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Márcia Regina da Silva Ramos Carneiro. Título do trabalho: A construção do projeto político integralista: os caminhos da memória e cultura integrais

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XIII Congresso Brasileiro de Sociologia

29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE)

Grupo de Trabalho: GT05: Cultura, Política, Memória e Subjetividade

Coordenação: João Manuel Evangelista (UFRN), Myrian Sepúlveda

(UERJ), Lília Junqueira (UFPE)

2ª SESSÃO: Memória e Subjetividade.

Márcia Regina da Silva Ramos Carneiro

Título do trabalho:

A construção do projeto político integralista: os caminhos

da memória e cultura integrais

Universidade Federal Fluminense/ Instituto Superior Anísio Teixeira

marciarrcarneiro@hotmail.com

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Durante a década de 1930, quando, na Europa, os fascismos pareciam responder às muitas questões sobre as crises que afetavam a sociedade deste continente, no Brasil era fundado um movimento que buscava também respostas para o que consideravam "problemas brasileiros” pela via autoritária: o integralismo. Embora se distanciem dos fascismos europeus, em certos aspectos, como os doutrinários, os integralistas construíram representações similares, principalmente, às dos camisas-negras italianos.

A doutrina que se organiza com a criação da Ação Integralista Brasileira, detém certos aspectos que a aproximam, tanto do ideário fascista, como da Igreja Católica organizada a partir do Concílio Vaticano I. E, são estas perspectivas que levaram milhares de pessoas a aderirem ao integralismo. Estas encontraram no movimento, as suas próprias perspectivas, as respostas para entender e dar um contorno mais ordenado ao mundo. Uma ordem, é claro, que necessitava excluir o que se considera desordem, para que não houvesse conflitos. Uma ordem governada pelo espírito cristão, pelo exercício de um governo forte, que, sob os auspícios divinos, poderia garantir a integração salvadora através de uma identidade uniformizada pelas idéias e pela submissão a uma única e confiável Chefia. E o apelo à ordem, à idealização da função salvífica que continha o movimento motivou a adesão de muitos brasileiros e brasileiras às suas fileiras.

Nos anos seguintes ao da fundação da Ação Integralista Brasileira, de 1932 e até 1937, o integralismo chegou a congregar cerca de um milhão de militantes (segundo dados da AIB). Após a implantação do Estado Novo, o integralismo foi perdendo a sua força organizativa. Porém, os ideais integralistas permanecem ainda vivos e são recuperados na atualidade por grupos que se organizam em várias partes do Brasil com o objetivo de reestruturação do movimento. Estes grupos propõem-se, a partir de releituras da Doutrina, tornarem-se representantes da verdadeira identidade integralista. Assim sendo, a memória do movimento vem sendo reconstruída ao longo de setenta anos, considerando-se, cada grupo que se organiza, os portadores da verdadeira idéia integralista1.

O movimento iniciado em 1932 organizava-se com base numa rígida hierarquia. No topo desta, o Chefe Nacional e mentor da AIB, Plínio Salgado. O movimento

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Entre outras obras, estas referem-se à essa continuidade, muito presente e próxima, daqueles que estudam o integralismo atualmente: BERTONHA, Fábio. Fascismo, nazismo, integralismo & Integralistas e pesquisadores do integralismo: o embate entre Memória e História. In DOTTA et alii. (orgs). Integralismo:

Novos estudos e reinterpretações. Rio Claro: Arquivo Público, 2004. VICTOR, Rogério Lustosa. O integralismo nas águas do Lete – História, Memória e Esquecimento. Goiânia; UCG, 2005. CARNEIRO,

Márcia R. S. R.. Do Sigma ao Sigma – entre a nata, a águia, o leão e o galo – a construção de memórias

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demonstrava externamente as características fascistas com uso da camisa-verde, em cujas mangas era bordado o Sigma (∑) – o símbolo matemático do somatório. A proposta do movimento, com a escolha deste símbolo era fazer-se representar nele a própria doutrina integralista. Esta, ao integrar a síntese, através da soma do conjunto de toda a produção filosófica, política, social e econômica da humanidade ocidental, pretendia representar a única escolha possível e correta, excluindo as ideologias consideradas pelos ideólogos do movimento como perniciosas à ordem moral e social. Assim sendo, todas as representações e manifestações sociais estariam limitadas à idéia de síntese integralista – como marca de uma visão de mundo. Neste sentido, o integral se limita às fronteiras da síntese – nada fora do que a Doutrina do Sigma considera aceitável – nada fora do integralismo.

