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INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR SOBRE PROPOSTAS E PRÁTICAS PARA O ATENDIMENTO INFANTIL

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Academic year: 2021

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INTEGRAÇÃO

DAS

MÍDIAS

NA

EDUCAÇÃO

INFANTIL:

UM

OLHAR

SOBRE

PROPOSTAS

E

PRÁTICAS

PARA

O

ATENDIMENTO

INFANTIL

Tatiane Severgnini da Cruz1; Lucélio Ferreira Simião2 1

Estudante do curso de Pedagogia da UEMS, Unidade Universitária de Dourados; E-mail: tatatianecruz@hotmail.com

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Professor do curso de Pedagogia da UEMS, Unidade Universitária de Dourados: E-mail: lucelio@uems.br.

RESUMO

As mídias já fazem parte do cotidiano das pessoas, e não temos como fugir dessa realidade, por isso estudos em diversas áreas do conhecimento procuram compreender as implicações das mídias na educação das crianças. Esse interesse é justificado pela ação cada vez mais determinante das mídias no cotidiano das crianças, influenciado-as, inclusive em suas aprendizagens. Considerando esse fato, procuramos compreender como pode ser, e como está ocorrendo, a integração das mídias no atendimento de crianças de 0 a 6 anos de idade, nas instituições públicas de Educação Infantil no município de Dourados - MS. Utilizamos para isso, levantamento bibliográfico sobre o tema; pesquisa de campo nas instituições públicas de Educação Infantil para sabermos qual a disponibilidade de recursos tecnológicos; aplicação de questionários em 18 CEIMs para identificar e analisar as propostas de integração de mídias e, por fim, observação em duas instituições, o CEIM “Manoel Pedro Nolasco” e o CEIM “Kátia Marques Barbosa” que se destacaram pela estrutura e pela proposta de uso das mídias. Os professores do CEIM “Kátia Marques Barbosa” ainda não compreenderam a importância do uso planejado desses recursos no dia-dia de suas salas, por isso as mídias nesta instituição não ocupam o lugar de auxilio para o professor que deveriam ter. A segunda instituição observada o CEIM “Manoel Pedro Nolasco”, nos mostrou uma postura integradora das mídias, foi possível perceber que seus professores desenvolvem um trabalho planejado e articulado com esses recursos, respondendo a necessidade de utilizar as mídias como um recurso mediador da aprendizagem.

Palavras-chave: Tecnologia e Educação. Criança. Infância. Recursos tecnológicos.

Introdução

“São seis horas por dia dedicadas a algum tipo de tela: computador, internet ou videogame. É essa a conclusão de uma pesquisa feita pela agência Childwise, do Reino Unido, ao estudar o comportamento de 1.800 meninos e meninas britânicas entre 5 e 16 anos. Segundo o resultado final, as crianças e adolescentes tem ficado cerca de 2 horas e 45 minutos á frente da TV diariamente, sendo que o tempo despendido com a internet e o videogame é de, respectivamente, 1h e 30 minutos e 1h e 20 minutos. Mais de um terço dos consultados têm um computador no próprio quarto” ( Revista Educação, n.143.p.11)

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Este estudo apresentado pela revista Educação1 pode ser muito bem transportado para a nossa realidade brasileira, na qual as crianças estão cada vez mais inseridas nessa sociedade de diferentes mídias, mesmo que não trabalhe o tempo todo com essas novas tecnologias (televisão, rádio, DVD, computador, câmera digital, internet etc.).

As diferentes mídias digitais podem ser entendidas como um conjunto de veículos e linguagens para a realização da comunicação humana, para o cumprimento de diferentes interesses e propósitos e o uso dessas mídias se apresenta como um grande desafio para Educação Infantil, pois o acesso a elas nunca foi tão fácil, cabendo aos profissionais dessas instituições escolher, a melhor forma de adequá-las ao seu propósito educacional.

Nossa pesquisa teve como objetivo compreender como pode ser, ou está sendo, a integração das mídias no atendimento de crianças de 0 a 6 anos de idade, nas instituições públicas de Educação Infantil no município de Dourados – MS. Para isso iniciamos fazendo um levantamento dos CEIM’s que possuem recursos tecnológicos disponíveis, a seleção de algumas instituições que fazem o uso dessas mídias e, finalmente, a análise das experiências que estão sendo desenvolvidas nas instituições selecionadas.

