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Decisão Integral: Acordam, em conferência, na Secção Cível do Tribunal da Relação de Guimarães:

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ECLI:PT:TRG:2005:2333.04.1

http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ECLI:PT:TRG:2005:2333.04.1

Relator Nº do Documento

António Magalhães rg

Apenso Data do Acordão

2005-03-16

Data de decisão sumária Votação

unanimidade

Tribunal de recurso Processo de recurso

Data Recurso

Referência de processo de recurso Nivel de acesso

público

Meio Processual Decisãoo

apelação improcedente

Indicações eventuais Área Temática

Doutrina Legislação Nacional

Legislação Comunitaria Legislação Estrangeira

Referencias Internacionais Jurisprudência Nacional

Descritores

expropriação por utilidade pública expropriação parcial servidão non aedificandi solos ambiente

Sumário:

1- Para efeitos de classificação do solo como apto para construção, o art. 25, nº 2, al. a) do Cód. das Expropriações de 1999 exige a existência de uma rede de saneamento, não bastando a existência de uma fossa séptica.

2- A constituição de servidão non aedficandi, num solo sem aptidão construtiva, não configura um prejuízo enquadrável em qualquer das alíneas do nº 2 do art. 8 do mesmo Cód. das Expropriações. 3- Os prejuízos ambientais que resultam da construção de um itinerário complementar não são indemnizáveis na medida em que não resultam directamente da expropriação parcial do prédio e da sua divisão.

Decisão Integral:

Acordam, em conferência, na Secção Cível do Tribunal da Relação de Guimarães:

Nos presentes autos de expropriação em que é expropriante ICOR - Instituto para a Construção Rodoviária e expropriada "A", por despacho do Secretário de Estado das Obras Públicas de 11 de Agosto de 2000, publicado no DR, IIª Série, de 1/09/2000, foi declarada a utilidade pública da expropriação de um prédio com a área de 1489 m2, sito no Lugar de ..., em ..., Arcos de Valdevez,

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a confrontar do norte com Lino A..., do sul e nascente com José L... e do poente com Alberto G..., omisso na Conservatória do Registo Predial e inscrito na matriz predial respectiva no art. ...º. Remetido o processo ao Tribunal Judicial de Arcos de Valdevez foi proferido despacho de adjudicação da propriedade da parcela expropriada à entidade expropriante.

Notificada da decisão arbitral - que concluiu que a parcela a expropriar, com a área de 1411 m2 a destacar de um prédio com a área de 1750 m2, deve ser classificada como solo para outros fins e fixou o valor da indemnização em € 5.826,66 - dela veio interpor recurso a expropriada que pede a fixação da indemnização em € 249.403,49, correspondente a € 49.266,18 pelo valor do solo, € 99.759,40 pelo prejuízo decorrente da constituição da servidão “ non aedificandi “, € 49.879,70 pelo prejuízo ambiental e € 49.879,70 pela falta de estabilidade e segurança da moradia.

O expropriante respondeu mantendo a sua posição.

Procedeu-se à avaliação, tendo o perito do expropriante e os do Tribunal, em laudo conjunto, concluído que o terreno deve ser considerado como solo apto para outros fins e a indemnização fixada em € 5.652,86.

Responderam, ainda, aos quesitos formulados pela expropriada, que, depois, esclareceram mediante reclamação desta última.

O perito da expropriada apresentou laudo em separado propondo a indemnização de € 71.834,54, com base na classificação do solo como apto para a construção, no valor das benfeitorias, da vedação e na desvalorização da parte sobrante.

Apresentou, também, as respostas aos quesitos em separado, objecto também de esclarecimento a requerimento (reclamação) da expropriada.

Ambas as partes foram notificadas para apresentar alegações o que fizeram, em defesa das suas posições.

Seguidamente, foi proferida sentença que decidiu julgar o recurso interposto pela expropriada totalmente improcedente e atribuir-lhe a indemnização de 5.826,66 € a actualizar nos termos do Acórdão de Fixação de Jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça nº7/2001 de 12 de Julho de 2001.

Desta decisão foi interposto recurso pela expropriada que terminou a sua alegação com as seguintes conclusões:

“ 1ª. A douta sentença recorrida errou na apreciação das provas, sendo certo que do processo constam todos os meios probatórios concretos que impõem decisão diversa da impugnada; 2ª. Deve, por isso, o Venerando Tribunal da Relação alterar e ampliar a decisão sobre matéria de facto, ao abrigo do disposto no artº 712/a) do C.P.C., nos exactos termos que foram referidos supra em A.2.3, A.2.3.1., A.3.5., A..4.3., A.5.2., A.5.3., A.5.4. e A.5.5..

