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Petrologia e geocronologia do stock granodiorítico Lagoa do Roçado, domínio Mucururé, faixa sergipana-SE

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Academic year: 2021

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(1)!. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA. PETROLOGIA E GEOCRONOLOGIA DO STOCK GRANODIORÍTICO LAGOA DO ROÇADO, DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA SERGIPANA-SE. Cleverton Correia Silva. Orientador: Dr. Herbet Conceição Coorientadora: Dra. Maria de Lourdes da Silva Rosa. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias. São Cristóvão-SE 2014 !.

(2) !. Cleverton Correia Silva. PETROLOGIA E GEOCRONOLOGIA DO STOCK GRANODIORÍTICO LAGOA DO ROÇADO, DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA SERGIPANA-SE. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias da Universidade Federal de Sergipe, como requisito para obtenção do título de Mestre em Geociências.. Orientador: Herbet Conceição Coorientadora: Maria de Lourdes da Silva Rosa. São Cristóvão-SE 2014. !.

(3) !. PETROLOGIA E GEOCRONOLOGIA DO STOCK GRANODIORÍTICO LAGOA DO ROÇADO, DOMÍNIO MACURURÉ, FAIXA SERGIPANA-SE. Por:. Cleverton Correia Silva (Geólogo, Universidade Federal de Sergipe – 2011). DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Submetida em satisfação parcial dos requisitos ao grau de: MESTRE EM GEOCIÊNCIAS. Data Defesa: 27/02/2014 !.

(4) !!!! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! "#$%&!$&'&()*+,"#$&!-(&.)+&/&!0-(&!.#.(#)'-$&!$-1'+&(! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!21#3-+4#/&/-!"-/-+&(!/-!4-+*#0-! !!!!!!!!!!!!!! Silva, Cleverton Correia Petrologia e geocronologia do stock granodiorítico Lagoa do Roçado, domínio Mucururé, faixa sergipana-SE / Cleverton Correia Silva ; orientador Herbert Conceição. – São Cristóvão, 2014. f. : il.. S586p. Dissertação (mestrado em Geociências e Análise de Bacias) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014. O 1. Geociências. 2. Stock granodiorítico Lagoa do Roçado. 3. Idade U/Pb. 4. SHRIMP. 5. Mistura de magmas. 6. Sergipe (SE). I. Conceição, Herbert, orient. II. Título. CDU: 553.524(813.7). !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ! ! !.

(5) !. ! !. “Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos” Albert Einstein. i !.

(6) !. AGRADECIMENTOS Ao longo desses dois anos de mestrado, pude contar com o apoio de inúmeras pessoas e instituições, que contribuíram diretamente para que eu pudesse concluir a minha especialização. Por isso gostaria de agradecer em especial:. -. Aos professores e orientadores doutor Herbet Conceição e Maria de Lourdes da Silva Rosa, pela convivência enriquecedora ao longo desses anos.. -. Aos amigos de mestrado Joane, Carol e Vinícius, pelo grande companheirismo desde a graduação;. -. Aos meus familiares, pelo apoio;. -. Aos professores da UFS, que contribuíram enormemente na minha capacitação profissional;. -. Aos amigos Raphael, Isabel, Masayosh e Tino, que sempre me proporcionam momentos de alegria;. -. Ao CNPq, CAPES, FAPITEC/SE, pelo apoio financeiro indispensável;. -. À CPRM-BA, pela utilização dos seus laboratórios para a preparação das amostras para análises geocronológicas;. -. Ao Departamento de Geologia da UFS, pela utilização dos seus laboratórios.. -. Aos amigos do LAPA, em especial Adjanine, Jailson, Carlos e Hiakan.. .. ii !.

(7) !. RESUMO !. O Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado é um corpo com aproximadamente 12 km2, forma alongada, intrusivo nos metassedimentos do Domínio Macururé, localizado na região central da Faixa Sergipana. As rochas que compõe esse stock são de cor cinza, predominantemente equigranulares, ocorrendo por vezes inequigranulares. Na parte central do corpo, ocorre com frequência, a presença de enclaves máficos microgranulares. Os estudos petrográficos permitiram identificar que esse stock é essencialmente constituído por granodioritos com biotita, hornblenda e diopsídio, tendo como acessórios, titanita, allanita, pistacita, zircão, apatita e minerais opacos. Os dados geoquímicos revelam que suas rochas são cálcio-alcalinas de alto potássio com os enclaves máficos microgranulares exibindo afinidade com a suíte shoshonítica. A boa correlação linear identificada nos diagramas de Harker entre os tipos félsicos e máficos é sugestiva de que o processo de mistura de magmas seja o responsável pela variação química encontrada. Os espectros dos ETR das rochas apresentam fracionamento dos ETR leves em relação aos ETR pesados e uma fraca anomalia negativa em Eu, indicando fracionamento de plagioclásio. Essas rochas quando lançadas nos diagramas de afinidade tectônica de Pearce (1996), posicionam-se no campo dos granitos póstectônicos. As análises isotópicas em zircão para a amostra de biotita-hornblendagranodiorito (187A), foram obtidas por SHRIMP IIe no Laboratório de Geocronologia da Universidade de São Paulo. Os cristais de zircão exibem-se como prismas alongados, com proporções comprimento versus largura 3:1. Imagens de catodoluminescência revelam que esses cristais mostram-se límpidos ou com zonação oscilatória, característica típica de zircão magmático. Os dados U/Pb em zircão revelam uma idade concordante de 618 ± 4 Ma (MSWD = 0,7). Esta idade é similar à idade de cristalização obtida por Long et al. 2005, para o Maciço Coronel João Sá (626 ± 2 Ma) localizado na parte oeste do Domínio Macururé, o qual apresenta características petrográficas e geoquímicas similares às do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. A idade obtida para estas rochas, sugere que o Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado posiciona-se como tardio a pós-tectônico em relação à Orogênese Brasiliana.. Palavras-chave: Granodiorito, Idade U/Pb, SHRIMP, Mistura de Magmas iii !.

(8) !. ABSTRACT !. The Lagoa do Roçado Granodioritic Stock is a body with approximately 12 km2, elongated intrusive in metasediments Macururé Domain, located in central region of Sergipana Belt. The rocks that make up this stock are gray color, predominantly equigranular, occurring sometimes inequigranular. In the central part of the body occurs frequently, the presence of microgranular mafic enclaves. Petrographic studies allowed to identify that this stock is essentially composed of granodiorite with biotite, hornblende and diopside, with the accessories, titanite, allanite, pistacita, zircon, apatite and opaque minerals. Geochemical data show that its rocks are calc-alkaline high potassium microgranular mafic enclaves with showing affinity with the shoshonitic suite. The good linear correlation identified in Harker diagrams between felsic and mafic types is suggestive that the process of magma mixing is responsible for the chemical variation found . The spectra of the rocks have REE fractionation of light REE relative to heavy REE and a weak negative anomaly in Eu, indicating fractionation of plagioclase. These rocks thrown when the tectonic affinity diagrams of Pearce (1996), positioned in the post-tectonic granites field. Isotopic analyzes for zircon sample of biotite-hornblende-granodiorite. (187A),. were. obtained. by. SHRIMP. IIe. at. Geochronology Laboratory of the Universidade de São Paulo . The zircon crystals are exhibited. as. elongated. prisms. with. length. versus. width. proportions. 3:1.. Cathodoluminescence images reveal that these crystals show up clear or oscillatory zoning, typical of magmatic zircon. Data U/Pb zircon ages reveal a concordant age of 618 ± 4 Ma (MSWD = 0.7). This is similar to the age old crystallization obtained by Long et al. 2005 for Coronel João Sá Massif (626 ± 2 Ma) located in the western part of the Macururé Domain, which presents petrographic and geochemical characteristics similar to the Lagoa do Roçado Granodioritic Stock. The age obtained for these rocks suggests that the Lagoa do Roçado Granodioritic Stock is positioned as the late to posttectonic in relation to the Brasiliano Orogeny.. Keywords: Granodiorite, Age U/Pb SHRIMP, Mixing of magmas. iv !.

