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SUBSTITUIÇÃO DA PROTEÍNA DO FARELO DE ALGODÃO PELA DA FARINHA DE LEUCENA EM CONCENTRADOS PARA VACAS EM LACTAÇÃO

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1 Pesquisadores da área de Nutrição Animal, Iapar, Cx. Postal 197 – 86.200-000 – Ibiporã, PR. E-mail: lancanov@pr.gov.br 2 Pesquisadora da área de Biometria, Iapar – Londrina, PR

SUBSTITUIÇÃO DA PROTEÍNA DO FARELO DE ALGODÃO

PELA DA FARINHA DE LEUCENA EM CONCENTRADOS PARA

VACAS EM LACTAÇÃO

(SUBSTITUTION OF THE PROTEIN OF THE COTTONSEED MEAL FOR THE

LEUCAENA MEAL IN CONCENTRATE FOR COWS IN LACTATION)

J. A. C. LANÇANOVA

1

, H. C. V. CODAGNONE

1

, I. F. YADA

2

RESUMO

Avaliou-se a substituição da proteína do farelo de algodão (FA) pela da farinha de leucena mais uréia (FLU), em concentrados para vacas em lactação. Utilizaram-se oito vacas mestiças Holandês-Zebu com aproximadamente 70 e 110 dias de lactação, distribuídas em dois quadrados latinos (respectivamente, grupo A e grupo B), compostos por quatro períodos de quatorze dias cada. Os tratamentos foram: T1- 100% FA; T2- 72% FA + 28% FLU; T3- 44% FA + 56% FLU; e T4- 16% FA + 84% FLU. Todas as vacas receberam 1,76 kg MS/dia de milho (grão moído) mais silagem de milho à vontade. Os consumos (kg) de MS e PB dos concentrados foram de: 3,12 e 0,720; 3,33 e 0,720; 3,59 e 0,722; 3,82 e 0,722, respectivamente para 100% FA; 72% FA + 28% FLU; 44% FA + 56% FLU; e 16% FA + 84% FLU. Os valores médios para produção de leite e leite corrigido para 4% de gordura (kg/dia) e teor de gordura (%), respectivamente para grupo A e grupo B, foram: 10,27 e 9,31; 9,16 e 8,70; 3,322 e 3,600. Para densidade, % extrato seco total, % PB e % extrato seco desengordurado foram: 1,0266 e 1,0262; 11,478 e 11,966; 2,953 e 3,096; 8,156 e 8,366, respectivamente para grupo A e grupo B, não havendo diferença (p>0,05) entre tratamentos, recomendando-se a inclusão de farinha de leucena mais uréia no nível máximo (84%).

PALAVRAS-CHAVE: Gado mestiço, produção e composição do leite, proteína, vaca leiteira.

SUMMARY

The substitution of the protein (CP) of the cottonseed meal (FA) for the leucaena meal plus urea (FLU) was evaluated, in concentrate for cows in lactation. Eight Holstein-Zebu crossbreed cows with 70 and 110 days of lactation (group A and B, respectively) were used, distributed in two Latin Squares (group A and group B), composed by four periods of fourteen days each. The treatments were: T1 - 100% FA; T2 - 72% FA + 28% FLU; T3 - 44% FA + 56% FLU and T4 - 16% FA + 84% FLU. All the cows received 1.76 kg DM/day of corn (ground grain) plus corn silage ad libitum. The intake (kg) of DM and CP of the rations were: 3.12 and 0.720; 3.33 and 0.720; 3.59 and 0.722; 3.82 and 0.722, respectively for 100% FA; 72% FA + 28% FLU; 44% FA + 56% FLU and 16% FA + 84% FLU. The average values for milk production (kg/day), fat corrected milk (kg/day) and fat (%), respectively for group A and group B, were: 10.27 and 9.31; 9.16 and 8.70; 3.322 and 3.600. For density, % total solids, % CP and % solids not-fat, were 1.0266 and 1.0262; 11.478 and 11.966; 2.953 and 3.096; 8.156 and 8.366, respectively for group A and group B. There were no differences (p>0.05) among treatments, so leucaena meal plus urea inclusion is recommended at the maximum level (84%).