3ª. Acresce que a douta sentença recorrida é ilegal, a vários títulos;

4.ª. Em primeiro lugar, ela é ilegal porque não classificou nem avaliou a Parcela expropriada como solo apto para a construção, tendo as-sim violado, designadamente, o disposto nas alíneas a) e b) do n° 2 do artº 25 do C.E. 99;

5ª. Em segundo lugar, ela é ainda ilegal porque não atendeu ao prejuízo decorrente da

constituição de servidão "non aedificandi", tendo assim violado o disposto no artº 29/2 do C.E. 99; 6ª. Em terceiro lugar, ela é ilegal porque também não atendeu ao cha-mado prejuízo ambiental decorrente da construção da obra da IC 28, tendo assim igualmente violado o disposto no artº 29/2 do C.E. 99.

7ª. O único relatório e laudo apresentado pelos Srs. Peritos que está conforme à lei e que está rigorosa e exaustivamente fundamentado é aquele que foi subscrito pelo Eng. Joaquim C..., perito indicado pela Expropriada, sendo ainda certo que a indemnização que foi atribuída por ele é

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tendencialmente susceptível de reparar o dano integral infligido pela expropria-ção, o que vale por dizer que o valor encontrado preenche a justa indemnização.

8ª. Para além das violações já discriminadas supra, a douta sentença recorrida violou ainda o disposto no artº 23 do C.E. 99, sendo tam-bém notório que o critério avaliativo que utilizou é ainda inconsti-tucional na medida em que ofende os princípios da igualdade, da proporcionalidade e da justa indemnização, plasmados nos artºs 13/1, 18/2 e 62/2 da C.R.P., uma vez que o valor atribuído é de tal modo baixo, irrisório e irrealista que é insusceptível de reparar o dano integral infligido pela expropriação. “

Pede, a final, que se revogue a sentença e se condene o expropriante a pagar-lhe a indemnização global de € 71.834,54 sujeita a actualização até à data em que foi proferida a sentença da lª

instância (23.07.2004), devendo tam-bém condenar-se a expropriante a pagar-lhe juros de mora, à taxa legal, desde a data da prolação desta até ao efectivo pagamento, de harmonia com a doutrina do douto Ac. Rel. Lx. de 20.10.98, proferido na apelação n° 2.780, da 1ª Secção.

O expropriante respondeu sustentando a improcedência do recurso. Colhidos os vistos legais, cumpre decidir:

A matéria de facto dada como provada é a seguinte:

1.A parcela a expropriar corresponde a uma parcela de terreno com a área de 1.411,00 m2 a destacar do prédio rústico com a área de 1.750,00 m2, sito no Lugar de ..., em ..., Arcos de Valdevez, a confrontar do norte com Lino A..., do sul e nascente com José L... e do poente com Alberto G..., omisso na Conservatória do Registo Predial e inscrito na matriz predial respectiva no art. ...º;

2.Por despacho proferido no dia 11 de Agosto de 2000, publicado no Diário da República - II Série de 1 de Setembro de 2000, foi declarada a utilidade pública da parcela a expropriar;

3.A parcela a expropriar consiste num terreno com boa aptidão agrícola e florestal, ligeiramente inclinado;

4.Esta parcela tem acesso por um caminho, presentemente em terra batida, e dispõe de rede de energia eléctrica;

5.A parcela a expropriar tem instalada rede de abastecimento de água, a qual ainda não está em funcionamento;

6.A parcela a expropriar dispõe de uma fossa séptica;

7.A parcela a expropriar está situada a uma distância de 50,00 m das duas casas de habitação mais próximas;

8.O Plano Director Municipal de Arcos de Valdevez, em vigor na data da declaração de utilidade pública, considera a parcela a expropriar inserida numa zona de Espaços Florestais – Floresta de Protecção – Floresta de Uso Múltiplo;

9.A expropriação destina-se à construção do Itinerário Complementar 28 ou IC-28. Matéria de facto:

Entende a expropriada que a redacção dos nº 4 e 5 da matéria de facto

dada como provada deve ser alterada ( ampliada ) por forma a que dela conste o seguinte ( que reproduz a resposta dada pelos árbitros ao quesito 3º ):

“ O acesso rodoviário (à parcela expropriada) é feito por um arruamento de terra batida com cerca de 3,5m de largura “;

Após o acesso à parcela o arruamento de cerca de 32 metros de extensão com declive é em “ calçada à portuguesa “;

É dotado de abastecimento de água pública, energia eléctrica a cerca de 20 m da habitação e não possui rede telefónica.”

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Do auto de vistoria a.p.r.m. (fls. 79) consta: “ A parcela em expropriação tem uma frente de aproximadamente de 32 m para um arruamento pavimentado a “calçada à portuguesa “ com largura média de 3,5m, dotado de redes de energia eléctrica, água de abastecimento público e telefone “

Do “ laudo de peritagem “ consta (fls. 195): “ A parcela a expropriar é constituída por terreno agro-florestal, ligeiramente inclinado, servido por caminho, presentemente em terra batida, dispondo de energia eléctrica e rede de abastecimento de água recentemente instalada mas ainda não em funcionamento“.

