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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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(1)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Campinas

2010

GABRIEL SPAGNUOLO VINCI

O USO DA MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA

FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM LESÃO

(2)

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Campinas

2010

GABRIEL SPAGNUOLO VINCI

O USO DA MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA

FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM LESÃO

MEDULAR – uma reabilitação efetiva

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Vinci, Gabriel Spagnuolo.

V746u O uso da medida de independência funcional em indivíduos com lesão medular: uma reabilitação efetiva / Gabriel Spagnuolo Vinci. - Campinas, SP: [s.n], 2010.

Orientador: José Irineu Gorla

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas.

1. Lesão medular. 2. Reabilitação. 3. Qualidade de vida. 4. Medida de Independência Funcional (MIF). I. Gorla, José Irineu. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. III. Título.

asm/fef

Título em inglês : The use of the measure of independence functional in individuals with spinal

cord injury: an effecti ve rehabilitation

Palavras-chaves em inglês (Keywords): Spinal cord injury. Rehabilitation. Quality of life.

Functional independence measure, FIM.

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Este exemplar corresponde à redação final do Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) defendido por Gabriel Spagnuolo Vinci aprovado pela Comissão julgadora em: ___/___/___.

Orientador Dr. José Irineu Gorla

Componente da banca Dr. Paulo Ferreira de Araújo

Campinas 2010

GABRIEL SPAGNUOLO VINCI

O USO DA MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

EM INDIVÍDUOS COM LESÃO MEDULAR – uma

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Primeiramente, dedico este trabalho à minha Família que ao longo dos anos tem me ensinado, educado e amado em todos os momentos da minha vida sem medir esforços.

Dedico este trabalho também a todas as pessoas que por qual quer motivo esse trabalho possa ser útil em uma melhora de sua qualidade de vida e ajuda na busca de suas realizações pessoais a cada dia ou mesmo àqueles que trabalham com atividade motora adaptada ou com programas de reabilitação.

À todos os profissionais e alunos da Faculdade de Educação Física da UNICAMP que dedicam seus dias ao treinamento e à promoção de uma melhor qualidade de vida aos atletas em cadeira de rodas da UNICAMP.

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Agradeço novamente e principalmente à minha Família por todo empenho e suporte dado ao longo dos anos, sem nunca deixar de lado o respeito, a confiança e o afeto. Aos meus pais que sempre representaram a base e o exemplo em todos os dias. Aos meus irmãos Vinícius e Heitor pelo companheirismo, experiências e principalmente pelos ensinamentos diários de convivência e respeito. À minha namorada Camila pela companhia, confiança e amor de sempre.

Aos docentes e funcionários da Faculdade de Educação Física da UNICAMP por todo trabalho realizado durante estes anos juntos que contribuíram para a construção do conhecimento e formação de um aluno em um profissional.

Ao seleto grupo de amigos pelas inúmeras reuniões em casa, viagens, festas, noites mal dormidas, risadas e companheirismo durante estes anos.

Ao LAMA – Laboratório da Atividade Motora Adaptada da FEF por todo o suporte dado nos momentos em que precisei de ajuda ou conselhos, em especial ao meu professor e orientador Gorla por todo suporte dado para realização desta monografia.

(7)

Campinas, Campinas, 2010.

RESUMO

A Medida de Independência F uncional (MIF) é uma das ferramentas mais utilizadas para a obtenção do nível da capacidade física de pessoas com deficiência física, podendo ou não terem sido acometidos por lesão medular. Esses níveis que são obtidos através de uma pontuação ou

scores são essenciais para a realização de um trabalho de reabilitação adequado com o paciente

de acordo com suas necessidades específicas observadas com a avaliação através da MIF. O estudo realizou através da Pesquisa Bibliográfica dados que justificam e apresentam a utilização do MIF juntamente com as respostas dos pacientes aos programas de tratamentos de indivíduos com lesão medular para obtenção de um programa de reabilitação adequado. Concluiu- se que com a utilização da MIF o profissional da área da saúde responsável pode elaborar um programa de reabilitação mais específico para que seja o mais efetivo possível.

Palavras Chaves: lesão medular; protocolo de avaliação; dependência física, Medida de Independência Funcional; MIF; qualidade de vida

(8)

Campinas, Campinas, 2010.

ABSTRACT

Keywords: spinal cord injuring; rehabilitation; evaluation protocol; physical dependence; Functional Independence Measure; FIM; life quality.

The Functional Independence Measure (FIM) is one of the most used tools for the achievement of the physical capacity of people with physical disabilities, which may not have been affected by spinal cord injury. These levels are obtained through a score and are essential to the achievement of an appropriate rehabilitation work with the patient according to their specific needs with the evaluation observed by FIM. The study used the Library Research and present data that justify the use of MIF together with the responses of patients to treatment programs for individuals with spinal cord injuring (SCI) to obtain an appropriate rehabilitation program. It was concluded that the use of the MIF healthcare professional responsible may draw up a rehabilitation program to be more specific as effective as possible.

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LISTA DE ESQUEMAS

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Figura 1 - Os diferentes níveis da lesão medular (cervical, torácica, lombar e sacral) e

suas complicações motoras e fisiológicas. 16 11111

Figura 2 - Atividade funcional nas lesões medulares 17 d1616

Figura 3 - Organização esquemática da composição da MIF em categorias, dimensões

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Valores médios e variações das dimensões da MIF, considerando o total de

indivíduos e acompanhamento atual de reabilitação. 31

Gráfico 2 - Valores médios e variações da MIF total e motora em relação ao

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores e variações da MIF total, motora e cognitiva, segundo o nível da

lesão medular. 24

Tabela 2 - Porcentagem da qualidade de vida, segundo seus domínios, dos pacientes

com lesão medular traumática. 25

Tabela 3 - Distribuição da MIF total, motora e cognitiva em relação aos níveis de lesão

medular e tempo pós lesão 26

Tabela 4 - Distribuição da MIF total e motora segundo o acompanhamento ou não de

(13)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

LM Lesão medular

MIF Medida de Independência Funcional LME Lesão Medular Espinhal

FEF Faculdade de Educação Física SCI Spinal Cord Injuring

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SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO ...14

2) METODOLOGIA ...21

3) CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO...23

I.1) QUALIDADE DE VIDA DO LESADO MEDULAR...23

I.2) LESÃO MEDULAR E A EDUCAÇÃO FÍSICA...27

I.3) PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO...28

I.4) COMPOSIÇÃO E APLICABILIDADE DA MIF...31

I.5) A ESCOLHA DA MIF...33

I.6) OS PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO E A MIF...35

4) CONSIDERAÇÕES FINAIS ...39

5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...41

6) ANEXOS...45

6.1) MANUAL DE UTILIZAÇÃO DA ESCALA MIF E SUA PONTUAÇÃO – COMO APLICÁ-LA?...45

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INTRODUÇÃO

A pessoa com deficiência física que continuamente está em busca de uma maior independência física e motora encontra nesta a determinação em superá- la. Estamos diante de um crescente número de pessoas com deficiência físicas e usuárias de cadeira de rodas que hoje vêm se apresentando na nossa sociedade por problemas que são geralmente resultado de lesão na medula espinhal, condições médicas congênitas chamadas espinha bífida ou mesmo por traumas como acidentes automobilísticos, que representam atualmente a maior razão do acontecimento destes casos (LOUREIRO et al., 1997).