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INTRODUÇÃO

A alimentação do gado leiteiro (rebanho mestiço) na região Norte do Paraná está baseada principalmente em gramíneas tropicais. Na época chuvosa (outubro a março), se forem bem manejadas, é possível obter-se com essas forrageiras elevadas produções de matéria seca (MS) de boa qualidade, proporcionando produções ao redor de 10 kg leite/vaca/dia. Ao contrário, na época seca, ocorre acentuada queda na produção de MS dessas gramíneas. Portanto, torna-se necessária a suplementação dos animais com alimentos volumosos e concentrados protéico-energéticos, de acordo com o potencial de cada animal. O uso de concentrado, principalmente na época seca, é de extrema necessidade, pois a maioria dos volumosos disponíveis nessa época não mantém a produção das vacas em lactação.

O fator custo exerce papel importante na produção de leite. Portanto, quanto menores forem os gastos, sem comprometer o desempenho animal, maior será a renda líquida obtida pelo produtor. Desta forma, a cultura da leucena (Leucaena leucocephala), adaptada em termos de clima e solo à região Norte do Paraná, pode ser uma boa opção para suplementação protéica do rebanho. Resultados obtidos por SÁ (1987) em Ibiporã, Norte do Paraná, indicaram que esta leguminosa, quando cortada a 0,60 m do solo (altura da planta em torno de 1,50 - 1,60 m) e a cada 42 dias, em média, produziu 15 toneladas de MS/ha/ ano de forragem consumível (folhas e hastes com diâmetro inferior a 0,5 cm), com 18 a 20 % de proteína bruta (PB), como média de três anos. Com a elevação da idade da planta ocorreu redução na qualidade da mesma, devido à maior percentagem de hastes, pois a composição das folhas manteve-se praticamente constante, independentemente da idade da planta (SÁ, 1997a). Se não houver utilização total da leucena na época das chuvas, pode-se cortar a planta, triturá-la e colocá-la ao sol para secar. Após dois a três dias este material (planta inteira moída e seca) pode ser novamente moído e armazenado para suplementação dos animais, quando necessário. A planta inteira também pode ser deixada em exposição ao sol por um a dois dias. Com isso, as folhas secarão, possibilitando um material de elevada qualidade ( 20 a 25 % PB), podendo ser comparada à alfafa. Desta forma, a farinha de leucena (planta inteira ou folhas) poderá fazer parte de rações para vacas em lactação ou de outras categorias. Embora com menor produção na época seca, a leucena mantém-se verde, resistindo a deficiências hídricas. Isso possibilita o seu uso como banco de proteína (SÁ, 1997b).

De acordo com CARVALHO FILHO et al. (1988), a suplementação exclusiva com 4,8 kg/vaca/dia de leucena fresca triturada (1,36 kg de MS) em substituição ao farelo de coco para vacas em lactação (mestiças Holandês-Zebu)

mantidas em pastagem de capim-marmelada (Brachiaria

plantaginea) e capim-buffel (Cenchrus ciliaris)

mostrou-se economicamente viável (9,1 kg de leite/vaca/dia) quando comparada com a oferta de 1,5 kg/vaca/dia de farelo de coco (10,3 kg/vaca/dia). Da mesma forma, FLORES et al. (1979) suplementaram vacas da raça Jersey com 4 kg/ animal/dia de leucena fresca triturada e obtiveram 10,3 kg leite/vaca/dia, em relação às não suplementadas (9,6 kg leite/vaca/dia), ambas mantidas em pastagem de capim de Rhodes (Chloris gayana) bem fertilizada.