Ao quesito 3º formulado pela expropriada – em que se perguntava se a parcela expropriada dispõe de acesso rodoviário através dum arruamento pavimentado a “ calçada à portuguesa “ com o qual confronta numa extensão de cerca de 32 metros, dotados de redes públicas de abastecimento de água, de energia eléctrica e telefone - os peritos do tribunal e da expropriante responderam: “Presentemente o acesso é feito por caminho em terra batida, dispondo de rede de energia

eléctrica. Existe canalização para abastecimento de água recentemente executada mas ainda não em funcionamento “ (fls. 198).

Mediante reclamação da expropriada, os mesmos peritos esclareceram a resposta ao quesito 3º: “ Infraestruturas que dispunha a parcela expropriada à data da publicação da D.U.P.: Acesso por caminho pavimentado a “ tout-venant “ ( do relatório da vistoria consta a pavimentação em calçada ), redes de distribuição de energia eléctrica em baixa tensão e de abastecimento de água “.

Não existe motivo para alterar a palavra “ caminho “ por “ arruamento “.

Importa, isso sim, sublinhar que o acesso permite o trânsito de veículo automóvel (para evitar o uso da expressão legal “ acesso rodoviário “).

E que após o acesso à parcela em terra batida existe um arruamento de cerca de 32 metros de extensão com declive, em “ calçada à portuguesa “ que confronta com a parcela expropriada. Como assim, o nº 4 da matéria de facto provado passa a ter a seguinte redacção:

“ Esta parcela tem acesso ( que permite o trânsito de veículo automóvel) por um caminho, presentemente em terra batida e dispõe de rede de energia eléctrica. “

Adita-se o seguinte facto que será o nº 5:

“ Depois do caminho em terra batida existe um arruamento de cerca de 32 metros de extensão com declive, em “ calçada à portuguesa “, que confronta com a parcela expropriada.”

Mantém-se a redacção do anterior nº 5, que passará a nº 6.

Está provado que “ A parcela a expropriar tem instalada rede de abastecimento de água, a qual ainda não está em funcionamento “, de acordo, aliás, com o que consta do laudo de peritagem ( fls. 195 ) e com a resposta ao quesito 3º formulado pela expropriada ( fls. 198 ).

Pretende a expropriada que se dê como provado o que consta da certidão da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez (fls. 284):

“ A rede de abastecimento de água que serve o lugar de ..., ... foi concluída no ano de 1999 “; “ A expropriada requereu a ligação à rede pública de água em 23 de Março de 1998, tendo a mesmo sido executada pelos respectivos serviços em 19 de Março de 1999 e cujo contrato foi celebrado em 27 de Abril de 1998 “.

Uma vez que é esclarecedora, adita-se tal matéria em dois números ( os nº 7 e 8 ) assim redigidos: “ 7. A expropriada requereu a ligação à rede pública de água em 23 de Março de 1998( celebrou o contrato em 27 de Abril de 1998 ), ligação que foi executada pelos serviços camarários em 19 de Março de 1999.“

“ 8. A rede de abastecimento de água que serve o lugar de ..., ... foi concluída no ano de 1999. “ Pretende também a expropriada que a redacção do nº 6 da matéria de facto dada como provada

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seja alterada (ampliada), acrescentando-se-lhe a seguinte expressão “ (… ) como é usual na zona “. Vejamos o que os autos evidenciam.

Nos quesitos apresentados aos árbitros, a expropriada perguntou no quesito 4º : “ O saneamento da moradia existente na parte sobrante da parcela expropriada é feito por meio de fossa séptica, à semelhança do tipo de saneamento usual naquela zona? “.

A resposta foi “ admite-se que sim “.

A igual pergunta os peritos do tribunal e do expropriante responderam inicialmente “ os peritos não dispõem de elementos que permitam responder, nem tão pouco é visível qualquer sistema de saneamento “, considerando prejudicado o quesito 5º em que se perguntava se “ sendo afirmativa a resposta ao quesito anterior, o saneamento na parte sobrante seria também susceptível de ser utilizado por qualquer construção que viesse a ser edificada na parcela expropriada “.

Porém e sob reclamação da expropriada esclareceram, quanto ao quesito 4º, que a o saneamento da moradia existente é feito por “ fossa séptica “ como é usual na zona.

Ao quesito 5º reponderam o seguinte: “ Não, a fossa séptica é individual, com as dimensões adequadas à habitação existente “.

O perito da expropriada afirmou no seu laudo (para onde remeteu na resposta ao quesito 4º) que a casa “ possui uma fossa séptica como sistema de desembaraçamento dos esgotos, método

tradicional nas zonas rurais “.

Ao quesito 5º respondeu que “ a edificação de uma nova construção na parcela expropriada implicaria uma operação de destaque, com a consequente autonomização da solução de saneamento “.