(9) !. SUMÁRIO !. AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... ii RESUMO......................................................................................................................... iii ABSTRACT .................................................................................................................... iv SUMÁRIO ........................................................................................................................ v LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... viii LISTA DE TABELAS.................................................................................................... ixi LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS .............................................................................. xi LISTA DE SIGLAS........................................................................................................ xii !. CAPÍTULO I-INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1 I.1. Introdução ............................................................................................................... 2 I.1.1 Justificativas e Objetivos ...................................................................................... 2 I.2. Localização e Acesso.............................................................................................. 3 I.3. Materiais e Métodos ............................................................................................... 5 I.3.1. Etapa Pré-Campo ............................................................................................. 5 I.3.2. Etapa de Campo ............................................................................................... 5 I.3.3. Seleção e Preparação das Amostras ................................................................. 6 I.3.4. Etapa Laboratorial ........................................................................................... 7. CAPÍTULO II-GEOLOGIA REGIONAL ..................................................................... 10 II.1. Introdução............................................................................................................ 11 II.2. Rochas Arqueanas e Paeloproterozoicas ............................................................. 13 II.3. Faixa Sergipana ................................................................................................... 13 II.3.1. Domínio Estância ......................................................................................... 15 II.3.2. Domínio Vaza--Barris .................................................................................. 15 II.3.3. Domínio Macururé ....................................................................................... 16 II.3.4. Domínio Marancó ......................................................................................... 17 II.3.5. Domínio Poço Redondo................................................................................ 17 II.3.6. Domínio Canindé .......................................................................................... 17. v !.

(10) !. ! !. II.4. Granitos da Faixa Sergipana ............................................................................... 18 II.4.1. Granitos Tipo Garrote ................................................................................... 19 II.4.2. Granitos Tipo Serra Negra ............................................................................ 19 II.4.3. Granitos Tipo Curralinho.............................................................................. 19 II.4.4. Granitos Tipo Glória ..................................................................................... 19 II.4.5. Granitos Tipo Xingó ..................................................................................... 20 II.4.6. Granitos Tipo Serra do Catu ......................................................................... 20 II.4.7. Granitos Tipo Propriá ................................................................................... 20 II.5. Sedimentos Fanerozoicos .................................................................................... 22 II.5.1. Bacias Sedimentares de Sergipe e Tucano ................................................... 22 II.5.2 Formações Superficiais.................................................................................. 22 !. CAPÍTULO III-GEOLOGIA LOCAL ........................................................................... 23 III.1. Introdução .......................................................................................................... 24 III.2. Geologia ............................................................................................................. 24 III.3. Enclaves ............................................................................................................. 27 III.3.1. Enclaves Máficos Microgranulares ............................................................. 27 III.3.2.Quartzo Ocelar ............................................................................................. 29 III.4. Rochas Encaixantes ........................................................................................... 29. CAPÍTULO IV-PETROGRAFIA .................................................................................. 32 IV.1. Introdução .......................................................................................................... 33 IV.2. Aspectos Petrográficos e Composição Modal ................................................... 33 IV.2.1. Minerais Essenciais ..................................................................................... 37 IV.2.2. Minerais Acessórios .................................................................................... 39 IV.3. Enclaves ............................................................................................................. 40 IV.3.1. Minerais Essenciais ..................................................................................... 40 IV.3.2. Minerais Acessórios .................................................................................... 44 IV.4. Ordem de Cristalização...................................................................................... 44. vi !.

(11) !. ! !. CAPÍTULO V-GEOQUÍIMCA ..................................................................................... 47 V.1. Introdução ........................................................................................................... 48 V.2. Elementos Maiores .............................................................................................. 48 V.2.1. Classificação Geoquímica ............................................................................ 48 V.3. Comportamento dos Elementos-Traço e Diagramas de Variação ...................... 54 V.3.1 Elementos Terras Raras ................................................................................. 60 V.4. Diagramas Discriminantes de Ambientes Geotectônicos .................................. 62. CAPÍTULO VI-GEOCRONOLOGIA ........................................................................... 64 !. CAPÍTULO VII-CONCLUSÕES .................................................................................. 69. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 72. vii !.

(12) !. LISTA DE FIGURAS ! !. Figura 1. Mapa rodoviário simplificado do Estado de Sergipe ........................................ 4 Figura 2. (a) Esquema apresenta a reconstrução do Gondwana Ocidental. ................... 12 Figura 3. Esboço tectono-estratigráfico da Faixa Sergipana .......................................... 14 Figura 4. Mapa Geológico Simplificado do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado ... 25 Figura 5. Visão geral de afloramentos do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado ....... 26 Figura 6. Enclave máfico microgranular elipsoidal com aproximadamente 70 cm de diâmetro, encaixado nas rochas SGLR ........................................................................... 28 Figura 7. Quartzo ocelar presente nas rochas do SGLR ................................................. 31 Figura 8. Diagrama de classificação QAP e QAP+M (Streckeisen, 1976), aplicado as rochas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. ........................................................ 35 Figura 9. Sequência de cristalização estabelecida para as rochas do Stock .................... 46 Figura 10. Diagrama TAS (K2O + Na2O versus SiO2), aplicado para a classificação. .. 51 Figura 11. Diagrama K2O versus SiO2 para classificação das séries magmáticas de Peccerillo & Taylor (1976). ............................................................................................ 52 Figura 12. Diagrama, em moles, de Maniar & Piccolli (1989) correlacionando as razões A/NK-Al2O3/(Na2O+K2O) versus A/CNK-Al2O3/(CaO+Na2O+K2O) .......................... 55 Figura 13. Diagramas binários SiO2 versus Óxidos aplicado as rochas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. Os círculos abertos correspondem aos granodioritos do SGLR ......................................................................................................................... 56 Figura 14. Diagramas Harker SiO2 (%) versus elementos-traço, aplicado as rochas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. Os círculos abertos correspondem aos granodioritos e os círculos fechados representam os enclaves. Valores dos elementostraço em parte por milhão (ppm) .................................................................................... 58 Figura 15. Diagrama multielementar de Sun & Macdonough (1989) normalizado pelo NMOB, aplicado para as rochas do Stock Granodiorítico lagoa do Roçado. ................. 59 Figura 16. Diagrama para Elementos Terras Raras normalizado pelo condrito de Boyton (1984), aplicado às rochas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. ......................... 61 ! !. viii !.

(13) !. ! !. Figura 17. Diagrama para classificação dos ambientes geotectônicos de Pearce et al. (1984), com as amostras do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. ........................... 63 Figura 18. Imagem de catodoluminescência dos cristais de zircão da amostra 187A, utilizados na determinação da idade concordante de cristalização................................. 67 Figura 19. Diagrama de idade concórdia das razões isotópicas 206Pb/238U versus 207 Pb/235U para as rochas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. .......................... 68. ix !.

(14) !. LISTA DE TABELAS. Tabela 1: Principais características das rochas graníticas da Faixa.!""""""""""""""""""""""""""""""""""!#$! Tabela 2. Composição modal das rochas do Stock Granodiorítico!"""""""""""""""""""""""""""""""""""!%&! Tabela 3. Análises geoquímicas de elementos maiores % e minerais normativos CIPW das amostras representativas do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado!"""""""""""""""""""""""""!&'! Tabela 4. Análises geoquímicas de elementos-traço e Terra Raras (ETR) em ppm, e as razões geoquímicas (La/Yb)N e Eu/Eu* para o Stock Granodiorítico!""""""""""""""""""""""""""""!()! Tabela 5. Dados analíticos U-Pb SHRIMP dos cristais de zircão do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado (amostra 187A). Erros são 1 sigma ................................................... 66. x !.