CODAGNONE & LANÇANOVA (1994) avaliaram alguns suplementos protéicos, entre os quais o farelo de algodão (FA), a farinha de leucena planta inteira (FLI) e farinha de folíolos de leucena (FFL). Foram determinadas as taxas de degradabilidade da MS e do N no rúmen e, por estimativa, a biodisponibilidade do N pós-ruminal (BNPR). Com 24 horas de incubação a BNPR (% sobre o N insolúvel no rúmen) foi de 42,64; 54,19 e 73,84%, respectivamente para FLI, FFL e FA. Posteriormente, avaliou-se o desempenho de novilhas mestiças Holandês-Zebu recebendo diferentes fontes protéicas que forneciam 52% da PB da ração (isoprotéica e isoenergética). Os ganhos médios diários foram de 0,74 e 0,87 kg, respectivamente para FA e FFL (LANÇANOVA & CODAGNONE, 1994). Como citado anteriormente, inúmeras são as possibilidades de uso da leucena, entretanto a presença da mimosina, aminoácido potencialmente tóxico transformado em di-hidroxipiridina durante a fermentação ruminal, compromete a ação celulolítica da flora ruminal, o consumo de matéria seca e interfere no metabolismo da tireóide, causando hipotireoidismo e bócio (NAS, 1977, citado por FRANZOLIN NETO & VELLOSO, 1986). Portanto, o uso exclusivo da leucena na alimentação animal compromete o desempenho dos mesmos, podendo aparecer sintomas como queda de lã em ovinos, queda do pêlo da vassoura da cauda em bovinos, salivação e redução do ganho de peso (FRANZOLIN NETO & VELLOSO, 1986).

Este trabalho teve como objetivo avaliar a substituição do componente protéico (ou seja, a quantidade de proteína, em kg) proveniente do farelo de algodão pêlo da farinha de leucena mais uréia (planta inteira triturada e seca ao Sol), em concentrados para vacas em lactação.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em fazenda particular, localizada no município de Ibiporã, PR. O clima local enquadra-se no tipo Cfa, segundo a classificação de Koeppen (subtropical úmido), caracterizado por verões quentes com tendência a concentração de chuvas nos meses de verão, situado acima do paralelo 24 S.

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quadrado latino 4 x 4, utilizando-se oito vacas mestiças em lactação (3/4 Holandês + ¼ Gir), com quatro vacas em cada quadrado latino, distribuídas de forma uniforme quanto à idade, ordem de lactação (3a) e produção de leite

(aproximadamente 70 e 110 dias de lactação no início do trabalho, respectivamente Grupo A e Grupo B), analisados separadamente por meio da análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey, com auxílio do pacote estatístico SAS® (1990). As vacas foram mantidas

em regime de estabulação permanente, recebendo como único volumoso a silagem de milho à vontade, com acesso a água e sal mineral adequado para essa categoria. Na ordenha da manhã e na ordenha da tarde, as vacas ficavam separadas e recebiam o concentrado em partes iguais, fornecido em cocho com canzil de madeira, de acordo com a produção de cada vaca. No Quadro 1, observa-se a composição química da silagem de milho e dos componentes dos concentrados.

A planta inteira de leucena foi cortada quando estava com altura de 1,20 m a 0,20 m do solo, com diâmetro de caule não superior a 5 mm, triturada em ensiladeira convencional com tamanho de corte de 5 a 8 mm e espalhada sobre uma lona plástica, em piso cimentado, para secagem ao sol por três dias. Posteriormente, foi moída em desintegrador de forragem em peneira com crivos de 2,5 mm de diâmetro. Quando do preparo dos concentrados, adicionou-se 2,5% de uréia na farinha de leucena para elevar o teor de nitrogênio da farinha de leucena de 2,88% (18% PB) para 4% (25% PB). Foram fornecidos 2 kg de milho/dia (1,74 kg MS) para todas as vacas.

Os concentrados foram formulados para fornecer a mesma quantidade de proteína, independentemente da fonte protéica ou associação destas. Assim, os concentrados apresentaram diferentes teores protéicos, entretanto a quantidade de proteína foi igual nos quatro concentrados, conforme o Quadro 2. Esses concentrados foram calculados para atender às exigências de vacas em lactação com produção média de 10 kg de leite com 3,5% de gordura (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989).

