agosto, das 19h30 às 21h00. Aberto ao público e sem custo, o evento tem como objeti-vo promover a discussão e o intercâm-bio de experiências entre os palestran-tes do seminário e o público presente. Informações no site www.latam-trainingcenter.com ou com Camila Ferreira, pelo telefone (21) 3826-2490 ou e-mail camila@belemcom.com.br. O evento está aceitando patrocínio de escritórios de advocacia, bancos, cor-retoras de valores, agentes financei-ros e empresas privadas em geral, pa-ra inserção de logo no material im-presso do evento, materiais impres-sos do patrocinador, apresentações.
Notas
Aspectos legais da produção e distribuição audiovisual
Dias 13 a 16 de agosto, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro,
com seminário, oficinas e mesa-redonda
A AIPPI - Association Internatio-nale pour la Protection de la Proprié-té Intellectuelle congrega, desde 1897, profissionais, acadêmicos e ti-tulares de bens de propriedade inte-lectual com o objetivo de pesquisar e formular políticas para aprimorar as leis sobre a matéria. Conduz estudos comparados para o aprimoramento e a harmonização de leis nos países, estando particularmente preocupada com a eficácia desses direitos.
Com recentes reformas em seus estatutos e regulamentos, a AIPPI busca se adequar aos desafios que a propriedade intelectual impõe atual-mente, bem como às necessidades dos seus associados. Todos os anos há uma reunião de seus associados.
Um congresso é realizado a cada dois anos com a participação de cer-ca de 2 mil associados, onde se dis-cutem questões de interesse interna-cional. Nos anos intermediários, reú-nem-se o Executive Comittee (ExCo) e um Fórum, com questões relevan-tes sendo debatidas.
A AIPPI também publica anual-mente seu yearbook e, trimestralmen-te, distribui uma newsletter eletrônica, informando seus associados das no-vidades nas legislações nacional e in-ternacional, bem como divulgando artigos com temas de interesse geral. Maiores informações: www.aippi.org. A LIDC - Ligue Internationale du Droit de la Concurrence, ou In-ternational Ligue of Competition
Law, tem sede na cidade de Lucerna, Suíça, e iniciou suas atividades em 1930. A LIDC todos os anos organiza um congresso, onde se discutem profundamente duas questões: con-corrência desleal e a relação de di-reito da concorrência com didi-reito da propriedade intelectual. A Liga distribui aos associados, em forma eletrônica, o ERIC com artigos e re-latos de casos concretos, informa-ções das atividades dos grupos na-cionais e regionais. Maiores infor-mações: www.ligue.org.
Para associar-se à AIPPI e/ou à LIDC, entre em contato com Adriana Rosa ou Carmen Lima, pe-lo telefone (21) 2507-6407 ou e-mail abpi@abpi.org.br.
Associe-se à AIPPI e LIDC
A economista pós-graduada em engenharia de produção, finanças e ad-ministração de empresas e hoje direto-ra de Marcas do INPI, Terezinha Gui-marães, fez uma apresentação aos as-sociados da ABPI, com o retrospecto de 2007, ano marcado pela consolidação de um processo de racionalização de procedimentos administrativos e de exame, iniciado em 2005 e que, hoje, aponta para o restabelecimento de um padrão de normalidade na relação de-manda/capacidade. Foi também um ano, segundo a palestrante, de níveis elevados de performance alcançados pe-las áreas responsáveis pelo exame.
Ela mostrou a evolução de pedi-dos depositapedi-dos, examinapedi-dos e deci-didos no período de 2003-2007, dos deferimentos e indeferimentos, das exigências e das prorrogações nesse período, das transferências e altera-ções, dos despachos Cotrema, das mensagens respondidas pela Cen-tral de Atendimento, da redução do
backlog, e da utilização do e-marcas
pelos usuários.
