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COMPARAÇÃO DE INSETICIDAS QUÍMICOS NO CONTROLE DE LAGARTA-DA-MAÇÃ Heliothis

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Academic year: 2021

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COMPARAÇÃO DE INSETICIDAS QUÍMICOS NO CONTROLE DE LAGARTA-DA-MAÇÃ Heliothis spp. (LEPDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Márcio Fernandes Peixoto (Cefet – Rio Verde / marcio@cefetrv.edu.br) Paulo Marçal Fernandes (UFG), Eduardo Moreira Barros (Cefet – Rio Verde), Gilvane Luiz Jakoby (Cefet – Rio Verde), Oscar Arnaldo Batista Neto (Cefet– Rio Verde), Juliana Maria de Paula (Cefet – Rio Verde), Camilo de Lélis Rocha (Basf AS)

RESUMO - O objetivo desse experimento, conduzido na Fazenda Santa-Fé, município de Acreúna-GO, foi avaliar, aos 90 dias após a emergência, a eficácia de diferentes inseticidas químicos no controle de lagartas-da-maçã do algodoeiro, variedade CD-416 e 0,90 m de espaçamento entre fileiras. O experimento foi instalado sob delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. Além da testemunha, o experimento constou de seis tratamentos químicos, nas respectivas dosagens de ingrediente ativo e formulação: chlorfenapyr SC, 288 g.ha-1; flufenoxuron CE, 15 g.ha-1;

alphacypermethrin EC, 20, 30 e 40 g.ha-1; lambdacyhalothrin zeon-CS, 20 g.ha-1; alphacypermethrin

SC, 30 g.ha-1 e spinosad SC, 48 g.ha-1. As aplicações de inseticidas foram realizadas com taxa de

aplicação de 230 L.ha-1, utilizando pulverizador costal pressurizado a CO2 à pressão de 2,8kgf.cm-2,

equipado com seis pontas TeeJet 110.03 na barra, espaçados de 0,4 m. Foi avaliado o número de lagartas nas estruturas reprodutivas do terço superior da planta. Após a análise dos resultados, verificou-se que na avaliação realizada dez dias após aplicação, todos os tratamentos apresentaram eficiência superior a 80%, exceto o tratamento lambdacyhalothrin (67%). Os tratamentos chlorfenapyr, flufenoxuron, alphacypermethrin e spinosad apresentaram eficiência de 100%.

Palavras-chave: controle químico, algodão, piretróide

COMPARISON OF CHEMICAL INSECTICIDES FOR CONTROL OF BOLLWORM, Heliothis spp. (LEPDOPTERA: NOCTUIDAE), IN COTTON CROP

ABSTRACT - The objective of that field assay, carried out in Santa-Fé farm, municipal district of Acreúna, Goiás State, was to evaluate, at 90 days after the planting, the effectiveness of different chemical insecticides in the control of bollworm cotton crop, variety CD-416 and 0,90m among rows. The experiment was installed under randomized blocks designs, with four replications. Besides the check, the experiment consisted of six chemical treatments, in the respective dosages of active ingredient and formulation: chlorfenapyr SC, 288 g.ha-1; flufenoxuron CE, 15 g.ha-1; alphacypermethrin

EC, 20, 30 and 40 g.ha-1; lambdacyhalothrin zeon-CS, 20 g.ha-1; alphacypermethrin SC, 30 g.ha-1 and

spinosad SC, 48 g.ha-1. The applications of insecticides were accomplished with rate of application of

230 L.ha-1, using CO2-back packsprayer at pressure of 2,8kgf.cm-2, equipped with six tips TeeJet 110.03

in the bar, spaced of 0,4 m. The number of caterpillars was evaluated in the reproductive structures of the superior third of the plant. After the analysis, it was verified that in the evaluation accomplished ten days after application, all of the treatments presented superior efficiency to 80%, except the treatment lambdacyhalothrin (67%). The treatments chlorfenapyr, flufenoxuron, alphacypermethrin and spinosad presented efficiency of 100%.

