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V. FAMÍLIAS USUÁRIAS DO PSF EM VITÓRIA DA CONQUISTA

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V. FAMÍLIAS USUÁRIAS DO PSF EM VITÓRIA DA CONQUISTA

As famílias pesquisadas foram selecionadas por uma série de procedimentos que associaram seleção de quatro ESF, sorteio de três micro-áreas em cada ESF, sorteio ou busca sistemática de oito a nove domicílios em cada micro-área. Foram pesquisadas e sistematizadas as informações de 104 domicílios e respectivas unidades familiares em 12 micro-áreas abrangendo 435 moradores.

Considerando a existência, em agosto de 2001, em Vitória da Conquista de 30 equipes com uma cobertura total de 52.509 (39,5% da população total do município) e uma média de 1.750 moradores por ESF é recomendável cautela nas generalizações dos resultados da pesquisa. No entanto, o grupo de famílias foi meticulosamente pesquisado e caracterizado o que permite inferir resultados aproximados para outros grupos familiares similares de usuários do PSF no município.

A maioria das perguntas refere-se ao entrevistado ou alguém de sua residência de forma que é obtido um retrato do conjunto de moradores dos domicílios pesquisados. Muitas perguntas admitem mais de uma resposta e foram analisadas, em geral, pela participação da resposta no total de caracterizados e não no total de respostas. O total de caracterizados varia: 104 domicílios, chefes de família ou informantes, 435 moradores, 88 chefes de família empregados ou que têm rendimentos, 179 moradores empregados ou que têm rendimentos, 43 episódios de doenças no último mês, 13 episódios de violência ou acidentes envolvendo moradores nos últimos 12 meses, 98 doenças crônicas referidas, três gestantes e 22 crianças de até 2 anos de idade, etc..

Todas as informações foram tabuladas considerando o total das quatro ESF e por cada ESF, numeradas de 01 a 04, à qual a unidade familiar está adscrita. Por vezes, são analisadas situações específicas que caracterizam a localidade e permitem analisar o vínculo comunidade-ESF mencionando o número da ESF.

Equipe 01 – área rural, experiências bem sucedidas, bom vínculo com a comunidade e atuação intersetorial

Equipe 02 – área urbana, experiências bem sucedidas, bom vínculo com a comunidade e atuação intersetorial

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Equipe 03 – área rural (maior dificuldade de acesso que a Equipe 01), menor densidade populacional, situações de precariedade habitacional

Equipe 04 – área urbana, dificuldades nos vínculos com a comunidade

1.CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS E DOS DOMICÍLIOS, CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO EM CONSELHOS COMUNITÁRIOS EM GERAL E DE SAÚDE

Caracterização das famílias e vulnerabilidade à pobreza

As informações das 104 residências pesquisadas em Vitória da Conquista (BA) foram obtidas, em sua maioria, por meio de entrevistas com o cônjuge (69,2%), o chefe de família foi o informante em 22,1% dos casos enquanto outros familiares foram entrevistados em 8,7% das moradias. A escolaridade dos informantes é muito baixa: mais de 50% dos informantes tem no máximo 4 anos incompletos de estudo incluindo 20% sem escolaridade. Há diferenças de escolaridade dos informantes segundo as ESF selecionadas: na equipe 01 a situação é mais grave, 60% dos informantes tinha menos de 4 anos de estudo e somados ao que declararam não ter escolaridade, significam 84% dos entrevistados.

A pobreza1 está fortemente correlacionada a características do chefe da família2 e da unidade

familiar: chefia feminina, jovem, preto ou pardo, e com escolaridade de menos de quatro anos são mais vulneráveis à pobreza, indivíduos empregados sem carteira assinada ou desempregados, e razão de dependência familiar3 zero são variáveis que aumentam a

probabilidade do indivíduo ser pobre no Brasil. Além dessas, consideram-se duas variáveis locacionais: região de residência (Nordeste é mais vulnerável) e estrato de residência (rural é mais vulnerável) (Rocha, 1995: 231-2)

1 No texto de referência (Rocha, 1995) a pobreza é caracterizada como uma síndrome de carências diversas que é

associada à insuficiência de renda, já que a renda é o meio privilegiado de atendimento de necessidades nas sociedades modernas.

2 Considerado como “principal supridor da renda familiar” por Sônia Rocha (1995:231). Nesta pesquisa a

condição de chefia familiar foi referida pelo informante. Há controvérsias importantes na caracterização de chefia familiar em unidades familiares conjugais em que ambos trabalham e obtêm rendimentos. Uma forma de categorizar seria considerar unidades monoparentais distinguindo-as por sexo ou conjugais em que ou não há chefe de família ou há dois chefes de família.

3 Razão ou taxa de dependência resulta da relação entre o número de ocupados (ou que têm rendimentos)/ total de

pessoas na família. Quanto mais próximo de zero indica famílias numerosas com crianças menores de 10 anos (ou maiores de 65 anos sem rendimentos) que constituem grupos vulneráveis à pobreza. É um indicador que permite captar de forma sintética diversas características adversas associadas à pobreza.

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As variáveis locacionais são adversas ao conjunto de famílias pesquisadas (região Nordeste) e mais acentuadas nas famílias adscritas às equipes 01 e 03 (zona rural).

Caracterização dos chefes de família

A maioria dos entrevistados referiu a condição de chefia masculina de família (83,7%). A vulnerabilidade da chefia feminina incide em cerca de 16% das famílias. Os chefes de família situam-se, nas faixas etárias entre 25 a 29 anos (12,5%), entre 30 e 34 anos (16,3%), de 45 a 49 anos (12,5%) e acima de 65 anos (15,4%). A faixa etária mais elevada agrupa, no caso da equipe 01 (zona rural), 24% dos chefes de família. A chefia familiar jovem é mais observada nas famílias adscritas às equipes 02 e 03: entre 8 e 11% famílias chefiadas por pessoas menores de 24 anos.

A caracterização do chefe de família segundo a cor ou raça auto-referida revelou que 55,8% consideram-se pardos, 10,6% são pretos, 29,8% brancos, e 3,8% indígenas. Cerca de 67% das famílias apresenta a vulnerabilidade à pobreza relacionada à cor do chefe. Ressalta-se que na equipe 03 (zona rural) há 16% de chefes de famílias indígenas e na equipe 02 há um percentual mais elevado de pardos e preto, totalizando 80,8%.

No que se refere à escolaridade observa-se que 28% dos chefes de família não tem escolaridade e que 32,7% tem menos de 4 anos de estudo, totalizando 60,7% de famílias em que há alta probabilidade que seus membros sejam pessoas pobres. Os percentuais de baixa escolaridade são mais elevados que os verificados entre os informantes, em sua maioria cônjuges, o que corrobora um panorama nacional de maior escolaridade das mulheres. Percentual similar (59,5%) dos chefes de família tem menos de 8 anos de estudos (excluídos os sem escolaridade). Apenas 4,8% dos chefes de família possui o 1o grau completo, também 4,8% possui o 2o grau completo e um chefe de família possui nível superior completo. Nas famílias adscritas à equipe 01, a escolaridade dos chefes de família é mais baixa que a observada no conjunto das equipes (52% possui menos de 4 anos e somados a 32% sem escolaridade, totaliza 84% dos chefes de família sem ou com baixa escolaridade). A situação se agrava considerando que 94,2% dos chefes de família não estuda.

Dos 104 domicílios entrevistados, 22 chefes de família não trabalham ou não possuem rendimentos. Os demais 88 podem ter uma ou mais fontes de rendimento. A maioria destes está empregado no setor privado (40,9%) ou possui rendimentos provenientes de

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aposentadorias ou pensões (31,8%). Cerca de 24% trabalham por conta própria fora de casa. Entre os 88 chefes de família que trabalham ou possuem rendimentos apenas 11 (12,5%) possuem carteira de trabalho assinada. A vulnerabilidade à pobreza das famílias com chefes desempregados e sem carteira assinada atinge elevados patamares: 22 desempregados e sem rendimentos e 77 trabalhadores sem carteira de trabalho.

