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NOTA TÉCNICA – MISSÃO NOVA ZELÂNDIA
INTRODUÇÃO
Atualmente os mercados da Oceania, juntamente com o asiático, formam os dois principais destinos econômicos que mais crescem no mundo, com grande destaque no cenário internacional.
Localizada na Oceania a Nova Zelândia tem uma economia competitiva em nível internacional orientada para o mercado. Um ambiente político estável, força de trabalho instruída fazem da Nova Zelândia um lugar fácil para se fazer bons negócios. O destaque vem do comércio internacional, com os bens e serviços exportados que representam um terço da produção total.
Dona de uma das economias mais abertas do mundo, a Nova Zelândia é um defensor do livre mercado. Nas décadas de 1980 e 1990, o país passou por uma reforma econômica radical, a fim de melhorar a concorrência. Essa reforma removeu subsídios, tarifas e controles de preço e a flutuação da taxa de câmbio, aboliu também os controles no movimento de capital e privatizou muitas propriedades do Estado.
Essas medidas resultaram na realização de acordos de livre comércio abrangentes e bem sucedido com seu vizinho Austrália. Demonstrando com isso que o país é um parceiro comercial interessante, possui uma economia de mercado aberto, o que cria um ambiente propício aos negócios.
Historicamente, a economia da Nova Zelândia desenvolveu‐se a partir do setor agrícola, seus produtores primários estão incluídos entre os melhores do mundo. Cumpre ressaltar ainda que, de uma forma geral, a economia neozelandesa tende a trabalhar com produtos de qualidade, uma vez que o espaço agricultável está praticamente esgotado, o que pode levar a interesses de cooperação para estabelecer produção no Brasil. Tendo em vista esse ambiente propício aos negócios, é que estamos realizando a Missão para o Agronegócio – Bahia x Nova Zelândia. Essa missão deverá abrir canais de entendimentos e negócios, criar raízes nas relações bilaterais, ampliar o conhecimento mútuo, e, estabelecer a parceria estratégica entre o Estado da Bahia e as cidades visitadas. Além da possibilidade de estabelecermos acordo de intercâmbios agrícolas entre os governos. A Nova Zelândia é um exemplo de agricultura competitiva, não subsidiada e de grande sucesso. O país é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo sem recorrer a apoios públicos aos seus agricultores.
Página 2 de 6 INFORMAÇÕES SOBRE A NOVA ZELÂNDIA Localizada na região sul da Oceania a Nova Zelândia é um pequeno país formado por duas ilhas (Ilha do Norte e Ilha do Sul), que ocupa uma área de 270.534 km². Possui uma população de 4,3 milhões de habitantes, sendo que 86% vivem na zona urbana e 14% no campo.
A ilha é considerada um país desenvolvido (IDH de 0,903), tem o Inglês e o Maori como idiomas oficiais. A capital é Wellington, mas possui outras cidades maiores como Auckland (997.940 hab), Christchurch (331.443 hab), e Hamilton (159.234 hab).
A economia da Nova Zelândia opera sob princípios de livre mercado, com algumas indústrias de porte médio de produção de bens de consumo associadas a um eficiente setor primário voltado para o mercado externo, com participação de pouco mais de 7% do PIB, calculado em torno de 134 bilhões de dólares em 2009. A moeda oficial é o Dólar Neozelandês.
A Nova Zelândia tem uma economia competitiva em nível internacional orientada para o mercado, principalmente o internacional, os bens e serviços exportados representam um terço da produção total. Um ambiente político estável, força de trabalho instruída fazem da Nova Zelândia um lugar fácil onde fazer negócios.
Considerado um país moderno e industrializado, as principais indústrias exportadoras são a agricultura, a horticultura, a pesca e a silvicultura. Além disso, o país é grande produtor de kiwi e uva (produz um dos melhores vinhos do mundo). Possui também, uma grande de produção de lã, estando entre os 10 maiores produtores mundiais. Este país possui ainda substanciais indústrias transformadoras, turismo e serviços.
