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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Logística Reversa é a realidade nas Casas Bahia

Por: Marcia Valeria Felipe de Freitas

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Logística Reversa é a realidade nas Casas Bahia

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, que esteve presente em todas as horas. Agradeço, em especial, à minha família por estarem ao meu lado, apoiando e dando forças, me fazendo acreditar que sou capaz.

Ao Professor Jorge Tadeu pelo suporte, apoio e atenção dedicada para realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

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RESUMO

Hoje em dia a logística reversa apresenta-se com um ótimo canal para as empresas exercerem seus papéis de responsabilidade sócio–ambiental. Como a empresa em questão se preocupa com o meio ambiente e com a sociedade, o presente trabalho tem como objetivo descrever o conceito de logística reversa e estudar a sua importância para a empresa, com a finalidade de identificar quais as atividades de logística reversa são desenvolvidas por ela, de acordo com o fluxo de produtos e embalagens retornados pelo canal de pós venda, além da coleta de matérias recicláveis, reaproveitamento da água, destinação de seus pneus e outros aspectos com que a empresa se preocupa. A realização deste trabalho se deu a partir de um estudo de caso em uma empresa de grande porte do varejo, onde foram entrevistadas pessoas que trabalham no programa socioambiental da empresa “Amigos do planeta”. Desta forma foi possível apurar informações deste programa, onde os seus resíduos possuem retorno adequado.

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METODOLOGIA

Como metodologia escolhida para a pesquisa, foi utilizada no presente trabalho o método de estudo de caso de uma empresa do varejo que se preocupa com o descarte das embalagens, e onde a logística reversa já vem sendo aplicada. No trabalho será descrito o processo adotado pela empresa e, por esse motivo, será redigido de forma descritiva e bibliográfica através de Livros, Artigos acadêmicos, sites e entrevistas com pessoas deste departamento da empresa, composto pelas seguintes etapas:

- Análise das atividades de logística reversa executadas no ambiente da empresa;

- Revisão da literatura referente à logística e a logística reversa;

- Proposição de alternativas de utilização de atividades de logística reversa para o benefício da empresa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito de Logística 11

CAPÍTULO II - Logística Reversa 17

1- Logística Reversa 17

2- Logística Reversa Como um Diferencial

Competitivo 24

3 - Aspectos Ambientais 27

CAPÍTULO III - Logística Reversa é a realidade

nas Casas Bahia 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

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INTRODUÇÃO

Objetivo geral, este trabalho tem como finalidade destacar a importância da logística reversa para a empresa, bem como os resultados proporcionados por esta ação, a fim de averiguar se este processo ocorre de maneira correta, e quais os benefícios sociais e ambientais alcançados e proporcionados pela mesma.

A logística reversa ainda é um tema pouco propagado no meio acadêmico; no entanto, reveste-se de importância na proporção direta do aumento do poder aquisitivo do brasileiro, que naturalmente acarreta maior volume de vendas e, conseqüentemente, de embalagens. Como a embalagem é um aspecto relevante nesse cenário, e está envolvida desde a composição do custo do produto até o impacto ambiental no descarte, é adequado o estudo de um modelo já existente para o setor, como o observado na empresa estudada.

No primeiro capítulo foi abordado o conceito de Logística, como nós vimos à logística esta associada às operações militares que no decorrer dos tempos vem se aprimorando em satisfazer as necessidades dos clientes externos, relacionando-se á entrega de produtos e serviços ao passo que a logística interna procura satisfazer as necessidades de clientes internos, no que se referem a serviços de infra-estrutura e apoio geral em logística de material, bens, serviços, processamento e suporte aos negócios e serviços de apoio ao funcionário da empresa. Percebemos também que a logística empresarial pode ser dividida em logística de suprimentos, logística de distribuição e, por fim, na logística reversa.

No capítulo dois mostramos que a logística reversa pode ser ainda dividida em duas áreas: Logística reversa de pós-venda e Logística reversa de pós-consumo. Logística reversa de pós-venda trata do planejamento, do controle e da destinação dos bens sem uso ou com pouco uso, que se

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retornam á cadeia de distribuição por diversos por diversos motivos: devoluções, problemas de garantia, avaria no transporte, excesso de estoque, prazo de validade expirado, dentre outros. Já a Logística reversa de pós-consumo pode ser vista como uma área da logística que trata de bens no final de sua vida útil, dos bens usados com possibilidade de reutilização e os resíduos industriais, caracterizando-se pelo planejamento, controle e disposição final dos bens de pós-consumo, que são aqueles bens que estão no final de sua vida útil, devido ao uso. Essa vida útil pode ser prolongada se outras pessoas virem neste mesmo bem outra ou a mesma utilidade, mantendo-o em uso por mais um período de tempo, podendo este bem ser reciclado, reaproveitado ou reutilizado.

A logística reversa, apesar de sua pequena representatividade ante ao volume da logística direta, vem sendo consideravelmente demandada no ambiente empresarial dada a importância na agregação de valores econômicos, legais logísticos, ambientais, responsabilidade social e de imagem corporativa, dentre outros, para a empresa fazendo com que estes pontos se tornem um diferencial competitivo para a mesma

Já no capítulo três mostramos que a atividade de administração do fluxo reverso tende a se intensificar dentro da empresa, podendo contribuir de uma forma mais significativa na redução de custos logísticos nas Casas Bahia, na responsabilidade sócio-ambiental da empresa e na destinação correta de materiais recolhidos para a central de triagem, fazendo que esta ação ajude não somente a todas as pessoas ligadas ao projeto direta ou indiretamente, mas também favorecerá a imagem da empresa como uma vantagem competitiva no mercado.