Uma vez que esses indivíduos têm que recorrer à cadeira de rodas e são submetidos à mudanças drásticas em sua rotina diária, fazem-se necessários estudos que visem conhecer e desenvolvam métodos que possam conhecer os meios adequados para melhora da aptidão física e/ou psicológica desses indivíduos para que possam torna-se mais independentes e autoconfiantes no dia a dia.

As cadeiras de rodas têm como principais funções o posicionamento correto para prevenção de deformidades ósseas e articulares e principalmente a possibilidade de locomoção desse indivíduo em casos diversos de lesões medulares em seus diferentes níveis, promovendo assim um maior conforto, melhora na funcionalidade, qualidade de vida do usuário, independência, entre a possibilidade de realização de diversas outras funções diárias.

Quando uma pessoa é acometida por uma lesão medular, que pode ocorrer em diversos níveis da coluna, este indivíduo terá algum tipo de dependência física e em alguns casos podendo apresentar também problemas psicológicos ligados à sua deficiência. Conforme o nível e gravidade da lesão medular haverá mais ou menos comprometimento dos movimentos, da sensibilidade, controles de esfíncteres, funcionamento dos órgãos, circulação sanguínea e até mesmo controle de temperatura, pois, além da lesão ou trauma medular, podem ocorrer também lesões no sistema nervoso autônomo ou alterações no mesmo, devido a esses da nos causada na

(16)

medula espinhal que também abriga o feixe de neurônios responsáveis pela sensibilidade (FREED et al., 1994).

A perda motora e/ou sensitiva ocorre devido à posterior morte dos neurônios da medula devido à quebra de comunicação entre os axônios oriundos do cérebro e suas conexões com os neurônios da medula, interrompendo assim, a comunicação entre o cérebro e todas as partes do corpo que são inervadas por feixes de neurônios que ficam abaixo da área lesionada (LIANZA et al., 2001). A figura 1 na página seguinte retirada do Manual Merck esquematiza os diferentes níveis da coluna espinhal e a lesão com as respectivas complicações.

O crescente número desses casos de mudança de rotina e as dependências repentinas e inesperadas de instrumentos, como a cadeira de roda, podem representar muitas vezes problemas ou desconfortos tanto físicos como psicológicos para essa população, ainda que a função principal desses aparelhos seja de oferecer um maior conforto, possibilidades de deslocamento ou mesmo a realização das tarefas diárias de rotina, para promover assim uma maior independência do indivíduo. Essa população é instigada a realizar trabalhos de reabilitação que promovam ou devolvam o máximo de independência possível, mas para isso precisam de um diagnóstico e destes tratamentos bem planejados e mais adequados.

Neste estudo será realizada uma pesquisa que apresentará a importância da aplicação do protocolo de avaliação Medida de Independência Funcional (MIF) para indivíduos acometidos por lesão medular logo no início do programa de reabilitação para que assim seja possível a aplicação de um programa de reabilitação coerente com o quadro. Segundo o Guia de Sistema

Reabilitação Médica de 1993 (do inglês Guide for the Uniform Data System for Medical Rehabilitation) citado por Riberto et al. (2001) corroborando com Linacre et al (1994) e Deutsch

et al. (1996) a escala MIF foi criada em 1983 quando Granger e seus colaboradores, subsidiados pelo Congresso e pela Academia Americana de Medicina e Reabilitação dos Estados Unidos, reuniram um conjunto de dados capazes de mesurar alguns tipos de incapacidades e avaliar os resultados de programas de reabilitação.

(17)

Figura 1 – Os diferentes níveis da lesão medular (cervical, torácica, lombar e sacral) e suas complicações motoras e fisiológicas.

(18)

A figura 2 mostra do ponto de vista médico como as lesões em seus diferentes níveis podem interferir na independência funcional de cada indivíduo, apresentando também os principais grupos musculares inervados ao longo da coluna vertebral.

(WINNICK, 2004) – Figura 14.1

Durante o projeto, foram reunidos 36 instrumentos de avaliação funcional, alguns já publicados e outros não, sendo seis destes com o intuito de identificar os itens mais comuns e úteis para a elaboração de uma escala que fosse capaz de avaliar a função motora e psicológica em diversas condições de incapacidade, como o acidente vascular cerebral, a esclerose múltipla, a lesão medular, além de outras doenças (RIBERTO et al., 2001). Surge assim a escala de Medida de Independência Funcional (MIF), um instrumento multidisciplinar que permite sua utilização

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pelos profissionais da saúde, composto por 18 itens, de aplicação rápida e uniforme, com medidas consistentes e confiáveis com baixo custo de aplicação. De acordo com o autor esta ferramenta nos permite:

 Determinar o grau e a gravidade da incapacidade;  Avaliarmos e acompanharmos os ganhos funcionais;  A avaliação do programa de reabilitação utilizado;

 Um uso em pesquisas clínicas de evolução do quadro do paciente;

 A determinação das relações custo/benefício e custo/realização em matéria de Reabilitação;

 Obtermos a base de predição dos resultados e dos critérios de admissão e alta  A sua justificação de seu uso aos organismos de previdência social

Esse programa de reabilitação a partir deste protocolo fundamenta-se na área da Educação Física uma vez que Paeslack et al. (1978) apud Souza (1994) explica que

“(...)todo paraplégico necessita de terapia esportiva, independentemente da idade, do sexo, da altura da lesão, das suas

causas e de eventual presença de outros ferimentos. Daí se segue que a terapia esportiva não deve ser encarada como um esporte de lazer, praticado uma vez por semana por um determinado tempo, e sim uma exigência terapêutica, que deve ser satisfeita diariamente”. p. 43

Neste contexto, podemos considerar que um pertinente programa de reabilitação para aumento da independência física e qualidade de vida seja extremamente necessário para que posteriormente o paciente possa ser capaz até mesmo de praticar atividades físicas em uma cadeira de roda, se este desejar.

Após uma análise completa para conhecermos o MIF, o estudo irá propor a aplicação deste protocolo para podermos indicar um tratamento e programa de reabilitação específico de acordo com alguns resultados e informações que esta ferramenta pode nos oferecer, como os citados acima.