Tabela 87 – Caracterização dos chefes de família que trabalham ou têm rendimentos quanto à posição na ocupação, Vitória da Conquista (BA), 2001

Posição na ocupação N %

Recebe benefícios sociais1 1 1,1

Empregador - -

Empregado do setor privado 36 40,9

Empregado do setor público 3 3,4

Por conta própria em casa 10 11,4

Por conta própria fora de casa 21 23,9

Trabalhador doméstico - -

Aposentado/pensionista 28 31,8

Locador de imóvel - -

Recebe seguro desemprego - -

Não respondeu - -

Total 88 100

1 Bolsa-alimentação, bolsa-educação e outros programas de renda mínima

Observa-se que 87% dos chefes de família recebem até 2 salários mínimos, incluindo 16 chefes de família que declararam não ter rendimentos. A maior parte dos chefes de família recebe rendimentos entre metade do salário mínimo e 2 salários mínimos. Nas famílias adscritas à equipe 04 observa-se situação econômica menos vulnerável: 32,1% dos chefes de família recebem de 2 a 3 salários mínimos.

Tabela 88 – Caracterização do chefe de família quanto aos rendimentos mensais (em salários mínimos)1, Vitória da Conquista (BA) , 2001

Níveis de renda N %

Sem rendimentos 16 15,4

Até ½ salário mínimo 7 6,7

De ½ a 1 salários mínimos 36 34,6

De 1 a 2 salários mínimos 28 26,9

De 2 a 5 salários mínimos 16 15,4

De 5 a 10 salários mínimos 1 1,0

Mais de 10 salários mínimos - -

Não informado - -

Total 104 100

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Caracterização das famílias e moradores

A maioria das 104 residências pesquisadas era habitada por unidades familiares de 3 a 5 membros (68,3%). Percentual ao redor de 15% das casas abrigava até 2 moradores ou mais de 6 moradores.

Entre os 435 moradores pesquisados, 51,5% é do sexo masculino e 48,5% do sexo feminino. A diferença observada na distribuição segundo o sexo não corresponde à verificada na população em geral, em que há discreto predomínio da população feminina, mas está dentro da margem de erro esperada desta pesquisa.

A população estudada segue o perfil etário encontrado no município como um todo. A distribuição dos moradores segundo faixas etárias revela que a população é jovem (30,6% tem menos de 14 anos enquanto apenas 5,7% tem 65 ou mais anos).

Tabela 89 – Caracterização dos moradores das residências pesquisadas quanto a faixa etária, Vitória da Conquista (BA), 2001

Faixa etária N % Menor de 14 anos 133 30,6 De 15 a 19 anos 49 11,3 De 20 a 29 anos 83 19,1 De 30 a 39 anos 62 14,2 De 40 a 49 anos 38 8,8 De 50 a 59 anos 31 7,1 De 60 a 64 anos 14 3,2 65 ou mais anos 25 5,7 Não respondeu - - Total 435 100

Sessenta por cento dos moradores pesquisados se auto-classificaram como sendo negros ou pardos, 32,9% definiram-se como brancos e 6% como índios. Nas famílias adscritas à equipe 03, como observado anteriormente nas características dos chefes de família, há um percentual mais elevado (17,3%) de moradores de origem indígena.

Quanto à escolaridade do conjunto de moradores das residências pesquisadas pode-se observar que a escolaridade é discretamente mais elevada que a verificada entre os chefes de família. Como no conjunto dos pesquisados a predominância foi do sexo masculino o indicador pode estar relacionado com uma tendência de melhoria geracional no campo da educação. Há um percentual elevado (22,5%) de moradores sem escolaridade, 28,9% tem menos de 4 anos de estudo, totalizando 51,4% vulneráveis no âmbito educacional. Foram encontrados 43,8% dos

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moradores pesquisados com menos de 8 anos de estudo (excluídos os sem escolaridade) e apenas 4,8% com o ensino fundamental completo. A barreira do segundo grau deixou passar apenas 28 pessoas entre as famílias pesquisadas.

Tabela 90 – Caracterização dos moradores e dos chefes de família das residências pesquisadas quanto ao nível de escolaridade, Vitória da Conquista (BA), 2001

Nível de escolaridade Moradores Chefes de família

N % N %

Sem escolaridade 98 22,5 30 28,8

Menos de 4 anos 126 28,9 34 32,7

Mais de 4 anos e menos de 8 anos 135 14,9 28 26,8

1o grau completo 21 4,8 5 4,8 2o grau incompleto 9 2,1 - - 2o grau completo 16 3,7 5 4,8 Universitário incompleto 1 0,2 - - Universitário completo 2 0,5 1 1,0 Total 435 100 104 100,0

A maioria dos moradores não estuda (67,4%) mas na faixa etária entre 7 e 14 anos (75 pessoas), 97,3% freqüenta a escola o que é um excelente índice educacional. Ressalte-se que dados do SIAB de junho de 2001 revelam uma taxa cerca de 12% pontos percentuais a mais de crianças entre 7 e 14 anos que não freqüentam a escola.

Na maioria das residências pesquisadas há uma (42,3%) ou duas pessoas (34,6%) trabalhando. No conjunto das famílias, em sete residências (6,7% do total) ninguém possuía rendimentos. Exceto na equipe 04 que não têm sob sua responsabilidade nenhuma família sem rendimentos, nas demais há distribuição similar ao do total das equipes. A taxa de dependência nos grupos familiares pesquisados em Vitória da Conquista revelou que a situação mais favorável (taxa de dependência entre 0,61 e 1,00) abrange 23 famílias das 104 pesquisadas. No outro pólo, de maior vulnerabilidade à pobreza segundo este indicador, situam-se 53 famílias ou seja cerca de 51% do total de famílias usuárias do PSF pesquisadas no município.

Tabela 91 – Caracterização das residências quanto à taxa de dependência, Vitória da Conquista (BA), 2001 Taxa de dependência N % 0,01 – 0,20 18 17.3 0,21 – 0,40 35 33.7 0,41 – 0,60 28 26.9 0,61 – 0,80 13 12.5 0,81 – 1,00 10 9,6 Total 104 100,0

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Em Vitória da Conquista observamos fixação geográfica das famílias, e os pequenos movimentos migratórios restritos ao âmbito intramunicipal, do rural para o rural e do rural para o urbano. Residem há mais de 10 anos no bairro ou comunidade 47,4% dos moradores, e cerca de 59% dos chefes de família, proporção ainda maior (88%) nos chefes das famílias adscritas à equipe 01 (zona rural). Doze chefes de família (11%) e 17% dos moradores residem na localidade há menos de 2 anos, característica mais acentuada nos chefes das famílias adscritas à equipe 02 (23,1%), que talvez seja uma área de recente ocupação.

Entre os chefes de família que residem no bairro ou comunidade há menos de 2 anos a maioria (75%) provem de outras localidades do próprio município de Vitória da Conquista. Dois chefes de família provinham de outros municípios da Bahia e apenas um era originário de outro estado. Nas famílias vinculadas à equipe 04, não há diferença entre a origem local e de outro município da Bahia, cada qual representado por dois chefes de família que moram no bairro ou comunidade há menos de 2 anos. Ainda deste grupo de moradia recente no bairro a origem é predominantemente urbana (66,7% dos chefes de família) exceto nas chefia familiares da equipe 03 (zona rural) onde 100% provêm de zona rural do próprio município de Vitória da Conquista.

A distribuição do tempo de residência no bairro ou localidade dos moradores segundo as ESF selecionadas também é similar à observada em relação aos chefes de família: a equipe 01 concentra 76,6% de moradores há mais de 10 anos no local enquanto a equipe 02 apresenta o maior percentual (29%) de moradores há menos de 2 anos. Entre os moradores que residem há menos de 2 anos no bairro ou localidade 45,9% provêm do próprio município de Vitória da Conquista e 29,7% são crianças menores de 2 anos que nasceram na localidade. Dentre os moradores residentes há menos de 2 anos, 94,6% referiram o estado da Bahia como lugar de origem, 4,1% o estado de São Paulo e 1,4% o estado de Mato Grosso do Sul. Esta tendência está presente em todas as equipes. A origem foi predominantemente urbana (48,6%) dos moradores e crianças menores de 2 anos nascidas no município de Vitória da Conquista representam 29,7%. Em relação ao tempo de moradia na localidade anterior, 28,4% indicaram a permanência de até 2 anos (baixa fixação) enquanto 20,3% viveu mais de 10 anos na local anterior (fixação).