Materiais e Métodos

Para atingirmos nossos objetivos, fizemos uso de pesquisa bibliográfica para nos dar um aporte teórico. Utilizamos também pesquisa de campo, com o uso de questionários para obtermos um diagnóstico sobre a disponibilidade das mídias e como estas estão sendo utilizadas e, por fim, fizemos observação das práticas de duas instituições.

Distribuímos 22 questionários, dos quais obtivemos resposta de 18 instituições. Esses 18 questionários nos permitiram conhecer a disponibilidade de recursos midiáticos dos CEIM’s e como as práticas estavam ocorrendo. Com esses dados em mãos selecionamos duas instituições, o CEIM “Kátia Marques Barbosa” e o CEIM “Manoel Pedro Nolasco”, que se destacaram pela disponibilidade de recursos tecnológicos e proposta de utilização desses recursos.

Resultados e discussões

Ao fazermos nossa revisão bibliográfica encontramos dois projetos significativos que faziam o uso das mídias. Um foi desenvolvido no Rio de Janeiro, na creche da Universidade Federal Fluminense (UFF) e o outro foi desenvolvido em 2007 na EMEIF “Sobreira de Amorim”, em Fortaleza. A creche UFF se destaca pela sua proposta de proporcionar as

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crianças um acesso aos meios digitais, fazendo assim a inclusão digital, começando pelos pequenos. Já a EMEIF “Sobreira de Amorim”, desenvolveu um projeto chamado “Leitura e escrita de contos de fadas na Educação Infantil por meio de diversas mídias” em que tinha como objetivo proporcionar às crianças da Educação Infantil, atividades lúdicas utilizando o computador, a televisão, o vídeo, o DVD e livros ilustrados disponíveis na internet.

Na coleta de dados para o estudo que realizamos, após o levantamento inicial por meio de questionário, escolhemos duas instituições para fazermos observações acerca da utilização das mídias. Esses Centros de Educação Infantil se destacaram pela estrutura física disponível, pelos recursos tecnológicos e pela proposta de uso das mídias.

No CEIM Kátia Marques Barboza todas as salas possuem o seu próprio aparelho de som e existe na instituição, uma sala ampla destinada para o uso específico da televisão e DVD, denominada “sala de vídeo”. Porém, foi possível observar que essas mídias não são inseridas no planejamento dos professores e que estes não se apoderaram da importância que esses recursos podem representar para o dia-dia do CEIM. O uso da sala de vídeo acontece sem planejamento prévio. Existe, na instituição, um cronograma de uso dessa sala, mas os professores mandam as crianças para lá em momentos de espera, por exemplo, antes do almoço, antes de ir embora. Os filmes e desenhos são escolhidos de forma aleatória, quando chegam à sala de vídeo as próprias crianças, que já conhecem todo o repertório disponível no CEIM, escolhem que filme vão assistir ou se vão assistir desenhos nos canais da televisão. O que acontece, muitas vezes, é uma turma ir até a sala de vídeo e encontrar outro grupo usando a sala, fato esse que só vem confirmar a falta de planejamento quanto ao uso desses recursos.

Os professores deste CEIM ainda não compreenderam a importância do uso planejado desses recursos no dia-dia de suas salas, como afirma GALLO (2009, p.03), é preciso “compreender o novo tempo em que estes processos acontecem e não apenas aprender a

aplicar recursos multimídia na educação”.

A segunda instituição observada o CEIM Manoel Pedro Nolasco, nos mostrou uma atitude diferente frente à utilização das mídias, começando pela gestão dessa instituição que apresenta uma postura favorável a utilização das mídias e, consequentemente, transmite essa idéia a seus professores que fazem um trabalho planejado e articulado com esses recursos.

Cada sala possui o seu próprio aparelho de som e, todos os dias, as crianças são recebidas no CEIM com músicas. Essa atitude foi evidenciada principalmente no berçário, no qual as professoras colocam músicas no sentido de dar boas-vindas para os bebês. A televisão, nesse CEIM, fica em uma estrutura de ferro móvel e o professor que for utilizar a televisão e o

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DVD, leva a mesma para sua sala. Esta instituição não possui uma sala específica para uso de vídeo, DVD e TV.

