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OS ESPAÇOS LIVRES NA CONFIGURAÇÃO DA PAISAGEM DE PATOS DE MINAS MINAS GERAIS

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Academic year: 2021

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178 OS ESPAÇOS LIVRES NA CONFIGURAÇÃO DA PAISAGEM DE PATOS DE

MINAS – MINAS GERAIS

THE OPEN SPACES IN LANDSCAPE CONFIGURATION OF PATOS DE MINAS- MINAS GERAIS

AMORIM, Nayara Cristina Rosa (1) COCOZZA, Glauco de Paula (2)

(1)Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFU. Mestranda pelo PPGAU, bolsista da FAPEMIG, email: amorim.ncr@hotmail.com

(2) Professor Adjunto PPGAU-UFU, email: glauco_cocozza@yahoo.com.br

Resumo:

O presente artigo apresenta a influência e importância dos espaços livres na configuração e transformação da paisagem urbana de Patos de Minas. O estudo ressalta a organização da forma urbana pelo viés dos espaços livres, elemento essencial para a estrutura da cidade. O objetivo central é contribuir com a valorização e manutenção dos valores da paisagem. É necessário aliar o crescimento econômico aos seus potenciais paisagísticos, urbanos e naturais. O estudo da paisagem urbana pode ser um instrumento decisivo para a compreensão, melhoria e manutenção dos valores da paisagem, capaz de auxiliar o planejamento e gestão do sistema de espaços livres patense, regular e direcionar o crescimento e desenvolvimento urbano.

Palavras Chave: Espaços Livres; Paisagem Urbana; Patos de Minas. Abstract:

This article presents the influence and importance of open spaces in the configuration and transformation of the urban landscape of Patos de Minas. The study emphasizes the organization of urban form by the open spaces, essential to the structure of the city. The main objective is to contribute to the recovery and maintenance of landscape values. It is necessary to combine economic growth to its potential landscape, urban and natural. The study of urban landscape can be a key tool for understanding, improvement and maintenance of landscape values, able to assist the planning and management of patense, regular clearances system and direct the growth and urban development. Key-words: Open Spaces; Urban Lanscapes; Patos de Minas.

INTRODUÇÃO

O presente artigo busca contribuir para o entendimento da configuração da paisagem urbana de Patos de Minas, suas características físicas, estruturais e transformações sob o enfoque do sistema de espaços livres.

O estudo da paisagem possibilita um melhor entendimento da estrutura da cidade, a compreensão do sítio natural e da interferência humana no mesmo, esse conhecimento pode direcionar o planejamento urbano. Segundo Pellegrino & Oseki (2004), um planejamento ecológico da paisagem pode fornecer as ferramentas necessárias para integração entre sociedade e natureza, incorporando diretrizes ambientalmente desejáveis para a melhoria da habitabilidade da cidade, de sua sustentabilidade e de sua imagem.

A estrutura do artigo se dará da seguinte forma: partindo da análise do conceito de paisagem, buscando entender como o termo á abordado nas diferentes ciências; em

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seguida a abordagem do conceito de espaços livres para, então, ressaltar os espaços livres na paisagem local, em seguida a leitura da paisagem de Patos de Minas sobre o enfoque dos espaços livres, evidenciando seus agentes estruturadores, características e diretrizes de intervenção.