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Seguindo a mesma tendência dos chefes de família pesquisados, a maioria dos moradores que trabalham ou têm rendimentos são empregados do setor privado (40,8%) ou são aposentados e pensionistas (28,5%). Cerca de 17% dos moradores trabalham por conta própria fora de casa. No que se refere à formalização do vínculo de trabalho por meio de carteira assinada verificou-se que apenas 22 moradores (12,3% dos que trabalham ou têm rendimentos) tinham carteira de trabalho assinada.

Tabela 92 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto à posição na ocupação, Vitória da Conquista (BA), 2001

Posição na ocupação N %

Recebe benefícios sociais 5 2,8

Empregador - -

Empregado do setor privado 73 40,8

Empregado do setor público 8 4,5

Conta própria em casa 18 10,1

Conta própria fora de casa 31 17,3

Trabalhador doméstico 5 2,8

Aposentado/Pensionista 51 28,5

Locador de imóvel - -

Recebe Seguro desemprego - -

Não respondeu - -

Total 179 100

A maior parte dos moradores que trabalham ou têm rendimentos entre famílias usuárias do PSF em Vitória da Conquista está ocupada nos setores de comércio e serviços (37%). O segundo maior grupo é representado por aposentados e pensionistas (26,6%) mostrando a importância de rendimentos do sistema de proteção social na economia municipal. Em Vitória da Conquista 15,4% das famílias entrevistadas têm chefia idosa (65 anos ou mais) e 31,8% dos chefes é aposentado ou pensionista. Cinqüenta e uma pessoas, incluindo 28 chefes de família dependem financeiramente da Seguridade Social. As ocupações agropecuárias têm importante participação (20,8%) no perfil municipal.

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Tabela 93 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto ao setor de atividade entre famílias usuárias do PSF, Vitória da Conquista (BA), 2001

Setor Todas as equipes Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4 N % N % N % N % N %

Empregadores 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Ocupações na indústria extrativa 1 0.5 0 0.0 0 0.0 1 2.2 0 0.0 Ocupações na indústria

de transformação

0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 Ocupações na construção civil 13 6.8 1 2.3 7 15.9 2 4.3 3 5.1 Ocupações em comércio e serviços 71 37.0 10 23.3 17 38.6 8 17.4 36 61.0 Ocupações em transporte

e comunicações

6 3.1 0 0.0 4 9.1 1 2.2 1 1.7 Aposentado/Pensionista 51 26.6 18 41.9 6 13.6 16 34.8 11 18.6 Ocupações artesanais, artísticas

e desportivas

1 0.5 0 0.0 0 0.0 0 0.0 1 1.7 Ocupações na agropecuária 40 20.8 14 32.6 8 18.2 14 30.4 4 6.8 Outras ocupações não incluídas

nas anteriores

1 0.5 0 0.0 0 0.0 0 0.0 1 1.7 Ocupações mal definidas 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 Ocupações administrativas 3 1.6 0 0.0 1 2.3 0 0.0 2 3.4

Locador 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Recebedor de benefícios sociais* 5 2.6 0 0.0 1 2.3 4 8.7 0 0.0

Total 192 100.0 43 100.0 44 100.0 46 100.0 59 100.0

(*) Salário-escola/renda cidadã/ajuda à seca/seguro desemprego.

Obs.: A soma dos valores ultrapassa o total de moradores que trabalham ou têm rendimentos porque um mesmo morador pode ter mais de uma ocupação.

Do conjunto de moradores pesquisados ou que têm rendimentos cerca de 90% recebe até 2 salários mínimos. Repete-se para o conjunto dos moradores o observado anteriormente nos chefes de família que há uma situação econômica menos vulnerável de 15,8% dos moradores adscritos à equipe 04 que recebem de 2 a 3 salários mínimos. De um total de 179 moradores que trabalham ou têm rendimentos, 18 trabalham por temporada dos quais 61,1% (11 moradores) trabalham em média durante períodos de 3 a 5 meses e concentram-se nas equipes rurais 01 e 03.

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Tabela 94 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto à faixa de rendimentos mensais (em salários mínimos)1, Vitória da Conquista (BA), 2001

Níveis de renda N %

Sem rendimentos - -

Até ½ salário mínimo 34 19,0

De ½ a 1 salário mínimo 87 48,6

De 1 a 2 salários mínimos 41 22,9

De 2 a 5 salários mínimos 16 9,0

De 5 a 10 salários mínimos 1 0,6

Mais de 10 salários mínimos - -

Não informado - -

Total 179 100

1 Salário-mínimo de agosto de 2001, R$180,00 (cento e oitenta reais).

Dentre os moradores de 15 a 64 anos, a maioria (64,2%) está ocupada. O percentual de desocupação é de 35,8%, sendo que esta proporção é maior entre os moradores adscritos à equipe 01 (49,3%). No total de moradores desocupados (108 pessoas), a maioria apresentava experiência em trabalho anterior (62%), e 1,9% não respondeu. As equipes 01 e 04, porém, apresentam uma situação diferenciada da média, com proporção maior de desocupados sem nenhuma experiência de trabalho anterior (respectivamente, 47,2% e 44%). Dentre os moradores desocupados apenas 22 (20,4%) procuraram trabalho nos últimos 30 dias. Dentre os moradores desocupados com experiência anterior de trabalho (67 moradores) 94% (63 moradores) estava há mais de 30 dias sem trabalhar.

Características dos domicílios

A infra-estrutura habitacional é elemento importante na caracterização das condições de vida e de saúde da população. Indicadores de vulnerabilidade habitacional são: tipo de construção, densidade por dormitório, banheiro interno ou externo, individual ou coletivo, abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Em conjunto delimitam um ambiente mais ou menos saudável em que vivem as pessoas.

A maior parte dos domicílios (95%) é construída com tijolos ou adobe, 48% têm de 5 a 6 cômodos, 76,9% têm uma densidade entre 1,0 a 1,4 moradores por cômodo. Densidades mais elevadas (de 2,0 a 2,4 moradores por cômodo) foram observados em apenas 4 do total de moradias pesquisadas e concentram-se nas residências das famílias adscritas às equipes urbanas 02 e 04 (respectivamente, 7,7% e 7,1%). A maioria das casas têm entre dois (56,7%)

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e três (21,2%) dormitórios. Em apenas duas das 104 casas pesquisadas não existia cozinha independente; presumimos que o cômodo é também utilizado como dormitório. No que se refere à densidade de moradores por dormitório observa-se que 57,7% dos domicílios tinha 2,0 a 2,4 moradores por dormitório, o que é uma densidade média elevada, cerca de 19% das moradias tinha uma baixa densidade por dormitório entre 1,0 e 1,4 enquanto 22,1% tinham densidade de 3,0 a 3,4 moradores por dormitório. Cerca de 65% das casas pesquisadas têm banheiro interno. Faixas em torno de 12% das casas tinham banheiro externo exclusivo, ou banheiro interno e externo, ou não têm banheiro exclusivo.

Em relação ao abastecimento de água 55,8% dos domicílios estão ligados à rede geral, e 34,6% se abastece de água por meio de poço ou nascente. Em 79 domicílios a água é filtrada, é clorada em 33 residências, é fervida em 9 domicílios e em 7 domicílios a água não é tratada. A maioria das residências pesquisadas recebe fornecimento de energia elétrica mas um grupo significativo de moradias (23%) não tem acesso à eletricidade concentrando-se na equipe 01 (64% dos domicílios não recebem energia elétrica) e, em menor escala, na equipe 03 (32% sem energia elétrica). O fornecimento de energia elétrica é regular mas 25% das residências pesquisadas referia uma interrupção de energia na semana anterior.

