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23/5/2012. UNIP Universidade Paulista A CIDADE ANTIGA. Luis Augusto Pinheiro de Sá Direito T-832HF3

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23/5/2012

UNIP – Universidade Paulista

A CIDADE ANTIGA

Luis Augusto Pinheiro de Sá

Direito

T-832HF3

(2)

LUIS AUGUSTO PINHEIRO DE SÁ

A CIDADE ANTIGA

Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas – APS. Segundo Semestre do Curso de Direito apresentado à Universidade Paulista - UNIP.

Orientador: Profª. Vânia Franzim

SÃO PAULO 2012

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho em memória ao meu Pai Hamilton Pinheiro de Sá por ter me ensinado o caminho certo na vida e na conduta sendo uma pessoa digna, respeitosa e acima de tudo um grande Advogado.

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“A maior conquista, porém a mais difícil e definitivamente a mais relevante, é a que o ser humano fez – e faz – de si mesmo, ao longo do processo em que a humanidade se desenvolveu como espécie.”

(José Gregori, Direitos Humanos no Cotidiano, 2ª edição, Ministério da justiça, 2001, p. 20.)

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1

A Cidade Antiga

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2

Sumário

Livro I – Antigas crenças ...5

Capítulo I – Crenças sobre a alma e sobre a morte ...5

Capítulo II – O culto dos mortos ...5

Capítulo III – O fogo sagrado...5

Capítulo IV – A Religião doméstica ...6

Livro II – A família ...6

Capítulo I – A religião foi o primeiro constitutivo da família antiga ...6

Capítulo II - O casamento ...7

Capítulo III - Da continuidade da família; celibato proibido; divórcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre filho e filha. ...7

Capítulo IV - Da adoção e da emancipação ...8

Capítulo V – Do parentesco do que os romanos chamavam de agnação ...8

Capítulo VI – O direito de propriedade ...9

Capítulo VII – o direito de sucessão ...9

1º) Natureza e princípio do direito de sucessão entre os antigos...9

2º) O filho herda, não a filha ... 10

3º) Da sucessão colateral ... 10

4º) Efeitos da emancipação e da adoção ... 10

5º) Originalmente, não se conhecia o testamento ... 10

6º) O direito de primogenitura ... 10

Capítulo VIII – A autoridade na família ... 10

1º) Princípio e natureza do poder paternal entre os antigos ... 10

2º) Enumeração dos direitos que compunham o poder paternal ... 11

Capítulo IX – A antiga moral da família ... 11

Capítulo X – A gens em Roma e na Grécia ... 11

1º) o que os escritores antigos nos ensinam sobre as gens ... 11

2ª) Exame de algumas opiniões que foram aventadas para explicar a gens romana .... 11

3º) A gens é a família ainda com a sua organização primitiva e a sua unidade ... 12

4º) A família (gens) foi inicialmente a única forma de sociedade ... 12

LIVRO III – A cidade ... 12

Capítulo I – A fratria e a cúria; a tribo ... 12

Capítulo II – novas regras religiosas ... 13

(7)

3

2º) Relação dessa religião com o desenvolvimento da sociedade humana ... 13

Capítulo III – Forma-se a cidade ... 13

Capítulo IV – A urbe ... 13

Capítulo V – O culto do fundador; A lenda de Enéias ... 14

Capítulo VI – Os deuses da cidade ... 14

Capítulo VII – A religião da cidade ... 14

1º) Os banquetes públicos ... 14

2º) As festas e o calendário ... 14

3º) O censo ... 14

4º) A religião na assembleia, no Senado, no tribunal, no exército; o triunfo ... 15

Capítulo VIII – Os rituais e os anais ... 15

Capítulo IX – Governo da cidade. O rei ... 15

1º) A autoridade religiosa do rei ... 15

2º) A autoridade política do rei ... 15

Capítulo X – O magistrado ... 16

Capítulo XI – A lei ... 16

Capítulo XII – O cidadão e o estrangeiro ... 16

Capítulo XIII – o patriotismo – o exílio ... 16

Capítulo XIV – Do espírito municipal ... 17

Capítulo XV – relações entre as cidades; a guerra; a paz; a aliança dos deuses ... 17

Capítulo XVI – O romano; o ateniense ... 17

Capítulo XVII – Da onipotência do estado; os antigos não conheceram a liberdade individual ... 17

Livro IV - As Revoluções ... 18

Capítulo I – Patrícios e clientes ... 18

Capítulo II – Os plebeus ... 18

Capítulo III – Primeira revolução ... 18

1º) Os reis perdem a autoridade política ... 18

2º) História dessa revolução em Esparta... 18

3º) A mesma revolução em Atenas ... 19

4º) A mesma revolução em Roma ... 19

Capítulo IV– A Aristocracia governa as cidades ... 19

Capítulo V– Segunda revolução; mudanças na constituição da família; desaparece o direito de primogenitura; a “gens” desmembra-se ... 19

(8)

4

Capítulo VI – Os clientes libertam-se ... 20

1º) Que era a clientela inicialmente e como se transformou ... 20

2º) Desaparece a clientela em Atenas; obra de Sólon ... 20

3º) Transformação da clientela em Roma ... 20

Capítulo VII - Terceira revolução. A plebe passa a fazer parte da cidade ... 21

1º) História geral dessa revolução ... 21

2º) História dessa revolução em Atenas ... 21

3º) História dessa revolução em Roma ... 21

Capítulo VIII – Mudança no direito; o código das doze tábuas; o código de Sólon ... 22

Capitulo IX – Novo princípio de governo; o interesse público e o voto... 23

Capítulo X – Uma aristocracia da riqueza tenta constituir-se; estabelecendo da democracia; quarta revolução ... 23

Capítulo XI – Regras do governo democrático; exemplo da democracia ateniense ... 24

Capítulo XII – Ricos e pobres; morre a democracia; os tiranos populares ... 24

Capítulo XIII – Revolução de Esparta ... 25

Livro V – Desaparece o regime municipal ... 25

Capítulo I – Novas crenças; a filosofia muda as regras da política. ... 25

Capítulo II – A conquista Romana ... 26

1º) Algumas palavras sobre as origens e a população de Roma ... 26

2º) Primeiros crescimentos de Roma (753-350 antes de Jesus Cristo ... 26

3º) Como Roma adquiriu o império (350-140) antes de Jesus Cristo ... 26

4º) Roma destrói em toda parte o regime municipal ... 27

5º) Os povos subjugados entram sucessivamente na cidade romana ... 27

Capítulo III – O cristianismo muda as condições do governo ... 27

Bibliografia ... 28

Questionário ... 29

1 - Discorra sobre a religião doméstica. ... 29

2 – Defina família e compare o conceito de família na atualidade. ... 29

3 – Discorra sobre a adoção e emancipação e compare com o Código Atual... 30

4 – Explique o conceito de Cidade sua formação. ... 31

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Livro I – Antigas crenças

Capítulo I – Crenças sobre a alma e sobre a morte

Tão logo iniciamos esta obra de Futsel de Coulanges, A Cidade Antiga, sobre a história da Grécia e de Roma, notamos que as crenças sempre fizeram parte da história da humanidade.

Um assunto que de longe toma a consciência de todos, das mais antigas civilizações às atuais, é sobre o que acontece com a alma depois da morte.

Antigamente acreditava-se que a alma era enterrada juntamente com o falecido e que ali permanecesse, uma vez que nascia e morria com o indivíduo.

Desta forma surgiu a necessidade da sepultura, para que a alma permanecesse junto de seu corpo.

Toda a cerimônia girava em torno de rituais e fórmulas fúnebres para que se ali repousasse eternamente feliz.

Assim, em determinados momentos, levava-se alimentos e flores para que a alma pudesse se alimentar e permanecer satisfeita após este banquete fúnebre.

Capítulo II – O culto dos mortos

Os rituais se tornaram uma regra de conduta que duraram até o triunfo do cristianismo.

Todos eram tratados com igualdade, independentemente de serem pobres ou ricos e cada qual era considerado um Deus em particular.

