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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

GABRIELLA DANTAS BARBOSA

DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO RIO APODI/ MOSSORÓ

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GABRIELLA DANTAS BARBOSA

Delimitação da Área de Preservação Permanente no Rio Apodi/ Mossoró

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao colegiado do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientadora:

Professora Dra. Joana Darc Freire de Medeiros.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Barbosa, Gabriella Dantas.

Delimitação da Área de Preservação Permanente no rio Apodi/ Mossoró / Gabriella Dantas Barbosa. - 2019.

27 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Engenharia Ambiental, Natal, RN, 2019.

Orientadora: Prof. Dra. Joana Darc Freire de Medeiros.

1. Área de preservação permanente - Monografia. 2. Código florestal - Monografia. 3. Calha regular de rio - Monografia. 4. Bacia hidrográfica do rio Apodi/ Mossoró - Monografia. 5.

Geoprocessamento - Monografia. I. Medeiros, Joana Darc Freire de. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 502.51 Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262

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Delimitação da Área de Preservação Permanente no Rio Apodi/ Mossoró

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao colegiado do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Aprovado em 05 de Novembro de 2019:

___________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Joana Darc Freire de Medeiros - Orientadora

___________________________________________________

Prof. Dr. Carlos Wilmer Costa - Examinador Interno

__________________________________________________

Eng. Nelson Césio Fernandes Santos - Examinador Externo

NATAL – RN 2019

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RESUMO

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) possuem função ambiental muito abrangente e tem por finalidade proteger espaços de relevante importância para a conservação da qualidade ambiental, e com isso garantir também o bem estar das populações humanas. De acordo com a legislação brasileira, as APPs são determinadas em função do tipo de curso d’água e da largura da calha regular do rio. No entanto, o conceito de “calha regular de rio” é um conceito abstrato, nem sempre facilmente identificável. Para estudo, foi escolhida a bacia do rio Apodi/ Mossoró que está localizada na região do semiárido nordestino, nessa região a maior parte dos rios apresentam regimes efêmeros e intermitentes devido às irregularidades espacial e temporal do regime pluvial, tipos de rochas tendo como consequência as intermitências do fluxo superficial, além da migração lateral de canal durante as estações chuvosas. Em função disso, ocorre um comprometimento da delimitação no tamanho das faixas de APPs, principalmente porque a migração lateral dificulta o estabelecimento da localização da calha regular. A partir de imagens de satélite disponibilizadas pelo Google Earth Pro, associada a técnicas de geoprocessamento e a utilização do sistema ArcGis tendo como base legal a Lei Federal Nº 12.651, de 25 de Maio de 2012, este trabalho objetiva apresentar uma metodologia para demarcação de APPs em margens de cursos d’água. O estudo foi realizado utilizando larguras do rio Apodi/ Mossoró em 15 pontos e as métricas obtidas a partir do geoprocessamento foram comparadas com as medidas obtidas em campo por técnicos da UFRN, do IDEMA e do IGARN. Dessa forma, concluiu-se que as diferenças de largura são aceitáveis mesmo sendo afetadas por diversos fatores como a presença da vegetação podendo assim ser utilizada para a determinação das APPs em margens de rio.

Palavras-Chave: Área de preservação permanente. Código florestal. Calha

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ABSTRACT

The Permanent Preservation Areas (PPAs) have a very broad environmental function aim to protect spaces of relevant importance for the conservation of environmental quality, and thus also guarantee the well-being of human populations. According to Brazilian law, how PPAs are defined according to the type of watercourse and the width of the regular river gutter. However, the concept of “regular river gutter” is an abstract concept, not always easily identifiable. For study, we chose the Apodi/ Mossoró river basin that is located in the northeastern semi-arid region, in this region most rivers have ephemeral and intermittent regimes due to spatial and temporal irregularities of the rainfall regime, rock types resulting in the surface flow intermittences and lateral channel migration during rainy seasons. As a result, there is a compromise of the delimitation in the size of the PPAs strips, mainly because the lateral migration makes it difficult to establish the regular gutter location. Based on satellite images provided by Google Earth Pro, associated with geoprocessing techniques and the use of ArcGis system based on Federal Law No. 12,651 of May 25, 2012, this paper aims to present a methodology for demarcation of PPAs on watercourse margins. The study was conducted using widths of the Apodi/ Mossoró River at 15 points and the metrics obtained from geoprocessing were compared to field measurements obtained by technicians from UFRN, IDEMA and IGARN. Thus, it was concluded that the differences in width are acceptable even being affected by several factors such as the presence of vegetation and thus can be used to determine PPAs in river banks.