Faz-se necessária essa pesquisa para que o diagnóstico seja dado à pessoa junto a partir do conhecimento real de sua dependência recém adquirida para que as áreas que desenvolvem os

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trabalhos de reabilitação, como a Fisioterapia, Educação Física, Psicologia, Terapia Ocupacional entre outras, possam desenvolver trabalhos específicos de reabilitação não apenas com o diagnóstico de lesão medular, mas sim com a aplicação prévia deste protocolo de avaliação para que esse trabalho possa ser assim o mais efetivo possível, garantindo uma recuperação ou tratamento mais rápidos e de melhor qualidade.

É importante também estudarmos a validade de um instrumento de avaliação funcional, que pode ser definida também como a capacidade que esse instrumento tem de atribuir um valor, pontuação ou classificação a pessoas com incapacidades físicas ou necessidades psicológicas. Assim, Freitas et al. (2010) estuda que “instrumentos de avaliação para quantificar a

independência funcional e o nível de atividade física são particularmente úteis para a tomada de decisões e monitoramento em programas de reabilitação”.

Esse estudo é importante uma vez que muitos indivíduos lesionados podem receber tratamentos menos adequados frente às suas necessidades adquiridas, serem subestimados quanto suas capacidades físicas e motoras ou simplesmente ocorrer a situação contrária, quando ele é submetido a situações e trabalhos de recuperação indevidos que os superestimem, podendo assim retardar o progresso da evolução do quadro.

Para que se obtenha a elaboração de um programa de recuperação e reabilitação adequado e evolução de trabalhos médicos e físicos é de suma importância que tenhamos assim o conhecimento destes níveis de dependência física, da evolução do trabalho junto ao progresso de cada paciente e como esses indivíduos estão lidando com a deficiência em cada estágio do trabalho.

Tem-se que o maior desafio da pesquisa será esclarecer o porquê de a MIF ser um protocolo adequado para essa aplicação e sua importância, uma vez que são conhecidos na literatura diversos protocolos específicos que avaliam os níveis de independência física, motora ou uma avaliação psicológica somente. Somente assim ficará clara a razão do uso do MIF para podermos fazer uma análise completa das necessidades momentâneas e futuras de cada paciente além do acompanhamento da evolução de cada caso específico.

Centralmente, o estudo procurará melhorar a qualidade de vida de pessoas usuárias de cadeira de rodas para que posteriormente possamos estabelecer relações entre sua qualidade de

(21)

vida, dependência física e independência funcional de cada indivíduo. O conhecimento destes reais níveis de independência – obtidos a partir da MIF – podem ser considerados parâmetros reais de independência física a partir do score e resultados obtidos no teste. Este conhecimento é importante para que o programa de reabilitação seja elaborado especificamente para cada pessoa a partir destes scores de independência, sendo assim específico e supostamente mais eficiente.

(22)

METODOLOGIA

Neste estudo foi realizada uma Pesquisa Bibliográfica que segundo Harmon (1989) consiste em uma pesquisa de livros, documentos e artigos que discutem os temas centrais investigados neste trabalho acadêmico. Trata-se de uma prévia seleção de bibliografias ou documentos que foram utilizados como referências ou “mapas” na construção da monografia, ou seja, a metodologia utilizada no trabalho consiste em uma coletânea geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema.

Os artigos analisados no trabalho foram acessados nas seguintes bases de dados:

Scopus PubMed Sport Discus

Scielo – Public Health Scribd

(23)

O estudo da literatura pertinente ajudou na planificação e credibilidade do trabalho, com uma elaboração cautelosa para evitar duplicações e certos erros de interpretação do texto, representando uma fonte indispensável de informações por onde se orientaram as indagações e conclusões do trabalho. O esquema 1 ilustra as etapas sistemáticas deste tipo de trabalho que consiste no levantamento bibliográfico.

(24)

CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO

Neste primeiro capítulo serão analisados alguns artigos da literatura que abordam assuntos como a qualidade de vida do lesado medular, sobre a Educação Física neste contexto e a importância dos programas de reabilitação para posteriormente analisar trabalhos que utilizam o MIF como instrumento de avaliação e que comprovem o sucesso da sua aplicabilidade.

Como já apresentada na introdução do trabalho a escala da Medida de Independência Funcional é um instrumentos multidisciplinar, composto por um conjunto de itens de aplicação rápida e uniforme, com medidas consistentes e confiáveis muito utilizados na avaliação da capacidade funcional dos indivíduo s com lesão medular, registro deste nível de independência e da evolução funcional desses indivíduos, sendo estes dados fundamentais para e durante o processo de reabilitação.

Antes de apresentar a MIF como ferramenta multidisciplinar de avaliação e discutir sua aplicação serão analisados alguns artigos específicos sobre os diferentes tipos de lesões medulares e as diversas complicações que este trauma pode causar nos indivíduos, para posteriormente, podermos entrar nos programas de reabilitação específicos e seus resultados.

I.1) QUALIDADE DE VIDA DO LESADO MEDULAR

Uma vez que a pessoa é submetida a um trauma na medula ou fica incapacitado fisicamente por qualquer motivo, sua vida passa por uma transformação brusca de rotina e hábitos. Independente de esta nova condição ser somente o problema da dependência física este indivíduo terá que passar por programas de reabilitação para que consiga melhorar sua qualidade de vida ao máximo e reconquistar assim níveis de independência os mais próximos possíveis dos que este tinha antes da lesão. Essa adaptação ao novo estilo de vida nunca é simples, segundo Vall et al. (2006). A autora discute em seu estudo que o paciente com lesão medular possui esse grande comprometimento da qualidade de vida, em todos seus domínios, principalmente no que

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se refere aos “aspectos sociais”. Essa lesão pode ocorrer em diferentes níveis (cervical, torácica ou lombar), podendo gerar quadros de dependências distintas. A tabela 1 apresenta as variações da MIF total, motora e cognitiva de 22 indivíduos segundo o nível da lesão apresentando os resultados em score de independência.

RABEH et al. (2010) –Tabela 2

Ainda nesse mesmo estudo Forchheimer et al. (2004) apud Vall et al. (2006) desenvolveu nos EUA um estudo com 215 pacientes com lesão medular traumática que abrangeu os aspectos físicos e mentais, encontrando centralmente como resultado a relação entre o componente físico e o grau de incapacidade do indivíduo, ou seja, quanto maior o comprometimento oriundo da lesão medular menores foram os scores do aspecto físico relacionado com a qualidade de vida. Nesta pesquisa, os autores aplicaram o instrumento de avaliação SF-36, traduzido e validado no Brasil por Ciconelli, em 1999.

Finalmente, o estudo abordou questões não somente de ordem motoras, mas também de âmbito social para esses indivíduos e concluiu que adultos com incapacidades que possuem boa qualidade de vida desenvolveram e mantêm um bom equilíbrio entre mente, corpo e espírito, assim como uma boa interação e harmonia com o meio ambiente. Com isso, os aspectos emocionais (59%) e a saudade mental (62%) após a lesão também são comprometidos, demonstrando que além da dependência física não ocorre um equilíbrio entre corpo e mente, refletindo em uma baixa qualidade de vida e em todos outros domínios. A tabela 2 apresenta a porcentagem de qualidade de vida, obtida a partir dos valores obtidos na pesquisa de Vall.