Para que os mortos gozassem de uma existência bem aventurada, havia a necessidade de que os alimentos oferecidos aos mortos fossem trazidos regularmente pelos vivos e familiares, caso contrário esta alma sairia de seu túmulo para atormentar os vivos.

Acreditava-se que a partir desta época, o homem começava a crer na religião, dando um sentimento de esperança para depois da vida.

Capítulo III – O fogo sagrado

O fogo era considerado uma obrigação entre gregos e romanos e não podia sequer se apagar e suas casas, devendo permanecer aceso, mas não por qualquer madeira, mas por madeira especial, para que se mantivesse puro.

Eles viam no fogo de suas lareiras, um deus que cuidava de seus homens, de sua casa e familiares.

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6 O homem não saía de sua casa sem antes invocar o deus ou o fogo e também era a primeira coisa que fazia quando retornava ao seu lar.

Da mesma forma que os mortos eram alimentados, o fogo também deveria ser e a partir de então, nasce o que se chamou de Religião da Lareira, o Deus do Lar.

Este Deus foi considerado o mais importante de todos por muitos séculos.

Capítulo IV – A Religião doméstica

Esta outra fase da história direcionava a religião a um único deus e a todos sem distinção.

O que ocorria era que com o culto dos mortos, os enterros eram sempre perto das residências, onde os familiares, em especial, os varões, pudessem alimentá-los conforme o culto sagrado.

Os mortos que não deixavam filhos, não recebiam oferendas e ficavam expostos a fome eterna.

Cada ente falecido era o deus único de cada família, assim como também era o fogo.

Todos estes deuses, do fogo, dos lares e os manes eram chamados de deuses do interior, pois ficavam escondidos cada um dentro de sua casa, especialmente nos cômodos fechados e longe de olhares de terceiros.

Assim esta religião doméstica tinha suas regras uniformes onde cada família gozava de sua independência.

Os deuses eram sempre os Pais, homens da família, que passavam de geração a geração o conhecimento dos cultos e que certamente seus filhos um dia também seriam cultuados por seus familiares. A mulher somente participava.

A ideia da mulher não ser cultuada, trouxe consequências gravíssimas ao Direito Privado e na constituição familiar.

Livro II – A família

Capítulo I – A religião foi o primeiro constitutivo da família antiga

Como cada casa possuía seu altar e ao redor uma família e em torno dela uma família reunida, tinha também uma segunda morada que era ao lado de fora da casa onde descansavam os familiares falecidos, sendo reunidos como uma família indissolúvel.

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7 A família antiga era uma associação religiosa e através dos cultos a mulher só passava a ser tida como membro na medida em que o casamento a tiver iniciado no culto.

O filho emancipado passa a não fazer parte da família e o filho adotado passava a se tornar um membro familiar não por laços de sangue mas pelos laços do culto sagrado.

Os direitos a herança passam a ser regulados através da participação nestes cultos e não em ordem de nascimento.

Capítulo II - O casamento

O casamento passa a ser a primeira instituição que a religião doméstica estabelecia.

O laço conjugal entre amigos passa e exigir dois cultos religiosos, cada qual com suas famílias, seus deuses e seus cultos.

A mulher ao se casar abandonava sua religião doméstica e passava a praticar seus cultos religiosos com a família de seu marido.

O casamento era um ato grave para a moça pois mudava de religião e de altar e tinha que adorar os falecidos do marido então os seus antepassados.

O casamento era composto de três fases, a primeira diante da lareira do pai, a segunda era a passagem para a família do marido e sua lareira e finalmente a terceira fase eram seu novo lar.

O casamento era compreendido como uma união indissolúvel e a separação era quase impossível.

Capítulo III - Da continuidade da família; celibato proibido; divórcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre filho e filha.

Passada a fase onde a felicidade do morto dependia de seus entes em vida, e consequentemente das oferendas enquanto tivesse família, começava a fase onde renascia o princípio fundamental do direito doméstico.

Na época dizia-se que a extinção da família causava a ruína da religião familiar e por isso, que em Atenas havia uma lei que encarregava o primeiro magistrado de zelar para que nenhuma família se extinguisse.

Foi então que se proibiu o celibato, aonde com o casamento vinham os filhos que dariam continuidade ao laço do culto.

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8 Mais adiante notaram que um filho nascido fora da cerimônia religiosa também não tinha direito a herança.

Começava então um problema. Se nascesse uma menina, esta ao se casar iria se juntar à família do marido renunciando a sua e não estaria cumprindo o objetivo do casamento.

Esta família não teria continuidade e por esta razão era necessário que se tivesse um varão para dar prosseguimento com o culto familiar. O filho era o salvador do lar paterno.

Capítulo IV - Da adoção e da emancipação

O dever de perpetuar o culto foi o princípio do direito de adoção entre os antigos.

Pela obrigação da continuidade do culto, nas a família em que a mãe natureza não lhe dava um filho homem, era possível adotar um menino para que cumprisse a tal tarefa.

Adotar um filho era zelar pela perpetuação da religião doméstica, mas este filho adotivo deveria renunciar a sua religião e seus antepassados para poder cultuar a nova família, onde, para ele, era uma nova religião.

A adoção correspondia como correlativo a emancipação e era a renúncia ao culto da família onde nascera.

Capítulo V – Do parentesco do que os romanos chamavam de agnação

O parentesco era a continuidade dos mesmos deuses domésticos e sempre através do varão.

Neste sistema o parentesco através da linha feminina, não ara admitido e isto também era entendido no ocidente através dos jurisconsultos como agnação.

A agnação era o parentesco como a religião o havia estabelecido e o vínculo de sangue não era suficiente para se completo, pois havia a necessidade do vínculo do culto.

Desta forma não era no nascimento que se verificava e se fundava o parentesco, mas somente no culto que se reconheciam os ágnatos.

Quando na época esta religião começou a perder forma, o parentesco através do sangue começava a falar mais alto e passou a ser reconhecido de direito.

O parentesco passa a ser chamado de cognatio e era completamente independente das regras da religião doméstica.

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9 Os dois meios de herança, pelo culto ou pelo nascimento, passam a disputar o domínio do direito, onde somente o parentesco de agnação era o que conferia os direitos à herança.

Capítulo VI – O direito de propriedade

O direito de propriedade vinculava o que o indivíduo dele colhia ou usufruía, mas não a terra em si, onde cada indivíduo era dono apenas da plantação ou do rebanho que na propriedade se encontrava.

Por outro lado, nos povos da Grécia acontecia o contrário, onde os cidadãos eram obrigados a por em comum suas colheitas e ao mesmo tempo eram proprietários das terras.

O sentido de propriedade já vinha acontecendo quando a família se vinculava à sua lareira e esta ao solo onde ficava clara a relação estrita entre a família e o solo.

O espaço traçado pela religião e protegido por ela foi a marca do direito de propriedade, onde o cidadão considerava o seu deus pela sua lareira e seu culto. Este era o se domínio isolado, a sua propriedade.

O túmulo também foi estabelecido como a propriedade dos mortos e assim deveria ficar no solo da família para poder receber as oferendas.

Cada propriedade tinha seu túmulo familiar e desta maneira cada família deveria permanecer em sua propriedade.

A terra onde repousavam os mortos era inalienável e imprescritível e a sepultura estabelecera a união indissolúvel da família com sua terra, ou seja, a propriedade.

Desta forma conclui-se que o direito de propriedade foi garantido através da religião e não das leis, não do indivíduo atualmente vivo, mas do deus doméstico;

Capítulo VII – o direito de sucessão

1º) Natureza e princípio do direito de sucessão entre os antigos

Este princípio se deu através da religião doméstica onde a herança era de varão para varão e por assim dizer, se obedecia a uma ordem natural e obrigatória do culto.

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2º) O filho herda, não a filha

Como a filha renunciava ao culto do pai ao se casar, não tinha direito a herança e desta forma, como também era uma regra do culto, era transmitido de varão para varão.