Keywords: Permanent Preservation Area. Forest Code Regular. River gutter.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 7

2. METODOLOGIA... 9

2.1. Área de estudo... 9

2.2. Estimativa da largura do rio em campo... 11

2.3. Estimativa da largura do rio por imagem... 12

2.4. Traçado do rio... 12

2.5. Estimativa das Áreas de Preservação Permanente... 12

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES... 12

3.1. Estimativa da largura do rio por imagem ... 13

3.2. Traçado do rio... 15

3.3 Estimativa das Áreas de Preservação Permanente ... 18

4. CONCLUSÕES... 22

REFERÊNCIAS... 24

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1. INTRODUÇÃO

As APPs estão definidas no Código Florestal de 2012 (Lei nº 12.651/2012) como sendo uma “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (BRASIL, 2012).

As APPs não têm apenas a função de preservar a vegetação ou a biodiversidade, mas uma função ambiental muito mais abrangente, voltada, em última instância, a proteger espaços de relevante importância para a conservação da qualidade ambiental, e assim também garantir o bem estar das populações humanas. (SCHAFFER; MEDEIROS, 2009).

Neste sentido, as APPs são alternativas mitigadoras dos impactos da ação antrópica, funcionando como reguladores do fluxo de água, sedimentos e nutrientes, formando ecossistemas estabilizados às margens de rios, lagos e nascentes, atuando na diminuição e filtragem do escoamento superficial e do carregamento de sedimentos para o sistema aquático (Wammes et al., 2007).

Em áreas rurais as APPs assim como às Reservas legais, ajudam a manter a cobertura vegetal e dessa forma reduzem a erosão e o carreamento de sólidos e substância para os corpos hídricos, ou seja, atuam como o efeito tampão (MMA, 2011).

O Código Florestal (BRASIL, 2012) considera os diferentes tipos de APPs e os aspectos de cada área a ser protegida, na definição dos parâmetros a serem utilizados para a delimitação das APPs. Por exemplo, para determinar as faixas mínimas a serem preservadas nas margens dos cursos d'água, o Código estabelece que a largura da APP é determinada em função do tipo de curso d’água (perenes ou intermitentes) e da largura da calha regular do corpo d’água. Iniciando com uma faixa mínima de 30 metros em cada lado da margem para rios com menos de 10 metros de largura; uma faixa mínima de 50 metros em cada lado da margem para rios entre 10 e 50 metros de largura; uma faixa mínima de 100 metros em cada lado da margem para rios entre 50 e 200 metros de largura; uma faixa mínima de 200 metros em cada lado da margem para rios entre 200 e 600 metros de largura; e, uma faixa mínima de 500 metros em cada lado da margem para rios com mais de 600 metros de largura.

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Para o Código Florestal (BRASIL, 2012) a calha regular do rio é definida, no seu artigo 3o, inciso XIX, como sendo “a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano”. No entanto, o conceito de “calha regular de rio” é um conceito abstrato, nem sempre facilmente identificável.

Ademais, a Lei Nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 (BRASIL, 1965), que esteve em vigor no Brasil até 2012, quando ocorreu a reforma do Código Florestal, considerava como sendo APPs as faixas marginais de cursos d'agua, desde o curso mais alto, ou seja, o leito maior sazonal. E, portanto, era de se esperar que a reformulação dos critérios de definição das áreas de APPs traria modificações nas mesmas. Esta questão foi objeto do Parecer Técnico Nº138/ 2011 - 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal que em seu Art. 4°, atestou que a mudança nos critérios de definição da largura do rio (leito maior sazonal ou calha do leito regular) causaria uma redução de área a ser protegida legalmente, ou seja, a mudança de referencial para a borda da calha regular levaria a significativa redução da área protegida. Afirmou ainda que esta redefinição acarretaria na possibilidade de ocupação do leito maior de cursos d'agua, e tornaria sujeito a inundações no período de cheias.

De acordo com Piedade et al. (2012) se a calha do rio for definida conforme a redação atual constante do Código Florestal, as APPs ficarão perigosamente desprotegidas, ou seja, a definição inadequada da calha do rio causa problemas para a demarcação das APPs.