O integralismo fazia-se representar como capaz de, ao buscar as raízes nacionais, salvar o país das influências materialistas representadas tanto pelo capitalismo quanto pelo comunismo. A idéia de se organizar uma sociedade integralista demandava a necessidade organização. A doutrinação, a implantação de núcleos em todo país e a formação de milícias eram formas encontradas para a AIB manter, sob o controle das chefias nacional e regionais, a sua militância. O movimento contava com eficientes meios de propaganda. Esta, feita através de livros, periódicos, revistas fotográficas, panfletos, comícios, marchas, organização de concursos e uma pequena produção cinematográfica que conseguiram chamar à adesão milhares de pessoas. Através de expedições que nomeavam de “bandeiras” os integralistas faziam chegar o movimento a todos os cantos do país. Também como forma de propagar seus ideais, a AIB mantinha núcleos integralistas que assistiam familiares e comunidades, oferecendo-lhes atendimento médico e escolar. Assim, o arcabouço teórico popularizado era exposto, em forma de discursos nas reuniões semanais dos núcleos. Estas reuniões semanais, cuja organização é reproduzida atualmente nas pequenas reuniões nucleares e nos grandes encontros, obedecem aos mesmos rituais da década de 1930.

Como dito anteriormente, os ideais da Ação Integralista Brasileira vêm sendo cultivados por grupos que almejam fazer florescer e chegar à hegemonia da sociedade política brasileira o modelo de Estado Integral. Estes grupos propõem-se, a partir de releituras da Doutrina e da absorção de memórias construídas ao longo do tempo, seja pelo acúmulo das produções endógenas seja pelas lembranças que buscam extrair dos “velhos militantes”. A Doutrina do Sigma permanece como parâmetro para a construção de uma História a partir da memória produzida pelos intelectuais e militância do

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movimento. Esta História congrega os aspectos em conflito da construção de uma memória integralista influenciadas pelas visões particulares de cada grupo que disputa hoje a “posse” da memória integralista. Nesta estão representados os projetos de futuro para o Brasil de parcela da sociedade brasileira, autoritária e intolerante para com a diversidade cultural e política.

A presença “imortal” do Chefe Nacional Plínio Salgado, como representação de autoridade no que se refere à “posse” da memória pelos grupos atuais é preponderante. Nada, nem ninguém, pode substituir o Chefe, que faleceu em dezembro de 1975. A preservação do culto ao Chefe constitui parâmetro para os que seguem a Doutrina do Sigma. E esse respeito à memória do Chefe confirma, como Hannah Arendt percebeu na sua interpretação de totalitarismo, a importância do líder e do que significa o que escreve ou fala. Além da autoridade hierárquica, está a capacidade do líder tornar seu desejo a expressão da vontade de um grupo. Segundo Arendt, o exercício do poder, já que não haveria níveis intermediários definidos no totalitarismo, se daria pela relação do líder com seus liderados. Uma relação direta que deveria ser mantida “em qualquer lugar e a qualquer momento”2. Assim, o desejo do líder, transmutado em vontade de seus liderados, representaria a permanência do corpo vivo do próprio líder através da idéia, já que o desejo do líder pode encarnar-se.

No integralismo, também o desejo e a obediência ao Chefe, no que se escreveu e no que se preservou como memória, durante sete décadas, atesta a sua presença. Por isso o que se rememora torna-se verdade e mantém-se na continuidade do movimento. Conhecer e interpretar, segundo a perspectiva filosófico-doutrinária do Chefe, significa torna-se seu herdeiro, um verdadeiro integralista.

A preservação dessa memória se dá pelo respeito à continuidade de uma coerente linha de pensamento produzida pelos ideólogos da Ação Integralista Brasileira. Esta direção pode ser constatada, desde a década de 1930, tanto na literatura produzida pelo integralismo quanto pela existência dos inúmeros grupos que defendem suas idéias e que se propagam por vários locais do Brasil, ou através da internet, nos que podem ser considerados núcleos virtuais. No entanto, isto não significa a obediência a uma leitura única da doutrina originariamente construída entre 1932 e 1937.

