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Pôster BIBLIOTECÁRIO EDUCADOR: A FORMAÇÃO COMO ALIADA NO EXERCÍCIO DO PAPEL EDUCATIVO 1

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XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB 2013) GT 6: Informação, Educação e Trabalho

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BIBLIOTECÁRIO EDUCADOR: A FORMAÇÃO COMO ALIADA NO EXERCÍCIO DO PAPEL EDUCATIVO1

Laura Valladares de Oliveira Soares – UFMG Bernadete Santos Campello – UFMG Resumo

No decorrer do período em que a Biblioteconomia se consolidou como campo de estudo e como profissão, foi possível identificar na literatura da área diversos trabalhos que apontam a existência de um papel educativo para o bibliotecário e que enfatizam sua importância. A formação obtida na graduação é absolutamente necessária, é alicerce na formação desse profissional e durante esta etapa o futuro bibliotecário depara-se com diferentes possibilidades de atuação no universo informacional. Ao longo desse período pressupõe-se que este irá desenvolver a consciência de sua função de educador e competências para desempenhá-la. Frente a esse cenário, o presente trabalho, ora em andamento, tem por objetivo compreender de que maneira a formação do bibliotecário contribui para o desenvolvimento de seu papel educativo, além de investigar diferentes aspectos da formação que possam ter influenciado o desenvolvimento deste papel e sustentado sua prática. A pesquisa tem caráter exploratório e uma abordagem qualitativa. Acreditamos que a formação no curso em Biblioteconomia construa uma base sólida de conhecimentos práticos e teóricos acerca do papel educativo dos bibliotecários e que através desta, depois de formados, estes profissionais sejam capazes de exercerem o seu papel de educadores.

Palavras-chave: Formação do bibliotecário. Papel educativo do bibliotecário. Abstract:

During the period in which the Library has established itself as a field of study and as a profession, were identified in the literature many papers that mention the existence of an educational role for the librarian and emphasize its importance. The training obtained during the undergraduate education is absolutely necessary, constitutes the foundation of this professional training and during this stage the future librarian is faced with different possibilities of performance in the informational universe. Throughout this period it is assumed that library students will develop awareness of their role as educators and skills to carry it out. Based in this assumptions, the present study, now in progress, aims to understand how the Librarian education contributes to the development of their educational role, and to investigate different aspects of training that may have influenced the development of this role and sustained their practice. The research has an exploratory and a qualitative approach. We believe that the coursework in librarianship build a solid foundation of practical and theoretical knowledge about the educational role of librarians and that through this, after graduation, these professionals are able to exercise their role as educators.

Keywords: Training Librarian. Educational role of the librarian.

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo do período em que a Biblioteconomia se consolidou como campo de estudo e como profissão, foi possível identificar na literatura da área diversos trabalhos que apontam a existência de um papel educativo para o bibliotecário e que enfatizam sua importância.

Carvalho (1967) já dizia que todos nós, bibliotecários, sabemos o papel que devemos desempenhar na biblioteca junto ao educando em qualquer nível, dilatando horizontes, despertando interesses e satisfazendo a sua natural curiosidade intelectual. Em 1988, Murilo Bastos da Cunha afirmou que o bibliotecário passou a ser mais ativo, fazendo aflorar novos e desafiadores papéis a serem desempenhados por ele, como por exemplo, o de educador, que está relacionado, segundo o autor, à sua responsabilidade de colaborar na formação de futuras gerações de bibliotecários e de ensinar aos usuários técnicas para melhor uso da informação.

Atualmente o papel educativo do bibliotecário está relacionado à sua capacidade de contribuir com a aprendizagem, ensinando o uso do aparato informacional atualmente disponível, com base no conceito de competência informacional hoje largamente estudado na área de Ciência da Informação (CAMPELLO, 2003; DUDZIAK, 2003). De acordo com Branch e Groot (2011, p. 9), o bibliotecário reconhece que tem papel de liderança no desenvolvimento da competência informacional de seus usuários e que os cursos de formação de bibliotecários precisam proporcionar oportunidades para que estes possam se preparar para desempenhar essa função, tanto através do conhecimento de teorias quanto discutindo essa questão ao longo de sua formação.

Conforme mencionado por Sambaquy (1956, apud CUNHA, 1976, p. 190), os bibliotecários brasileiros têm a possibilidade de optar dentro de sua carreira pelas mais variadas atividades, que estão condicionadas às mais variadas tendências e a mais diferenciada formação cultural. Assim, durante seu período de formação no curso de graduação em Biblioteconomia o futuro bibliotecário depara-se com variadas perspectivas de atuação no universo informacional. Ao longo desse período pressupõe-se que ele (bibliotecário) irá desenvolver a consciência do seu papel de educador e competências para desempenhá-lo.

O Manifesto da IFLA/UNESCO para a Biblioteca Escolar (2005) declara que o bibliotecário possui conhecimentos e habilidades necessárias para proporcionar o acesso à informação, bem como para atender às demandas informacionais dos usuários. Assim, ao lado das diversas e tradicionais atividades desenvolvidas por estes profissionais destaca-se o chamado papel educativo do bibliotecário.

