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QUALIDADE DO SONO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM EM HOSPITAL PRIVADO NO PERÍODO NOTURNO

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QUALIDADE DO SONO DOS

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE

ATUAM EM HOSPITAL PRIVADO NO

PERÍODO NOTURNO

Lívia Mara Gomes Pinheiro* Naelson do Carmo Souza** Priscilia Gomes de Oliveira***

RESUMO

A assistência de enfermagem é oferecida ao indivíduo e família nas 24 horas diárias de forma contínua, sendo um fator estressante no desenvolvimento das atividades, a assistência prestada pela equipe de enfermagem requer qualidade e alerta contínuos dos profissionais envolvidos no processo do cuidar, principalmente, no que se refere ao período noturno. Objetivo: Analisar a qualidade do sono dos profissionais de enfermagem, e o padrão do sono da equipe no turno noturno. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, de natureza quantitativa, realizada em um hospital privado localizado numa cidade do interior da Bahia, que funciona 24 horas. Foram entrevistados, no final do mês de março pela manhã após a saída do plantão noturno, 20 profissionais, sendo 5 Enfermeiros e 15 Técnicos e Auxiliares de enfermagem. Resultados: A maioria dos participantes demonstrou ter uma qualidade do sono diminuída ao afirmarem sono fracionado, cansaço diário e sonolência durante o dia. Embora esta pesquisa tenha sido realizada com um pequeno contingente de profissionais, o que traz limitações a generalização dos resultados, estudos correlacionados demonstram dados semelhantes destas mesmas categorias profissionais submetidos a condições similares. Conclusão: Foi possível observar a partir dos resultados, correlação significativa entre estresse e sono. O trabalho noturno repercute tanto na saúde, como na vida social, familiar e emocional dos trabalhadores de Enfermagem. Portanto, deve-se considerar o desenvolvimento de atividades e programas de prevenção à saúde e promoção de qualidade de vida dos trabalhadores noturnos da enfermagem.

Palavras-chave: Qualidade Do Sono. Enfermagem.

Trabalho Noturno.

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*Enfermeira, Mestre em ética e gestão. Docente da Faculdade Independente do Nordeste, Vitória da Conquista- BA, Brasil. E-mail: liviaenfer@yahoo.com.br

**Graduando em Enfermagem pela Faculdade Independente do Nordeste- Ba, Brasil, Vitória da Conquista- BA, Brasil. E-mail: souzanaelson@hotmail.com ***Priscilia Gomes de Oliveira. Enfermeira, pós graduada em saúde coletiva com ênfase em PSF. Pós graduanda em enfermagem em saúde do Trabalhador. Graduada pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. E-mail: pri_go@hotmail.com

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1 INTRODUÇÃO

A área da saúde compreende um setor que utiliza os esquemas de trabalho em turnos pela necessidade de assistência ao indivíduo e família nas 24 horas. Estão incluídos neste processo de trabalho os médicos, a enfermagem, dentre outras categoriais de profissionais da saúde. O trabalho é dividido em turnos, nos quais estão envolvidas várias equipes, que atuam de modo sucessivo, com extensão dos horários de trabalho. É organizado em jornadas que podem ocorrer em diferentes períodos do dia, de maneira fixa ou em forma de rodízio. No turno matutino, vespertino e noturno de modo contínuo nas 24 horas do dia, ou seja, a atividade de trabalho é desenvolvida continuadamente.

O hospital é uma instituição que adota a organização diária de trabalho supracitada, para que as ações de enfermagem não sejam prejudicadas com danos aos pacientes e familiares. Tem a finalidade de atender, tratar e curar indivíduos portadores de várias patologias. É um ambiente em que os trabalhadores podem estar expostos constantemente a diversos riscos para a saúde como acidentes de trabalho e doença profissional.

Para Martino e Mendes (2012), no âmbito das pesquisas de enfermagem, o trabalho em turnos destaca-se como um fator estressor, que pode ter repercussões negativas no que diz respeito à saúde destes indivíduos.

Compreendendo saúde enquanto bem estar físico, psico-social, conforme conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS), fatores que interfiram em quaisquer das três vertentes apontadas, podem influenciar na manutenção e condição de saúde. Um fator, não menos importante, porém pouco considerado, é o sono. Ele é revitalizador e mantém a função homeostática do organismo, além de regular a temperatura normal conservando, assim, energia. Todos os estágios do sono caminham para a satisfação das necessidades metabólicas, sendo totalmente necessário para que o corpo funcione normalmente (SADOCK; SADOCK, 2007).

