• Nenhum resultado encontrado

Fontes para o estudo da história da educação na capitania de Minas Gerais ( )

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fontes para o estudo da história da educação na capitania de Minas Gerais ( )"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Fontes para o estudo da história da educação na capitania de Minas

Gerais (1750 – 1822)

Aleana Jota Moreira *

Thais Nivia de Lima e Fonseca **

Resumo

Este texto trata do projeto de levantamento de fontes sobre a educação no período colonial e da organização de um guia de fontes. Essas fontes são relevantes para as pesquisas em História da Educação, pois permitem a análise sobre as práticas educativas, a circulação e a apropriação de saberes, possibilitando análises sobre a educação de meninos e meninas, a educação voltada para a profissão e para o trabalho ou a educação moral e religiosa no período colonial em Minas Gerais. As investigações, até o momento, focalizam-se na Comarca do Rio das Velhas.

Palvras chave: educação / colônia / fontes Abstract

The project is a survey of sources for the history of education on the colonial period, organizing in guides that to contain identification and description of de documents. The sources are important for the research in History of Education, because they allowed analysis about the educational practices, the circulation and the knowledge appropriation; enabling several developments about the strategies used for each kind specific, the profession education or the moral and religious education in this period in Minas Gerais. The research, until now, is focus in judiciary district of Rio das Velhas, between1750 – 1822.

Key-word: education / colony / sources

* Universidade Federal de Minas Gerais – Faculdade de Educação, aluna do 4o período do curso de pedagogia –

aleanajota@yahoo.com.br

(2)

Este trabalho está sendo desenvolvido no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação (GEPHE/FaE/UFMG), com o apoio do PIBIC-CNPq/ UFMG, nos projetos “Processos e Práticas Educativas na Capitania de Minas Gerais

1822)” e “Educação de Órfãos Pobres e Expostos na Capitania de Minas Gerais (1750-1800)”, coordenados pela Profa. Dra. Thais Nivia de Lima e Fonseca. Os projetos têm

por objetivo fazer um levantamento de fontes para a história da educação no período colonial, para a organização de um guia de fontes, no qual poderão ser encontradas informações fundamentais sobre os documentos arrolados. Esse banco de dados, embora em fase de organização já se encontra a disposição para pesquisadores no GEPHE. A pesquisa está sendo realizada no Arquivo Público Mineiro em Belo Horizonte, nos fundos Seção Colonial e Câmara Municipal de Sabará e no IPHAN/ Museu do Ouro de Sabará - Arquivo Casa Borba Gato, nos fundos Cartório do Primeiro Ofício e

Cartório do Segundo Ofício1. Os documentos são identificados e descritos segundo sua relevância para os estudos sobre a história da educação antes da Independência do Brasil. Esta coleta é registrada em uma ficha na qual os documentos são identificados levando-se em consideração informações tais como: o arquivo em que foi encontrado, o fundo onde se encontra, o tipo de documento – isto é, se são Inventários, Testamentos, Petições, Livros de Registro de Receita e Despesas, Justificações e Requerimentos, entre outros – a folha em que se encontra, a localidade em que foi redigido, a natureza – isto é, se manuscrito, impresso, iconográfico ou outro – as palavras-chaves e um resumo do conteúdo do documento. O período estudado privilegia a segunda metade do século XVIII, até a Independência do Brasil, em 1822. A demarcação geográfica até o momento, é correspondente à antiga Comarca do Rio das Velhas, que tinha a Vila de Sabará como sede.

Os resultados do trabalho, embora parciais, têm nos permitido observar processos e estratégias educativas destinadas às crianças, em especial às órfãs. Fosse essa educação escolar ou não, tinha por objetivo dar a essas crianças condições de sobrevivência quando adultas. Esta educação era voltada prioritariamente para o aprendizado de ofícios mecânicos, isto é, para o trabalho, por meio do encaminhamento dos órfãos a um mestre de ofício que lhe ensinaria uma profissão, embora eventualmente elas também fossem levadas a aprender a ler, escrever e contar.