O componente protéico (kg de proteína) constituiu os tratamentos, a saber:

TRATAMENTO 100 FA:0 FLU: 100% PB do Farelo de algodão (FA);

TRATAMENTO 72 FA:28 FLU: 72% PB do FA + 28% PB da Farinha de leucena mais uréia (FLU);

TRATAMENTO 44 FA:56 FLU: 44% PB do FA + 56% PB da FLU;

TRATAMENTO 16 FA:84 FLU: 16% PB do FA + 82% PB da FLU.

O experimento teve uma duração total de 56 dias, divididos em quatro períodos de 14 dias, sendo os

primeiros nove dias para adaptação e os cinco dias restantes para coleta de dados. As vacas foram ordenhadas manualmente, duas vezes ao dia, às 08:30 e às 16:30 horas. No primeiro, terceiro e quinto dias após o período de adaptação, o leite foi pesado, e foram tomadas amostras individuais do leite de cada ordenha e armazenadas em frascos de vidro esterilizado, sob refrigeração. As amostras de leite da ordenha da manhã foram analisadas na parte da tarde, e as amostras da tarde foram analisadas na manhã do dia seguinte. No leite, foram determinados os valores de densidade, extrato seco total, proteína bruta e extrato seco desengordurado, segundo a AOAC (1980), e a gordura, pelo método de Gerber (COELHO & ROCHA, 1977). A correção do leite para 4% de gordura foi de acordo com a fórmula citada pelo NATIONAL RESEARCH COUNCIL (1989): LC 4%= 0,4 x kg leite produzido + 15 x kg gordura. O preparo e a análise laboratorial dos alimentos foram efetuados conforme SILVA (1990).

Foi efetuada uma avaliação da condição corporal dos animais, baseada numa escala de cinco pontos descrita por EDMONSON et al. (1989), no início e no final do experimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Consumo de alimentos

Observou-se que o consumo de concentrado foi crescente com o aumento da percentagem de FLU nos tratamentos (Quadro 2). Isso ocorreu devido ao menor teor protéico da FLU (25% PB) em relação ao FA (39,94% PB) e conseqüente necessidade de um maior consumo para que a quantidade de proteína via FLU fosse igual à do FA. Desta forma, a ingestão de PB pelas vacas foi mantida igual em todos os tratamentos.

A quantidade de silagem consumida pelos animais, pesada semanalmente, foi estimada em 32 kg/ vaca/dia (7,15 kg MS/vaca/dia). A disponibilidade constante de silagem nos cochos (área coberta) levou a crer que esta não foi limitante para um melhor desempenho dos animais, visto que outras vacas manejadas de forma semelhante, nesse mesmo período, e recebendo concentrado comercial (3,5 kg/vaca/dia), apresentaram produções similares.

Outro aspecto a salientar é a condição corporal dos animais, que se manteve no valor 3,0.

Produção de leite, leite corrigido e teor de gordura Verifica-se, pelo Quadro 3, que as produções de leite (sem correção e corrigido para 4% de gordura) e o teor de gordura foram semelhantes (p>0,05) entre os tratamentos, ou seja, a maior participação da FLU na dieta (consumo de 1,86 kg MS/vaca/dia) em substituição ao FA

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não afetou o desempenho dos animais. Este resultado pode ser explicado pela boa disponibilidade de nitrogênio pós-ruminal presente na farinha de leucena (CODAGNONE & LANÇANOVA, 1994). Esses mesmos autores relataram semelhança nos ganhos de peso com novilhas mestiças Holandês-Zebu, recebendo dietas com igual quantidade de proteína oriunda do farelo de algodão ou da farinha de leucena (LANÇANOVA & CODAGNONE, 1994). Resultados semelhantes (9,1 kg leite/dia) foram obtidos por CARVALHO FILHO et al.(1988), fornecendo 4,8 kg de leucena fresca triturada (ou 1,36 kg de MS) para vacas mestiças Holandês-Zebu, mantidas em pastagem de capim-marmelada e capim-buffel. Da mesma forma, o fornecimento de 4 kg de leucena fresca triturada proporcionou aumento de 0,7 kg de leite/vaca/dia (9,6 para 10,3 kg), com vacas da raça Jersey mantidas em pastagem de capim Rhodes bem fertilizada (FLORES et al., 1979).

