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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CÂMPUS DE AQUIDAUANA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DANILO PENTEADO CONFESSOR

AÇÕES QUE PROMOVAM A NÃO REINCIDÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL NA PERSPECTIVA DOS INTERNOS - REGIME SEMIABERTO EM

AQUIDAUANA-MS.

AQUIDAUANA - MS 2019

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DANILO PENTEADO CONFESSOR

AÇÕES QUE PROMOVAM A NÃO REINCIDÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL NA PERSPECTIVA DOS INTERNOS - REGIME SEMIABERTO EM

AQUIDAUANA-MS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Aquidauana.

Orientadora: Dra. Daniela Althoff Philippi Coorientador: Me. João Bosco de Moura Filho

AQUIDAUANA - MS 2019

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DANILO PENTEADO CONFESSOR

AÇÕES QUE PROMOVAM A NÃO REINCIDÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL NA PERSPECTIVA DOS INTERNOS - REGIME SEMIABERTO EM

AQUIDAUANA-MS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência do Curso de Graduação em Administração para a obtenção de título de Bacharel em Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob a orientação da Prof.ª Dra. Daniela Althoff Philippi

Resultado:____________________________________________ Aquidauana, MS, 28 de novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________ Orientador: Prof.ª Dra. Daniela Althoff Philippi

Presidente - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

___________________________________________________________ Coorientador: Prof. Me. João Bosco de Moura Filho

Membro

____________________________________________________________ Prof.ª Dra. Helen Paola Vieira Bueno

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“A justiça examina a

infração, capitula a culpa,

inflige

a

pena.

A

administração policial e

política previne, impede,

combate a anarquia.”

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho científico ao Grande Criador do universo, Deus que por intermédio de Jesus Cristo me abençoou até aqui. À minha mãe Dona Elza Penteado Leite e ao meu pai Daniel Bispo Confessor em trabalharem pelo meu sustento, sendo sempre de grande inspiração e exemplo de integridade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Eterno Justo Deus, criador do universo, por ter me possibilitado ingressar numa universidade pública Federal. Agradeço aos meus pais senhor Daniel e Dona Elza por serem exemplo de integridade, honestidade e humildade. Ao Prof. André Luiz Francisco por ter me incentivado nos estudos, logo quando ingressei no campus. Ao prof. José Leal que desde o meu primeiro dia de aula me mostrou ser um rio de inspiração. Aos meus amigos Lucas Piazer, Marcy Piazer e Josias França por todos os ensinamentos e alegrias proporcionadas.

Agradeço a AGEPEN pela autorização, suporte e interesse em auxiliar toda a coleta de dados, em especial ao Diretor do presídio semiaberto Fabio, Agente Jailza Espíndola e a Assistente Social Fermina.

A minha orientadora Prof.ª Daniela Althoff Philippi e ao Prof. João Bosco de Moura Filho que com suas orientações me incentivaram a conclusão dessa trajetória em ambiente acadêmico e a Prof.ª Helen Paola Vieira Bueno por aceitar participar da banca avaliadora.

Aos meus colegas de turma, em especial ao grupo denominado “Caveiras da Adm.”.

Muito obrigado à Francislaine de Oliveira Alexandre, por ser tão especial em minha vida, me apoiando com tanto amor e carinho, tendo sempre uma palavra de sabedoria nos momentos mais difíceis. Me encorajando na conclusão de mais esta etapa na carreira acadêmica.

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CONFESSOR, Danilo Penteado Confessor, AÇÕES QUE PROMOVAM A NÃO REINCIDÊNCIA NO SISTEMA PRISIONAL NA PERSPECTIVA DOS INTERNOS- REGIME SEMIABERTO EM AQUIDAUANA-MS. Trabalho de Conclusão de Curso. – Curso Graduação em Administração – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPAQ, 2019.

Orientador: Prof.ª Dra. Daniela Althoff Philippi

RESUMO

O Brasil é o país com a 3ª maior população carcerária do mundo, sendo que umas das grandes dificuldades é o seu crescimento gradativo e a sua alta taxa de reincidência que chega a 70% dos internos. O Estabelecimento Penal de regime semiaberto de Aquidauana possuía 50 internos, conforme dados de 16/05/2019. Já, no regime fechado, na mesma data, o estabelecimento penal possuía 162 internos. Entende-se que a Segurança Pública é uma ramificação da Gestão Pública e que, por sua vez, a não reincidência é um indicador relevante em sua avaliação e melhoria. Dada a importância do tema, a presente pesquisa pretendeu contribuir com os estudos no campo da gestão da Segurança Pública, em específico, para o estabelecimento penal de Aquidauana, apresentando como objetivo geral averiguar, na perspectiva dos apenados do regime semiaberto do Sistema Prisional em Aquidauana, quais ações podem promover a não reincidência dos detentos. No mês de maio de 2019 foi aplicado o questionário a uma amostra definida com base no critério de acessibilidade composta por 34 internos do regime semiaberto de Aquidauana. Constatou-se que mais da metade dos pesquisados são reincidentes no Estabelecimento Penal de Aquidauana e, ainda, que os fatores de escolaridade e de participação nas atividades artesanais, artística-cultural não são determinantes para a não-reincidência do regime semiaberto. Ao final, são tecidas sugestões para o Estabelecimento Penal em Aquidauana e para futuras pesquisas.

Palavras-chave: Administração Pública, Segurança Pública, Sistema Penitenciário, Reincidência Prisional, ressocialização.

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CONFESSOR, Danilo Penteado Confessor, ACTIONS THAT PROMOTE NO REINCIDENCE IN THE PRISON SYSTEM IN THE INTERNAL PERSPECTIVE - SEMIABERTO REGIME IN AQUIDAUANA-MS. Completion of course work. - Course Graduation in Administration – Federal University of Mato Grosso do Sul - CPAQ, 2019.

Advisor: Prof.ª Dra. Daniela Althoff Philippi

ABSTRACT

Brazil is the country with the 3rd largest prison population in the world, and one of the major difficulties is its current growth and its high recidivism rate that reaches 70% of the interns. The Criminal Establishment of semi-open regime of Aquidauana had 50 inmates, according to the data 16/05/2019. In its closed regime, on the same date, the penal establishment had 162 inmates. It is understood that Public Safety is a branch of Public Management and that, in turn, non-recurrence is a relevant indicator in its evaluation and improvement. Given the importance of the theme, this research aimed to contribute to the studies in the field of public security management, specifically, for the criminal establishment of Aquidauana. These actions can promote the non-recurrence of detainees. In May 2019 the questionnaire was applied to a sample defined based on the accessibility criterion composed of 34 inmates of the semi-open Aquidauana regime. It was found that more than half of the respondents are repeat offenders in the Aquidauana Penal Establishment, and also that the factors of education and participation in craft, artistic and cultural activities are not determinant for the non-recurrence of the semi-open regime. Finally, suggestions are made for the Penal Establishment in Aquidauana and for future research.