(LEITE, 2003) afirma que bens transformando-se em produtos de pós-consumo e podem ser enviados a destinos finais tradicionais, para incineração ao aterro, considerados meios seguros de estocagem, ou podem ser retornada ao ciclo produtivo por meio de canais de desmanche, reciclagem ou reuso em

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uma extensão de sua vida útil. Essas alternativas do retorno do ciclo produtivo constituem-se na principal preocupação do estudo da logística reversa e dos canais de distribuição reverso pós-consumo.

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CAPÍTULO I

Conceito de Logística

...Deus é maior que todos os obstáculos.

A logística estava associada ás operações militares destinando-se a um planejamento mais eficiente, quanto ao tempo e custo, com o objetivo de prever os recursos necessários para fazer o deslocamento de tropas, armamentos, munições e alimentação durante as campanhas militares. O objetivo era expor o mínimo possível as tropas ao inimigo. Pelo fato de não estar diretamente envolvida nas batalhas, a logística era originalmente considerada como um simples serviço de apoio, onde se trabalhava quase sempre em “silêncio” (DIAS, 2007)

A palavra logística é proveniente do grego logistikos, datado de 900 A.C, na Grécia Antiga, tendo como significado primitivo calcular, prever e refletir. Em 1 A.C., nos Império Romano e Bizantino deu-se o nome de logísta ao título de um militar de administração. Já em 900 D.C. – Império Bizantino tem-se a primeira definição conhecida de logística: armamento, organização e abastecimento da tropa; planejamento das operações e informações. No ano de 1611 a 1632, o Rei Gustavo Adolfo (Suécia) tratou à logística como um sistema de apoio logístico regular e organizado ás tropas (comboios de suprimentos e manutenção: “trens”). No século 18, na França, Luiz XIV cunhou o termo logística como a organização dos aquartelamentos e preparo das marchas e acampamentos. Já em 1837, o General Jomini, acrescentou uma evolução do termo passando a ser entendida como ciência de guerra – atividade de prover (tudo, ou quase tudo, na atividade militar, exceto o combate), (DIAS, 2007).

Ao final do século 19, nos EUA a marinha tratava o termo abastecimento; circulação e movimento de recursos; acomodações; previsão

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das necessidades e garantia de precisão das forças armadas no espaço e no tempo. Consta que em 1939 a 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, a logística correspondia á generalização para todo trabalho de retaguarda destinando a apoiar uma operação militar (exceto instrução). Nos EUA em 1950 nas Forças Armadas foi criada a primeira definição oficial de logística, sendo toda atividade de preparação e emprego de pessoal, material, instalações e serviços para fins militares e sua ligação civil: mobilização da nação para apoio ás operações militares. Já na definição contemporânea, a Organização do Tratado do Atlântico Norte “OTAN”, define logística como sendo a ciência do planejamento e condução dos movimentos das forças armadas com a necessária manutenção de suas capacidades de emprego (DIAS, 2007).

(LEITE; BRITO, 2005), por sua vez,

Consideram a logística como a combinação da missão militar com a definição dos gregos, voltada para o mundo empresarial como: “Atingir a coordenação ótima do fluxo de entrada de material, estoque de matéria-prima, desempenho de atividades durante o processo e de embalagem, armazenamento e do fluxo da saída do material”.

De acordo com (MOELLER, 1994), apud (LEITE; BRITO, 2005), a definição mais conhecida de 7 R´S: Assure the Right product, in the Right

quantity, in the Right condition, inthe Right place, at the Right time, with the Right price for the Right costumer, ou seja, assegurar a disponibilidade do

produto certo, no momento certo, na quantidade certa, em condições adequadas, no local certo, no momento adequado, para o cliente certo, no preço justo. Já a definição do Council of Logistcs Management (CLM) afirma que: “logística é o processo de planejar, implementar e controlar, com eficiência e a custos mínimos, o fluxo e a estocagem das matérias primas, matérias em processo, produtos acabados e informações relacionadas, do ponto de origem

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até o ponto de consumo, com o objetivo de se adequar aos requisitos dos clientes”.

(NOVAES; ALVARENGA, 1997), apud (LEITE; BRITO, 2005), não definem explicitamente seu conceito de logística, mas faz uma divisão em logística de suprimentos, logística no sistema industrial e logística de distribuição e marketing, deixando claro que ela trata de identificação das necessidades do cliente, através do marketing e da sua satisfação, indo buscar as matérias primas nos fornecedores, processando os materiais através da produção industrial, até suprir os clientes pala distribuição dos produtos acabados.

A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos para giro com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. De acordo com (BALLOU, 1993), integram as atividades primárias da logística empresarial: os transportes, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos.

Dando continuidade, (BALLOU, 1995) destaca o período entre 1950 e 1970, como um período de desenvolvimento da teoria e prática da logística, com a utilização de sistemas integrados de logística como uma excelente oportunidade para a redução de custos. A partir da década de 1970, a logística empresarial já estava com os seus conceitos desenvolvidos e já estabelecidos como campo da administração de empresas. No entanto, sua aceitação era pequena, pois, segundo (BALLOU, 1995), as empresas pareciam estar mais preocupadas com a geração de lucros do que com o controle de custos.

(LEITE; BRITO, 2005), destacam que a disciplina de logística vem evoluindo no uso da terminologia relacionada ao cliente. Já para outros autores como STOCK; LAMBERT eles afirmam que essas terminologias representavam uma combinação de funções logísticas que produziam impactos sobre o cliente. Posteriormente, o termo serviço ao cliente aplicou-se a todos

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os serviços oferecidos por uma empresa aos seus clientes, e não, mas só as atividades logísticas. Conforme os citados autores, para REINHART, esses conceitos estão ligados a interface ente as atividades de logística e do Marketing nas organizações durante o serviço ao cliente, visando criar um nível de satisfação que envolve a percepção do cliente quanto ao serviço prestado pelo fornecedor.