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Segundo Campello (2009, p. 28) este papel, consolidou-se ao longo do tempo, numa trajetória que foi fortalecida tanto pela prática pedagógica dos bibliotecários em bibliotecas, como pelas pesquisas acadêmicas, que possibilitaram a constituição de um aparato teórico/conceitual que tem fundamentado essas práticas, sustentando o desejo da classe bibliotecária de participar efetivamente do processo de aprendizagem.

Pesquisando o papel educativo do bibliotecário brasileiro, Campello (2009, p. 110) deixou evidente o fato de que este não só reconhece esse papel, como apresenta fundamentos para o seu exercício, relacionando-o principalmente a noções de cidadania e do potencial transformador da leitura. Porém, apesar desse reconhecimento, existem manifestações sobre a fragilidade do exercício deste papel. No entanto, a autora também verificou que, embora a questão do papel educativo esteja presente no discurso dos bibliotecários brasileiros desde a década de 1960, ele não parece ter se concretizado na prática (CAMPELLO, 2003). Seguindo a ideia da autora, Ambinder et al (2005, p. 9) defende que o bibliotecário escolar deva ser um profissional atuante e comprometido com a educação e para isso deve desprender-se do estereótipo tecnicista de gestor da informação, e assumir sua postura mais ampla como educador comprometido com a prática da leitura de livros e textos, com o propósito de estimular o senso crítico do aluno.

É possível observar que o bibliotecário tem demonstrado possuir amplo domínio de habilidades referentes à organização do conhecimento, à recuperação de informação e à sua disseminação, mas no que se refere à formação para o papel educativo, Santos (1996, p. 7) declarava que no currículo do curso de Biblioteconomia da década de 1990, as licenciaturas não existiam e as disciplinas da área de educação eram oferecidas como opcionais e sua frequência era pouco estimulada. A autora ainda enfatizava que sendo uma das funções do bibliotecário a de educador, para tal, faz-se necessário fornecer-lhes meios de preparar-se para o exercício dessa função, por meio da educação formal enquanto acadêmico.

Além disso, Bicheri (2008, p.50) mostrou a necessidade de que os cursos de graduação em Biblioteconomia inserissem disciplinas da área de educação em seus currículos, visando a preparar bibliotecários com conhecimento básico em pedagogia. Sendo assim, percebe-se que há uma discrepância entre o reconhecimento e a vontade do bibliotecário de exercer o papel de educador, mas apesar dessas discrepâncias reveladas pela literatura, relatos de experiências e pesquisas realizadas no meio acadêmico mostram que alguns bibliotecários conseguem desenvolver nas bibliotecas escolares atividades relacionadas não só à sua organização e gerenciamento, mas se envolvem em ações que contribuem com a aprendizagem dos

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estudantes, e mostram detalhes dessa prática, evidenciando que de alguma forma, esses bibliotecários se prepararam para exercerem ações pedagógicas.

Posto isso, surge o interesse em entender de que maneira a formação do bibliotecário contribui para que ele exerça o seu papel de educador.

Frente a esse cenário, o presente estudo, ora em andamento, tem por objetivo compreender de que maneira a formação do bibliotecário contribuiu para o desenvolvimento de seu papel educativo, além de investigar diferentes aspectos da formação que possam ter influenciado o desenvolvimento deste papel e sustentado sua prática.

2 EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO

É importante incutir na educação dos bibliotecários o princípio de “conhecimento pertinente”, preconizado por Morin, levando-os a estabelecer relações recíprocas entre as partes e o todo (SILVA; CUNHA, 2002, p. 81). Portanto, supõe-se que a educação do bibliotecário priorize a condição humana, enfatizando princípios como o “conhecimento pertinente”, o aprender a ser, a comunicar-se e a compreender outros indivíduos.

O cenário atual proporciona aos bibliotecários a possibilidade de atuação em diferentes locais de trabalho e de diferentes maneiras. De acordo com Carvalho (2008, p. 15), “[...] os estudiosos contemporâneos da área da Ciência da Informação têm uma oportunidade ímpar de exaltar a importância de sua área de estudo, com possibilidades de contribuição tanto prática, quanto de pesquisas para a produção de conhecimento”.

As constantes mudanças na sociedade fizeram com que os cursos de graduação em biblioteconomia rediscutissem o papel e a forma de atuação do bibliotecário e, segundo Valentim (2000, p. 140), “a formação obtida na graduação é absolutamente necessária, é alicerce na formação desse profissional, na medida em que o indivíduo aprende a relacionar a teoria e a práxis antes de atuar no mercado de trabalho”.

Os bibliotecários necessitam de algumas competências para melhor desempenhar o seu papel na sociedade e no mercado de trabalho e para isso é importante que as escolas formadoras estejam atentas ao desenvolvimento de tais competências em seus estudantes durante o período de formação acadêmica. De acordo com Mata (2009, p. 81), percebe-se que a formação curricular do bibliotecário deve proporcionar um aprendizado voltado também para os aspectos pedagógicos, já que em determinadas situações ele poderá assumir a posição de educador, tendo que desempenhar atividades relacionadas à instrução da competência informacional.