Keywords: Public Administration, Public Security, Penitentiary System, Prison Recidivism.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 01: Perfil social da amostra ... 28

Tabela 02: Relação entre reincidência e fatores diversos ... 29

Tabela 03:Reincidentes no regime semiaberto ... 30

Tabela 04: Exercem atividade artesanal, artística-cultural ... 30

Tabela 05: Existência de ações que contribuam para não-reincidência ... 31

Tabela 06: Incentivo ao trabalho dentro do presídio ... 32

Tabela 07: Participação na atividade de trabalho dentro do presídio ... 32

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AA – Alcóolatras Anônimos

AGEPEN – Agência Penitenciária de Mato Grosso do Sul BBC – British Broadcasting Corporation

CF – Constituição Federal

CNJ – Conselho Nacional de Justiça CP – Código Penal

DEPEN – Departamento Penitenciário Nacional EB – Exército Brasileiro

FGV – Fundação Getúlio Vargas

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada NA – Narcóticos Anônimos

PC – Polícia Civil

PIB – Produto Interno Bruto

RBA - Revista Brasileira de Administração

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...12

1.1 Gestão Pública ...12

1.2 Estrutura da Administração Pública no Brasil ...13

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ... 14

1.4 Objetivos ...14

1.4.1 Objetivo geral ... 15

1.4.2 Objetivo Específicos ... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15

2.1 A primeira instituição de Segurança Pública no Brasil ... 15

2.2 Conceito de Governo ... 19

2.3 Conceito de Estado ... 19

2.4 Segurança pública no Brasil ... 20

2.4.1 Sistema prisional brasileiro ... 21

2.4.2 A reincidência prisional ... 22

3 METODOLOGIA ... 24

3.1 Caracterização da pesquisa ... 24

3.2 Técnicas de levantamento de dados ... 25

3.3 Amostra ... 25

3.4 Análise dos dados ... 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 27

4.1 4.1 Sistema prisional de Aquidauana - Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto, Aberto e Assistência ao Albergado de Aquidauana ... 27

4.2 Perfil dos apenados do regime semiaberto de Aquidauana ... 27

4.3 Existência de reincidência, ou não no regime semiaberto ... 30

4.4 Atividades existentes para a ressocialização e não reincidência ... 30

4.5 Quais ações, na perspectiva dos apenados, podem promover a não reincidência de detento ... 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 34

REFERÊNCIAS ... 36

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1 INTRODUÇÃO

A gestão pública busca apresentar uma administração integra e transparente. A preocupação com transparência e qualidade da Administração pública transpassa por vários anos, com a implementação e iniciação prática gerencial na Inglaterra. Entretanto, somente no final do Século XX esse conceito ganhou adquiriu notoriedade e expressão social, passando a integrar-se aos interesses governamentais, de acordo com Cruz (2010, p. 60) apud Heald (2003, p. 723). A partir de então, a ideia de transparência passa a ter relevância dentro do setor público e desde então, cada vez mais tem abordado e tomado maior importância em governos que são a favor do processo democrático, dando acesso às informações e esclarecendo os gastos dos gestores públicos CRUZ (2010, p 60) CRUZ apud SILVA (2009, p. 340).

Segundo Cruz (2010, p. 60) apud Fox (2007, p. 24), um dos principais motivos que influenciaram a ascensão dos debates e os estudos na área e o maior interesse em se promover uma gestão pública integra de maior transparência, tornando possível “punir” políticos que se envolverem em corrupção ou condutas ilegais.

1.1 Gestão Pública

Cabe ao gestor do patrimônio público objetivar como alvo a Excelência. Contudo, por representar o Estado existem princípios normativos que orientam os valores fundamentais para a vivência do “Estado de Direito”, do exercício da Justiça e Ordem (KANAANE, 2010, p. 47).

A governança da administração pública do em seu direito é definida por estar apoiada em seus princípios, de acordo com suas interações ética-morais, como a publicidade e a prestação responsável de contas (KANAANE, 2010, p. 47).

Ao Estado não compete somente a finalidade de operar de modo melhor e mais eficiente. Cabe ao Estado, por obrigação ou voluntariamente: induzir, fomentar e até mesmo gerar possibilidades para o desenvolvimento das organizações econômicas e sociais do país. Tornando-se indispensável o balanceamento e reestruturação dos limites e estruturações do "planejamento governamental e da gestão pública" (CARNEIRO, MENICUCCI apud CARDOSO, 2001, p. 166).

O Estado com sua presença mais próxima da população permanecerá tendo importante função social no crescimento econômica e na geração da qualidade de

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vida, consequentemente a levando transformação social para a população. Contudo, é necessária uma presença mais significativa, com o melhorando da gestão de recursos financeiros e em geral. Através de revisão das formas de ascensão da sociedade contemporânea e complementa que existem duas lápides para maior eficácia desse “novo Estado desenvolvimentista “que envolvem o potencial de execução da atividade pública e a relação maior da sociedade (CARNEIRO, MENICUCCI, apud EVANS, 2008 p. 167).

1.2 Estrutura da Administração Pública no Brasil

Segundo Santos (2012) depois de debater-se sobre o aperfeiçoamento pacto federativo brasileiro. De acordo com as funções do Estado, seu formato e sobre quais tipos de serviços públicos prestar, verificando que os objetos federativos de capacidade em governar-se pelos meios e competências próprias, fazendo-se necessário apresentar como encontra-se distribuído os elementos essenciais, o arcabouço dos podere1s entre os objetos federativos, a estruturação destes poderes no Estado Brasileiro. O Brasil é um país federativo compartimentado entre três objetos governamentais: união, estados e municípios. Tanto a organização quanto o exercício e suas competências dos poderes estão traçados em legislações especificamente determinadas.

Conforme Santos (2012), no tocante a União, a Constituição Federal define os padrões nas instituições Nacionais, definindo os requisitos de funcionamento para estados e municípios, segundo consta na Constituição Federal são os estados que elaboram suas constituições. Através dessas ferramentas legais, governos estaduais e municipais apresentam seus moldes de funcionamento, como a estruturação de suas competências de cada setor público, no referente ao papel e a responsabilidade em objeto de execução de políticas públicas.

Com relação ao crescimento da quantitativo de informações divulgadas Cruz (2010, p. 60) apud Silva (2009, p. 341) alerta que não existe razão para acreditar que o grau de transparência para os atores políticos alcançou decorrência da possibilidade de que os agentes políticos sejam incentivados a manter em sigilo alguns aspectos das discussões orçamentárias, principalmente os que dizem respeito à distribuição de recursos em benefício de determinados segmentos sociais ou econômicos com a intenção de obter apoios o nível ideal do ponto de vista da sociedade. Pode-se afirmar isso em e votos nas próximas eleições.

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De acordo com Teixeira (2012) existe um direito básico de conhecer, de ser informado sobre o que o governo está fazendo e porquê. Em situações em que se estabelecem relações do tipo principal-agente, os cidadãos têm o direito de saber sobre o comportamento dos seus agentes, especialmente quando fazem parte do Governo ou de organizações internacionais e os principais são o público em geral.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Quais ações, na perspectiva dos apenados do regime semiaberto, do Estabelecimento prisional de Aquidauana podem promover a não reincidência de detentos?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Averiguar na perspectiva dos apenados do regime semiaberto, do Sistema Prisional em Aquidauana, quais ações podem promover a não reincidência de detentos.