(MOELLER, 1994), apud (LEITE; BRITO, 2005), afirma que a logística deve ser tratada de forma integrada, visto que o seu conceito pode ser apresentado sob seis enfoques, que embora divergentes, tendem a ser complementares: 1- Enfoque do fornecedor; 2- Enfoque da produção; 3- Enfoque de mercado; 4- Enfoque da organização; 5- Enfoque administrativo; 6- Enfoque tecnológico;

Para (JOHNSON, 1996, apud LEITE, 2003), a reciclagem é outra questão que a logística também estará atenta quando sendo gerida sob enfoque da integração. Reciclagem inclui algumas discussões como o entendimento de como a capacidade do Produto a ser reciclado pode agregar valor a ele, o reconhecimento de como se pode estabelecer novos canais nos fluxos de suprimentos e distribuição, e o entendimento da influência da reciclagem sobre a escolha da embalagem dos Produtos, além da própria Logística reversa. Porém o interesse maior para o profissional é saber se deve ou não ser estabelecido um novo canal nesta integração.

Quando o sistema logístico evolui, o consumo e a produção começaram a ficarem distantes geograficamente. As regiões se especializaram nas mercadorias que podem ser produzidas com mais eficiência. O excesso de produção pode ser transportado de forma econômica para outras áreas produtivas ou consumidoras, enquanto que os produtos necessários que não são produzidos no local são importados. Esse mesmo princípio aplicado ao mercado mundial ajuda a explicar o alto nível do comércio internacional que é desenvolvido hoje. Com isso, pode-se explicar também a evolução dos

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sistemas logísticos, pois estes possuem uma relação de causa e efeito com a evolução do comércio.

A evolução dos sistemas logísticos está ligada ao comércio e seu desenvolvimento. Segundo (BALLOU, 1993), na antiguidade as mercadorias que as pessoas desejavam não eram produzidas onde elas gostariam de consumi-las ou estavam disponíveis em apenas em certos períodos do ano. Devido à ausência de um sistema de transporte bem-desenvolvido e de sistemas de armazenagem, o movimento de mercadorias era limitado e a armazenagem de perecíveis era possível apenas por um curto período de tempo. Essas limitações dos sistemas de movimentação e de armazenagem forçavam as pessoas a viverem perto das fontes de produção e a consumirem uma estreita gama de mercadorias.

A logística, de um modo geral, é o processo responsável pela circulação materiais e serviços numa entidade. Esse fluxo logístico, se bem gerenciado, pode ser parte integrante na determinação do sucesso empresarial. (BOWERSOX; CLOSS, 2001), descrevem a logística como algo impressionante, ou seja, suas atividades permanecem constantes e estão ocorrendo em todas as partes do mundo, todos os dias do ano. Segundo os autores, o objetivo central da logística é o de atingir um nível de serviço ao cliente, pelo menor custo total possível. Neste sentido, busca-se oferecer capacidades logísticas alternativas, com ênfase na flexibilidade, na agilidade, no controle operacional e no compromisso para se alcançar um nível de desempenho que implique um serviço perfeito.

De acordo com (GIACOBO et al. 2003),

A logística compreende todo o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações, desde o local de origem até o local de consumo, com a finalidade de satisfazer as necessidades dos clientes.

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Logística, portanto, é o nome dado a uma variedade de atividades executadas com o objetivo comum de gerenciar o tempo, o custo e a disponibilidades de bens e serviços. As indústrias e até mesmo indivíduos em seu próprio cotidiano executam uma grande quantidade destas atividades. A Logística é jovem como disciplina acadêmica e tem sua metodologia e raízes teóricas nos campos da matemática, engenharia e administração de empresas, tem focado seu desenvolvimento nos desdobramentos operacionais que envolvem a cadeia genérica de produção, ou seja, aperfeiçoar as atividades de obtenção de matérias primas insumos, transformação dos produtos através dos canais de distribuição mais adequados, entregas dos produtos na rede de varejo e consumo, e finalmente a chegada de bens ao consumidor final (BALLOU, 1993 e MENDES; SILVA, 2005).

(NOVAES, 2001) acrescenta que a logística busca, de um lado, aperfeiçoar as atividades da empresa, de forma a gerar retorno por meio de uma melhoria no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de outro lado, prover a empresa de condições para competir no mercado, por exemplo, por meio da redução dos custos.

(WOOD et al. 1998) descrevem que: O serviço ao cliente é o conjunto de atividades, desenvolvidas pela empresa, na busca da satisfação dos clientes, proporcionando, ao mesmo tempo, uma percepção de que a empresa pode ser um ótimo parceiro comercial.

As abordagens teóricas apresentadas descrevem que a logística representa um processo imprescindível para a continuidade empresarial, pois, um processo de logístico bem estruturado, desenvolvido e bem gerenciado evita o processo contrário (reverso), que é causado por atividades internas mal administradas, por fluxos que apresentam falhas e, conseqüentemente, por

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clientes insatisfeitos. Quando os clientes estão insatisfeitos, a empresa pode perder, além de seus clientes, a competitividade frente aos seus concorrentes.

CAPÍTULO II

Logística Reversa

1- Logística Reversa

A logística reversa é um assunto relativamente novo, não possuindo um referencial bibliográfico solidificado e com definições e conhecimentos sistematizados. Dentro desta limitação de trabalho buscarei entender este conceito para concretização dos objetivos aqui propostos.

Os primeiros conceitos da logística reversa tiveram início dos anos 70, onde se aplica os conceitos de distribuição, porém voltados para o processo de forma inversa, com o desígnio de atender as necessidades de recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda. (FELIZARDO; HATAKEYANA, 2005) colocaram que no final da década de 70, a logística reversa começou a se destacar dando uma maior atenção para os aspectos da reciclagem, suas vantagens para o meio ambiente e também seus benefícios econômicos, além da importância dos canais reversos como forma de viabilizar o retorno dos efluentes.