3º) Da sucessão colateral

Como a filha não herdava nada do pai, a sucessão se dava através de familiares próximos.

O pai que não deixava um filho acabava buscando seu herdeiro através da filha, que ao se casar, deveria gerar um filho homem para dar continuidade à sucessão.

Caso o pai morresse sem deixar filhos ou filhas, o herdeiro seria seu irmão, ou filho dos irmãos, mas sempre entre varões e descendentes de varões.

4º) Efeitos da emancipação e da adoção

Com a emancipação o homem se desligava do culto paterno e a adoção o iniciava em outra religião.

Estes dois acontecimentos significavam a quem ele deveria obedecer e cultuar e posteriormente herdar, uma vez que a herança era passada ao varão que estivesse dando continuidade no culto, não necessariamente sendo filho de sangue e podendo ser adotado.

5º) Originalmente, não se conhecia o testamento

Por sua vez, o testamento não era reconhecido porque o que o defunto deixava já tinha destino certo, que era a família.

Os bens eram transmitidos do morto ao vivo em virtude de regras estabelecidas pela religião.

6º) O direito de primogenitura

O primogênito era considerado aquele que daria continuidade ao dever do culto e os demais eram apenas frutos do amor.

Também o filho mais velho era quem herdava todos os bens e se tornava o chefe da família.

Capítulo VIII – A autoridade na família

1º) Princípio e natureza do poder paternal entre os antigos

Este princípio tinha como base o fato do pai estar mais próximo da lareira e consequentemente era ele quem ditava as fórmulas da prece. O pai era o senhor do lar e a mulher apenas participava dos atos religiosos, onde ela jamais teria uma lareira própria.

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2º) Enumeração dos direitos que compunham o poder paternal

O pai da família era considerado:

a) Chefe religioso por ser o responsável pela perpetuidade do culto e da família; b) Senhor da propriedade por ser o único usufrutuário onde a propriedade era

indivisível e se baseava somente na pessoa do pai;

c) Como juiz porque a justiça se encontrava em casa onde o pai era o chefe da

família e exercia sua função como um tribunal e seu poder não tinham limites.

Capítulo IX – A antiga moral da família

De progresso em progresso, a moral foi crescendo e dando um sentido único às famílias. Seu início na religião demonstrava que o pai ainda era o senhor da lei em sua família e em sua terra.

A moral doméstica aparece como um sentimento natural onde o homem e a mulher são unidos para sempre e os deveres do casal eram rigorosos e o esquecimento destas tarefas traziam consequências gravíssimas na vida u após a morte.

Da mesma forma que a moral dizia que era o homem quem comandava e a esposa apenas obedecia, mas em contra partida, era ela quem tinha o dever e a responsabilidade de zelar para que a lareira não se extinguisse.

A antiga moral foi ordenada pelas crenças domésticas e teve início no isolamento da família.

Capítulo X – A gens em Roma e na Grécia

As gens eram uma instituição encontrada entre os jurisconsultos romanos e os escritores gregos, que tiveram grande vigor nos primeiros tempos das sociedades grega e italiana.

1º) o que os escritores antigos nos ensinam sobre as gens

As gens compreendiam toda uma família, unida pela religião ou pelo sangue mas também tinham seu chefe supremo, seu juiz, sacerdote e ao mesmo tempo comandante militar.

2ª) Exame de algumas opiniões que foram aventadas para explicar a gens romana

As gens eram consideradas como uma espécie de parentesco familiar, uma semelhança ao nome ou para outros, simplesmente a relação entre uma família que exerce a patronagem e outras que eram clientes.

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12 O sistema das gens apresentava contra si, a velha legislação do direito de herança, as crenças religiosas não permitiam a comunidade do culto onde não houvesse comunidade do nascimento e os termos da língua que atestavam na gens uma origem comum.

3º) A gens é a família ainda com a sua organização primitiva e a sua unidade

Antes eram apenas parentescos e semelhanças familiares que mais tarde passaram a ser consideradas realmente como a própria família, a mesma que derivou naturalmente da religião doméstica e do direito privado dos tempos antigos.

Da mesma forma que lareira, túmulo e patrimônio eram indivisíveis, a família também era.

4º) A família (gens) foi inicialmente a única forma de sociedade

Cada família tinha sua religião, seus deuses, seu sacerdócio e também sua propriedade que era inseparável pela religião. Tinha também seu chefe, como uma nação, um rei.

Grupos familiares que viviam isolados e com pouca relação entre si, formaram os primeiros grupos ou sociedades, onde cada qual mantinha o seu domínio, seu governo interno, formando assim uma sociedade.

LIVRO III – A cidade

Capítulo I – A fratria e a cúria; a tribo

A religião doméstica não aceitava que duas famílias se misturassem e se fundissem, mas era possível que isto acontecesse caso fosse para a celebração de um culto comum.

A esta união dava-se o nome de fratria ou cúria.

Como acontecia em cada família, nas fratrias ou cultos, também havia um chefe, curião ou fratriarca, cuja era presidir os sacrifícios.

Começava então mais um modelo de sociedade, onde se promulgavam decretos em seus tribunais.

Com a união das fratrias ou cúrias, surgiram as tribos e novamente se tinham em comum, o altar, a religião e sua divindade protetora.

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Capítulo II – novas regras religiosas 1º) Os deuses da natureza física

O homem buscava seu deus da ama humana ou da natureza física. Este sentimento o levou à concepção de um deus único que rege o universo.

O mundo exterior levou o homem a ter o seu deus através dos astros, sol ou lua, ou mesmo através das simples coisas como a água do rio, uma árvore ou uma nuvem.

2º) Relação dessa religião com o desenvolvimento da sociedade humana

As diversas sociedades começaram a ver que seus deuses, apesar de terem nomes diferentes, eram os mesmos, como o sol, a terra, a nuvem etc.

A esta teoria conclui-se que as gerações futuras começavam a ter o mesmo pensamento, a mesma religião e o mesmo propósito.

Capítulo III – Forma-se a cidade

As cidades surgiram quando as famílias começaram a se unir no culto comum e devido as grande número de pessoas, formaram-se as fratrias ou cúrias, que da mesma forma se uniram formando as tribos e posteriormente as cidades. Todas as uniões se baseiam nos cultos religiosos.

A cidade era uma confederação onde se respeitavam a independência religiosa das tribos, das cúrias e das famílias.

Cada ateniense podia então fazer parte de quatro sociedades distintas ao mesmo tempo, sendo membro de uma família, de uma fratria, de uma tribo e uma cidade. Não se entrava nas quatro situações ao mesmo tempo, no mesmo dia, mas sim através de situações decorrentes na linha do tempo.

As mesmas regras descobertas e estabelecidas nas famílias aplicam-se sucessivamente às fratrias, às tribos e à cidade.

Capítulo IV – A urbe

As urbes surgiam sempre de um ato religioso e eram erguidas em um único dia e de uma só vez.

Com a formação das cidades, logo se formavam as urbes, que seriam o santuário desse culto comum.

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Capítulo V – O culto do fundador; A lenda de Enéias

Aquele que executava o ato religioso para a constituição da urbe era cultuado após sua morte, através de poemas.

A lenda de Enéias está entre um dos poemas mais antigos e o mais lembrado porque o seu tema o tornara caro a uma cidade e suas belezas o tornaram precioso para todos os povos e todos os séculos.

Capítulo VI – Os deuses da cidade

Como cada família tinha sua lareira, cada cidade também tinha seu altar onde o fogo sagrado era sempre alimentado.

Desta forma cada cidade tinha o seu deus que só pertencia a ela e também tinha seu grupo de sacerdotes, sua coletânea de preces e práticas secretas. Cada cidade tinha seu deus, seus dogmas, seu culto.

Capítulo VII – A religião da cidade 1º) Os banquetes públicos

Os banquetes públicos eram a principal cerimônia do culto da cidade e acreditavam que a salvação da cidade dependia de sua realização.