Esgotamento sanitário é um grave problema em Vitória da Conquista: 73% das residências pesquisadas não estão ligadas à rede geral de esgoto. A situação é melhor nas moradias da área de abrangência da equipe 04 (urbana) onde 85,7% dispõem de ligação à rede de esgotos. A situação mais desfavorável é na área rural (famílias adscritas à equipe 01) em que 100% dos domicílios não tem ligação com a rede geral. Há utilização de outros tipos de esgotamento sanitário: fossa rudimentar (51% do total de domicílios) e fossa sem escoadouro (13,5%) Nas famílias vinculadas à equipe 01, 64% possuem fossa rudimentar, já na equipe 04 somente 10,7% possuem este tipo de esgotamento sanitário.

O sistema público de coleta de lixo serve 51% dos domicílios pesquisados com uma regularidade de coleta entre 3 a 4 vezes ou mais por semana. Outros meios são utilizados para se livrar do lixo: 46,2% das residências queimam, 2,9% enterram, 3,8% jogam no próprio terreno e 18,3% jogam o lixo na rua ou em terreno baldio.

Há importantes vulnerabilidades habitacionais entre as famílias pesquisadas no que se refere ao esgotamento sanitário (73%), ao abastecimento de água ligado à rede geral (45%), e à

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coleta de lixo (mais de 20% jogam no terreno, na rua ou em terreno baldio). A coleta pública de lixo embora com baixa cobertura é regular.

O tipo de construção, o número de dormitórios, o fornecimento urbano de energia elétrica indicam baixas vulnerabilidades mas a densidade (média a elevada) por dormitório, as instalações sanitárias e, principalmente, a carência de saneamento básico, indicam altas vulnerabilidades habitacionais entre a população pesquisada .

Meios de comunicação e participação em grupos comunitários

O rádio é o meio de comunicação mais freqüentemente utilizado por moradores entrevistados seguido de perto pela televisão. Possivelmente os que afirmam (metade dos informantes) que sempre assistem televisão são os mesmos que sempre escutam rádio. Embora cerca de 20% afirmem sempre ler livros, essa informação pode estar restrita à leitura de livros religiosos. As rádios comunitárias não constituem um meio de divulgação massivo e a internet não é acessível para a totalidade dos informantes. A leitura dos jornais é bastante reduzida entre os entrevistados e a leitura sempre de jornais é a menos freqüente entre todos os meios de comunicação.

Os moradores entrevistados em Vitória da Conquista se locomovem principalmente por meio de ônibus (93 moradores) ou carroça (20 moradores).

Tabela 95 – Caracterização do informante quanto ao uso e freqüência de meios de comunicação (em percentuais), Vitória da Conquista (BA), 2001

Meio de comunicação

Sempre Quase sempre Raramente Não Sem resposta

TV 51,0 14,4 11,5 22,1 1,0 Rádio comunitária 6,7 - 1,9 90,4 1,0 Rádio 54,8 12,5 15,4 16,3 1,0 Jornais 1,9 2,9 8,7 85,6 1,0 Revistas 4,8 5,8 12,5 76,0 1,0 Livros 17,3 2,9 13,5 65,4 1,0 Internet - - 1,0 97,1 1,9

Há pequena participação dos moradores pesquisados em todos os tipos de grupos comunitários, excetuando-se os grupos religiosos em que cerca de 45% dos moradores participam sempre ou quase sempre. O tipo de grupo comunitário mais freqüentado depois deste foi a associação de moradores em que cerca de 15% dos moradores participam sempre

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ou quase sempre. A não participação significa entre 80 e 97 por cento dos moradores, dependendo do tipo de grupo.

Tabela 96 – Caracterização dos moradores quanto à participação e freqüência de participação em grupos comunitários por tipo (em percentagem), Vitória da Conquista (BA), 2001

Grupo Comunitário Sempre Quase sempre Raramente Não participa

Religioso 38,4 6,2 20,2 35,2 Cultural ou desportivo 1,8 0,5 0,2 97,5 Ajuda Mútua - - 0,2 99,8 Caridade 7,8 2,3 2,1 87,8 Associação de moradores 12,2 2,1 3,9 81,8 Partidos Políticos 5,3 1,1 5,5 88,0 Cooperativa 1,4 0,2 0,7 97,7 Outros 5,3 - 1,4 93,3

Conhecimento e participação em Conselhos de Saúde

52% não conhecem o Conselho Municipal de Saúde e 74% não conhecem o Conselho Local de Saúde. Entre aqueles que conhecem o CMS (49) em 2 famílias há participantes de reunião do CMS. Entre aqueles que conhecem a existência do CLS (27) 41% (11 moradores) relatam a experiência de participação em reunião sendo que 9 dos quais participam sempre ou quase sempre. Consideram que o CLS é um local para trocar idéias sobre saúde. Dentre as alternativas de resposta oferecidas esta caracterização do CLS é uma opinião positiva que indica informação mas não indica a realização de ações.

Apenas duas pessoas afirmaram ter apresentado queixas ou reclamações sobre serviços de saúde: uma para autoridades governamentais do setor saúde e outra para meios de comunicação ou pesquisas de opinião pública. Apenas 35% dos entrevistados identificam órgãos a recorrer em casos de denúncias ou queixas sobre serviços de saúde, sendo que a maioria destes (21 pessoas) procuraria autoridades governamentais do setor saúde e nove entrevistados afirmaram que recorreriam aos profissionais de saúde. Meios de comunicação (2 pessoas) e órgãos de defesa do consumidor (1 pessoa) não são muito considerados como recursos possíveis para realizar denúncias ou reclamações.

A maioria dos entrevistados (81,7%) não soube responder à pergunta se havia sido feito um plano de saúde para a sua comunidade e oito moradores informaram que não havia sido feito. Apenas três entrevistados informaram que o plano havia sido feito e concluído e oito

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responderam que a elaboração do plano foi iniciada mas sem concluir. Coerentemente com as respostas anteriores, apenas 3% dos moradores entre os pesquisados referem que participaram da elaboração do plano de saúde da comunidade.

2.IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS PRIORITÁRIOS E DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DO BAIRRO OU COMUNIDADE E ATENDIMENTO USUAL AOS PROBLEMAS DE SAÚDE

Foi solicitado que cada entrevistado assinalasse os três maiores problemas em sua comunidade, sem restringir-se a problemas de saúde. Por ordem decrescente do número de vezes em que os problemas foram mencionados: problemas referentes a infra-estrutura urbana, em geral, congregando queixas relacionadas à ruas e praças não asfaltadas, poeira, falta de transporte, falta de telefone, falta de local para lazer dos jovens e falta de iluminação pública foram mencionados por 80,8% dos entrevistados; problemas referentes à infra-estrutura urbana de saneamento englobando falta de esgoto da rede pública, falta de água encanada ou de água tratada, e lixo que os moradores jogam na rua ou que não é recolhido no dia previsto foram referidos por 43,3% dos entrevistados; o terceiro grupo de problemas mais citado agrupa dificuldades relacionadas à pobreza e ao desemprego, mencionado por 31,7% dos informantes; em quarto lugar foram citados problemas relacionados à segurança e à violência (17,3%) e a educação ficou em quinto lugar englobando falta de escola no bairro, falta de vagas, falta de escola para adultos, ensino precário ou ruim, falta de incentivo para os adolescentes estudarem (atividades extra curriculares) e falta de creche e jardim-de-infância referidos por 15,4% dos entrevistados.

Problemas de saúde também foram mencionados entre os principais problemas da comunidade por cerca de 15% dos informantes mas receberam tipologia especial: relacionados com profissionais ou unidades básicas (5 menções), acesso ao atendimento (1 menção), relacionadas às emergências (8 menções), relativas à medicamentos (1 menção) e outros (5 menções). Considerando um total de 225 menções, problemas relacionados à saúde foram considerados como problemas principais do bairro apenas em 7% dos casos.