(DEKKER, 2004) reforça que a definição de logística reversa mudou ao longo do tempo, começando como um simples fluxo em direção contrária, passando por uma ênfase exagerada nas questões ambientais e voltando aos pilares originais do conceito. Por ser um conceito relativamente novo, as

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definições e escopo ainda estão sendo estabelecidos na literatura especializada.

De forma mais abrangente, (LEITE, 2003) afirma que, depois de algumas evoluções nos conceitos, a logística reversa pode ser definida hoje como a “área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros”.

A reciclagem de metais, plásticos e papéis são processos realizados já há algum tempo. Nesses casos, a reciclagem se justifica, pois a recuperação é algo mais vantajoso economicamente do que a simples disposição final. Entretanto, com a crescente preocupação com o meio ambiente, a importância do reuso vem tomando maiores proporções. Ao invés de fluxo único dos materiais, a idéia de ciclo é cada vez mais empregada. Em todos os casos, a oportunidade de reutilização deu origem a um novo fluxo de materiais, partindo do consumidor e chegando ao fornecedor. O gerenciamento desse caminho inverso dos materiais, quando comparado ao fluxo direto da cadeia de suprimentos, é chamado de logística reversa (STOCK em FLEISCHMANN, 1997).

Mais precisamente, no ano de 2001, o Council of Logistics Management CLM - define a logística reversa como: “A Logística Reversa é definida como a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla de modo eficiente e eficaz o fluxo direto e reverso e o estoque de bens, serviços e informação entre o ponto de origem e o ponto de consumo com o propósito de atender os requisitos dos clientes”.

(LEITE, 2003) também coloca que a logística reversa posiciona todas as operações relacionadas com o reuso de produtos e matérias, referindo-se a

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todas as atividades de coleta, desmonte o processo de produtos usado, partes de produtos, e materiais para fazer assegurar a recuperação sustentável do meio ambiente. O conceito envolve o processo de planejamento, implementação e controle eficiente de fluxos e de custo de matérias-primas, estoque em processo, com o propósito de recapturar valor ou de efetivar o descarte apropriado.

Em outras palavras, a logística reversa trata de mover o produto da destinação final para o retorno ao ciclo de negócios, ou para disposição final adequada.

A etapa de coleta se caracteriza pela participação dos canais de retorno, passando a chamar a logística reversa de “Rede de Recuperação de Produtos”. A partir daí, o valor é adicionado ao produto e este se move do produtor (quem recuperou o produto) para o usuário como na cadeia tradicional. O aumento da velocidade de descarte dos produtos de utilidade de após o seu primeiro uso, motivado pelo nítido aumento da descartabilidade dos produtos em geral, não encontrando canais de distribuição reversos pós- consumo devidamente estruturados e organizados, provoca o desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produto pós-consumo (LEITE, 2003). Gomes e Ribeiro, quando mencionados por (LEITE; BRITO, 2005), afirmam que a logística de fluxos de retorno, ou logística reversa, visa á eficiente execução da recuperação de produtos. A logística reversa tem como propósitos a redução, a disposição e o gerenciamento de resíduos tóxicos e não tóxicos.

Segundo (BALLOU, 2001), embora seja fácil pensar em logística como o gerenciamento do fluxo de produtos dos pontos de aquisição até os clientes, para muitas empresas há um canal logístico reverso que deve ser gerenciado também. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente. Os produtos tornam-se obsoletos, danificam-se ou

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deterioram-se e são levados para seus pontos de origem para conserto ou para outros pontos para descarte.

Uma visão contemporânea de marketing social, ambiental e principalmente de responsabilidade ética empresarial, Segundo (LEITE, 2003), se adotada por empresas dos diversos elos da cadeia produtiva de bens em geral e demais envolvidos na geração de problemas ecológicos, resultará em imagens corporativas cada vez mais comprometidas com questões de preservação ambiental e responsabilidade social.

(LEITE; BRITO, 2005), constataram que a logística reversa não é considerada como estratégica pelas empresas em vários setores: “a ausência de indicadores contribui substancialmente para isso, pois a relação custo/beneficio da atividade não pode ser visualizada devida á ausência da mensuração de custo envolvidos como a atividade reversa”.

A logística reversa é o processo de mover um bem da sua destinação final até a sua origem, com o propósito de recuperá-lo, total ou parcialmente, ou destruí-lo de forma correta. Evidentemente, quando se fala que o bem deve retornar a sua origem, não se pretende dizer que ele deve ser devolvido exatamente ao ponto em que foi fabricado, mas sim voltar para a Empresa que o produziu. A Empresa, por sua vez, dará o destino que lhe for mais conveniente, pode ser recuperá-lo, reciclá-lo, vendê-lo para outra empresa ou, até mesmo, jogá-lo no lixo. Logística reversa, diz respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum motivo tal como: devoluções de produtos com defeitos retorno de embalagens, retorno de produtos etc... Como é uma área que normalmente não envolve lucro (ao contrário, muitos custos) diversas empresas não lhe dão a mesma atenção que ao fluxo de saída normal de produtos.

Como até mesmo a literatura sobre logística, só agora começa a se preocupar com o tema. A atividade principal, tanto na logística para reciclagem como na logística reversa é a coleta dos produtos a serem recuperados e sua

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distribuição após reprocessamento. Embora este problema se assemelhe ao problema clássico de distribuição, também há algumas diferenças:

- Normalmente, existem muitos pontos onde os bens precisam ser coletados; - A recolha da embalagem dos produtos é geralmente uma questão problemática;

- A cooperação do remetente é, em muitos casos, bastante necessária; - Os bens tendem a ter um baixo valor.

