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UNINGÁ UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA ISABELLA PETRINI

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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ

FACULDADE INGÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA

ISABELLA PETRINI

DOR PÓS-OPERATÓRIA EM TRATAMENTO ENDODÔNTICO

REALIZADO EM SESSÃO ÚNICA

PASSO FUNDO

2010

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ISABELLA PETRINI

DOR PÓS-OPERATÓRIA EM TRATAMENTO ENDODÔNTICO

REALIZADO EM SESSÃO ÚNICA

PASSO FUNDO

2010

Monografia apresentada à unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Endodontia.

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ISABELLA PETRINI

DOR PÓS-OPERATÓRIA EM TRATAMENTO ENDODÔNTICO

REALIZADO EM SESSÃO ÚNICA

Aprovada em ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________ Profª. Drª. Lilian Rigo

________________________________________________ Prof. Ms. Volmir João Fornari

________________________________________________ Profª. Ms. Caroline Zamin

Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Endodontia.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida, fé e pelos dos que me oferece. Aos meus pais Isabel Sandra Lopes Petrini e José Luiz Petrini, pelo amor e pela paciência. Por terem feito o possível e o impossível para me oferecerem a oportunidade de estudar no Rio Grande do Sul, acreditando e respeitando minhas decisões e nunca deixando que as dificuldades acabassem com os meus sonhos, serei imensamente grata.

A avó Maria e avó Nita, por terem sentido junto comigo, todas as angústias e felicidades, acompanhando cada passo. Pelo amor, orações, e apoio depositados.

A minha querida amiga Josiane Bertol por ter me acolhido como uma irmã e por sempre estender os braços nas horas de dificuldade, a minha imensa gratidão. A nossa amizade vou levar pra sempre!!!

Ao meu irmão Allen e família, que mesmo inconscientemente me incentivaram a correr atrás dos meus objetivos, agradeço de coração.

Ao meu namorado, por compreender a importância dessa conquista e aceitar a minha ausência quando necessário.

Aos meus colegas de especialização, agradeço a força para a concretização deste curso. As festas, as ótimas histórias vividas e longos papos no corredor do CEOM, pela amizade e por ajudar a tornar as minhas idas ao RS muito mais divertida.

Aos amigos Leandro Faria de Matos e Tatiana Laurente, pela ajuda no início de carreira, e pela torcida positiva, muito obrigado.

Aos inesquecíveis amigos e mestres do UNILAVRAS, por terem participado de uma das melhores épocas da minha vida e por terem participado, indiretamente desse trabalho, fico grata.

À minha querida orientadora Lilian Rigo, mulher batalhadora, dedicada, exemplo de pesquisadora, agradeço a Senhora por ter me tratado como uma filha, A Senhora foi meu anjo guardião no Rio Grande do Sul, pelo constante apoio, incentivo, ensinamentos e ajuda.

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À todos os familiares, tios, tias, sobrinhos e primos que torceram e acreditaram na conclusão deste curso, fico muito grata.

A minha amiga e dupla Suelen pelas agradáveis lembranças que serão eternamente guardadas no coração.

Agradeço aos mestres Volmir, Vanni e Matheus por me mostrarem que a endodontia vai alem do técnico e se concretiza no humano.

Agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso.

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EPIGRAFE

"Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la"

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RESUMO

A dor pós-operatória é definida como a dor de qualquer grau que ocorre após o início do tratamento de canal radicular. A dor pós-operatória é utilizada na mensuração do sucesso endodôntico, embora se saiba que a dor que incide durante o tratamento não influencia no seu sucesso a longo prazo e que diversos fatores seriam os causadores do insucesso endodôntico. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de dor pós-operatória em pacientes com tratamentos endodônticos realizados em sessão única e múltipla, bem como avaliar as causas da dor pós-operatória em sessão única. O desenho do estudo é descritivo e transversal, utilizando como instrumento de coleta de dados, a avaliação de todos os 141 prontuários dos pacientes atendidos no curso de Especialização em Endodontia da Unidade Avançada de Pós-Graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo no período de fevereiro de 2008 a maio de 2010. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e posteriormente à fase da coleta de dados, este foi analisado estatisticamente e interpretado os seus resultados. A ocorrência de dor pós-operatória foi de 36,2% em sessão única e 28% em sessão múltipla, sendo considerada relevante para a clínica odontológica. A técnica de instrumentação esteve associada à dor pós-operatória nos pacientes em que foi utilizada a técnica rotatória no preparo do canal radicular em sessão única. Os pacientes do sexo masculino apresentaram menor ocorrência de dor do que os do sexo feminino, estando associados à dor pós-operatória nos pacientes que realizaram endodontia em sessão única.

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ABSTRACT

Postoperative pain is defined as the pain of any degree that occurs after the beginning root canal treatment. Postoperative pain is used to mensurate endodontic successful, although it’s known that the pain that happens during treatment doesn’t influence in the long time success and that several factors would be the reasons of endodontic failures. The purpose of this study was to verify the occurrence of postoperative pain in patients with endodontic treatments accomplished in single visit, as well as, to evaluate the reasons of postoperative pain in these patients one. Drawing’s study is descriptive and transverse, using as instrument of data collection, avaliation of all 141 handbooks of patients assisted in Pos Graduation Course of Advanced Unit of Masters degree Ingá/Uningá in Passo Fundo city in the period of february from 2008 to May of 2010. The project was approved by the Ethic’s Committee in Research and later to the phase of data collection, this was analyzed statistically and interpreted their results. The occurrence of postoperative pain was 36,2% being considered significant for dentistry practice. Instrumentation technique was associated to postoperative pain in patients that rotation technique was used for root canal therapy, independent of visits numbers. Male patients presented less pain occurrence than female being associated to the postoperative pain in patients that accomplished root canal therapy in multiple or single visit.

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LISTA DE TABELAS E FIGURA

Tabela 1 – Descrição dos dados clínicos e demográficos de todos os pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade

Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=141)... 30

Tabela 2 – Descrição dos dados clínicos dos pacientes que realizaram tratamento endodôntico em sessão única no curso de Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=116)... 32

Tabela 3 – Descrição das frequências das variáveis relacionadas à dor

pós-tratamento endodôntico realizado em sessão única dos pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=42)... 33

Tabela 4 – Análises bivariadas entre a variável dor pós-tratamento endodôntico realizado em sessão única e as variáveis independentes dos pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=116)... 34

Figura 1 - Frequência de dor pós-tratamento em pacientes que realizaram tratamento endodôntico no curso de Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=141)... 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA... 14

2.1 ALTERAÇÕES PULPARES E PERIAPICAIS... 14

2.2 PROSERVAÇÃO DOS TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS... 14

2.3 SUCESSO DA TERAPIA ENDODÔNTICA... 15

2.4 COMPARAÇÃO ENTRE TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS EM SESSÃO ÚNICA E MÚLTIPLA... 17

2.5 ESTUDOS RELATANDO DOR PÓS-OPERATÓRIA... 19

3 OBJETIVOS... 26 3.1 OBJETIVO GERAL... 26 3.2 OBJETIVOS ESPECíFICOS... 27 4 METODOLOGIA... 27 4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO... 27 4.2 AMOSTRAGEM... 27 4.3 COLETA DE DADOS... 27 4.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS... 27 4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA... 28 5 RESULTADOS... 29