A enfermagem, como profissão que visa o cuidado e o bem-estar do paciente durante as 24 horas do dia, mostra-se como uma das mais ligadas ao processo do sono, vendo que a quantidade de turnos, nesta classe profissional, é bastante extensa e que os colaboradores

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nela envolvidos executam tarefas de cunho burocrático e assistencial ligados novamente ao cuidado (CAMPOS, 2002).

Sendo, portanto, necessário manter os níveis de atenção, concentração e alerta condizentes com a necessidade de desempenhar as atividades de alto grau de dificuldade e responsabilidade que cabem à categoria. O ritmo acelerado, as jornadas excessivas e o turno de trabalho são fatores que podem causar consequências em maior risco para ferimentos e acidentes de trabalho, assim como prejuízo da qualidade de vida destes trabalhadores.

Schiavo (2007), afirma que dentre as principais queixas observadas pela equipe de enfermagem, a qualidade do sono se apresenta como fundamental na execução dos serviços hospitalares noturnos e a que menos tem sido trabalhada e observada pela gestão dos serviços de saúde.

De acordo com Mauro et al. (2004), em estudos realizados observa-se que a diminuição do rendimento do serviço noturno está relacionada a alguns fatores como a diminuição da expressão corporal acometida devido à falta de privação do sono, visto que muitas instituições não possuem horário fixo para o descanso de seus colaboradores.

Partindo destes pressupostos e considerando que a assistência prestada pela equipe de enfermagem requer qualidade e alerta contínuos dos profissionais envolvidos no processo do cuidar, este artigo se justifica pela necessidade de avaliar a qualidade do sono dos profissionais de enfermagem dos plantões noturnos, a fim de elaborar estratégias, para minimizar os riscos e situações de imprudência e negligência que afetarão tanto no plantão trabalhado como no pós-plantão podendo levar à melhora do serviço prestado pela instituição.

Mediante as informações supracitadas, emerge a seguinte problemática: O trabalho noturno influencia na qualidade do sono dos profissionais de enfermagem em um hospital privado?

Nesta perspectiva, este estudo teve como objetivo geral verificar a qualidade do sono dos profissionais da enfermagem (enfermeiros e técnicos e auxiliares de enfermagem) dos plantões noturnos em um hospital privado em uma cidade do interior da Bahia no período noturno. E como objetivos específicos: avaliar a qualidade do sono destes profissionais; conhecer a rotina de trabalho dos profissionais de enfermagem de um

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hospital privado do interior da Bahia no período noturno; identificar fatores que influenciam na qualidade do sono desses profissionais; levantar dados que caracterizem o perfil da qualidade do sono dos profissionais de enfermagem participantes da pesquisa.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, de natureza quantitativa, realizada em um hospital privado localizado numa cidade do interior da Bahia, que funciona 24 horas. Foram entrevistados 05 enfermeiros, 15 técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham no período noturno a mais de três meses, em escala fixa.

Foi aplicado um questionário semiestruturado, quantitativo, contendo 20 questões de múltipla escolha com o objetivo de traçar o perfil dos participantes e caracterizar a qualidade do sono dos mesmos. Os dados foram tabulados durante o mês de setembro, em forma de tabelas de frequênciacom valores de frequência absoluta (N) e percentual (%) para facilitar a análise e leitura com o objetivo de analisar a reação entre estresse e qualidade do sono dos profissionais de enfermagem.

O Projeto foi aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Faculdade

Independente do Nordeste

(FAINOR).Todos os profissionais que fizeram parte do estudo assinaram um TCLE de sua participação, com base na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde referente às recomendações para pesquisa com seres humanos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 observa-se que

referente ao gênero, houve

predominância de profissionais de enfermagem do sexo feminino (85%). É relevante ressaltar, embora não seja o foco do estudo, que apesar de a enfermagem ser constituída culturalmente como prática sexuada, feminina, os homens na profissão são uma realidade cada vez mais presente, representando rupturas importantes com estereótipos de gênero relacionados à prática do cuidado (COELHO, 2005).