Esse caminho, marcado por revezes e reformulações, passou por épocas traumáticas. Além dos enfrentamentos nas praças e ruas com os comunistas, o que provocava entre os dois grupos um ambiente de guerra civil, os integralistas foram

2 ARENDT, Hannah. Totalitarismo, o paroxismo do poder – uma análise dialética. Rio de Janeiro:

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atingidos pela cassação, primeiro como Partido, em 1937, depois como Centro Cultural em 1938. A idéia de transformar a AIB em Centro Cultural ocorreu logo após o anúncio de implantação do Estado Novo em fins de 1937. Teria sido uma tentativa de Salgado de responder a Vargas com a permanência do integralismo na vida pública, agora não mais dedicado a ações políticas explícitas, como na vida partidária e, assim, manter vivo o integralismo. Manter viva a idéia representava manter a esperança da revolução integralista3, a de chegar à sociedade política com o apoio dos que acreditavam na salvação social pelo primado do espírito. Durante toda a sua vida, Salgado procurou manter vivo o integralismo até sua morte, como atesta seu acervo pessoal à disposição para pesquisa no Arquivo Municipal de Rio Claro, no Estado de São Paulo.

Os grupos de hoje procuraram reproduzir a mesma arrumação simbólica, os mesmos ritos do movimento na década de 1930, como o de abertura da reunião com a entoação do Hino Nacional e do Hino “Avante”.4 Também continuam a reproduzir as demonstrações públicas de respeito na quantidade de “Anauês” recebidos pelos chefes, assim como o simples cumprimento com a mão direita levantada, ao saudarem-se entre si com o “Anauê” tradicional. Alguns se vestem como os primeiros integralistas com o uniforme tradicional: camisas verdes com o Sigma, símbolo do integralismo, bordado na manga. Usam gravatas e calças pretas. Outros, ao invés do Sigma bordado das antigas camisas sociais, apresentam impresso o símbolo do movimento em silk screen nas camisetas de algodão sintético.

A arrumação do ambiente para as reuniões de hoje, segue as regras do período fundador: a mesa principal, onde ficam os que fazem os discursos; na parede atrás da mesa, ao centro, fica o retrato do Chefe Plínio Salgado. A bandeira azul com o Sigma pode ladear o retrato do Chefe. A bandeira do Brasil também deve estar presente. Senta-se ao centro, o principal membro do grupo, ou o organizador do evento. Ao Senta-seu lado, em reuniões periódicas, o secretário. Em reuniões festivas, os convidados.

A sessão era e é aberta pelo dirigente principal com um discurso para expor os motivos da reunião. Na década de 1930, estes eram os chefes municipais e tinham como

3 A “revolução do espírito” significaria a capacidade dos homens em absorver o ideal integralista, superando o

materialismo e absorvendo a visão espiritualista proposta pelos ideólogos do movimento. Seria uma revolução interior, o que também incluiria mudanças nas posturas sócias do militante.

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Na década de 1930, as reuniões eram abertas com a entoação do Hino Nacional, cantado apenas a primeira parte. A segunda parte do hino, iniciada por “Deitado eternamente em berço esplêndido”, não era aceita pelos integralistas, pois não admitiam uma suposta alusão à incapacidade do povo brasileiro de reagir às suas mazelas. Atualmente, somente alguns núcleos, principalmente os que têm na direção um velho militante da AIB respeitam essa regra. Mas não se nota atualmente esta preocupação em cantar ou não a segunda parte do hino, ou por não a considerarem nociva à honra nacional, ou, principalmente por desinformação dos novos integralistas. 4

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objetivo maior a doutrinação. Nos períodos posteriores, a doutrinação continua importante, mas, de certa forma, o esvaziamento do movimento, desde a decretação do fim da AIB, tornou mais necessária a discussão das formas de enfrentamentos das questões políticas e a manutenção do próprio integralismo. As reuniões doutrinárias se dão com apresentação de palestras nas quais, os integrantes do movimento apresentam discussões atualizadas à luz da perspectiva da doutrina produzida pelos principais ideólogos do período da AIB. Não se pode fugir à esta regra. Expressar-se de outra forma demonstraria desconhecimento dessa perspectiva fundamental para o integralismo.

A base doutrinária segue o Manifesto de Outubro, no qual a idéia de síntese filosófico-espiritualista é essencial (termo muito utilizado pelos militantes da década de 1930). Nesta síntese, está contida toda a visão específica do integralismo das condições da família; da concepção integralista do trabalho; da interpretação do significado integralista para democracia; dos conceitos de liberdade; do comunismo e do que significa o imperialismo como fator de destruição da humanidade do homem e vitória do materialismo. Neste sentido, o que denominam “capitalismo judeu”, “o capitalismo sem pátria”, seguindo a ótica do intelectual do movimento e Chefe das Milícias, Gustavo Barroso, também é apontado como fator importante a ser combatido. Outro ponto privilegiado na construção da memória integralista re-produzida em todos os contextos é a sua especificidade em relação ao fascismo. Este tema ganhou maior importância, conforme a derrota do modelo europeu foi sendo tratada diante da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial. E, atualmente, diante da ascensão dos neo-fascismos, principalmente na Europa, a mídia atualiza constantemente o discurso da memória do holocausto e da intolerância.