5.1 ANÁLISE DESCRITIVA DA AMOSTRA... 29

5.2 ANÁLISE DESCRITIVA EM RELAÇÃO À DOR... 33

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6 DISCUSSÃO... 36

7 CONCLUSÃO... 39

REFERÊNCIAS... 40

ANEXOS ... 42

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1 INTRODUÇÃO

O preparo do canal é por si só, um ato operatório que gera trauma tecidual, portanto, capaz de produzir dor pós-operatória. Por sua vez, a obturação também apresenta potencial para tal, devido não só aos aspectos físicos que a envolvem, como também a composição dos materiais que a constituem, todos eles com um grau de agressão, com chances maiores diante da ocorrência de extravasamento desses materiais. É sabido que qualquer tipo de agressão ao organismo gera uma resposta inflamatória, porém, deve-se entender que o próprio tratamento endodôntico é um fator indutor de reação inflamatória e, portanto, também de dor pós-operatoria. Mesmo na ausência de microorganismos, a resistência à sessão única no tratamento endodôntico em polpa viva tem a sua razão maior na possibilidade de dor pós-operatória acentuada. Nos casos com necrose essa possibilidade também existe, mas a ela associam-se outros aspectos. Um preparo bem conduzido gera trauma pequeno, que induz uma resposta inflamatória de pequena intensidade. Já quando o preparo é mais traumático, também a sua resposta inflamatória é mais intensa, gerando assim sintomatologia dolorosa (CHAGAS et al., 2000; SOARES; CESAR, 2001; SOUZA, 2003).

Segundo De Deus (1992), o sucesso do tratamento endodôntico é baseado na relação entre a correta seleção do caso, as técnicas de preparo e obturação empregadas, a habilidade do operador e as particularidades que o caso oferece. Relaciona ainda, o conhecimento da anatomia pulpar, a obtenção de radiografias de boa qualidade para estudo de anomalias anatômicas ou inclinação do elemento dental, com a utilização de instrumental adequado como sendo condições essenciais para evitar acidentes operatórios e conseguir resultados positivos.

Os critérios estabelecidos para classificação da terapêutica endodôntica como "sucesso" ou "insucesso" são descritos por Berger (1991). O autor considera que o tratamento endodôntico foi exitoso quando, num prazo de seis meses a um ano, os dentes apresentarem-se livre de sinais e sintomas, quais sejam: dor espontânea ou provocada, fístula, edema, estando o dente desempenhando as suas funções. Em termos radiográficos, o elemento dentário não deve estar acompanhado de lesão periapical, caso originalmente não a tivesse; os que apresentavam lesões

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radiolúcidas no momento da obturação devem mostrar seu desaparecimento ou nítida regressão.

A dor pós-operatória é definida como a dor de qualquer grau que ocorre após o início do tratamento de canal radicular, enquanto que flare-up endodôntico tem sido definido como a continuação da dor e ou aumento de volume após o tratamento endodôntico que afeta a rotina da vida do paciente, fazendo com que ele retorne o consultório para obter um tratamento para alívio dos sintomas (SATHORN et al., 2009).

A relevância deste estudo está na proposta de enfrentar um tema ainda bastante controverso para a tomada de decisão dos profissionais, analisando a ocorrência de dor pós-operatoria nos casos que envolvem necropulpectomia e biopulpectomia em sessão única e múltipla.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ALTERAÇÕES PULPARES E PERIAPICAIS

Existe uma grande variedade de estímulos atuantes na etiologia das alterações da polpa dental. De acordo com a origem, tipo, duração e intensidade do estímulo, associados às condições do tecido pulpar para reagir a ele, a agressão à polpa pode ser reversível ou irreversível. A patologia pulpar pode variar desde uma inflamação transitória, pulpite reversível a uma pulpite irreversível que se seguirá à necrose total da polpa. A principal causa de injúrias se deve a fatores irritantes microbianos, sobretudo quando ocorre invasão das bactérias da cárie dentária na dentina e tecido pulpar (DE DEUS, 1992).

Paiva e Antoniazzi (1984) descrevem a polpa como uma massa de tecido conjuntivo altamente vascularizado, sediada numa cavidade no interior do elemento dental, onde fica protegida e apta a exercer suas funções de formação, nutrição, defesa e sensorial. Afirmam ainda que qualquer agressão ao dente, mesmo que restrita ao esmalte e dentina, corresponde a uma alteração pulpar. Sendo que essas agressões podem ser: físicas, representadas pelos traumatismos; iatrogênicas, ressaltando os fatores mecânicos, e ainda, térmicos e elétricos e químicas, podendo ocorrer pelo uso de materiais restauradores a base de resina composta até agentes dessenbilizantes e microbianos, que incluem bactérias e toxinas associadas à cárie dentária.

2.2 PROSERVAÇÃO DOS TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS

Um período longo de controle é fator importante para determinar o sucesso da terapia endodôntica. O controle clínico e radiográfico dos procedimentos realizados posterior à sua finalização foi denominado proservação. Cabe ao clínico seguir uma correta filosofia de trabalho, a qual deve abranger desde o início do tratamento até anos após seu "término". A obturação do sistema de canais radiculares não põe fim ao tratamento, pois além do vedamento da câmara pulpar,

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há a necessidade de se observar se houve sucesso ou insucesso no processo de cura da região periapical. A reparação tecidual é um fenômeno evolutivo dinâmico, e em períodos curtos de controle é possível que este processo esteja em evolução e não estabilizado (Leonardo; Leal, 1998).

Ainda, segundo Leonardo e Leal (1998), o tempo de proservação está condicionado ao processo de reparo, e este, por sua vez, está na dependência de fatores locais (presença de infecção, nutrientes, trauma, sobre-obturação) e fatores sistêmicos (nutrição, stress, idade) que variam para cada indivíduo. De acordo com o caso clínico, esse tempo pode ser de 2 a 4 anos. Nos procedimentos de biopulpectomia a proservação deve ser iniciada nos seis primeiros meses e se estender por dois anos. Em casos de tratamentos de polpas necróticas, necropulpectomia, o tempo de proservação é de 2 anos, se foi realizada a necropulpectomia I ( sem lesão ), e de 4 anos, se foi realizada a necropulpectomia II ( com lesão ), ambas com início nos seis primeiros meses.

Conforme Berger et al. (1998), o reparo apical é o objetivo do tratamento endodôntico e caracteriza o sucesso da terapia empregada. A ocorrência do reparo pode ser observada quando o dente apresentar-se clinicamente sem sintomatologia e imagem radiográfica exibindo, independentemente das condições iniciais, integridade da lâmina dura e espessura uniforme do espaço periodontal.

