IGUALDADE DE
GÉNERO E NÃO
DISCRIMINAÇÃO:
VIOLÊNCIA DE
GÉNERO
Marta SilvaNúcleo Violência Doméstica/Violência de Género
A violência contra as mulheres
visibilidade e colocação do problema na agenda política
O papel da sociedade civil – movimentos feministas
(
Battered Women
) – anos 60 e 70
Identificação da violência como um problema societal
Alteração de um discurso institucional culpabilizador das
mulheres
“Dar voz” às mulheres e validar as suas experiências
Criação de respostas específicas
A violência contra as mulheres
visibilidade e colocação do problema na agenda política
Papel das instâncias políticas internacionais
Organização das Nações Unidas, Conselho da Europa,
Comissão Europeia
Definição da violência contra as mulheres como
viola
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ão
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dos direitos humanos
A violência contra as mulheres
visibilidade e colocação do problema na agenda política
• Conferência Mundial Sobre Direitos Humanos
(Viena, 1993) -
“Declaração Sobre a Eliminação da
Violência Contra as Mulheres” - Resolução 48/104, AG
ONU
• 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres
(Pequim, 1995) -
Plataforma de Acção de Pequim
• Comité de Ministros do Conselho da Europa –
2002 -
Rec(2002)5 sobre a Protecção das Mulheres
A violência contra as mulheres
visibilidade e colocação do problema na agenda política
“… qualquer acto de violência baseado no género
de que resulte ou possa resultar danos físicos,
sexuais ou psicológicos, ou sofrimento para a
mulher, incluindo a ameaça da prática de tais actos,
coacção ou privação arbitrária da liberdade, quer
ocorram na esfera pública ou privada…”
Resolu
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ão 48/104, Assembleia Geral das Na
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Unidas, 1993
A violência contra as mulheres
visibilidade e colocação do problema na agenda política
Conselho da Europa
Conselho da Europa
“qualquer acto, omissão ou conduta que serve para infligir
sofrimentos físicos, sexuais ou mentais, directa ou
indirectamente, por meio de enganos, ameaças, coacção ou
qualquer outro meio, a qualquer mulher e tendo por objectivo e
como efeito intimidá-la, puni-la ou humilhá-la ou mantê-la nos
papéis estereotipados ligados ao seu sexo ou recusar-lhe a
dignidade humana, a autonomia sexual, a integridade física,
mental e moral ou abalar a sua segurança pessoal, o seu amor
próprio ou a sua personalidade, ou diminuir as suas capacidades
físicas ou intelectuais.”
Planos Nacionais Contra a Violência Doméstica:
I PNCVD
RCM nº55/1999, de 15 de JunhoII PNCVD
RCM nº88/2003, de 7 de JulhoIII PNCVD
RCM nº83/2007, de 22 de JunhoI Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres
Este III PNCVD tem como objecto primordial de
intervenção o combate à violência exercida directamente
sobre as mulheres, no contexto das relações de
intimidade, sejam elas conjugais ou equiparadas,
presentes ou passadas.
Esta opção abrange ainda a violência exercida
indirectamente sobre as crianças que são testemunhas
das situações de violência interparental, naquilo a que se
designa por violência vicariante.
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO I
Informar, Sensibilizar e Educar
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO II
Proteger as Vítimas e Prevenir a Revitimação
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO III
Capacitar e Reinserir as Vítimas
de Violência Doméstica
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO IV
Qualificar Profissionais
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO V
Aprofundar o conhecimento do fenómeno
da Violência Doméstica
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO I
Conhecer e Disseminar Informação
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO II
Prevenir, sensibilizar e formar
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO III
Proteger, apoiar e integrar
ÁREA ESTRATÉGICA DE INTERVENÇÃO IV
Investigar criminalmente e reprimir
3.000 5.000 7.000 9.000 11.000 13.000 15.000 17.000 19.000 21.000 23.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 GNR - total de ocorrências PSP - total de ocorrências Total de ocorrências - Nacional
ano de registo
Evolução do número de ocorrências de
Violência Doméstica registados pelas
Forças de Segurança
Fonte: DGAI – a partir dos dados disponibilizados pelas Forças de Segurança
REGISTO DAS PARTICIPAÇÕES
Nº de ocorrências participadas às Forças de Segurança em 2007 e 2008 - Período homólogo
7.406 10388 17.794 8604 14848 23452 GNR PSP Total 2007 2008
Fonte: DGAI – a partir dos dados disponibilizados pelas Forças de Segurança
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO
Lei 61/91, de 13 de Agosto - garante protecção adequada às mulheres vítimas de violência
RCM nº49/97, de 24 de Março - Plano Global para a Igualdade de Oportunidades Resolução da AR nº31/99, de 14 de Abril - Carácter urgente para a execução das
medidas previstas na Lei 61/91
RCM nº55/99, de 15 de Junho - Plano Nacional Contra a Violência Doméstica Resolução da AR nº7/2000, de 26 de Janeiro - Concretização das medidas de
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO – CÓDIGO PENAL
1982-1995 - Artigo 153º(entre cônjuges - maus tratos físicos - pena - 6 meses a 3 anos - crime público)
1995-1998 - Artigo 152º(entre cônjuges e uniões de facto - maus tratos físicos e psíquicos - pena de 1 a 5 anos - crime semi-público)
1998 – 2000 - Artigo 152º(crime semi-público mitigado)
2000 - Artigo 152º(crime público)
2007 - Artigo 152ºViolência doméstica – crime público
Novembro 2008 - Proposta de Lei que regula o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica e à protecção e assistência das suas vítimas
ARTIGO 152º - Código Penal
Violência doméstica
1 — Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:
a) Ao cônjuge ou ex -cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação;
c) A progenitor de descendente comum em 1.ºgrau; ou
d) A pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição
2 — No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o facto contra menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima é punido com pena de prisão de dois a cinco anos.