Assim, estas questões são discutidas nas reuniões integralistas, desde a fundação do movimento. Agregando significados conjunturais, retorna-se sempre aos temas acima citados, importantes para a manutenção do foco e razão de ser da AIB, a construção da nova humanidade, o Estado Integral.

Ainda que sejam modificadas as maneiras de chegar aos destinatários os discursos ideológicos integralistas, como hoje, através da mídia eletrônica, o referencial moral e ético ainda se preserva nos jovens integralistas de hoje. E, segundo os relatos desses novos militantes, é o que os encanta: a idéia de que algumas pessoas no passado tinham propostas e mesmo algumas respostas para os anseios ainda presentes do povo brasileiro. Diante de uma percepção de um mundo caótico, os novos integralistas procuram a via da ordenação nacional-autoritária.

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A produção do material a ser considerado referência na produção da memória é datado: a década de 1930. E isto não quer dizer que não possa ser re-interpretado. A origem é considerada, mas não significa que não possa ser lida através de significados atualizados pelo contexto. Assim fizeram os militantes do Partido de Representação Popular que, entre 1945 e 1965, reuniram-se sob o comando de Salgado no que pode ser considerada uma tentativa, pela via política liberal burguesa, de participação integralista no âmbito da sociedade política. Assim fazem os novos integralistas que conservam como ícones, como lugares de memória, o material produzido na década de 1930 pelos ideólogos da AIB.

Na busca por adesões, o integralismo fundador procurou incorporar à doutrina visões e versões de mundo já existentes no substrato cultural do povo brasileiro, principalmente no que se refere à ligação do povo brasileiro com o catolicismo. Nesse sentido, procurava absorver do senso comum, concepções de mundo que seriam facilmente digeridas pelas massas. O próprio lema “Deus, Pátria e Família” reproduz o apelo da Encíclica Papal Rerum Novarum de ordenação do mundo, pelo controle moral, tendo a família cristã como suporte primeiro, sustentando toda a sociedade. Estas idéias hoje são revisitadas sob o argumento da grande crise de moralidade que, segundo a “nova militância”, tem na televisão sua principal divulgadora.

Temas como nacionalismo, a consolidação da família e a luta anticomunista eram os principais argumentos da propaganda para a adesão à AIB. Neste caso, esta deveria ser total. Os desdobramentos da militância se dariam no convívio do militante com a família e vida privada de modo geral. A família e a pátria representam os elementos integradores – início e fim da vida integralista. O cotidiano estaria atingido pelo aspecto compulsório da militância. A incorporação de todas as atividades privadas e públicas na esfera de ação do militante demonstra o caráter totalitário do movimento, inclusive pela concepção de que o Chefe representa a materialização da Idéia (ou a própria doutrina) do integralismo. A doutrina deveria servir de base para a construção da identidade integralista, as suas reinterpretações pela a militância levavam à sua reconstrução e adaptações. Assim, a militância inseria-se no movimento e o reconstruía. E nesses caminhos inter-relacionados a militância construía a sua identidade ao representar-se externamente diante do outro. O outro seria a população que não aderira ao integralismo, que os via e os reconhecia nas ruas como “camisas-verdes”.

Como movimento que reconhecia na arregimentação de grande número de pessoas a sua força política, os atos públicos eram fundamentais para propagandear a proposta do

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movimento e fazê-lo permanecer vivo, em constante superação. Reduzir a doutrina à palavras de ordem e à regras a serem obedecidas, tal como pensava a liderança da AIB, facilitava o entendimento de suas propostas, assim como o engajamento. E, se o engajamento significava aderir a um empreendimento para o futuro, também significava ruptura com o passado. À rotina da vida passavam a se integrar os horários de reuniões, o uso dos uniformes, os gestos rituais dos cumprimentos mútuos que os auto-identificavam – o braço direito levantado e o grito “Anauê” – os símbolos da adesão. Significava romper com hábitos e rotinas para assumir a doutrina como se ela fosse a diretriz de uma nova vida. Ao se metamorfosearem em camisas-verdes, assumiam a identidade que, pré-estabelecida pelas diretrizes doutrinárias, se personalizava em cada integrante que deviam participar ativamente das atividades do movimento de modo a externar suas identidades integralistas.