Impõe-se, assim, a alteração do nº 6 ( que passa a nº 9 ) para a seguinte redacção:

“ O saneamento da moradia existente na parte sobrante da parcela expropriada é feito, como é usual na zona (no meio rural), por fossa séptica, que tem dimensões adequadas à habitação existente, insusceptível, por isso, de ser utilizada por qualquer construção que viesse a ser edificada na parcela expropriada. “

Pretende, ainda, a expropriada a ampliação da matéria de facto com o facto, correspondente à resposta dos árbitros ao quesito 7º: “ A cerca de 20 metros da parcela expropriada existe construção urbana constituída por moradias familiares de um e dois pisos “.

Perguntava-se no quesito 7º: “ No arruamento referido no quesito 3º [o pavimentado] e a escassos metros de distância da parcela expropriada existe construção urbana, constituída por moradias unifamiliares de um e de dois pisos?“.

A resposta foi “ A cerca de 20 metros “.

Refere-se no auto de vistoria a.p.r.m.:“ No arruamento referido [o pavimentado] existem várias construções de habitações unifamiliares de um e dois pisos de qualidade média a modesta “. Ao quesito 7º - idêntico ao que a expropriada formulou em sede de arbitragem - os peritos do tribunal e da expropriante responderam: “ Sim, existem duas moradias a cerca de 50 m “ (fls. 198). Resposta que também foi dada pelo perito da expropriada (fls. 256).

De ambas as respostas a expropriada não reclamou.

Convém, no entanto, precisar que as casas de habitação se situam no arruamento referido em 5. Como assim, altera-se o nº 7 que fica a ser o nº 10 com a seguinte redacção:

“As duas casas de habitações mais próximas da parcela expropriada situam-se a 50,00 m dela no arruamento referido em 5.“.

A expropriada pretende ainda fazer incluir nos factos provados a resposta afirmativa dos árbitros e dos peritos ao quesito 2º no qual se perguntava o seguinte:

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grande tranquilidade, invejável beleza natural e paisagística, boa exposição solar e elevada

qualidade ambiental, podendo desfrutar-se duma visão panorâmica do rio, que fica localizado num vale, a escassas centenas de metros “.

Também a vistoria a.p.r.m. dava conta de “ um terreno de aptidão agro florestal, com solos de boa qualidade, profundos, férteis, de topografia quase plana e boa exposição solar “.

A resposta ao quesito 2º está eivada de juízos de valor. Porém, neles vai também contida uma realidade de facto.

Expurga-se, no entanto, da resposta a expressão “ elevada qualidade ambiental “ que é um conceito que deverá resultar dos outros factos apurados.

E substitui-se o adjectivo “ invejável “ por “ apreciável “.

Assim, adita-se ao enunciado dos factos provados o seguinte ( nº 11 ):

“ A parcela expropriada e o prédio donde aquela foi destacada estão localizados numa zona de grande tranquilidade, apreciável beleza natural e paisagística e boa exposição solar, podendo desfrutar-se duma visão panorâmica do rio, que fica localizado num vale, a escassas centenas de metros “.

No entender da expropriada, devem ser também incluídos os seguintes que resultam do relatório de vistoria a.p.r.m.:

“ A expropriação da parcela delimitada a sudoeste passa junto à casa de habitação da proprietária “

“ A habitação ficará necessariamente desvalorizada pois passará a ter a poente uma estrada de grande tráfego, afectando a habitabilidade e a qualidade de vida da expropriada “.

Aceita-se a inclusão da matéria expurgada dos juízos conclusivos que têm a ver com a

desvalorização da habitação e afectação da habitabilidade e da qualidade de vida da expropriada. Por outro lado, convirá fixar que “ a habitação se encontra cerca de 40 metros do eixo do IC 28 “ e que “ o IC 28 em relação à parcela sobrante encontra-se a uma cota variável de 4,60 m a 6,30 metros “ ( cfr. esclarecimento da resposta ao quesito 11º a fls. 282 ).

Adita-se, assim, ao enunciado dos factos provados os seguintes ( nº 14 e 15):

“ A expropriação da parcela delimitada a sudoeste passa junto à casa de habitação da proprietária, que passará a ter a poente uma estrada de grande tráfego como o IC 28. “

“ A habitação ficará a distar cerca de 40 metros do eixo do IC 28 que se situará a uma cota inferior à da parcela sobrante, variável de 4,60 metros a 6,30 metros“.

Quer também a expropriada ver incluído no rol dos factos provados a matéria constante do quesito 9º e que é a seguinte: “ Em consequência da construção da Via Rápida e dos respectivos nós de acesso, que deram origem à expropriação dos autos, a parte sobrante donde há-de ser destacada a parcela expropriada ficou onerada com uma servidão “ non aedificandi “.

Os árbitros, que remeteram para o laudo, não valorizaram qualquer prejuízo. Os peritos responderam afirmativamente ao quesito.