O número dos depósitos pratica-mente se manteve ao longo desses
quatro anos, mas o número de deci-sões cresceu bastante, perto dos 200%. A quantidade de decisões com de-ferimentos cresceu de menos de 50 mil em 2005 para perto dos 200 mil em 2007, enquanto os indeferimentos evo-luíram dos 20 mil para perto dos 50 mil no mesmo período. Ela mostrou quadros com a evolução das cerca de 5 mil exigências em 2003 para mais de 23 mil em 2007, as prorrogações de re-gistro, o trabalho na área de transfe-rências, onde o atraso era muito
gran-de. Mostrou os despachos da Cotrema, equipe de segunda instância, as men-sagens respondidas pela central de atendimento e a redução do backlog.
Balanço 2007-2008: avanços na eliminação do backlog
De março de 2007 a março de 2008, o backlog foi reduzido dos 450 mil para perto de 270 mil pedidos em atraso. “Agora, estamos caminhando para uma situação momentaneamente está-vel, por estarmos com o foco em cima das oposições, porque o backlog de opo-sições ainda é grande. Ainda há coisa de 80 mil pedidos que pretendemos examinar este ano. Isso tem gerado um nível de sobrestamento muito alto”, co-mentou a diretora de Marcas.
Em vista do aumento da quanti-dade de depósitos eletrônicos, Tere-zinha Guimarães disse que “a Dir-ma está propondo, aliás, por suges-tão dos usuários, feita há mais de um ano, um reajuste na tabela de retribuições, para os pedidos em papel versus os pedidos eletrônicos. Mas ainda dependemos de ter o instrumental eletrônico. No
próxi-Matéria de capa
Evolução recente e plano
estratégico da Dirma 2008-2011
A diretora de Marcas do INPI, Terezinha de Jesus Guimarães, convidada
pela ABPI, fez uma apresentação sobre a evolução do desempenho da
Diretoria e apresentou projetos futuros, durante almoço mensal realizado
dia 29 de maio, no Rio de Janeiro
mo semestre poderemos implantar uma nova tabela de retribuição, dando um custo maior para os pe-didos em papel, assim como para os pedidos eletrônicos com classifica-ção em aberto, que foi outra deman-da de vocês”.
PROJETOS DA DIRMA
A Diretoria de Marcas definiu o conjunto de ações coordenadas para desenvolver novas atividades e com-petências, dentro do plano estratégi-co 2008-2011 que o INPI elaborou no ano passado. E isso seria feito por meio da transformação progressiva da agenda da Dirma. O conjunto de ações que Terezinha Guimarães apresentou como desafios 2008-2011 é integrado por seis projetos e várias atividades, como segue:
Backlog zero - Objetivo: Apri-morar rotinas de trabalho e procedi-mentos de exame em favor do incre-mento na eficácia e eficiência da ati-vidade da Diretoria a fim de que se consiga eliminar o atraso no proces-samento dos pedidos e petições ain-da não analisados, reduzindo para até um ano, a contar do depósito, o prazo de espera pelo exame dos pe-didos. Previsão de execução: feverei-ro de 2005 a março de 2009.
Gestão da qualidade - Objetivo: Implantar sistema de gestão da quali-dade no exame de marcas, em favor do aprimoramento constante das práticas e procedimentos de exame de marcas, subsidiando a formulação de progra-ma de treinamento. Previsão de execu-ção: maio de 2008 a setembro de 2009.
Protocolo de Madri - Objetivo: Avaliar o impacto da eventual
ado-ção do Protocolo de Madri pelo Bra-sil, relacionando e implementando as alterações procedimentais e os in-sumos necessários para que o INPI esteja preparado para tal horizonte. Previsão de execução: janeiro de 2007 a dezembro de 2009.
Sistema Mercosul de Marcas -Objetivo: Subsidiar a integração pro-gressiva das bases de dados dos escri-tórios de marcas dos países integran-tes do Mercosul. Previsão de execu-ção: julho de 2009 a julho de 2010.
E-marcas - Objetivo: Comple-mentar o desenvolvimento do
e-mar-cas, sistema por meio do qual todas
as demandas relativas aos pedidos e registros de marcas sejam direciona-das e tratadireciona-das em ambiente virtual, inaugurando-se uma nova interface entre o INPI e seus usuários, propi-ciando maior rapidez, confiabilidade e eficiência para suas decisões. Previ-são de execução: janeiro de 2008 a dezembro de 2010.