Os documentos analisados até o momento foram os Inventários, as Petições, os Testamentos, os Livros de Registros de Receita e Despesas da Câmara Municipal de Sabará, os Livros de Contas do Procurador, as Justificações e Requerimentos, de 1750 a 1822. Destes, os documentos que mais favoreceram com informações sobre o objeto de estudo foram os Inventários, nos quais havia indicações específicas destinadas aos tutores e curadores dos órfãos, conforme as orientações das Ordenações Filipinas, a legislação vigente na época. De acordo com esta legislação, os tutores e curadores eram obrigados a prestar contas ao Juiz de Órfãos2. Portanto, eram anexadas aos Inventários –

no Auto de Contas – os gastos com cada órfão. Dentre as despesas observamos alguns pagamentos a mestres, tanto os de primeiras letras, quanto os mestres de ofício mecânico. Havia ainda gastos com remédios e com vestuário. Quando os órfãos se

(3)

tornavam adultos, ou fossem emancipados legalmente – os meninos quando atingissem a idade de 25 anos ou antes se o jovem requeresse sua emancipação por já possuir um ofício que o garantiria seu sustento, e as meninas quando tomavam estado, ou seja, quando se casassem3 – os tutores apresentavam a quitação da tutoria e entregavam os

bens de raiz aos herdeiros, que passariam a regê-los. Observando as prestações de contas, notamos a ênfase dada pelo escrivão de órfãos ao registrar as informações declaradas pelos tutores quanto ao estado de saúde, o que aprendiam e onde se encontravam, ficando em consonância com a lei vigente na época para com as obrigações dos tutores e curadores para com os órfãos.4 Um exemplo pode ser

observado no Inventário do falecido guarda mor Pedro Gonçalves de Aguiar Pereira, em que aparece no Auto de Contas as informações prestadas pelo tutor referente aos órfãos deixados por ele:

Mariana que se acha em companhia de sua tia Bernarda Caetana de Oliveira e nada aprende por ser cega, sua irmã Maria com 13 anos de idade, se acha em companhia de sua tia Dona Maria filha do falecido capitão José Pereira do Lago, e aprende a cozer, fiar e tecer, se acha de saúde; seu irmão Antônio se acha de saúde aprendendo ofício de carapinas com o Oficial Antônio Coelho de baixo das vistas do Tutor, que sendo-lhe ministrado o necessário, e agora por falecimento dele nada tem ele despendido com ele.5

Outro exemplo está no Inventário de Thereza Maria de Jesus que deixava os seguintes filhos: Antônio (18 anos); Jose (16 anos); Manoel (14 anos); João (12 anos); Francisco (10 anos) e Luiz ( 8 anos); José Dias de Sá foi nomeado tutor dos órfãos. Em 1797, o tutor foi notificado para dar contas ao juiz dos órfãos do estado de seus tutelados e declarou que os órfãos Antônio e Jose estavam com boa saúde e trabalham na roça. Os órfãos Manuel e João se achavam de saúde e na escola aprendendo a ler, escrever e contar. “Os órfãos Francisco e Luiz se achavam de saúde e não se achavam ainda com capacidade de irem para a escola por não terem idade suficiente para isso.”6 Constam

também recibos do professor Francisco Pimenta Bastos de pagamento pelo ensino a ler, escrever e contar aos órfãos Manoel e João. Em 1799, o tutor é novamente notificado a prestar conta dos órfãos, e desta vez declarou que o herdeiro Antônio se achava casado; o órfão José se ocupava de trabalhar a roça; os órfãos Manoel e João se achavam de saúde e aprendendo a ler, escrever e contar; e os órfãos Francisco e Luiz ainda não tinham capacidade de irem para a escola, por não terem idade para isso.” 7

Esses exemplos confirmam que os Autos de Contas contêm importantes informações relativas à circulação e à apropriação de saberes, às relações nas quais se viam envolvidos os órfãos, ao que deveria ser a eles ensinado e porque, às distinções entre a educação destinada a meninos e meninas. Analisar essas fontes em sua relação com a legislação vigente – as Ordenações Filipinas – ajuda-nos a compreender as práticas educativas destinadas a estes sujeitos.