Sobre a identificação dessa zona “ non aedificandi “ (área e localização), referiram que “ segundo o DL 13/94 a Zona de Protecção é de 35 metros para cada lado do eixo da nova via “.

Divergiram, no entanto, em relação ao prejuízo: os peritos do tribunal e o do expropriante

consideram que da servidão não resulta qualquer prejuízo, uma vez que o terreno não pode ser classificado como solo apto para construção ( fls. 194 ); o perito da expropriada considerou que a zona de protecção condiciona o uso e transformação da parte sobrante, prejuízo que, na sequência de reclamação, valorou em 15% do valor da casa (cfr. fls. 254, 256 e 278).

Em resposta ao pedido de esclarecimento da expropriada, os peritos do tribunal e do expropriante localizaram a servidão a norte do IC 28, numa faixa de 8 metros (de largura?) por 44 metros de

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extensão, com a área de 352 m 2, considerando que dela não resulta qualquer desvalorização da parte sobrante, uma vez que nesta já não era permitida a construção pelo PDM do concelho de Arcos de Valdevez.

De modo que se pode assentar no seguinte facto (nº 16):

“ Em consequência da construção do IC 28 a parte sobrante do prédio não abrangida pela expropriação ficou onerada com uma servidão “ non aedificandi “.

Finalmente, a expropriada pretende que se dê como provado o seguinte facto: “ Em consequência da construção da Via Rápida em vista da qual a parcela dos autos foi expropriada haverá alteração das condições ambientais na parte sobrante do prédio, com diminuição dos níveis de conforto “. A expropriada formulou os seguintes quesitos:

Quesito nº 11: “ Ainda em consequência da construção da Via Rápida e dos respectivos nós de acesso que irão atravessar o prédio donde há-de ser destacada a parcela expropriada, a área sobrante ficará desvalorizada em resultado dos elevados índices de poluição sonora e atmosférica que esta vai passar a sofrer devido à proximidade com a estrada e os elevadíssimos níveis de circulação automóvel que previsivelmente vão existir no local? “;

Quesito nº 12: “Em caso afirmativo digam os Sr. Árbitros se os factos narrados nos quesitos anteriores depreciam acentuadamente os excelentes níveis de bem estar, qualidade de vida,

sossego e repouso anteriormente proporcionados pelo prédio onde se situa a parcela expropriada e se o prejuízo ambiental deles decorrente deverá ser indemnizado em valor nunca inferior a

20.000.000$00?”;

A resposta dos árbitros ao quesito nº 11 foi: “ Admite-se que sim “ e ao quesito 12º: “ Ver PDM de Arcos de Valdevez “.

A dos peritos do tribunal e do expropriante ao quesito 11º foi: “ Não, uma vez que a via fica a uma cota muito inferior à da parcela sobrante “; e ao quesito 12º: “ prejudicado “.

Esclareceram mais tarde que: “ o IC 28 em relação à parcela sobrante encontra-se a uma cota variável de 4,60 m a 6,30 metros; a habitação encontra-se a cerca de 40 metros do eixo do I.C. 28 e a cerca de 14 metros da crista do talude de escavação; quanto ao restabelecimento do caminho existente a cota varia entre zero e 1 metro “ (fls. 282).

Ao quesito11º o perito da expropriada respondeu: “ Haverá alteração das condições ambientais, com diminuição dos níveis de conforto “; ao quesito 12º remeteu para o aludo de peritagem, onde considerou haver “ alteração das condições ambientais de privacidade e sossego “, prejuízo que, já em sede de esclarecimento ( fls. 279 ) estimou em 10% do valor da casa.

Como atrás se anotou, do relatório da a.p.r.m. consta a seguinte passagem: “A habitação ficará necessariamente desvalorizada pois passará a ter a poente uma estrada de grande tráfego, afectando a habitabilidade e a qualidade de vida da expropriada “.

A alteração das condições ambientais na parte sobrante do prédio e a diminuição dos níveis de conforto são conceitos que hão-de resultar de factos tão objectivos quanto possível.

Tendo em conta que a habitação ficará a distar cerca de 40 metros do eixo do IC 28 - apesar de esta se situar a uma cota inferior à da parcela sobrante, variável de 4,60 metros a 6,30 metros -podemos assentar no seguinte ( facto nº 17):

“ Com a construção do IC 28 a parte sobrante do prédio ficará sujeita a maior poluição atmosférica e sonora “.