A seguir foi solicitado que o entrevistado assinalasse os três maiores problemas de saúde existentes em sua comunidade e 38,5% mencionaram dificuldades relativas aos profissionais de saúde que englobam queixas de falta de médicos especialistas, falta de profissionais para

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atender no posto, falta de dentista ou dificuldade em ser atendido por dentistas, falta de visita domiciliar dos médicos, incompetência do médico em fazer diagnósticos e número reduzido de visitas domiciliares por agentes comunitários de saúde. O segundo grupo de problemas de saúde identificado, mencionado por 33,7% dos entrevistados, refere-se às emergências que englobam queixas de falta de atendimento de emergência no posto de saúde, falta de unidade de emergência ou serviço de saúde 24 horas, falta de ambulâncias para levar os doentes e atendimento demorado na emergência. Quase 20% dos entrevistados apontaram problemas e dificuldades no acesso ao atendimento relacionado ao tempo de espera para ser atendido, mesmo com consulta marcada, a falta de vaga para consultas, ao péssimo atendimento no posto de saúde, à dificuldade em ser atendido quando encaminhado e outras dificuldades em obter consultas. Em quinto lugar foram referidos problemas de saúde relativos às doenças prevalecentes e à falta de medicamentos nas unidades de saúde.

Perguntados a quem caberia solucionar os problemas de saúde assinalados, a maior parte das respostas concentrou-se no governo municipal (93%), muito mais que o governo estadual (18%), e a própria Secretaria Municipal de Saúde (35%). Serviços e profissionais de saúde são pouco responsabilizados na resolução dos problemas de saúde. A ESF não foi identificada como responsável mas 6 entre 104 entrevistados imputaram responsabilidade ao agente comunitário de saúde.

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Tabela 97 – Caracterização dos responsáveis pela resolução dos problemas de saúde na opinião dos entrevistados, Vitória da Conquista (BA), 2001

Responsáveis identificados Todas as equipes Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4 N % N % N % N % N %

Governo estadual 19 18.3 7 28.0 1 3.8 8 32.0 3 10.7 Governo municipal 97 93.3 24 96.0 10 38.5 31 124.0 32 114.3 Secretaria Municipal de Saúde 37 35.6 4 16.0 11 42.3 10 40.0 12 42.9

Outra secretaria municipal 1 1.0 - - - 1 3.6

Centros e postos de saúde 10 9.6 3 12.0 2 7.7 - - 5 17.9

Hospitais 2 1.9 2 8.0 - - - -

Equipes de saúde da família - - - -

Agentes comunitários de saúde 6 5.8 3 12 - - 3 12 - -

Conselho Local de Saúde - - - -

Conselho Municipal de Saúde - - - -

Igrejas - - - -

Clubes - - - -

Associações de moradores - - - -

Pessoas que moram na comunidade 3 2.9 1 4.0 - - 2 8.0 - -

Outro 16 15.4 9 36.0 6 23.1 1 4.0 - -

Não sabe 11 10.6 4 16.0 2 7.7 2 8.0 3 10.7

Obs: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de informantes e os 100% respectivamente, porque o informante pode ter indicado mais de um responsável pelos problemas de saúde da comunidade.

Situação de saúde e atendimento aos problemas de saúde das famílias

A situação de saúde foi pesquisada de diversos modos: doenças e condições referidas sob acompanhamento das Equipes de Saúde da Família; episódios de doenças no último mês; episódios de violência nos últimos 12 meses; portadores de doenças crônicas; e, para todos estes foram investigados os modos usuais de atendimento e acompanhamento dos problemas de saúde.

Entre as doenças, comportamentos (alcoolismo) e condições (gravidez, crescimento e desenvolvimento) sob acompanhamento das Equipes de Saúde da Família observa-se um número pequeno de grávidas e menores de um ano. Há mais crianças e adolescentes em faixa pré-escolar e escolar mas não há atividades específicas do PSF direcionadas a esses grupos. Entre as doenças a mais referida foi hipertensão arterial que atinge cerca de 12% dos moradores pesquisados. A ausência de doença de Chagas e de malária é coerente com o perfil epidemiológico de Vitória da Conquista, mas a ausência de portadores de hanseníase e tuberculose incita a avaliação da capacitação diagnóstica dos profissionais das ESF. Chama a atenção a referência de sete casos de desnutrição.

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Quadro 21 – Caracterização dos moradores quanto à doenças ou condições referidas, Vitória da Conquista (BA), 2001

Doença Ou Condição Referida N %

Diabetes 8 1,8 Doença mental 6 1,4 Doença de Chagas - - Epilepsia 3 0,7 Hanseníase - - Hipertensão arterial 50 11,5 Malária - - Tuberculose - - Desnutrição 7 1,6

Portadores de deficiência física 1 0,2

Alcoolismo 1 0,2

Mulheres grávidas 3 0,7

Crianças com menos de 1 ano 7 1,6

Crianças de 1 a 4 anos 31 7,1

Crianças de 5 a 9 anos 51 11,7

Crianças de 10 a 14 anos 44 10,1

Total 435 100,0

Nos últimos 30 dias foram referidos 43 episódios de doenças entre 435 moradores, 49% dos quais considerados graves e 28% sem gravidade. Observa-se concentração dos episódios em moradores adscritos às equipes 02 (13) e 04 (16). Sete casos foram considerados curados e 31 continuavam doentes (21 relataram estar “mais ou menos curados” e 10 acharam que o quadro estava inalterado). Hospital e pronto-socorro foram os serviços de saúde mais procurados em 19 casos; em 11 episódios a USF/ESF foi o recurso utilizado. Seis não procuraram serviço ou profissional de saúde.

Embora existissem portadores de doenças crônicas em 60% das residências, em apenas 14,4% dos domicílios algum morador tinha ficado acamado nos últimos 15 dias e menos de 2% das casas tinham uma pessoa idosa permanentemente acamada.

As condições crônicas referidas concentraram-se na hipertensão arterial, em doenças do aparelho respiratório e diabetes, sendo que as afecções respiratórias, com exceção da tuberculose, não são objeto de atividades específicas das ESF.

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Tabela 98 – Caracterização das residências com doentes crônicos segundo as doenças crônicas referidas, Vitória da Conquista (BA), 2001

Doenças crônicas referidas N %

Doença de Chagas - - Hanseníase - - Desnutrição 6 9,7 Hipertensão arterial 43 69,4 Doença mental 3 4,8 Epilepsia 3 4,8 Diabetes 8 12,9

Doenças do ap. circulatório exceto hipertensão 4 6,5

Neoplasias 1 1,6

Doenças do aparelho respiratório 10 16,1

Doenças do sistema nervoso, exceto epilepsia 2 3,2

Transtornos mentais e comportamentais 2 3,2

Doenças do sistema osteomuscular e do tec. Conjuntivo 3 4,8

Doenças do aparelho digestivo 5 8,1

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, exceto diabetes - -

Doença de olho e anexos 1 1,6

Doença do ouvido e da apófise mastoide 2 3,2

Doenças infecciosas e parasitárias, exceto as monitoradas pelo PSF 1 1,6

Sintomas e sinais mal definidos 4 6,5

Não respondeu - -

Total de Domicílios 62 100,0

Deve ser recordado que os entrevistados referiram como dentre os três maiores problemas de saúde da comunidade dificuldades relativas aos profissionais de saúde (38,5%), dificuldades relacionadas ao atendimento de emergência (33,7%), e dificuldades no acesso ao atendimento ambulatorial integral e contínuo. Doenças específicas aparecem em quinto lugar em ordem decrescente de respostas.

Casos de violência ou acidentes nas comunidades

76% das pessoas entrevistadas referiram que são comuns casos de violência ou acidentes em suas comunidades. No entanto, não há uma distribuição uniforme dos casos: na equipe 01 100% dos entrevistados e na equipe 03 96% informaram que não são comuns casos de violência ou acidentes. Nas áreas adscritas à equipe 02 é onde há maior número de casos de violência ou acidentes na comunidade (65,4%) que também ocorrem, segundo cerca de 40% dos entrevistadas, nas áreas de abrangência da equipe 04. Os tipos de violência mais relatados foram: roubo de residências e de estabelecimentos comerciais (69% das 54 menções), assalto a mão armada (52% com concentração de informantes relacionados à equipe 02), 24% mencionaram assassinatos (também concentrados nas comunidades adscritas às equipes 02 e 04) e 21% (6 menções) de brigas em lugares públicos (concentrados na equipe 04).

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Foram relatados 13 episódios de violência ou acidentes envolvendo os entrevistados ou residentes de seus domicílios nos últimos 12 meses. Mais da metade (7 casos) resultaram em ferimentos com gravidade. Em 39% dos casos foram procurados pronto-socorro ou hospital e em 46% não procuraram atendimento. Uma pessoa referiu ter procurado a ESF.