(15) !. LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS. ! Fotomicrografia 1. Textura porfirítica, vista ao microscópio petrográfico, com os nicóis cruzados, do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado..................................................... 36 Fotomicrografia 2. Cristal de andesina com zoneamento composicional, rica em epídoto, apatita e biotita [A]; aglomerado de cristais de biotita, com inclusões de titanita causando halos pleocróicos em alguns cristais {B]; cristal de diopsídio euédrico alterando-se para hornblenda, tendo suas fraturas preenchidas por minerais opacos [C]; cristal de titanita euédrica exibindo contato reto com biotita [D]. Diopsídio [Di]; Biotita [Bi]; Plagioclásio [Pl]; Epídoto [Ep]; Minerais opacos [Op]; Apatita [Ap] . ................. 38 Fotomicrografia 3. Textura característica dos enclaves microgranulares do SGLR. Diopsídio [Di]; Biotita [Bi]; Plagioclásio [Pl]; Epídoto [Ep]. ........................................ 41 Fotomicrografia 4. Cristais de apatita acicular com diversos tamanhos inclusas no plagioclásio [A]; aglomerado composto por diopsídio, biotita e minerais opacos, comum nos enclaves dos SGLR [B]; cristais de biotita ocorrendo ripas nos enclaves do SGLR. Diopsídio [Di]; Biotita [Bi]; Plagioclásio [Pl]; Epídoto [Ep]; Minerais opacos [Op]; Apatita [Ap]. ................................................................................................................... 43. xi !.

(16) !. LISTA DE SIGLAS !. CAPES.....Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CL..... Catodoluminescência CPGeo-USP ...... Centro de Pesquisa em Geocronologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal de São Paulo CSF.... Cráton do São Francisco CPRM.... Serviço Geológico do Brasil DER-SE.... Departamento de Estradas e Rodagens-Sergipe ETR..... Elementos Terras Raras FS.... Faixa Sergipana GPS.... Global Positioning System HFSE.... High Field Strength Elements IBGE.... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICP-OES. ... Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry ICP-MS.... Inductively Coupled Plasma Microspectrometry IUGS...International Union of Geological Sciences LAPA…Laboratório de Petrologia Apliacada à Pesquisa Mineral LILE... Light Elements Lithophile Elements LMPP….. Laboratório de Microscopia, Petrologia e Proveniencia DGEOL… Departamento de Geologia QAP… (Q= Quatzo; A= Feldspato alcalino, Albita <5% An; P= Plagioclásio) SAD-69… South American Datum SEPLANTEC… Secretaria de Estado do Planejamento e da Ciência e Tecnologia SGLR… Stock Lagoa do Roçado SUDENE.... Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste SUSP… Superintendência de Estudos e Pesquisa TAS… Total de Álcalis versus Sílica SHRIMP.... Sensitive High Resolution Ion Microprobe UTM… Universal Transverse de Mercator. !. xii !.

(17) ! !. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!. !"#$%&'()*)+)*,%-(.&/0().

(18) ! !. !I.1. Introdução O nordeste do Brasil está inserido em quase sua totalidade na entidade geotectônica denominada por Almeida et al. (1977 ) de Província Borborema (PB), a qual apresenta como característica marcante, um volumoso e diversificado plutonismo Neoproterozoico, controlado essencialmente por zonas de cisalhamentos. No Estado de Sergipe, a PB é representada pela Faixa Sergipana (FS). Essa faixa inclui vários domínios geológicos, os quais são limitados por falhas de cavalgamento e cujo sentido de transporte de massa é de nordeste para sudoeste (Santos et al. 1998). A FS é caracterizada por apresentar vários corpos de granitos, sendo grande parte deles, concentrada essencialmente na região central e norte. Estes granitos foram agrupados por Santos et al. (2001) como: pré-tectônicos, sin-tectônico e pós-tectônicos com base essencialmente nos dados estruturais. O Domínio Macururé é o domínio de maior extensão areal da FS e, encontra-se localizado em sua porção norte, limitando-se com o Domínio Vaza-Barris pela Zona de Cisalhamento São Miguel do Aleixo a sul (D’el Rey e Silva 1999). Uma característica importante desse domínio é o intenso plutonismo granítico (sincrônicos, tardios e póstectônicos), sendo que corpos básicos ocorrem de forma moderada (Santos et al. 2001). Recentemente, trabalhos focados em granitos desse domínio têm sido desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (Oliveira 2011; Lisboa et al. 2012; Conceição et al. 2012; Silva et al. 2013). Eles abordaram aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos e forneceram algumas idades absolutas. Esta dissertação de mestrado apresenta estudos inéditos sobre a geologia, petrografia, geoquímica e dados geocronológicos do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado, com o intuito de contribuir com informações que possibilitem uma melhor compreensão sobre a evolução da FS. !. I.1.1. Justificativas e Objetivos O plutonismo do Domínio Macururé tem despertado uma série de discussões e mostrou-se bastante interessante para diversos autores ao longo dos anos (Santos et al. 1988; Chaves 1991; Bueno 2008; Oliveira et al. 2010; Conceição et al. 2012; Lisboa et al. 2012 e Silva et al. 2013). Estes trabalhos resultaram em diferentes propostas de classificação para os granitos desse domínio.. -2-.

(19) ! !. O Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado (SGLR), objeto deste estudo, é uma das intrusões do Domínio Macururé, classificada anteriormente na literatura como sendo pertencente aos granitos Tipo Glória (Ngo2). O levantamento sobre o SGLR identificou que tinha poucos dados sobre a geologia local e ausência de análises petrográficas, geoquímicas e geocronológicas para suas rochas. Os resultados obtidos nesse trabalho possibilitam apresentar um mapa geológico atualizado, além da classificação petrográfica das rochas, identificação da afinidade geoquímica, processo(s) envolvido(s) na geração das rochas, e a obtenção de idade absoluta para esse magmatismo.. I.2. Localização e Acesso A área de estudo localiza-se na porção norte do Estado de Sergipe, nas proximidades do Município de Monte Alegre de Sergipe, mais precisamente no Povoado Lagoa do Roçado, o qual dista aproximadamente 130 km da capital sergipana (Fig. 1). O acesso a área estudada pode ser feito utilizando-se de dois percursos: (i) o primeiro é feito partindo-se de Aracaju, utilizando-se um trecho da BR-349 até a altura do Povoado Santa Cecília em Nossa Senhora do Socorro, logo após utilizase o acesso feito pela BR-235. Depois da cidade de Itabaiana, nas proximidades do Município de Ribeirópoles, o trajeto deverá ser feito através da SE-175, passando pela Cidade de Nossa Senhora da Glória. A partir daí, o percurso deverá ser feito utilizandose a SE-230 em direção à Cidade de Monte Alegre de Sergipe. O acesso ao SGLR será realizado utilizando-se da estrada secundária, que dista 3 km da Cidade de Monte Alegre de Sergipe, no lado leste da SE-230. (ii) O segundo trajeto, que pode ser utilizado para chega-se a área de estudo partindo-se de Aracaju, inicia-se pela BR-349, nas proximidades do Povoado Santa Cecília, em Nossa Senhora do Socorro. A partir daí, utiliza-se a BR-101 até as proximidades do Município de Rosário do Catete e, em seguida, a rodovia SE-230, passando pelas cidades de Siriri, Nossa Senhora das Dores até Nossa Senhora da Glória. A partir dessa cidade, o percurso deverá ser feito em direção a Cidade de Monte Alegre de Sergipe. O acesso ao SGLR será realizado utilizando-se da estrada secundária, que dista 3 km da Cidade de Monte Alegre de Sergipe, no lado leste da SE-230.. -3-.

(20) ! !. Figura 1. Mapa rodoviário simplificado do Estado de Sergipe, com as principais vias de acesso para a área de estudo. Fonte: Departamento de Estradas e Rodagens-Sergipe (DER-SE, 2001 in Bomfim et al 2002).. -4-.