Ao usar os discursos como meio de chegar aos não integralistas, os intelectuais procuravam adequar ao público leitor a sua mensagem. Torna-se necessário, portanto, fazer a crítica das produções endógenas do movimento e procurar perceber seus interlocutores externos, sejam eles representantes do poder instituído, ou seus antagonistas e como foram anexadas as contribuições dos ideólogos principais à articulação e reprodução do discurso integralista, reconhecendo a sua construção e reconstrução no processo histórico e o constante conflito comunicativo que permeia a doutrinação partidária: a recepção pela militância da produção dos intelectuais doutrinários.

O que é importante, nesse processo de tentativa de reconstituição do integralismo é constatar que a produção intelectual da geração fundadora da AIB ainda continua sendo o suporte básico para as reconstruções que o movimento integralista teve que elaborar de si mesmo para sobreviver às mudanças contextuais.

No período 1932-1937, um dos principais meios utilizados pela AIB para atrair para a militância eram os romances escritos por Salgado, principalmente à época em que participou, através do grupo Verdeamarelo, do movimento modernista brasileiro. Os diversos grupos que se organizam em todo o território brasileiro ainda buscam nas obras de Salgado, de toda a sua vida, os parâmetros ideológicos e políticos com vistas à tentativa de implantação do chamado “Estado Integral”.

Considerando um dos impasses da modernidade a universalização de aspectos culturais hegemônicos e a aparente destruição das diferenças nacionais, parte da juventude brasileira resgata memórias da história do integralismo e a re-visita buscando

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nas bases filosóficas, elementos para a construção de uma utopia que, ao invés de assentada no processo do devir, assume a posição contrária a de fazer revolver a marcha da história. A idéia de revolução, neste sentido, tem significado de eterno retorno ao tempo de antes, o que teria sido o melhor. A busca pela utopia5 estaria no passado, ainda que ele seja idealizado. Momentos de mudanças no mundo do trabalho e das relações sociais ainda são vistos pelos novos integralistas como norteadores de suas posições, ainda que as exigências de respostas, neste início do século XXI requeiram decisões múltiplas diante da diversidade de respostas que as transformações tecnológicas impuseram à sociedade pós-industrial.

Deste modo, tanto os integralistas de 1930 quanto os de hoje mantém certas posturas e buscam preservar tradições que consideram as do povo brasileiro: o comportamento moral conservador, uma nacionalidade extremada, um anti-semitismo arraigado à uma ótica cristã discriminadora e autoritária, um intolerância com qualquer movimento ou pensamento que seja considerado à parte dos princípios cristãos. Tal como versava, na atualidade, o Estatuto aprovado no Encontro integralista de dezembro de 2004 que criou o Movimento Brasileiro Integralista e que durou pouquíssimo tempo: “O MIB se intitula de cunho cristão, porém aberto a todas as pessoas de todas as denominações religiosas, desde que respeitem os costumes, a moral, as tradições e os princípios cristãos e brasileiros.”

Analisando o acervo de documentos escritos, de imagens e periódicos do movimento integralista que se acumula desde tempos anteriores à fundação da AIB, constatamos que, embora a memória cedesse a ostracismos regulares, conjunturais, a idéia, ou o desejo de vê-lo vivo não esmoreceu nestes setenta anos de sua história. Durante este tempo, o enfoque apelativo da década de 1930 transmutou-se, servindo ao discurso ocasionalmente mais eficiente e adequado. Para ilustrar essa caminhada tomo como ponto de apoio os acervos dos arquivos públicos e privados, além de bibliotecas, que se tornam lugares de memória (como escreveu Le Goff: “onde se pode por associação dispor os objetos da memória”)6 para os que fazem parte do movimento. São lugares de memória porque mantém as lembranças e porque recuperam “um tempo de antes”. Porque neles se encontram uma história que o movimento produziu e por isso se tornam referência e lugar de encontro dos integralistas. A partir desde acervo pode-se relacionar época e material arquivado aos contextos históricos, às produções intelectuais

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MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

6 LE GOFF, História e Memória. In Enciclopédia Einaudi, vol.1: Memória – História. Porto: Imprensa

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e às redes mantidas e rompidas entre o integralismo e seus seguidores. Cabe analisar as motivações que levaram alguns a continuarem e outros se afastarem do movimento e também como o pensamento integralista mantém-se, ou se adapta, diante das rupturas, consolidando, com mudanças e permanências a sua continuidade.