(26)

VA LL et a l (2006) – Tabe la 2

Esses dados remetem à necessidade de melhoras destas diversas condições apresentadas na tabela 1, já que a melhora da independência e funcionalidade do indivíduo podem promover uma melhora na satisfação do aspecto social e emocional. Alguns outros estudos corroboram com a importância desta esfera social na vida do paciente como discute Bampi (2008), que apresenta dados de seu estudo que evidenciam que os domínios ligados à saudade física e meio ambiente obtiveram os piores índices da pesquisa em uma avaliação realizada com 111 entrevistados. O autor conclui que as mudanças físicas recém adquiridas e as barreiras sociais diminuem e interferem diretamente na auto avaliação da qualidade de vida de cada pessoa com lesão medular. Com esse desafio de promover uma melhor qualidade de vida no que diz respeito a todos os domínios, encontramos nos trabalhos de reabilitação os meios e maneiras de conseguir resultados satisfatórios. Rabeh et al. (2010) observou em seu estudo com o uso da escala MIF que indivíduos com lesão medular espinhal (LME) apresentaram maior dependência no período até 12 meses pós lesão, quando comparamos com os indivíduos com tempo pós lesão acima de 13

(27)

meses, demonstrando a real necessidade do acesso a programas e serviços de reabilitação de pessoas com maiores incapacidades para a prevenção de complicações que aumentam ainda mais a morbidade e a ocorrência do óbito, alem de promover a melhora na funcionalidade destes pacientes.

A tabela 3 apresenta a MIF total, motora e cognitiva também em relação ao nível medular e o tempo pós lesão de indivíduos que participaram ou não de programas de reabilitação, mostrando que o período que precede a lesão (até 12 meses) é considerado mais crítico do que os posteriores, como apresentado pela autora.

(28)

I.2) LESÃO MEDULAR E A EDUCAÇÃO FÍSICA

Pereira et al. (2005) discute a importância da intervenção dos profissionais que atuam nesses programas de reabilitação, de modo que estes consigam criar um modelo que atenda às reais necessidades de cada cliente. Dentre as diversas áreas de saúde que desenvolvem esses trabalhos, é de extrema importância a atuação do profissional de Educação Física que, segundo o autor, tem muito a contribuir com a melhora da marcha e mobilidade em geral de pessoas com LME incompleta, mesmo após alta médica e final dos trabalhos de fisioterapia devido aos seus diversos ambientes de trabalho. Battistella apud Pereira et al. (2005) vê a EF como “um recurso

ímpar dentro do programa de reabilitação dos deficientes físicos, particularmente aqueles com LM”, apresentando além do desenvolvimento da marcha dados satisfatórios de melhora nas

condições neuromotora, social e emocional em função deste potencial reabilitacional.

Essas pesquisas corroboram com os dados da tabela 2, que mostram baixos índices de aceitação nos âmbitos social e emocional. O parágrafo seguinte analisa a validade dos trabalhos da EF antes da análise de estudos específicos de reabilitação.

Quando se pensa na recuperação de um LM alguns aspectos distantes dos níveis de independência física também devem ser considerados. Esse trabalho não deve ter somente o cunho de reabilitação motora e melhora dos aspectos sociais relacionados com a qualidade de vida do indivíduo, mas também como uma forma de prevenção de doenças crônicas que podem atingir qualquer pessoa sem quadros de dependência física. Essas doenças podem ser, por exemplo, a hipertensão, obesidade, diabetes, cardiopatias, entre outras, mas Silva et al. (2004) desenvolveu um estudo especificamente sobre sedentarismo e atividade física e relacionando essas práticas à obesidade e altos índices glicêmicos de indivíduos com LM.

Com base nos dados coletados de 28 homens entre 18 e 45 anos paraplégicos, o autor concluiu que o sedentarismo está diretamente relacionado com a tendência destes homens a apresentarem sobrepeso, aumentando em algumas frações os índices das lipoproteínas e da glicose encontrada no plasma sanguíneo. Esse fato mostra um maior risco destes indivíduos serem acometidos por doenças do que os praticantes de atividade física.

(29)

Após a passagem por artigos e estudos que evidenciam a extrema importância da atividade física e programas de reabilitação em conjunto para pessoas com LM, será pertinente a discussão sobre a utilização de diferentes protocolos e as ferramentas para elaboração de programas que visam essa importante melhora na qualidade de vida, até chegarmos ao MIF e para que sua importância e utilidade fiquem claras.

I.3) PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

Quando se pensa um programa de reabilitação específico, a primeira idéia que pode vir em mente é um projeto que consiste em uma ou diversas formas que visem o objetivo de maximizar as capacidades e competências funcionais de cada indivíduo, ajudando-o assim a retomar suas atividades diárias e refazer seu projeto de vida da melhor forma possível. Para isso, é necessário que seja feita uma abordagem multidisciplinar e integral que atenda não somente às necessidades clínicas do paciente, mas também emocionais, sociais e de lazer como já discutido anteriormente neste trabalho. Esta abordagem deve ser consistente e contribuir para a melhora da qualidade de vida do lesado medular como um todo, considerando-o como parte integrante de uma sociedade.

Neste contexto social, deve-se considerar que um programa não deve abordar exercícios puramente repetitivos e físicos mas também treinos funcionais com a cadeira de rodas para garantir a autonomia deste individuo quando se deslocar em terrenos e pisos irregulares, houver necessidade de transpor obstáculo como muitas calçadas e guias não rebaixadas ou mesmo em uma situação de queda da cadeira de rodas para que consiga subir novamente nesta (MURTA et al., 2007).

È importante também lembrar que a pessoa em situação de deficiência quando posicionada em sua cadeira deve realizar exercícios que aliviem e diminuam a pressão exercida na pele nas regiões de maior apoio e contato na cadeira, evitando assim o aparecimento de feridas que não são percebidas pela perda ou baixa sensibilidade, causadas em função da falta de circulação sanguínea local. Essas feridas são denominadas de escaras ou úlceras de pressão (BOETTGER, 1997).

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Ditunno et al. (2007) para avaliar a consistência destes programas desenvolveu um estudo com 77 pacientes que foram submetidos à reabilitação após quadros de lesão medular inicial. Após o término do programa o autor observou que 80% dos pacientes demonstraram um aumento dos índices de independência motora através dos escores da medida WISCI (Walking Index for

Spinal Cord Injury), uma ferramenta desenvolvida principalmente para os casos clínicos e de

internação para a avaliação de índices motores relacionados à marcha.