2º) As festas e o calendário

Os ritos precisavam ser rejuvenescidos a cada ano através de uma cerimônia religiosa a qual chamavam este dia de natal. Havia também a festa do limite da cidade, Amburbalia, e das fronteiras do território, Ambarvalia, onde todos se vestiam de branco e cantavam em procissões ao redor da cidade.

Havia também a festa do fundador onde cada alma invocada exigia um culto. Também contavam com a festa do campo, da lavoura, da semeadura, da floração e das vindimas, onde cada ato do agricultor era executado com hinos sagrados.

Tudo era ordenado pela religião, da poda ao dia certo de se beber o vinho. Como eram muitas festas, a introdução de uma nova celebração era preciso encontrar um dia do ano para fazer sua consagração. O calendário era então uma sucessão de festas religiosas.

3º) O censo

A cerimônia mais importante era chamada de purificação e o magistrado encarregado de praticá-la era o censor, que por sua vez, distribuía o povo nas cerimônias, colocando em ordem os senadores, os cavaleiros e as tribos.

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4º) A religião na assembleia, no Senado, no tribunal, no exército; o triunfo

A religião tomava conta de todos os atos públicos. Nas assembleias tinham uma prece inicial e depois um sacrifício era oferecido pelos sacerdotes.

O senado se reunia em um templo e tudo que fosse realizado fora deste ambiente não tinha validade.

A justiça também só funcionava na cidade e a sessão do tribunal ocorria junto ao altar e começava com um sacrifício.

Na guerra, a religião era tão importante quanto a paz e ditava a ordem de atacar e se defender.

Um sacrifício era oferecido a cada vitória e desde então surgiram os triunfos.

Capítulo VIII – Os rituais e os anais

A união das famílias até chegar à constituição das cidades, passando pela cúria e a tribo, era baseada na religião.

A religião em si não tinha o significado como o temos hoje, simplesmente se baseava nos rituais sagrados e suas adorações. Toda cidade tinha seus rituais guardados em livros, tábuas de madeira, em telas ou mesmo em chapas de cobre.

A história começava a ser escrita com a fundação da cidade, através de suas lendas, cultos e heróis.

Nos livros anotavam-se tudo, desde as epidemias até as batalhas vitoriosas ou não.

A história era escrita por sacerdotes e significava aos cidadãos aquilo que eles deveriam crer e o que deveriam adotar. Eram verdadeiros anais onde toda a vida de uma cidade era anotada.

Capítulo IX – Governo da cidade. O rei 1º) A autoridade religiosa do rei

Era o rei quem tomava conta do fogo, pois era o chefe do culto, fazia o sacrifício, pronunciava a prece e presidia as refeições religiosas.

2º) A autoridade política do rei

A autoridade antiga vinha desde o chefe da família e depois, com a fundação das cidades, passou a ser ditada pelo rei, que era o sacerdote, ao mesmo tempo magistrado, juiz e chefe militar.

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16 Como o sacerdócio foi hereditário e com ele o poder, a autoridade decorreu do culto do fogo sagrado, onde a religião fez o rei na cidade da mesma forma que fez o chefe da família em casa. Era uma realeza meio religiosa e meio política.

Capítulo X – O magistrado

O magistrado que veio a substituir o rei foi como ele, um sacerdote e ao mesmo tempo um chefe político. Este magistrado tinha o título temporário e sagrado de rei.

Capítulo XI – A lei

A lei foi, sobretudo, uma parte da religião e os antigos códigos das cidades eram um conjunto de ritos, protocolos litúrgicos, de preces ao mesmo tempo disposições legislativas onde as normas do direito de propriedade e do direito de sucessão estavam dispersas no maio das regras sobre sacrifícios, sepulturas e cultos dos mortos.

O código das doze tábuas continham prescrições minuciosas sobre ritos religiosos e a obra de Sólon era ao mesmo tempo um código, uma constituição e um ritual.

Foi através destas inscrições que foram geradas as leis e através das leis das cidades que elas foram conhecidas.

Em princípio, a lei era imutável, pois era divina porque entre os antigos sempre foi santa, passando a ser a rainha dos reis no tempo dos reis e foi a rainha dos povos no tempo das repúblicas.

Capítulo XII – O cidadão e o estrangeiro

A grande diferença entre o cidadão e o estrangeiro era o fato do cidadão ser o homem que tinha a religião da cidade ao passo que o estrangeiro era aquele que não tinha acesso ao culto, não tinha a proteção dos deuses e nem sequer podiam invocá-lo.

Excluir um estrangeiro era velar a cerimônia santa e admiti-los era como permitir a participação na religião e nos sacrifícios, apesar desta aceitação ser uma violação aos direitos fundamentais do culto nacional.

Capítulo XIII – o patriotismo – o exílio

Para os antigos, a pátria era a terra dos pais, era parte do solo em que sua religião doméstica, era o terreno da família e era o que mantinha o homem atado por um vínculo sagrado.

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17 O exílio era a punição mais comum pelos grandes crimes porque era uma interdição ao culto, era proibir-lhe o fogo e a água, o qual o mantinha fora da religião. O exilado por sua vez perdia sua lareira, sua liberdade, a pátria, a mulher e filhos.

Capítulo XIV – Do espírito municipal

Como cada cidade tinha sua própria religião, suas leis, suas festas e seu calendário, não se admitiam a associação humana entre pessoas de diferentes cidades.

Não se admitia nada em comum entre duas cidades e com a derrota, uma cidade cessava sua existência e outra se tornava um estado soberano.

Capítulo XV – relações entre as cidades; a guerra; a paz; a aliança dos deuses

Quando duas cidades entravam em guerra, não eram apenas entre homens mas entre deuses também.

Cada cidade tinha seu exército e seus deuses e as guerras podiam fazer desaparecer de uma só vez, seu nome e a raça de um povo por inteiro.

Por outro lado, a paz era proclamada não por uma palavra dada, mas por um ato religioso e estas convenções tinham um caráter sagrado e inviolável o qual trazia uma aliança entre os deuses.

Desta forma as duas cidades passavam a ser aliadas através da religião.

Capítulo XVI – O romano; o ateniense

O Romano era o nobre, o poderoso, o guerreiro, o magistrado, o cônsul, o agricultor e o comerciante e sempre e em toda parte era o sacerdote, o qual tinha seus pensamentos voltados aos deuses.

O ateniense era inconstante, caprichoso, um livre pensador e tinha respeito pelas velhas tradições e velhos ritos. Sua religião se baseava nos entes passados e nos heróis e tudo que se referia à antiguidade era sagrado a eles.

O ateniense creia nos presságios, em um simples espirro e nem um zumbido o fazia interromper seus afazeres.

Capítulo XVII – Da onipotência do estado; os antigos não conheceram a liberdade individual

A sociedade era fundada sobre a religião e constituída como igreja, disso deriva o império absoluto que exercia sobre seus membros e também a inexistência

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18 da liberdade individual, já que a vida dos membros era regrada pelo Estado. O governo ganhou vários nomes (monarquia, aristocracia. democracia), mas nunca o homem ganhou verdadeira liberdade.

Livro IV - As Revoluções

Capítulo I – Patrícios e clientes

Com o nascimento das cidades através das famílias e das tribos, começaram a surgir princípios de desigualdade nas famílias entre o filho primogênito e os demais, os quais tinham que obedecer à única autoridade: o primogênito. As crenças e os interesses dos homens entraram em conflito com o sistema e o regime desapareceu devido à grande pressão.

A distinção entre estas duas classes era manifestada nos que se referia aos interesses materiais.

Esta distinção também era demonstrada na religião onde o cliente apenas assistia às cerimônias enquanto somente os patrícios eram quem as executavam.

Capítulo II – Os plebeus

A princípio os plebeus não estavam incluídos no povo que no momento só compreendiam os patrícios e os seus clientes.

O plebeu por sua vez não tinha culto e não conhecia a família santa, não tinham lareiras e não possuíam o altar doméstico, não tinham família nem autoridade paternal.

Para o plebeu, não havia lei nem justiça, pois a lei era a decisão da religião.