2.3 SUCESSO DA TERAPIA ENDODÔNTICA

A microinfiltração marginal coronária é fator relevante para o insucesso do tratamento endodôntico. A restauração definitiva da coroa dentária pós-tratamento endodôntico, realizada de maneira eficaz e em tempo adequado, é de suma importância para se evitar a recontaminação do canal radicular. Diante das constatações observadas em um estudo de caso clínico, é possível afirmar que mesmo realizando um tratamento endodôntico criterioso pode-se chegar ao insucesso devido à ocorrência de infiltrações marginais. Estas, por sua vez, ocorrem pela perda de eficácia ou má adaptação do material selador provisório. No caso citado, os autores observaram que seis meses após a conclusão do tratamento

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endodôntico o elemento ainda estava com a restauração provisória, porém verificou-se radiograficamente uma regressão considerável da lesão periapical existente. Neste momento, o paciente foi reorientado sobre a importância da restauração definitiva. Contudo, após um ano e dez meses, no segundo controle, o elemento ainda não apresentava tratamento restaurador definitivo, e em conseqüência disso, notou-se a reincidência da lesão (Holland et al., 2008).

De acordo com a revisão sistemática realizada por Sahorn et al. (2009), há profissionais que acreditam que o sucesso e diminuição da dor do tratamento endodôntico se devem à consulta única. Por outro lado, outros profissionais preferem que os procedimentos endodônticos sejam realizados em múltiplas sessões, sendo o motivo assegurar a completa limpeza do sistema de canais radiculares, priorizando a obturação e assegurar tempo suficiente para alcançar a completa limpeza do sistema de canais radiculares, priorizando a obtenção, podendo encontrar na literatura correntes favoráveis para as duas práticas. A patogênese das complicações, pós tratamento endodôntico indicam que as causas dos flare-up compreendem fatores mecânicos, químicos e ou microbianos, injuriando os tecidos periapicais. De fato, a maioria dos casos dos flare-up ocorre como resultado da inflamação periapical aguda, secundariamente a procedimentos intra-radiculares. Indiferente do tipo de injúria, a intensidade da resposta inflamatória é diretamente proporcional a eventos celulares e moleculares determinando o quadro clínico dos flare-up. Esta heterogeneidade entre autores revela a variação enorme envolvendo a tentativa de responder as questões do estudo. Esta observação não é surpresa para todos, considerando os mecanismos propostos da patogenia deste fenômeno patofisiológico. Uma possibilidade assume que a incidência da dor pós-operatória em flare-up seria diferente quando comparadas técnicas convencionais modernas. Por exemplo, o uso de instrumentos rotatórios de NITI resulta em extrusão de debris menor para a área periapical comparando com a técnica step back, então provocando menores complicações pós-operatórias. Outra variável é a técnica, volume e concentração da solução irrigante intracanal. A qual está diretamente relacionada à microbiota do sistema de canais radiculares. Os resultados desta revisão demonstram a necessidade de pesquisas no controle clínico para estabelecermos fatores associados com o sucesso do tratamento endodôntico em sessão única ou múltipla.

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2.4 COMPARAÇÃO ENTRE TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS EM SESSÃO ÚNICA E MÚLTIPLA

Soltanoff (1978) verificou radiograficamente e clinicamente em seu consultório em proservação de seis meses a dois anos, 68 dentes tratados em sessão única e 164 em múltiplas sessões, obtendo respectivamente taxas de sucesso de 85% e 88%.

Ruder e Oliet (1981) avaliaram 98 dentes tratados em sessão única e 185 em múltiplas sessões e verificaram sucessos em 89,8% e 88,7% respectivamente. Quando se realizou terapia endodôntica em sessão única, não houve diferença no percentual de sucesso entre dentes vitais e não vitais, mas dentes tratados em múltiplas sessões que apresentavam polpas vitais mostraram uma menor porcentagem de sucesso.

Oliet (1983) analisou o tratamento de 153 dentes em sessão única, obtendo sucesso em relação ao reparo em 136 dentes (88,9%) e dos 185 tratados em duas sessões, obteve-se 164 (88,6%) de sucesso. As proservações foram feitas decorridos no mínimo 18 meses após os tratamentos endodônticos.

Leonardo et al. (1995) analisaram histologicamente secções de 16 raízes tratadas endodonticamente em múltiplas sessões (método 1) e 15 raízes tratadas em sessão única (método 2). Realizaram preparos químico–mecânicos em dentes de cães com lesão ósseas induzidas, utilizando no método 1 hipoclorito de sódio 5,25% e curativo da associação hidróxido de cálcio e paramonoclorofenol canforado por sete dias e no grupo 2, as raízes receberam irrigações de hipoclorito de sódio 0,5% (líquido de Dakin) e foram obturadas na mesma sessão. Nesse grupo, além de usar menor concentrarão de cloro, não foi utilizada o peróxido de hidrogênio como substancia irrigadora durante a instrumentação dos canais, o que pode ter influenciado os resultados histopatológicos obtidos decorridos nove meses, os quais mostraram melhores reparos periapicais com o método 1.

Frideman et al. (1995) trataram 106 dentes em sessão única utilizando hipoclorito de sódio 0,5% como substância irrigadora e conseguiram sucesso em

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85,8%, enquanto dos 272 dentes tratados em múltiplas sessões utilizando a mistura de hidróxido de cálcio (pó) e solução anestésica, obtiveram 75,4% de sucesso.

Trope et al. (1999) avaliaram radiograficamente o reparo dos dentes com rarefações ósseas peri-radiculares tratados em sessão única ou duas sessões, com aplicação de hidróxido de cálcio como medicação intra-canal entre as sessões. O estado peri-radicular foi avaliado após 52 semanas e os resultados mostraram que o grupo onde hidróxido de cálcio foi utilizado apresentou melhor reparo, seguido do grupo de sessão única (74% e 64%). Os dentes que foram deixados abertos entre sessões apresentaram claramente piores resultados de reparação.

Chagas et al. (2000) avaliaram a prática do tratamento endodôntico em sessão única de dentes necrosados com lesão apical nas Universidades dos Estados Unidos da América ( EUA ). Um questionário contendo oito perguntas objetivas e uma pergunta subjetiva foi enviado às Universidades, totalizando 61 questionários enviados, porém, 47 respondidos. Diante das respostas, os autores fizeram algumas considerações. Em experimentos iniciais de tratamento em sessão única, já se acreditava que o canal poderia ser tão bem limpo em uma como em várias sessões, pois o princípio fundamental para a obturação imediata é a desinfecção do canal radicular. A maioria das Universidades Norte-americanas utiliza hipoclorito de sódio entre 2,5 e 5,25% como substância irrigadora, usam-se brocas Gates-Glidden para o preparo cervical e também acredita que não existe diferença relacionada com o pós-operatório quando se compara obturação mediata e imediata. A partir dos resultados, os autores concluíram que o tema ainda gera certa polêmica, porém a maior parte das Universidades pratica o tratamento de dentes sem vitalidade pulpar e com lesão periapical em sessão única.

Weiger, Rosendahl e Lost (2000) realizaram um trabalho prospectivo para verificar a influência do hidróxido de cálcio usado como medicação intra-canal entre sessões no reparo de lesões periapicais associadas a dentes sem vitalidade e sem prévios tratamentos endodônticos. Compararam o prognóstico dos tratamentos realizados em sessão única ou múltipla, decorridos cinco anos e verificaram percentuais de sucesso que excederam 90% para os dois grupos.