Por outro lado, nestas estruturas logísticas, o tempo é um fator de menor importância. Como esta prática é bastante recente, em muitos casos novas cadeias precisam ser construídas. Os principais assuntos a este respeito são a determinação do número de nós da rede de recolha; a quantidade e localização de depósitos ou pontos intermediários; a questão da integração da cadeia inversa com a cadeia de suprimentos tradicional e, finalmente, a questão do financiamento do canal de distribuição reverso.

(LEITE, 2003) faz uma boa descrição sobre os canais de distribuição reversos e divide a logística reversa em dois grupos cuja base está relacionada com a diversidade de objetivos estratégicos e técnicas operacionais envolvidas:

- Logística reversa de pós-consumo: trata da área da logística que

equaciona e operacionaliza igualmente o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós-consumo – bens que chegaram ao final de sua vida útil ou foram parcialmente usados com possibilidade de reutilização, por exemplo: embalagens.

- Logística reversa de pós-venda: trata da área da logística que equaciona

e operacionaliza igualmente o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós-venda – bens sem uso ou com pouco uso que, por diferentes motivos, retornam aos elos da cadeia de distribuição direta, por exemplo: aparelhos com defeitos.

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(LEITE, 2003) cita alguns sinais de tendência da descartabilidade, entre eles, a velocidade de lançamento de novos produtos, como uma das características da competitividade das empresas modernas. A estes sinais, deve-se acrescentar o fato do crescimento do segmento de embalagens, itens altamente descartável, que tem se adaptado e contribuído significativamente, para as modificações mercadológicas e logísticas requeridas na distribuição física.

Deste modo, a logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo aos centros produtivos e de negócios que por meio dos canais reversos de distribuição agregam valor aos produtos. (LEITE, 2003) Isto vem acontecendo, devido à rapidez com que um produto é lançado no mercado, à rapidez no avanço da tecnologia, que juntamente com um grande fluxo de informações e alta competitividade das empresas, e o crescimento da consciência ecológica quanto às conseqüências provocadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, estão contribuindo para a adoção de novos comportamentos por parte das organizações e da sociedade de um modo geral.

No caso da logística reversa diante da preservação do meio ambiente, Visa o desenvolvimento sustentável, planejando com eficácia, tornando-se fundamental para as empresas e também para a sociedade como um todo. E desta forma, quanto mais às empresas investirem nos procedimentos da logística reversa, mais o processo de reciclagem se tornará viável economicamente, agregando valor ao negócio principal da empresa (Leite, 2003). Além dos ganhos financeiros e logísticos que a logística reversa é capaz de proporcionar, a sua imagem institucional estará agregada a uma postura ecologicamente correta diante da concorrência e dos seus clientes.

Para (COSTA; VALLE, 2004), a atenção para a logística reversa esteve focada essencialmente para questões ambientais pelo fato da reciclagem ser um de seus pontos principais. No entanto, iniciativas

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relacionadas à logística reversa têm trazido oportunidades de melhoria e de ganho para as empresas por meio do reaproveitamento de materiais para a produção.

Fig. 1 Área de atuação e etapas reversas (LEITE, 2003)

Podemos observar que a logística reversa é de fundamental importância atualmente, justificando-se não somente pela oportunidade de recuperar o valor de bens materiais, mas também pela oportunidade de diferenciação de níveis de serviços oferecidos em mercados globalizados e altamente competitivos.

Conforme (COSTA, 2006): Com relação aos fatores que motivam o desenvolvimento da logística reversa por parte das organizações é importante ressaltar a existência de inúmeras discussões teóricas que abordam tanto aspectos conjunturais quanto processuais. As principais vertentes dessas discussões podem ser assim relatadas: a legislação ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário; benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de

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produção, ao invés dos altos e altos custos do correto descarte do lixo; a crescente conscientização ambiental dos consumidores.

Segundo (LEITE, 2003), o acréscimo de valor oferecido pela implementação da logística reverso pós-venda pode resultar em agregação de valor, resultando em maior competitividade, redução de custos e melhoria da imagem corporativa, gerando acréscimo de valor para clientes e fornecedores pela liberação de área ocupada, redistribuição de estoques nos canais, revalorização de ativos, reaproveitamento de componentes e de materiais e incentivo a novas aquisições, dentre outros.

2 - A Logística Reversa Como um Diferencial

Competitivo

Para algumas empresas a logística reversa tornou-se um assunto importante nos negócios da empresa, devido ao seu potencial de incremento simultâneo entre a satisfação do cliente e a rentabilidade da empresa, pois elas estão constantemente, em busca de alternativas que as diferenciem no mercado competitivo (MINAHAN, 1998).

A logística reversa é estrategicamente utilizada para permitir aos participantes do elo seguinte da cadeia, pois o uso estratégico da capacidade de logística reversa aumenta os custos de mudança de fornecedores. Este aumento no nível de serviço fortalece a cadeia de valor de uma empresa que, se bem configurada, reforça sua vantagem competitiva.

(LEITE, 2003), afirma que a logística reversa pode ser utilizada estrategicamente por fornecer outras oportunidades que, muitas vezes, interagem entre si visando sempre um incremento nas vantagens estratégicas. São eles:

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- Adequação às questões ambientais: A conscientização sobre a

conservação voltada para uma orientação da produção e do consumo para o crescimento sustentável. Para isso, a logística deve minimizar o impacto ambiental, não só dos resíduos oriundos das etapas de produção e do pós-consumo, mas dos impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos.

- Redução de custo: O reaproveitamento de materiais e a economia com

embalagens retornáveis fornecem ganhos que estimulam novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria dos processos de logística reversa.

- Razões competitivas: Uma forma de ganho de vantagem competitiva frente

aos concorrentes é a garantia de políticas liberais de retorno de produtos que fidelizem os clientes. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerida, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aos seus clientes de forma melhor e diferenciada do que seus concorrentes.