Trabalho a distância - Objetivo: Implantar um sistema que permita aos servidores da Diretoria executarem suas atividades a distância, com ga-nhos de qualidade e redução de custos para o INPI. Previsão de execução: ja-neiro de 2008 a dezembro de 2010. PLANO DE ATIVIDADES
É um conjunto de atividades es-tratégicas referentes ao desempe-nho de competências rotineiras da Diretoria.
Manual de procedimentos- Ob-jetivo: Consolidar e padronizar o conjunto de práticas e saberes da Di-retoria que oriente o exame de mar-cas e permita a aferição da qualidade
das decisões. Previsão de execução: janeiro de 2007 a julho de 2008.
Promarcc - Plano de Promoção de Marcas Coletivas e de Certifica-ção - Objetivo: Difundir e ampliar o conhecimento acerca das marcas cole-tivas e de certificação, elaborando es-tratégias de promoção ao depósito e um canal exclusivo de aconselhamen-to voltado para a gestão de tais mar-cas. Previsão de execução: janeiro de 2008 a dezembro de 2011.
Ementário de decisões e juris-prudências em marcas- Objetivo: Or-ganizar e disponibilizar o conjunto de decisões de segunda instância no por-tal do INPI, permanentemente atuali-zado, a fim de servir de parâmetro para novas decisões e para solução de controvérsias. Previsão de execução: junho de 2008 a maio de 2009.
Observatório das convenções e tratados de marcas- Objetivo: Acom-panhar a evolução dos tratados, con-venções e acordos internacionais re-lativos a marcas, subsidiando os ob-servadores da Diretoria junto a fó-runs internacionais, contribuindo de maneira mais efetiva para a
policy-making em propriedade intelectual.
Previsão de execução: dezembro de 2008 a dezembro de 2011.
Aperfeiçoamento da legislação marcária - Objetivo: Proceder estu-dos acerca do exame de marcas ditas não tradicionais, fenômenos marcá-rios não contemplados pela atual le-gislação (degenerescência, aprovei-tamento parasitário, etc.) e questões processuais, subsidiando eventuais propostas de aperfeiçoamento da LPI. Previsão de execução: janeiro de 2009 a junho de 2010.
Matéria de capa
Pedidos depositados, examinados e decididos 2003 a 2007
Backlog 2007-2008
Matéria de capa
Debates
Juliana L. B. Viegas- A ABPI, como entidade de estudos de pro-priedade intelectual, poderia ser chamada a discutir, ou ser consul-tada ou, pelo menos, terá oportu-nidade de comentar ou sugerir, com relação aos temas objetos da sua apresentação de hoje, tais co-mo o manual de diretrizes de aná-lises de marcas, o programa de marcas coletivas e certificação, os estudos a respeito do aperfeiçoa-mento da Lei de Propriedade In-dustrial, antes que eles sejam im-plementados de forma definitiva?
Terezinha de Jesus Guimarães
- Com toda a certeza. O manual é o projeto mais adiantado. Já estamos realizando discussões internas. A se-guir se pretende promover consul-tas. Estamos pensando em disponi-bilizar pela Internet, com prazo para sugestões por escrito, no caso do manual, que é muito grande, uma ou duas reuniões ao longo do pro-cesso para ter uma coisa mais viva.