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INTRODUÇÃO

Atualmente a cultura do algodoeiro destaca-se como cultura extensiva, tornando-se uma das principais atividades agrícolas do país, demandando, dessa forma, grandes investimentos em tecnologia. Por ser uma planta que se adapta a diferentes condições climáticas tem expandido sua área em novas fronteiras, principalmente na região Centro-Oeste do Brasil, competindo em área com culturas tradicionais como a soja e o milho. Esta competitividade da cultura se deve, principalmente, pela utilização de variedades produtivas e resistentes à doenças e pragas. Dentro do complexo de pragas da cultura do algodoeiro, que contribuem para a redução de produtividade e da perda de qualidade de fibras, destaca-se a lagarta-da-maçã do algodoeiro o qual envolve Heliothis virescens e Heliothis zea, principalmente (GALLO et al., 1978 e SILVA et al., 1995). Inseto cosmopolita e polífago, considerada como praga chave no algodoeiro até a década de oitenta (SAUDI et al., 2004).

A lagarta apresenta um grande potencial de danos e desenvolve, com certa facilidade, resistência aos inseticidas utilizados no seu controle, sendo que no algodoeiro o período de maior ocorrência está entre 50 e 90 dias após a emergência (SANTOS, 2001). Godin, Belot e Michel (1993), citam que a praga é bastante sensível ao desequilíbrio ecológico e que sua ocorrência se dá em dois picos de ataque; um entre 70 e 90 e o outro entre 100 e 110 dias da emergência. Comentam, ainda, que as lagartas alimentam-se, às vezes, de folhas, quando o ataque é precoce, porém, geralmente alimentam-se de estruturas reprodutivas: botões florais, flores e maçãs. Santos (1999) comenta que a movimentação da lagarta na planta ocorre no sentido descendente, danificando os botões florais do ponteiro afetando posteriormente maçãs pequenas e grandes.

Os adultos durante o dia permanecem escondidos e saem à noite para fazer a oviposição, preferencialmente nos ponteiros, folhas novas ou brácteas, em posturas individuais variando de 1.000 a 3.000 ovos (GODIN, 1993), e de acordo com Silva et al. (1995), Santos, (1999) e Gallo et al. (1978), ocorre a postura de 600 ovos por fêmea. As lagartas se alimentam durante o período de 26 dias, passando por seis instares (SANTOS, 1999), 27 dias de acordo com Silva et al. (1995) e, segundo Godin, Belot e Michel (1993), de duas a três semanas a duração do período larval. Em razão desse longo período a lagarta tem um alto potencial de danos. Dessa forma, para o seu controle, a constatação de 10% a 15% de plantas com lagartas pequenas indicará o momento adequado para a aplicação de inseticidas químicos (SANTOS, 2001), devendo ser considerado, entretanto, na tomada de decisão, o nível de infestação de inimigos naturais.

Em razão do potencial de danos da lagarta-da-maçã na região cotonicultora do Sudoeste de Goiás, realizou-se o experimento para verificar a eficiência de alguns inseticidas químicos no seu controle.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado e conduzido no mês de abril de 2005, na fazenda Santa-fé, município de Acreúna-GO, em área com cultura de algodão, variedade CD-416, aos 90 dias após a emergência. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições, com parcelas constituídas de três linhas de 8,0 m, com espaçamento de 0,9 m. Além da testemunha, os tratamentos, em g.ha-1 de ingrediente ativo (ia) e respectivas formulações foram: chlorfenapyr SC 288 g.ha-1;

flufenoxuron CE, 15 g.ha-1; alphacypermethrin EC, 20, 30 e 40 g.ha-1, lambdacyhalothrin CS, 20 g.ha-1;

alphacypermethrin SC, 3 g.ha-1 e spinosad SC, 48 g.ha-1.