Barros et al. (2003) realizaram uma entrevista com 87 endodontistas de Goiânia-GO com o propósito de avaliar os critérios para a determinação do tratamento endodôntico em única e múltiplas sessões. Levando-se em consideração

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as respostas, constatou-se que 96,5% dos profissionais admitem a realização de única sessão e 3,45% não realizam em única sessão. Porém, somente 56,87% realizam efetivamente entre 5% a 40% dos tratamentos. Em sessão única somente umentrevistado relatou executar 99% dos casos em sessão única, e nenhum relatou realizá-lo na totalidade das terapias instituídas. Os autores concluiram, então, que a maioria dos profissionais indica tratamento em sessão única em algumas situações, no entanto o número de tratamentos efetivamente realizados fica abaixo de 50%. Para Figini et al. (2008), existe uma considerável controvérsia sobre a questão de o que é melhor, o tratamento em uma única sessão ou em múltiplas sessões. Os fatores a serem considerados na escolha do tipo do tratamento seria a habilidade do operador e experiência clínica, as condições dentais (vital ou não vital, sintomático ou assintomático, presença ou não de abscesso), tempo adequado de tratamento, a disponibilidade do paciente, histórica médica e comportamental, assim como as considerações anatômicas e biológicas.

2.5 ESTUDOS RELATANDO DOR PÓS-OPERATÓRIA

Resende, Arruda e Silva (2000) realizaram uma revisão de literatura relativa à terapia endodôntica em uma única sessão para os casos de necrose pulpar. Em relação à taxa de dor pós-operatória, a maioria dos autores admite que o número de sessões não produz aumento da experiência dolorosa após o tratamento. Do mesmo modo, o índice de ocorrência de flare-up não se mostrou maior nos tratamentos em sessão única. Os trabalhos que avaliaram a regressão de lesões periapicais após terapia endodôntica em sessão única relatam níveis de recuperação periapical semelhantes aos conseguidos nos tratamentos de sessões múltiplas. Também as taxas de sucesso não foram inferiores àquelas conseguidas em tratamentos em mais de uma sessão.

Soares e Cesar (2001) avaliaram clinicamente e radiograficamente 30 elementos dentais, anteriores e pré-molares, com diagnóstico de necrose pulpar associada à definida área radiolúcida periapical. Os procedimentos foram realizados por um único operador em sessão única, utilizando copiosa irrigação com solução de

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hipoclorito de sódio a 5,0%. Após o preparo biomecânico, utilizando a técnica step down, seguida de step back, 28 dentes (93,3%) estavam microbiologicamente negativos. Cinco pacientes (16,6%) relataram dor pós-operatória, sendo dois (6,6%) com sintomatologia leve ou moderada e um (3,3%) com dor severa. Onze dentes estavam com a obturação exata e 19 obturados ligeiramente aquém do ápice radiográfico. Dos 28 tratamentos acompanhados clinica e radiograficamente, aos 12 meses, 13 (46,4%) estavam totalmente ou parcialmente reparados. A cultura microbiológica negativa não influenciou no tipo de reparo periapical. Ademais não se observou notável diferença entre os términos apicais das obturações e os tipos de reparação periapical, parcial ou completa.

O autor Siqueira Jr (2003) realizou um estudo com o objetivo de comparar a incidência de flare-up após a obturação dos canais radiculares em procedimentos realizados em sessão única ou múltipla no período de um ano e estabelecer a relação entre dor pré e pós operatória, definindo o decréscimo da dor em intervalos de 1, 7 e 30 dias após a obturação do canal radicular. Foram registrados os fatores clínicos existentes antes, durante e após o tratamento endodôntico completo de cada dente. Este estudo incluiu dentes com vitalidade pulpar, presença ou ausência de dor pré-operatória, flare-up pós-operatórios, e diminuição da dor pós-operatória. Em pacientes que necessitavam tratamento endodôntico em mais de um dente, o atendimento teve intervalo de 4 semanas entre cada dente. A vitalidade pulpar foi determinada por teste elétrico combinado com a presença de sangramento pulpar. As reconsultas após a obturação do canal radicular se deram em 1, 7 e 30 dias. Os pacientes foram entrevistados para determinar se houve ou não sintomatologia dolorosa entre as consultas e quando houve como se deu o decréscimo no intervalo das consultas. A dor foi registrada da seguinte forma: nenhuma dor, desprezível ou moderada/severa. A dor desprezível foi definida como desconforto de duração efêmera, sem necessidade de uso de medicação analgésica e quando não houve alteração na função mastigatória. Na dor moderada/severa houve necessidade de medicação ou tratamento paliativo, com prejuízo na função mastigatória. Os flare-up endodônticos foram relatados quando os pacientes tiveram dor não controlada, com necessidade de medicação e/ou aumento de volume. Foram tratados endodonticamente 283 dentes em 255 pacientes; destes 56 foram excluídos do estudo por não comparecerem nas reconsultas de avaliação. 10 flare-up ocorreram

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em sessão múltipla e 19 em sessão única. Dos 107 dentes que tiveram o tratamento completo em sessão única, 67 tiveram dor pré-operatória e 50 relataram dor operatória. Os 40 dentes que não tinham dor pré-operatória, 8 tiveram dor pós-operatória. Na sessão múltipla, 88 dentes apresentados com dor pré-operatória e 55 com dor pós-operatória. Dos 48 dentes que não tinham dor pré-operatória, apenas 6 apresentaram dor operatória. Dentes com vitalidade tiveram menor dor pós-operatória do que os não-vitais (sem diferença estatística significante). A porcentagem de pacientes da sessão única que apresentaram dor desprezível pós-operatória no 1º e 7º dias foram respectivamente 35,5% e 16,3%. Na sessão múltipla foi de 30,2% e 9,8%. Pacientes que tiveram dor moderada/severa n 7º dia foi maior na sessão múltipla do que na sessão única. No 30º dia não houve dor pós-operatória. O presente estudo relatou maior incidência de dor pós-operatória e flare-up após o tratamento endodôntico em consulta única. Contudo, a sessão única tem sido uma alternativa mais efetiva que a sessão múltipla, especialmente em comunidades onde pacientes costumam faltar após a 1ª consulta quando a dor foi atenuada.