Gabriel Leonardos- Quero lhe fazer um apelo e uma pergunta. O apelo é com relação a modificação da tabela de taxas do INPI e, como a senhora bem disse, foi uma su-gestão nossa mesmo, não nossa na ABPI, mas nossa na ABAPI. Na as-sociação de agentes, sempre disse-mos que era absolutamente razoá-vel que se seguisse o exemplo dos Estados Unidos, em que o depósito eletrônico é incentivado através de uma taxa menor do que o depósito de papel. Aliás, até me permito fa-zer um parêntesis, já que estamos aqui adotando alguns dos procedi-mentos do USPTO americano, na qualidade de vice-presidente da ABAPI, não posso deixar de men-cionar que no site do USPTO há um texto sobre o depósito de marcas e patentes naquele país, no sentido de que “quem quiser, pode fazê-lo diretamente, sem procurador”, mas o USPTO não aconselha que o façam. Que é aconselhável que um especialista seja procurado, porque é um tema muito especifico, e o es-pecialista sempre vai poder
auxi-cialista da propriedade industrial parece-me que poderia ser um exemplo a ser seguido no site do nosso INPI. Mas, com relação às ta-xas, o apelo que faço é que, quando elas vierem a ser modificadas, que se dê um aviso prévio de pelo me-nos uma semana. No último au-mento de taxas, houve até um des-conforto entre o INPI e a ABAPI, porque havia um compromisso do então presidente do INPI em dar aviso prévio do aumento das taxas e não colocá-lo em vigor imediata-mente na data da publicação da no-va tabela. Com o descumprimento desse compromisso, o então presi-dente da ABAPI viu-se constrangi-do e forçaconstrangi-do a mover uma ação ju-dicial onde foi obtida uma liminar para adiar o aumento das taxas. Te-nho a certeza de que tais circuns-tâncias jamais voltarão a ocorrer, porque o dr. Jorge Ávila é um inter-locutor afável e confiável de todos nós, e sei que ele jamais descumpri-ria um compromisso que viesse as-sumir. Mas ocorre que ele ainda não assumiu esse compromisso. Por isso, peço-lhe, por favor, pelo menos uma semana de antecedên-cia antes de aplicar as novas taxas.
Quanto à pergunta, que desejo fazer, ela é sobre o setor de transfe-rências, que realmente melhorou, mas onde ainda há demoras. Ocorre que pelo menos há até pouco tempo estava ainda em vi-gor uma norma, esdrúxula ao meu ver, no setor de transferências, edi-tada em decorrência do acúmulo de trabalho, segundo a qual tal se-tor não mais examinaria as anota-ções de transferências no caso de pedidos de registro ainda penden-tes. O setor estava analisando os pedidos de anotação somente após a concessão do registro. Eu não sei se isso ainda está ocorren-do e peço sua informação a este respeito, e indago: qual é a pers-pectiva real para a normalização plena dos serviços de anotação?
Terezinha Guimarães - Na verdade, é isso que ocorria. Foi
tigo 128 ainda não foi aferida. Mas esse procedimento ocasionava vá-rios problemas no momento da concessão. O que estamos fazendo, já há algum tempo, é examinar a transferência após o deferimento e antes da concessão, o que vem a re-solver a questão relativa ao exame do artigo 128 do cedente, sem oca-sionar problemas na concessão. Com relação a tabela, não tem dú-vida. Sobre isso, o INPI tem reu-nião agendada com as presidentes da ABPI e da ABAPI, para conver-sar sobre a tabela, e justamente uma das coisas a ser discutida é a negociação do prazo de implanta-ção, que nunca será no mesmo dia e não será uma semana também.
Eduardo Tibau- Com relação à sua menção sobre o ementário de decisões e jurisprudência de marcas, indago: constarão desse ementário decisões administrati-vas ou acórdãos dos tribunais?
Terezinha Guimarães- Deci-sões administrativas do INPI, pelo menos foi o que pensamos até agora.
Juliana L. B. Viegas- Mesmo um repertório de jurisprudência administrativa seria de extrema utilidade, porque, além do manual de diretrizes, esse repertório servi-rá como guia a todos os usuários do INPI, no sentido de saber como é que o INPI resolve determinadas questões ou dúvidas, determina-dos dilemas. Gostaria de aprovei-tar e comunicar que estamos cogi-tando, dentro do sítio eletrônico da ABPI, abrir um espaço ou um capítulo, para ter um repertório de jurisprudência judicial. Vamos de-pender muito da colaboração dos associados, para alimentar esse re-pertório e para que ele se torne um instrumento adequado, eficaz e útil aos associados.
Luiz Henrique - Tenho duas perguntas. A primeira diz respeito aos acordos de consentimento de coexistência de marcas. Tivemos um longo período em que eles eram absolutamente ignorados e não
ti-pelo INPI e, hoje em dia, estamos sem clareza da posição do INPI. Gostaria de ouvir sua reflexão. Fa-rei a segunda pergunta depois.