- Diferenciação da imagem corporativa: Muitas empresas estão utilizando

logística reversa estrategicamente e se posicionando como empresa cidadã, contribuindo com a comunidade e ajudando as pessoas menos favorecidas. Com isso, as empresas conseguem um aumento do valor da marca e muitas vezes de seus produtos também.

- Elevação do nível de serviço oferecido ao cliente: A logística reversa é

uma estratégia para agregar valor ao produto de várias formas, desde fornecer uma ferramenta de apoio ao marketing de relacionamento com o consumidor após a compra, até oferecer um serviço orientado para a preservação ambiental.

Esta elevação no nível de serviço deve ser voltada para o desenvolvimento de uma vantagem competitiva sustentável para as empresas,

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sendo que as melhorias introduzidas no serviço ao cliente de uma empresa não podem ser imitadas pelos concorrentes.

Para alguns autores um melhor atendimento ao cliente, redução dos custos de operação, maior rentabilidade da empresa, elevação do prestígio da marca e imagem da empresa no mercado de atuação, entre outros fatores, têm sido identificados como benefícios potenciais que podem provir de programas efetivos e bem estruturados de logística reversa.

No que diz respeito à concorrência e à diferenciação por serviço, (LACERDA, 2000, p. 2) salienta que,

Os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Esta é uma vantagem percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela existência de produtos danificados. Isto envolve, é claro, uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados. Esta é uma tendência que se reforça pela existência de legislação de defesa dos consumidores, garantindo-lhes o direito de devolução ou troca.

Segundo (BOWERSOX; CLOSS, 2001), mesmo quando todo o processo logístico, da fábrica ao consumidor final, tenha atendido todas as expectativas do cliente, qualquer dificuldade de devolução do produto, sejam pelas mais variadas razões, pelos canais reversos da empresa (existentes ou não), podem gerar uma grande insatisfação, ocasionando a perda de todo o trabalho de comercialização do produto e, por conseqüência, a perda do cliente. (KOTLER, 2000) aborda que este fato causa uma péssima impressão em relação à marca e imagem da empresa.

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3 - Aspectos Ambientais

Levando em conta o contexto da logística reversa, não se pode deixar de mencionar a preocupação com o meio-ambiente, que é um dos principais pontos que a motivam. Segundo (LACERDA, 2002), a questão ambiental vem ganhando muita importância desde a década de 70, quando os consumidores passaram a cobrar das indústrias de bens de consumo ou serviços maior consciência ambiental e só a partir da década de 90 é que sua influência se mostrou mais intensa.

(DONAIRE, 1999) comenta a Responsabilidade Social implica um sentido de obrigação para com a sociedade. Esta responsabilidade assume diversas formas, entre as quais se incluem proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, planejamento da comunidade, equidade nas oportunidades de emprego, serviços sociais em geral, de conformidade com o interesse público.

Além disso, a logística reversa de pós-consumo tem como grande objetivo minimizar impactos ambientais, uma vez que retorna bens e materiais ao ciclo produtivo. As empresas que utilizam esse processo buscam um posicionamento ecologicamente correto no mercado, por meio do desenvolvimento sustentável e de sistemas de gestão ambiental.

Essa preocupação, que as empresas vêm tendo, diz respeito à consciência ambiental adquirida pelos consumidores. Um dos mais importantes movimentos sociais dos últimos anos, que está promovendo significativas transformações no comportamento da sociedade e na organização política e econômica, é a chamada Revolução Ambiental. A questão ambiental emergiu após a 2ª Guerra Mundial, pois pela 1ª vez a humanidade percebeu que os recursos naturais são finitos e que seu uso irracional pode representar o fim de sua própria existência.

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Para (BUTTER, 2003), a relação da logística reversa com o meio ambiente tem importância porque as constantes movimentações de materiais residuais, provenientes dos processos de fabricação e das devoluções de produtos, poderão causar de alguma forma acidentes ambientais. Então, um sistema de gestão ambiental quando implantado, fornece ferramentas e procedimentos que serão facilitadores, na condução da logística reversa dos resíduos sólidos.

Para (DONAIRE,1999), a questão ambiental nas empresas envolve: produtos obtidos de matéria-prima renováveis ou recicláveis, que não agridam o meio ambiente e com baixo consumo de energia no processo; processos com poluição controlada, mínima geração de resíduos, nenhum risco para os trabalhadores, baixo consumo de energia e eficiência na utilização dos recursos; conscientização ambiental, com objetivo de ser mais competitivo; padrões ambientais, para gerar novas oportunidades; comprometimento gerencial; capacitação do pessoal, treinamento em todos os níveis; capacidade da área de pesquisa e desenvolvimento desenvolver produtos ecologicamente corretos; e disponibilidade para investimentos em novas tecnologias.

Em meu entender, a legislação ambiental tende a se tornar cada vez mais exigente, obrigando as empresas a assumir cada vez mais responsabilidade em todo o ciclo de vida de seus produtos. Em outras palavras, as empresas serão cada vez mais legalmente responsáveis pelo destino dos produtos após sua entrega aos clientes, e pelo impacto que estes produzirem no meio ambiente.

Um segundo aspecto diz respeito ao aumento de consciência ecológica dos consumidores que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isto tem gerado por parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta”

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CAPÍTULO III

LOGÍSTICA REVERSA É A REALIDADE NAS CASAS

BAHIA

A empresa utilizada como unidade de análise de estudo é uma das mais populares redes de varejo de moveis e eletrodomésticos do Brasil, onde a preocupação com os descartes fez nascer uma política para a Logística Reversa.

A logística reversa de pós-consumo da empresa compreende o retorno de embalagens descartadas pelos clientes e pelas próprias lojas da rede após as entregas dos produtos como: embalagens plásticas, papelões, isopores, entre outros. Estes retornos se constituem basicamente das origens do projeto socioambiental das Casas Bahia conhecido como “Amigos do Planeta”.

