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FORNECIMENTO DE CONCRETO PARA EDIFICAÇÕES: DIAGNÓSTICO E OPORTUNIDADES DE MELHORIA. DAMIÃO, Eduardo Tassi (1); SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de (2)

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10º Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção

8 a 10 de novembro de 2017 - Fortaleza - Ceará - Brasil

FORNECIMENTO DE CONCRETO PARA EDIFICAÇÕES: DIAGNÓSTICO E OPORTUNIDADES DE MELHORIA

DAMIÃO, Eduardo Tassi (1); SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de (2)

(1) Eng. Civil, Mestrando pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e-mail:

eduardo.damiao@usp.br

(2) Eng. Civil, Livre Docente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e-mail:

ubiraci.souza@produtime.com.br

RESUMO

O concreto é o material de construção mais utilizado no mundo (CONCRETO, 2009); no entanto, ainda há margem para ganho de produtividade no seu uso em edificações no Brasil (DANTAS, 2006). Sua principal forma de produção é em central dosadora (TANIGUTI, 2015) e estudos apontam o uso de bomba estacionária/bomba-lança como as principais formas de transporte do material em estruturas reticuladas de concreto armado (FREIRE, 2001). Nesse contexto, um dos principais motivos de perda de produtividade nas concretagens é a ineficiência no fornecimento de concreto (FREIRE, 2001), o qual depende da relação concreteira-obra. O objetivo do trabalho é identificar e quantificar os efeitos dessa ineficiência, para compreender melhor o problema e sua relevância, e assim apontar oportunidades de melhoria e recomendações visando o ganho de produtividade em concretagens. Foi realizada uma ampla revisão bibliográfica sobre produtividade de concretagens, a qual, junto com análise documental de obras finalizadas, compôs um cenário referencial para levantamento das ineficiências no fornecimento de concreto, comparação com estudos e documentos internacionais sobre o tema e identificação de oportunidades de melhoria e recomendações para aumento da produtividade. Os resultados obtidos permitiram a identificação e quantificação da ineficiência existente, confirmando a grande influência do fornecimento de concreto na produtividade de concretagens, mostraram a importância do alinhamento entre concreteira e obra para um fornecimento mais eficiente e confirmaram a margem existente para melhoria da produtividade. Também foram levantadas oportunidades de melhoria e recomendações relacionadas principalmente a gestão e tecnologia que precisariam ser mais divulgadas em âmbito nacional para incentivar sua adoção. De forma complementar, o método utilizado para coleta de dados de concretagens mostrou-se uma boa ferramenta para detalhamento dos tempos de concretagem e identificação das ineficiências envolvidas.

Palavras-chave: Concreto, produtividade, suprimento.

ABSTRACT

Concrete is the most used construction material in the world (CONCRETO, 2009); however, there is still room for improvement in its productivity rate when used in buildings in Brazil (DANTAS, 2006). It is mainly produced in batch plants (TANIGUTI, 2015) and studies suggest that pumping is the most common way for transporting the material on reinforced concrete structures built on site (FREIRE, 2001). In this context, one of the main causes for productivity loss on concrete pourings is the supply inefficiency (FREIRE, 2001), which depends on the relationship between concrete supplier and the contractor. This article aims to identify and quantify the effects of this inefficiency in order to understand the problem and its relevence so that opportunities and reccomendations to improve the efficiency of concrete pouring can be pointed out. Many national references considering the concreting productivity rate were consulted to form a referential scenario along with a documental analysis of constructed buildings to allow the indentification of inefficiencies on the concrete supply, the comparison with internacional studies and other documents and the identification of possible improviments and reccomandations. The results obtained allowed the

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identification and quantification of the existing inefficiency, which confirmed the great influence that the concrete supply has on the concreting productivity rate, showed the importance of a good relationship between the supplier and the contractor for a more efficient concrete supply and also confirmed the existing room for improvement in the concreting productivity. Opportunities and reccomendations related to management and technology, which need more divulgation, were also found. Additionally, the method used to colect data from the concreting process revealed itself as a good tool for detailing the concreting times and identifying inefficiencies related to it.