Na região semiárida brasileira os rios são, na maioria, efêmeros e intermitentes e condicionados ao período chuvoso, quando realmente se tornam rios superficiais, ao passo que no período seco parecem se extinguir e na realidade estão submersos nas aluviões dos vales, ou baixadas, compondo o lençol freático já com pouca reserva de água (ARAÚJO, 2011 e CAMPOS, 1997). Para estes rios, a alteração na delimitação das APPs reduzirá significativamente as áreas de proteção, pois a calha regular apresenta um tamanho consideravelmente menor em relação a calha maior, além do que em alguns casos a APP do rio poderá ficar dentro do canal maior, dependendo da localização da calha regular dentro deste (ANDRADE et al. 2014). O mesmo concluiu ainda que os rios do semiárido além de serem intermitentes apresentam também migração lateral de canal durante as estações chuvosas, comprometendo ainda mais a delimitação no tamanho das faixas das APPs.

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Tendo em vista, a dificuldade de se fazer uma correta delimitação da calha dos rios e posteriormente estabelecer as faixas de áreas a serem preservadas legalmente, este trabalho objetiva definir uma metodologia para determinar essas larguras em rios intermitentes.

2. METODOLOGIA 2.1. Área de estudo

A Bacia Hidrográfica do Rio Apodi/ Mossoró compreende uma área de 14.276 km2 o que corresponde a 26,8% do Rio Grande do Norte. Composta por 52 municípios desses 43 estão totalmente inseridos na bacia e 9 estão parcialmente inseridos (MENEZES et al, 2015).

O Rio Apodi/Mossoró é o maior rio em extensão do Estado do Rio Grande do Norte (Figura 1). Nasce na Serra da Queimada, em Luiz Gomes (RN), atravessa a Chapada do Apodi, e ao entrar no município de Mossoró recebe o nome de Rio Mossoró. Este rio deságua no Oceano Atlântico e sua foz localiza-se na cidade de Areia Branca (CPRM, 2014).

Figura 1 – Localização da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi/ Mossoró

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De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos (SERHID,1998), a bacia apresenta predominantemente o clima tipo BSw´h´, caracterizado por um clima muito quente e semiárido, com à estação chuvosa se atrasando para o outono. Nas nascentes da bacia, extremo sudoeste, o clima é do tipo Aw´, caracterizado como tropical chuvoso com verão seco e estação chuvosa se adiantando para o outono.

Os índices pluviométricos médio no alto curso do rio Apodi/ Mossoró estão entre 821 a 1.284 mm, os trechos do médio curso apresentam precipitação média entre 742 e 821 mm, já o baixo curso é caracterizado pelo clima mais seco, uma vez que os índices de chuvas oscilam entre 534 a 742 mm (MEDEIROS et al,2018). Os meses de maiores pluviosidades são concentrados entre janeiro e julho, já os meses compreendidos entre agosto e dezembro são os de baixa precipitação (Figura 2).

Figura 2 - Precipitação média mensal no posto pluviométrico Apodi.

Fonte: EMPARN, 2019

Em termos geológicos, a bacia hidrográfica do rio Apodi/ Mossoró é dividida em duas regiões, a área cristalina e a área sedimentar, sobre essas formações geológicas são efetuadas diferentes captações de água, a cristalina é feita em forma de açude para o consumo doméstico e a criação de extensiva de gado e a sedimentar por poços com destaque para a irrigação de fruticultura e abastecimento urbano (SOUZA et al, 2012).

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Por se tratar de uma área que apresenta alto índice de ocupação, a bacia hidrográfica do rio Apodi/ Mossoró está sob grande influência das ações antrópicas, sendo submetida à utilização desordenada do terreno, comprometendo o uso do solo e a organização paisagística (CPRM, 2005). Para Justo et al 2016, a região apresenta uma grande importância econômica para o Estado pois nela se encontram atividades como extração de petróleo, produção de sal marinho, fruticultura irrigada além de outras atividades socioeconômicas, além de que por estar localizada em uma região de clima semiárido as famílias e comunidades ribeirinhas utilizam as águas da bacia para práticas agrícolas e pecuárias.

2.2. Estimativa da largura do rio em campo

Para a delimitação da APP é necessário definir a largura da calha regular do rio. Buscando identificar a real largura do rio Apodi/ Mossoró, foi realizada por técnicos do IDEMA, IGARN e UFRN uma visita no campo. Nessa visita foi medida, com o equipamento distanciômetro, a largura do rio em 22 pontos. Para cada um dos pontos, além da largura foi coletado as coordenadas geográficas, latitude e longitude, em UTM como apresentado no Anexo A. Após o tratamento e validação dos dados obtidos em campo, foram utilizados neste trabalho somente 15 pontos (Figura 3).