A prevalência da dor pós-operatória ou flare-up são fatores relevantes no momento da decisão clínica. Obviamente, o tratamento endodôntico com menor índice de dor pós-operatória é usualmente o tratamento de escolha enquanto não comprometa a efetividade e os custos da endodontia. Contudo os autores Silveira et al. (2007) realizaram um estudo com o objetivo de questionar duas propostas clínicas as quais foram construídas em P. I. C. O (P- problema, I-intervenção, C- comparação e O- conseqüência): 1- pacientes em tratamento endodôntico, comparando a sessão única e múltipla, que resultaram maior freqüencia ou severidade de dor pós-operatória, medido pelo grau de dor relatado pelos pacientes 2- pacientes em tratamento endodôntico, comparando a sessão única e múltipla, resultando na maior prevalência de flare-up, medidos pelo número de pacientes que retornaram para receberem tratamento para alívio dos sintomas. Foram identificados os estudos clínicos que compararam a freqüência e severidade da dor e flare-up nos casos de tratamento endodôntico em sessão única e múltipla. Foram selecionads 220 estudos preliminares e 200 foram excluídos após análise do resumo e título. Os 20 artigos restantes foram submetidos à análise criteriosa. Os critérios de inclusão foram os estudos em que não existiam pacientes com história médica

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relevante; tratamentos endodônticos sem necessidade de cirurgia paraendodôntica; estudos comparativos da sessão única e múltipla; estudos com citações de prevalência de flare-up e decréscimo da dor. Os critérios de exclusão foram a dor não avaliada após o término do tratamento; sem comparação da sessão única e múltipla; sem registros da prevalência de dor ou flare-up; estudos sem detalhes sobre o procedimento clínico endodôntico. A prevalência da dor pós-operatória atingiu percentuais entre 3% e 58%. A compilação dos dados indicou uma prevalência significativamente diferente da dor pós-operatória e flare-up. O baixo grau de concordâncias dos estudos, tanto na sessão única quanto na múltipla, reflete a ampla variação de medidas da dor severa, diferenças no protocolo de tratamento e seleção de pacientes, bem como a variabilidade na eficácia do tratamento.

Uma revisão sistemática teve como objetivo analisar a presença de dor após o tratamento endodôntico em dentes com infecções primárias. As fontes bibliográficas catalogadas foram identificadas eletronicamente por MEDLINE, a partir de 1966 até 23 de fevereiro de 2007. Foram encontrados 351 artigos. Destes, 6 envolviam estudos epidemiológicos, 16 revisões de literatura e 55 casos clínicos. Sobre dor relacionada ao limite apical foram encontrados 10 artigos; a soluções irrigantes, 12 artigos; a medicação intracanal, 29 artigos; a obturação do canal radicular, 9 artigos; ao número de sessões, 24 artigos. Do total de estudos analisados, 9 satisfizeram aos critérios de inclusão. Os autores concluíram que a estimativa de sucesso clínico a partir dos trabalhos avaliados evidencia que o processo de sanificação e o apropriado emprego de medicamentos intracanal conduzem a elevada taxa de ausência de dor pós-operatória em infecções endodônticas primárias (Estrela et al., 2008).

Sathorn, Parashos e Messer (2008) realizaram uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar as provas referentes à dor pós-operatória e flare-up de tratamentos endodôntico realizados em consulta única ou múltipla. A base de dados foi pesquisada no MEDLINE, EMBASE e CENTRAL. O método de revisão incluiu estudos clínicos que compararam a prevalência / severidade da dor pós-operatoria ou flare-up em dentes unirradiculares tratados em múltiplas sessões. Os dados desses estudos foram extraídos independentemente. Dos dezesseis estudos que seguiram os critérios de inclusão, com o tamanho da amostra variando de 60-1012

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dos casos, a prevalência de dor pós-operatória variou de 3% para 58%. A heterogeneidade entre os estudos incluídos era demasiadamente grande para realizar a meta-análise e produzir resultados significativos. Provas convincentes indicando uma diferença significativa na prevalência de dor pós-operatoria/flare-up de tratamento realizado em única ou múltipla está faltando. O baixo nível de concordância entre os estudos reflete a diferença na medida de intensidade da dor, diferenças nos protocolos de tratamento e seleção dos pacientes, bem como variabilidade nos efeitos do tratamento.

Um estudo avaliou a incidência de dor pós-operatória em sessão única e múltipla no tratamento de dentes com polpas vitais e não vitais. Para isso, foram identificados e incluídos no estudo um total de 306 pacientes com dentes necessitando de tratamento endodôntico divididos aleatoriamente em dois grupos. Enquanto os dentes dos pacientes do grupo 1 foram obturados, os do grupo 2 foram temporariamente selado e obturados após uma semana. Três dias após a instrumentação do canal radicular de cada dente, os pacientes foram questionados quanto a experiência de dor pós-operatória (nenhuma, leve, moderada ou severa dor). Os dados foram analisados estatisticamente por meio do teste do qui- quadrado mostrando não haver diferença significativa na dor pós-operatória entre dentes vitais e não vitais (p>0,01). Dor leve, moderada e intensa ocorreram em 31,4, 13,7 e 4,6% dos dentes vitais, respectivamente. Dor pós-operatória ocorreu em 107 (69,9%) e 106 (69,3%) dentes nos grupos de tratamento com sessão única e múltipla, respectivamente, não havendo diferença significativa na dor pós-operatória entre os dois grupos (p>0,01). Os autores concluíram que a prevalência de dor pós-operatória não diferiu entre os dentes vitais e não vitais. A maioria dos pacientes em ambos os grupos relataram nenhuma ou apenas dor leve (Ince et al., 2009).

Sathorn, Parashos e Messer (2009) realizaram um estudo para verificar o ponto de vista do endodontista Australiano, sobre realizar o tratamento em sessão única e múltipla. Alem disso, identificar a base sobre a qual a escolha é feita e quais são as informações necessárias para a escolha do tratamento. Estes profissionais foram informados da pesquisa e os que mostraram interesse foram entrevistados pessoalmente ou por telefone, teve um período de 15 a 20 minutos de duração a entrevista, onde foi abordado os seguintes tópicos: processos clínicos, lógica de tratamento e preferência. 52 endodontistas (71% de todos os australianos

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endodontistas) concordaram em participar do estudo. Quase todos (51/52) dos participantes já tinham realizado tratamento em sessão única, mas muito poucos realizavam a pratica endodôntica em sessão única rotineiramente. A maioria dos participantes estavam dispostos a fornecer tratamento em sessão única onde os pacientes apresentam limitações de tempo, e em casos de vitalidade pulpar. Concluiu-se que os endodontistas australianos preferem múltiplas sessões no tratamento endodôntico.

Conforme ElMubarak et al. (2010), o tratamento endodôntico é um procedimento comum na odontologia que pode levar a dor pós-operatoria, que é definida como a dor de qualquer grau, ou ao flare-up que tem sido definido como o início ou a continuação da dor e / ou inchaço após o tratamento endodôntico. O desenvolvimento da dor pós-operatoria é geralmente devido à inflamação aguda, como resposta dos tecidos perirradiculares. Começa dentro de poucas horas ou dias após o tratamento endodôntico. O objetivo do presente estudo foi avaliar a dor pós-operatoria após tratamento endodôntico na Faculdade de Odontologia, no Sudão. Onde foram selecionados 234 pacientes na faixa etária 18-62 anos. O tratamento endodôntico foi realizado pelos alunos de graduação em únicas e múltiplas sessões. A dor do pós-operatório foi relatada por cada paciente, utilizando escala em dois intervalos de tempo, 12 horas e 24 horas. A incidência geral da dor pós-operatória foi de 9,0% após 12 horas e 24 horas. A dor pós-operatória desenvolvida em 15,9% dos pacientes com história de dor no pré-operatório, enquanto 7,1% tinham dor pós-operatória entre aqueles sem história de dor pré-pós-operatória. Não houve diferença significativa na dor pós-operatória entre a visita única e múltipla. Concluindo que dentro das limitações do presente estudo não houve diferença significativa existe na dor pós-operatória após a visita única ou sessão múltipla.