1.4.2 Objetivos específicos

• Verificar o perfil dos apenados do regime semiaberto; • Identificar se há ou não reincidência no regime semiaberto;

• Levantar, quais são as atividades existentes que visem a ressocialização e, consequentemente, a não reincidência.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apresenta-se neste capítulo uma breve descrição sobre fatos históricos determinantes na construção da atual conjuntura da segurança pública no Brasil a partir de 1808 até os dias atuais. Paralelamente, seguem dados estatísticos concernentes ao tema.

2.1 A primeira instituição de Segurança Pública no Brasil

Segundo Cotta (2006), intimidado com um possível ataque do Imperador Napoleão Bonaparte, com seu exército de guerra na eminência de invadir Portugal, em 1808, instalou-se no Rio de Janeiro a Corte Portuguesa. A Corte foi formada por diversos funcionários públicos e militares, junto à família Real, sendo que em 10 de maio de 1808 foi criada a “Intendência Geral da Polícia da corte e do Reino”, nomeando à frente o brasileiro Paulo Fernandes Viana, no período de 1808 a 1821. A Intendência foi oficializada com o objetivo de contribuir com o zelo pela ordem, implantando uma cultura aparente com da civilização europeia (COTTA, 2006).

O intendente de polícia possuía uma relação bem próxima com o Príncipe D. João XI por possuir diversas funções públicas. Paulo Fernandes Viana era responsável pela Segurança da Corte e da população, destarte, garantindo a Corte no poder (PRADO,1968).

Cotta (2006) cita que o termo “polícia”, neste contexto, possuía um significado muito abrangente, sendo a única instituição que exercia a segurança pública na época. Era responsável não somente pela repressão e controle autoritário sobre a sociedade. Contudo, a Intendência Geral da Polícia da Corte tinha, por prerrogativa do Estado, o dever de civilizar e disseminar o zelo pela ordem, propagando valores e códigos de comportamento social. Paulo Fernandes estruturou toda a parte urbana, investindo em saneamento básico, pavimentando ruas, construindo pontes, otimizando a iluminação pública, além da monitoração de festas e apresentações públicas. Thomas Holloway afirma em sua fala:

Usando a polícia, o Estado assumiu a tarefa de proteger a propriedade, o que na sociedade tradicional ficava a cargo principalmente de particulares, e começou a exercer controle sobre o comportamento público, o que não era uma preocupação central do Estado pré-moderno (HOLLOWAY, 1997, p. 21).

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De acordo com Gomes (2014), houve uma enorme ascensão populacional na cidade do Rio de Janeiro nos treze anos em que a Corte Portuguesa se situou no Brasil. Sucedeu-se, consequentemente, uma metropolização grandemente acentuada, em toda a região.

Segundo Costa (2003), José Bonifácio era responsável pelas relações exteriores da época. Ele passa a enviar cartas para Portugal levantando-se contra toda uma classe política da época, cobrando o descaso com a colonização do Brasil. Bonifácio firma uma posição de independência política, comercial e diplomática da colônia, entre 1824 e 1833. Desde a criação em 1890 do primeiro calendário do Brasil República contendo os feriados oficiais, a Igreja Positivista já vinha contribuindo para o devido reconhecimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos principais nomes na Independência republicana. Bonifácio viveu o período transformador da Revolução francesa na Europa. Preocupado com o absolutismo crescente pela América do Sul e a possível fragmentação da nação, a transição deveria ser cautelosa e urgente. Através do poder do imperador e o comando de José Bonifácio, o Brasil conseguiu manter sua integridade e soberania Nacional, à medida que os demais territórios do continente se dividiram em diversas repúblicas espanholas (IPB, 2015, p. 1).

Compreende-se que a Administração Pública, consequentemente, a Segurança Pública, desenvolveu-se com muitas dificuldades na formalização jurídica e legal em meio a revoluções, protestos e muitos conflitos pela auto-gestão da agora, República Federativa do Brasil com uma complexidade imensa no mantimento da Ordem. Desta maneira, encerra-se o período colonial, adentrando ao Século XX para o melhor conhecimento das políticas nacionais pertinentes.

Em 1889 é instituído o "Governo Provisório da República", tendo como principal Chefe de Estado o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, militar muito experiente, participou ativamente na Guerra do Paraguai, que em outro momento estivera à frente dos setores antiescravistas do Exército Brasileiro. Em 1890 é estabelecido o Primeiro Código Penal Brasileiro, inspirado no Código Comercial. Desde então, começava a serem criadas as primeiras leis brasileiras da nova República Brasileira, fundamentando e criando o Poder moderador do Estado em 1891, acontece a primeira eleição de forma indireta, onde Marechal Deodoro acarreta sendo eleito, assumindo no mesmo ano a presidência do Brasil República,

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trazendo para o Brasil a separação entre Igreja e Estado, fundamentando assim na Nação, uma nação organizada e independente (ARQUIVO NACIONAL BRASIL, 2009).. "O sistema político brasileiro passou a basear-se no presidencialismo, no federalismo e no regime de representatividade, subdividindo e definindo-se os três poderes do Estado” (ARQUIVO NACIONAL BRASIL, 2009).

A criminalidade alcançou altas estatísticas e o grau de complexidade para se manter a ordem, fora tornando-se cada vez maior. Comumente ocorriam delitos, quadrilhas criminosas praticavam assaltos com armas brancas, proibidas por lei. Apostas e prostituições eram praticadas diurnamente, sem qualquer tipo de constrangimento (GOMES, 2014, p. 200).

Em dezembro de 1841, torna-se instinta a “Intendência Geral da Polícia”, onde termina originando o oficio de Chefe de Polícia, estando à frente o já experiente em Segurança Pública e conhecedor dos principais pontos de tráfico humano Eusébio de Queiroz Coutinho, trazendo outra definição ao serviço policial (GOMES, 2014, p. 201).

A partir de 1832, nasce a Guarda Nacional, pensada na estrutura do "cidadão em armas", contida na Revolução Francesa, era o símbolo da democratização. Contudo, tornou-se como meio para o surgimento de autoritários coronéis com pequenas tropas legais nos locais, que por sua vez, tinham acesso a armas e atuavam na consolidação da ordem na região. Estabelecendo um código processual criminal, que oferecia a um Juiz-policial, possuindo autoridade para julgar e prender, tendo como apoio inspetores regionais. Diversas pessoas foram presas indevidamente em falsos processos como forma de eliminar qualquer um que fosse contrário a essa forma de poder. Essa seria a nova formação da Segurança Pública na época (MALERBA, 1999, p. 52-53).

O Governo de 1866, cria o que já começava a definir o início da polícia Civil, consistindo nos moldes europeus, sendo criado, legalizando conforme Decreto n.3.598/1866, criação da Guarda Urbana, resultando na instalação e organização da Guarda Civil no período inicial da República, onde logo depois, resultou na divisão das funções policiais em Civil e Militar (CIVIL, 2017).

Segundo Almeida (2014), em 1907 a população carcerária no Brasil totalizada em 3.734 presos, representando a 0,018% da população. Muitos desses crimes ligados a infrações contra a pessoa, classificando-os em homicídio, tentativa de homicídio e lesão corporal. O índice de reincidentes era baixíssimo, cerca de 4%.