Para Faria (2006) esses cuidados devem ser iniciados o mais precocemente possível e vão depender da fase em que se encontra a lesão e do quadro clínico específico. Com isso, na primeira fase do tratamento a qual o indivíduo se encontra acamado (fase aguda), o principal objetivo do tratamento é manter a integridade cutânea e as amplitudes articulares normais, efetuando mudanças de decúbitos e do posicionamento na cama a cada duas horas, além de movimentações suaves e passivas das articulações do paciente. Nesta fase, o autor coloca que os exercícios estimulem a respiração completa (enchimento e esvaziamento dos pulmões) para manter a higiene brônquica, reeducação dos esfíncteres através de sondagens intermitentes para esvaziamento vesical e o treino intestinal através do uso de supositórios e emolientes são de suma importância para que posteriormente o paciente não tenha maiores complicações nestes aspectos.

Após esta fase aguda, quando o paciente já to lerar o seu levantamento e posicionamento para o uso da cadeira de rodas, devem ser iniciados nesta segunda parte os trabalhos de fortalecimento da musculatura acima da lesão, treinos de equilíbrio, normalização do tônus muscular e treinos funcionais com e sem o uso da cadeira de rodas. Na terceira parte do tratamento, que corresponde aos exercícios de ortostatismo (exercícios que dizem respeito à oposição vertical), poderá ocorrer em cadeiras de roda com verticalização com a ajuda de barras ou órteses, por exemplo.

Esse trabalho apresentado em fases é benéfico sob os seguintes aspectos: preservação da massa óssea, melhora das funções urinária, intestinal e respiratória, uso de cargas e também para o bem estar psicológico do paciente (FARIA, 2006). Mas este é apenas um modelo distinto de programas de reabilitação apresentado por um autor em específico.

Mas antes da apresentação da validade da MIF para elaboração de programas de reabilitação será necessário certificar se estes trabalhos de reabilitação realme nte trazem melhoras efetivas na qualidade de vida dos indivíduos lesados medular, comparando os níveis de aptidão física e psicológica dos pacientes que participam ou não destes programas.

(31)

Os problemas enfrentados pelo LM durante o dia a dia estão externamente relacionados à falta de estrutura física e dos serviços de saúde, do despreparo humano e técnico dos profissionais da área da saúde. Relatos de famílias que tiveram um de seus membros lesionados disseram terem se tornado mais unida e que as mesmas assumem os cuidados dos seus membros que se tornaram dependentes. Esse quadro deixa claro, já que a cura não possível, um aceitamento de pessoas próximas a este indivíduo frente à lesão, oferecendo da melhor forma possível assistência. No entanto, essas famílias raramente possuem acompanhamento especializado (VENTURINI et al. 2007).

Esses indivíduos assistidos por suas famílias acabam se tornando cada vez mais dependentes, uma vez que não são submetidos a trabalhos de reabilitação para melhora em sua qualidade de vida e independência mas sim se recolhem em seus lares onde se sentem mais seguros e confortáveis. Venturini et al. (2007) em seus estudos espera que “possa ocorrer

sensibilização tanto dos profissionais de saúde quanto dos órgãos governamentais, para que reflitam e contribuam positivamente na busca de um atendimento diferenciado a essa população”, evidenciando a necessidade da melhora na qualidade de vida desta população.

Este estudo que foi realizado com 32 indivíduos na cidade de Maringá – SP em 2002 constatou no que se refere às condições de vida, que apenas 12,5% dos indivíduos em estudo não são dependentes de cuidados destes familiares, o que representa uma porcentagem altíssima de dependentes (87,5%). Tal fato revela a necessidade de um cuidador próximo para atender as limitações daqueles que dependem parcial ou totalmente dos cuidados de outras pessoas (VENTURINI et al. 2007).

Rabeh (2007) apresenta em seu trabalho de doutorado a importância desses trabalhos de reabilitação juntamente com a utilização da MIF. Os dados coletados no estudo estão apresentados e esquematizados no gráfico 1.

(32)

(RA BEH, 2007) – Gráfico 10

Quando qualquer programa de reabilitação é analisado deve ficar claro a sua importância frente ao quadro, independentemente da enfermidade que se deseja tratar. As melhoras e ganhos específicos destes trabalhos devem ser reais e significativos aos pacientes. A continuação deste estudo apresentará por completo a composição e aplicabilidade da MIF.

I.4) COMPOSIÇÃO E APLICABILIDADE DA MIF

A partir de agora a MIF será estuda desde sua criação e composição até suas formas e aplicabilidade em diferentes populações para que posteriormente seja possível o entendimento de como utilizá- lo para que o tema central do trabalho seja alcançado.

Segundo Riberto et al. (2001), em 1984 foram iniciados estudos piloto da escala MIF e, ao final da fase experimental, obteve-se o instrumento atual com 18 itens. Esses itens avaliam atividades de auto cuidado (comer, aprontar-se, banhar-se, vestir a parte superior do tronco, vestir

(33)

a parte inferior do corpo e toalete); transferências ou mobilidade (cama/cadeira/cadeira de rodas, vaso sanitário, banheira/ chuveiro); locomoção (cadeira de rodas/marcha e subir escadas); controle dos esfíncteres (bexiga e intestino); comunicação (compreensão e expressão) e cognição social (interação), sendo cada item especificado no anexo 1 junto à sua aplicação. Cada uma com contendo uma pontuação. A figura 2 esquematiza a composição desta ferramenta em categorias, dimensões, MIF total e suas respectivas pontuações.

RICCI et al. (2005) – Figura 2

Este instrumento de avaliação não se limita apenas a uma população mas sim contempla uma abordagem e um conteúdo que podem ser utilizados em outros grupos e não somente o

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nosso tema central do trabalho: indivíduos acometidos por LM e dependentes físicos. Um ótimo exemplo destes casos específicos é o grupo dos idosos, uma vez que podemos encontrar um vasto acervo bibliográfico que utilizam em seus trabalhos a MIF como protocolo de avaliação.

Essa medida foi desenvolvida para resolver as questões de sensibilidade e compreensão que foram criticadas como sendo problemáticas durante a utilização de outras medidas de avaliação, como por exemplo, o Índice de Barthel (SAINSBURY et al., 2005). A MIF também foi desenvolvida para oferecer um sistema uniforme de medição por invalidez com base na

Classificação Internacional de Comprometimento, Incapacidades e Desvantagens para o uso no

sistema de saúde nos Estados Unidos (McDOWELL et al., 1996).

Vale lembrar que esta ferramenta somente deve ser aplicada após o conhecimento integral e a fundamentação da reprodutibilidade deste instrumento, sendo uma decorrência da padronização quanto ao treinamento do profissional da saúde para uso deste sistema. Assim, o avaliador só deverá ser considerado capacitado quando exibir resultados satisfatórios em ações de avaliação escrita e avaliação prática de pacientes em situações acompanhadas por profissionais já capacitados.