Capítulo III – Primeira revolução

1º) Os reis perdem a autoridade política

O rei por ser o chefe religioso da cidade, queria ter o poder nas mãos e muitos não queriam mais se submeter às suas vontades. Travou-se uma batalha, em todas as cidades, entre os aristocratas e o rei.

A realeza acabou vencida, ficando, portanto apenas com sua autoridade sacerdotal mas sem a autoridade política.

2º) História dessa revolução em Esparta

Em Esparta aconteceu o mesmo que em muitas cidades, onde a revolução confirmou o sacerdócio hereditário.

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19 Desta forma era o rei que continuava comandando porque tinha a religião nas mãos mas eram os éforos (magistrados) que determinavam todos os movimentos dos exércitos.

3º) A mesma revolução em Atenas

Em Atenas o rei era considerado chefe de um estado federalista, mas foi a deflagração de um conflito entre a aristocracia e a realeza que fez com que Atenas morresse no exílio. Assim o rei acaba perdendo sua autoridade sacerdotal para os magistrados chamados de arconte.

4º) A mesma revolução em Roma

Em Roma a revolução sucedeu da mesma forma que na Grécia, onde a realeza política foi suprimida e reduzida às funções sacerdotais, mas que por ser santa, deveria durar.

Capítulo IV– A Aristocracia governa as cidades

Da mesma forma como ocorreu em Atenas, Esparta e Roma, foram através da aristocracia que fez subsistir a realeza religiosa, onde a religião hereditária era o título dessa aristocracia à dominação absoluta.

A monarquia já não existia e as cidades novas passavam a ser governada pela aristocracia

Capítulo V– Segunda revolução; mudanças na constituição da família; desaparece o direito de primogenitura; a “gens” desmembra-se

Tendo a forma externa de governo sido modificada pela revolução que derrubou a realeza, a constituições das cidades também tiveram suas alterações.

A Aristocracia continuava com a revolução política para impedir a revolução social, mas foi a partir do momento que os homes se reuniram nas cidades, que o poder dos antigos chefes diminuíam.

A forma de individualidade encontrada nas famílias começava a perder força e o direito a primogenitura que era a condição de sua unidade já começava a desaparecer.

O desmembramento das gens trouxe graves consequências para a família sacerdotal, de forma que a força de sua união e seu poder foram definitivamente debilitados o que preparou e facilitou em novas mudanças.

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Capítulo VI – Os clientes libertam-se

1º) Que era a clientela inicialmente e como se transformou

Os clientes eram pessoas que faziam parte do culto, mas não eram chefes e por isso deviam obediência ao senhor, assim como o fruto de seu trabalho também não os pertencia. Aos poucos, conversando com clientes de outras Gens, foram formando idéias e gradualmente se libertando, à medida que pagavam tributos ao senhor, passando a pertencer à plebe.

2º) Desaparece a clientela em Atenas; obra de Sólon

Com a derrubada da realeza as famílias retomaram a sua vida isolada e cada uma delas começou a formar um pequeno Estado e a tradição popular começava estava enfrentando a desigualdade no momento e que achavam a vida odiosa.

Os eupátridas impuseram as duras leis da clientela que não tinham direito à posse e nem a independência que dela decorria.

Na medida do possível, Sólon deu satisfação a estes anseios e só abrandou a legislação sobre as dívidas, tirando do credor o direito de reduzir o devedor à servidão.

Nesses devedores, vemos os antigos clientes que deveriam pagar aos antigos senhores e o não pagamento os faziam cair na servidão. Desta maneira, Sólon derrubou este paradigma e devolveu o direito de propriedade, acabando assim a escravidão do povo.

3º) Transformação da clientela em Roma

Esta guerra entre clientes e patrões ocupou um longo período da existência de Roma. O homem ao sair da servidão permanecia submetido ao senhor, o qual passou a ser chamado de liberto.

Depois de um tempo o patrão lhe dava um pedaço de terra para cultivar e aos poucos ganhava a posse vitalícia deste lote.

O liberto então ganhou o direito de fazer um testamento caso não tivesse filho e começou a sentir o gosto da independência. Ainda com a criação do tribunado, ganhou proteção contra seus antigos patrões, o que foi uma segurança ao crescimento gradual rumo à alforria.

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Capítulo VII - Terceira revolução. A plebe passa a fazer parte da cidade 1º) História geral dessa revolução

A antiga família aristocrática e sacerdotal estava enfraquecida e com o desaparecimento da primogenitura acabaram perdendo a unidade e o vigor e a maioria dos clientes também perderam seus súditos.

O comércio e a indústria passaram a ser indispensável e logo ocorreu o que chamamos de acúmulo imobiliário e surgiu a moeda. A riqueza mudou de classe que também tiveram seus papéis alterados.

No meio militar também houve mudanças e a infantaria tornou-se mais importante que a cavalaria. A riqueza trazida com a moeda passou a ser objeto de desejo, pois somente ele trazia o poder.

2º) História dessa revolução em Atenas

Os eupátridas passaram a governar Atenas e este período foi odioso para as classes inferiores que tentaram dar um golpe para derrubar o poder, mas não tiveram sucesso.

A religião dos eupátridas não tinha mais prestígio mas continuava a exigir reformas.

A constituição de Sólon trouxe inovações e o fim do domínio dos eupátridas Sólon, também ao mudar a constituição política, deixara subsistir toda a velha organização religiosa da sociedade ateniense.

A população ainda se dividia em mais ou menos 300 gentes, em quatro fratrias, em quatro tribos e em cada um desses grupos ainda havia um culto, um sacerdote que era um eupátrida e ao mesmo tempo um chefe que era sacerdote.

A lei de Sólon dizia que os atenienses eram livres. Este momento não houve mais casta religiosa, nem privilégios de nascimento na religião ou na política e a sociedade ateniense estava completamente transformada.

3º) História dessa revolução em Roma

As guerras se sucediam sem parar e a cada vitória transferiam a população vencida para Roma.Esta multidão entrava, parte da clientela e parte era relegada à plebe.

O cliente que escapava da gens se tornava um plebeu e o patrício que se casasse com uma mulher de condição inferior, também caía na classe inferior.

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22 Como a plebe queria derrubar as barreiras que a excluíam da associação religiosa e política, estabeleceram uma aliança tácita, onde os reis protegiam a plebe e e plebe apoiava os reis.

O fato é que a plebe e o patriciado, mesmo não tendo nada em comum, ainda não podiam viver um sem o outro.

Capítulo VIII – Mudança no direito; o código das doze tábuas; o código de Sólon

O direito somente passou a ser conhecido por todos depois das mudanças e com o surgimento da democracia a lei não era mais fruto da vontade divina, mas sim da maioria do povo, por meio do legislador.

A sociedade se transformara. A gens se desmembrou, o irmão mais velho se separou do mais novo, o servidor do seu patrão. A classe inferior se armou e acabou vencendo a classe aristocrática conquistando sua liberdade.

Já era possível fazer o testamento. A mulher passou a ter direitos de herança e, em Atenas, o filho com certa idade podia subtrair-se do poder paterno.

Apareceram duas consequências, uma onde a lei não se apresentava como uma fórmula imutável e indiscutível e a outra consequência foi a lei, que antes era parte da religião e portando o patrimônio das famílias sagradas, passou a ser propriedade comum dos cidadãos.

Assim mudou a natureza do direito. No que se refere às sucessões, a herança passa aos ágnatos e na falta de ágnatos, aos gentiles. Como o filho emancipado não participava mais do culto familiar, ele não tinha mais direito a sucessão e o patrimônio podia ser compartilhado entre os irmãos.

Outra faculdade dada ao homem foi a possibilidade de deixar testamento que também era permitido ao plebeu.

As Leis das Doze Tábuas passou a considerar a propriedade como sendo do indivíduo e não mais a gens.

O casamento plebeu acabou prevalecendo, mas as leis da cidade patrícia não reconhecia seu valor.

Com o progresso das classes inferiores na ordem política, o casamento entre patrícios e plebeus passou a ser valido.