Em resultado das alterações introduzidas, esta Relação fixa a seguinte matéria de facto provada (assinalando-se a negrito as modificações efectuadas):

1.A parcela a expropriar corresponde a uma parcela de terreno com a área de 1.411,00 m2 a destacar do prédio rústico com a área de 1.750,00 m2, sito no Lugar de ..., em ..., Arcos de

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Valdevez, a confrontar do norte com Lino A..., do sul e nascente com José L... e do poente com Alberto G..., omisso na Conservatória do Registo Predial e inscrito na matriz predial respectiva no art. ...º;

2.Por despacho proferido no dia 11 de Agosto de 2000, publicado no Diário da República - II Série de 1 de Setembro de 2000, foi declarada a utilidade pública da parcela a expropriar;

3.A parcela a expropriar consiste num terreno com boa aptidão agrícola e florestal, ligeiramente inclinado;

4.Esta parcela tem acesso (que permite o trânsito de veículo automóvel) por um caminho, presentemente em terra batida e dispõe de rede de energia eléctrica;

5.Depois do caminho em terra batida existe um arruamento de cerca de 32 metros de extensão com declive, em “ calçada à portuguesa “, que confronta com a parcela expropriada;

6.A parcela a expropriar tem instalada rede de abastecimento de água, a qual ainda não está em funcionamento;

7.A expropriada requereu a ligação à rede pública de água em 23 de Março de 1998 (celebrou o contrato em 27 de Abril de 1998), ligação que foi executada pelos serviços camarários em 19 de Março de 1999;

8. A rede de abastecimento de água que serve o lugar de ..., ... foi concluída no ano de 1999; 9.O saneamento da moradia existente na parte sobrante da parcela expropriada é feito, como é usual na zona (no meio rural), por fossa séptica, que tem dimensões adequadas à habitação existente, insusceptível, por isso, de ser utilizada por qualquer construção que viesse a ser edificada na parcela expropriada;

10. As duas casas de habitações mais próximas da parcela expropriada situam-se a 50,00 m dela no arruamento referido em 5;

11. A parcela expropriada e o prédio donde aquela foi destacada estão localizados numa zona de grande tranquilidade, apreciável beleza natural e paisagística e boa exposição solar, podendo desfrutar-se duma visão panorâmica do rio, que fica localizado num vale, a escassas centenas de metros;

12.O Plano Director Municipal de Arcos de Valdevez, em vigor na data da declaração de utilidade pública, considera a parcela a expropriar inserida numa zona de Espaços Florestais – Floresta de Protecção – Floresta de Uso Múltiplo;

13.A expropriação destina-se à construção do Itinerário Complementar 28 ou IC-28; 14. A expropriação da parcela delimitada a sudoeste passa junto à casa de habitação da proprietária, que passará a ter a poente uma estrada de grande tráfego como o IC 28;

15. A habitação ficará a distar cerca de 40 metros do eixo do IC 28 que se situará a uma cota inferior à da parcela sobrante, variável de 4,60 metros a 6,30 metros;

16. Em consequência da construção do IC 28 a parte sobrante do prédio não abrangida pela expropriação ficou onerada com uma servidão “ non aedificandi”;

17. Com a construção do IC 28 a parte sobrante do prédio ficará sujeita a maior poluição atmosférica e sonora.

Apreciando de direito: 1.Classificação do solo: Fossa séptica:

Está provado que “ o saneamento da moradia existente na parte sobrante da parcela expropriada é feito, como é usual na zona (no meio rural), por fossa séptica, que tem dimensões adequadas à habitação existente, insusceptível, por isso, de ser utilizada por qualquer construção que viesse a ser edificada na parcela expropriada “.

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Escreve-se na sentença: “ Como bem salienta Pedro Elias da Costa, para que se possa falar em saneamento não basta a existência de um sistema de saneamento particular como uma fossa séptica ou sumidouro. Pode mesmo afirmar-se que as ideias de saneamento e de fossa séptica ou sumidouro são contrárias entre si, de tal forma que ao afirmar-se que uma parcela de terreno dispõe de uma fossa séptica ou de um sumidouro se está, afinal, a reconhecer que não dispõe de saneamento. “

Entende a expropriada que a fossa séptica preenche o requisito do art. 25,

nº 2, al. a) do CE, agarrando-se para tal à letra da lei, que apenas exigiria a existência de uma rede para o abastecimento de água e já não para a energia eléctrica e para o saneamento.

Porém, não está provado que a parcela expropriada disponha de uma fossa séptica.

A fossa séptica serve, sim, a casa de habitação integrada na parte sobrante do prédio e nunca poderia ser utilizada por qualquer construção que viesse a ser edificada na parcela expropriada. Mas ainda que assim não fosse, nunca a fossa séptica poderia preencher o requisito do art. 25, nº 2, al. a) do CE.

Dispõe este preceito que “ considera-se solo apto para construção o que dispõe de acesso rodoviário e de rede de abastecimento de água, de energia eléctrica e de saneamento, com características adequadas para servir as edificações nele existentes ou a construir “.

Como é evidente, o que se exige é a existência de uma rede de saneamento.

Não faz qualquer sentido exigir uma rede de abastecimento de água e já não uma rede de energia eléctrica e uma rede de saneamento.

O DL 794/76 de 5.11 aludia no art. 62 “a rede de drenagem de esgotos “ como condição para a integração da parcela expropriada em aglomerado urbano.