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De 1937 a 1945 estabeleceu-se em todas as esferas, o “Estado Novo”, uma nova formatação na Administração Pública, o que beneficiou muito o Brasil, pois Getúlio Vargas propiciou uma aproximação nas relações entre federação e estado, unindo o país numa melhor caracterização de Nação, após ter vivenciado tantas revoluções e guerrilhas na tentativa de desvinculação de diversos. As forças armadas forneciam mão de obra técnica-administrativa. Era o envolvimento que ficou conhecido como “a política do Exército”. O país estava atrasado, e o Estado então induziria no desenvolvimento econômico, para reabilitar a ordem econômica e social (FILHO, 2013).

Entre 1964 e 1985, ao longo desse período conturbado da história política e social brasileira, caracterizada por um regime militar, resultado de um golpe civil-militar. Surgem diversas formas de manifestações sociais, controladas pelo Estado na garantia da ordem. Contudo, esses movimentos foram se tornando cada vez mais expressivos, diante do autoritarismo. Foram nesses anos, que ocorreram diversas melhorias no país na área econômica e a realização de construções das obras faraônicas. O Brasil chegou a ser um dos dez maiores Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Consequentemente a injustiça econômica social e o descontrole da ordem pública crescem juntos (NAPOLITANO, 2014, p. 8-9).

Em 1980 o principal parâmetro de avanços na relação entre sociedade e polícia foi o início da democratização política brasileira, conceituadas através da democracia e devido aos anseios do povo naquele período por novas objeções e estruturas policiais e política. Não se fazia necessário interromper os modelos já adquiridos de práticas e teorias, mas otimiza-los através das diretrizes que um Estado democrático de direito deve possuir. O que não ocorria, visto que a segurança pública era subordinada ao governo centralizado do regime militar, assim também era com as forças policiais. Mesmo com a criação da Constituição Federal de 1988, não se conseguiu obter um olhar mais aprimorado para a gestão policial e para as delimitações do direito penal (LIMA, BUENO, MINGARDI, 2016).

Uma das maiores dificuldades sociais do Brasil está relacionado a dificuldade na sensação de segurança em ambientes públicos. sendo registrado mais de 1 milhão em vítimas nas últimas três décadas. Contendo um número de 22,2 ao ano em 1990, para mais de 28,3 de vítimas já nos anos de 2013 (LIMA, BUENO, MINGARDI, 2016).

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Até os dias de hoje, a segurança pública não enfrentou ainda uma reforma estrutural devidamente necessária. São urgentes novas conceituações na coordenação, correspondendo aos anseios da sociedade de avanço organizacional, aprimoramento técnico e minimização da violência urbana, garantindo maior e melhor eficiência no controle na administração policial.

2.2 Conceito de Governo

De acordo com Santos (2012), Governo é a direção suprema dos negócios públicos. O governo, em sentido institucional, é o conjunto de poderes e órgãos constitucionais; em sentido funcional, é complexo de funções estatais básicas; em sentido operacional, é a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o governo ora se identifica com os poderes e órgãos supremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias desses poderes e órgãos como manifestação da soberania. Santos (2012, p. 77) apud Wilson (1987, p. 723) apresenta que Gestão pública é a parte executável do direito administrativo, ou seja, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução das metas governamentais, que a gestão pública é a parte da ciência da Administração que regulamenta o governo, que se ocupa dos três poderes: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Divisões estas fundamentais na administração Pública (GULICK, 1937 apud SANTOS, 2012).

2.3 Conceito de Estado

Segundo Teixeira (2012), no concebimento atual é subintende-se como uma autoridade maior que surgiu junto com o processo de desenvolvimento da Sociedade, com a finalidade de assegurar que as relações sociais estejam fundamentadas em regulamentos pré-estabelecidos, não subordinando a cultura especifica de um povo ou dogmáticos religiosos, nem mesmo por quaisquer forças físicas ou econômicas.

Teixeira (2012) explica que o Estado tem soberania sobre a sociedade em direcionar o que pode ou não ser feito, protegendo regiões fronteiriças e as relações interestaduais. Entretanto, o Estado é o único que pode recluir a liberdade ou agir com repressão em detrimento da ordem pública e de garantir a defesa de seu território. Teixeira (2012) afirma que o Estado se divide em três poderes:

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• Executivo: é aquele responsável em administrar o sistema público, oferecer serviços a sociedade e proteger o cidadão.

• Legislativo: é o que formula e altera leis e fiscalizando o governo em nome da sociedade.

• Judiciário: objetivo de resolver desentendimentos entres pessoas, por via de processos judiciais, caso investigado.

Para obtenção de eficácia do Estado. É preciso o estabelecimento de políticas públicas sociais, sendo indispensável a compensação do funcionamento estrutural de Estado e da implementação de ações governamentais, políticas públicas que garantam a máxima qualidade da sociedade. Todavia, é preciso ter melhorias avaliativas nas relações em todos os “stakeholders" envolvidos no estabelecimento desses conjuntos de estratégias governamentais. Sendo assim, o Estado atua na representação do povo na garantia dos direitos da sociedade como: Saúde, Educação, Segurança pública, Saneamento básico e moradia. A garantia de acesso da população a esses elementos que garantem o bom funcionamento do Estado (HOFLING, 2001).

2.4 Segurança pública no Brasil

Para Matos (2013), a Segurança pública no Brasil tem sido um tema de grande relevância nos últimos dias. Sua estrutura principal está intrinsicamente relacionada ao conceito da histórica segurança nacional. Doutrina esta que norteou diversas instituições de segurança no país, nos anos de 1960 e 1980, fundamentando indiretamente algumas leis penais como: leis de execuções penais, código de processo penal e código penal. Além disso, construindo popularmente uma ideia errônea de que a segurança pública atua em função de proteger o Estado e não como dever do Estado, direito e Responsabilidade de Todos, conforme expresso na Constituição Federal (BRASIL, 1988) em favor da ordem pública e no cuidado com o cidadão. Com isso surge a repressão policial, a ampliação da política de encarceramento de pessoas (MATOS, 2013).

Após o ano de 1988, com o reestabelecimento da democracia no Brasil através da nova constituição da República Federativa do Brasil. O país agora voltava seus olhares para a valorização dos direitos humanos e o engajamento na extensão dos direitos sociais, liberdade política e civil. Sendo papel decisório no crescimento e

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promoção da justiça com os direitos humanos, visto que a Segurança pública está associada na categoria dos direitos mais fundamentais dos direitos humanos (COSTA; BALESTRERI, 2010).

Segurança Pública não é somente responsabilidade do Estado, mas também do Governo através de repasse de recurso da União. Jamais um membro do Estado poderá usufruir totalmente do pleno serviço sem a presença eficaz da Segurança Pública. Essa tem sido uma realidade vivida por muitos brasileiros que vivem marginalizados, nas mais diversas idades e classes sociais. A criminalidade cresce em níveis absurdos, fato este decorrente da inexistência da presença atuante do Estado, deixando o país num sinal de preocupação (ROCHA; AUGUSTO et al. 2018, p. 45-84).