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O Projeto Amigos do Planeta é um programa socioambiental que tem como objetivo engajar os mais de 56 mil colaboradores da rede para que atuem na preservação do meio ambiente, não só dentro da Casas Bahia como também nas suas respectivas comunidades. O programa foi implementado há pouco mais de dois anos em um projeto piloto formado pelo complexo da matriz, 09 lojas da grande São Paulo e o maior centro de distribuição da rede, localizado em Jundiaí (SP).

Idealizado no início de 2007 por um comitê formado por representantes de vários departamentos da empresa, tendo sido formatado de modo a sistematizar uma política corporativa socioambiental, levando em conta a cultura e o modelo de gestão da Casas Bahia. Desde então o projeto já encaminhou mais de 25 mil toneladas de materiais para reciclagem. O projeto poupa do meio ambiente diariamente o lixo gerado por uma cidade de mais de 35 mil habitantes. Entre os índices já alcançados, o programa também reduziu em 45% o volume de copos plásticos consumidos pelos colaboradores e em 20% o volume de papel. Além disso, já destinou para o descarte correto mais de quatro toneladas de pilhas baterias e 23 mil lâmpadas. Hoje, o projeto já envolve 116 lojas da cidade de São Paulo.

O programa está baseado no conceito dos 3R's (redução, reutilização e reciclagem de materiais) e inclui ações de conscientização e de mobilização e projetos de eco eficiência para redução do consumo de recursos naturais e energia elétrica.

O Projeto Amigos do Planeta conta com várias ferramentas, desde uma ampla campanha de conscientização, envolvendo freqüentes treinamentos dos colaboradores e iniciativas de comunicação, até a própria coleta seletiva de lixo, a partir da qual, plásticos, papéis, papelão, isopor, entre outros materiais, são enviados para uma Central de Triagem - CT -, construída e gerenciada pela própria empresa, instalada dentro do centro de distribuição da rede em Jundiaí (SP).

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Fig. 3 Centro de Triagem Reciclagem do Papel

A Logística reversa das embalagens que retira e dá destino correto a materiais como isopor, plástico e papelão que embalam as mercadorias entregues na casa dos clientes. Em 2008, a logística reversa representava 5% do volume total de materiais recicláveis processados na Central de Triagem. Hoje, três anos depois, esse processo já representa 50% do volume de isopor, plástico e papelão recolhido pela empresa. Além de prestar um serviço ao consumidor, destinando corretamente às embalagens, a rede contribui diretamente com o meio ambiente.

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Fig. 4 Bag com isopor

A central, que conta com 1.400 m2 de área, emprega hoje 60 colaboradores da região, entre pessoas que estavam desempregadas, ex-catadores de lixo, pessoas em seu primeiro emprego e deficientes físicos. Os materiais recicláveis que são enviados a CT são classificados, separados e

prensados em fardos, prontos para serem comercializados.

Para que os materiais sejam transportados até a Central de Triagem, o programa aperfeiçoou a logística da Casas Bahia: os caminhões que abastecem as lojas levam de volta para a CT os recicláveis que ficam armazenados nas filiais participantes do projeto piloto. Além dos recicláveis recolhidos, a equipe de entrega é orientada a praticar a logística reversa de embalagens, ou seja, levar para a Central de Triagem as caixas de papelão, isopor, entre outros materiais, descartados pelos clientes na hora do recebimento das mercadorias.

Além do retorno das embalagens para a reciclagem, há também outras iniciativas das Casas Bahia que estão nos Centros de Distribuição de Jundiaí (SP), Duque de Caxias (RJ), São José dos Pinhas (PR) e São Bernardo do Campo (SP). A Casas Bahia realiza a lavagem ecológica de caminhões, que

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será implementada nos demais depósitos da rede. O novo sistema reutiliza a água da lavagem dos veículos gerando uma economia mensal de 86%. Isso sem contar que todos os produtos usados na limpeza dos veículos são biodegradáveis.

Outro exemplo de reaproveitamento de materiais é o que acontece com os pneus dos caminhões da rede. Quando atingem sua vida útil, eles são recapados e novamente destinados ao uso. Se não for mais possível reaproveitá-los, esses pneus seguem para empresas recapadoras que transformam a borracha em pó, material utilizado como massa para asfalto.

O programa inclui, ainda:

• Implantação de caça pilhas em todas as lojas da rede, atendendo a norma do CONAMA;

• Confecção de produtos a partir de materiais reciclados, como estojos, bolsas e doação de outros matérias não recicláveis para artesanato.

• Utilização de papel branco “Carbono Zero”, cuja matéria prima utilizada para a produção provém de florestas bem manejadas. • No que compete à gestão de energia elétrica, o Amigos do

Planeta inclui a automação do sistema de ar condicionado e iluminação.

• Pontos de coleta seletiva nos restaurantes da empresa com separação de copos, guardanapos e plásticos dos talheres. Já na Indústria de Móveis Bartira, do grupo Casas Bahia, toda a madeira utilizada para fabricação dos móveis são retiradas de forma ambientalmente responsável. Além do processo de separação de materiais recicláveis, a Bartira utiliza cantoneiras biodegradáveis para embalagem dos móveis (redução de 50% do valor da embalagem) e reaproveita 50% do

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solvente utilizado em sua linha de produção com o descarte de acordo com a legislação ambiental vigente.

A verba proveniente da venda dos materiais é investida pela Casas Bahia em dois projetos sociais na área da educação: o Amigos do Planeta na Escola, em parceria com o IBS - Instituto Brasil Solidário, que atua em escolas de cidades do sertão brasileiro com baixíssimo índice de desenvolvimento humano em várias vertentes da educação - desde a implementação de bibliotecas e oficinas de arte-educação até a plantação de árvores, formação de hortas, coleta seletiva e reciclagem de lixo, além de palestras e atendimentos voltados à nutrição, saúde bucal e ocular.