O teor de gordura médio de 3,32 e 3,60%, respectivamente

para vacas com 70 (Grupo A) e 110 dias (Grupo B) de lactação, pode ser considerado dentro do esperado, em função do baixo teor de MS da silagem de milho (22,35%), apesar do trabalho ter sido realizado com vacas mestiças 3/4 Holandês + ¼ Gir. Numericamente, o menor valor para o teor de gordura do grupo A é explicado pelo menor tempo de lactação (70 dias) em relação ao grupo B (110 dias de lactação), diferença normal em função da curva de lactação. Valores de densidade, extrato seco total, proteína bruta e extrato seco desengordurado do leite

Pelo Quadro 4, observou-se semelhança (p>0,05) nos valores de densidade, extrato seco total (% EST), proteína bruta (% PB) e extrato seco desengordurado (% ESD) dentro de cada estágio de lactação, com médias para densidade, % EST, % PB e % ESD de 1,0266 e 1,0262; 11,478 e 11,966; 2,953 e 3,096; 8,156 e 8,366, respectivamente para vacas com 70 (Grupo A) e 110 dias Quadro 1 - Porcentagem de matéria seca (MS) e de proteína bruta (PB) dos componentes dos concentrados e da silagem e porcentagem de fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), pH e nitrogênio amoniacal (NH3) da silagem de milho*.

C o m p o nentes % M S % P B % F D A % F D N % D IV M O p H N H3

M ilho 8 6 ,8 3 9 ,7 9 - - -

F arelo d e algo d ão 8 8 ,5 5 3 9 ,9 4 - - - - - F arinha d e leucena ** 8 8 ,5 3 2 5 ,0 0 - - - - - S ilagem d e m ilho 2 2 ,3 5 7 ,0 4 4 2 ,4 0 7 4 ,1 5 6 7 ,5 3 4 ,0 4 2 ,3 9

* Valores expressos em 100 % de matéria seca, com exceção do pH (matéria natural) e NH3 (% do N total). Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Iapar, Ibiporã- PR.

** Foi adicionada uréia para elevar o teor de nitrogênio de 2,88 % da farinha de leucena (18% PB) para 4% (25% PB).

Quadro 2 - Consumo de matéria seca (MS) e de proteína bruta (PB) de cada ingrediente dos concentrados, consumo total de MS e de PB dos concentrados e teor de proteína bruta dos concentrados, de acordo com os tratamentos *.

* Valores expressos em 100 % de matéria seca

** FA: farelo de algodão; FLU: farinha de leucena + uréia

T ratamen to s Co n s u mo

(kg /v aca/d ia) 100 FA :0 FLU* * 72 FA :28 FLU 44 FA :56 FLU 16 FA :84 FLU

M S milh o 1,74 1,74 1,74 1,74 M S FA 1,38 0,99 0,610 0,220 M S FLU - 0,620 1,240 1,860 M S to tal 3,120 3,34 3,59 3,82 PB milh o 0,170 0,170 0,170 0,170 PB FA 0,550 0,395 0,242 0,087 PB FLU - 0,155 0,310 0,465 PB to tal 0,720 0,720 0,722 0,722 % PB co n cen trad o * 23,080 21,500 20,100 18,900

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Quadro 3 - Produção de leite, leite corrigido para 4% de gordura e teor de gordura do leite de vacas mestiças Holandês-Zebu com 70 (grupo A) e 110 dias (grupo B) de lactação, com respectivos coeficientes de variação (CV).