O CONCEITO DE PAISAGEM

Não existe um consenso sobre o significado do conceito de paisagem, o termo foi estudado sob diferentes ênfases. Segundo Maximiano (2004), para os sociólogos ou os economistas a paisagem é a base do meio físico, onde o homem a utiliza e a transforma, ou não; para os botânicos ou ecólogos a paisagem é um conjunto de organismos num meio físico, cujas propriedades podem ser explicadas segundo leis ou modelos, com ajuda das ciências físicas e/ou biológicas; para os geógrafos a paisagem, resulta da relação dinâmica de elementos físicos, biológicos e antrópicos. Apesar dos diferentes conceitos, existe um consenso entre as áreas de estudo: a ação humana é determinante: transforma a paisagem e o entendimento da mesma. Segundo o geógrafo Bertrand (2004), as diferenças de abordagem no conceito de paisagem são uma questão de método, que sofre influência de acordo com a formação e objetivos do observador; poderá enfatizar: a vegetação, hidrografia, clima, relevo, economia, arquitetura ou processo histórico. A metodologia de análise poderá ser: temporal, baseada nos aspectos físicos, se referir as relações e dinâmicas internas, ou, ainda, um conjunto de diversas análises. Ou seja, a percepção individual somada aos objetivos e enfoque do observador interfere diretamente na leitura da paisagem e para este estudo atentaremos o olhar sobre os espaços livres ou espaços abertos, buscando entender sua função na composição da cidade.

De acordo com Gregotti(1994), nossa percepção individual ou em sociedade da paisagem se converte em percepção estética de dois modos: primeiro quando uma se atribui valor cultural e simbólico a um espaço, diferenciando-o do restante da paisagem, mesmo que o espaço contenha as mesmas características físicas do entorno; segundo quando é baseado no testemunho, a paisagem enquanto representação, partindo de instrumentos como: a pintura, fotografia, cinema e fotometria. A segunda categoria de análise é que mais se aplica no presente estudo, a paisagem enquanto representação.

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Consideraremos que a análise da paisagem urbana é o estudo dos diversos atores que nela interferem, seus aspectos físicos, socioeconômicos, culturais e seu processo evolutivo. Segundo Lynch (1990) a análise não deve ser composta apenas de dados e números, mas também poética e simbólica, deve falar das características naturais do sítio, dos indivíduos, da sociedade, das tradições, aspirações, das funções e dos movimentos do mundo citadino.

OS ESPAÇOS LIVRES DE PATOS DE MINAS

A forma urbana de Patos de Minas teve seus primeiros traços no final do século XIX, as margens de uma lagoa de patos silvestres. As primeiras ocupações formaram um povoado, que cresceu e se transformou em arraial, depois vila e então cidade. Desde sua formação a malha urbana foi atrelada a hidrografia e aos espaços verdes, elementos que direcionaram, limitaram e influenciaram o planejamento da cidade o sistema de espaços livres e a paisagem urbana.

Patos de Minas é uma cidade de médio porte com aproximadamente 138.710 habitantes (IBGE-2011), localizada no Alto Paranaíba, Estado de Minas Gerais. Surgiu com o movimento das entradas e bandeiras rumo às terras de Paracatu, um local de parada dos bandeirantes as margens do Rio Paranaíba.

Figura 01: Paisagem de Patos de Minas na década de 2000. Fotografo: Saulo Alves. Fonte:

https://maps.google.com.br/maps?q=patos+de+minas&ie=UTF-8&ei=1iKCUrq2H9CDkQfnvIHwDQ&ved=0CAoQ_AUoAg

A cidade é um conjunto de elementos, sistemas e funções, os espaços livres são um dos principais sistemas que formam o organismo, capazes até de estruturar toda a configuração urbana. Segundo Magnoli (1982), os espaços livres são os não

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edificados: quintais, jardins, ruas, avenidas, praças, parques, rios, matas, mangues, praias urbanas, ou simples vazios urbanos. Sua localização, acessibilidade e distribuição formam um complexo sistema de conexões com múltiplos papéis urbanos: atividades do ócio, circulação urbana, conforto, conservação e requalificação ambiental, drenagem urbana, imaginário e memória urbana, lazer e recreação, dentre outros.

É preciso ressaltar que os espaços livres são aqueles livres de edificação e não de ocupação, são espaços projetáveis. De acordo com Macedo (1999), as praças e os parques são os tipos mais comuns de espaços livres urbanos públicos do Brasil. Entretanto, devemos levar em consideração que existe uma diferença de gestão, implantação e manutenção dessas praças e parques ao longo do traçado urbano. Os espaços livres devem ser tratados e geridos enquanto sistema, onde todos elementos estão interligados.