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O processo de competência informacional envolve profissionais de diferentes áreas, tais como, professores, bibliotecários e pedagogos, que trabalhando em conjunto, desenvolveriam tal habilidade nos alunos, além de seu conhecimento e sua formação profissional. Considera-se que a competência informacional seja constituída por conhecimentos, habilidades e atitudes informacionais essenciais para viver na sociedade da informação. Estes podem ser denominados processos que envolvem o universo informacional e são constituídos por: identificação das necessidades informacionais, busca da informação, avaliação de fontes de informação, análise da informação, aprender a sintetizar, aprender a comunicar e aprender a aprender.

Os desafios são grandes e o aprendizado é longo, mas possível. Repensar o papel do bibliotecário e repensar a biblioteca enquanto organização são caminhos acertados que conduzirão à expansão da transformação da educação e da implementação de programas educacionais voltados para a competência em informação (DUDZIAK, 2003, p. 34).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O tipo de pesquisa utilizado pelo presente estudo tem caráter exploratório e a metodologia abordada é qualitativa. Os dados serão obtidos através de entrevistas semiestruturadas que serão realizadas tanto pessoalmente quanto através de videoconferências. O universo da pesquisa será composto por bibliotecários que desenvolvam efetivamente o papel de educadores (amostra de conveniência). A análise dos dados será realizada com base no referencial teórico, composto pelos conceitos de formação do bibliotecário, seu papel educativo e a competência informacional.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal desta pesquisa é verificar de que maneira se deu a formação dos bibliotecários que desenvolvem um papel educativo nas bibliotecas em que trabalham. Acreditamos que a formação no curso em Biblioteconomia construa uma base sólida de conhecimentos práticos e teóricos acerca do papel educativo dos bibliotecários e que esta seja uma das peças chave para que no futuro, depois de formados, estes profissionais sejam capazes de se conscientizarem e de exercerem o seu papel de educadores.

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REFERÊNCIAS

AMBINDER, D. M. et al. Biblioteca escolar e cidadania: uma revisão de literatura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇAO, 21., 2005, Curitiba. Anais ... Curitiba: Associação Bibliotecária do Paraná/FEBAB, 2005. 1 CD-ROM.

BICHERI, A. L. A. O. A mediação do bibliotecário na pesquisa escolar face a crescente

virtualização da informação. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) –

Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2008. BRANCH, J. L.; GROOT, J. The future in focus: preparing teacher-librarians for the 21st century. In: ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ASSOCIATION OF SCHOLL LIBRARIANSHIP, 38., 2011, Italy. Proceedings…Italy: IALS, 2009. Disponível em:

<http://www.kzneducation.gov.za/Portals/0/ELITS%20website%20Homepage/IASL%20200 9/branch-degroot[1].pdf>. Acesso em: 20 fev. 2012

CAMPELLO, B. S. A função educativa da biblioteca escolar no Brasil: perspectivas para seu aperfeiçoamento. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA

INFORMAÇÃO, 5., 2003, Belo Horizonte. Anais… Belo Horizonte: Escola de Ciência da Informação da UFMG, 2003. 1 CD-ROM.

CAMPELLO, B. S. Letramento informacional no Brasil: práticas educativas de bibliotecários em escolas de ensino básico. 2009. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.

CARVALHO, F. C. Educação e estudo de usuários em bibliotecas universitárias brasileiras: abordagem centrada nas competências em informação. 2008. 114 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biblioteconomia) – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2008. Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/1697>. Acesso em: 20 fev. 2012. CUNHA, M. B. O bibliotecário brasileiro na atualidade. R. Esc. Bibliotecon. UFMG. Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 178-194, set. 1976.

CUNHA, M. B. O bibliotecário e seus novos papéis profissionais. Boletim Informativo ABDF, Brasília, v. 4, p. 3, 1988.

DUDZIAK. E. A. Information Literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 32, n. 1, p. 23-35, jan./abr. 2003.

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS E BIBLIOTECAS/ UNESCO. Manifesto da Biblioteca Escolar da IFLA/UNESCO. 1999. Disponível em: <http://www.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf>. Acesso em: 18 maio 2013.

MATA, M. L. A competência informacional de graduandos de Biblioteconomia da região

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Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2009.

SANTOS, J. P. O moderno profissional da informação: o bibliotecário e seu perfil face aos novos tempos. Inf. & Inf., Londrina, v. 1, n. 1, p. 5-13, jan./jun. 1996.

SILVA, E. L.; CUNHA, M. V. A formação profissional no século XXI: desafios e dilemas.

CI. Inf., Brasília, DF, v. 31, n.3, p. 77-82, set./dez. 2002.

VALENTIM, M. L. P. Formação do profissional da informação. In: ____ (Org.). O

profissional da informação: formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2000. p.

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