Terezinha Guimarães- Na Di-retoria de Marcas não temos nada contra o acordo de coexistência. Aliás, é assim que temos, eventual-mente, orientado os usuários que chegam com problemas que a nós parece que a única solução razoável seria um acordo. Achamos que isso é um problema das partes, do mer-cado e temos nos manifestado favo-ravelmente em todas as ações judi-ciais ou consultas que os juízes nos fazem. Desse ponto de vista, a posi-ção da Diretoria de Marcas não mu-dou. O que existe é um questiona-mento do dr. Mauro Maia, e acredi-to que de outras pessoas da Procu-radoria, com relação a se esse tipo de acordo não feriria os direitos dos consumidores. A questão não está fechada e acho que é uma discussão importante. Nós encaminhamos nossos pareceres para a Procurado-ria, não sei o que acontece na esfera judicial. Se vocês tiverem interesse, poderiam provocar o assunto.
Luiz Henrique - Geralmente concordo 100% com o Gabriel, mas desta vez vou ter que discordar, porque em apenas uma semana é absolutamente impossível proces-sar as alterações necessárias para adotar uma nova tabela de taxas do INPI. Precisamos de um prazo bastante dilatado, para implemen-tar, comunicar a clientela, preparar as modificações. A minha segunda pergunta é se teremos um aumen-to de taxas em relação aos proces-sos via eletrônica ou se haverá uma revisão completa da tabela.
Terezinha Guimarães- São as duas coisas. Estão na mesa uma
revisão geral da tabela e uma dife-renciação na tabela dos preços de pedidos que entram em papel e dos que entram via eletrônica. Há também pequenos acertos inter-nos de coisas sem muito sentido e sem representatividade na receita, como a grande diferença de pre-ços das marcas de produtos, servi-ços e marcas coletivas ou marcas de certificação. A grande alteração foi a questão do papel versus ele-trônico e classificação aberta
ver-sus classificação no classificador.
Agregamos também alguns servi-ços que nunca deveriam ser sepa-rados, como pagamento do decê-nio e emissão do certificado. Na questão de prazo, não sei o que o Jorge está propondo, mas no míni-mo trinta dias, não menos que isso.
José Antonio B. L. Faria Corrêa
- A respeito da eficácia de petições contestatórias de despachos de so-brestamento: existem despachos de sobrestamento, que se fundamen-tam em situações muito complexas, opinativas. Existem situações dife-rentes: a situação dependente da resolução de um ou vários proces-sos imediatamente anteriores; si-tuação com erro de avaliação e que seria injusto o processo ou marca com importância econômica ime-diata ao cliente ter que aguardar anos na fila por uma situação que realmente não se aplica a ela.
Terezinha Guimarães - Acho que sobrestar mais que duas marcas é um absurdo. O sobrestamento, quando a cadeia fica muito longa, é insuportável, leva anos para resol-ver. Não nos interessam os sobresta-mentos indevidos, como você colo-ca. Qual é a validade da petição? Muitas vezes nós mesmos verifica-mos, ao examinar uma outra marca
ou na segunda instância, um sobres-tamento inadequado e nós mesmos resolvemos. Existem muitas coisas sobrestadas por causa dos processos com oposição ainda não examina-dos. Estamos administrando essa cadeia, mas o alerta sempre ajuda, seja por petição, por e-mail, ou do jei-to que vocês mandarem.
Ricardo Vieira de Mello- Te-nho um pedido. O alto renome é uma condição especial, com pro-cedimento especial, tem uma re-solução especial com relação aos documentos, uma taxa superespe-cial. O tratamento e a decisão não poderiam também ser especiais para não ter que ficar na fila?
Terezinha Guimarães - Ele tem uma fila própria. O alto reno-me já tem um tratareno-mento especial, tem uma comissão especial que trata dele, não só da primeira, co-mo da segunda instância do alto renome. Então, o alto renome não entra na fila comum.
Ricardo Vieira de Mello- En-tão a gente pode deduzir que tem petições que não são de alto reno-me, as pessoas jogam o que que-rem, e dentro do alto renome tem uma hierarquia?