O código de Sólon corresponde a uma grande revolução social e as leis eram as mesmas para todos, não havia distinção entre o eupátrida, o mero homem livre e o teta.

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23 O código de Sólon ainda introduziu o testamento e ainda permitia o homem dispor de sua riqueza e escolher o legatário.

Também passou a ser proibido o pai de vender a filha ou de matar o filho, como a religião primitiva permitia.

Capitulo IX – Novo princípio de governo; o interesse público e o voto

Durante muito tempo a religião foi á única orientação de governo, agora passou a ser o interesse público por meio do voto.

Atribui-se a Sólon uma frase que caracteriza bem o novo regime quando alguém lhe perguntava se ele acreditava ter dado a pátria a melhor constituição: “Não”, dizia ele; “mas a melhor que lhe convém”.

As antigas constituições eram fundadas nas regras do culto e eram imutáveis. O voto antigamente era apenas para cumprir formalidades e a partir deste momento passou a se votar sobre tudo.

Capítulo X – Uma aristocracia da riqueza tenta constituir-se; estabelecendo da democracia; quarta revolução

O poder e a autoridade moral escaparam dos eupátridas e dos patrícios e a religião hereditária foi colocada de lado, onde o único meio de social era a riqueza, para fixação das classes.

Não era admitido por Sólon que a igualdade pudesse ser absoluta e dividiu as classes com direitos desiguais onde era necessário ser rico para galgar altos cargos. Em Roma, a aristocracia rival cria 12 centúrias de cavaleiros, escolhidos entre os plebeus mais ricos e a plebe que não tinha riqueza fixa, para serem cavaleiros, dividia-se em cinco classes.

O proletariado foi excluído de qualquer classe, sem direitos políticos e sem direito a voto. Os direitos políticos eram inerentes ao nascimento, ou seja, a fortuna. Essa forma de governo não se baseou somente na riqueza, buscava a classe militar para defender e governar.

Os pobres ficavam isento do serviço militar quando muito se empregavam como remadores da frota. A aristocracia era voltada ao trabalho que dava mais valor ao homem mais ativo e hábil e que visava a indústria e o comercio.

Os primeiros passos para a democracia foram com as guerras entre cidades, onde se viram obrigados a dar armas para classe inferior porque era a classe rica

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24 que fazia a frente de batalha e com isso, a classe pobre teve o direito de voto e direitos políticos.

Capítulo XI – Regras do governo democrático; exemplo da democracia ateniense

À medida que as revoluções seguiam o seu curso, e os povos se afastavam do antigo regime, o governo dos homens tornava-se mais difícil.

Faziam-se necessárias normas mais minuciosas e com mecanismos mais complexos e mais delicados.

Atenas permanecia fiel às tradições do tempo antigo; tantas revoluções não haviam conseguido ainda apagar do homem esse supersticioso respeito por tais tradições.

Ninguém ousava romper com as antigas fórmulas da religião nacional e a democracia continuava o culto instituído pelos eupátridas. Os magistrados criados pela democracia não eram sacerdotes e levavam pelos interesses materiais da cidade. Acrescenta-se que a maioria dessas magistraturas se repetia em cada uma das tribos.

O menor núcleo populacional, na ática, tinha seu arconte, seu sacerdote, seu secretariado, seu recebedor, seu chefe militar.

Os magistrados que não exerciam funções de ordem pública eram eleitos pelo povo e não era exigido prova de capacidade ou de talento.

Capítulo XII – Ricos e pobres; morre a democracia; os tiranos populares

Quando uma série de revoluções estabeleceu a igualdade entre os homens, já não havia o combate por princípios e direitos. Os homens guerrearam por interesses e à medida que se afastavam do antigo regime, formava-se uma classe pobre.

Antes, quando cada homem pertencia a uma Gens e tinha um chefe, a miséria era quase desconhecida. O homem era alimentado pelo seu chefe; aquele a quem prestava obediência que em troca, atendia a todas as suas vontades.

A vida era mais independente, mais laboriosa e sujeita a um número maior de acidentes. As pessoas passaram a se cuidar, tinham sua propriedade e suas tarefas. A democracia não suprimiu a miséria; pelo contrário, tornou-a mais acentuada, mas muitas cidades careciam absolutamente de indústria e de comércio, pois não tinham recursos para aumentar a riqueza pública.

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Capítulo XIII – Revolução de Esparta

A história das lutas internas em Esparta, é, na verdade, pouco conhecida, mas isso aconteceu porque o governo de Esparta tinha como regra impor costume e cercar-se do mais profundo mistério. Em sua maioria as lutas que agitaram Esparta permaneceram encoberta e relegadas ao esquecimento; mas sabemos o suficiente para poder dizer que, a história de Esparta difere sensivelmente dá das outras cidades e nem por isso deixou de passar pela mesma série de revoluções.

Todas as tradições da época nos mostram que existiram entre os espartanos, duas classes e que ambas andavam em luta. A realeza tinha natural tendência para tomar o partido da classe inferior.

Licurgo colocou-se à frente dos aristocratas, forçando o rei a prestar um juramento que reduzia o seu poder, instituiu um senado oligárquico e fez com que a tirania se transformasse em aristocracia.

De todas as cidades existentes até hoje, Esparta será talvez aquela onde a aristocracia reinou mais duramente e onde menos se conheceu a igualdade, porque apenas os iguais tinham a plenitude dos direitos civis e formavam o que em Espartas se chamava de povo, isto é, o corpo político.

Favorecida por esse governo, a desigualdade ia aumentando e com a guerra do Peloponeso e as expedições à Ásia, tinham feito fluir o dinheiro para Esparta.

Quando a oligarquia levou as coisas aos últimos limites do possível, tornou-se necessário uma revolução, e que a democracia, contida e reprimida por tanto tempo, rompesse finalmente.

Livro V – Desaparece o regime municipal

Capítulo I – Novas crenças; a filosofia muda as regras da política.

O espírito humano se fortaleceu e formou novas crenças, começando a conceber a ideia da natureza imaterial e também a não acreditar mas nos mortos como deuses.

Aos poucos a divindade se transformava na maior potência de espírito. Já não sabiam mais o que significava a lareira doméstica.

Foi visto anteriormente como se constituiu o regime municipal entre os antigos.

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26 Sócrates acreditava que as regras de conduta já estavam fixadas na consciência humana, porém foi julgado por corromper os jovens e em crer no individualismo por não acreditar nos deuses que o estado adorava.

Esta revolução de crenças iniciadas pelos sofistas e continuada por Sócrates não foi aniquilada com a morte do ancião, pois Aristóteles acreditava que à medida que o tempo passasse deveria haver modificações.

Aos poucos as crenças foram se transformado e os homens foram se libertando das regras rigorosas da sociedade.

Capítulo II – A conquista Romana

Podemos dizer que a conquista romana se deu em dois períodos.

O primeiro concordava que o espírito municipal ainda tinha muita forma e Roma tinha que superar estes obstáculos.

O segundo foi o tempo em que o espírito municipal já estava debilitado e a conquista se tornou fácil e rápida.

1º) Algumas palavras sobre as origens e a população de Roma

As origens de Roma explicam o caráter da sua política e o papel que lhe coube entre outras cidades.

Em Roma todas as classes se associaram e se misturaram e Não parecia apenas uma cidade mas sim uma confederação de várias cidades.

Seu culto nacional também era uma reunião de muitos cultos e tinham seus deuses, suas festas, seus áugures e até as insígnias sacerdotais.

A população do Roma era, portanto, uma mistura de raças, era quase a única cidade cuja religião municipal não isolava de todas as outras.

2º) Primeiros crescimentos de Roma (753-350 antes de Jesus Cristo

Durante os séculos em que a religião estava em vigor, Roma pautou a sua política por ela.

Roma foi a única cidade capaz de aumentar pela guerra sua população e adotou uma política desconhecida de todo o resto do mundo, absorvendo tudo o que vencia e atraindo para si os cultos das cidades vizinhas.