Figura 3 - Distribuição dos pontos ao longo do rio Apodi/Mossoró.

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13 2.3. Estimativa da largura do rio por imagem

Nos mesmos 15 pontos que se disponha de dados de campo, foi determinada a largura do rio utilizando imagens de satélites do Google Earth Pro. A partir dessas imagens, foi medida a largura do rio nos 15 pontos distribuídos ao longo de toda a extensão do rio Apodi/ Mossoró, utilizando a ferramenta régua do programa, que retorna a medida em metros. Esta largura foi realizada de forma subjetiva, a partir do julgamento visual do que seria a efetiva largura do rio.

A eficácia do uso de imagens de satélite para obtenção da largura do rio foi avaliada comparando as duas medições de largura realizadas, campo e imagens.

2.4. Traçado do rio

A calha do rio foi delimitada pelo método de vetorização manual em tela,

utilizando como plano de fundo as imagens dos anos de 2018 e 2019 do aplicativo Google Earth Pro. Quando se tinha dificuldade em identificar as margens do rio, utilizava imagens de satélites mais antigas que permitia de forma mais efetiva essa identificação.

O rio ao longo do seu percurso possui diversos barramentos que alteram o seu comportamento regular. Nessas situações a delimitação do rio era suspensa e se considerava a área da bacia hidráulica do reservatório.

2.5. Estimativa das Áreas de Preservação Permanente

Para estimar a APP do rio Apodi/ Mossoró foi tomado como base o Código Florestal, assim como a medida da calha regular do rio obtida em campo.

Com o auxílio da ferramenta buffer do sistema computacional ArcGis 10.3, foi delimitada a APP considerando as larguras previstas na Lei. Para facilitar a geração do buffer o rio foi dividido em dois trechos, tomando como referência a sua largura, de forma que no trecho 01 estão incluídos os pontos 02, 03, 06, 07, 08, 10 e 11 e no trecho 02 estão inseridos os pontos 12, 13, 14, 15, 16, 17,18 e 19.

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3.1. Estimativa da largura do rio por imagem

Comparando os valores de largura do rio obtidos em campo e por imagem nos 15 pontos estudados (Tabela 1) verifica-se que na grande maioria a diferenças foram inferiores a 1 m, o que pode ser considerado aceitável, tendo em vista a subjetividade da medida feita na imagem, a escala da imagem e também ao fato da medida no campo ter sido em um período diferente da imagem observada no Google Earth Pro.

Tabela 1- Largura do rio medida no campo e por imagens de satélite

PONTOS MEDIDA - CAMPO MEDIDA – IMAGEM DIFERENÇA

02 24,5m 24,65m - 0,15m 03 10,3 m 10,52m - 0,22m 06 17m 16,80m 0,2m 07 25,5m 25,85m - 0,35m 08 48m 47,64m 0,36m 10 31m 30,98m 0,02m 11 40m 39,71m 0,29 12 59m 59,82m - 0,82m 13 108m 110,43m - 2,43m 14 59m 51,52m 7,48m 15 53m 38,04m 14,96m 16 76m 69,55m 6,45m 17 82m 70,60m 11,40m 18 61m 52,89m 8,11m 19 85m 84,58m 0,42m

Fonte: Elaborado pelo autor

No entanto, temos 6 pontos onde estas diferenças foram significativas, chegando a mais de 10m. Destas, à maior diferença ocorreu no ponto 15, isto ocorreu principalmente devido à presença de vegetação nas margens, fazendo com que na imagem fosse definida uma largura de rio bem inferior a medida em campo (Figura 4).

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15 Figura 4 – Comparação da largura do rio Apodi/ Mossoró medida em campo e com a imagem para

o ponto 15

Fonte: Elaborado pelo autor

Outro problema frequente foi a dificuldade em delimitar claramente a margem do rio, como no caso do ponto 14, que foi observada uma diferença de 7,48 m podendo ser explicada pela diferença de determinação da vazão de cheia nessa região, isso porque o regime do rio é modificado para períodos com uma maior volume de precipitação (2018) e de baixas precipitações (2013), como apresentado na Figura 5.

Figura 5 – Comparação de imagens de 2018 com 2013 para o ponto 14

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3.2. Traçado do rio

O traçado do rio Apodi/ Mossoró utilizando imagens apresentou inúmeras dificuldades devido às características naturais de rios do semiárido associado a muita interferência antrópica.