Ao serem agrupados em reação à faixa etária, constatou-se uma maior frequência na faixa etária entre 34 a 41 anos de idade (50,0%). Esta maioria encontra-se a mais tempo no mercado de trabalho e nesta categoria que se encontra atualmente. Uma pesquisa

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realizada em uma Instituição hospitalar de Campinas-SP no período de maio a junho de 2007, com a participação de 203 enfermeiros com faixa etária predominante de 40 a 49 anos, mostra que a faixa etária é formada por adultos maduros e na fase produtiva da vida (SANTOS, 2014; DE FARIA al., 2014; FEITOSA et al., 2014).

Quanto a profissão dos 20 indivíduos 75,0% são técnicos de enfermagem.

Esta maioria é dada em função do que é preconizado por uma variável do dimensionamento de pessoal que contempla a determinação do percentual de cada categoria. Este varia de acordo com o significado atribuído à assistência de enfermagem, com a disponibilidade do mercado de trabalho, respeitando o que preconiza a resolução COFEN 189/96 e a Lei do exercício Profissional de enfermagem. Corrobora também com uma análise realizada pelo COFEN acerca da quantidade de profissionais de enfermagem por categoria profissional em 2010, na qual a maioria (43,18% do total)são técnicos de enfermagem e 19,81% do total são enfermeiros (NICOLA; ANSELMI, 2005).

Tabela 1- Sexo, faixa etária e profissão dos participantes. Vitória da Conquista/BA, 2015.

VARIÁVEIS DO ESTUDO N % Sexo Feminino 17 85,0 Masculino 3 15,0 Idade 18 a 25 1 5,0 26 a 33 7 35,0 34 a 41 10 50,0 42 acima 2 10,0 Profissão Enfermeiro 5 25,0 Técnicos em enfermagem 15 75,0 TOTAL 20 100,0

Fonte: Dados da Pesquisa

Ao analisar a Tabela 2 observou-se que a maioria trabalha de 65,0% de 4 anos acima. Quando questionados sobre apresentar sonolência durante o dia 75,0% afirmaram apresentar. O estudo também foi majoritário com 55,0% dos profissionais afirmando cansaço diário.Os dados encontrados vão ao encontro do que afirmaBarboza et al., (2008) destacam que 100,0% dos enfermeiros participantes do estudo apresentaram má qualidade do sono e entre os auxiliares de Enfermagem este índice chegou a 88%; ainda, 72,0% dos enfermeiros e 70,0% dos auxiliares indicaram sonolência diurna excessiva, após uma noite de trabalho. Além disto, 60 a 70% dos trabalhadores noturnos relatam dificuldade para dormir

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ou sofrerem de sonolência diurna excessiva (MARTINO, 2009)

Segundo Siqueira Jr (2006) existem condições as quais o trabalho entra em contradição com os padrões estabelecidos pela sociedade e pelo nosso ritmo circadiano natural. O ritmo circadiano é o ritmo biológico do organismo traduzido por eventos

bioquímicos, fisiológicos e

comportamentais, que variam no decorrer das vinte e quatro horas do dia. Este ritmo é controlado por sincronizadores externos (luz, alimentação, entre outros) e internos (metabolismo, hormônios)(TEIXEIRA; MANTOVANI, 2009).

Apesar de a maioria participante relatar cansaço diário e sonolência durante o dia, 50,0% desfrutam de lazer durante as folgas. Para Silveira (2014) a jornada noturna está na contramão do cotidiano adotado pela comunidade em geral, produzindo desconfortos físicos como situações de privação do sono por longos períodos, restrição do convívio familiar e social, alterações no humor e nível de concentração, dentre outros, os quais se mostram como fatores geradores de desgaste e sofrimento psíquico (SOUZA; ERNST; FILUS, 2008). Os autores citados ainda acrescentam que por esses motivos, o trabalhador de

Enfermagem atuante no período noturno pode vivenciar situações de sofrimento no trabalho tais como: sensações de isolamento social e afastamento do convívio com a família, bem como impactos em sua saúde psíquica e física (SILVA et al., 2011).

Neste contexto, citam-se algumas repercussões negativas do trabalho noturno, tais como: infecções repetidas, envelhecimento precoce, insônia, sono fracionado, ansiedade, mudança no estado emocional, alterações de humor, distúrbios na memória e concentração, agravos gastrointestinais (como constipação), cardiovasculares e psíquicos, aumento de peso corporal, impotência, dentre outros. Em relação à vida social e à família, ressaltam-se prejuízos na participação de atividades

sociais organizadas e nos

relacionamentos conjugais (SOUZA; ERNST; FILUS, 2008; MORAES, 2004).