Agricultura ‐ A Nova Zelândia é um país acidentado, com pequenas áreas próprias para o cultivo arável. Cerca de 173 milhões de hectares, são constituídos por lavouras, num total 80 mil fazendas que trabalham na área agrícola com cevada, trigo, milho, legumes e verduras (horticultura especializada com destaque para a região ao sul de Auckland) e frutas (kiwi, maçã, pêra, etc.). A fruta kiwi recebeu seu nome do símbolo nacional da Nova Zelândia, a ave kiwi”. A comercialização e o marketing internacional da fruta kiwi é mais uma história de sucesso da Nova Zelândia. Somente três frutas importantes foram cultivadas no Século XX: abacates e mirtilos, pelos EUA, e o kiwi pela Nova Zelândia. Hoje distribuído para todo o mundo com a marca Zespri, o kiwi é uma exportação importante da Nova Zelândia. Pesquisas científicas criaram inovações, como por exemplo o kiwi amarelo Zespri, que é mais doce. Os recursos naturais da Nova Zelândia não são suficientes para terem uma agricultura de sucesso. No entanto, a parceira notável entre administração, academia e o setor agrícola permitiu o país aproveitar eficientemente os seus recursos e colocá‐los numa posição preponderante no mercado mundial.
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Macadâmia Agricultura Irrigada Pomar de Kiwi
Outro destaque são as plantações de parreiras, atualmente, uma excelente fonte de renda, com o vinho neozelandês sendo reconhecido mundialmente pela qualidade. A Nova Zelândia é a região produtora de vinho mais isolada do planeta, embora sua produção não seja muito expressiva, a qualidade alcançada por seus vinhos em um curto espaço de tempo lhe valeram merecido destaque no cenário mundial.
A falta de massa continental ao seu redor faz com que suas temperaturas sejam consideravelmente mais baixas, o que lhe garante uma vocação bastante diversa quanto às castas de uvas ali plantadas e o estilo de seus vinhos. As principais uvas viníferas plantadas e suas regiões são: Sauvignon Blanc (Marlborough, Ilha do Sul), Chardonnay (Auckland e Northland), Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Merlot (Waikato, Hawkes Bay e Northland na Ilha do Norte).
Pecuária – O grande destaque deste setor é a pecuária leiteira, gado de corte, carneiros, veados, porcos, aves e apicultura (produz um dos mais potentes méis do mundo ‘Mel de Manuca’), constituem a base da sólida agroeconomia neozelandesa.
A criação de gado é a mais importante produção da Nova Zelândia. Aí se destacam os ovinos, produtores de carne e leite (mias de 60 milhões de cabeças). Há no país em torno de 10 milhões de cabeças de gado bovino (leiteiro e para corte), são eles que abastecem a importante indústria de queijo e m,anteiga. Cerca de 80% concentrado na Ilha do Norte. Existem 45,7 milhões de caprinos concentrados principalmente na regiões de Hawke’sBay, Manawatu‐Wanganui (Ilha do Norte), Canterbury, Southland and Otago (Ilha do Sul). Aproximadamente 92% da carne de caprinos e 80% da carne bovina abatidas são exportadas. As exportações de carne representam uma das maiores fontes de renda para o país.
O grande destaque da pecuária neozelandesa é a indústria de leite e derivados, que exporta 95% de sua produção, é um setor que utiliza alto grau de especialização e tecnologia, sendo a FONTERRA, uma cooperativa multinacional de produtores a maior empresa produtora neozelandesa, vendendo uma imagem de produção sustentável. O país possui em torno de 4 milhões de cabeças de gado leiteiro, principalmente das raças Holstein‐Friesian ou Jersey.
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Tanques de Leite Suínos Bovinos Jersey
Já a produção de carne corresponde a 10% das exportações do país, das quais metade é de bovinos e metade de ovinos. A raça de ovinos criada é Romney, que além de obter boa produtividade de carne, também apresenta significativa produção de lã. A raça do gado de corte bovino é a Angus e a Hereford, com alguma parcela vindo também do abate das vacas leiteiras. Existe também a criação de veados, cabras e porcos, no entanto com reduzida participação. Pesca ‐ A Nova Zelândia tem uma longa linha costeira e uma das maiores Zonas Econômicas Exclusivas (área oceânica sob seu controle) do mundo. São 200 milhas náuticas, com cerca de 100 espécies de peixes com valor comercial. A pesca comercial é uma indústria importante e pescadores amadores também pescam uma quantidade significativa de frutos do mar. As espécies marinhas e de água doce eram básicas na dieta dos Maoris antepassados. Fortes tradições culturais foram desenvolvidas em torno de todos os aspectos da pesca, desde a fabricação de redes e anzóis de pesca até o gerenciamento dos recursos pesqueiros.