Keywords: Concrete, productivity, supply.

1 INTRODUÇÃO

O concreto é o material de construção mais utilizado no mundo (IBRACON, 2009). Estima-se que a produção mundial anual de concreto gire em torno de 25 bilhões de toneladas, ou aproximadamente 10,9 bilhões de m³ (CSI, 2009). Não existe atualmente material que seja produzido em larga escala capaz de substituir o concreto como maior material de construção (WBCSD, 2009), situação que não é diferente no Brasil.

Para a construção de edificações, ele é principalmente produzido em centrais dosadoras de concreto (TANIGUTI, 2015), utilizado em estruturas reticuladas de concreto armado (TANIGUTI, ,2014) e transportado até o ponto de aplicação por bomba estacionária/ bomba-lança (FREIRE, 2001). Nesse contexto, a estrutura representa cerca de 20% dos custos de construção de uma edificação (VARGAS, 2010) e se encontra no caminho crítico do seu cronograma, tendo, portando, grande influência no custo e prazo da obra. Apesar de amplamente utilizado e do alto impacto em custo e prazo, estudos apontam grande variabilidade nos índices de produtividade de concretagens em edificações (ARAUJO, 2000; MELO; COSTA, 2016), indicando que ainda há margem para ganho de produtividade nesta etapa.

Estudos nacionais (FREIRE; SOUZA, 2000; FREIRE, 2001; DANTAS, 2006; MELO; COSTA, 2016) e internacionais (CHRISTIAN; HACHEY, 1995; ANSON; WANT, 1998; WANG; OFORI; TEO, 2001; GRAHAM; FORBES; SMITH, 2006; PART et al., 2010; JARKAS, 2012) destacam o fornecimento de concreto e o relacionamento entre construtor e fornecedor como um dos importantes fatores que influenciam a produtividade de concretagens. Logo, a melhoria da produtividade de concretagens depende também da melhoria da eficiência no fornecimento de concreto e, consequentemente, do relacionamento entre construtor e fornecedor, além dos outros fatores relacionados ao produto, ao processo e à gestão, não abordados neste estudo. O objetivo do trabalho é identificar e quantificar as ineficiências existentes no fornecimento de concreto, para entender melhor sua influência na produtividade de concretagens, e, assim, apontar oportunidades de melhoria e recomendações que possibilitem ganho de produtividade. Para isso, foi realizada uma ampla revisão bibliográfica sobre produtividade de concretagens, a qual, junto com análise documental de obras finalizadas, compôs um cenário referencial para levantamento das ineficiências no fornecimento de concreto, comparação com referências internacionais sobre o tema e identificação de oportunidades de melhoria e recomendações para aumento da produtividade.

2 MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa é dividida em duas partes: a primeira consiste na identificação e quantificação das ineficiências no fornecimento de concreto para entender melhor o problema e sua

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relevância; e a segunda consiste na identificação de oportunidades de melhoria e recomendações visando melhorar a eficiência do fornecimento e obter ganhos de produtividade em concretagens.

2.1 Identificação e quantificação da ineficiência

Para o desenvolvimento da primeira parte, foi necessário levantar e comparar dados de tempos de concretagens em detalhe, realizando-se para isso uma análise documental em obras já executadas, e consultar referências nacionais sobre concretagem para comparação e análise crítica dos resultados obtidos.

A análise documental contemplou 6 obras residenciais de diferentes proporções, executadas por uma mesma construtora, de grande porte, com certificação ISO 9001, SiAC Nível A e mais de 40 anos de atuação no mercado imobiliário. As obras selecionadas têm como características em comum a estrutura reticulada de concreto armado, o uso de concreto dosado em central e o transporte do concreto por bomba estacionária/bomba-lança, pela grande representatividade desse conjunto de soluções. Imaginou-se assim reduzir as variáveis relacionadas aos processos construtivos e aos produtos, para que fosse possível extrair conclusões relacionadas ao fornecimento de concreto e à interface entre fornecedor e obra.