Tabela 2. Relação entre tempo de serviço e efeitos do serviço noturno. Vitória da Conquista/BA, 2015.

ANÁLISE DOS EFEITOS PROVENIENTES DO SERVIÇO NOTURNO N % Tempo de Serviço 6 meses a 2 anos 3 15,0 2 a 4 anos 4 20,0 4 anos 13 65,0

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Sonolência durante o dia Sim 15 75,0 Não 5 25,0 Cansaço Diário Sim 11 55,0 Não 9 45,0 Lazer em folgas Sim 10 50,0 Não 2 10,0 As vezes 8 40,0 TOTAL 20 100,0

Fonte: Dados da Pesquisa

Quando questionados sobre sintomas de depressão, os participantes puderam escolher mais de um sintoma ou nenhum deles de acordo com a realidade vivenciada. Destes, 35,0% afirmaram não apresentar nenhum dos sintomas descritos e 35,0% afirmaram ansiedade.

O termo depressão comumente é utilizado para definir tanto um estado afetivo normal (tristeza) como um sintoma, uma síndrome e uma ou várias doenças. Nas situações caracterizadas como síndrome, a depressão apresenta alterações de humor (irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), inclusive, alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono e apetite). Os principais sinais e sintomas caracterizam-se por: humor depressivo, sensação de tristeza, angustia, ansiedade, choro, autodesvalorização e sentimentos de culpa; redução da

capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, fadiga ou sensação de perda de energia; diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. Os sintomas fisiológicos tendem a aparecer nas seguintes formas: alteração do sono, alteração do apetite e redução do interesse sexual (PORTO JAD, 1999).

Tabela 3 - Sinais de depressão apresentados pelos participantes. Vitória da Conquista/BA, 2015. Sintomas de Depressão N % Tristeza, choro, angústia e

ansiedade 2 10,0

Tristeza 1 50,0

Choro e ansiedade 1 5,0 Angústia e ansiedade 2 10,0

Ansiedade 7 35,0

Nenhum desses sintomas 7 35,0

Total 20 100,0

Fonte: Dados da Pesquisa

Os dados referentes a última tabela corroboram com a pesquisa realizada por Silveira (2014) na qual 10 dos participantes dormem de 5 e 8 horas (77%) e os outros 3 (23%) mais de 8 horas, apontando que grande parte dos trabalhadores estudados conseguem dormir um número de horas razoável, a fim de que possam se recuperar do desgaste e cansaço da jornada de trabalho noturna. O percentual encontrado neste estudo foi de 35% para os participantes que dormem 6 horas em

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dias de folga, 55% entre 7e 8 horas e 10% dormem por oito horas ou mais.

Quando questionados sobre a prática e atividade física, 50% afirmaram nunca desenvolver alguma atividade física, 25% afirmaram realizar entre uma e duas vezes por semana, 5% menos de uma vez por semana e apenas 20% responderam realizar atividades físicas de 3 a 4 vezes por semana. Sobre a troca de atividades de lazer para dormir, 55% responderam sim, 25% negaram trocar atividades de lazer para dormir e apenas 20% disseram as vezes fazerem isto. Estes dados são preocupantes uma vez que Raffone e Hennington (2005) afirmam que os trabalhadores de enfermagem contemplam uma categoria submetida a um processo de trabalho desgastante, associado a uma maior ocorrência de agravos, como os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e acidentes. Estimular a prática de atividades físicas e de lazer podem contribuir no que diz respeito a prevenção e promoção da saúde, visando a preservação do sistema muscúlo-esquelético.

Trazendo para uma análise mais íntima a partir da temática deste estudo, pode-se afirmar que o trabalho noturno interfere no bem estar físico, mental e

social do trabalhador, na medida em que se opõe à homeostase fisiológica deste indivíduo (ritmo circadiano, sono, alimentação, dentre outras) (FICHER et al., 2004).