Perguntados o que costumam fazer diante de mal-estar ou adoecimento, 89% informam que procuram um profissional de saúde, e 12% tomam chá ou remédios caseiros. Entre os serviços e profissionais de saúde procurados em primeiro lugar foram mais mencionados a USF (41% dos entrevistados), o Agente Comunitário de Saúde (26%) e o hospital (25%). O programa como um todo é, portanto, porta de entrada para um grupo considerável dos moradores e coexiste com a porta de entrada da emergência hospitalar. Para o atendimento em situações de mal-estar e adoecimento em períodos noturnos ou em finais de semana os entrevistados relatam recorrer ao pronto-socorro (56%), tomar chás caseiros (40%) e 28% aguardam a evolução do quadro. O ACS não é um recurso em caso de adoecimento ou mal-estar em períodos noturnos ou finais de semana (2 menções entre 160). Há carência de assistência à saúde fora dos horários padronizados de funcionamento de unidades de atenção básica (USF, postos e centros de saúde).

3.CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DO PSF

A grande maioria dos entrevistados (88,5%) conhece o PSF e o meio de divulgação mais referido foi a visita do ACS (79,3%). Foram também mencionados televisão (12%), visita da ESF (9,8%), rádios (8,7%) e amigos ou conhecidos (8,7%) como meios de informação sobre o PSF. Folhetos, jornais e rádios comunitárias não foram mencionados. Há diferenças entre os meios de informação referidos pelas famílias segundo as ESF pesquisadas em relação à distribuição geral: o rádio foi mais mencionado nas famílias adscritas à equipe 01 (21,7%), a visita dos ACS pelas famílias relacionadas à equipe 02 (87,0%), a visita das ESF foi mais mencionada por famílias atendidas pela equipe 03 (22,7%) e as famílias cadastradas pela equipe 04 mencionaram mais a televisão como meio de informação (20,8%).

A grande maioria dos entrevistados (85,9%) também informou conhecer o local em que o PSF está funcionando atualmente e que é fácil (92,4%) chegar a esse local sendo que em geral

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(87,3%) chegam a pé. Nos entrevistados das famílias adscritas às equipes 01 e 03 (rurais) percentuais ao redor de 13% consideraram que é difícil chegar na USF.

Agentes Comunitários de Saúde

Os agentes comunitários de saúde desempenham importante papel na ESF, e constituem o vínculo mais próximo dos usuários até porque devem morar na localidade. Mas, além da proximidade de residência, as atribuições do ACS envolvendo acompanhamento e busca ativa de situações e problemas de saúde, referência para a USF e fornecimento de orientações, tem grande significado nas relações estabelecidas com os profissionais e equipes de saúde e com a concepção de saúde como qualidade de vida que devem constituir a base de estruturação do sistema de saúde.

Todos os entrevistados (100%) conhecem o ACS responsável da área em que moram e a maioria (82,7%) considera que o ACS conhece os problemas de saúde de sua família. Apenas 6,7% (7 entrevistados) consideram que o ACS não conhece e 8,7% (9 entrevistados) responderam que o ACS conhece “mais ou menos” os problemas de saúde de sua família. Em relação ao conhecimento do ACS sobre os problemas de saúde da comunidade (observa-se) um percentual menor, embora ainda elevado de 78,8% afirmaram que o ACS conhece, 4,8% (5 pessoas) declararam que o ACS conhece “mais ou menos”, apenas 2 pessoas referiram que eles não conhecem mas 15 entrevistados (14,4%) informaram não saber responder a pergunta.

Um alto percentual dos entrevistados (92,3%) declarou que os ACS estabelecem um bom relacionamento com as pessoas que são por eles acompanhados. A grande maioria (89,4%) considera que os ACS orientam a respeito de cuidados de saúde embora 7,7% (8 pessoas) informaram que os ACS não realizam as orientações. Quanto às orientações dadas pelos ACS 71,6% dos entrevistados consideraram que as orientações são totalmente compreensíveis e 27,4% informaram que as orientações são mais ou menos compreensíveis. Nenhum entrevistado respondeu que as orientações são incompreensíveis.

Do conjunto de atividades dos ACS avaliadas chama a atenção que a visita domiciliar recebeu de 89,9% dos entrevistados, notas que a classifica como boa ou ótima e um pequeno número (5,8%) declarou não saber avaliar. Mas, em certas atividades o número de pessoas que não

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sabiam avaliar foi bastante elevado, principalmente em relação a uma atividade essencial da atenção básica como é o acompanhamento de vacinação de crianças e gestantes (65,4%). Muitos entrevistados referiram não saber avaliar a orientação dada por ACS sobre métodos de planejamento familiar (49%) e sobre prevenção da AIDS (44,2%). Algumas atividades receberam altos percentuais de resposta “não se aplica”, referindo-se a inexistência naquela residência de alvo da atividade e portanto não ser possível a avaliação. Essas atividades receberam menores percentuais de resposta “não sabe avaliar”.

As atividades dos ACS consideradas como boas ou ótimas por mais da metade dos entrevistados foram: capacidade de identificar situações de risco, capacidade de identificar pessoas doentes, orientação sobre prevenção e cuidados de doenças endêmicas (traduzidas como “mais comuns na região”) e orientação sobre soro de reidratação oral.

As atividades dos ACS consideradas como ruins ou péssimas por cerca de 15% dos entrevistados, em ordem decrescente, foram: ações educativas para prevenção de câncer do colo de útero e de mama (16,3%), orientação sobre prevenção de AIDS (15,4%), e orientação sobre métodos de planejamento familiar (14,5%).

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Quadro 23 – Avaliação das famílias sobre atividades realizadas pelos ACS (em %), Vitória da Conquista (BA), 2001

Atividades Péssimo ou ruim Regular Bom ou ótimo Não se Aplica Não sabe Capacidade de identificar situações de risco 7,7 4,8 64,4 - 23,1

Capacidade de identificar pessoas doentes

9,7 5,8 64,5 2,9 17,3

Orientação sobre prevenção de AIDS

15,4 6,7 33,6 - 44,2

Orientação sobre prevenção e cuidados doenças endêmicas

11,5 6,7 59,6 - 22,1

Monitoramento de doenças de pele e parasitoses em crianças

8,7 4,8 29,8 35,6 21,2

Educação em saúde bucal para crianças

11,5 6,7 45,2 8,7 27,9

Orientação sobre prevenção de intoxicações domésticas

12,5 4,8 45,2 - 37,5

Orientação sobre os métodos de planejamento familiar

14,5 1,9 28,8 5,8 49,0

Acompanhamento de vacinação de crianças e gestantes

- - 1,0 33,7 65,4

Orientação sobre soro de reidratação oral

12,5 5,8 52,9 1,9 26,9

Acompanhamento do crescimento de crianças menores de 2 anos

- - 18,3 78,8 2,9

Incentivo ao aleitamento materno - - 15,4 78,8 5,8

Identificação de gestantes e encaminhamento para pré-natal

- - 1,9 97,1 1,0

Ações educativas para prevenção do câncer de colo de útero e de mama

16,3 9,6 36,5 - 37,5

Ações educativas referentes ao climatério

6,7 1,0 7,7 70,2 14,4

Atividades de prevenção e promoção da saúde de idosos

- - 17,3 78,8 3,8

Acompanhamento de tratamento domiciliar e doentes crônicos

3,9 - 37,5 40,4 18,3

Identificação e orientação de portadores de deficiências físicas e mentais

- - 3,8 84,6 11,5

Visitas domiciliares (qualidade) 7,7 7,7 89,9 - 5,8

Em relação à freqüência mensal de contatos entre os residentes e os ACS, 50% dos entrevistados afirmaram ocorrer entre 2 a 5 vezes mensais e 16,3% declararam encontrar uma vez por mês. Doze entrevistados afirmaram encontrar o ACS de 26 a 30 vezes mensais (isto é, quase que diariamente) o que permite inferir que o contato não seja ocasionado por motivos de saúde e doença e sim pela proximidade de vizinhança. O local mais citado de encontro com o

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ACS é a residência do entrevistado (86,5%) seguido da rua (45,2%). Cerca de 20% afirmaram encontrar o ACS na unidade de saúde.