Nos estudos de Mary Del Priore temos que a criança era “preparada para assumir responsabilidades, com reconhecimentos de códigos de comportamento e cuidados”, desde pequena e que neste processo havia a “diferenciação entre os núcleos sociais

(4)

distintos” (DEL PRIORE, 1999, p104). Portanto, analisar as diferenças na educação destinada as crianças, requer analisar as relações que as envolviam. A atenção com a educação das crianças órfãs revela a preocupação das autoridades da época com a peculiar situação de uma parcela numerosa da população, que nas Minas Gerais do século XVIII e início do século XIX, constituía-se de mestiços pobres e livres, e na visão dessas autoridades, potencialmente perigosa para a ordem pública. Orientar a educação das crianças órfãs e/ou expostas dessa população tinha por objetivo fundamental evitar que quando adultas, não fossem ociosas, vivendo na imoralidade, na mendicância e na marginalidade.

Aos órfãos pobres, os tutores deveriam possibilitar que obtivessem os meios de seu sustento quando adultos e para tanto foram utilizados processos e práticas educativas diferenciadas de acordo com o sexo da criança, voltadas para o aprendizado de ofícios mecânicos, que poderiam ser de barbeiros, ferreiros, louceiros, seleiros, latoeiro, entre outros ofícios para os meninos. Às meninas, geralmente, aprendiam a cozer, fiar e tecer. Quando a criança apresentava alguma deficiência física, o que nos indicam os documentos, é que não lhes ofereciam nenhum aprendizado.

Os tutores que eram indicados pelos juizes de órfãos, nem sempre aceitavam prontamente o cargo, principalmente se os órfãos fossem pobres, pois isto implicaria em despesas para eles, com as quais teriam que arcar até que eles atingissem a maioridade ou se casassem. Tais despesas seriam com alimentação, vestuário, remédios e educação (há documentos especificando gastos como compra de frangos, tecidos, recibos do boticário e de professores, ou ainda de requerimento destes últimos de pagamentos por serviços prestados). Por isso justificavam a recusa de variadas formas: por não saberem ler e escrever (o que seria um dos pré-requisitos exigidos para se ser um tutor); de serem pobres e terem muitos filhos; por serem pessoas distantes da família, recomendando que fossem escolhidos os parentes mais próximos; por morarem longe dos órfãos. Um exemplo destas recusas se encontra no Inventário de Tristão Rodrigues Alves (ferreiro) que foi casado com Maria Gonçalves de Oliveira e deixaram órfãos os filhos menores por falecimento de ambos. Os filhos menores eram Anna de 22 anos, João de 16 anos e Rosa de 6 anos, ficando-lhes bens de pouco valor. O tenente José Nunes de Rezende foi notificado para assinar o termo de tutor dos órfãos, mas alegava não ser a pessoa mais indicada e sugeria que deveria ser dada prioridade aos parentes dos órfãos, como os maridos das herdeiras, ou vizinhos mais chegados que oferecessem condições “de saber do estado dos órfãos e de suas legítimas.”8 O tenente José Nunes de Rezende ainda

esquivou-se, alegando morar distante, pedindo ao escrivão que nomeasse outro para isso. No mesmo inventário outros tutores foram nomeados e seguiram a mesma estratégia, tentando evitar as responsabilidades, inclusive por razões materiais, ligadas diretamente à possibilidade de terem gastos indesejados com a tutoria.