Os documentos analisados foram fichas de controle da concretagem referentes à execução de uma torre de cada obra, escolhida aleatoriamente. Essas fichas contém os horários de saída da central e chegada na obra dos caminhões betoneira (BTs) e de início e término dos bombeamentos, a partir dos quais foram gerados os seguintes indicadores, alguns deles com bases em outros estudos de produtividade, a fim de poder compará-los: • Tempo de caminhão (ou tempo de bombeamento), de descarregamento (ou tempo de

bombeamento total), tempo de troca e tempo de atraso, conforme Dantas (2006); • Tempo total de caminhão no canteiro, tempo de caminhão no canteiro médio e tempo

de caminhão ocioso, conforme Anson e Wang (1998) e Dunlop e Smith (2004); • Tempo de intervalo (diferença entre término do bombeamento de um caminhão

betoneira e início do bombeamento do caminhão seguinte);

• Horário de início e término, dia mais frequente de concretagem, ciclo de concretagem (dias), duração da concretagem (h), velocidade da concretagem (duração/volume), mencionados em Freire (2001), Andrade; Pinho e Lordsleem Jr. (2012), Dantas e Souza (2003) e Dantas (2006).

2.2 Oportunidade de melhoria e recomendações

Na segunda parte, foram levantados dados de produtividade de artigos e periódicos internacionais e consultados documentos de algumas das principais associações internacionais relacionadas ao uso de concreto como material de construção (Tabela 1), escolhidas em função da representatividade em termos de produção/consumo de concreto dos países/empresas que representam. As oportunidades de melhoria e recomendações para aumento da produtividade de concretagens surgiram da consulta a esses documentos e da comparação entre os dados nacionais e internacionais.

Tabela 1: Relação de documentos de associações internacionais consultados

Região representada Itália Reino Unido Europa EUA Am. Latina Mundo

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3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

3.1 Identificação e quantificação da ineficiência para entendimento do problema Na Tabela 2 estão algumas das principais características das seis obras estudadas, as quais foram divididas em dois grupos em função do volume de concreto do pavimento tipo: grupo A (vol~200m³), grupo B (vol~100m³); e na Tabela 3 a seguir, são apresentados os indicadores para concretagens de Pilares, Laje e Vigas, e concretagem Global.

Tabela 2: Características gerais das obras estudadas

Tabela 3: Indicadores de concretagem

Características das obras A1 A2 B1 B2 B3 B4

Nº de torres 4 3 2 5 2 1

Nº de pavimentos 28 26 11 25 24 16

Área do pavimento tipo (m²) 869,0 819,0 440,0 390,0 340,0 423,0 Vol. Total pav. tipo (m³) 199,0 195,0 106,0 92,0 86,0 109,0

Indicadores Gerais A B A B A B

Nº Total de BTs 8,0 4,0 20,0 10,0 28,0 14,0 Volume Médio (m³) 49,5 25,3 147,4 72,7 196,9 98,0 Velocidade de Concretagem Média (m³/h) 8,3 8,1 17,8 12,2 13,0 10,2

Início médio 11:07 11:11 11:11 9:17 Fim médio 17:34 14:43 19:43 15:40

Duração média (h) 6,3 3,5 8,5 6,4 14,8 9,9 Total de hora extra (h) 33,0 7,0 74,5 7,3 107,5 14,3

Ciclo de estruturas (dias corridos) 11,0 9,0

Tempo de intervalo entre BTs

Médio por BT (min) 21 39 11 27 16 33

Total por concretagem(h) 1,9 1,5 3,1 3,6 5,0 5,0 Total por concretagem/Duração Média 30% 41% 36% 56% 34% 51%