Um dos “lugares de memória” mais visitados pelos integralistas, desde inícios da década de 1980 é o Arquivo Municipal de Rio Claro. Sua primeira localização, em uma residência no centro da cidade paulista, mantinha exposto o acervo integralista, composto de objetos, uniformes, livros, numa disposição que envolvia o visitante numa aura de inícios do século passado, na época da AIB. Atualmente, o arquivo está localizado longe do centro da cidade em um galpão da Prefeitura e perdeu o “encanto” do vivenciar o tempo. Este Arquivo torna-se referência do movimento porque guarda documentos pessoais, as memórias recolhidas pelo Chefe Nacional de todo o período em que viveu e representou com a própria figura o integralismo. Este acervo foi doado pela viúva para a cidade porque Rio Claro contribuiu com muitos militantes para a AIB, tornando-se “Cidade Integralista”, como algumas outras do Brasil. Os novos militantes transformaram o Arquivo e a Praça Plínio Salgado, nesta cidade, um local de peregrinação. Fazem caravanas “cívicas”, e buscam nesses lugares referências para comporem suas memórias.

O que se percebe ao se conhecer o material guardado é que, mesmo sob um aparente ostracismo, após a tentativa de golpe contra o governo Vargas em 1938, o termo e as comemorações integralistas não deixaram de ser preservadas e rememoradas. Anualmente as datas que foram importantes durante a vigência da AIB eram relembradas em manifestações públicas, principalmente após a volta de Salgado do exílio em 1946. Constata-se, portanto, que com a preservação da memória, que se expunha ao publico, a doutrina e as idéias também se tornavam permanentes, eternizadas.

Outro importante “lugar de memória” para o novo integralismo é a Casa de Plínio Salgado. Esta serve de “quartel general” da Frente Integralista Brasileira de São Paulo e recebe outros militantes de outros Estados ligados à FIB, que tem representações em outros lugares do país, como Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. Além de espaço de reuniões, a Casa desenvolve atividades de rememoração, relembrando datas como a “Noite dos Tambores Silenciosos” que comemora o aniversário de lançamento do Manifesto Integralista de 1932, entre outras.

Se mantendo com contribuições de velhos integralistas, a Casa vem perdendo recursos na medida em que vão falecendo os velhos militantes. Também livros são vendidos, oferecidos pelo site da Casa, mas são poucos os que são comprados.

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O Mausoléu Integralista no Cemitério do Caju é outro lugar de peregrinação integralista. Todo dia 11 de maio, integralistas, principalmente da Frente Integralista Brasileira do Rio e os “Carecas” que a ela se filiam, organizam uma cerimônia de homenagem aos “mártires do levante” de 1938.

Depois da morte de Salgado, em 1975, seu túmulo no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, virou local de peregrinação integralista, com rituais ao Chefe em todos 7 de dezembro.

São estes acima os “lugares de memória” que são referências nacionais. Em alguns Estados, como no Rio Grande do Sul, o Centro de Documentação da AIB e do PRP, também representa um espaço de memória viva, pois, além de guardar importante acervo, mantém os lugares de trabalhos dos antigos perrepistas que construíram o espaço para rememorar.

Os novos integralistas buscam referências concretas da existência de um passado que não viveram. Os velhos ocupam os espaços, dividindo-os com as lembranças dos companheiros mortos que partiram para a “milícia do além”. Estes lugares representam um pedaço de história saudosista, de apego a um passado, que vai sucumbindo sob a poeira do descaso com a memória nacional, seja de que lado ela venha.

Os grupos integralistas atuais, longe de manterem a unidade “integral” que defendia o movimento na década de 1930, se distanciam em termos de organização e interpretação da Doutrina do Sigma. Guardando o respeito aos símbolos e alguns aspectos doutrinários, as diferenças e as rupturas internas no que podemos chamar na atualidade de “novo integralismo” podem ser percebidas.

Os novos integralistas absorvem as memórias das obras e do contato com os integralistas de gerações anteriores e apresentam o novo trunfo: a internet. O meio mais importante de propagação dos ideais integralistas. O que se rememora? Também o Chefe, que a maioria não conheceu. Por isso, apesar das demonstrações públicas de respeito, alguns ousam contestar os escritos. Embora digam estar dando continuidade, interpretam a doutrina sob novas condições, numa conjuntura tão dinâmica que o pensamento vai tornando apenas referência.

No caso da Frente Integralista Brasileira (FIB), a obediência aos princípios básicos é respeitada quanto à interpretação católica da doutrina. Seguem a Rerum Novarum e os caminhos de explicação da fé indicados por Tomás de Aquino. A FIB tem como seu setor de estudos da doutrina o apoio do CEDI, o Centro de Estudos e Debates

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Integralistas, com núcleos espalhados por diversas partes do Brasil e que se comunicam por meio da internet, mas mantém independência em termos de produção e organização interna. A FIB utiliza a Casa de Plínio Salgado para reuniões.