Nos Testamentos as informações coletadas estão mais voltadas para os ascendentes dos órfãos e são também documentos onde encontramos referências a crianças expostas, isto porque, na hora da morte não era incomum o reconhecimento de filhos tidos fora do casamento. Um exemplo temos no testamento de D.Francisca Antônia de Miranda, que

(5)

no estado de solteira, “tenho vivido combatida e vencida pela fragilidade do meu sexo”9

teve os filhos Luiz, Carlota e Carlos que viviam em sua companhia e foram batizados e criados como expostos, e foram por ela declarados seus legítimos herdeiros. D. Francisca instituiu o primo JoseManuel da Silva para ser o tutor dos filhos menores, “aceitando-o por abonado e capaz para velar e administrar as suas pessoas ilegítimas, confiante que este igualmente cuidaria da educação dos filhos”.10 Em outro testamento, Manoel

Maciel, homem solteiro, declarou que teve nove filhos naturais com três mulheres negras, sendo que as filhas encontravam-se recolhidas em Macaúbas.11 E no testamento

de Jerônimo da Silva Guimarães, homem solteiro que também neste momento reconhece seus filhos naturais, vemos que dois deles haviam freqüentado uma escola de primeiras

letras12.

Nas petições e Requerimentos foi observado um grande número de solicitações de pagamento pela criação dos expostos, feitas pelos criadores destes à Câmara, o que incluía o envio das crianças aos mestres de ler e escrever e aos mestres e mestras de ofício. Entre muitas cobranças, destacam-se particularmente aquelas feitas por mestres de primeiras letras que reivindicavam por seus serviços. O mestre de primeiras letras João Fernandes S. Tiago foi um destes professores que atuaram na Vila de Sabará na época, tendo muitos alunos durante seu período de atuação, que até o momento estimamos entre 1771 e 1819.

Nas prestações de Conta e Despesas Gerais podemos cruzar as informações acima mencionadas com a documentação referente ao pagamento pela criação dos expostos feita pela Câmara, visto que há requerimentos de cobranças de mestres e mestras aos criadores e de alguns recibos de quitação das dívidas. Nestes documentos também podemos observar que os criadores de expostos eram em sua maioria mulheres, e que poderia haver mais de um exposto sob a responsabilidade de uma só pessoa. Do mesmo modo o número de meninas expostas era maior do que o de meninos.

Muitas são as questões que envolvem a educação das crianças no período colonial brasileiro, porém ainda são poucos os estudos sobre o tema, e os existentes, na sua maioria, visam a reforma pombalina e a educação jesuítica. Sobretudo os mais antigos fornecem idéias generalizadas, sem indicações precisas das fontes, e quando estas estão presentes são poucas as que atendem a diferenciação entre as várias partes da América portuguesa.

As analises feitas até o momento, demonstram a relevância que este levantamento de fontes tem para as pesquisas em História da Educação em Minas Gerais, pois as fontes que estão sendo pesquisadas permitem análises sobre as práticas educativas, a circulação e apropriação de saberes; a educação escolar privada, pública e estatal; as estratégias utilizadas de acordo com o sexo e condição social; a educação voltada para a profissão; as relações sociais envolvidas entre mestres e aprendizes; a educação moral e religiosa no período colonial em Minas Gerais. Essas fontes suscitam ainda algumas indagações: até que ponto o aprendizado de ofícios mecânicos resultou no exercício efetivo das profissões e no sustento material desses órfãos? Qual a relação entre pais

(6)

letrados e encaminhamentos educacionais dos filhos? Qual a relação do pai oficial mecânico e a educação profissional dos filhos? Após a reforma pombalina, qual seria a disseminação das escolas de primeiras letras e qual a relação entre as aulas régias e as particulares? Nosso propósito nesta comunicação foi apontar, mesmo que ainda de forma incipiente, algumas possibilidades indicadas pela documentação em estudo que, embora não seja inédita no campo da pesquisa sobre o período colonial, só agora começa a ser explorada pela historiografia da educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ABREU, Márcia. Os caminhos dos Livros. Campinas: Mercado de Letras - ALB, São Paulo: Fapesp, 2003.