(21) ! !. I.3. Materiais e Métodos Para a confecção desta dissertação, as atividades foram executas de forma sistemática, envolvendo trabalhos de pré-campo, campo e laboratório. A escolha dos métodos empregados foi feita em função das necessidades da pesquisa. Abaixo são listadas as várias etapas desenvolvidas na elaboração da presente dissertação. I.3.1. Etapa Pré-Campo Esta etapa iniciou-se com o levantamento bibliográfico dos principais trabalhos realizados na região de estudo (p.ex: Humphrey & Allard 1969; Santos et. al. 1988; D’el-Rey Silva 1995a, 1995b, 1999; Santos et al. 2001). Além desses, foram realizados levantamentos cartográficos, sendo possível reunir mapas e fotografias aéreas da região foco do trabalho. Nesta etapa confeccionou-se mapa fotogeológico do stock, em escala de 1:25.000 e, para tal, utilizou-se das fotografias aéreas das faixas 310 (310017, 310018, 310019, 310020, 310021, 310022, 310023) e 320 (320017, 320018,320019, 320020, 320021, 320022 e 320023) do fotoíndice 05 da Força Aérea Brasileira do ano de 1984. A escala desse fotoíndice é de 1:100.000 e a escala de voo é de 1:25.000. O mapa gerado a partir dessas fotografias foi importante para a etapa seguinte, descrita a seguir.. I.3.2. Etapa de Campo Esta etapa teve como ponto inicial, o mapeamento geológico na escala de 1:25.000, enfatizando a separação das diferentes rochas presentes na área. O trabalho de campo para estudos dos afloramentos e reavaliação geológica, contou com o apoio das cartas topográficas Gracho Cardoso (SC.24-Z-B-I da SUDENE, 1973) e Carira (SC-24Z-B-I da SUDENE, 1989), ambas na escala de 1:100.000, e tendo como base o mapa geológico do Estado. Utilizou-se dessas cartas topográficas para o lançamento dos pontos com as coordenadas coletadas com o auxílio do GPS. Um total de 5 (cinco) missões de campo foram realizadas, tendo em média a duração de 2 (dois) dias, tendo-se visitado 40 pontos de afloramentos. A primeira etapa consistiu no reconhecimento da área estudada. A segunda etapa concentrou-se na porção leste do SGLR. A terceira etapa recobriu a porção oeste e uma pequena área a sul da SGLR.. -5-.

(22) ! !. A quarta etapa recobriu a porção leste do SGLR. A quinta etapa fez um recobrimento geral de todo o SGLR, revisitando áreas duvidosas e os contatos entre o stock e as encaixantes. O trabalho de campo envolveu a descrição detalhada de afloramentos, além da coleta sistemática de amostras para os estudos petrográfico e geoquímico, incluindo a coleta de dados estruturais do corpo granítico e de suas rochas encaixantes. Para realização desta atividade, foi necessária a utilização de martelo geológico, marca Estwing® de cabo curto; marreta de 3 kg; sacos plásticos para coleta das amostras, GPS para coleta das coordenadas geográficas em UTM e bússolas da marca Brunton®, modelo com-pro Transit 5008, para coleta das medidas estruturais (lineação, foliação, mergulho de camadas, entre outros).. I.3.3. Seleção e Preparação das Amostras Com o objetivo de caracterizar o SGLR, foram selecionadas algumas amostras na etapa anterior, para estudos petrográfico, geoquímico e geocronológico. Buscou-se aqui, selecionar as amostras que melhor representassem as rochas do corpo. Essas amostras foram submetidas a diversas etapas de preparação, as quais são listadas a seguir: !. Lavagem - esta fase visou a eliminação, principalmente, de resíduos orgânicos e solos que pudessem estar presentes nas amostras;. !. Redução granulométrica – feita com o auxílio de martelo geológico. As amostras foram reduzidas ao tamanho médio de um punho fechado (~ 5 cm3). Para o estudo geoquímico, as amostras foram submetidas às seguintes etapas:. !. Britagem – feita a partir da etapa anterior. As amostras foram levadas para o Laboratório de Geoquímica e Sedimentologia da UFS, onde as mesmas foram trituradas e reduzidas a fração brita (1-2 cm3), para tanto utilizou-se do britador de mandíbula modelo I- 4198 da marca Pavitest®.. ! Lavagem e Peneiramento – foi feita depois da britagem das amostras. Elas foram colocadas em uma peneira e em seguida lavadas em água corrente, para eliminação do pó fino.. -6-.

(23) ! !. ! Quarteamento: é um processo de redução de amostra em pequenas porções representativas. Inicialmente colocou-se uma amostra, que foi reduzida na etapa anterior, em cima de um papel limpo, de modo que a amostra distribuase em forma de um cone. Com a ajuda de uma espátula e fazendo pressão, assim, dividiu-se essa amostra em parte iguais, geralmente 4 partes, retirou-se metade das partes obtidas (uma sim, uma não). As partes obtidas são misturadas e recomeça-se todo o processo, até reduzir a amostra a uma alíquota de 50g. ! Pulverização: as alíquotas obtidas na etapa anterior foram depositadas na panela de tungstênio, do moinho ou pulverizador elétrico, modelo I-4227, da marca Contenco®, para serem pulverizadas até a fração 100#. Após a pulverização, foram enviados ao laboratório aproximadamente 10g de cada amostra para as análises geoquímicas. Após o envio das amostras ao laboratório, as amostras que sobraram, foram armazenadas em sacos plásticos e/ou em pequenos potes plásticos, para servirem como reservas.. I.3.4. Etapa Laboratorial As atividades laboratoriais consistiram de vários procedimentos para obtenção e tratamento de dados, os quais são listados a seguir. I.3.4.1. Estudo Petrográfico Os estudos petrográficos das rochas foram realizados no Laboratório de Microscopia e Lupas do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Sergipe. Para tanto, utilizou-se microscópios petrográficos binoculares da marca Opton®, modelo TNP 09. As imagens das texturas microscópicas foram obtidas no equipamento da marca OLYMPUS®, modelo BX47TF acoplado a uma câmera digital. A moda foi realizada em lâminas delgadas. Utilizou-se para isso, um contador de pontos semiautomático modelo F, da marca SWIFT®, e em cada lâmina foram contados, em média, 3.000 pontos. Com base nesses resultados, as rochas estudadas foram nomeadas utilizando-se da proposta de Streckeisen (1976).. !. -7-.

(24) ! !. I.3.4.2. Estudo Geoquímico As análises geoquímicas foram realizadas pelo Acme Analytical Laboratories Ltda, no Canadá. Os elementos maiores e menores foram obtidos por ICP-OES, e os traços, terras raras inclusas, obtidos por ICP-MS. Os dados geoquímicos foram lançados em planilhas Excel® e processados no software CGDKit (Janoušek et al. 2006). Os dados geoquímicos foram alocados em diagramas específicos, que objetivaram a classificação e a identificação da afinidade magmática das rochas. A investigação da evolução foi igualmente feita utilizando-se dos diagramas geoquímicos.. I.3.4.3. Estudo Geocronológico Os dados geocronológicos obtidos para esta dissertação fazem parte do Projeto de Pesquisa intitulado “Estudo do Pré-sal no Estado de Sergipe e a sua Aplicação na Evolução das Bacias no Atlântico Sul”, PRONEX-UFS e, contou com o apoio da Superintendência do Serviço Geológico do Brasil em Salvador-BA (CPRM-BA). Para a obtenção dos concentrados de cristais de zircão, fez-se necessária a utilização de aproximadamente 10 kg de amostra. A amostra 187A foi selecionada devido ao maior percentual volumétrico de zircão observado em lâmina delgada, em relação às demais amostras. Esta amostra foi reduzida para ser fragmentada no britador de mandíbula do Laboratório de Geoquímica e Sedimentologia da UFS, até a obtenção da fração brita. Em seguida foram depositadas pequenas frações (~ 10 cm3) da amostra na panela de tungstênio do moinho de panela ou pulverizador elétrico, modelo I-4227 da marca Contenco® do Laboratório de Geoquímica e Sedimentologia da UFS, para serem pulverizadas até a obtenção de uma fração entre 80# a 100#. As frações obtidas foram armazenadas em sacos plásticos e enviadas à CPRM em Salvador para a obtenção da concentração dos minerais nãomagnéticos com o auxílio do separador eletromagnético Isodynamic Frantz. Após a separação magnéticas houve a separação dos minerais leves e pesados, com o auxílio de uma bateia de porcelana. Após obter-se a concentração dos minerais pesados, estes foram cuidadosamente analisados com o auxílio da lupa binocular para a seleção dos cristais de zircão. Nesta etapa foram selecionados aqueles cristais, que mostravam-se límpidos e que não apresentassem inclusões, fraturas, zoneamento ou qualquer sinal de perturbação.. -8-.