Tempo de troca entre BTs

Médio por BT (min) 11 14 7 12 8 12

Total por concretagem (h) 0,9 0,4 1,7 1,2 2,5 1,6 Total por concretagem/Tempo de intervalo 45% 28% 54% 33% 51% 32%

Total por concretagem/Duração Média 14% 12% 20% 19% 17% 16%

Tempo de atraso de BTs

Médio por BT (min) 10 25 4 15 8 21

Total por concretagem/Tempo de intervalo 55% 72% 46% 67% 49% 68% Total por concretagem/Duração Média 16% 29% 17% 38% 17% 35%

Tempo de BTs fora da central

Médio por BT (min) 129 176 113 148 122 163 Total por concretagem (h) 14,7 9,7 36,4 22,6 51,2 32,3 Total por concretagem/Duração Média 233% 276% 430% 354% 346% 326%

Tempo de BTs no canteiro

Médio por BT (min) 68 67 47 42 58 55

Total por concretagem (h) 7,8 3,6 15,5 6,4 23,3 10,1 Total por concretagem/Duração Média 124% 103% 183% 101% 157% 102%

Tempo de BT ociosa no canteiro

Médio por BT (min) 27 27 30 22 29 25

Total por concretagem (h) 3,2 1,5 9,9 3,4 13,1 4,9 Total por concretagem/Tempo no canteiro 41% 41% 64% 52% 56% 48%

Tempo de descarregamento de BTs

Médio por BT (min) 40 40 17 20 29 30

Total por concretagem (h) 4,6 2,2 5,6 3,1 10,2 5,2 Total por concretagem/Tempo no canteiro 59% 59% 36% 48% 44% 52%

Total por concretagem/Duração Média 73% 61% 66% 48% 69% 53%

Dia mais frequente de concretagem

Dia da semana 3ª Feira 4ª Feira 6ª Feira 6ª Feira

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Destacam-se alguns resultados da Tabela 3:

• Grande representatividade do tempo de intervalo entre BTs em ambos os grupos, com responsabilidade dividida entre obra (tempo de troca) e o fornecedor (tempo de atraso);

• Tempos menores de intervalo entre BTs, troca de BTs e atraso de BTs de concretagens de Laje e Vigas em relação à de Pilares e de concretagens do grupo A em relação às do grupo B, indicando maior eficiência nas concretagens de Laje e Vigas e de concretagens com volume de concreto maior;

• Tempo de BTs no canteiro superior e tempo de BTs fora da central muito superior (mais de 3 vezes) à duração média das concretagens, com grande ociosidade das BTs no canteiro, para ambos os grupos. Isso indica que não basta um fornecimento eficiente, é preciso otimizar os tempos de troca e de bombeamento. A recorrência de ineficiências como essas podem desgastar a relação entre fornecedor e obra, prejudicando futuras concretagens;

• Início tardio das concretagens em ambos os grupos e grande quantidade de horas extras principalmente no grupo A. Acredita-se que com um melhor alinhamento entre concreteira e obra do horário de início, as concretagens poderiam ter sido iniciadas mais cedo e as horas extras evitadas;

• Preferência pela concretagem de Laje e Vigas na sexta-feira em ambos os grupos, sugerindo uma maior demanda de concreto nesse dia e uma concorrência maior por fornecimento para as obras.

Na Tabela 4 estão destacadas as medições de velocidade de concretagens com bomba estacionária/bomba-lança de outros estudos nacionais. Nota-se que as velocidades de concretagem de pilares estão próximas, mas a de Laje e Vigas obtida foi inferior. Essa variação de velocidades em âmbito nacional confirma a margem para melhoria existente, sendo importante o detalhamento dos tempos de concretagens para comparação e entendimento das ineficiências tanto no fornecimento quanto em outras etapas da concretagem. Dantas (2006) apresenta resultados de tempo de troca e tempo de atraso medianos inferiores aos obtidos: 5 e 3 minutos respectivamente; que podem ser uma das justificativas para a velocidade superior. Nesse caso, o levantamento dos outros tempos de concretagem poderia contribuir com a análise dos fatores que levaram a esse desempenho.