O Movimento Integralista Linearista Brasileiro (MIL-B) interpreta a doutrina, como dizem, com os olhares do século XXI. Incorporam a leitura científica, da ordenação newtoniana, da negação dos dogmas e do relativismo mas submetendo todo conhecimento produzido pelos homens à inspiração divina. Seguem Santo Agostinho ao quererem demonstrar a existência do divino apenas pela fé. Pois Deus apenas existe e move o Universo. Este é visto através da coerência da ordem da natureza concebida por Deus que defendia Leibniz. Seguem, principalmente Gustavo Barroso. Consideram o sionismo o mal da humanidade posto que as principais casas bancárias pertencem a judeus que, segundo os linearistas não têm compromisso com as pátrias que habitam. Por isso o seu capital é internacional e só enriquece aos próprios donos do capital e não são revertidos para o resto da população.

Os linearistas chamam a atenção para a distinção que fazem entre sionismo, que definem como poder econômico, e semitismo, que trás a referência ao povo judeu. Deste modo, defendem que não há discriminação racial, mas constatação que certos grupos formados por judeus controlam o mundo através do poder econômico. Acham que há uma conspiração sionista para dominação do planeta7 e que urge a reação dos homens espiritualizados, guiados por uma elite superior, para defender o mundo que está sendo governado pelo próprio demônio. Pois, se existe Deus como força absoluta e motor de toda a natureza, há o outro lado espiritual que habita as trevas, que governa os interesses de destruição da moral, da família e da Pátria. Para Cássio Reis, presidente do MIL-B, o objetivo central do linearismo seria alinhar a visão cientificista de mundo com a visão espiritualista e congregar os dois paradigmas num só.

Segundo o presidente do MIL-B, não se pode analisar a espiritualidade sem analisarmos as condições científicas e racionais de nossa realidade. No entanto, tem que se tomar cuidado em não se cair numa visão dogmática e relativista da realidade humana, na sua concepção, a oposição ao materialismo não significa apenas negá-lo. É necessário estudá-lo e compreendê-lo. Para Cássio, é preciso interpretar o “fundamento santificado

7 Esta “teoria da conspiração” está delineada n’Os Protocolos dos Sábios de Sião (LAMBERLIN e outros.

São Paulo: Centauro, 2001). Gustavo Barroso seguia esta teoria, considerando verdadeira a idéia de que grupos de banqueiros internacionais de origem semita mantêm a dominação do mundo pela exploração capitalista internacional.

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da essência racional do Homem” que estariam nas obras de Santo Agostinho, Imanuel Kant e Bertrand Russell.

O MIL-B, Movimento Integralista e Linearista Brasileiro, como associação, ainda conta com o apoio da SENE, a Sociedade de Estudos Nacionalistas e Espiritualistas que seria uma instituição de estudos acadêmicos e filosóficos. Segundo o presidente do MIL-B este congrega integralistas e linearistas e a SENE é uma instituição mais ampla que congrega também monarquistas, maçons, membros religiosos, nacionalistas de vários matizes. Não há diferença entre Integralismo e Linearismo, segundo seu presidente. O início do movimento linearista foi em 1992, quando um grupo de Juiz de Fora, fundou a Doutrina Linear Brasileira, que consideravam uma nova filosofia baseada nos princípios Integralistas. O diferencial estaria em adotarem uma postura mais cientificista e racionalista, além de espiritualista.

Para os linearistas, o Integralismo da década de 30 teve forte tendência nacionalista e colaboração da Igreja Católica. Mas segundo eles, uma das grandes preocupações de Plínio Salgado teria sido discutir a base cientificista dos Séc.XIX e XX do ponto de vista espiritualista. Assim sendo, Chefe Nacional teria iniciado um novo paradigma que pretendia fundir Ciência e Fé numa mesma visão Integral do Homem. Ainda, como coloca Cássio, a questão científica não teria sido bem explorada na época, pois faltava ao Chefe Nacional os conhecimentos em Física ou Matemática, embora conhecesse os trabalhos de Newton e Einstein, a Filosofia Analítica, a Mecânica Quântica, a Biologia Molecular, a Teoria Quântica da Matéria etc.

A Ação Integralista Revolucionária se propõe a questionar certas assertivas do Chefe e defendem a submissão à doutrina, mas com independência de interpretação. Seu presidente Jenyberto Pizzotti entende que é o mais capaz dos novos líderes integralistas pois seu tempo de participação no movimento é maior que das outras lideranças. Além disso, defende a posição de que já teria demonstrado a sua força em unir os grupos integralistas porque teria passado pela experiência de fazê-lo em fins da década de 1980, a pedido da própria viúva de Salgado, Dona Carmela.