(25) ! !. Foram selecionados aproximadamente 70 cristais de zircão, e estes foram enviados para serem preparados para análises no Centro de Pesquisa em Geocronologia do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (CPGeo-USP). As análises isotópicas foram realizadas no Sensitive High Resolution Ion Microprobe (SHRIMP IIe/MC). Posteriormente foi realizada a montagem de mounts circulares de 2,5 cm de diâmetro em resina epoxy, os quais em seguida foram polidos até que os grãos fossem revelados, e então metalizados com carbono para obtenção de imagens de elétrons retroespalhados. e. secundários,. utilizando. para. isso. o. equipamento. de. catodoluminescência. Em seguida, os mounts, passaram por uma lavagem, com a qual a cobertura de carbono foi retirada, para novamente serem metalizados, desta vez com ouro, para a realização das análises U-Pb nos zircões. Logo após o processo de limpeza da amostra, foram obtidas as imagens dos cristais em luz refletida e transmitida. A amostra, em seguida, recebe um revestimento de ouro (10 nm), para a obtenção das imagens de catodoluminescência (CL). As amostras foram analisadas com equipamento SHRIMP IIe com os procedimentos analíticos, bem como parte das reduções, feitas segundo Sato (2013, em preparação). Para o procedimento neste equipamento o mount foi confeccionado com 60 grãos de zircão, dos quais 12 foram selecionados para análises, levando-se em consideração a escolha dos mais diferentes tipos, quanto a sua morfologia e cor, objetivando-se assim a análise de todas as variedades de cristais presentes. A complementação da redução dos dados foi realizada utilizando o software SQUID 1.06 e o programa para Diagramas de Concórdia ISOPLOT 4 (Ludwig 2009). As concentrações de urânio, chumbo e tório foram referenciadas para o zircão-padrão TEMORA (Black et al. 2003) e o spot do equipamento tem diâmetro igual a 30 µm. As escolhas dos cristais dentre todos os analisados levou em conta os grãos com baixa discordância (até 5%), teor de chumbo comum, nunca superior a 1,5% e erros das razões individuais não superiores a 7%.. I.3.4.4. Confecção da Dissertação Com base em todos os dados adquiridos nas etapas anteriormente listadas, foi feita a interpretação dos mesmos, onde foi possível fazer-se algumas discussões e apresentar os resultados obtidos.. -9-.

(26) ! !. !. !"#$%&'()**)1)23('(2*")-32*(,"').

(27) ! !. II.1. Introdução Grande parte do território nacional apresenta uma estruturação geotectônica proveniente da orogênese Brasiliana/Pan-Africana (Almeida et al. 1977). Essa orogenia está associada a um evento tectono-termal, datado do final do Proterozoico ao início do Paleozoico. Esse evento encontra-se marcado nas Faixas de Dobramentos Brasilianas. Estas faixas representam fragmentos continentais envolvidos na colagem do supercontinente Gondwana (Fig. 2). O Estado de Sergipe tem seus terrenos constituídos por três províncias estruturais (Almeida et al. 1977): São Francisco (sul); Borborema (norte), e a Província Costeira e Margem Continental (leste e oeste). A Província Borborema (PB) constitui uma unidade geotectônica Brasiliana de grande expressão regional, com aproximadamente 400.000 km2, situada entre o Cráton do São Francisco (sul) e o Cráton do São Luiz (norte). A PB é interpretada como sendo um fragmento crustal de uma grande faixa que foi afetado pela deformação Brasiliana/Panafricana. Esta deformação é atribuída à colisão entre os crátons do Oeste Africano e São Luiz, e do São Francisco com o Congo (Fig. 2), que representavam grandes massas continentais consolidadas no Pré-Brasiliano (Almeida et al. 1977). A Província Borborema tem como embasamento um mosáico de blocos crustais arqueanos a paleoproterozoicos de natureza gnáissico-migmatítico. Ela apresenta faixas de rochas supracrustais paleoproterozoicas a neoproterozoicas que repousam discordantemente sobre o embasamento. A segmentação da PB é marcada por extensas zonas de cisalhamento Brasilianas. Estas zonas de cisalhamento funcionam como limites para os diferentes blocos crustais ou servem como limites entre as faixas supracrustais e o embasamento (Brito Neves et al. 1977; Van Schmus et al. 1995, 1997; Brito Neves et al. 2000). Segundo Van Schmus et al. (2008), a PB compreende seis domínios regionais principais: (1) Sergipano, (2) Pernambuco-Alagoas (PEAL), (3) Riacho do Pontal, a oeste do PEAL, (4) Transversal, (5) Rio Grande do Norte-Ceará e (6) Médio Coreau. O Ciclo Brasiliano/Pan-Africano na Borborema é marcado por uma intensa granitogênese. Os granitos Brasilianos apresentam características petrográficas e geoquímicas diversas, tendo sido agrupados nas suítes cálcio-alcalina de alto-K, cálcio-alcalina, trondhjemítica, peralcalina (Sial 1986) e, transicional shoshonítica-alcalina (Guimarães & Silva Filho 1995).. - 11 -.

(28) ! !. Figura 2. (a) Esquema apresenta a reconstrução do Gondwana Ocidental, mostrando o Cráton Amazônico (CA), Cráton Congo (CCG), Cráton do São Francisco (CSF), Cráton São Luis (CSL) e Cráton Oeste Africano (COA), após Almeida et al.(1977). (b) Esquema geológico da Região Nordeste do Brasil: apresentando os maciços do Arqueano ao Proterozoico, Faixas móveis Brasilianas e as bacias sedimentares. Percebe-se nessa ilustração, que a Faixa Sergipana cavalga, ao sul, sobre o Cráton do São Francisco (Long et al. 2005).. - 12 -.

(29) ! !. Os estudos sobre a granitogênese da Província Borborema mostram, que vários grupos de granitos foram gerados em diversos eventos tectônicos sincrônicos a pós-tectônicos à Orogênese Brasiliana (Guimarães & Silva Filho 2000). Em Sergipe, a Província Borborema é representada pela Faixa Sergipana (FS). Os terrenos geológicos reconhecidos no Estado são representados pelos: embasamento gnáissicomigmatítico e granulítico de idade arqueano-paleoproterozoico; metassedimentos de idades mesoproterozoica a neoproterozoica, que constituem os domínios da FS e granitos neoproterozoicos. Sobre esses terrenos, no Fanerozoico, instalaram-se as sub-bacias sedimentares de Sergipe e Tucano e as formações superficiais (Fig. 3).. II.2. Rochas Arqueanas e Paeloproterozoicas O embasamento da FS é composto por terrenos do Cráton do São Francisco, formado pelos complexos Gnáissico-Migmatítico e Granulítico. Os terrenos do Complexo GnáissicoMigmatítico têm como representantes os domos de Itabaiana e Simão Dias. O Complexo Granulítico localiza-se a sul e ocorre como uma estreita faixa em direção ao Estado da Bahia e, segundo Van Schmus et al. (1995), foram submetidas a um metamorfismo de alto grau em 2,2 Ga.. II.3. Faixa Sergipana A Faixa Sergipana é um orógeno colisional neoproterozoico, formado durante o Ciclo Brasiliano (Brito Neves & Cordani 1973). Essa faixa está presente em grande parte do Estado de Sergipe, adentrando no norte da Bahia e ao sul de Alagoas. A Faixa Sergipana encontra-se separada pelas falhas de médio e alto grau de: Itaporanga, São Miguel do Aleixo e Belo Monte Jeremoabo (Fig. 3), as quais desenvolvem expressivas zonas de cisalhamento (Santos et al. 1988; Davison & Santos 1989). A FS (Fig. 3) é dividida em seis domínios de sul para norte: Domínio Estância, Domínio Vaza-Barris, Domínio Macururé; Domínio Marancó, Domínio Poço Redondo e Domínio Canindé (Silva Filho et al. 1979; Davison & Santos 1989; Santos et al. 2001). Eles apresentam características estruturais, metamórficas e litoetratigráficas distintas e são justapostos por tectonismo compressional Brasiliano, cuja vergência se dá para sudoeste.. - 13 -.

