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EAC-066: Geodésia Espacial
Prof. Paulo Augusto Ferreira Borges
https://intranet.ifs.ifsuldeminas.edu.br/~paulo.borges/
______________________________________________________________________________________________________________________2/26 Para que usuário possa obter as coordenadas instantâneas da antena de um receptor GNSS de navegação é necessário que tenha acesso às posições e ao sistema de tempo dos satélites em tempo real. Estas informações são acessadas a partir dos sinais dos satélites, contidas nas efemérides transmitidas.
Nos casos em que o usuário não necessita da posição instantânea, mas sim de um posição de alta acurácia, é possível acessar, posteriormente, via internet, as efemérides pós-processadas, conhecidas também como efemérides precisas, produzidas por diversos centros que compõe o IGS.
Para as efemérides transmitidas adota-se o sistema de referência WGS84, enquanto as efemérides precisas são referenciadas a um dos referenciais ITRF.
______________________________________________________________________________________________________________________3/26 A produção das efemérides envolve, em geral, duas etapas:
1. Produção das efemérides de referência para determinado período
com base em um modelo das forças que atuam nos satélites (atração gravitacional da Terra, do Sol e da Lua além da pressão da radiação solar sobre os satélites);
2. Na segunda etapa, calcula-se as discrepâncias entre as
observações coletadas nas estações monitoras e as calculadas com base nas efemérides de referência, as quais são processadas, a partir do algoritmo de filtragem de Kalman, com a inclusão de quatro semanas de dados, para predição das correções das efemérides de referência e do comportamento dos relógios dos satélites.
______________________________________________________________________________________________________________________4/26 O procedimento da segunda etapa envolve a observação das pseudodistâncias de todos os satélites visíveis nas estações de controle, as quais são corrigidas da refração troposférica e ionosférica e dos efeitos relativistas. Assim, as primeiras 28 horas de predição são divididas em intervalos de 4 horas, com sobreposição de 1 hora. Uma vez por dia, ou com mais frequência, quando necessário, elas são transmitidas para os satélites.
______________________________________________________________________________________________________________________5/26 As medições corrigidas e as observações suavizadas com o auxílio da fase da onda portadora são inseridas no processo do filtragem de Kalman e usadas para estimar os seguintes estados:
➢ posição do satélite na época;
➢ velocidade do satélite na época;
➢ três parâmetros de relógio por satélite;
➢ coeficientes de pressão de radiação solar por satélite;
➢ tendência de aceleração do eixo y;
➢ dois parâmetros de relógio por estação monitora;
➢ um fator de escala troposférica por estação monitora.
Introdução
______________________________________________________________________________________________________________________6/26 A posição do satélite é determinada a partir do conhecimento de sua órbita normal e perturbada.
Órbita normal (Kepleriana): É uma órbita teórica, na qual não são
consideradas as perturbações, causadas devido à não distribuição homogênea de massas da Terra. Assim considera-se que a Terra possui distribuição homogênea, agindo apenas uma força de atração entre ela e o satélite.
Órbita perturbada: é baseada numa Terra não homogênea, na qual
atuam muitos distúrbios e perturbações dos elementos
keplerianos. Estas perturbações podem ser divididas em: Gravitacionais e Não Gravitacionais.
______________________________________________________________________________________________________________________7/26 A Posição do satélite em movimento na órbita sujeito unicamente à força da gravidade, descreve uma elipse no espaço, sendo uns dos focos a Terra. Tanto o satélite quanto a Terra são considerados esféricos e homogêneos no que diz respeito a distribuição de massa, podendo reduzi-los a um ponto material (Monico; Galo, 1988).
______________________________________________________________________________________________________________________8/26 A partir da predição da órbita de um satélite GPS com um arco de 28 horas, dividido em intervalos de 4 horas, com sobreposição de 1 hora, geram-se nove efemérides diferentes. Embora a predição das órbitas dos satélites GPS sejam dadas em coordenadas cartesianas com as respectivas velocidades, elas são transformadas em elementos keplerianos, de acordo com o formato de navegação, por requerer menor espaço em memória, além de proporcionar maior flexibilidade ao segmento de controle do GPS.
A representação de todos os elementos que descrevem a órbita e dos parâmetros que descrevem o comportamento do relógio do satélite estão apresentados na Tabela 1. Os parâmetros das efemérides e relógios (clock) referem-se, respectivamente, a uma época origem
𝑡𝑜𝑒 e 𝑡𝑜𝑐 , os quais nem sempre coincidem.
______________________________________________________________________________________________________________________9/26 Estes dois parâmetros são válidos para um intervalo de tempo de cerca de duas horas antes e duas horas depois da época de origem. A ligação entre duas efemérides adjacentes podem resultar em pequenos degraus entre as coordenadas comuns a uma mesma época, os quais são reduzidos por técnicas de suavização e de aproximação, tais como os polinômios de Chebyshev, alcançando-se precisões da ordem de alguns decímetros.
Os parâmetros listados na Tabela 1 são usados para calcular o tempo GPS de cada satélite, bem como suas coordenadas. O primeiro grupo de parâmetros é empregado para corrigir o tempo do relógio do satélite, e o segundo grupo, para determinar a elipse kepleriana na época de referência 𝑡𝑜𝑒 . O terceiro grupo contém os nove parâmetros perturbadores da órbita normal. O sistema
de referência terrestre adotado é o WGS84.