Questionados sobre ter o sono fracionado, 45% dos participantes afirmaram sempre acordar a noite, 30% negaram ter o sono fracionado e 25% disseram acordar algumas vezes durante a noite. Dados que vão ao encontro da avalição feita por Martino (2009) em um estudo realizado com enfermeiros do serviço noturno que aponta que esses trabalhadores apresentaram hábitos de sono fracionado quase que em sua totalidade, citado por Silveira (2014). Ela ainda acrescenta que:

Em outra investigação, Barboza et al., (2008) destacam que 100% dos enfermeiros participantes do estudo apresentaram má qualidade do sono e entre os auxiliares de Enfermagem este índice chegou a 88%; ainda, 72% dos enfermeiros e 70% dos auxiliares indicaram sonolência diurna excessiva (SDE), após uma noite de trabalho. Além disto, 60 a 70% dos trabalhadores noturnos relatam dificuldade para dormir ou sofrerem de sonolência diurna excessiva (MARTINO, 2009).

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Tabela 4- Problemas relacionados a alteração do sono. Vitória da conquista/BA,2015.

PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS A ALTERAÇÃO DO SONO

N %

Você Pratica Atividade Física?

Nunca 10 50,0

Uma ou duas vezes por semana 5 25,0 Menos de uma vez por semana 1 5,0 Três ou mais vezes por semana 4 20,0 Nas horas vagas você troca

atividade de lazer para dormir?

Sim 11 55,0

Não 5 25,0

Às vezes 4 20,0

Você acorda à noite? Se sim quantas vezes Sim 9 45,0 Não 6 30,0 Às vezes 5 25,0 Definição de sono Regular 6 30,0 Tranquilo 7 35,0 Ausente 2 10,0 Péssimo 5 25,0

Tempo de sono em noites de folga

6 horas 7 35,0

7 e 8 horas 11 55,0

≥ 8 horas 2 10,0

TOTAL 20 100

Fonte: Dados da Pesquisa

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se verificar que a qualidade do sono dos profissionais de enfermagem dos plantões noturnos em um hospital privado em uma cidade do interior da Bahia participantes desta pesquisa está comprometida, uma vez que a maioria apresenta sono fracionado em dias de

folga, abre mão de momentos de laser para dormir, apresenta sonolência durante o dia e cansaço diário. Este estudo revela que o trabalho noturno repercute tanto na saúde, como na vida social, familiar e emocional dos trabalhadores de Enfermagem, a rotina de trabalho noturno dos profissionais de enfermagem, influencia em vários fatores biológicos e fisiológicos. No entanto, apesar de perceberem estas repercussões, os participantes preferem permanecer neste turno de trabalho, em função de suas necessidades pessoais, familiares e financeiras.

Conhecer e avaliar a qualidade do sono dos profissionais possibilitou a produção do conhecimento sobre o tema, que forneceu subsídios para o desenvolvimento de estratégias efetivas para melhorar as condições de saúde e de trabalho dos profissionais de enfermagem.

Este estudo pôde sugerir inovações quanto aos aspectos de saúde dos trabalhadores de enfermagem que desenvolvem suas atividades em turnos noturnos nos hospitais. Visto que, possibilitará a instituição traçar alternativas que qualifiquem e minimize riscos e danos à população atendida e aos profissionais. Estes enquanto

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promotores e provedores do cuidar, necessitam tão quanto os assistidos de

cuidados quem permitam a manutenção da sua saúde.

SLEEP QUALITY OF NURSING PROFESSIONALS WORKING IN A PRIVATE HOSPITAL NIGHTTIME

ABSTRACT

Introduction: Nursing care is offered to the individual and family for 24

hours of continuously being one stressor in the development of activities, the assistance provided by the nursing staff requires quality and alert continuos professionals involved in the care process mainly in regard to nighttime. Objective: To evaluate sleep quality of nursing professionals, and the standard team sleep the night shift. Methodology: This is a survey of exploratory and descriptive, quantitative, held at a private hospital located in the interior of the city of Bahia, which operates 24 hours. They were interviewed at the end of March in the morning after leaving the night shift, 20 professionals, 5 nurses and 15 technicians and nursing assistants. Results: Most participants demonstrated a decreased quality of sleep in stating, sleep fractionated and daily fatigue, daytime sleepiness. Although this research has been carried out with a small contingent of professionals, which brings limitations to generalize the results, correlated studies show similar data these same professional categories subject to similar conditions. Conclusion: It was observed from the results, significant correlation between stress and sleep. Night work is reflected both in health and in social life, family and emotional of nursing workers. Therefore, one must consider the development of activities and preventive health and promotion of quality`s of life of night workers nursing programs.

Keywords: Quality of Sleep. Nursing. Night Work.

ARTIGO RECEBIDO EM 28/09/2015 E ACEITO PARA PUBLICAÇÃO EM 29/10/2015

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