Cerca de 85% dos homicídios cometidos no Brasil estão em 400 municípios. Em um recorte menor, nós buscamos 81 municípios, que representam 49% dos homicídios. Para cada 1% de evasão escolar, nós temos o acréscimo de 7% de aumento de homicídio (MIKI, AUGUSTO et al. 2018, p. 45-84).

Existe uma predisposição da sociedade crer que a forma de melhorar a Segurança Pública através de duas perspectivas: a estatística ou da qualidade. É preciso identificar que, ao mesmo tempo, esses são conceitos paralelos. Analisando a Segurança em diversos aspectos, examinando na forma de um conceito bem mais entendido e detalhado, comprova-se a dificuldade e a crise do Estado da manutenção da segurança pública, agravadas com a violência urbana atual vivenciada no Brasil nos mais diversos setores da população, no surgimento de milícias, que atuam nas mais diversas áreas da sociedade. Surgem novos códigos de segurança, ética, controle da ordem e da população. O agente público acaba agindo através da tentativa de controle e apoiado pelo autoritarismo, usando a força de maneira progressiva na tentativa de contenção, apresentando autoridade e poder outorgado para a execução da lei, pensamento este que reduz a qualidade junto à comunidade, impactando negativamente na eficácia do Estado (COSTA; BALESTRERI, 2010).

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2.4.1 Sistema prisional brasileiro

Rangel e Bicalho (2016) examinaram que o crescimento da massa carcerária está relacionado não somente aos resultados dos efeitos das reclusões, mas a todo o sistema social, cuja marginalização está relacionada ao desejo de consumo e visão do egresso de um sistema prisional como criminoso, tal problema se sustenta por causa dessa percepção sociológica.

Não existe possiblidade da análise problemática no sistema prisional sem a devida contextualização social da causa. A decadência na eficiência nas penitenciárias não está somente nos presídios. Mas o declínio vem ocorrendo em toda a Segurança Pública. É preciso uma análise minuciosa no conjunto de regras, estruturas e leis para a identificação de gargalos no Sistema penitenciário, inserido na Segurança Pública, compondo parte da Gestão Pública. Não sendo assim, será difícil melhorar. A situação desumana dentro do sistema penitenciário é uma dificuldade que vem sido vivenciada há anos (RBA, 2017, p. 24-26).

O número de internos aumentou grandemente nos últimos anos, “de 622 mil em 2014, data da última pesquisa, para 726 mil. Isso é quase o dobro das 368 mil vagas existentes, lotação dos presídios é 197%” (BBC, 2017, p.1).

Segundo Brasil (2017), no país aproximadamente 40% da população carcerária está em prisão provisória, não estando ainda em condenação judicial.

2.4.2 A reincidência prisional

A interpretação que se tem da reincidência criminal no Brasil insere-se inicialmente pela sua estruturação jurídica (SAPORI; SANTOS; MAAS, 2017): Conforme os Artigos 63 e 64 do Código Penal Brasileiro (BRASIL, 1945):

Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

Art. 64. Para efeito de reincidência: I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;

Observando a reincidência criminal no Brasil, a partir dos aspectos sociais, a justiça brasileira não tem se apoiado efetivamente nesse conceito jurídica, visto que

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é cada vez maior o número de regressos no sistema prisional brasileiro (SAPORI, SANTOS, MAAS, 2017).

Para Rocha (2018) o Governo Federal possui uma nova estrutura de presídio para aqueles com bom comportamento, que visa o cumprimento de pena através de penas alternativas e atividades que auxiliem a não-reincidência. É necessário que o cumprimento da pena tenha máxima qualidade.

A cada ano que passa é maior a população prisional brasileira. Chegando a ter a 3ª maior população carcerária do mundo com aproximadamente 726 mil pessoas atrás das grades (BBC, 2017).

Por muitos anos, a preocupação com qualificação com detentos dentro dos presídios, foi algo deixado de lado. Aos poucos, a capacitação para o mercado de trabalho vem ganhando significação. A mão de obra, aliada com a qualificação pode contribuir com a reinserção dos egressos. Ainda assim, outro desafio será a inserimento no trabalho, visto o grande número de desemprego no Brasil. É de total importância o aprimoramento de competência, que o auxiliem na ascensão de sua posição social (JULIÃO, 2009).

Para evitar a reincidência, vários egressos ao receberem a liberdade procuram uma oportunidade de trabalho. Consequentemente, muitos dos empregadores ao saberem sobre o antecedente criminal do candidato à vaga, recusará quais quer oportunidades de serviço. Destarte, o indivíduo é levado a cometer novos delitos. Por causa e efeito, o egresso volta cometer novos crimes. O que acaba se tornando dependente de um sistema obsoleto e com a violência ampliada. algo em torno de 70% dos detentos egressos (WAUTERS apud ROLIM, 2018, p.12).

Foucault apud Cruces (2010) demonstrou que, entre as maiores causas do crescimento exponencial da reincidência, está a dificuldade que o apenado tem em ser inserido no mercado de trabalho novamente, a ociosidade e a quebra dos benefícios de banimento. De modo que, ao receber a liberdade, os egressos ainda permanecem em atenção das polícias, além de receberem diversos empecilhos de inserimento na sociedade novamente, trazidos por seus antecedentes criminais.

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3 METODOLOGIA

Inicialmente apresenta-se a caracterização da pesquisa, as técnicas de levantamento de dados adotadas, a amostragem e os procedimentos de análise dos dados.

3.1 Caracterização da pesquisa

A presente pesquisa caracteriza-se por ser descritiva e de levantamento (survey).

Conforme Rampazzo (2013), na pesquisa descritiva observam-se, registram-se, analisam-se e correlacionam-se os fenômenos, sem a sua manipulação e interferência do pesquisador. Justamente como foi aplicada esta pesquisa, sem manipulação do fenômeno e, tão pouco, dos sujeitos pesquisados.

Pesquisas descritivas auxiliam no levantamento e observação de dados de uma determinada população ou causas de um fenômeno, sendo o levantamento (survey) a sua melhor forma (BOAVENTURA, 2007). Para Gil (2010), a pesquisa de levantamento é a que se alcança conhecimento direto da realidade, pela indagação direta às pessoas, para a obtenção de dados sobre um determinado problema. Houve, nesta pesquisa, a indagação direta a membros do regime semiaberto do Sistema Prisional de Aquidauana, para que se pudesse atender aos objetivos propostos na pesquisa.

Ainda a pesquisa se caracterizou como quantitativa. Para Marconi e Lakatos (2011, p. 290):

A pesquisa quantitativa é a mais apropriada para apurar atitudes e responsabilidade dos entrevistados, uma vez que emprega questionários. Deve representar um determinado universo, para que seus dados possam ser generalizados e projetados para aquele ambiente. Seu objetivo é medir e permitir o teste de hipóteses, uma vez que os resultados são definidos e menos passíveis de erros de interpretação. Em muitos casos são criados índices que, por muito tempo, possibilitam conhecer o traçado histórico da informação.

Considera-se a pesquisa quantitativa é o método mais adequado para entender o comportamento dos participantes da pesquisa entrevistado, visto que se utiliza do emprego de questionários (MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 290). Desta maneira, os resultados da pesquisa foram quantificados e transformados em porcentagem.