(30) ! !. Figura 3. Esboço tectono-estratigráfico da Faixa Sergipana, após Davison & Santos 1989 in Long et al. 2005.. - 14 -.

(31) ! !. II.3.1. Domínio Estância Esse domínio é representado por metassedimentos pouco deformados do Grupo Estância (Silva Filho et al. 1979; Davison & Santos 1989), o qual encontra-se assentado em não conformidade sobre as rochas gnáissicas do Cráton do São Francisco. Ele é constituído pelas Formações Juetê (conglomerado, arenitos), Acauã (carbonatos), Lagarto (arenitos e siltitos) e Palmares (arenitos e conglomerados) (Silva Filho et al. 1978). A Formação Acauã registra um evento transgressivo, com implantação de uma plataforma carbonática, com fácies de planície de maré e plataforma marinha rasa, com bancos oolíticos e níveis estromatolíticos (Saes & Vilas Boas, 1986). A Formação Lagarto, mais abrangente em área, representa sedimentação terrígena transicional a marinho plataformal, com ação de ondas de tempestade. A Formação Palmares ocorre em discordância sobre o Grupo Estância, conforme Silva Filho et al. 1979, representada por arenitos conglomeráticos e conglomerados de origem turbidítica.. II.3.2. Domínio Vaza--Barris O Domínio Vaza-Barris limita-se com o Domínio Estância através da Falha Itaporanga (Fig. 3). O seu embasamento é constituído por rochas arqueanas a paleoproterozoicas (Davison & Santos 1989; D’el Rey Silva 1995b, 1999; Santos et al. 2001). O Domínio Vaza-Barris, dividi-se em dois grupos: Grupo Miaba, composto pelas formações Jacoca (metacalcário), Jacarecica (filitos e metagrauvacas) e Itabaiana (quartztos feldspáticos com estratificação cruzada) e o Grupo Vaza-Barris, composto pelas formações Frei Paulo-Ribeirópoles (metassiltitos, metarenitos, metacarbonatos e metadiamictitos), Olhos d’Água (metacálcários e filitos) e Capitão-Palestina (metadiamictitos, metapelitos e metagrauvacas) (Humphrey & Allard, 1969; Silva Filho et al., 1979; D’el-Rey Silva, 1995a). Esse Domínio é interpretado como um fragmento marginal de uma paleobacia desenvolvida sobre a crosta continental, sendo composto principalmente por metassedimentos de baixo grau metamórfico, depositados preferencialmente em um ambiente plataformal (Davison & Santos 1989; Silva Filho et al. 1979; D’el-Rey Silva 1995b, 1999). Apresenta sinformes e antiformes de grande porte, assim como indícios de vulcanismo (Santos et al. 2001).. - 15 -.

(32) ! !. II.3.3. Domínio Macururé O Domínio Macururé é o domínio de maior extensão regional do Estado e, encontra-se localizado na porção norte da FS. Ele é uma cunha com aproximadamente 13 km de espessura, limitada com o Domínio Vaza-Barris pela Zona de Cisalhamento São Miguel do Aleixo a sul (Santos et al. 1988; Davison & Santos 1989, D’el-Rey Silva 1999). O Domínio Macururé é formado pelos metassedimentos carbonáticos, siliciclásticos e metavulcânicas do Grupo Macururé (Davison & Santos 1989; Santos et al. 2001). Segundo Santos et al. (2001), este grupo é composto pelas unidades: micaxisto granatíferos, quartzitos e marmóres; metarritmitos intercalados com metassiltitos e filitos; metagrauvacas e metarenitos finos com fragmentos de filitos; metassiltitos maciços; clorita xistos e micaxisto granatíferos, anfibolitos, mármores, calcio-silicáticas e hornblenditos. No Domínio Macururé foram reconhecidas sequências rítmicas de alguns centímetros, apresentando estratificações plano-paralelas e contatos abruptos. Essas características indicam que os metassedimentos desse domínio foram depositados em um ambiente de águas profundas, representando um fragmento interno de uma paleobacia de substrato desconhecido (Davison & Santos 1989). As condições de metamorfismo nesse domínio atingem Fácies Anfibolito de média pressão (Silva et.al 1995). Uma característica importante desse domínio é o intenso plutonismo granítico (sincrônicos, tardios e pós-tectônicos) e corpos básicos que ocorrem de forma moderada (Santos et al. 2001). Os estudos de Davison & Santos (1989) reportaram ainda, a presença de três fases deformacionais: a primeira fase (D1) atingiu toda área pertencente ao Macururé, sendo caracterizada pelo intenso dobramento recumbente e, essas dobras apresentam amplitudes que variam de 1 a 2 km. A segunda fase deformacional (D2) foi responsável pela geração de dobras reclinadas com eixos sub-horizontais, cuja vergência encontra-se para sudoeste. A terceira fase deformacional (D3) é bastante pronunciada no nordeste do domínio, sendo representada por dobras abertas e fechadas com eixo sub-horizontal.. - 16 -.

(33) ! ! II.3.4. Domínio Marancó. O Domínio Marancó limita-se a sul, com o Domínio Macururé através da expressiva zona de Cisalhamento Belo Monte-Jeremoabo. caracteriza-se pela presença de rochas vulcanossedimentares, inbricadas tectonicamente com os granitos Tipo Serra Negra, que encontram-se intensamente cisalhados. O metamorfismo atinge Fácies Anfibolito, cuja paragênese inicial é raramente preservada devido à presença de retrometamorfismo (Santos et al. 2001). Esse domínio é formado pelo Complexo Marancó, que apresenta aproximadamente 80% da sua área é constituído por lavas riolíticas e dacíticas, com termos básicos anfibolitizados interbandados subordinados, pelitos, conglomerados de derivação vulcânica, quartzitos e carbonatos. Aém disso, ocorrem ainda importantes corpos ultramáficos, nos quais há ocorrência de Cr. Este complexo é formado pelas unidades Minuim (filito e siltito, anfibolitos, andaluzita-estaurolita-xisto, metarriolitos, metaquartzo-latitos, mármores e metaultramáficas); Morro do Bugi (metaconglomerados milinotizados); Monte Alegre (metarritmitos finos, metavulcânicas andesíticas e dáciticas, lentes de quaztzitos, metabazitos e mármores) e a Unidade Monte Azul, que é composta por metassiltitos e filitos subordinados (Santos et al. 1988; Davison & Santos 1989). II.3.5. Domínio Poço Redondo O Domínio Poço Redondo localiza-se na região norte do Estado. É representado pelo Complexo Gnáissico-Migmatítico Poço Redondo, que forma uma sequência de ortognaisses e paragnaisses migmatizados durante o Brasiliano, com injeções de granitos sincrônicos e póstectônicos (Carvalho 2005). Estas rochas indicam que o nível de exposição crustal neste domínio, é mais profundo do que os observados no Macururé e Marancó. II.3.6. Domínio Canindé Representa o domínio mais ao norte da FS e apresenta-se como uma faixa de direção NW-SE, paralela ao Rio São Francisco. É composto por metavulcânicas e metassedimentos polideformados do Complexo Canindé. Neste complexo ocorrem diversas intrusões de gabros diferenciados (Suíte Intrusiva Canindé).. - 17 -.