Após revisão dos principais temas pertinentes a este estudo é conveniente agora partir para o tema central do trabalho e discutir como a MIF pode apresentar melhoras efetivas nos resultados do programas de reabilitação elaborados a partir da utilização prévia desta ferramenta para avaliação principalmente das dependências físicas como também os problemas de comunicação e cognição social desses indivíduos acometidos por LM.

I.5) A ESCOLHA DA MIF

Para que seja possível apontar as razões pela escolha desta ferramenta específica entre tantas outras conhecidas (ANDERSON et al., 2008) este tópico será iniciado utilizando como objeto de estudo o trabalho de Glenny et al. (2009) realizado em uma universidade do Canadá que analisou um total de 66 artigos que preenchiam os critérios de inclusão deste tema em que analisou diversos instrumentos de avaliação. A maioria dos artigos estudados neste estudo analisou as configurações da MIF na reabilitação do paciente chegando a muitas evidências que

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apóiam a confiabilidade desse instrumento. A consistência interna do estudo foi alta para os escores de MIF total, domínios motor e cognitivo quando avaliados pelos autores.

Os níveis de incapacidade física do paciente indicados por essa medida deverá ajudar na relação com a quantidade e quais cuidados e assistência que serão dados a esse indivíduo de acordo com a pontuação dos itens obtidos nos testes, sendo esta análise necessária para possibilitar que o indivíduo realize futuramente, após trabalhos específicos de tratamento, suas atividades da vida diária da melhor forma possível. A partir deste conhecimento, um programa de reabilitação apropriado e pertinente poderá ser desenvolvido com a pessoa.

Nesta mesma linha, Stineman et al. (1996) e Ottenbacher et al. (1996) realizaram em seus trabalhos análises fatoriais apoiadas nas dimensões motora e cognitiva em diferentes categorias de deficiência (LM, paralisia cerebral entre outras). As subescalas resultantes após análise dos itens de composição deste protocolo alcançaram os critérios mínimos para a consistência interna em cada um destes itens em 96,9% dos testes como validade discriminante, concluindo assim que as propriedades psicométricas da MIF somados se comparam favoravelmente às medidas avaliativas de saúde padronizadas mais utilizadas na prática médica separadamente. Como uma escala unidimensional e corroborando com as conclusões de Gleeny et al. (2008), esta medida quantifica a carga de cuidados que deverá ser aplicada pertinentemente a cada paciente de acordo com as necessidades específicas de cada um deles.

Deixando esses números mais claros, Ottenbacher et al. (1996) realizou nesta meta análise de 11 trabalhos investigando a confiabilidade desta medida relatando um coeficiente médio de aceitação dos resultados para os escores totais da MIF igual a 95% de confiabilidade inter observadores para o teste e na repetição deste teste, sendo de 92% a confiabilidade de equivalência entre estes dois resultados.

A partir destes valores encontrados na análise desta medida, os autores concluíram que a MIF têm uma maior coerência do que outros instrumentos comumente utilizados na internação de reabilitação no que diz respeito especificamente à avaliação da dependência motora (JETTE et al., 2005). Dallmeijer et al. (2005) observou que a MIF motora foi ligeiramente mais elevada e com melhor consistência interna e de uso do que a MIF cognitivo. Este resultado não foi reproduzido em outros estudos, apesar da conclusão. Este mesmo estudo apresenta cinco outros artigos que também concluíram que esta ferramenta é confiável uma vez que os avaliadores participem de um treinamento de como utilizar essa medida antes de realizar suas primeiras

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avaliações. Os avaliadores encontraram essa metodologia e critérios no Sistema de Dados para

Reabilitação Médica, nome referente à sigla UDS-MR, do inglês.

Outra revisão de literatura pertinente ao assunto reuniu e comparou os dados disponíveis referentes à confiabilidade e validade dos principais sistemas utilizados para avaliações funcionais diversas. Num geral, os autores observaram que há muitas evidências para a credibilidade deste instrumento, no entanto, a maioria desses estudos da MIF foi realizada em ambientes hospitalares e de reabilitação (HSUEH et al, 2002).

I.6) OS PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO E A MIF.

“Instrumentos de avaliação para quantificar a independência funcional e o nível de atividade física são particularmente úteis para a tomada de decisões e monitoramento em programas de reabilitação.” (FREITAS et al., 2010).

Após entendidos os motivos da escolha pela utilização da MIF neste estudo iremos passar por alguns trabalhos e analisar os resultados na melhora dos quadros de dependência e consequentemente uma melhora na qualidade de vida destes sujeitos submetidos aos programas elaborados a partir dos resultados e scores obtidos com a utilização desta ferramenta.

Um estudo realizado nos EUA por Durán et al. (2001) incluiu 13 pacientes com LM (12 homens e 1 mulher com uma média de idade de 26,3 +/- 8,3), tendo a incapacidade sido adquirida na maioria dos casos por arma de fogo. Todos os pacientes já participaram de algum programa da reabilitação primário e são moradores da cidade de Medellín, Colômbia. O instrumento MIF foi utilizado para avaliar cada paciente com o intuito de elaborar um programa adequado para cada voluntario e acompanhar a melhora de seus níveis de aptidão física principalmente. As porcentagens de massa muscular e gordura corporal foram determinadas por uma análise antropométrica e amostras de peso para que também fossem comparadas no final.

Estas atividades duraram 16 semanas, com uma frequência de três sessões por semana (120min) de acordo com os níveis iniciais de independência física. As atividades de mobilidade, resistência aeróbia, força, coordenação, recreação e relaxamento foram combinadas. Algumas sessões também incluíram exercícios na água. Os autores concluíram que esse programa de exercícios direcionados teve um impacto positivo na maioria das medidas da função física em

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estudo, sem causar complicações significativas. Portanto, recomenda-se que este tipo de atividade pode ser incluída em programas de reabilitação convencionais. (DURÁN et al., 2001)

Para análise dos resultados deste programa de reabilitação e seus benefícios, será feita uma comparação dos scores iniciais e finais avaliados. No início do programa os voluntários obtiveram um score da MIF total de 106 em média (+/- 6,8); no final do programa, a pontuação média foi de 113 (+/-7,1). Em pacientes com lesões de alto nível torácico, esses scores da MIF aumentaram numa média de 5,3 pontos enquanto que em níveis baixos de lesão torácica o score aumentou em 7,6 pontos. O maior aumento na pontuação da MIF ocorreu em mobilidade, que contribuiu com 55% para a melhoria observada no total, evidenciando uma maior independência funcional destes indivíduos.