Analisando as respostas das famílias entrevistadas segundo as ESF selecionadas há diferenças que indicam maior freqüência de contato nas casas dos entrevistados nas equipes 01 (96%) e 04 (89,3%), maior contato na unidade de saúde na equipe 02 (24%), e na rua (equipe 01 – 56% e equipe 01 – 53,8%).

Atendimento na USF

A grande maioria (85,6%) dos entrevistados afirmou que alguém de sua residência já foi atendido na USF ou por profissionais da ESF, excetuando o ACS, sendo que 47,2% foram atendidos entre 2 a 5 vezes nos últimos 3 meses, 25,8% foram atendidos uma vez por mês e 18% foram atendidos nesse período menos de uma vez por mês.

Quando considerado o período dos últimos 30 dias 82% dos entrevistados referiram que eles ou alguém de sua residência entraram em contato com profissionais da ESF, incluindo o ACS, sendo o motivo de contato mais assinalado (35,6%) a visita de rotina. A consulta estava agendada foi assinalada por 26% dos que entraram em contato e sentiu-se mal foi o motivo para 20,5% dos casos.

O médico foi o profissional da ESF com quem as pessoas mais entraram em contato nesse período (50,7%), seguido pelo ACS (28,8%) e o enfermeiro (13,7%). Há diferenças entre as famílias segundo as ESF selecionadas: as famílias cadastradas pela equipe 01 foram mais atendidas por médico (72,2%) seguido do ACS e enfermeiro (11,1%); na equipe 02 o médico continua sendo o profissional de maior contato mas em percentuais bem abaixo da média de todas as equipes (36,8%) e o dentista é um profissional com quem 15,8% destas famílias mantiveram contato. Nas equipes 03 e 04 o contato com os ACS é mais assinalado (respectivamente, 38,9% e 50%) e na equipe 04 o contato das famílias com os ACS é superior (50%) ao contato com o médico (44,4%).

No mesmo período o local de contato com profissionais da ESF incluindo o ACS mais assinalado foi a unidade de saúde (68,5%) seguido da casa do entrevistado (30,1%). Congruente com o fato das famílias atendidas pelas equipes 03 e 04 entrarem mais em contato

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com os ACS, a casa do entrevistado foi mencionado por maior número de entrevistados destas equipes do que a média de todas as equipes (44,4%).

Foi solicitado ao entrevistado que informasse a freqüência de contatos estabelecidos com profissionais das ESF segundo tipo de profissional. A seguir um quadro síntese das respostas (em %). Excetuando-se o ACS com quem metade dos entrevistados referiu entrar em contato entre 2 a 5 vezes por mês, os demais profissionais entram em contato com os usuários do PSF menos de uma vez por mês.

Quadro 24 – Caracterização dos residentes quanto à freqüência mensal de contato segundo o tipo de profissional da ESF, Vitória da Conquista (BA), 2001

Tipo de profissional e freqüência contato ACS Aux. administrativo Aux. de enfermagem

Dentista Enfermeiro Médico

Menos de 1 vez por mês 5,8 91,3 73,1 85,6 62,5 61,5

1 vez por mês 16,3 3,8 18,3 9,6 23,1 21,2 2 a 5 vezes 50,0 3,8 7,7 4,8 12,5 16,3 6 a 10 vezes 3,8 1,0 1,0 - 1,9 - 11 a 15 vezes 9,6 - - - - - 16 a 20 vezes 1,9 - - - - - Mais de 20 vezes 11,5 - - - - - Não se aplica - - - - Não respondeu 1,0 - - - - 1,0

Os entrevistados que entraram em contato com profissionais da ESF, incluindo o ACS, no último mês relataram que já conheciam o profissional em 91,8% dos casos. Foi solicitado que realizassem uma avaliação do profissional que prestou este atendimento. Todos referiram que o profissional havia sido amável, educado e fornecera informações sobre o estado de saúde da pessoa atendida. Embora a maioria (91,8%) considerasse que o profissional tinha conhecimentos para resolver o problema de saúde, cinco pessoas responderam que o profissional não tinha conhecimentos para tal.

Quase 60% das pessoas atendidas pelas ESF precisou ser encaminhada para outros serviços, principalmente para realização de exames (69%) e para consulta médica especializada (24,4%). As equipes 01 e 03 encaminharam mais pacientes para a realização de exames sendo que desta última equipe apenas um usuário foi encaminhado para consulta médica.

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Tabela 99 – Motivo de encaminhamento para outros serviços de saúde, Vitória da Conquista (BA), 2001

Motivos Todas as

equipes Equipe 01 Equipe 02 Equipe 03 Equipe 04 N % N % N % N % N %

Para consulta médica 11 24,4 01 10,0 05 41,6 1 8,3 4 36,3 Para fazer exames 31 69,0 08 80,0 06 50,0 11 91,7 6 54,5 Para internação ou cirurgia 01 2,2 - - 01 8,3 - - - -

Para obtenção de medicamentos - - - -

Outros motivos 2 4,4 01 10,0 - - - - 1 9,2

Total 45 100,0 10 100,0 12 100,0 12 100,0 11 100,0

Base: Informantes que precisaram ser encaminhados para outro serviço de saúde ou para outro profissional. Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassam o total de respondentes e os 100%, respectivamente, porque a questão que deu origem à tabela admite mais de uma resposta.

Os pacientes são encaminhados, por todos os motivos, para serviços públicos municipais e apenas 14% são encaminhados para serviços privados. Em algumas ESF há fluxos diferenciados de encaminhamento como a equipe 01 que refere para serviços públicos estaduais e a equipe 02 que refere quase 20% para serviços privados.

Tabela 100 – Natureza do serviço de saúde para o qual foi encaminhado, Vitória da Conquista (BA), 2001

Natureza do estabelecimento Todas as

equipes Equipe 01 Equipe 02 Equipe 03 Equipe 04 N % N % N % N % N %

Público municipal 33 75,0 5 50,0 9 81,8 10 83,3 9 90,0

Público estadual 3 6,8 3 30,0 - - - -

Público, mas não sabe a esfera 2 4,6 2 20,0 - - - -

Privado 6 13,6 1 10,0 2 18,2 2 16,7 1 10,0

Total 44 100,0 11 100,0 11 100,0 12 100,0 10 100,0

Base: Respondentes que precisaram ser encaminhados para outro serviço de saída ou para outro profissional. Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassam o total de respondentes e os 100%, respectivamente, porque a questão que deu origem à tabela admite mais de uma resposta.

Quando são atendidos pela ESF 80,8% dos entrevistados geralmente conseguem resolver o problema de saúde neste atendimento e 19,2% precisam procurar um especialista. Quando se trata da realização de exames 69,9% conseguem realizar todos os exames, 23,3% conseguem realizar alguns exames e 6,8% não conseguem realizar nenhum exame. No referente a medicamentos 39,7% recebem todos os medicamentos, 53,4% recebem alguns medicamentos e 5,5% não recebem nenhum medicamento. Quanto ao acesso das pessoas mais pobres aos serviços especializados, 86,5% dos entrevistados afirmam que existem dificuldades para acessar tais serviços.

A maioria das famílias não teve problemas de atendimento na USF com os seguintes profissionais de saúde: dentista (84,6%), médico (83,7%), enfermeiro (81,7%), e auxiliar de

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enfermagem (78,8%). Os auxiliares de enfermagem constituem os profissionais com quem mais foram mencionados problemas no atendimento (11,5% dos entrevistados) e os problemas mais referidos (10 das 13 pessoas que referiram problemas com este profissional) foram relacionados à falta de humanização no atendimento que englobam “grosseria, falta de educação” e “auxiliar não dá determinadas informações, se recusa a realizar determinados procedimentos”. Os outros três entrevistados mencionaram problemas de criação de barreiras ao acesso de atenção à saúde que envolve “recusa de encaminhar ao médico, recusa de marcar consulta”. Apenas nas famílias adscritas à equipe 01 não foram mencionados problemas de atendimento por auxiliares de enfermagem.