3º) Como Roma adquiriu o império (350-140) antes de Jesus Cristo

Roma conquistou seu império através da aristocracia, acabando com os cultos municipais das cidades antigas.

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4º) Roma destrói em toda parte o regime municipal

As pessoas que foram conquistadas por Roma entregavam suas muralhas suas terras seus templos e seus deuses, e para estas pessoas Roma não retribuía com as suas instituições e nem mesmo criava novas instituições para os vencidos. Jamais foi criada uma constituição a estes povos e que eram tratados como estrangeiros. Após oito ou dez gerações surgiu um decreto imperial que o concedeu a liberdade a todos os homens.

5º) Os povos subjugados entram sucessivamente na cidade romana

Aqueles que entravam em Roma e que não eram cidadãos romanos não podiam ser legalmente proprietário nem herdeiro.

Esta lenta introdução dos povos no Estado romano foi o último ato da longa história da transformação social dos antigos.

Capítulo III – O cristianismo muda as condições do governo

A vitória do cristianismo marca o fim da sociedade antiga e o sentimento religioso foi revigorado, assumindo uma expressão mais alta e menos material.

Deus apareceu como um ser único, imenso, universal, único a animar os mundos e o único a dever satisfazer à necessidade de adoração que existe no homem.

Jesus Cristo chamava para si a humanidade inteira e dizia aos discípulos: “Ide e instruí a todos os povos”.

Para esse Deus não havia mais o estrangeiro e seu templo foi aberto a quem quer que acredite em sua palavra.

Entre os povos, a religião não mais ordenou o ódio e a barreira entre os povos e as raças foram assim derrubadas.

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Bibliografia

Coulanges, Fustel de, Cidade Antiga, A,. Ed. Martin Claret

Gonçalves, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, V.1 - Parte Geral, Ed. Saraiva Venosa, Silvio de Salvo, Direito Civil, V.1 - Parte Geral, Ed. Atlas

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Questionário

1 - Discorra sobre a religião doméstica.

A religião doméstica ocorreu durante uma fase da história e era direcionada a um único deus e a todos sem distinção.

Conforme o culto sagrado dos mortos, os enterros eram sempre realizados perto das residências, onde os familiares, em especial, os varões, pudessem alimentá-los.

Os mortos que não deixavam filhos, não recebiam as oferendas e ficavam expostos a fome eterna.

Cada ente falecido era o deus único de cada família, assim como também era o fogo.

Todos estes deuses, do fogo, dos lares e os manes eram chamados de deuses do interior, pois ficavam escondidos cada um dentro de sua casa, especialmente nos cômodos fechados e longe de olhares de terceiros.

Assim esta religião doméstica tinha suas regras uniformes onde cada família gozava de sua independência.

Os deuses eram sempre os Pais, homens da família, que passavam de geração a geração o conhecimento dos cultos e que certamente seus filhos um dia também seriam cultuados por seus familiares. A mulher somente participava.

A ideia da mulher não ser cultuada, trouxe consequências gravíssimas ao Direito Privado e na constituição familiar.

2 – Defina família e compare o conceito de família na atualidade.

O casamento na Grécia não era uma instituição bem quista e sim determinada jurídica, e, sobretudo, socialmente; era, portanto, um mal necessário que permitia a perpetuação da espécie e da linhagem paterna, bem como o prolongamento dos rituais e festejos familiares.

Sob o aspecto jurídico não podemos deixar de ressaltar a importância de Sólon e suas inúmeras leis nas quais se estabeleceram as funções do casamento e de seus respectivos interessados na união.

Ao homem cabia ser o chefe da família, provendo o sustento da esposa, filhos e escravos ao passo que para a mulher ficava a concepção, além de algumas

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30 atividades domésticas, dentre elas a arte do tear, bem como obediência e respeito a marido.

Desse modo fica claro que na sociedade ateniense, um cidadão casava-se não por amor, mais sim por convenção social, já que as normas sociais da época exerciam um poder coercitivo sobre os seus participantes, obrigando-os a adquirirem um matrimônio, no intuito de gerar filhos, não porque era de bom tom tê-los, mas sim que a existência destes geravam as obrigações por parte do chefe da família de sustentá-los até a fase em que estes, sendo meninos, iriam exercer o status do pai, não só na família, mas principalmente perante a sociedade.

Este filho que no caso é o primogênito varão viria lhe prestar auxílio durante a velhice, já que acreditam que aqueles casavam-se, antes de tudo, para ter filhos varões, ao menos um, que lhe perpetuasse a raça, e assegurasse a seu pai o culto que este celebrara em honra dos seus antepassados, culto que era considerado indispensável à felicidade dos mortos no outro mundo.

3 – Discorra sobre a adoção e emancipação e compare com o Código Atual. Antigamente era permitido ao casal que não tivesse filho adotar um para que

zelasse pela sua continuidade, a fim de perpetuar o culto doméstico.

A adoção era feita em ato religioso, numa cerimônia sagrada e o recém-chegado era admitido no lar e associado à religião passando ao culto da nova família. Virava-se estranho à família primitiva e não tinha mais direitos de encarregar-se dos funerais ou conduzir os enterros.

Para que um filho pudesse entrar na nova família, precisava desligar-se por completo da natural e abandonar a religião de origem. O filho emancipado nunca mais voltaria a ser considerado membro da família, quer pela religião, quer pelo direito. Os emancipados eram excluídos da herança, já os adotados que eram incorporados as famílias tornavam-se filhos e herdavam os bens.

Hoje em dia os emancipados adquirem a plena capacidade civil pela

antecipação da maioridade legal e pode ser concedida tanto ao filho legitimo como ao ilegítimo, por escritura pública. Vale ressaltar que, a emancipação não afeta os laços de parentesco e de herança. Já a adoção atualmente é um ato jurídico pelo qual um casal ou uma pessoa aceita outra como filho, existe todo um procedimento a ser seguido para sua efetivação. Os filhos adotivos possuem os mesmos direitos que os legítimos.

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4 – Explique o conceito de Cidade sua formação.

As cidades surgiram quando as famílias começaram a se unir no culto comum e devido as grande número de pessoas, formaram-se as fratrias ou cúrias, que da mesma forma se uniram formando as tribos e posteriormente as cidades. Todas as uniões se baseiam nos cultos religiosos.

A cidade era uma confederação onde se respeitavam a independência religiosa das tribos, das cúrias e das famílias.

Cada ateniense podia então fazer parte de quatro sociedades distintas ao mesmo tempo, sendo membro de uma família, de uma fratria, de uma tribo e uma cidade. Não se entrava nas quatro situações ao mesmo tempo, no mesmo dia, mas sim através de situações decorrentes na linha do tempo.

As mesmas regras descobertas e estabelecidas nas famílias aplicam-se sucessivamente às fratrias, às tribos e à cidade.

5 – Explique o Conceito de lei comparando a obra com o entendimento hodierno.

DIREITO DAS CIVILIZAÇÕES ANTIGAS DIREITO HODIERNO

1 - FAMILÍA

Na família antiga as regras foram constituídas pelas crenças aos mortos, assim como também aos cultos que lhes era devido.

O morto era tido como ente sagrado e considerado como Deus e para que eles tivessem repouso eterno

A família antiga era uma associação religiosa e a mulher só era levada em conta, quando a cerimônia do casamento a tiver iniciado no culto doméstico. O filho deixava de fazer parte da família quando renuncia ao culto ou quando se emancipa; o filho adotado, ao contrario, tornava-se o verdadeiro filho

1 - FAMÍLIA

Atualmente a religião não se apresenta mais como autoridade legislativa e a constituição da família não é obrigatório.

De acordo com o principio da isonomia, tanto o homem quanto a mulher são iguais perante a lei, e exercem poder igual no seio da família, porém, esse poder encontra seus limites nos direitos da personalidade que cada indivíduo tem resguardado pelo ordenamento jurídico. Cada pessoa age de acordo com sua vontade, dentro dos ditames legais. Assim, ninguém é obrigado a fazer ou a deixar de fazer algo, senão em virtude de lei.