Para também ilustrar a validade dos trabalhos de reabilitação com a utilização da MIF Rabeh et al. (2010) realizou um estudo com 22 participantes sendo que apenas 11 (50%) destes estavam em acompanhamento nestes programas no momento da coleta dos dados. Essa pesquisa mostrou que os indivíduos participantes dos programas apresentaram valores maiores na escala MIF total e MIF motora do que os que não estavam em acompanhamento, indicando principalmente um maior grau de independência. Pôde-se observar assim que os programas de reabilitação estavam diretamente ligados a maiores valores de avaliação pela MIF, pois se espera que com a melhora da independência funcional haja diminuição do grau de independência.

Neste mesmo estudo os autores constataram que todos os indivíduos que tinham sofrido a lesão até 12 meses da coleta dos dados e estavam em acompanhamento de reabilitação tiveram melhores níveis na MIF total e motora quando comparados com os que não estavam em acompanhamento neste período devido à maior independência e melhora assim da qualidade de vida.

ANDRADE et al. (2007) em seu estudo também notou uma melhoria nos indivíduos que sofreram lesões medulares traumáticas após o acompanhamento em programas de reabilitação, o que estaria provavelmente relacionado com as opções terapêuticas adotadas nos diversos tipos de trabalhos de recuperação. Para o autor, uma abordagem médica que inclua medidas preventivas associadas ao tratamento precoce das complicações e a introdução de programas de reabilitação individualizados com o objetivo de ser alcançada a máxima capacidade funcional (de acordo com o nível e gravidade da lesão), constituem em valiosos avanços na abordagem destes pacientes.

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A tabela 4 apresenta os dados obtidos neste estudo em relação ao tempo de lesão e acompanhamento do indivíduo, em forma de score da MIF.

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O gráfico 2 ilustra esses dados obtidos na pesquisa.

(RABEH, 2007) – Grá fico 11

Estes dados obtidos por Durán et al. (2001) e Rabeh et al. (2010) corroboram com a objetivo central do trabalho, uma vez que o indivíduo previa mente avaliado foi submetido a um programa de reabilitação específico para suas reais necessidades e obtiveram resultados satisfatórios com esses programas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista que o objetivo central do estudo era estabelecer a importância de uma avaliação prévia com o uso de uma ferramenta específica para a elaboração de programas de reabilitação específicos, pode-se considerar que este objetivo foi alcançado uma vez que muitos trabalhos corroboraram com o objetivo apresentado na introdução do estudo para que se pudesse chegar à conclusão desta pesquisa, ajudando assim a construir um conhecimento pertinente, sólido e consistente sobre o tema.

Embora este estudo sobre a melhora da qualidade de vida direcionado a apenas um grupo específico esteja se caminhando para o fim, seria extremamente gratificante que este estudo estimulasse e/ou despertasse o interesse de muitos jovens e profissionais sendo ou não da área da saúde no nosso país para a elaboração de atividad es com a MIF em quaisquer grupos de pessoas que necessitem destes cuidados.

É importante lembrar que a especialização e o reconhecimento dos profissionais de Educação Física na saúde continuam sendo grandes obstáculos a serem superados. A atuação nesta área reabilitacional é recente e ainda sofre preconceitos de outras áreas e profissionais da saúde, mas este cenário tem mudado com o tempo. Hoje em dia, o profissional da EF lida diretamente com esse público e realiza trabalhos muito satisfatórios compondo as equipes multidisciplinares compostas por profissionais com médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e outros.

Neste contexto é importante refletirmos como a EF poderia contribuir nesse processo de reabilitação e qual seria o seu papel dentro de uma equipe multidisciplinar. Com isso, as pessoas com deficiências seriam as maiores beneficiadas nesse processo.

Às pessoas que diariamente lidam com limitações físicas, falta de estrutura física e preconceitos diversos da sociedade, que possam continuar crescendo a cada dia com a busca constante de suas realizações pessoais e melhorando sempre sua qualidade de vida.

Seria pertinente finalizar este estudo fazendo uma chamada aos profissionais da saúde do nosso país para que estes possam dar início ou continuidade aos diversos modelos de trabalhos de reabilitação física e psicológica de qualquer indivíduo que necessite destes cuidados específicos e

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de indispensável importância e pedir também respeito e seriedade quando lidar com qualquer pessoa com deficiência física para que jamais os subestimemos ou mesmo os tratemos com inferioridade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

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ANEXOS

1) MANUAL DE UTILIZAÇÃO DA ESCALA MIF E SUA PONTUAÇÃO – COMO APLICÁ-LA?

As informações seguintes sobre DEPENDÊNCIA/INDEPENDÊNCIA marcadas da letra “A” a “R” foram retiradas do manual ORIENTAÇÃO FUNCIONAL PARA A UTILIZAÇÃO DA MIF – MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL (MIF para Adultos) – Versão Brasileira, Divisão de Medicina de reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Após o estudo e compreensão completa deste manual, poderemos utilizar apenas os itens que nos serão úteis com a população estudada neste trabalho (itens A à M).

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INDEPENDENTE - Não necessita ajuda de alguém para desenvolver a atividade. NÂO PRECISA DE AJUDANTE.

7. INDEPENDÊNClA COMPLETA - todas as tarefas descritas são realizadas com segurança, sem alterações, sem ajudo e em tempo razoável.

6. INDEPENDÊNClA MODIFICADA - quando há uma ou mais destas ocorrências: uso de algum dispositivo de ajuda, tempo acima razoável ou riscos de segurança.

DEPENDENTE - Quando é preciso a ajuda de urna pessoa na supervisão ou assistência física para o paciente executar a tarefa, ou quando a tarefa não é executada. PRECISA DE AJUDANTE.

DEPENDÊNCIA MODERADA - O paciente executa 50% ou mais do trabalho. Os níveis de assistência requerida são:

5. SUPERVISÃO OU PREPARAÇÃO - quando o paciente necessita apenas da presença física de outra pessoa, seja para incentivar ou sugerir, sem contato físico, ou, ajuda na preparação de itens necessários ou na aplicação de órteses.

4. ASSISTÊNClA COM CONTATO MÍNIMO - quando é preciso apenas tocar o paciente como auxílio para a realização das tarefas ou quando o paciente faz 75% ou mais do trabalho.

3. ASSISTÊNClA MODERADA - quando é preciso mais do que apenas tocar ou quando o paciente faz de 50% a 74% do trabalho.

DEPENDÊNCIA COMPLETA - o paciente faz menos de 50% do trabalho. É necessária assistência máxima ou total, caso contrario a atividade não é executada. Os níveis de assistência necessária são:

2. ASSISTÊNCIA MÁXIMA - quando é preciso tocar o paciente; realizando grande esforço de auxílio e o paciente colabora com menos de 50% do esforço, mas faz pelo menos 25%.

1. ASSISTÊNClA TOTAL - o paciente faz menos de 25% do trabalho.

A - ALIMENTAÇÃO - usar os instrumentos apropriados para levar a comida a boca, mastigar e engolir, desde que a refeição seja apresentada da forma usual, numa mesa ou tabuleiro. Realização segura.