Segundo os professores, foi pedido pela coordenadora que em seus planejamentos esses recursos fossem contemplados, como meio facilitador de aprendizagem e sempre com uma finalidade e conforme o cronograma que se apresenta da seguinte forma:

Tabela 1: Cronograma de uso da TV

Matutino Vespertino

Segunda: Berçário II Maternal II

Terça: Pré-escola Maternal I

Quarta: Maternal II Pré-escola

Quinta: Berçário I Berçário II

Sexta: Maternal I Berçário I

Além desse uso diário das mídias, esse CEIM fez no segundo semestre do ano passado, um trabalho conjunto com a escola da comunidade, em que as crianças utilizam a STE (Sala de Tecnologia Educacional) da escola “Álvaro Brandão”. Os professores planejavam junto com a professora responsável da STE, atividades para serem feitas pelas crianças do CEIM utilizando os computadores da escola. Essas atividades foram executadas pelas crianças durante os meses de maio, junho, agosto e setembro do ano de 2009.

Segundo as professoras responsáveis por esse trabalho, ele foi de suma importância, pois fez com que as crianças entrassem em contato com recursos diferenciados dos que estão acostumados a usar em sala de aula como caderno, lápis, trazendo para dentro do CEIM as inovações tecnológicas tão presente no dia-dia das crianças.

Podemos perceber que as atividades executadas nesta Instituição proporcionam a inclusão das mídias no cotidiano dessas crianças, os professores e a gestão deste Centro de Educação Infantil entenderam que as mídias podem e devem ser utilizadas no processo de ensino aprendizagem das crianças.

No entanto, sabemos que essa questão é muito ampla e se desdobra em muitas discussões. O que podemos concluir, a partir do que foi visto e estudado, é que não podemos fugir dessa realidade; as mídias vêm sendo utilizadas de forma intensa e frequente e tem modificado até mesmo nossa maneira de viver e ver o mundo. Diante disso, a educação não pode ficar alheia a esse processo, e deve “abraçar” esse movimento trazendo para si essas mídias como forma de auxilio ao processo de aprendizagem, e principalmente, é preciso formar professores capazes de dominar esses recursos e capazes também de fazer essa utilização de forma crítica, pois:

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“A informatização da educação se espalha pelo mundo como reflexo do ambiente de comunicação instantânea, que oferece uma quantidade infindável de informações. (...) A maior parte dos especialistas defende a sua utilização como forma de auxílio ao processo de aprendizagem, desde que não seja usada como um fim em si mesma e não sirva apenas como chamariz para motivar os alunos. E todos chamam atenção para uma condição essencial para a melhoria do ensino: a formação adequada do professor para desenvolver uma consciência crítica em relação ao uso dos meios tecnológicos” (Revista Educação n° 143)

Agradecimentos

À UEMS, que possibilitou a bolsa de Iniciação Científica, a Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, a Secretária Municipal de Educação que nos auxiliou no levantamento dos CEIM’s e autorizou as observações e ao CEIM “Manoel Pedro Nolasco” e o CEIM “Kátia Marques Barbosa” que nos recebeu.

Referências Bibliográficas

FERNANDES, Jaiza Helena Moises; BESSA, Igenivan Fernandes. Leitura e escrita de contos de fadas na Educação Infantil por meio de diversas Mídias. Disponível em http://200.169.53.89/download/CD congressos/2008/SBIE/SMIE/SMIE - comunicação ORAL/LEITURA E ESCRITA DE CONTOS DE FADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL POR MEIO DE DIVERSAS MÍDIAS.pdf. (último acesso em 23/09/2009).

GALLO, Simone Andrea D’Ávila. Informática na Educação Infantil: Tesouro ou ouro de Tolo. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/25/excedentes25/simone andreagallot07.rtf. (último acesso em 22/09/2009).

Ostronoff Henrique. 2009. Os perigos do filtro tecnológico. Revista Educação, n.143, p.24-30.

Sites Consultados:

Projeto Educação Infantil e Inclusão Digital. Disponível em http://www.uff.br/creche/ educação infantil e inclusão social.htm. (último acesso em 22/09/2009).

Referências

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