(34) ! !. No Domínio Canindé é possível observar diversas intrusões graníticas sincrônicas e pós-tectônicas, além de diversos tipos granitos comuns aos outros domínios (Santos et al. 2001).. II.4. Granitos da Faixa Sergipana Aos granitos da Faixa Sergipana (FS) foram atribuídas algumas classificações ao longo dos anos. Essas classificações nos auxiliam a entender a evolução do conhecimento geológico sobre o estudo dos granitos dessa região ao longo do tempo. O trabalho pioneiro de Humphrey & Allard (1969) classificou o conjunto de granitos presentes na FS como sendo um único batólito, o qual foi denominado de “Batólito Glória”. Segundo esses autores, o batólito ocupava uma área expressiva na Faixa Sergipana e apresentava um conjunto de intrusões, cujas composições variavam desde granodioritica até quartzo-monzonítica Silva Filho et al. (1977) por sua vez denominaram informalmente os granitos da FS, de acordo com seus vários tipos e os incluíram como pertencentes ao Supergrupo Canudos. Nesta classificação foram reconhecidos quatro tipos de granitos: Tipo Cariba – corresponde a granitos com duas micas, de cor cinza, granulação variando de média a grossa e apresentando xenólitos das encaixantes; Tipo Glória - corresponde aos granitos descritos por Humphrey & Allard (1969). Essas rochas ocupam uma área superior a 200 km2 e apresentam termos granodioríticos e graníticos ricos em enclaves máficos microgranulares como tipo petrogenético dominante; Tipo Água Bela - esses corpos ocorrem localmente e são representados por sienitos e quartzo-sienitos de cor rosa, de granulação média a grossa, podendo ocorrer fácies com enclaves ricos em anfibólio; e Tipo Mata Grande - corresponde a leucogranitos de cor rosa, de granulação variando de fina a média. Os granitos Tipo Glória foram nomeados por Santos et al. (1988) como Granitóides “Coronel João Sá”. Esses autores reconheceram a existência de dois tipos distintos. Um deles, de composição granodiorítica e outro, de composição granítica. Os granodioritos foram correlacionados, como sendo granitos Tipo I e Chappel & White (1974) os granitos apresenta similaridades com os granitos com magnetita de Ishihara (1981).. - 18 -.

(35) ! !. As rochas graníticas da Faixa Sergipana, por apresentarem ampla distribuição no Estado de Sergipe, foram agrupadas de acordo com sua época de colocação e características petrogenéticas. Essas rochas foram denominadas informalmente por Santos et al. (2001) como tipos Garrote, Serra Negra, Curralinho, Glória, Xingó, Serra do Catu e Propriá. A seguir serão apresentadas as principais características dos granitos, bem como, sua distribuição geográfica na Faixa Sergipana. II.4.1. Granitos Tipo Garrote Os granitos Tipo Garrote são rochas milonitizadas de composição granítica contendo biotita, muscovita e granada. Esses granitos são peraluminosos e do Tipo S de Chappell Chappel & White (1974), e apresentam-se como uma faixa contínua de direção WNW-ESE, formando a Unidade Garrote do complexo Canindé (Santos et al. 2001). Os granitos Tipo Garrote, colocaram-se durante a primeira deformação do Domínio Canindé em ~715 Ma (Van Schmus et al. 1995). II.4.2. Granitos Tipo Serra Negra Os granitos deste tipo apresentam composições que variam de granodiorítica a quartzomonzonítica com foliação milonítica e porfiroclásto de feldspato alcalino, e idade Rb/Sr de 870 Ma (Silva Filho et al. 1979). Esses granitos são peraluminosos, Tipo S e formam relevos elevados no Domínio Marancó, destacando-se a Serra Negra, localizada próxima à fronteira Sergipe-Bahia (Santos et al. 2001). Os contatos entre os granitos e as rochas do Complexo Marancó se fazem geralmente por zonas de cisalhamentos contracionais. II.4.3. Granitos Tipo Curralinho São granitos porfiríticos, isotrópicos, localmente foliados, e de composição granítica a granodiorítica com biotita e hornblenda. Em alguns pontos são nota-se a presença feições típicas de mistura/coexistência de magmas com rochas gabróicas da suíte intrusiva Canindé. Essas rochas ocorrem exclusivamente Domínio Canindé com idade 611±18 (Gava et al. 1983 in Santos et al. 2001). II.4.4. Granitos Tipo Glória Correspondem aos granitos mais distribuídos na Faixa Sergipana, ocorrendo nos domínios Macururé, Poço Redondo e Marancó. Os granitos deste tipo apresentam idades que variam de 550 a 660 Ma e foram agrupados em quatro litofácies (Ngo1; Ngo2, NgO3 e Ngo4), em função das suas características petrográficas, geoquímicas e texturais, independente do domínio onde ocorra (Santos et al 2001).. - 19 -.

(36) ! !. A litofácies Ngo1 são corpos de composições granodiorítica, quartzo-monzonitica e quartzo-monzodioríticas, equigranulares, raramente porfirítica com honblenda e/ou biotita como termos máficos dominantes e raros enclaves máficos. Os granitos da litofácies Ngo2 têm composições variando granodiorítica a quartzomonzodioríticas, onde a biotita é o máfico dominando. Nota-se nesta litofácies a presença marcante de autólitos máficos de composição gabróica a diorítica, também porfiríticos, com feições evidentes de mistura. Esses granitos são metaluminosos, com notório enriquecimento de K, sugerindo derivação a partir de um magma cálcio-alcalino de alto K, do tipo I (Chaves 1991). A litofácies Ngo3 tem composição essencialmente granítica a duas micas e distribui-se restritamente ao Domínio Macururé. Os granitos Ngo4 difere do Ngo3 apenas pela presença de fenocristais de feldspato alcalino com até 5 cm. Essas rochas são peraluminos, de origem crustal (tipo S). II.4.5. Granitos Tipo Xingó São leucogranitos cinzas a róseos, granulação fina a média, isotrópicos, classificados como biotita granitos, muscovita granitos e turmalina-muscovita granitos, que distribuem-se nos domínios Marancó, Poço Redondo e Canindé. São granitos tardios a pós a pós-tectônicos, afetados apenas por tectônica rúptil. São peraluminos, originados a partir da fusão crustal. Datação Rb/Sr forneceram idade de 600 ± 23 Ma para essas rochas (Santos et al. 2001). II.4.6. Granitos Tipo Serra do Catu São granitos pós-tectônicos, peralcalinos, de fonte ígnea mantélica, identificado como granitos de afinidades shoshoníticas. Ocorrem nos domínios Marancó, Poço Redondo e Canindé. São rochas de coloração rósea, classificados como hornblenda sienitos, quartzosienitos , monzonitos e monzodioritos, com idade K/Ar de 617 ± 18 Ma (Santos et al. 2001). II.4.7. Granitos Tipo Propriá O tipo característico foi identificado como biotita-moscovita granito porfirítico, isotrópico, por vezes com autólitos máficos e indicações de mistura/ coexistência de magmas. São granitos pós-tectônicos, com tendência alcalina e afinidade shoshonítica. Apresenta características petrográficas semelhantes àquelas descritas para os granitoides do Tipo Glória. Idade K/Ar em biotita, revela uma idade de 606 ± 16 Ma para esses granitos.. - 20 -.

(37) ! !. Tabela 1. Principais características das rochas graníticas da Faixa Sergipana, segundo Santos et al. (2001). Granitóide. Domínio. Composição. Tipo Petrogenético. Posicionamento tectônico. Garrote. Canindé. Granítica. Peraluminoso, Tipo S. Serra Negra. Marancó. Granodiorítica, Monzonítica. Peraluminoso, Tipo S. Cedo a Sintectônico Cedo a SinTectônico. Curralinho. Canindé. Granítica, Granodiorítica. Cálcio-alcalino. Sincrônicos a Tardi-tectônico. Glória. Macururé, Poço Redondo e Marancó. Granodiorítica,monzondiorítica, qtz Monzodiorítica, Granítica. Cálcio-alcalina, Metaluminoso, Tipo I; Peraluminoso,Tipos S. Tardio a Póstectônico. Xingo. Marancó, Poço Redondo e Canindé. Granítica. Peraluminoso, Tipo S. Tardi a Póstectônico. Serra do Catu. Marancó, Poço Redondo e Canindé. Sienítica, Monzonítica. Peralcalino, Shoshonítico, Tipo I. Pós-tectônico. Própria. Macururé. Granítica. Alcalino, Subalcalino. Pós-tectônico. - 21 -.