ADÃO, Áurea do Carmo da Conceição. Estado Absoluto e ensino das primeiras letras: As escolas Régias (1772 – 1794) Tomo I Manuscrito, Dissertação de doutorado em Educação - Faculdade de Ciências / Departamento de Educação – Universidade de Lisboa, 1995. ALGRANTI, Leila Mezan. Honradas e devotas: Mulheres da Colônia: condição feminina nos

conventos e recolhimentos do Sudeste do Brasil, 1750-1822. Brasília, D.F.: UnB; Rio de Janeiro, J. Olympio, 1993.

ALMEIDA, José Ricardo Pires de. Instrução Pública no Brasil (1500 – 1889): História e Legislação. São Paulo: Editora da PUC-SP, 2000.

ANDRADE, Antonio Alberto Banha de & POMBAL, Sebastião Jose de Carvalho e Melo.

A reforma pombalina dos estudos secundários no Brasil. São Paulo: USP; Saraiva, 1978.

BRIQUET, Raul. Instrução pública na Colônia e no Império: 1500 – 1889. Periódico: Revista Brasileira de Estudos pedagógicos. R.J.: Vol. 2 n. º 004, pg. 5-20, out/1944.

CARRATO, Jose Ferreira. A crise dos costumes nas Minas Gerais do século XVIII. Assis: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, 1962, p. 218-249.

_____________. Igreja, iluminismo e escolas mineiras coloniais: (notas sobre a cultura da

decadência mineira setecentista). São Paulo: Companhia Editora Nacional, Edusp, 1968.

CARVALHO, Laerte Ramos de. As reformas pombalinas da instrução pública. São Paulo: Saraiva: Ed. Univ. São Paulo, 1978.

CUNHA, Luiz Antônio. Aspectos sociais da aprendizagem de ofício manufatureiros no Brasil

Colônia.Periódico: Fórum Educacional Vol. 2 n.º 4.

DEL PRIORE, Mary. O cotidiano da criança livre no Brasil entre a Colônia e o Império. In: DEL PRIORE, Mary (org.) História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999. FALCON, Francisco Calazans. Pombal e o Brasil. In: TENGARRINHA, José (org.)

História de Portugal. 2a. Edição revisada e ampliada Bauru: EDUSC, São Paulo: Unesp

(7)

FARIA, Sheila de Castro. Família e estabilidade: o paradoxo do movimento. In: FARIA, Sheila de Castro. A Colônia em Movimento: fortuna e família no cotidiano Colonial. Coleção: História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

HIGGINS, Kathleen J. “ Licentious Liberty” In: A Brasilian gold-mining region: slavery,

gender, and social control in eighteenth-century Sabará. Publication University Park, Pa:

Pennsylvania State University Press, 1999.

MARCILIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na História do Brasil. 1726 – 1950. In: FREITAS, Marcos Cezar de (org.) História Social da Infância no

Brasil.São Paulo: Editora CORTEZ, 1997.

VILLALTA, Luiz Carlos. Os leitores e os usos dos livros na América Portuguesa. In: ABREU, Márcia (org.) Leitura, História e histórias da leitura.Campinas: Mercado de Letras. ALB, 1999 p.183-212.

_________________. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: SOUZA, Laura de Mello e, (org.) História da vida privada no Brasil: Vida privada e cotidiano na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

_________________. A Educação na Colônia e Jesuítas: discutindo alguns mitos. In: PRADO, Maria Lígia Coelho e VIDAL, Diana Gonçalves (org.) A Margem dos 500 anos: Reflexões irreverentes. São Paulo: Edusp, 2002.

NOTAS

1

Neste texto usaremos as seguintes abreviaturas (APM) para Arquivo Público Mineiro – Belo Horizonte e (ACBG) para Arquivo Casa Borba Gato – Sabará.