Terezinha Guimarães - Não tem hierarquia. Aí é por data de quem entrou alegando o artigo 125. O pessoal que examina alto renome demora porque, cada vez que libe-ramos uma marca, reconhecendo ou não o alto renome tomamos a decisão sobre todos os processos li-gados àquela marca. Por isso, uma decisão de alto renome, gera, mui-tas vezes, cerca de mil decisões de deferimento ou de indeferimento. Existe, também, claro, uma demora gerada por inadequadas alegações de alto renome.
Matéria de capa
Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim
no sítio da Associação.
ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 - 6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 - Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: abpi@abpi.org.br Comitê Executivo: Juliana L. B. Viegas - Presidente; Luiz Henrique O. do Amaral - 1º Vice-presidente; Elisabeth E. G. Kasznar Fekete - 2º Vice-presidente; Newton Silveira - 3º Vice-presidente; Antonio Carlos Siqueira da Silva - 4º Vice-presidente; Ricardo F. de Pinho - Diretor Tesoureiro; Maitê Cecilia Fabbri Moro - Diretora Relatora;
Claudio Roberto Barbosa - Diretor Secretário; Helio Fabbri Junior - Diretor Procurador; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto - Diretor Editor.
Conselho Editorial: Elisabeth E. G. Kasznar Fekete; Gabriel Francisco Leonardos; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos; Rodolfo Humberto Martinez y Pell Jr. e Sonia Maria D’Elboux
Boletim da ABPI: Editor José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; Jornalista Responsável João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica PW Gráficos e Editores Associados Ltda; Revisão -Mauro Feliciano; Impressão e Acabamento - Neoband Soluções Gráficas.
© ABPI 2008 - Todos os direitos reservados.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Realização
24
DEA
GOSTO– D
OMINGO14h00 Credenciamento e Entrega de Material 17h30 Abertura Solene
Palestra Inaugural
Política Externa do Brasil e seus Reflexos na Propriedade Intelectual
Inauguração da Exposição seguida de Coquetel / Jantar
25
DEA
GOSTO– S
EGUNDA-
FEIRA9h00 Plenária I
Agenda para o Desenvolvimento: a Posição Brasileira perante a OMPI
10h30 Pausa para Café 11h00 Plenária II
Modelos Colaborativos em Direitos Autorais e Creative Commons
12h30 Almoço 14h00 Painel 1
Marcas: Critérios para Reconhecimento do Alto Renome das Marcas
Painel 2
Patentes: Patentes de Software e Métodos de Negócio Painel 3
Pirataria e Contrafação: da Propriedade Intelectual ao Trade Dress
16h00 Pausa para Café 16h30 Painel 4
O que pode Ocorrer com seu Depósito de Marca na América Latina
Painel 5
Publicidade e Marketing: Proteção à Criatividade Painel 6
Biotecnologia e Propriedade Intelectual no Agronegócio
19h30 Jantar de Gala (Traje: passeio completo)
26
DEA
GOSTO– T
ERÇA-
FEIRA9h00 Painel 7
Biotecnologia e Desenvolvimento: Acesso à Biodiversidade e aos Conhecimentos Tradicionais Associados
Painel 8
A Proteção das Informações Estratégicas:
Questões de Espionagem Industrial nas Empresas 10h30 Pausa para Café
11h00 Painel 9
Patentes Farmacêuticas: o Ambiente Regulatório e o Crescimento Técnico, Científico e Econômico do País
Painel 10
Avaliação e Contabilização de Ativos Intangíveis 12h30 Almoço
14h00 Plenária III
Panorama da Propriedade Intelectual no Mundo e no Brasil
15h30 Pausa para Café 16h00 Plenária IV
Lei de Inovação: Entrosamento (ou Falta de) entre Universidade e Empresa
17h30 Encerramento Oficial
PROGRAMA PRELIMINAR
24 A26 DEAGOSTO DE2008 • WTC HOTEL• SÃOPAULO, SP
Apoio
Secretaria do Seminário: Regency Congressos & Eventos Ltda. Travessa Pinto da Rocha, 50, 22231-190, Rio de Janeiro, RJ Tel.: 55 21 2553-6628 / 2551-4012, Fax: 55 21 2551-4912 E-mail: abpi2008@regencyeventos.com.br