[...] entende-se como sistemas de espaços livres (SEL) urbanos os elementos e as relações que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano, independentemente de sua dimensão, qualificação estética, funcional e de sua localização e propriedade, sejam eles públicos ou privados. [...] toda cidade possui um sistema de espaços livres que é produzido durante seu processo de formação tanto pelo Poder Público como pela iniciativa privada (MACEDO, 2010, p. 3 e 4).

Os espaços livres são importantes na articulação do tecido urbano, essenciais para a qualidade da vida urbana e para a formação da identidade cultural das cidades. Um dos principais espaços livres que configuram a paisagem patense é a Avenida Getúlio Vargas (antiga Avenida Municipal), um prolongamento do núcleo inicial da cidade.

Figura 02: Avenida Municipal, atual Av. Getúlio Vargas em 1950 e em 2010 (Prefeitura Municipal de Patos de Minas).

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Observando uma foto da avenida em dois momentos históricos diferentes podemos perceber a evolução da ocupação urbana e a transformação da paisagem que passou por um processo de verticalização na área central. Em entrevista concedida a Borges(2008), o arquiteto do setor de planejamento da Prefeitura de Patos de Minas, Marcelo Rodrigues ressalta: ao longo das gestões públicas há uma preocupação estética e social com a Avenida Getúlio Vargas, a legislação municipal desde o início do século XX já deveria controlar o gabarito e uso do solo no entorno da avenida, com intuito de conservar seu caráter físico e monumental. Percebe-se que esta imagem é mantida até os dias atuais, com a permanência do desenho da praça e dos edifícios históricos do entono.

Outro elemento importante na estrutura do sistema de espaços livres de Patos de Minas é o Parque Municipal do Mocambo, um fundo de vale que abriga a Mata do Tonheco uma das maiores áreas verdes dentro da cidade. O parque urbano engloba diversas funções, entre elas: área de proteção permanente (APP) do Córrego da Caixa d’Água, espaço de lazer, esporte, contemplação, potencial paisagístico, importância cultural e histórica para a cidade.

Figura 03: Vista do Parque Municipal do Mocambo para a cidade. Fonte: AMORIM, 2013.

As cidades de médio porte, em geral, como é o caso de Patos de Minas, apresentam problemas referentes à produção, gestão da paisagem e análise dos sistemas de espaços livres. O Parque Municipal do Mocambo, por exemplo, atualmente encontra-se depredado, com problemas estruturais e sem manutenção

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adequada. Um dos principais problemas do parque são as descontinuidades da gestão, que fazem com que o parque passe por períodos de descaso e pouco investimento, esse problema não afeta somente o parque mas todo o sistema de espaços livres, visto que o planejamento ambiental da cidade e implantação do mesmo necessita de uma fração de tempo superior a uma gestão política.

LEITURA DA PAISAGEM PATENSE

A paisagem de Patos de Minas é composta pelo entrelaçar de seus espaços livres com a malha edificada, desde os seus primórdios onde o planejamento da cidade já previa seus espaços livres vistos não como espaços residuais, mas como parte do desenho da cidade, fios condutores da ocupação urbana. Para o entendimento da paisagem de Patos de Minas é preciso analisar suas características naturais, que antecedem a ocupação humana.

Figura 04:Leitura da estrutura da paisagem de Patos de Minas. Org.: AMORIM, 2013.

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Entre os elementos naturais estruturadores da paisagem patense o que exerce maior influência é a hidrografia, composta: pelo Rio Paranaíba (pertencente a bacia do Rio Paraná) limitador do perímetro urbano a oeste, pelos córregos presentes na mancha urbana (canalizados, canalizados a céu aberto) e pelas lagoas (temporais e permanentes).