A pulverização dos inseticidas foram realizadas com taxa de aplicação de 230 L.ha-1, à pressão

constante de 2,8kgf.cm-2 (CO2), utilizando pulverizador costal, equipado com seis pontas TeeJet

110.03, espaçados de 0,4 m na barra.

As avaliações foram realizadas aos, 1, 3, 7 e 10 dias após a aplicação dos tratamentos, fazendo-se a contagem do número de lagartas, em 25 estruturas reprodutivas, no terço superior das plantas da fileira central das parcelas.

As análises dos dados foram realizadas utilizando o Software SAS®, Procedure

anova/repeated-time utilizando-se o método de agrupamento de médias da Diferença Mínima Significativa (LSD), ao nível de 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a aplicação dos inseticidas fez-se, em quatro épocas, a contagem do número de lagartas-da-maçã em 25 estruturas reprodutivas por parcela. A infestação observada na testemunha estava dentro do nível de controle, entre 10 e 15% (SANTOS, 2001). O que justificou a aplicação de inseticidas, pois, três lagartas em 25 maças estabelecem uma infestação de 12%. Na avaliação realizada um dia após a aplicação (Tab. 1), todos os inseticidas diferiram significativamente da testemunha e não diferiram entre si, quanto ao número de estruturas reprodutivas atacadas. Observa-se, também, que somente alphacypermethrin foi eficiente (100%) no controle populacional da lagarta-da-maçã, evidenciando o seu efeito de choque, fato esperado em razão de ser um piretróide. Os inseticidas flufenoxuron e spinosad atingiram razoável eficiência (75%), demonstrando, entretanto, que estes tratamentos não apresentaram efeito de choque sobre a população de lagartas.

Aos três dias após aplicação, observou-se melhor desempenho dos inseticidas na redução da população da lagata-da-maçã. À exceção do flufenoxuron e chlorfenapyr, todos os inseticidas foram eficientes, atingindo 90% de eficiência no controle. Também, verifica-se que o tratamento com chlorfenapyr diferiu dos demais inseticidas, exceto do flufenoruron.

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Tabela 1. Número médio de lagartas e eficiência de inseticidas, na redução populacional de lagarta-da-maçã (Heliothis spp), aos um e três dias após a aplicação de inseticidas químicos na cultura do algodão, variedade CD-416. Acreúna-GO, 2005.

Tratamentos Dias após aplicação

Nome 1 daa 3 daa

Comercial Técnico i.a.

g.ha-1 N1 E (%)2 N E (%)

Testemunha - 3,003 a - 2,50 a -

Cascade 100CE Flufenoxuron 15 0,75 b 75 1,00 bc 60

Fastac 100CE Alphacypermethrin 20 1,25 b 58 0,25 c 90

Fastac 100CE Alphacypermethrin 30 0,00 b 100 0,25 c 90

Fastac 100CE Alphacypermethrin 40 1,00 b 67 0,25 c 90

Karate zeon 50 Lambdacyhalothrin 20 1,25 b 58 0,25 c 90

Fastac 100SC Alphacypermethrin 30 1,25 b 58 0,25 c 90

Pirate 240SC Chlorfenapyr 288 1,25 b 58 1,75 ab 30

Tracer 480SC Spinosad 48 0,75 b 75 0,25 c 90

CV (%)4 18 19

DMS 1,65 1,02

1 Número de lagartas em 25 estruturas florais do terço superior das plantas. 2 Eficiência de controle pelo método Abbott, 1925.

3 Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si a 5% de significância (método LSD). 4 Dados transformados √x+1

Pela avaliação realizada aos sete dias após aplicação (Tab. 2), verifica-se que os inseticidas apresentaram queda de eficiência, exceto chlorfenapyr (80%), spinosad (100%) e o flufenoxuron (60%) que não alterou sua eficiência. Os produtos que apresentaram queda de eficiência são do grupo dos piretróides. Na última avaliação, realizada aos dez dias após a aplicação dos inseticidas, todos os tratamentos foram eficientes, superior a 80%, exceto o lambacyhalothrin o qual apresentou apenas 67% de eficiência, evidenciando não ter efeito residual na população de lagartas.

