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Informativo Econômico 26/05/2021

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Academic year: 2021

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Apesar de positivo, ritmo de contratações na Construção diminui

Em abril a Construção Civil criou 22.224 novas vagas com carteira assinada em todo o País, resultado da diferença entre 146.389 admissões e 124.165 desligamentos. Este foi o menor saldo de postos de trabalho gerados pelo setor em 2021, conforme os dados do novo Caged divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia. A média de 44.327 novos empregos formais, registrada no primeiro bimestre do ano, caiu para 23.215 nos meses de março e abril. Isso significa que o setor reduziu em quase 50% o ritmo de criação de vagas. O número de trabalhadores admitidos na Construção, em abril (146.389) foi o menor do ano. Portanto, fica evidenciando que o mercado de trabalho da Construção Civil perdeu dinamismo.

Os indicadores do mercado imobiliário, divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), demonstraram queda expressiva no número de lançamentos de janeiro a março de 2021, em relação ao 4º trimestre de 2020: -58,0%. Nesta mesma base de comparação, o recuo das vendas foi bem menor: -12,4%. Com esse resultado, a oferta (estoque) de unidades residenciais novas disponíveis para comercialização continuou caindo (-13,1%). Em relação aos três primeiros meses de 2020 os lançamentos registraram uma pequena elevação de 3,7%, enquanto as vendas apresentaram um aumento significativo: 27,1%. Assim, as vendas continuam expressivas, indicando que a demanda por imóveis permanece forte. Entretanto, o aumento exagerado nos custos da construção, e a falta de previsibilidade de uma solução

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definitiva para este problema, têm levado os empresários do setor a adiar novos empreendimentos. Esse movimento reflete no mercado de trabalho, e contribui para resultados menos expressivos na geração de vagas.

Indicadores do Mercado Imobiliário Nacional

Caso o setor não estivesse vivenciando a maior elevação de seus custos dos últimos anos, poderia estar contribuindo ainda mais para a criação de emprego. O índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), acumulou, nos últimos 12 meses encerrados em abril, alta de 12,99%. Neste mesmo período, o custo com materiais e equipamentos aumentou quase 30%, o que correspondeu a maior elevação para o período desde 1998.

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Nos últimos 12 meses encerrados em abril, os condutores elétricos, de acordo com o INCC, registraram elevação superior a 80% em seus preços. Tubos e conexões de ferro e aço, e vergalhões e arame de aço ao carbono também apresentaram altas significativas: 72,41% e 67,45%, respectivamente. Importante ressaltar que a elevação do custo com material está acontecendo num ambiente macroeconômico onde a inflação projetada para 2021 é de 5,24%. Esses aumentos exagerados tem conseguido conter o avanço das atividades da Construção.

É necessário ressaltar que não se pode atribuir o resultado do mercado de trabalho na Construção, em abril, ao agravamento da pandemia, provocada pelo novo Coronavírus. Isso porque o setor, que é essencial, continuou trabalhando. Além disso, conforme os resultados da Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da CBIC, o nível de atividade do setor, apesar de ter registrado pequena melhora em abril, permanece em baixo patamar desde o início do ao. E, mesmo com o ritmo de atividades ainda menor do que o usual, a Construção Civil continua apresentando resultados positivos no mercado de trabalho, o que é especialmente importante diante das dificuldades apresentadas pela economia nacional.

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Sondagem Nacional da Indústria da Construção

Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Alguns fatores como a melhora do mercado externo, a alta nos preços das commodities, e a queda de atividades num ritmo inferior ao previsto inicialmente, estão levando os analistas a revisarem suas projeções de crescimento para o País. A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, com analistas de mercado financeiro, têm registrado expectativas mais positivas para o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2021. Assim, mesmo considerando o cenário interno com a vacinação ainda em processo lento e as novas cepas do novo Coronavirus, o levantamento realizado em 21/05/2021 estimou crescimento de 3,52% para a economia brasileira. Já no relatório de 23 de abril a estimativa era de 3,09%.

Entretanto, o mercado de trabalho do País está bastante fragilizado. O número de desempregados atingiu o patamar de 14,423 milhões de pessoas, no trimestre dezembro a fevereiro de 2021, conforme o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Neste cenário, a Construção Civil tem muito a contribuir e já demonstrou isso inúmeras vezes. Em 2020, por exemplo, foi o maior gerador de novos postos de trabalho com carteira assinada (105.248 novos postos de trabalho). Assim, é muito preocupante a perda de dinamismo na geração de emprego no setor.

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das metodologias do Caged e do novo Caged, observa-se que foi o maior número de vagas gerado pela Construção desde 2012 (170.544).

Obs.: Resultados de 2012 a 2019: Caged. Resultados de 2020 e 2021: novo Caged.

Em abril, o estado de São Paulo foi o maior gerador de novas vagas na Construção (5.859). Em segundo lugar está o estado de Minas Gerais (2.340) seguido de perto por Goiás (2.165), Santa Catarina (2.021) e Paraná (2.021). Neste mês, cinco estados apresentaram saldos negativos: Sergipe (-173), Roraima (-209), Amapá (-220) e Rio Grande do Norte (-453).

Diante de um cenário caracterizado pelo desabastecimento e alta expressiva nos preços dos seus insumos, o que tem levado o adiamento de novos empreendimentos, o crescimento projetado para a Construção foi revisado de 4% para 2,5%. A consequência é a menor geração de vagas. Os fatores macroeconômicos, como o avanço do processo de vacinação e o andamento das reformas estruturantes (administrativa e tributária) podem redirecionar o País para o crescimento. Especialmente a Construção Civil, para voltar a incrementar o ritmo de suas atividades, precisa urgente de um choque de oferta dos seus insumos. Não se pode mais esperar, sob o risco de se comprometer o resultado positivo que ainda se espera para o setor.

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. Resultados do mercado de trabalho formal na Construção Civil – Abril 2021

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