Em algumas regiões o rio é bem encaixado e sua largura é muito estreita, em outros trechos o rio encontra-se muito assoreado, fazendo com que suas margens se distanciem (Figura 6 e 7).

Figura 6– Região de dúvida na delimitação do rio

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 7 – Região de dúvida na delimitação do rio

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No rio Apodi/ Mossoró existem ainda diversas ilhas que se formam ao longo do rio, nessas o rio corre por mais de um braço o que dificulta a delimitação, existem também as áreas em que rio é coberto por pedras, nessa situação ver por onde está correndo a água fica praticamente impossível (Figuras 8 e 9).

Figura 8 - Região de dúvida na delimitação do rio

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 9 - Região de dúvida na delimitação do rio

Fonte: Elaborado pelo autor

Outro problema comum neste rio é a existência de pequenos barramentos/ passagens molhadas que criam dificuldades no traçado do rio, isso porque, o rio vem com uma largura uniforme, depois é represado pelo barramento, ampliando

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sua largura e após o barramento retorna à sua largura anterior. Isso faz com que tenha dúvidas se à largura do rio foi afetada ou não pelo barramento (Figura 10).

Figura 10 – Região de dúvida na delimitação do rio

Fonte: Elaborado pelo autor

O período da imagem também influencia no traçado do rio, a depender da imagem a ser utilizada teremos larguras de rio bem diferenciadas, principalmente em rios perenizados, como é o caso do rio Apodi/ Mossoró a jusante da barragem de Santa Cruz do Apodi. Neste caso, se utilizamos uma imagem do período seco só conseguimos visualizar a vazão regularizada e a largura do rio é bem estreita (Figura 11a e 12a). No entanto, se utilizamos uma imagem em período chuvoso a largura do rio fica bem mais clara (Figura 11b e 12b).

Figura 11 – Comparação entre imagens do ano de 2010 e 2018

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19 Figura 12 – Comparação entre imagens do ano de 2010 e 2018

Fonte: Elaborado pelo autor

Em alguns pontos o rio se encontra totalmente seco dificultando saber por onde ele passa (Figura 13). Além disso, existem 5 reservatórios no percurso do rio que altera o regime deste.

Figura 13 - Região de dúvida na delimitação do rio

Fonte: Elaborado pelo autor

3.3. Estimativa das Áreas de Preservação Permanente

Como o rio tem larguras variadas, a largura da APP também varia de acordo com os valores previstos no Código Florestal (Lei nº 12.651/2012). Para cada um dos 15 pontos foi analisado a largura do rio em campo e a partir dessa largura foi determinada a faixa de APP para cada um desses pontos como

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mostrado na Tabela 2. Nos pontos em que o rio sofre variações bruscas de largura, a mesma não foi utilizada para definição da largura do rio, e por consequência, não influenciou na largura da APP, no entanto, a APP foi delimitada a partir da margem real do rio.

Tabela 2 – Faixa de APP para cada um dos pontos

PONTOS MEDIDA - CAMPO APP

02 24,5m 50m 03 10,3 m 50m 06 17m 50m 07 25,5m 50m 08 48m 50m 10 31m 50m 11 40m 50m 12 59m 100m 13 108m 100m 14 59m 100m 15 53m 100m 16 76m 100m 17 82m 100m 18 61m 100m 19 85m 100m

Fonte: Elaborado pelo autor

Para possibilitar a geração do buffer foi utilizado o software ArcGis 10.3 utilizando o traçado do rio anteriormente construído no Google Earth Pro que foi convertido em shape. Com o shape foi gerado o buffer referente a APP, respeitando as diferentes faixas anteriormente estabelecidas, de modo que o trecho 01 possui APP de 50m e o trecho 02 de 100m. A Figura 14a representa uma área próxima aos pontos 02 e 03, região em que tem uma APP de 50m, a Figura 14b mostra o trecho em que a faixa de APP passa de 50 para 100m em uma região próxima ao ponto 12, a região em que o rio possui APP de 100m está

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representada pelas Figuras 14c e 14d áreas próximas aos ponto 14 e 15 e próxima ao pontos 18 e 19, respectivamente.