O gerenciamento obedece normas rigorosas de tamanho, produtividade de cada espécie, cotas e métodos de pesca. Somente empresas nacionais podem possuir e controlar cotas de pescarias. A cultura aquática é desenvolvida na criação de mexilhões e ostras, o país exporta cerca de 1 bilhão anualmente.
Florestas ‐ A Nova Zelândia tem muitas florestas naturais, que cobrem um 1/4 do território do país, a maioria delas é protegida como área de conservação. A silvicultura comercial é uma indústria importante e as florestas plantadas cobrem 7% do nosso país. A maioria é pinho, cuja madeira é usada para produção de papel e para madeiramento. No entanto, a mais importante espécie para a plantação no Hemisfério Sul é a "Pinus radiata", cerca de 90% das florestas de produção. Seu uso na indústria de transformação é versátil, sendo usada na mobília, marcenaria, construção de embalagens, postes, polpas, etc.
A indústria florestal representa mais de 60% das exportações, uma das indústrias mais importantes, líderes mundiais nos sistemas de alta tecnologia florestal. O Instituto Público para pesquisas florestais tem mais de 20 anos de desenvolvimento de software para o gerenciamento da produção florestal. Seu sistema simulador do crescimento florestal permite aos engenheiros florestais cortar cada árvore no momento exato. Nas florestas é possível ver trabalhadores neozelandeses usando coletores de dados e motoserras.
Pesquisa Agrícola ‐ A Nova Zelândia é a líder mundial em pesquisa agrícola e serviços de consultoria. Ciência e tecnologia, inclusive a biotecnologia, garantem que as vantagens naturais da Nova Zelândia sejam potencializadas para os últimos avanços científicos. Pesquisadores da Nova Zelândia estão identificando hormônios vegetais que poderão ser
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usados para melhorar a produção agrícola e também estão criando produtos farmacêuticos com base em extratos de leite de vaca que estimulam a imunização.
A assistência do governo à agricultura da Nova Zelândia é muito baixa, se comparada aos parâmetros internacionais: os agricultores neozelandeses contam com as mais baixas taxas de ajuda ao produtor na OCDE. Para concorrer internacionalmente, tornaram‐se agricultores e exportadores eficientes.
Há também uma crescente indústria vinícola de reconhecida qualidade com viés exportador, com os produtores focando nas uvas pinot‐noir e sauvignon blanc, bem como forte setor exportador de frutas, correspondendo a 3% das exportações.
COMÉRCIO EXTERIOR
No comércio internacional, a importação de petróleo e derivados constitui o item mais expressivo da pauta de importações, seguida por itens mecânicos e de maquinário. Veículos, têxteis, ferro e aço e equipamentos médicos e de precisão também são itens expressivos nas importações neozelandesas. O setor de serviços corresponde a 20% das importações e exportações do país, com os setores de turismo e educação ocupando a primeira posição na pauta geral das exportações, tendo recentemente ultrapassado a indústria do leite e seus derivados.
Somadas, as importações oriundas da Austrália, China e Estados Unidos constituem mais de 40% das importações totais do país. Japão e Alemanha também são importantes fornecedores comerciais com fatias de 7,8% e 4,2% respectivamente, tendo as exportações japonesas recuado 8% em valores absolutos e as alemãs aumentado em 10% nos últimos 5 anos. Apesar de o comércio ter se expandido no período em tela com todos os principais parceiros comerciais exceto o Japão, percebe‐se um agudo crescimento das exportações chinesas, mais que dobrando de valor absoluto e chegando a 14,4% do total, ultrapassando os Estados Unidos e chegando próximo do primeiro lugar, hoje ocupado pela Austrália com 17% do total da pauta de importações.