Wang et al. (2010) realizaram um estudo para comparar a incidência e a intensidade da dor pós-operatoria de dentes tratados em única e em múltiplas sessões. Foram selecionados 100 pacientes que necessitavam de tratamento endodôntico em dentes anteriores permanentes de condição pulpar vital. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 50 pacientes cada. Depois de terem sido anestesiados, acesso e extirpação da polpa, os canais de todos os dentes foram preparados utilizando instrumentos rotatórios de níquel-titânio em uma técnica coroa-ápice e irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. Os dentes

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do grupo 1 (n = 50) foram instrumentados e obturados em sessão única com Cimento AH Plus e guta-percha utilizando a técnica de compactação lateral, enquanto que aqueles do grupo 2 (n = 50) foram medicados com hidróxido cálcio,e selados com uma bolinha de algodão seca/estéril e Cavite. E agendado para uma segunda visita após 7 dias. A escala utilizada para medir a dor pós-obturação foi verbal com intervalos de tempo entre 6, 24 e 48 horas após a obturação. Foram excluídos do estudo 11 pacientes por apresentarem mais de um canal radicular ou por não responderem no tempo determinado. Os dados foram obtidos através dos 89 pacientes restantes. 43 pacientes foram submetidos a tratamento em uma sessão (grupo 1) e 46 submetidos a tratamento em duas sessões (grupo 2). A maioria dos pacientes em ambos os grupos relataram nenhuma dor ou apenas ligeira dor em cada intervalo de pós-obturação, apenas um paciente do grupo 1 e um do grupo 2 tiveram flare-ups e ligeiro inchaço. Não houve diferença estatisticamente significativa na incidência e intensidade de dor pós-operatória em dentes vitais e unirradiculares.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a ocorrência de dor pós-operatória em pacientes com tratamentos endodônticos realizados em sessão única atendidos no curso de especialização em Endodontia da Unidade Avançada de Pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo no período de fevereiro de 2008 a maio de 2010.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar a dor pós-operatória em todos os pacientes atendidos, independente do número de sessões realizadas.

 Avaliar as possíveis causas de dor pós-operatoria nos pacientes que realizaram tratamentos endodônticos em sessão única.

 Descrever os fatores sociodemográficos dos pacientes que realizaram os tratamentos endodônticos.

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4 METODOLOGIA

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

O desenho do estudo foi descritivo transversal.

4.2 AMOSTRAGEM

Foram avaliados 141 prontuários de pacientes que realizaram procedimentos endodônticos atendidos pelos alunos da Unidade Avançada de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo no período de fevereiro de 2008 a maio de 2010.

4.3 COLETA DE DADOS

Para esta pesquisa foi construído um banco de dados, onde foram armazenados os dados referentes às condições endodônticas dos dentes tratados (número de sessões e presença de dor) e as características sociodemográficas dos pacientes. Todas estas informações foram retiradas dos prontuários: Ficha de exame anamnésico (Anexo A), Ficha clínica para controle pós-operatório em Endodontia (Anexo B) e Ficha clínica para Endodontia (Anexo C).

4.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), sendo que a pesquisa assegurará a privacidade aos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Ingá/Uningá de Maringá (Apêndice B), sob CAAE nº 0011.0.362.000-10.

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4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos nos 141 prontuários dos pacientes atendidos no curso de Endodontia da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo–RS foram digitados no Excel e posteriormente exportados para o programa estatístico SPSS 17.0 para análise estatística.

A análise estatística seguiu uma análise descritiva dos dados e a aplicação de testes específicos para verificação dos objetivos. O teste utilizado permitiu verificar as relações entre variáveis e a apresentação foi feita na forma de freqüências por análise inferencial pelo teste do Qui-quadrado. O nível de significância utilizado foi de 5%.

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5 RESULTADOS

Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva a partir dos dados coletados de todos os prontuários da amostra que continham as informações corretamente preenchidas, sendo que a amostra foi de 141, independente do número de sessões. Após, foi realizada uma análise descritiva somente dos pacientes que tiveram algum tipo de dor pós-operatória nos tratamentos endodônticos realizados em sessão única, tendo um total de 42.

Posteriormente, foi realizada uma análise estatística inferencial com a amostra dos pacientes que realizaram tratamentos em sessão única, utilizando como variável dependente ter tido ou não dor pós-tratamento endodôntico, cuja amostra foi de 116.

5. 1 ANÁLISE DESCRITIVA DA AMOSTRA

A maioria dos pacientes da pesquisa tem idade entre 21 a 67 anos (40,4%; n=57), seguido pelos mais jovens com até 20 anos de idade (34,8%; n=49). Em relação ao sexo, 62,4% (n=88) é do sexo feminino e 37,6% (n=53) do sexo masculino, sendo a maioria deles, casados (48,2%; n=68). Muitos deles estudaram somente até o Ensino Fundamental (35,5%; n=50), seguido pelos que estudaram até o Ensino Médio (30,5%; n=43). A maioria dos pacientes da amostra que respondeu a questão referente à renda possui renda individual de até R$ 1.000,00 por mês (38,3%; n=54). A média de renda dos 74 indivíduos (52,5%) foi de R$ 919,00 por mês, embora tenha se observado que estes dados estão incompletos em 47,5% (n=67) dos prontuários dos pacientes. A maior ocorrência de casos tratados foi em dentes molares (66%; n=93), tendo como necessidade de tratamento endodôntico mais frequente em dentes com a condição pulpar de necrose (51,1%; 72), seguido pela condição vital em 39% (n=55) dos casos. A técnica de instrumentação mais utilizada foi a rotatória com frequência de 88,7% (n=125) com o tratamento realizado em única sessão (82,3%; n=116). Do total da amostra, 34,8% (n=49) pacientes relataram dor pós-operatória. Os dados descritivos desta amostra encontram-se na Tabela 1.

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Tabela 1 – Descrição dos dados clínicos e demográficos de todos os pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo-RS, 2010 (n=141). DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS N (141) % (100) Idade 9 a 20 anos 49 34,8 21 a 50 anos 57 40,4 51 a 67 anos 35 24,8 Sexo Masculino 53 37,6 Feminino 88 62,4 Estado civil solteiro/a 57 40,4 casado/a 68 48,2 separado/a e viúvo/a 16 11,3 Grau de escolaridade ensino fundamental 50 35,5 ensino médio 42 29,8 superior 16 11,3 Sem resposta 33 23,4 Renda até 1.00,00 54 38,3 mais de 1.000,00 20 14,2 sem resposta 67 47,5 Dentes incisivos e caninos 17 12,1 pré-molares 31 22,0 molares 93 66,0 Condição pulpar vital 55 39,0 necrosada 72 51,1 retratamento 14 9,9 Técnica de Instrumentação manual 16 11,3 rotatória 125 88,7 Número de sessões única 116 82,3 múltipla 25 17,7 Dor sim 49 34,8 não 92 65,2

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Porém, quando analisados somente os que realizaram endodontia em sessão única, a ocorrência de dor foi de 36,2% (n=42) e dos que realizaram em múltiplas sessões, 28% (n=7), conforme Figura 1. Não houve significância estatística entre dor e o número de sessões ao teste do Qui-quadrado (p > 0,05).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 dor não 36,2 63,8 28 72 única múltipla

Figura 1 - Frequência de dor pós-tratamento em pacientes que realizaram tratamento

endodôntico no curso de Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=141).