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3.2 Técnicas de levantamento de dados

A pesquisa, predominantemente, apoiou-se na aplicação do questionário, que se encontra no Apêndice A. A maioria das perguntas do questionário foram fechadas, ou seja, objetivamente com opções de respostas. Buscaram-se questões com respostas mutuamente excludentes e, ao mesmo, tempo, abrangendo o maior número de respostas, de forma condizente com a realidade dos detentos do regime semiaberto. Uma primeira versão do questionário foi apresentada ao Diretor do Regime Semiaberto, a dois Agentes Penitenciários e a dois oficiais do dia. Como esses profissionais avaliaram que o questionário estava de acordo, não houve alterações. Apenas as perguntas cujas opções de respostas seriam anos, meses e dias é que se optou por perguntas abertas.

Os questionários foram aplicados nos dias 16, 21 e 22 de maio de 2019. Na aplicação do questionário os internos eram encaminhados pelos agentes um a um na sala de assistência social, onde o pesquisador fez primeiramente o esclarecimento sobre do que se tratava a pesquisa e esclarecia que seria mantido o anonimato dos internos. Em seguida iniciou-se a aplicação do questionário. Quando questionado não entendia a pergunta, era esclarecido o significado da palavra utilizada no questionário. O questionário foi aplicado com a indagação direta e oral aos pesquisados, conforme acordado com os Agentes e oficiais na liberação da pesquisa. Houve a preocupação da AGEPEN com a integridade do pesquisador, tendo sido designados horários específicos para realização da aplicação do questionário, com o acompanhado de um agente de custódia e uma assistente social para coleta dados com os internos.

3.3 Amostra

A aplicação do questionário se deu por amostra, considerando a disponibilidade do próprio estabelecimento penal, sendo necessária uma autorização prévia da AGEPEN para entrada do acadêmico na área interna do presídio e por acontecerem diversas outras atividades no mesmo período agendado.

Assim, a amostra adotada foi por acessibilidade. Segundo Gil (2010), nesse tipo de amostra, o pesquisador seleciona os elementos que possui acesso, admitindo que estes possam, de alguma maneira, representar a população estudada. Inicialmente, a pretensão é que a pesquisa fosse censitária, porém houve dificuldade de acesso a todos os membros da população porque durante o dia a maioria dos

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apenados participam de convênios de trabalho em diversos lugares na área externa, lugares até mesmo distantes. Somente no período noturno é que os internos estão no estabelecimento penal, onde participam de atividades que auxiliem na ressocialização.

Assim, dos 50 membros da população, possibilitou-se a aplicação do questionário com 34 internos, conforme registro de 16/05/2019.

3.4 Análise dos dados

A análise dos dados foi descritiva e teste Qui-Quadrado para identificar se há diferença significativa entre grupos. Para Colauto e Beuren (2006), a análise descritiva caracteriza-se por investigar o que é, isto é, descobrir as características de um fenômeno, valendo-se de técnicas estatísticas como cálculo do percentual, entre outras, proporcionado suporte às inferências do pesquisador.

Num primeiro momento os dados foram tabulados, sendo transformados em dados quantitativos e percentuais, elaborando-se tabelas. A análise das variáveis foi realizada com uso do teste de qui-quadrado de Pearson. Refere-se a uma averiguação quantitativa de resultado através de duas variáveis dos dados, com o objetivo de encontrar uma razão mais exata possível para o fenômeno (GAWRYSZEWSKI, KAHN, JORGE, 2005 p.1).

Por fim, sempre que possível, foram realizadas relações entre os dados e a fundamentação teórica.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir, serão apresentados resultados sobre o questionário aplicado sistematizados através de tabelas:

4.1 Sistema prisional de Aquidauana - Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto, Aberto e Assistência ao Albergado de Aquidauana

O Estabelecimento penal possui baixa periculosidade, sendo de segurança mínima, utilizado somente por pessoas do gênero masculino e que estejam em benefício do regime semiaberto ou aberto (AGEPEN, 2019). "Instituído pelo Decreto nº 11.552, de 18 de fevereiro de 2004, publicado no DOE em 19 de fevereiro de 2004"(AGEPEN, 2019). Sendo inaugurado em 27 de março de 2003. Situado à Rua Treze de junho, s/nº - em Aquidauana-MS, tendo como diretor Fabio Ferreira Amarilio. (AGEPEN, 2019). Sendo divididos em três áreas: 03 servidores para Administração e Finanças, 15 agentes na Segurança e Custódia, 02 Assistentes Sociais para o setor de Assistência e perícia e 01 técnica em enfermagem cedida pelo Estado. totalizando 21 servidores penitenciários. O estabelecimento penal apresentava na data de 16/05/2019, 50 internos envolvidos em regime semiaberto.

A seguir apresentam-se os resultados da pesquisa, conforme o questionário aplicado aos seus 34 participantes.

4.2 Perfil dos apenados do regime semiaberto de Aquidauana

Na tabela 01 encontram-se os dados referentes ao perfil social dos participantes da pesquisa.

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Tabela 01: Perfil social da amostra

Características N % Tempo de detenção Até 1 ano 18 52,9 de 2 a 5 anos 12 35,3 Acima de 5 anos 4 11,8 Idade Até 29 anos 11 32,4 de 30 a 39 9 26,5 de 40 a 49 anos 9 26,5 de 50 a 59 anos 3 8,8 Acima de 60 2 5,9 Escolaridade Ensino fundamental incompleto 16 47,1

Ensino fundamental completo 4 11,8

Ensino médio incompleto 6 17,6

Ensino médio completo 6 17,6

Ensino superior incompleto 2 5,9

Ensino superior completo 0 0

Total 34 100,0

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados primários (questionário).

Conforme se observa na Tabela 01, a maioria dos internos questionados possui o tempo de detenção de até um ano (52,9%), seguidos pelos que têm tempo de detenção de dois a cinco anos (35,3%), sendo que apenas quatro dos entrevistados (11,8%) possuem reclusão para períodos acima de cinco anos. Assim, grande parte dos indagados apresenta um tempo menor de reclusão.

Quanto à idade, 32,4% dos participantes da pesquisa possuem idade de até 29 anos, 26,5% estão na faixa de 30 a 39 anos, 26,5% entre 40 a 49 anos, 8,8%, com idade de 50 a 59 anos e 5,9% acima de 60 anos.

Sobre a escolaridade dos apenados pesquisados, 47,1% têm o ensino fundamental incompleto, 11,8% com o ensino fundamental completo, 17,6% apresentam ensino médio incompleto e o mesmo percentual para ensino médio completo e 5,9% com ensino superior incompleto. Nenhum dos entrevistados apresenta nível superior concluído. Desta maneira, o maior percentual foi de detentos com o ensino fundamental incompleto, o que retrata uma baixa escolaridade de parte expressiva dos interrogados.

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Na tabela 02 encontram-se os dados referentes ao perfil social dos participantes da pesquisa.

Tabela 02: Relação entre reincidência e fatores diversos

Características/respostas Sim Não Total

p-valor

n % N % n %

Escolaridade

Ensino fundamental incompleto 11 32,3 5 14,7 16 100,0

Ensino fundamental completo 2 5,8 2 5,8 4 100,0

Ensino médio incompleto 3 8,8 3 8,8 6 100,0 0,52

Ensino médio completo 3 8,8 3 8,8 6 100,0

Ensino superior incompleto 1 2,9 1 2,9 2 100,0

Q8: Você exerce no presídio alguma atividade artesanal, artística-cultural?