______________________________________________________________________________________________________________________10/26 Tabela 1: Elementos definidores das efemérides transmitidas do GPS
Parâmetros de tempo Unidade 𝑡𝑜𝑒 𝑡𝑜𝑐 𝑎0, 𝑎1, 𝑎2 𝐼𝑂𝐷𝐶
Tempo origem das efemérides Tempo origem do relógio
Coeficientes do polinómio para correção do relógio do satélite
Emissão dos dados – Nº de identificação arbitrário
s s
𝑠 , Τ𝑠 𝑠 , ( Τ𝑠 𝑠2)
Primeiro grupo de parâmetros
𝑎0, 𝑎1, 𝑎2 representam respectivamente o estado, a marcha linear e a variação da marcha do relógio do satélite no instante de referência
______________________________________________________________________________________________________________________11/26 Elementos Keplerianos Unidade 𝑎 𝑒 𝑖0 Ω0 𝑤 𝑀0
Raiz quadrada do semieixo maior da órbita Excentricidade da órbita
Inclinação da órbita no 𝑡𝑜𝑒
Ascensão reta do nodo ascendente no 𝑡𝑜𝑒 Argumento do perigeu Anomalia média no 𝑡𝑜𝑒 𝑚1ൗ2 sem dimensão radianos radianos radianos radianos
Segundo grupo de parâmetros
______________________________________________________________________________________________________________________12/26 Parâmetros Perturbadores Unidade Δ𝑛 ሶΩ ሷ𝑖 𝐶𝑢𝑠 𝐶𝑢𝑐 𝐶𝑖𝑠
Correção ao movimento médio calculado Variação temporal da ascensão reta
Variação temporal da inclinação
Amplitude do termo harmônico seno de correção de argumento de latitude
Amplitude do termo harmônico cosseno de correção de argumento de latitude
Amplitude do termo harmônico seno de correção da inclinação da órbita
radianos/s radianos/s radianos/s radianos radianos radianos
Terceiro grupo de parâmetros
______________________________________________________________________________________________________________________13/26 Parâmetros Perturbadores Unidade 𝐶𝑖𝑐 𝐶𝑟𝑠 𝐶𝑟𝑐
Amplitude do termo harmônico cosseno de correção da inclinação da órbita
Amplitude do termo harmônico seno de correção do raio orbital
Amplitude do termo harmônico cosseno de correção do raio orbital
radianos
m
m
Terceiro grupo de parâmetros (continuação)
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Órbitas transmitidas do (Broadcast Efhemeris) GPS
______________________________________________________________________________________________________________________15/26 RINEX (
R
eceiverIn
dependentEx
change Format)______________________________________________________________________________________________________________________17/26
De acordo com Seeber (1993), as efemérides transmitidas são
preditas e comunicadas aos usuários através de mensagens de
navegação,
enquanto
que
as
efemérides
precisas
são
provenientes de estimativas feitas por centros subordinados ao
IGS (International GNSS Service) a partir de elementos orbitais
observados. Por este motivo, a acurácia das efemérides
precisas
é
melhor
do
que
a
acurácia
das
efemérides
transmitidas.
______________________________________________________________________________________________________________________18/26
Monico (2008) afirma que o uso das efemérides transmitidas
tem sido feito principalmente no processamento de bases
curtas e aplicações na topografia, enquanto as efemérides
precisas têm sido utilizadas no processamento de linhas de
base longas e em aplicações que sejam requeridas grandes
precisões, como geodinâmica, controle do movimento de
estruturas e etc.
Segundo Spofford e Remondi (1996), a identificação das
efemérides precisas se dá com base na sigla do órgão que a
produziu, na semana GPS correspondente e no dia da semana
GPS (começa com 0 no domingo e vai até 6 no sábado). A
extensão utilizada é a sp3 e é uma sigla para Standard Product
3.
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Órbitas (Efemérides) Precisas
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A partir das órbitas produzidas por esses centros, são
realizadas combinações que geram os seguintes tipos de
efemérides precisas (Monico, 2008):
• IGU: órbitas IGS ultrarrápidas, é composta por duas partes
(preditas e observadas). A sua latência varia de 3 a 9 horas e
são disponibilizadas 4 vezes por dia.
• IGR: órbitas IGS rápidas têm latência que vai de 17 a 41
horas.
• IGS: órbitas IGS finais, é resultante da combinação de órbitas
de vários centros de análise, sua latência varia de 12 a 18 dias
após a coleta de dados.
______________________________________________________________________________________________________________________21/26 O arquivo das efemérides precisas contêm as coordenadas X, Y e Z dos satélites, em quilômetros, referenciados a alguma das realizações ITRS (International Terrestrial Reference System) além das correções do relógio dos satélites em microssegundos, os quais são dados, em épocas equidistantes, em geral a cada 15 minutos. A seguir, tem-se um fluxograma dos procedimentos necessários para processamento de dados pelo método relativo, quando se deseja utilizar as efemérides precisas. Os exemplos aplicam-se quando deseja-se atualizar apenas a época do levantamento e também para atualização do referencial.
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Órbitas (Efemérides) Precisas
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Órbitas (Efemérides) Precisas
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