Na reconstrução das memórias ainda a mesma permanência da traição de Vargas, com a implantação do Estado Novo, que impôs o fim da AIB e dos liberais, no episódio conhecido como “Intentona Integralista” – a tentativa de tomada do Palácio Guanabara, residência oficial da presidência em 11 de maio de 1938. E esta é a versão oficial, divulgada para as gerações que se sucederam á primeira geração que viveu os acontecimentos e que a ela foi endereçada a tarefa de replicar.

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Todos são contra as mudanças instituídas pelo Concílio Vaticano II. Todos consideram os movimentos de luta de origem popular, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) uma excrescência da sociedade brasileira, sob uma democracia que não reconhecem como sistema capaz de manter o controle sobre o povo que governa. Todos são nacionalistas extremados e defendem a intervenção militar pela força para conter os problemas que acreditam serem trazidos pelas liberdades democráticas.

A divulgação das idéias de cada grupo podem ser encontradas principalmente na internet, que vai substituindo gradativamente a imprensa de papel do movimento. Os o principais informativos deste tipo, no novo integralismo são os jornais: Alerta, do Centro Cultural Plínio Salgado (RJ), publicado desde 1995 até 2002; o Idade Nova (RJ), de fins da década de 1990, o Informativo CEDI (RJ) com a primeira edição em outubro de 1999; o Avante de Niterói, (RJ); o Quarta Humanidade e o Ofensiva ambos do Paraná, editados por Fernando Batista Rodrigues. Ainda há o Ação Nacional. Os três últimos periódicos são de inícios dos anos 2000. Também a Casa Plínio Salgado edita seu informativo. Todos estes produzidos pelos integrantes da atual FIB.

O MIL-B tem como órgão de divulgação de suas idéias O Integralista Linear, que tem o Galo Tupã estampado na primeira página.

O que todos os grupos dizem manter para a unidade e a especificidade do integralismo é o nacionalismo, mas principalmente, o espiritualismo. Este contém o Sigma, que também o contém, como mostra o depoimento do linearista Cássio:

“Essa nova concepção não é nem de direita e nem de esquerda. Ela não é nem capitalista e nem comunista. Não é nem social-democrata e nem liberal. Nós procuramos valorizar a Nação, pois ela representa a grande família brasileira e cabe a nós, brasileiros, defender seu bem-estar contra os ataques de especuladores e criminosos. Nós prestamos homenagem aos grandes heróis da Pátria como Caxias, Pedro II, Plínio Salgado e muitos outros, pois estes servem de exemplo aos nossos atuais jovens. Nós apelamos para a Espiritualidade, pois é neste campo de batalha que nos tornamos invencíveis. Combater o inimigo em seu próprio território, ou seja, dentro de uma concepção puramente materialista do mundo, onde impera o poder monetário, é cair na cilada armada pelos grandes especuladores internacionais, os abjetos serviçais de Mammon.”8

Desta forma, os integralistas mantêm viva a idéia primordial que gerou o movimento. Ao longo da história brasileira, desde 1932, mantém-se viva a utopia de se

8 Depoimento de Cássio Guilherme Reis ao Laboratório de História Oral da Universidade Federal Fluminense

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construir o Estado Integral. Malgrado as mudanças nas perspectivas da humanidade sobre seu próprio devir, no qual se percebe a necessidade de se reconhecer como um todo universal que incorpore a diversidade e as multiplicidades de pensar, os integralistas ainda buscam defender seu projeto de síntese. Anulando as diferenças, o integral reduz-se à unidade e o total, restringe-reduz-se à imposição de uma vontade única: ao totalitarismo.

Referência Bibliográficas

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BERTONHA, Fábio. Fascismo, nazismo, integralismo & Integralistas e pesquisadores do integralismo: o embate entre Memória e História. In DOTTA et alii. (orgs). Integralismo: Novos estudos e reinterpretações. Rio Claro: Arquivo Público, 2004.

CARNEIRO, Márcia R. S. R.. Do Sigma ao Sigma – entre a nata, a águia, o leão e o galo – a construção de memórias integralistas. Tese de Doutorado. Niterói: UFF, 2007 (mimeo).

GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

________ Introdução à Filosofia da Práxis, Lisboa: Antídoto, 1978. ________ Sobre el fascismo. México: Era, 1979.

________ Cadernos do Cárcere. 6 volumes. Rio de Janeiro Civilização Brasileira, 2000. LE GOFF, História e Memória. In Enciclopédia Einaudi, vol.1: Memória – História. Porto: Imprensa Nacional – Casa da Meda, 1997.

MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

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Referências

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