SEM AJUDA

7. Independência Completa - come de um prato, bebe de uma xícara ou copo, sabendo tratar diferentes tipos de comida e com a refeição disposta na forma clássica sobre uma mesa ou bandeja. O paciente usa colher ou garfo para levar a comida à boca; a comida é mastigada e engolida.

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6. Independência Modificada - necessita de um dispositivo de adaptação ou apoio, tal como canudo longo, espeto, faca rotativa; despende, para comer, um tempo acima do razoável, necessita alterar a consistência da comida ou liquefazê-la ou exige cuidados de segurança no ato de comer. Se a pessoa usa outras formas de alimentação (parental ou gastronomia) ela é capaz de fazê-la por si própria.

COM AJUDA

5. Supervisão ou Preparação - necessita de supervisão (por exemplo, alguém ao lado, incentivo, sugestão) ou preparação (aplicação de órtese); ou quando é preciso a ajuda de alguém para abrir as embalagens, cortar a carne, passar manteiga no pão ou despejar líquidos, sem contato físico. 4. Assistência com Contato Mínimo - quando é preciso apenas tocar o paciente em auxílio para a realização das tarefas, o paciente executa 75% ou mais das tarefas de alimentação.

3. Assistência Moderada - a pessoa executa 50 a 74% das tarefas de alimentação. 2. Assistência Máxima - a pessoa executa 25 a 49% das tarefas de alimentação.

1. Assistência Total - a pessoa executa de 25% das tarefas. Ou, quando sua alimentação se faz em parte por via oral e em parte por outras vias (parental ou gastronomia), e ela não consegue administrá-las por si própria.

B - HIGIENE PESSOAL: CUIDADO DE APRESENTAÇÃO E APARÊNCIA - inclui higiene bucal, arranjo do cabelo, lavagem do rosto e das mãos, barbear-se ou maquiar-se. Se a pessoa não pretende barbear-se nem se maquiar, ignore. Desempenho com segurança.

SEM AJUDA

7. Independência Completa - limpa os dentes ou dentadura, penteia ou escova o cabelo, lava as mãos e o rosto, barbeia-se ou maquia-se incluindo os preparativos. Se não houver opção entre barbear-se ou maquiar-se, desconsidere essa questão. Realização em se gurança.

6. Independência Modificada - quando é preciso equipamento especializado (incluindo prótese ou órtese), ou quando toma mais tempo que razoável, ou quando exige cuidados de segurança. COM AJUDA

5. Supervisão ou Preparação - exige supervisão (por exemplo, estar alguém ao lado, incentivo, sugestão) ou preparação (aplicação de órtese, dispor o equipamento, preparativos iniciais tais como aplicar pasta de dentes na escova, abrir embalagens de maquiagem.

4. Assistência com Contato Mínimo - quando é preciso apenas tocar o paciente em a realização das tarefas, o paciente executa 75% ou mais das tarefas.

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3. Assistência Moderada - a pessoa executa 50 a 74% das tarefas. 2. Assistência Máxima - a pessoa executa 25 a 49% das tarefas. 1. Assistência Total- a pessoa executa menos de 25% das tarefas.

C - BANHO: LIMPEZA DO CORPO - lavar o corpo do pescoço para baixo (excluindo as costas) na banheira, no chuveiro ou na cama (com esponja). Realiza em segurança.

SEM AJUDA

7. Independência Completa - lava, esfrega e enxuga o corpo. Desempenho seguro.

6. Independência Modificada - exige equipamento especializado (incluindo prótese ou órtese), ou leva mais tempo que razoável ou exige cuidados de segurança.

COM AJUDA

5. Supervisão ou Preparação - exige supervisão (estar alguém ao lado, incentivar, sugerir) ou preparação (dispor o equipamento especializado de banho ou preparar a água e material de limpeza).

4. Assistência com Contato Mínimo - quando é preciso apenas tocar o paciente em auxilio para a realização das tarefas, o paciente executa 75% ou mais das tarefas.

3. Assistência Moderada - (a pessoa executa 50 a 74% das tarefas. 2. Assistência Máxima - a pessoa executa 25 a 49% das tarefas. l. Assistência Total - a pessoa executa menos de 259~ das tarefas.

D - VESTIR A METADE SUPERIOR DO CORPO - vestir-se ou despir-se acima da cintura como colocar e remover próteses ou órteses. Desempenho seguro.

SEM AJUDA

7. Independência Completa - vestir-se e despir-se, buscando obter as roupas de armários e gavetas, manejando agasalhos ou camisas abertas ou fechadas, soutiens, zíperes e botões; coloca e remove próteses ou órteses. Desempenho seguro.

6. Independência Modificada - exige adaptações (como o velcro ou dispositivo de ajuda), ou assistência (incluindo prótese e órtese) ou quando leva um tempo acima do razoável.

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5. Supervisão ou Preparação - exige supervisão (estar alguém ao lado, incentivo, sugestão) ou preparação (aplicação de órtese ou de equipamento especializado).

4. Assistência com Contato Mínimo - quando é preciso apenas tocar o paciente em para a realização das tarefas, o paciente executa 75% ou mais das tarefas.

3. Assistência Moderada - a pessoa executa 50 a 74% das tarefas. 2. Assistência Máxima - a pessoa executa 25 a 49% das tarefas. 1. Assistência Total - a pessoa executa menos de 25% das tarefas.

E - VESTIR A METADE INFERIOR DO CORPO: vestir-se da cintura para baixo, assim como colocar e remover próteses ou órtese, quando aplicável. Desempenho seguro.

SEM AJUDA

7. Independência Completa - vestir-se e despir-se, buscando obter as roupas de armários e gavetas, manejando calcinha, cueca, saia, cinto, meias, sapatos, zíperes e botões; coloca e remove próteses ou órteses quando aplicável. Desempenho seguro.

6. Independência Modificada - necessita de adaptações (como velcro) ou dispositivo de ajuda (prótese ou órtese), ou quando leva um tempo acima do razoável.

COM AJUDA

5. Supervisão ou preparação - exige supervisão (ter alguém ao lado, incentivo, sugestão) ou preparação (aplicação de órtese ou prótese no porte inferior do corpo ou perna ou de equipamento especializado).

4. Assistência com Contato Mínimo - quando é preciso apenas tocar o paciente em auxilio para a realização das tarefas, o paciente executa 75% ou mais das tarefas.

3. Assistência Moderada - a pessoa executa 50 a 74% das tarefas. 2. Assistência Máxima - a pessoa executa 25 a 49% dos tarefas. 1. Assistência Total - a pessoa executa menos de 25% das tarefas.

F - USO DO VASO SANITÁRIO - envolve a manutenção da higiene na região perineal assim como retirar e ajustar roupas antes e depois de usar o vaso sanitário ou comadre/ papagaio. Executa em segurança.

Referências

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