As lagoas temporais, formadoras de brejos, estão muito presentes na paisagem local, a cidade se formou no entorno de uma dessas lagoas que desapareceu com a ocupação humana. Das lagoas que restaram, a maioria se localizam fora da malha urbana, se configuram como brejos, a maioria não é aproveitada como local de lazer e não tem seu potencial paisagístico explorado, esses elementos naturais são importantes na formação da identidade e imagem da cidade.

O sistema hidrográfico da cidade, em sua maioria, não é incorporado ao sistema de espaços livres, as margens do Rio Paranaíba e dos córregos presentes na cidade podem se configurar como parques lineares, espaços de preservação ambiental e lazer. Esses elementos hidrográficos são capazes de estruturar e caracterizar todo o sistema de espaços livres; porém, para que isso aconteça é preciso um planejamento urbano voltado para a questão ambiental, uma gestão eficiente dos espaços livres e integração entre os interesses da sociedade, esfera pública e privada.

Outros elementos naturais estruturante da paisagem são o relevo e a vegetação, segundo Magrini(2008), o relevo de Patos de Minas é 90% ondulado, 05% plano e montanhoso e a vegetação abriga a floresta tropical latifoliada, regionalmente conhecida como Mata da Corda. O revelo da cidade e o potencial paisagístico da vegetação local proporcionam a instalação de mirantes, locais que podem ser explorados como espaços de contemplação e lazer, atraindo o olhar para a cidade.

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Figura 05: Paisagem de Patos de Minas, mostrando sua ocupação urbana e a permanência das áreas verdes. O adensamento vegetal corresponde ao Parque Municipal do Mocambo. Fotografo: Marcos Antônio.

Ao longo das décadas o crescimento urbano incorporou algumas áreas verdes, que posteriormente foram instituídas como áreas de proteção ambiental, tornando-se áreas de preservação permanente e parques urbanos como é o caso do Parque Municipal do Mocambo e do Parque Municipal João Luiz Redondo, elementos do sistema de espaços livres da cidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os espaços livres exercem o papel de caracterizar e direcionar a configuração da paisagem urbana patense. O estudo da paisagem é uma ferramenta capaz de revelar as potencialidades e fragilidades ambientais e sociais da cidade. A partir de sua análise é possível estruturar o sistema de espaços livres, propondo elementos que superem o caráter arbitrário dos modelos tradicionais de parques, praças e jardins e passem a suprir as necessidades ambientais, culturais e estruturais da cidade, contribuindo para formação da identidade urbana.

Em Patos de Minas o potencial paisagístico e ambiental do sistema hidrográfico e as características do relevo e vegetação poucas vezes são incorporados ao sistema de espaços livres. Esses elementos são formadores da identidade da cidade e precisam ser incorporados ao planejamento do sistema de espaços livres.

Segundo Pellegrino & Oseki (2004), as paisagens são ao mesmo tempo produzidas socialmente e produtoras (indutoras) de práticas sociais, podem ser utiliza das no planejamento, no projeto e gestão de espaços livres (nas escalas espaciais: local,

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regional e continental) o que lhes confere importância no planejamento urbano e regional, o que tem sido ignorado pelos órgãos responsáveis pela gestão do território.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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BORGES,C.C. Análise da paisagem urbana: o caso da Avenida Getúlio Vargas em Patos de Minas-MG. Dissertação em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa. Viçosa,2008;

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GREGOTTI, V. Território da arquitetura. São Paulo: Perspectiva,1994; IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br;

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MACEDO, S.S Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: FAUUSP, 1999;

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PELLEGRINO, P. R. & OSEKI, J. H. Paisagem, Sociedade e Ambiente. In: Philippi, Arlindo; Romero, Marcelo & Bruna, Gilda Collet. (Org.). Curso de Gestão Ambiental. São Paulo: Editora Manole, 2004, v., p. 485-524;

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