(38) ! !. II.5. Sedimentos Fanerozoicos Os sedimentos fanerozóicos no Estado são representados pela bacia sedimentar de Tucano e a Sub-Bacia de Sergipe, e pelas formações superficiais.. II.5.1. Bacias Sedimentares de Sergipe e Tucano As bacias sedimentares em Sergipe estão situadas nas seguintes regiões: a leste do Estado, avançando sobre a plataforma continental (Sub-Bacia de Sergipe); a noroeste e sudoeste de Sergipe, nas regiões dos riachos Curituba e da Barra e, da Cidade de Poço Verde, no limite do Estado com a Bahia (Bacia do Tucano Central e Norte). Essas bacias são formadas por sedimentos continentais e marinhos, e sua origem está relacionada aos sistemas de falhas precursoras da separação da África e América do Sul. O rifte de Tucano representa as fases inicias da separação, e o de Sergipe a separação definitiva (Santos et. al. 2001).. II.5.2 Formações Superficiais As formações superficiais no Estado são representadas pelos sedimentos terrígenos do Grupo Barreiras (cascalhos, conglomerados, areias finas a grossas e níveis de argila); coberturas detríticas tércio-quarternárias (areias, cascalhos e sedimentos sílticos argilosos) e, as coberturas pleistocênicas e holocênicas, que são formadas pelos depósitos de leques aluviais coalescentes, terraços marinhos, depósitos eólicos continentais e litorâneos, depósitos fluvio-lagunares, depósitos de pântanos e mangues, lamas fluviais retrabalhadas, areias quartzosas retrabalhadas e atuais (Santos et al. 2001).. - 22 -.

(39) ! !. ! ! !. !. !"#$%&'( *** + ,-('(,*" '(!"'.

(40) ! !. III.1. Introdução O Domínio Macururé é caracterizado por apresentar uma grande quantidade de intrusões graníticas (Fig. 1B), dentre estas, destaca-se o Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado, que é classificado na literatura como pertencente aos granitos do Tipo Glória (Ngo2). A seguir são apresentados os dados obtidos dos trabalhos de campo no Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado.. III.2. Geologia O Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado (SGLR) compreende uma intrusão atribuída ao Neoproterozoico, e que se localiza a leste da Cidade de Monte Alegre de Sergipe e abrange o Povoado Lagoa do Roçado. É um corpo alongado, com aproximadamente 12 km2, na direção NW-SE (Fig. 4) sendo intrusivo nos metassedimentos do Domínio Macururé. Os afloramentos encontrados são de fácil acesso e ocorrem em sua maioria, sob a forma de lajedos. Alguns deles correspondem a antigas pedreiras abandonadas (Fig. 5A) o que possibilita observações em três dimensões das rochas. Existem igualmente afloramentos que ocorrem como conjuntos de blocos, ou como piso de estrada (Fig. 5B). Normalmente esses afloramentos são pouco inteperizados e neles não são observadas a presença de deformações importantes. O mapeamento geológico da área de estudo possibilitou reconhecer que a rocha predominante no stock é um granodiorito de coloração cinza. Ele apresenta textura equigranular, com granulação variando de fina a média (Fig. 5C), ocorrendo por vezes com textura porfirítica, marcada pelos fenocristais de feldspato alcalino e/ou plagioclásio com até 0,5 cm. Observou-se em campo, que alguns desses fenocristais de feldspato alcalino apresentam textura poiquilítica (Fig. 5D). A estrutura principal observada nas rochas do SGLR é uma foliação magmática incipiente, de direção NW-SE, que é concordante com a foliação regional. Essa foliação magmática se mantém por todo o corpo sendo indicada pela orientação dos cristais de feldspato alcalino e/ou plagioclásio de direção NW-SE, ou pela orientação dos enclaves máficos microgranulares, os quais apresentam direções que variam de N120° a N140°. Nas rochas que compõem o SGLR é possível observar a presença de enclaves máficos microgranulares, xenólitos supermicáceos e quartzo ocelar. .. ! - 24 -.

(41) ! !. Figura 1. Mapa Geológico Simplificado do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado contendo os pontos visitados. Os círculos brancos correspondem aos granodioritos e os círculos pretos ao embasamento.. ! - 25 -.

(42) ! !. Figura 2. Visão geral de afloramentos do Stock Granodiorítico Lagoa do Roçado. Afloramento correspondendo a uma antiga pedreira abandonada [A]; afloramento em piso de estrada [B]; textura característica das rochas do SGLR, apresentando granulação média e coloração cinza [C]; textura do granodiorito (inequigranular). No centro da imagem tem-se um fenocristal de feldspato alcalino com textura poiquilítica [D].. ! - 26 -.

(43) ! !. III.3. Enclaves Enclave ou encrave é um termo genérico atribuído a todo e qualquer agregado mineral ou poliminerálico incluído em rochas ígneas (Barbarin & Didier 1992), ou seja, esse termo inclue xenólitos do material encaixante, autólitos (cumulatos fragmentados), xenocristais, enclaves micáceos (resíduos de fusão), enclaves félsicos (fragmentos félsicos de margens resfriadas) e enclaves microgranulares félsicos ou máficos (usualmente resultantes de processos de mistura de magmas). Os enclaves constituem, portanto, uma importante fonte de informações ao se analisar algumas de suas feições, tais como: como abundância, morfologia e composições. Eles podem aportar informações petrogenéticas, como por exemplo, a presença de enclaves supermicáceos em granito é usualmente interpretada como evidência da contribuição da crosta na gênese do seu magma, enquanto a presença de enclaves microgranulares é uma evidência de contribuição mantélica. A presença de dois tipos de enclaves em um mesmo granito indica que o magma provavelmente possui mais de uma fonte (Didier & Barbarin 1991). III.3.1. Enclaves Máficos Microgranulares. Uma característica marcante do SGLR é a presença de enclaves máficos microgranulares (EMM) com granulação mais fina que os granodioritos encaixantes. Esses enclaves têm formas arredondadas, elípticas e/ou alongadas e seus tamanhos variam de 5 cm até 1 m (Fig. 6A). Os enclaves apresentam contatos bruscos bem definidos com a encaixante granodiorítica e, em alguns deles é possível observar bordas de reação, sugerindo um refriamento brusco, devido à diferença de temperatura entre o enclave máfico e o magma félsico encaixante, nessas bordas de reação pode ser observada a presença de pequenos cristais de biotita e/ou diopsídio (Fig. 6B), formados nos contatos entre o granodiorito e os enclaves. Em alguns enclaves máficos microgranulares notam-se a presença de inclusões de megacristais de feldspato alcalino com até 5 cm (Fig. 6C). Percebe-se em determinados afloramentos, que os enclaves mostram-se orientados NW-SE, cuja orientação é condicionada à foliação magmática (Fig. 6D). A presença de megacristais de feldspato alcalino e a presença de bordas de reação presentes nos enclaves evidenciam a mistura entre magmas (Didier & Barbarin 1991).. ! - 27 -.

(44) ! !. Figura 3. Fotografias em campo. Enclave máfico microgranular elipsoidal com aproximadamente 70 cm de diâmetro, encaixado nas rochas SGLR [A]; enclave máfico microgranular arredondado encaixado em granodiorito porfirítico [B]. Observa-se a diferença de granulação entre o enclave de granulação fina e a encaixante com granulação média a grossa. Notar a borda de reação composta por pequenos cristias de diopsíodio e/ou biotita, indicada pela ponta do lápis; enclave máfico microgranulare elipsoidal, apresentando inclusão de megacristais de feldspato alcalino anédricos e euédricos com até 5 cm de diâmetro [C]; notar na imagem, o conjunto de enclaves máficos microgranulares mostrando-se orientados segundo a foliação magmática do granodiorito [D]. ! - 28 -.

Referências

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