0,18

Sim 7 20,5 2 5,8 9 100,0

Não 13 38,2 12 35,3 25 100,0

Q9: Na sua opinião, há ações que podem contribuir na sua não-reincidência?

Sim 18 52,9 9 26,4 27 100,0

0,07**

Não 2 5,8 5 14,7 7 100,0

Q10: Você acredita que é necessário ter atividades de trabalho nos presídios?

Sim 20 58,8 14 41,1 34 100,0

Não 0 0 0 0 0

Q16: Você acredita que opções de trabalho podem contribuir para que o detento não cometa mais outros crimes?

Sim 19 55,8 14 41,1 33 100,0 0,23

Não 1 2,9 0 0,0 1 100,0

Q6: Você é reincidente no mesmo crime?

0,02*

Sim 12 35,3 1 2,9 13 100,0

Não 8 23,5 13 38,2 21 100,0

Total 20 14 34

Fonte: Elaborada pelo autor

* Há diferença significativa a um nível de 95% de confiança. ** Há diferença significativa a um nível de 90% de confiança.

A tabela 02 mostra que a relação entre reincidência e escolaridade, atividades de artesanato e artísticas-culturais não são fatores determinantes para a não-reincidência.

Analisando na tabela 02 a relação entre reincidência e fatores diversos, considerando a opinião dos detentos se há ações que contribuam para a não reincidência. O grupo que respondeu sim, reincidem mais do que os que afirmam que não há ações. Ou seja, o grupo que respondeu não, mesmo afirmando que não ações que auxiliem na ressocialização, reincidem menos que os que afirmam sim.

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Conforme tabela 02, constata-se que 35,3% dos reclusos são reincidentes no mesmo crime.

4.3 Existência de reincidência ou não no regime semiaberto

A tabela 03 a seguir apresenta os resultados da pesquisa sobre o quantitativo da reincidência no regime semiaberto de Aquidauana.

Tabela 03:Reincidentes no regime semiaberto

Q5: Você é reincidente no presídio? n % Sim 20 59,9% Não 14 40,1% Total 34 100,0

Fonte: dados primários com base no questionário elaborado pelo autor

Observa-se na tabela 03, que para o estabelecimento penal de Aquidauana, regime semiaberto, foi constatada a reincidência de 59,9% dentre os pesquisados. Enquanto que 40,1% não são reincidentes. Conforme dados do IPEA apud DEPEN (2015) a média nacional de reincidência é de 70%, portanto, considerando a amostra da pesquisa dos apenados de Aquidauana, há menos reincidentes do que a média nacional.

Uma das causas de reincidência é que reclusos apresentam características como dependências químicas e baixa escolaridade e, ao saírem em liberdade das penitenciárias, possuem uma forte tendência em voltarem ao envolvimento com o crime (SAPORI, SANTOS, MAAS, apud Pritchard et al, 2017).

4.4 Atividades existentes para a ressocialização e não reincidência

A tabela 04 apresenta os resultados sobre a quantidade de internos que reincidiram após se envolverem com alguma atividade artesanal, artística-cultural.

Tabela 04:Exercem atividade artesanal, artística-cultural

Q5: Q8: Você exerce no presídio alguma atividade artesanal, artística-cultural?

n %

Sim 09 26,5

Não 25 73,5

Total 34 100,0

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Conforme a tabela 04, pode-se concluir que 09 dos internos (26,5%) questionados se envolvem com alguma atividade artesanal, artística-cultural. 25 (73,5%) deles responderam que não participam, como atividade de ressocialização.

4.5 Quais ações, na perspectiva dos apenados, podem promover a não reincidência de detentos

Conclusões referentes sobre a existência, ou não de ações que contribuem para não-reincidência, na perspectiva dos internos indagados:

Tabela 05: Existência de ações que contribuam para não-reincidência

Q9: Na sua opinião, há ações que podem contribuir na sua

não-reincidência? n %

Sim 33 97,05

Não 1 2,95

Total 34 100,0

Fonte: dados primários (questionários)

Na tabela 05, verifica-se que 33 dos questionados (97,05%) participam de alguma atividade oferecida pelo presídio como forma de remissão de pena. Apenas 01 (2,95%) respondeu que não. É importante considerar que o recluso não é obrigado a participar das atividades. Todavia, todo tipo de participação do interno é registrado em seu histórico de avaliação.

Tais resultados se alinham à convicção de Miki (2018) de que é preciso estimular a participação no cumprimento da condenação através de penas alternativas e atividades de ressocialização.

Também os resultados convergem para o que Foucault apud Cruces (2010) afirma que uma das principais causas do aumento da reincidência está na falta de atividades alternativas e a quebra de benefício recebido. Com base nesse autor, pode-se perceber que o presídio tem buscado alternativas que para diminuir o índice de reincidência.

Tabela 06: Incentivo ao trabalho dentro do presídio

A Tabela 06 apresenta resultados sobre a o incentivo ao trabalho dentro do presidio

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Tabela 06: Incentivo ao trabalho dentro do presídio

Q11: Você é incentivado a realizar uma atividade de trabalho dentro do

presídio? N %

Sim 34 100,0

Não 0 0,0

Total 34 100,0

Fonte: dados primários (questionários)

Conforme a tabela 06, quando interrogados sobre se havia incentivo por parte do presídio, os 34 indagados (100%) responderam que sim. Todos os internos questionados são incentivados a participar das atividades de trabalho, oferecidas através dos convênios com as Prefeituras de Aquidauana e Anastácio e empresas privadas.

Tabela 07: PARTICIPAÇÃO NA ATIVIDADE DE TRABALHO DENTRO DO PRESÍDIO

Os dados da tabela 07 indicam a participação dos internos questionados em atividades de trabalho no presídio.

Tabela 07: Participação na atividade de trabalho dentro do presídio

Q15: Você participa de alguma atividade de trabalho oferecida

dentro do presídio? N %

Sim 23 67,7

Não 11 32,3

Total 34 100,0

Fonte: dados primários (questionários)

De acordo com a tabela 07, 23 dos internos (67,7%), quando questionados se participam de alguma atividade de trabalho, responderam que sim e 11 internos (32,3%) responderam que não participam. Ou seja, relacionando a tabela 06 com a 07, verifica-se que mesmo todos afirmando que são incentivados a participarem de atividades, 11 deles não participam, mesmo tendo essa oportunidade.

A legislação brasileira objetiva a reintegração do apenado e impugna qualquer tipo de condição degradante ou pejorativa à dignidade humana. Dessa maneira, é preciso que o indivíduo tenha acesso a atividades que tragam acesso ao aprimoramento na qualidade de vida e recuperação, condicionando políticas públicas que contribuam para a ressocialização (IPEA, 2018, p.111). Contudo, como se

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constata na presente pesquisa, nem sempre o apenado, mesmo quando incentivado, participa de atividades de trabalho que possam contribuir para a sua ressocialização.

Na tabela 08 os dados são sobre as ações de trabalho pode contribuir para não reincidência, na percepção dos apenados.