Figura 14 - Distribuição da APP ao longo do rio Apodi/ Mossoró

Fonte: Elaborado pelo autor

Diversas regiões no entorno do rio Apodi/ Mossoró foram fortemente atingidas pela crescente urbanização e pelas atividades antrópicas, de modo que em muitos trechos as APPs proposta neste estudo se encontram ocupadas. Isto ocorre em áreas rurais, onde a APP é ocupada com atividades econômicas (figura 15). Mas a maior frequência de interferência na área de APP ocorre em áreas urbanas. A urbanização se estendeu em muitas regiões até as margens do rio, de modo que é possível observar núcleos populacionais, terrenos e atividades sendo desenvolvidas em áreas em que legalmente deveriam ser preservadas para

c)

a)

b)

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garantir a proteção dos recursos hídricos, do solo da biodiversidade, assim como o bem-estar das populações, essas interferências antrópicas podem ser observadas nas Figuras 16 a 18.

Figura 15 – Regiões em que a APP encontra-se ocupada

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 16 – Regiões em que a APP encontra-se ocupada

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23 Figura 17 – Regiões em que a APP encontra-se ocupada

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 18 – Regiões em que a APP encontra-se ocupada

Fonte: Elaborado pelo autor

4. CONCLUSÕES

O uso de imagens de satélite para delimitação da calha regular do rio de um modo geral é aceitável, havendo situações e que o erro pode ser significativo, principalmente devido à presença de vegetação nas margens, e também a dificuldade em determinar de forma eficiente à margem do rio, isso porque o regime deste é modificado para períodos de cheias e de seca.

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A delimitação da calha regular de rios localizados na região semiárida em que são em sua maioria intermitentes e condicionados ao período chuvoso é difícil de executar, ficando mais complicado quando essas características são associadas a forte interferência antrópica no entorno da Bacia Hidrográfica, como é o caso do rio Apodi/ Mossoró.

Ao delimitar a calha do rio pelo método de vetorização manual em tela, utilizando como plano de fundo imagens de satélite do Google Earth Pro, verificou-se uma subjetividade associada o que também acontece quando a delimitação da calha regular do rio é feita no campo.

Existem diversas áreas no entorno do rio Apodi/ Mossoró que por lei deveriam ser preservadas para garantir a estabilidade ambiental e se encontram ocupadas. Em alguns trechos do rio inclusive existe a formação de núcleos populacionais, o que afeta diretamente a qualidade dos recursos hídricos e do solo da bacia hidrográfica.

A delimitação de APPs apresentada neste estudo contribui para a gestão do corpo hídrico assim como para garantir à preservação da vegetação, da biodiversidade, do solo, assegurando um ecossistema estabilizado a margem do rio Apodi/ Mossoró.

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25 REFERÊNCIAS

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preservação permanente e sua quantificação na microbacia hidrográfica da sanga mineira do município de Mercedes – PR. Revista Brasileira de

(27)

27

ANEXO A – TABELA DAS LARGURAS DO RIO APODI/ MOSSORÓ MEDIDA NO CAMPO Tabela 3 – Larguras do Rio Apodi/ Mossoró medida no campo

PONTOS LONG LAT OBSERVAÇÃO LARGURA PONTO

NOVO

01 574756 9295784

Major Sales- sangradouro

do açude da BR - -

02 575790 9296441

Passagem molhada por

traz do hospital 24,5m 02

03 578454 9297502

Logo depois do campo em

Major Felipe 10,3m 03 04 580265 9299808 - 12,0m - 05 580102 9309540 Açude de Angicos 121 - 06 583281 9323081 - 17m 06 07 588394 9336268 Ponte na RN 079 25,5m 07 08 589302 9336281

Jusante do açude Pau dos Ferros

48m

08

09 592420 9343984 São Francisco do Oeste 32m -

10 592530 9343984

São Francisco do Oeste – 2º Local – Rio Principal

31m

10

11-A 605815 9344570 Tabuleiro grande (1) 40m -

11-B 605889 9349494 Tabuleiro grande (1) 40m 11 12 606990 9349457 Tabuleiro grande (2) 59m 12 13-A 612710 9349349 RN 177 em direção Itaú - riacho da cruz 108m 13 13-B 612678 9376835

Tem uma ilha - outro braço

25m -

13-C 612523 9377066 Possui dois braços 44m – 16m -

14 639267 9381667 Apodi DNOCS 59m 14

15 639180 9396519

Felipe Guerra - estação

pedra de abelha 53m 15

16 645766 9412868

Governador Dix-Sept - rio

com água 76m 16

17 663581 9422844

RN 117 ponte entre

Dix-Sept e Mossoró - rio seco 82m

(28)

18-A 675224 9429875 Contorno Mossoró 61m 18

18-B 681449 9295784 Passagem de pedra 85m 19

Referências

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