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Fig. 6 Projeto Amigos do Planeta escovódromo na Escola.

O projeto ainda permite novas oportunidades como reformas de escolas, bolsas para os melhores alunos e professores, entre outras ações que possibilitarão melhorias em todas as áreas do trabalho. O Amigos do Planeta é o mantenedor do programa do IBS que atuará, por 24 meses, nos municípios de Jaíba (MG), Iraquara (BA), Bendegó (BA), Poço Redondo (SE), Poço das Trincheiras (AL), Manari (PE) e Cabaceiras (PB), além de outras três cidades por onde o IBS já passou para multiplicação das ações realizadas: São Raimundo Nonato (PI) , Balsas (MA) e Crateús (CE). Entre os novos municípios, que serão atendidos pelo Amigos do Planeta na Escola, está à cidade com o mais baixo IDH do Brasil, o menor índice pluviométrico e o pior índice de alfabetização do País. Os resultados de 2009 comprovam a grandeza do projeto: Nas três expedições realizadas em 2009, 603 professores foram capacitados com 25 mil crianças beneficiadas. Na área da saúde foram

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realizados 2.584 atendimentos. O projeto também distribuiu no ano 6.682 kits escolares e doou 73.034 livros.

Nesses dois primeiros anos, as bibliotecas escolares receberam mais de 126 mil livros; 183 oficinas de arte educação ganharam espaço nas atividades extracurriculares e 1.800 professores foram capacitados pelo programa. As cidades também receberam, juntamente com o apoio à educação, estímulos para o desenvolvimento de áreas prioritárias para comunidades tão distantes dos centros urbanos, como saúde e meio ambiente. Exemplo dessa força tarefa foi à distribuição de óculos de grau para as crianças, além de atendimento médico e dentário para os estudantes e suas famílias, montagem de hortas comunitárias, escovódromos, programas de coleta e reciclagem de lixo e a construção de caixas de reutilização de água para servir ao consumo das escolas.

As atividades extra-escolares, por sua vez, contaram para a sua realização, com a doação de equipamentos à primeira vista distantes da realidade das crianças do sertão nordestino como máquinas fotográficas, computadores, filmadoras, aparelhos para transmissão de programas de rádio e para a elaboração de jornais impressos. Para o novo biênio de atuação do Amigos do Planeta na Escola - 2011/ 2013 - as seguintes cidades serão atendidas: Tamboril (CE), Barreirinhas (MA), Quatipuru (PA), Alto Paraíso (GO), Irecê (BA) e Palmeiras, também na Bahia.

Além das visitas, quando são realizadas as atividades do projeto, a caravana contará com mais duas cidades estratégicas: Crateús (CE), onde será incentivado o trabalho de coleta seletiva municipal, e Iraquara (BA), na comunidade Quixaba, que será beneficiada com o apoio do IBS na organização de uma associação e pequena fábrica voltada à produção de biscoitos caseiros.

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Em outra frente, é desenvolvido o Amigos do Planeta-Inclusão Digital, projeto itinerante que tem como objetivo capacitar pessoas por meio da educação e inclusão digital. Iniciado em 2009, o programa conta com caminhão com estrutura de uma escola de informática e tendas alocadas nas comunidades onde são oferecidas palestras, cursos e oficinas gratuitos, com ênfase na educação digital e atividades de profissionalização.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho procurou descrever, a partir das bases conceituais relacionadas á logística reversa, algumas das atividades de logística reversa pós-consumo, Logística reversa praticada nas próprias lojas da rede e dentro da empresa com outras iniciativas executadas nas Casas Bahia.

O trabalho desenvolvido alcançou seu objetivo principal que é mostrar a evolução da Logística Reversa nas Casas Bahia no seu desenvolvimento nos dias de hoje. Durante o desenvolvimento do trabalho observamos alguns pontos que devem ser ressaltados: a preocupação da empresa com as embalagens descartadas pelos clientes após as entregas dos produtos, com impactos positivos para o Meio Ambiente das cidades onde atua; o foco na melhoria das vidas de crianças e colaboradores que de uma forma direta ou indiretamente participam ou necessitam do projeto “Amigos do Planeta”, preocupando-se em influenciar os seus e empregados e moradores da região a assumirem uma postura sócio-ambientalmente responsável.

Ficou claro que, de uma forma indireta, a utilização da logística reversa pode ser utilizada para o fortalecimento da imagem da instituição como empresa com responsabilidade socioambiental.

As Casas Bahia pretendem estender o projeto “Amigos do Planeta” para outras filiais da empresa, de maneira gradual, a partir dos Centros de Distribuição da rede. A expectativa do projeto é abranger todas as lojas do Estado paulista e depois seguir para outros estados em que a Casas Bahia mantém operações.

Como Sugestão para a empresa estuda sugere-se:

a) Efetuar um estudo profundo sobre a viabilidade de um sistema de informações via internet, voltado para a atividade de logística

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reversa realizadas na empresa, linkado ao projeto oferecido pela empresa.

b) Realizar um estudo visando levantar as ações que trazem um retorno socioambiental sustentável e verificar a possibilidade de explorá-las, uma vez que poucas pessoas tomam conhecimento das inúmeras ações patrocinadas pelas Casas Bahia. Neste estudo poderia ser verificado junto á diretoria de Marketing e a diretoria de Responsabilidade Socioambiental ou Comunicação/Imprensa a possibilidade da adoção de uma estratégia mais profunda de composição da imagem das Casas Bahia como uma empresa socialmente responsável.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito de Logística 11

CAPÍTULO II - Logística Reversa 17

1- Logística Reversa 17

2- Logística Reversa Como um Diferencial

Competitivo 24

3 - Aspectos Ambientais 27

CAPÍTULO III - Logística Reversa é a realidade

nas Casas Bahia 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

Referências

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