No relacionamento com outros profissionais de saúde, somente seis pessoas tiveram algum tipo de problema com o enfermeiro e duas pessoas com o médico e com o dentista. Com os enfermeiros, embora em número menor (5 pessoas) a maior parte dos problemas de atendimentos referidos foi na criação de barreiras ao acesso de atenção à saúde (4 entrevistados) e apenas uma pessoa queixou-se de falta de humanização no atendimento. Apenas nas famílias adscritas à equipe 01 não foram mencionados problemas de atendimento com enfermeiros. Apenas duas pessoas referiram problemas com o médico sendo que uma pessoa adscrita à equipe 04 devido à criação de barreiras ao acesso de atenção à saúde que no caso do médico envolve “dificuldades de encontrar o médico na USF, o médico se recusou a atender, o médico se recusou a fazer um pedido de exame” e outra pessoa adscrita à equipe 02 que mencionou problemas referidos à “falta de qualidade no atendimento”. Com o dentista, os três entrevistados que referiram problemas no atendimento mencionaram criação de barreiras ao acesso de atenção à saúde e estavam adscritos às equipes 02 e 04.

Quadro 25 – Problemas de atendimento na USF referidos pelos entrevistados, segundo o profissional da ESF e o tipo de problema, em números absolutos, Vitória da Conquista (BA), 2001 Profissional da ESF Falta humanizaçÃo Barreiras ao acesso de atenção à saúde Falta de qualidade

Não respondeu Total entrevistados com problemas referidos Aux. enfermagem 10 4 - - 13 Enfermeiro 4 1 - - 5 Médico - 1 1 - 2 Dentista - 3 - - 3

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A grande maioria dos entrevistados refere que não há problemas de atendimento na USF seja na realização de exames (70,2%), seja na obtenção de medicamentos (73,1%), seja por falta de equipamentos (80,8%). Dos 17 entrevistados que referiram problemas de atendimento nas USF na realização de exames, a maioria (14) mencionou criação de barreiras e dificuldades no acesso e apenas três referiram que os problemas eram devidos à falta de material e equipamentos. A maior parte dos que referiram problemas deste tipo estavam adscritos à equipe 02. Dos 15 entrevistados que mencionaram problemas em conseguir medicamentos a maioria (11) foi devido a dificuldades no acesso aos medicamentos, embora tenham sido também mencionados falta de humanização no atendimento (1 pessoa), falta de qualidade na assistência (1 pessoa) e duas pessoas não especificaram o tipo de problema. A maior parte dos que referiram problemas deste tipo estavam adscritos à equipe 02. Quanto aos problemas com equipamentos mencionados por quatro entrevistados todos estavam relacionados com a falta de equipamentos e se manifestaram exclusivamente em famílias adscritas às equipes 01 e 03.

Portadores de Doenças Crônicas

Em quase 60% das residências pesquisadas existiam portadores de doenças crônicas referindo 98 casos. As doenças mais citadas foram hipertensão arterial (69,4% dos casos crônicos referidos), diabetes (12,9%) e desnutrição (9,7%). Das doenças monitoradas pelo PSF, além destas, foram mencionados três casos de doença mental e três casos de epilepsia. Doenças do aparelho respiratório foram mencionadas em 10% dos domicílios.

Os portadores de doenças crônicas são acompanhados pela USF/ESF em 62,9% dos casos mas cerca de 25% afirmaram não receber acompanhamento. Cerca de 10% dos doentes crônicos recebem acompanhamento em consultórios médicos especializados (4,8%) ou em hospital (6,5%). Essas duas últimas alternativas foram mencionadas apenas por famílias cadastradas pelas equipes 01 e 04.

Os portadores de doenças crônicas recebem acompanhamento, em geral, apenas quando apresentam problemas (45,7%) embora cerca de 20% sejam acompanhados pelo menos uma vez por mês e cerca de 28% sejam acompanhados entre 2 até 5 ou mais vezes por mês. Há diferenças entre as ESF quanto à freqüência do acompanhamento de portadores de doença crônica: um percentual maior de entrevistados adscritos às equipe 01 e 02 recebem acompanhamento pelo menos uma vez ao mês (respectivamente, 30,8% e 44,4%). Nas

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famílias adscritas às equipes 03 e 04 o percentual de portadores crônicos que só é atendido quando apresenta problemas é mais elevado que a média (respectivamente, 60% e 57%). A maioria dos acompanhamentos é realizada com agendamento prévio de consulta (70,2%). As famílias adscritas à equipe 03 referem que metade dos acompanhamentos são realizados com agendamento de consulta e metade sem agendamento prévio. Na equipe 01 o acompanhamento sem agendamento é extremamente reduzido (7,7%).

Os portadores de doenças crônicas tomam medicamentos diariamente (71%) e 51% destes obtêm os medicamentos em serviços públicos de saúde. Mais de um terço dos doentes crônicos que fazem uso diário de medicamentos compra na farmácia e 22,2% referiram obter os remédios na USF, por intermédio da ESF ou do ACS. As alternativas não são excludentes e considerando que só 40% consegue receber todos os medicamentos, é sugestivo que os usuários complementam os medicamentos obtidos em vários serviços públicos, inclusive a USF, com a compra direta na farmácia.

As modalidades de atividades realizadas e as freqüências médias mensais de participação nessas atividades por portadores de doenças crônicas foram referidas da seguinte forma: 33,9% recebem orientações individuais menos de 1 vez por mês e 35,5% recebem orientações individuais entre 2 a 5 vezes por mês. Mais de 70% recebem orientações em grupo menos de 1 vez por mês. Recebem medicamentos pelo menos uma vez por mês 53,2% dos portadores de doenças crônicas e 41,9% recebem menos de 1 vez por mês. A consulta médica é realizada mensalmente em cerca de 21% enquanto 62,9% dos doentes crônicos recebe consulta médica menos de 1 vez por mês. A consulta de enfermagem é realizada mensalmente em 11,3% dos doentes crônicos e em 75,8% dos casos é realizada menos de 1 vez por mês.

Ao responderem qual o profissional da ESF que atende com mais freqüência portadores de doenças crônicas o ACS foi mencionado em 62% dos casos e o médico em 16% dos casos. Cerca de 10% responderam que não havia ninguém que os acompanhasse com mais freqüência.

Gravidez

No conjunto das famílias entrevistadas em Vitória da Conquista foram mencionadas apenas três grávidas. Duas eram acompanhadas na USF pela ESF e uma referiu que não recebe

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acompanhamento (equipe 04). As grávidas com acompanhamento eram atendidas, em média, uma vez por mês, sempre com agendamento de consulta. Em que pese o pequeno número existente de gestantes, o acompanhamento era realizado pelo ACS (um caso) e pelo médico (um caso).

Crescimento e Desenvolvimento de Crianças até 2 anos de idade

No total de famílias entrevistadas existiam 22 crianças com 2 anos ou menos sendo que cinco não recebiam acompanhamento (apenas na equipe 01 todas as crianças menores de 2 anos eram acompanhadas por algum profissional de saúde e na equipe 04 três crianças dessa faixa etária não eram acompanhadas. A maior parte das crianças (14) são acompanhadas na USF pela ESF.

Das 17 crianças acompanhadas cerca de 40% recebiam atendimento até uma vez por mês e 23,5% recebiam atendimento duas vezes por mês. As demais recebiam atendimento (com maior freqüência (1), só quando apresentavam problemas (2) ou na dependência do problema apresentado (2). A maior parte dos acompanhamentos (76%) é realizado com agendamento de consulta.

O ACS foi identificado como o profissional que atende com maior freqüência (58,8%) as crianças menores de 2 anos, enquanto faixas de 18% das crianças menores de 2 anos recebem atendimento médico e de enfermagem. Em algumas equipes (como no caso das equipes 02 e 03), os ACS são os responsáveis em mais de 70% dos casos pelo atendimento das crianças com 2 anos ou menos. Nas equipes 01 e 04 a enfermagem realiza o acompanhamento de cerca de 30% das crianças dessa faixa de idade, ressaltando-se que na equipe 04 o médico não foi assinalado por nenhum entrevistado como o profissional que atende com maior freqüência crianças até 2 anos.

Referências

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