Tabela 4: Indicadores de concretagens

3.2 Oportunidades e recomendações para melhoria da eficiência

Com base nos dados de produtividade (Tabela 5 e Tabela 6) e práticas adotadas dos estudos internacionais consultados e comparação com os dados do item 3.1, foram identificadas as seguintes oportunidades de melhoria e recomendações:

• Segundo Jarkas (2012), as concretagens maiores são melhores planejadas pelos construtores e tratadas com mais seriedade pelo fornecedor, o que foi confirmado pelos dados da análise documental. Ou seja, com um comprometimento maior entre os agentes já é possível se obter ganhos de produtividade;

Informações Gerais Obata (2000)

Dantas e

Souza (2003) Dantas (2006) Obata (2000) Souza (2001)

Dantas e

Souza (2003) Dantas (2006) Vel. de Concretagem Média (m³/h) 7,3 9,3 8,5 28,0 22,0 a 28,0 18,5 36,6

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• Utilização dos tempos de BT no canteiro e de BT ociosa no canteiro para complementar a análise dos tempos de concretagem e auxiliar na identificação das ineficiências;

• Embora existam diferenças relacionadas ao produto não consideradas na comparação, com um mesmo processo de transporte do concreto (bomba estacionária/caminhão bomba-lança), os estudos internacionais obtiveram velocidades de concretagem 47% superiores para Laje e Viga.

• Os tempos de BTs ociosas no canteiro dos estudos internacionais são cerca de 50% dos levantados e os tempos de bombeamento são bem próximos, indicando que é possível melhorar as concretagens otimizando os outros tempos do processo, além do bombeamento;

• Adoção dos valores de referência para identificação de uma boa concretagem definidos por Anson e Wang (1998): tempo de BTs disponibilizadas no canteiro e o tempo de atraso de BTs inferiores a 150% e 10%, respectivamente, da duração da concretagem. Na análise documental, o tempo de BTs no canteiro para ambos os grupos foi inferior ao limite indicado, mas o tempo de atraso foi superior.

Tabela 5: Indicadores internacionais de concretagem – Pilares e Laje e Vigas

Tabela 6: Indicadores internacionais de concretagem - Global

Informações Gerais Anson e Wang (1998) Asce e Anson (2004) Anson e Wang (1998) Asce e Anson (2004) Wang et al. (2001) Local Hong Kong Hong Kong Hong Kong Hong Kong Singapura

Número de medições 17 33 34 130 10

Indicadores Gerais

Voume Médio (m³) 111,1 166,2 160,5 119,6 149,9 Velocidade de Concretagem Média (m³/h) 19,7 21,3 22,3 18,4 24,9

Duração Média (h) 5,9 - 7,2 - 6,2

Tempo de atraso

Total por concretagem (h) 0,8 - 0,7 1,1

Total por concretagem/Duração Média 13% - 10% - 18% Tempo de BT no canteiro

Médio por BT (min) 31 - 31 - 29

Total por concretagem (h) 9,9 12,1 12,7 7,7 12,4 Total por concretagem/Duração Média 169% - 176% - 201% Tempo de BT ociosa no canteiro

Médio por BT (min) 11 - 13 - 12

Média por BT/Tempo de BT no canteiro 37% - 41% -Tempo de bombeamento

Médio por BT (min) 16 - 15 - 12

Média por BT/Tempo de BT no canteiro 50% - 47% - 43%

PILARES LAJE E VIGAS

Informações Gerais Wang e Anson (2000) Asce e Anson (2004) Wang e Anson (2000) Wang e Anson (2000) Wang e Anson (2000) Dunlop e Smith (2004) Local Hong Kong Hong Kong Reino Unido Beijing Alemanha Reino Unido