Tratamen to s

Pro d u ção d e leite (kg /v aca/d ia)

Leite co rrig id o a 4% d e g o rd u ra (kg /v aca/d ia)

Go rd u ra (% ) Vacas co m 70 d ias d e lactação (Gru p o A )

100 FA : 0 FLU 10,67 ± 0,691 9,37 ± 0,655 3,19 ± 0,168 72 FA : 28 FLU 10,36 ± 0,436 9,35 ± 0,681 3,49 ± 0,268 44 FA :56 FLU 10,01 ± 0,542 8,98 ± 0,680 3,31 ± 0,323 16 FA : 84 FLU 10,04 ± 0,478 8,96 ± 0,366 3,28 ± 0,110 M éd ia 10,27 9,16 3,32 CV, % 7,18 11,27 11,36

Vacas co m 110 d ias d e lactação (Gru p o B)

100 FA : 0 FLU 9,74 ± 1,257 9,30 ± 0,928 3,76 ± 0,207 72 FA : 28 FLU 9,21 ± 1,278 8,68 ± 1,082 3,65 ± 0,261 44 FA :56 FLU 9,31 ± 1,108 8,38 ± 0,865 3,36 ± 0,147 16 FA : 84 FLU 9,00 ± 0,822 8,42 ± 0,540 3,61 ± 0,222 M éd ia 9,31 8,70 3,60 CV, % 7,38 9,37 8,33 (p >0,05)

Quadro 4 - Valores médios de densidade, extrato seco total (% EST), proteína bruta (% PB) e extrato seco desengordurado (% ESD) do leite de vacas mestiças Holandês-Zebu, com 70 (grupo A) e 110 dias (grupo B) de lactação, com respectivos coeficientes de variação (CV).

Vacas co m 70 d ias d e lactação (Gru p o A )

100 FA : 0 FLU 1,0270 ± 0,00046 11,482 ± 0,311 3,044 ± 0,194 8,288 ± 0,202 72 FA : 28 FLU 1,0268 ± 0,00056 11,484 ± 0,348 2,955 ± 0,131 7,986 ± 0,176 44 FA :56 FLU 1,0264 ± 0,00047 11,481 ± 0,467 2,887 ± 0,167 8,169 ± 0,206 16 FA : 84 FLU 1,0264 ± 0,00024 11,467 ± 0,365 2,927 ± 0,122 8,180 ± 0,256 M éd ia 1,0266 11,478 2,953 8,156 CV, % 0,04 2,620 5,150 3,010

Vacas co m 110 d ias d e lactação (Gru p o B)

100 FA : 0 FLU 1,0258 ± 0,00037 12,051 ± 0,217 2,987 ± 0,080 8,290 ± 0,185 72 FA : 28 FLU 1,0268 ± 0,00048 11,871 ± 0,131 3,062 ± 0,099 8,217 ± 0,189 44 FA :56 FLU 1,0262 ± 0,00059 12,024 ± 0,247 3,292 ± 0,208 8,655 ± 0,294 16 FA : 84 FLU 1,0260 ± 0,00050 11,917 ± 0,159 3,045 ± 0,125 8,301 ± 0,075 M éd ia 1,0262 11,966 3,096 8,366 CV, % 0,06 2,140 4,34 4,49 (p >0,05)

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(Grupo B) de lactação. Esses valores podem ser considerados normais, dentro de cada grupo (70 ou 110 dias de lactação).

No grupo de vacas com 110 dias de lactação, verificou-se uma pequena elevação no extrato seco total, provavelmente devido ao fato do teor de gordura do leite dessas vacas ser numericamente um pouco mais elevado, pois o extrato seco desengordurado foi praticamente igual nos dois grupos. Portanto, essa pequena variação certamente é devida aos diferentes estágios de lactação dos animais.

Os resultados apresentados no Quadro 4 foram semelhantes aos obtidos por PEREZ et al. (1987) com vacas mestiças Holandês-Zebu, sendo as variações observadas entre um grupo e outro decorrentes do estágio de lactação.

CONCLUSÕES

A farinha de leucena corrigida com uréia pode substituir o farelo de algodão em concentrados para vacas em lactação em até 84 %, tendo a silagem de milho como volumoso, sem prejuízos para a produção e a composição do leite, com manutenção da condição corporal das vacas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Dr. José Justino F. Alves Pereira, que gentilmente cedeu os animais e as instalações para a realização deste trabalho.

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Referências

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