Na área das exportações também houve um crescimento acentuado em valores absolutos, chegando a um aumento de 75% no período de 2004 a 2009. Leite em pó, manteiga e queijo são os itens mais importantes da pauta exportadora, seguidos de carne e embutidos e toras de madeira em estado bruto. Óleo cru, maquinário, frutas, pescado e alumínio complementam a pauta de exportações, que tem na Austrália seu mais importante destino.
O comércio com a Austrália, baseado no "Close Economic Relations" (CER), na prática um acordo de livre comércio entre os dois países, apresentou crescimento de 50% nos últimos cinco anos, correspondendo a mais do dobro do segundo colocado, no caso os Estados Unidos. Japão, China e Reino Unido, são os próximos colocados, com a China mais que dobrando sua participação nas exportações neozelandesas no mesmo período.
A Nova Zelândia é o país que mais exporta leite e carne de ovino e o 4º maior exportador de carne bovina do mundo.
Página 6 de 6 OPORTUNIDADES COMERCIAIS EM AGRONEGÓCIOS Embora o comércio bilateral Brasil‐Nova Zelândia, seja bem tímido, mantendo um crescimento contínuo nos últimos anos, ele ainda pode ser consideravelmente ampliado. Avaliando o intercâmbio comercial Brasil – Nova Zelândia, observamos a presença de produtos da agropecuária como: produtos da horticultura, café, óleos e gorduras, fumo, bebidas, madeira açúcares, borracha, papel e celulose, leite e preparações de carne e pescados.
MISSÃO BAHIA X NOVA ZELÂNDIA
No período de 11 a 19 de novembro de 2010, o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Agricultura (SEAGRI), realizará missão à Nova Zelândia. A missão, liderada pelo Governador Jaques Wagner, visitará 4 cidades: Auckland, Wellington, Hamilton, Christchurch, e tem por objetivo fomentar o comércio e os investimentos de empresários baianos nesta região e explorar as possibilidades de cooperação técnica entre os setores produtivos do agronegócio da Bahia e esse país.
Com o crescimento do comércio exterior brasileiro e baiano e a ampliação dos destinos de nossas exportações, é fundamental aprofundar o conhecimento entre os países para dinamizar as trocas comerciais. A corrente de comércio entre a Bahia e a Nova Zelândia tem se mantido estável nos últimos anos, tendo em vista que a participação desse destino sobre o total exportado pelo Estado seja ainda muito pequena.
É justamente buscando incentivar a ampliação de nosso comércio e cooperação tecnológica com mercados ditos "não‐tradicionais" que o governo estadual tem atuado, juntamente com o setor privado, na promoção comercial de produtos baianos no exterior. A presente missão representa uma oportunidade concreta de expansão da presença brasileira na Oceania. Entre os setores prioritários contemplados na Missão, destacam‐se: AGROSEGMENTOS AGROSEGMENTOS 1. LEITE 4. CARNE 2. OVINOCULTURA 5. HORTICULTURA 3. UVAS E VINHOS 6. PESQUISA AGROPECUÁRIA
A missão terá uma agenda específica para os participantes, com a possibilidade de realizar visita técnica às empresas do segmento agrícola, áreas de produção agrícola, e Ministério da Agricultura, está prevista ainda uma palestra voltada para apresentação de oportunidades de investimentos no setor agrícola do Estado da Bahia.
Serão visitadas também as duas das mais avançadas organizações de pesquisas para a agricultura da Nova Zelândia, a DairyNZ e a AgResearch. A DairyNZ é uma organização de produtores de leite, que está presente em toda a Nova Zelândia. A AgResearch é uma empresa de pesquisa do governo da Nova Zelândia com 760 pesquisadores diretos e centros de pesquisas distribuídos em cinco cidades satélites. As pesquisas são realizadas nas estações experimentais em 15 fazendas. Na área de biotecnologia aplicada, alimentos e têxteis, agricultura e meio ambiente.
Por último será visitado o Campus da Lincoln University. Como universidade pública é a terceira universidade mais antiga da Nova Zelândia, foi fundada em 1878 como uma Escola de Agricultura.