2

De acordo com as Ordenações Filipinas estas eram as atribuições dos Juizes dos órfãos: 1º cuidar dos órfãos, de seus bens e rendas; 2º fazer um levantamento do número de órfãos do lugar; 3º elaborar, com o escrivão dos Órfãos, um livro onde constarão o nome de cada órfão, filiação, idade, local de moradia, com quem mora, tutor e curador ,bem como inventário de seus bens móveis e de raiz e o estado em que se encontra; 4º fazer que os culpados aos bens dos órfãos paguem por seus crimes; 5º inventariar os bens dos defuntos que deixarem filhos menores de 25 anos; 6º avaliar, com o escrivão dos órfãos e outras pessoas juramentadas, os bens pertencentes aos órfãos que estiverem em processo de inventário ou partilha; 7º entregar os órfãos menores e desamparados a pessoas capazes de criá-los, determinando que estas recebam o necessário ao seu sustento; 8º fazer pregão dos órfãos maiores de sete anos, que forem dados por soldada; 9º garantir o necessário ao mantimento, o vestuário, calçado e tudo mais dos órfãos que não forem dados por soldada, mandando registrar os gastos no inventário; 10º mandar ensinar a ler e escrever os órfãos, que tiverem qualidade para isto, até a idade de 12 anos; 11º fiscalizar a ação dos tutores e curadores em relação aos bens dos órfãos. 12º conceder aos órfãos licença para casarem e cartas de suprimento de idade; 13º depositar o dinheiro dos órfãos numa arca com três chaves que ficaram com o juiz dos órfãos, depositário e o escrivão dos órfãos; 14º Ter jurisdição em todos os feitos civis em que os órfãos estiverem envolvidos, enquanto não forem emancipados ou casados; 15º ter jurisdição sobre os feitos civis movidos pelos órfãos contra os que administrarem mal seus bens; 16º fazer a partilha dos bens dos órfãos.

3

Ordenações Filipinas no Livro Terceiro no Título XLII: Do órfão menor de vinte e cinco anos, que impretou graça do Rei, para ser havido como maior.(p.625-627).

4

Ordenações Filipinas no Livro 4 tit.102: Dos tutores e curadores que se dão aos órfãos, (p.994-1011).

5

(8)

6 ACBG/CSO – I (71) 547 Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Thereza Maria de Jesus,

mulher branca, casada que foi com José Barbosa Cunha 1795 (f.1-112).

7

Segundo Áurea Adão, a idade mínima de ingresso eram os 14 anos e tinham preferência os filhos e netos de homens de negócios. (p. 53).

8

APM/CMS – I 77 (609) Inventário de Tristão Rodrigues Alves, 1800 (f. 18-47).

9

APM /CMS – 111 Testamento de Francisca Antônia de Miranda, 1814 (f. 142-143V).

10

Ibidem

11

ACBG/CPO-LT – 8 (16) Testamento de Manoel Maciel, 1750 (f. 362v-367).

12

Referências

Documentos relacionados

Em seguida aborda-se estresse e seu contexto geral: tipologias de estresse, estresse ocupacional, fontes de tensão no trabalho, sintomas de estresse, estratégias de

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

*No mesmo dia, saindo da sala do segundo ano, fomos a sala do primeiro ano, quando entramos os alunos já estavam em sala, depois de nos acomodarmos a professora pediu que

autor, as manifestações populares carnavalescas como os cordões, ranchos e blocos eram estratégias e artimanhas utilizadas pelos populares como meio de resistência,

O novo acervo, denominado “Arquivo Particular Julio de Castilhos”, agrega documentação de origem desconhecida, mas que, por suas características de caráter muito íntimo

Dada a atualidade da temática, o envelhecimento, e a importância que a família tem na promoção de um envelhecimento ativo, pretendo como o desenvolvimento deste estudo aprofundar

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

Esta autonomia/diferenciação é necessária na medida em que contribui para o desenvolvimento da pessoa enquanto adulto individualizado, permitindo consequentemente