Como era inquestionável, o DL 794/76 reportava-se a uma rede pública de drenagem e não a uma drenagem própria (cfr. Ac.R.C. de 13.5.80, Col. 80-3º-259).

E, por isso, o Ac. R.C. de 15.1.80, in Col. 80-1-115, citado pela recorrente, quando considerava como “ rede de drenagem de esgotos “ uma vala a céu aberto“ estava a reportar-se a uma recolha e escoamento colectivo de esgotos.

Seria, aliás, original que o legislador de 1999 tivesse sido muito menos exigente que o de 1976 bastando-se, para a classificação do solo como “ apto para construção “, com a existência de um saneamento privado ou particular; além de preocupante, caso admitisse a fossa séptica como uma forma de saneamento “ com características adequadas “ para servir as edificações existentes em solo apto para construção.

Núcleo urbano:

Considerou a sentença que “ tendo resultado provado que a parcela a expropriar está situada a uma distância de 50,00 m das duas casas de habitação mais próximas, não estão preenchidos os requisitos previstos no art. 25º, nº2, al. b) do Cód. das Expropriações, porquanto não se pode falar em qualquer núcleo urbano, mas apenas em casas de habitação dispersas. “

Entende a recorrente que a parcela se localiza em zona onde existe um núcleo urbano, um aglomerado populacional, como decorre da DUP ( Lugar de ... em ... ).

Dispõe o art. 25, nº 2, al. b) do CE que se considera solo apto para construção “o que apenas dispõe de parte das infra-estruturas referidas na alínea anterior, mas se integra em núcleo urbano existente “.

Vem-se entendendo que, na ausência de previsão legal, a definição de “núcleo urbano “ deverá coincidir com a que consta do DL nº 794/76 para “aglomerado urbano “, com excepção da exigência de rede de drenagem de esgotos, quando esta não exista na respectiva localidade (Pedro Elias da Costa, Guia das Expropriações por Utilidade Pública, 2ª edição, pág. 278).

(10)

O art. 62 do DL nº 794/96 de 5.11 define “ aglomerado urbano “ nos seguintes termos: “ núcleo de edificações autorizadas e respectiva área envolvente, possuindo vias públicas pavimentadas e que seja servido por rede de abastecimento domiciliário, e de drenagem de esgotos, sendo o seu perímetro definido pelos pontos distanciados 50 m das vias públicas onde terminam as infra-estruturas urbanísticas “.

Ou seja: não se pode confundir aglomerado urbano ou núcleo urbano – que pressupõem um grupo ou ajuntamento de edificações - com a existência de habitações nas proximidades ou com a

existência de um povoamento disperso (cfr. ob. cit., pág. 278 ).

Ora, está apenas provado que próximo da parcela expropriada existem a 50 metros duas casas de habitação, servidas por um arruamento pavimentado.

O que é insuficiente, assim se nos afigura, para se falar na integração da parcela num núcleo de edificações com vias públicas pavimentadas.

Por outro lado, não existe uma rede de drenagem de esgotos.

Apenas está provado que existe uma fossa séptica na parte sobrante do prédio, onde existe a casa de habitação, como é usual no meio rural da zona, o que não significa que no lugar de ... não exista rede de drenagem de esgotos.

Além disso, a fossa séptica serve a casa de habitação e não a parcela expropriada.

Finalmente, do facto de a DUP situar a morada da expropriada no lugar de ..., não resulta, necessariamente, a integração da parcela expropriada no núcleo urbano desse lugar. Floresta de Protecção:

A parcela expropriada não preenche, assim, objectivamente, os requisitos previstos no art. 25, nº 2, al. b) do C.E.

E ainda que os preenchesse nunca a referida parcela poderia ser classificada como “ solo apto para construção “, por se inserir numa zona classificada pelo PDM de Arcos de Valdevez como de Espaços Florestais - Floresta de Protecção- Floresta de Uso Múltiplo, o que arreda quaisquer expectativas quanto a uma muito próxima ou efectiva potencialidade edificativa, como

justificadamente refere a sentença, para a qual - e quanto a esta questão - se remete nos termos do art. 713, nº 5 do C.P.C.

A parcela expropriada encontra-se inserida numa área de floresta de protecção, ou seja, numa área não edificável, onde não é permitida, portanto, a construção de qualquer pousada, establecimento hoteleiro, unidade de turismo de habitação ou outra enquadrável na definição de turismo em espaço rural ( cfr. art. 46, nº 1 e 48 do PDM ).

2. Servidão “ non aedificandi “:

Considerou o Mmº Juiz a quo que “ no que respeita à constituição de uma

servidão non aedificandi, não sendo a parcela a expropriar classificada como solo apto para

construção não deve ser atribuída qualquer indemnização (art. 8º nº2 do Cód. das Expropriações)." Entende a expropriada que a sentença, ao não atender ao cha-mado prejuízo decorrente da

constituição da servidão non aedificandi violou o disposto no artº 29/2 do C.E. 99.