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32 para a família; o legatário que se recusar a

adotar o culto dessa família não fazia jus à sucessão. O parentesco e o direito a herança eram regulados de acordo com os direitos de participação no culto e não pelo nascimento.

2 - CASAMENTO

O casamento foi a primeira instituição estabelecida pela religião doméstica. A religião do lar era transmitida de varão para varão. Como filha, a mulher assistia aos atos religiosos do pai, e depois de casada, aos do marido. O casamento a desligava por completo da família do pai.

A mulher, depois de casada passava a pertencer completamente à religião de seu marido.

3 - CERIMÔNIA

As cerimônias eram realizadas nos templos sagrados e quando a religião pela qual se celebrava o casamento não era a dos Deuses do Olimpo, a cerimônia era realizada em casa, sendo o Deus doméstico que presidia o ato.

Na Grécia, a cerimônia do casamento celebrava-se em três atos. O primeiro passava-se diante do lar do pai, onde a filha ficaria livre de todo o laço com a religião primitiva. O segundo se dava na

No que dizem respeito aos filhos, estes estão sujeitos ao poder da família, enquanto menores ou incapazes. O poder familiar é competência dos pais em conjuntou ou separadamente.

2 - CASAMENTO

Hoje, o casamento é um ato de vontade própria e tem como finalidade a comunhão plena de vida, com base nos direitos e deveres dos cônjuges, que não incluem o afastamento de nenhum dos esposos da casa dos pais. Nem tampouco a desvinculação da família de origem.

Ambos assumem a

responsabilidade dos encargos familiares, dentre eles, o sustento, a guarda e a educação dos filhos.

3 - CERIMÔNIA

Nas celebrações do casamento também são exigidas inúmeras formalidades, como a obrigatoriedade de testemunhas, da vontade própria, do registro civil logo após o casamento, etc.

O local, a hora e a data da cerimônia ficam a encargo da autoridade que via presidir o ato, mediante petição dos noivos, sendo obrigado apenas que os ambientes estejam constantemente de portas abertas, a fim de receber qualquer

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33 passagem de um lar para outro vê o

terceiro no lar do marido. Essa cerimônia nupcial era tão solene e produzia efeitos tão profundos, que não era permitido a possibilidade de ter mais de uma mulher. Logo, não eras admitida a poligamia. 4 - DIVÓRCIO

A religião, ao formar a família, exigia-se a sua continuidade.

A lei antiga obrigava os jovens a se casar e gerar um filho, que seria apto a continuar o culto familiar, pois o casamento era apenas um contrato para perpetuar a família.

Assim, era justo anular um casamento se a mulher fosse estéril. Caso o marido fosse estéril, a mulher era obrigada a entrega-se ao irmão ou a um parente dele.

O nascimento de uma filha não satisfazia o casamento, porque a filha não podia continuar o culto, já que no dia em que se casasse renunciaria à família e o culto de seu pai, passando a pertencer à família e a religião do marido. Já o filho homem era esperado e necessário para família, sendo chamado se salvador do lar paterno, tendo em vista que o mesmo era quem dava continuidade ao culto, como também, a religião só era transmitida de varão para varão.

O divórcio também poderia acontecer em caso de adultério. As viúvas

manifestação contraria aquele casamento. Atualmente, a poligamia também não é permitida. Configurando-se ilícito penal a sua prática.

4 - DIVÓRCIO

Para a dissolução do casamento, se faz necessário um dos seguintes requisitos: a morte de um dos cônjuges; a nulidade ou anulação do casamento; a separação judicial ou o divórcio.

Nos casos que couber o pedido de dissolução, qualquer um dos cônjuges poderá propor a ação, em face de qualquer grave violação dos deveres do casamento que torne insuportável a vida em comum.

São seis os pré-requisitos para a anulação do casamento: a idade mínima para casar; a autorização do representante nos casos de menor núbil, por vicio de vontade; a capacidade do consentimento sem equívocos e incompetências da autoridade celebrante.

A guarda dos filhos fica com quem tiver melhor condição de criá-los e educá-los. Se nenhum dos pais apresentarem capacidade para tanto, o juiz responsável se encarregará de designar outro parente para guardar os filhos do casal.

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34 que não tinham filhos do marido,

casavam-se com o irmão ou parente do marido e a criança nascida dessa ligação era considerada como filha do marido e dava continuidade ao seu culto.

5 - ADOÇÃO

A adoção surgiu da necessidade de se perpetuar o culto domestico, ou seja, era um meio de livrar a família de sua extinção. Assim a adoção se justificava apenas pela necessidade de prevenir extinção do culto e só era permitida para aqueles que não tivessem filhos. Em contrapartida, aquele que seria adotado tinha a obrigação de sacrificar a família natural, para poder incorporar a religião e o culto da nova família, pois não poderia pertencer a duas famílias. Logo, aquele que renuncia ao culto da família que nasceu se emancipa. O filho emancipado jamais voltaria a ser considerado membro da família, quer pela religião, quer pelo direito.

A adoção se dava por meio de cerimônia sagrada, que devia ser bastante parecida com a da ocasião do nascimento do filho.

6 - PARENTESCO

A noção de parentesco estava estritamente ligada ao culto dos mesmos deuses. Logo, pouco importava se dois

dissolução da união estável não alteram as relações de pais e filhos.

5 - ADOÇÃO

A adoção também atribui o desligamento de qualquer vinculo com os pais e parentes consanguíneos, que se dá por meio do registro civil. Somente será admitida adoção que constituir efetivo benefício para o adotado e se o adotante for maior de dezoito anos e no mínimo dezesseis anos mais velho que o adotado. O direito de adotar é dado mediante consentimento dos pais ou representantes legais, e da concordância do adotado, se maior de dez anos.

Por sua vez, a emancipação se dá pela concessão dos pais, pelo casamento, pelo exercício de emprego publico, pela colação de grau em curso superior e/ou pelo estabelecimento civil e comercial.

6 - PARENTESCO

O parentesco está diretamente ligado à consanguinidade, parentesco natural, ou à origem, parentesco civil. Os

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35 indivíduos tinham nascido de mesma mãe,

se ambos não cultuassem os mesmos deuses não eram parentes. O laço de sangue não bastava para estabelecer o parentesco, como dito, é indispensável que haja o laço do culto.

7 - PROPRIEDADE

Alguns povos admitiam a propriedade do solo, outros de animais. Para alguns a terra não pertencia a ninguém, a colheita é que era propriedade, mas não a terra. Enquanto que outros eram obrigados dividir sua colheita em comum. A terra era mais dele do que a colheita.

A ideia de propriedade esta implícita na própria religião. Cada família tinha o seu lar e seus ancestrais eram sua propriedade, uma vez que a casa não podia ser violada em função do culto religioso, que não podia realizar-se na presença de estranhos. Entre os antigos, a expropriação motivada por inutilidade publica era desconhecida, assim como por divida. Dessa forma, o corpo do homem responde pela divida, não a sua terra, porque esta é inseparável da família. 8 - SUCESSÃO

Na religião os bens e o culto de

parentes podem ser de linha reta, ascendentes e descendentes e linha colateral, até quarto grau.

Os cônjuges ou companheiros são aliados aos parentes de outro pelo vinculo de afinidade e não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

7 - PROPRIEDADE

Hoje, entende-se por propriedade, o direito de usar, gozar e dispor de seus bens e de reavê-los do poder de quem quer que injustamente os possua ou detenha.

O bem imóvel pode ser adquirido tanto por usucapião, pelo registro do titulo ou por acessão. Enquanto que os moveis podem ser adquiridos por ocupação, tradição, especificação, confusão, comissão e adjunção, perda da propriedade e pelos direitos de vizinhança.

No tocante a expropriação, essa, hoje tanto é permitida por inutilidade pública a titulo de exemplo, temos o movimento MST, como também por divida. Assim, há casos que o patrimônio sofrerá a consequência de seus donos.

8 - SUCESSÃO

Referências

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