A Tabela 2 descreve os dados clínicos dos pacientes que realizaram tratamento endodôntico em sessão única, verificando que a maioria dos dentes tratados foram molares permanentes (62,1%), com condição pulpar necrosada (52,6%), sendo a técnica rotatória a mais utilizada (89,0%).

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Tabela 2 – Descrição dos dados clínicos dos pacientes que realizaram tratamento endodôntico em sessão única no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=116).

DADOS CLÍNICOS N (116) % (100) Dentes incisivos e caninos 15 12,9 pré-molares 29 25,0 molares 72 62,1 Condição pulpar vital 44 37,9 necrosada 61 52,6 retratamento 11 9,5 Técnica de Instrumentação manual 12 10,3 rotatória 104 89,7 Dor sim 42 36,2 não 74 63,8

5.2 ANÁLISE DESCRITIVA EM RELAÇÃO À DOR

Na Tabela 3 encontram-se os dados relativos à dor pós-tratamento endodôntico realizado em sessão única. Observou-se que 47,6% (n=20) dos pacientes tiveram um tempo de dor entre 2 a 5 dias. A intensidade da dor mostrou-se na maioria das vezes tolerável (88,1%; n=37). Não houve edema em 90,5% (n=38) dos casos e 64,3% (n=27) dos indivíduos utilizaram, para minimizar a dor, medicamentos como analgésico, antibiótico ou ambos.

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Tabela 3 – Descrição das frequências das variáveis relacionadas à dor pós-tratamento endodôntico realizado em sessão única dos pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=42).

DADOS DE DOR N (42) % (100) Tempo da dor 1 dia de dor 12 28,6 2 a 5 dias de dor 20 47,6 6 a 21 dias de dor 10 23,8 Intensidade da dor tolerável 37 88,1 insuportável 5 11,9 Edema sim 4 9,5 não 38 90,5 Medicamentos usados nenhum 15 35,7 analgésico 18 42,9 antibiótico 3 7,1 analgésico+antibiótico 6 14,3 5.3 ANÁLISES BIVARIADAS

Análises bivariadas foram obtidas através do teste do Qui-quadrado e teste Exato de Fischer utilizado para testar a hipótese de igualdade e equivalência entre as proporções para a amostra deste estudo. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5% em um intervalo de confiança de 95%.

A variável dependente utilizada neste estudo foi ter tido ou não dor pós-tratamento endodôntico realizado em pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo-RS, sendo que para a análise estatística foram dicotomizadas em 0 e 1. As variáveis independentes (Grupo de dentes, condição pulpar, técnica de instrumentação, sexo, idade e estado civil) foram categorizadas em duas, conforme as frequências de seus dados.

Após a análise bivariada, verificou-se no presente estudo que houve associação estatisticamente significativa entre a variável de desfecho dor e a

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variável independente técnica de instrumentação (p=0,029), sendo que a dor esteve associada aos pacientes em que foi utilizada a técnica rotatória no preparo do canal radicular. A variável independente sexo dos pacientes, também esteve associada à dor (p=0,005), sendo que os pacientes do sexo masculino apresentaram menor ocorrência de dor do que os do sexo feminino. Todos os dados encontram-se na Tabela 3.

Tabela 4 – Análises bivariadas entre a variável dor pós-tratamento endodôntico realizado em sessão única e as variáveis independentes dos pacientes atendidos no curso Endodontia da Unidade de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo – RS, 2010 (n=116).

Dor

Sim Não TOTAL

N % N % N % p Grupo dentário 0,286 Incisivos, caninos e pré-molares 14 31,8 30 68,2 44 100,0 Molares 28 38,9 44 61,1 72 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0 Condição pulpar 0,265 Biopulpectomia 18 40,9 26 59,1 44 100,0 Necropulpectomia e retratamento 24 33,3 48 66,7 72 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0 Técnica de instrumentação *0,029 Manual 1 8,3 11 91,7 12 100,0 Rotatória 41 39,4 63 60,6 104 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0

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*p< 0,05 – significância estatística. Sexo *0,005 Maculino 9 20,5 35 79,5 44 100,0 Feminino 33 45,8 39 54,2 72 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0 Idade 0,553 9 a 20 anos 9 30,0 21 70,0 30 100,0 21 a 50 anos 20 41,7 28 58,3 48 100,0 51 a 67 anos 13 34,2 25 65,8 38 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0 Estado civil 0,532 Solteiro/a 19 42,2 26 57,8 45 100,0 Casado/a 19 33,3 38 66,7 56 100,0 Separado/a ou viúvo/a 4 28,6 10 71,4 14 100,0 TOTAL 42 36,2 74 63,8 116 100,0

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6 DISCUSSÃO

Resende, Arruda e Silva (2000) afirmam que o número de sessões não produz aumento da experiência dolorosa após o tratamento endodôntico. O presente estudo que analisou 141 prontuários de pacientes tratados endodonticamente atendidos pelos alunos da Unidade Avançada de pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo no período de fevereiro de 2008 a maio de 2010, observou a ocorrência de dor em 36,2% dos pacientes tratados em sessão única e 28% dos tratados em sessão múltipla, não apresentando diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Estrela et al. (2008) concluíram a partir de revisão sistemática que o processo de sanificação e o apropriado emprego de medicamentos intracanal conduzem a elevada taxa de ausência de dor pós-operatória levando ao sucesso clínico.

No curso de Especialização em Endodontia analisado no presente estudo, na maioria dos casos são realizados tratamentos endodônticos em sessão única, visto nas frequências dos prontuários que 82,3% (n=116) foram feitos em sessão única e somente 17,7% (n=25) em sessão múltipla. No trabalho de Siqueira Jr. (2003), dos 107 dentes que tiveram o tratamento completo em sessão única, 50 relataram dor pós-operatória. Na sessão múltipla, dos 176 dentes tratados, 55 relataram dor pós-operatória. Para Figini et al. (2008), existe uma considerável controvérsia sobre a questão de o que é melhor, o tratamento em uma única sessão ou em múltiplas sessões em diferentes condições pulpares. Os autores Silveira et al. (2007) realizaram estudo com o objetivo de questionar pacientes que sofreram tratamento endodôntico, comparando a sessão única e múltipla, relacionando a maior frequência ou severidade de dor pós-operatória, medido pelo grau de dor relatado pelos pacientes. A prevalência da dor pós-operatória atingiu percentuais entre 3% e 58%. Soltanoff (1978) verificou radiograficamente e clinicamente em seu consultório no período de seis meses e dois anos, 68 dentes tratados em sessão única e 164 em múltiplas sessões, obtendo respectivamente taxas de sucesso de 85% e 88%. Contudo, a sessão única tem sido uma alternativa mais efetiva que a sessão múltipla, especialmente em comunidades onde pacientes costumam faltar após a primeira consulta quando a dor foi atenuada. Sathorn et al. (2008) em estudo

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de revisão sistemática para avaliar a dor pós-operatória e flare-up de tratamentos endodôntico verificaram que o baixo nível de concordância entre os estudos reflete a diferença na medida de intensidade da dor, diferenças nos protocolos de tratamento e seleção dos pacientes, bem como variabilidade nos efeitos do tratamento.