Está provado, efectivamente, que em consequência da construção do IC 28 a parte sobrante do prédio não abrangida pela expropriação ficou onerada com uma servidão “ non aedificandi “, que resulta do disposto no art. 5 do DL nº 13/94 de 15 de Janeiro (35 metros para cada lado do eixo da estrada).

Porém, a constituição de servidão non aedificandi, num solo sem aptidão

construtiva, como é o da parte sobrante, não pode configurar um prejuízo enquadrável em qualquer das alíneas do nº 2 do art. 8 do CE.

(11)

ou substancial que introduza ” modificações especiais e graves (ou anormais) na utilitas do direito de propriedade da expropriada “ geradoras de direito a indemnização, por força dos art. 62, nº 2, 2, 9, al. b) e 13, nº 1 da Constituição da República Portuguesa (cfr. Fernando Alves Correia, Manual de Direito do Urbanismo, 2001, vol. I, pág. 222 e seg.)

2.Indemnização por prejuízos ambientais:

Considerou o Mmº Juiz da 1ª instância que “ no que respeita à

depreciação das qualidades ambientais da parte sobrante do prédio de que a expropriada é proprietária, esta não resultou provada (… ) “.

Sustenta a expropriada que a sentença, ao não atender ao cha-mado prejuízo ambiental decorrente da construção da obra da IC 28, violou o disposto no artº 29/2 do C.E. 99.

Está provado que:

“ A parcela expropriada e o prédio donde aquela foi destacada estão

localizados numa zona de grande tranquilidade, apreciável beleza natural e paisagística e boa exposição solar, podendo desfrutar-se duma visão panorâmica do rio, que fica localizado num vale, a escassas centenas de metros;

A expropriação da parcela delimitada a sudoeste passa junto à casa de

habitação da proprietária, que passará a ter a poente uma estrada de grande tráfego como o IC 28; A habitação ficará a distar cerca de 40 metros do eixo do IC 28 que se

situará a uma cota inferior à da parcela sobrante, variável de 4,60 metros a 6,30 metros; Com a construção do IC 28 a parte sobrante do prédio ficará sujeita a

Maior poluição atmosférica e sonora.” Ou seja:

São inegáveis os prejuízos ambientais para a parte sobrante do prédio.

Porém, eles não resultam da expropriação parcial do prédio mas da construção do IC 28.

Com efeito, dispõe o art. 29, nº 2 do CE: “ Quando a parte não expropriada ficar depreciada pela divisão do prédio ou desta resultarem outros prejuízos ou encargos, incluindo a diminuição da área total edificável ou a construção de vedações idênticas às demolidas ou às subsistentes,

especificam-se também em separado os montantes da depreciação e dos prejuízos ou encargos, que acrescem ao valor da parte expropriada. “.

Interpretando o preceito similar do art. 28, nº 2 do CE de 1991, Fernando Alves Correia, em

anotação aos Acórdãos do T.R.E de 30.3.2002 e S.T.J. de 1.3.2001, in R.L.J. ano 134º- 77, escreve que a referida norma prevê a indemnização de um conjunto de danos patrimoniais, subsequentes, derivados ou laterais, que acresce à indemnização correspondente à perda do bem expropriado, à parte expropriada do prédio.

Ponto é que, segundo o mesmo autor, tais prejuízos sejam consequência directa e necessária da expropriação parcial de um prédio, o que não acontece com os danos causados pela construção de uma auto-estrada e pela circulação de veículos terrestres que não resultam directa e imediatamente do acto expropriativo mas apenas indirectamente (loc. cit., 100).

O referido autor considera mesmo que não é constitucionalmente admissível, por violação dos art. 62, nº 2 e do art. 13 do CRP, que a indemnização por expropriação abranja não somente os danos ocasionados pela expropriação mas também os decorrentes da construção e da utilização de uma obra (que no caso analisado era o troço de uma auto-estrada) que tiveram lugar posteriormente ao acto expropriativo (loc.cit., 101 e 102)

Em resumo, os prejuízos ambientais - não resultando directamente da expropriação parcial do prédio da expropriada e da sua divisão mas da construção do IC 28 - não são indemnizáveis neste processo de expropriação, como resulta do disposto no art. 29, n 2 do CE de 1999.

(12)

Improcedem, assim e na totalidade, as conclusões da apelante, incluindo a última, referente à inconstitucionalidade do critério avaliativo, por pretensa violação dos art. 23, 13, nº 1, 1, nº 2 e 62, nº 2 da CRP, uma vez que a indemnização alcançada se afigura justa, como decorre da análise das questões insertas nas conclusões anteriores.

Pelo exposto, acordam os Juízes desta Relação em julgar a apelação improcedente e confirmar a sentença recorrida.

Custas pela apelante.

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