No aspecto geral, os inseticidas flufenoxuron e spinosad tiveram comportamento sempre crescente com relação à eficiência de controle da lagarta-da-maçã. O spinosad somente não foi eficiente na avaliação realizada um dia após a aplicação e atingiu 100% de eficiência aos sete e dez dias após a aplicação. Os tratamentos com inseticidas do grupo dos piretróides apresentaram pico de eficiência, em média de 90%, na segunda avaliação. Entretanto não perderam significativamente a eficiência na última avaliação, quando comparada com a segunda avaliação.

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Tabela 2. Número médio de lagartas e eficiência de inseticidas, na redução populacional de lagarta-da-maçã (Heliothis spp), aos sete e dez dias após a aplicação de inseticidas químicos na cultura do algodão, variedade CD-416. Acreúna-GO, 2005.

Tratamentos Dias após aplicação

Nome 7 daa 10 daa

Comercial Técnico i.a.

g.ha-1 N1 E (%)2 N E (%)

Testemunha 1,253 ab - 1,50 a -

Cascade 100CE Flufenoxuron 15 0,50 bc 60 0,25 b 83

Fastac 100CE Alphacypermethrin 20 0,25 c 80 0,25 b 83

Fastac 100CE Alphacypermethrin 30 0,25 c 80 0,00 b 100

Fastac 100CE Alphacypermethrin 40 0,50 bc 60 0,25 b 83

Karate zeon 50 Lambdacyhalothrin 20 1,25 ab 0 0,50 b 67

Fastac 100SC Alphacypermethrin 30 1,75 a 0 0,25 b 83

Pirate 240SC Chlorfenapyr 288 0,25 c 80 0,25 b 83

Tracer 480SC Spinosad 48 0,00 c 100 0,00 b 100

CV(%)4 20 23

DMS 0,86 0,73

1 Número de lagartas em 25 estruturas florais do terço superior das plantas. 2 Eficiência de controle (%) pelo método Abbott, 1925.

3 Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si a 5% de significância (método LSD). 4 Dados transformados √x+1

CONCLUSÃO

Os inseticidas avaliados foram eficientes no controle de Heliothis spp, exceto lambdacyhalothrin e alphacypermethrin SC. O spinosad apresentou, na média das quatro avaliações, eficiência de 96% e o alphacypermethrin CE, 30 g.ha-1 de ingrediente ativo apresentou eficiência de

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, W. S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. J. Econ. Entomol., n. 18, v. 1, p. 265-267, 1925.

GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA-NETO, S; CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D. Manual de entomologia agrícola. São Paulo: Ceres, 1978. 531 p.

GODIN, M. C. D.; BELOT, J-L; MICHEL, B. Manual de identificação de pragas, doenças, deficiências minerais e injúrias do algodoeiro no Estado do Paraná. Cascavel: OCEPAR/CIRAD-CA, 1993. 100 p. (Boletim técnico, 33).

SANTOS, W. J. Algodão-Manejo de pragas. 2. ed. Correio Agrícola-Bayer, 1999. p. 3-11.

SANTOS, W. J. Algodão-Evolução das pragas no cerrado. ed. esp. Correio Agrícola-Bayer, 2001. p. 20-26.

SILVA, N. M. da; CARVALHO, L. H.; CIA, E.; FUZATTO, M. G.; CHIAVEGATO, E. J.; ALLEONI, L. R. F. Seja doutor do seu algodoeiro. Piracicaba: Potafós, n. 8. 1995. 24 p.

SAUDI, J. I.; NAKANO, O.; ANNES, J. A.; OKINO, C. H. Controle da lagarta da maçã Heliothis virescens (LEPDOPTERA: NOCTUIDAE) na cultura do algodão utilizando o inseticida Mustang 350SC. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 20., 2004. Gramado. Resumos... Londrina: SEB: 2004. p. 375.

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