Tabela 08: Ações de trabalho podem contribuir para não reincidência

Q16: Você acredita que opções de trabalho podem contribuir para que o detento não cometa mais

outros delitos ou crimes? N

%

Sim 33 97,05%

Não 01 2,95 %

Total 34 100,0

Fonte: dados primários (questionários)

Com base na tabela 08, 97,5% dos entrevistados acreditam que opções de trabalho podem contribuir para o não cometimento de crimes novamente, sendo que apenas 2,5% acredita que não, ou seja, apenas 1 recluso.

Convém destacar que o respondente que é descrente de que as atividades podem contribuir para a não reincidência, é um dos que exercem atividades, segundo a sua resposta à questão 15, cujos dados estão na tabela 07.

Mesmo sendo descrente de que as atividades podem contribuir para a não reincidência, convém frisar o contraponto de Julião (2009) a esta percepção de que mão de obra qualificada influencia numa ressocialização eficaz do egresso, garantindo uma melhor mobilidade social do apenado.

Além disso, considera-se que uma das dificuldades do egresso no inserimento ao mercado de trabalho é o fato de que a sociedade carrega um péssimo pré-julgamento em contratar alguém possuí registro de antecedentes criminais ou de reclusão. Por dificilmente obterem um vínculo empregatício, repetem o envolvimento no mundo do crime, sendo comum que o histórico criminal não permita que o egresso conquiste uma oportunidade de trabalho, o que influência no seu retorno a práticas ilícitas. Segundo Ferreira (2011), enquanto não forem adotadas novas políticas públicas de inserimento do indivíduo na sociedade, essas serão as práticas ilícitas adotadas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com relação ao perfil dos internos conclui-se que a maioria dos questionados (52,9%), possui um maior período em reclusão do total. 32,4% têm idade de até 29 anos e 47,1% escolaridade com ensino fundamental incompleto, o que reflete uma baixa escolaridade por maior parte dos pesquisados.

Pode-se verificar a reincidência no Estabelecimento penal de Aquidauana – regime semiaberto. Entretanto, o percentual de reincidência é menor que a média nacional, alcançando o número de 59,9%. Outra constatação é que a relação com o trabalho é fator determinante para não-reincidência.

As atividades promovidas pelo Estabelecimento Penal de Aquidauana do regime semiaberto para a ressocialização e evitar a reincidência dos internos são: o projeto “Aprender a viver em liberdade”, que objetiva a reintegração social através palestras de autoajuda em parcerias com a comunidade em geral. Projeto “Remição pela leitura”, tendo como intuito o estímulo a leitura de autoajuda e literaturas variadas. Para cada livro lido mensalmente, com a devida resenha por escrito e após avaliada pela equipe interna é ganho até quatro dias de remição da pena. São desenvolvidos atividades de apoio ao detento dependente químico, intitulada como “Renascer”, através de parcerias com o Alcoólatras Anônimos (AA) e o Narcóticos Anônimos (NA), cursos profissionalizantes em parcerias com órgãos públicos, além do convênio de trabalhos da AGEPEN com as Prefeituras de Aquidauana e Anastácio, contribuindo na ressocialização, remição de pena, e na não-reincidência. É preciso estimular e diversificar mais os convênios de trabalho. Por mais que todos os internos entrevistados afirmarem serem incentivados ao trabalho. Apenas 67,6% participam das atividades de trabalho.

Outro fator interessante é o artesanato, quando apenado se envolve com o artesanato ou alguma atividade artístico-cultural. o reeducando consegue ainda no regime fechado a progressão da pena para regime semiaberto. Fato este que revela a importância da cultura na abertura da mentalidade para nossas experiências de vida.

Na perspectiva dos internos, o trabalho é algo que gera possibilidade de um modo alternativo de cumprimento da condenação, além de possibilitar a remissão da pena. 97,06% dos reeducandos acreditam que o trabalho contribui para

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reincidência. Ainda assim, é preciso estimular mais as alternativas de convênios trabalhistas com o comércio e empresas privadas.

O regime fechado possui alguns projetos intuitivos à reintegração social e a remição de pena como: o artesanato, projeto Remição pela leitura, o projeto tijolo ecológico e a confecção de lajotas para pavimentação asfáltica na área urbana de Aquidauana.

Aconselha-se ao Estabelecimento Penal de Aquidauana o uso da estratégia do benchmarking, ou seja, boas práticas de outros estabelecimentos para a não reincidência. O estabelecimento penal de Três Lagoas-MS, por exemplo, criou em 2017 um projeto onde os reeducandos reformavam bicicletas para serem cedidas a crianças da cidade. Os internos ganham um dia de remição na pena para cada três dias trabalhados (SEJUSP, 2017, p.1). No estado de Alagoas a Secretaria de Estado da Ressocialização e inclusão Social, criou um projeto que integra por volta de 200 reclusos, que após receberem progressão de regime para semiaberto e aberto, os reeducandos participam de atividades regulares de manutenção em locais públicos. Dentro dos estabelecimentos penais os internos atuam em projetos na padaria, almoxarife e engenharia e em setores de gestão. Os reeducandos realizam constantes capacitações, no intuito de concederem melhor prestações de serviço, oferecendo oportunidades de reintegração social. Podendo promover a não reincidência do egresso (ALAGOAS, 2018, p. 01).

Para futuras pesquisas seria relevante o estudo sobre comportamento dos egressos do Estabelecimento penal, mediante a oferta de cursos de empreendedorismo para internos com bom comportamento, ou a influência do alcoolismo na prática de delitos, bem como parcerias com universidades para desenvolvimento de projetos de inclusão social.

Uma das limitações da pesquisa foi referente à amostragem, pois, de início a pretensão era abranger todos os apenados do regime semiaberto. Contudo, a as dificuldades de acesso a todos inviabilizaram a realização de uma pesquisa censitária.

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REFERÊNCIAS

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ALAGOAS: Governo do Estado de Alagoas. Programas do Estado reinserem custodiados no mercado de trabalho.

Disponível em:<http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/27787-programas-do-estado-reinserem-custodiados-no-mercado-de-trabalho.>

Acesso em 10 novembro 2019.

ALMEIDA, Bruno Rotta. Um século de reclusão: sistema prisional e encarceramento no rio grande do Sul no distanciar de cem anos, R. IHGB, Rio de Janeiro, jul./set. 2014.

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BRASIL A, Agência. Com 726 mil presos, Brasil tem maior população carcerária do mundo. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para-726712-pessoas>. Acesso em: 23 maio 2019.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 01 ed. Brasília: Secretaria de Editorações e Publicações, 2017.

BRASIL. Código penal brasileiro (1942). Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas. Edição do Senado Federal, Brasília, 2017.

BOAVENTURA, Edvaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação, tese, 1. Ed. Editora Atlas, São Paulo, 2007.

CARNEIRO, R., MENICUCCI, TMG. Gestão pública no século XXI: as reformas pendentes, 2013.1 Vol., Rio de Janeiro, 2010. p. 166-167.

CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1974, 1978, 1983. p. 84.

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Disponível em: <http://www.policiacivil.rj.gov.br/historia.asp> Acesso em: 23 maio 2017.

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Referências

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