Número de medições 51 - 70 18 32 202

Indicadores Gerais

Voume Médio (m³) 144,0 132,6 92,0 85,1 70,0 68,9 Velocidade de Concretagem Média (m³/h) 21,4 19,24 15,50 15,8 20,50 13,60

Duração Média (h) 6,8 - - 5,5 - 4,5

Tempo de atraso

Total por concretagem (h) 0,7 - 0,2 0,9 0,1 0,9

Total por concretagem/Duração Média 11% - - 16% - 19% Tempo de BT no canteiro

Médio por BT (min) 31 - - 35 - 79

Total por concretagem (h) 11,9 8,9 - 8,4 -

-Total por concretagem/Duração Média 176% - - 153% - -Tempo de BT ociosa no canteiro

Médio por BT (min) 12 - - 11 - 36

Média por BT/Tempo de BT no canteiro 40% - - 33% - 45% Tempo de bombeamento

Médio por BT (min) 15 - - 18 - 20

Média por BT/Tempo de BT no canteiro 48% - - 52% - 25% GLOBAL

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As recomendações para melhoria da eficiência das concretagens encontradas nos artigos, periódicos e documentos de associações consultados estão destacadas na Tabela 7.

Tabela 7: Oportunidades de melhorias e ações a serem estudadas

Recomendação Fonte

Analisar padrão de demanda nas centrais e identificar dias menos concorridos para concretagem.

BRMCA (2014)

Uso de GPS para monitoramento dos caminhões e otimização de rotas. CSI (2009)

NRMCA (2009) Posicionar dois caminhões simultaneamente na bomba para eliminar tempo de

troca.

TCC (2015) Uso de concreto auto adensável para aumento da produtividade do lançamento. NRMCA (2009) Uso de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) para melhoria da

comunicação nas concretagens.

BRMCA (2014) SDC (2002) Informar a concreteira sobre a velocidade de concretagem que se quer atingir. TCC (2015) Conceitos de Lean Construction para redução dos tempos de intervalo entre

caminhões.

Dunlop e Smith (2004) RFID (Radio-Frequency Identification) para monitoramento em tempo real das

concretagens e redução dos tempos de intervalo entre os caminhões.

Moon e Yang (2010)

4 CONCLUSÕES

Verificou-se que tanto o fornecedor de concreto quanto a obra têm influência sobre a produtividade das concretagens e que as ineficiências no fornecimento estão principalmente relacionadas ao intervalo entre BTs e ao uso das BTs, demonstrando a importância do alinhamento entre fornecedor e obra.

A forma como essas ineficiências foram levantadas, através de fichas de controle de concretagem, mostrou-se uma boa ferramenta para análise detalhada dos tempos desse processo, para identificação das ineficiências e para comparação entre obras.

A comparação entre os dados dos estudos nacionais e internacionais confirmou a margem existente para aumento da produtividade e permitiu a identificação de oportunidades de melhoria, principalmente relacionadas a gestão e o uso de tecnologia.

As recomendações relacionadas a gestão (maior comprometimento entre os agentes, início mais cedo, posicionamento de 2 BTs na bomba, velocidade de concretagem acordada, concretagem em dia de menor demanda, adoção de conceitos Lean), obtidas de fontes nacionais e internacionais, poderiam ser implantadas por meio de acordos contratuais ou logística de canteiro. Já as recomendações relacionadas a tecnologia (uso de GPS, concreto auto-adensável, uso de TIC, uso de RFID) embora tratem de temas que não são desconhecidos para a construção brasileira, foram todas colhidas de fontes internacionais e dependem de infraestrutura e domínio tecnológico da concreteira/obra. Acredita-se que estudos similares ao proposto, com os tempos de concretagem detalhados de obras que tenham adotado as recomendações citadas, poderiam auxiliar na sua divulgação para melhoria dos índices no setor e incentivo à inovação.

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Referências

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