Um estudo avaliou a incidência de dor pós-operatória no tratamento de dentes com polpas vitais e não vitais, concluindo que a prevalência de dor pós-operatória não diferiu entre os dentes vitais e não vitais. A maioria dos pacientes em ambos os grupos relataram nenhuma ou apenas dor leve (INCE et al., 2009).

Segundo os Richard e Walton (2002), certos fatores podem influenciar o progresso da dor pós-operatória, como o histórico de dor pré-operatória e a necessidade de retratamento endodôntico. Os autores afirmam que devido a interação entre os tecidos periapicais e microrganismos, o flare-up ocorre mais facilmente em casos de polpa necrosada. Afirmam também, que o tratamento do canal radicular em sessão única tem se tornado uma prática comum e oferece muitas vantagens incluindo a redução da taxa de flare-up. No presente estudo foiram avaliados 141 prontuários, onde um total de 49 (34,8%) apresentaram algum tipo de dor.

Siqueira Jr (2003) com o objetivo de estabelecer a relação entre dor pós-operatória definiu o decréscimo da dor em intervalos de 1, 7 e 30 dias após a obturação do canal radicular. A porcentagem de pacientes da sessão única que apresentaram dor desprezível pós-operatória no 1º e 7º dias foram respectivamente 35,5% e 16,3%. Na sessão múltipla foi de 30,2% e 9,8%. Pacientes que tiveram dor moderada/severa n 7º dia foi maior na sessão múltipla do que na sessão única. No presente estudo, quando analisados somente os casos realizados em sessão única (n=42), observou-se que 47,6% dos pacientes tiveram um tempo de dor entre 2 a 5 dias com intensidade tolerável (88,1%) e sem edema em 90,5% dos casos e 64,3% (n=27) dos indivíduos utilizaram, para minimizar a dor, medicamentos como analgésico, antibiótico ou ambos.

No presente estudo após a análise bivariada, verificou-se que houve associação estatisticamente significativa entre a variável de desfecho dor e a variável independente técnica de instrumentação, sendo que a dor esteve associada aos pacientes em que foi utilizada a técnica rotatória no preparo do canal radicular

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(p=0,029). Estudos avaliaram diversos fatores relacionados a dor pós-operatória, como irrigantes e suas concentrações, medicações intracanal, tempo de manutenção da medicação intracanal, entre outros. Porém, não foi encontrado estudo verificando a relação entre a técnica de instrumentação, assim como na presente pesquisa..

A variável independente sexo dos pacientes, também esteve associada à dor, sendo que os pacientes do sexo masculino apresentaram menor ocorrência de dor do que os do sexo feminino (p=0,005). Diferenças relacionadas à idade, tipos de dentes e a prevalência de flare-up não foram estatisticamente significativas em estudo realizado por Morse et al. (1987). Contudo, no mesmo estudo, em relação ao sexo dos pacientes, a maior tendência de flare-up ocorreu em pacientes do sexo feminino, contrariando os achados do presente estudo.

Conforme ElMubarak et al. (2010), o tratamento endodôntico é um procedimento comum na Odontologia que pode levar a dor pós-operatoria, independente do número de sessões. A prevalência da dor pós-operatória ou flare-up são fatores relevantes no momento da decisão clínica. Obviamente, o tratamento endodôntico com menor índice de dor pós-operatória é usualmente o tratamento de escolha, enquanto não comprometa a efetividade e os custos da Endodontia (SILVEIRA et al., 2007)

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7 CONCLUSÕES

Após análise dos dados dos prontuários dos pacientes que fizeram tratamentos endodônticos no curso de especialização em Endodontia da Unidade Avançada de Pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo no período de fevereiro de 2008 a maio de 2010, observou-se que:

 A ocorrência de dor pós-operatória foi de 36,2% em sessão única e 28% em sessão múltipla, sendo considerada relevante para a clínica odontológica.

 A técnica de instrumentação esteve associada à dor pós-operatória nos pacientes em que foi utilizada a técnica rotatória no preparo do canal radicular em sessão única.

 Os pacientes do sexo masculino apresentaram menor ocorrência de dor do que os do sexo feminino, estando associados à dor pós-operatória nos pacientes que realizaram endodontia em sessão única.

 A maior ocorrência de casos tratados foi em dentes molares, tendo como necessidade de tratamento endodôntico mais frequente em dentes com necrose pulpar. A técnica de instrumentação mais utilizada foi a rotatória e o tratamento realizado em única sessão.

 A maioria dos pacientes da pesquisa é do sexo feminino com idade entre 21 a 67 anos, sendo casados e tendo estudado somente até o Ensino Fundamental.

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REFERÊNCIAS

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(43)

ANEXOS Anexo A – Ficha de exame anamnésico.

(44)
(45)

Anexo B – Ficha clínica para controle pós-operatório em Endodontia.

(46)
(47)

Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Prezado (a) Sr (a),

Estou realizando um estudo que aborda um tema que diz respeito à área da Endodontia, cujo título é: “DOR PÓS-OPERATÓRIA EM TRATAMENTO ENDODÕNTICO REALIZADO EM SESSÃO ÚNICA”. Para isso, desejo obter maior conhecimento, junto aos profissionais da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá de Passo Fundo com o “objetivo de avaliar se houve dor pós-operatória em dentes tratados em sessão única, a fim de contribuir para investigação na área da Endodontia”.

Desde já, coloco-me a disposição para qualquer esclarecimento. Rua Rubens Ribeiro, 329 Bairro Centro Nepomuceno – Minas Gerais. Email: bellapetrini@hotmail.com

O Projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos da Faculdade Ingá/Uningá. Qualquer dúvida ou maiores esclarecimentos procurar um dos membros da equipe do projeto ou o Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Faculdade Ingá, Uningá (Avenida Colombo, 9727 – Sala 01 Bloco H – Telefone (44) 3225-5009 – ramal 225).

Se o Senhor (a) quiser colaborar com esta pesquisa, que será minha monografia, apenas terá que responder a um questionário sem custo, bem como assinar este termo consentindo em participar.

A sua participação não é obrigatória, mas se decidir participar, seu nome ou qualquer outra identificação não constarão na pesquisa. Apenas utilizaremos as informações relatadas no prontuário de exame, não havendo penalidade para o indivíduo que decidir não conceder a permissão para utilização dos dados do prontuário.

Terminado este estudo, os resultados, que são de nossa inteira responsabilidade, estarão a sua disposição, assim como também estaremos para esclarecer dúvidas sobre a pesquisa, garantido sigilo absoluto quanto aos dados informados pelo voluntário que participarão da pesquisa. Os registros dessa

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