3 — Se dos factos previstos no n.º1 resultar:
a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos;
4 — Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido as penas acessórias de proibição de contacto com a vítima e de
proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de frequência de programas específicos de prevenção
da violência doméstica.
5 — A pena acessória de proibição de contacto com a vítima pode incluir o
afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu incumprimento pode ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.
6 — Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser
inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de um a dez anos.
Casas de Apoio
Lei nº107/99, de 3 de Agosto
Decreto-lei nº323/00, de 19 de Dezembro
Rede pública de casas de apoio
• Casas de abrigo –
unidades residenciais destinadas a proporcionar
acolhimento temporário a mulheres vítimas de violência acompanhadas ou
não de filhos menores.
• Centros de atendimento –
unidades constituídas por uma ou mais equipas
técnicas, pluridisciplinares, de entidades públicas, bem como outras entidades
que com aquelas tenham celebrado protocolos de cooperação.
• Núcleos de atendimento –
serviços de atendimento de mulheres vítimas de
violência, assegurados por ONG e IPSS, actuando em coordenação com a
rede pública de casas de apoio.
Casas de Apoio
Lei nº107/99, de 3 de Agosto
Decreto-lei nº323/00, de 19 de Dezembro
Centros e Núcleos de Atendimento
O atendimento e encaminhamento
Avaliação da situação, por ex. do RISCO
Diagnóstico
Protecção Social e Integração das Vítimas
Casas de Abrigo e Comunidades de Inserção
1 1 1 2 2 5 1 3 4 1 2 6 4 2 2 1 Casas de Abrigo Comunidades de Inserção 35 9 3 3
Rede Nacional de Núcleos de Atendimento a Vítimas
2 6 5 17 4 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 46 8 2Estruturas de Apoio à Vítima
PSP e GNR
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 PSP – salas de Apoio à Vítima GNR- Salas de Apoio à Vítima GNR – Núcleos Mulher e Menor 138 222 18III PNCVD: Medidas em implementação
Programa para Agressores
Tele assistência a vítimas de violência doméstica Grupos de Ajuda Mútua
Concurso Escolar - "A Nossa Escola Pela Não Violência"
Intervenção integrada no âmbito das Administrações Regionais de Saúde Vigilância Electrónica para Agressores
Tradução e adaptação técnica e científica do Modelo Duluth Campanha de Sensibilização contra a violência no namoro
Formação de técnicos (as) de várias áreas
Alargamento territorial da Rede Nacional de Núcleos de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica
Lei nº 23/2007, de 4 de Julho
Regime jurídico de entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros do território nacional
Prazo de reflexão – duração mínima de 30 dias e
máxima de 60 dias
• Em que seja solicitada a colaboração
• Em que a pessoa manifesta vontade em colaborar
• No momento em que é sinalizada como vítima de tráfico
Direitos:
– Assegurada a sua subsistência
– Acesso a tratamento médico urgente e adequado – Assistência psicológica
– Segurança e protecção
– Assistência de tradução e interpretação – Assistência jurídica
Lei nº 23/2007, de 4 de Julho
Regime jurídico de entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros do território nacional
• Autorização de residênciacom a duração de um ano e renovável por iguais
períodos Requisitos:
a sua importância para a investigação e procedimentos judiciais vontade clara em colaborar
romper as relações com os presumíveis autores Excepção – circunstâncias pessoais da vítima o justifiquem
Artigo 160º do Código Penal – Tráfico de Pessoas
1 – Quem oferecer, entregar, aliciar, aceitar, transportar, alojar ou acolher pessoa para fins de exploração sexual, exploração do trabalho ou extracção de órgãos:
a) Por meio de violência, rapto ou ameaça grave; b) Através de ardil ou manobra fraudulenta;
c) Com abuso de autoridade resultante de uma relação de dependência hierárquica, económica, de trabalho ou familiar;
d) Aproveitando-se de incapacidade psíquica ou de situação de especial vulnerabilidade da vítima; ou
e) Mediante a obtenção do consentimento da pessoa que tem o controlo sobre a vítima; é punido com pena de prisão de três a dez anos.
Artigo 160º do Código Penal – Tráfico de Pessoas
2 – A mesma pena é aplicada a quem, por qualquer meio, aliciar, transportar,proceder ao alojamento ou acolhimento de menor, ou o entregar, oferecer ou aceitar, para fins de exploração sexual, exploração do trabalho ou extracção de órgãos.
3 – No caso previsto no número anterior, se o agente utilizar qualquer dos meios previstos nas alíneas do nº1 ou actuar profissionalmente ou com intenção lucrativa, é punido com pena de prisão de três a doze anos.
4 – Quem, mediante pagamento ou outra contrapartida, oferecer, entregar, solicitar ou aceitar menor, ou obtiver ou prestar consentimento na sua adopção, é
Artigo 160º do Código Penal – Tráfico de Pessoas
5 – Quem, tendo conhecimento da prática de crime previsto nos nºs 1 e 2, utilizar os serviços ou órgãos da vítima é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. 6 – Quem retiver, ocultar, danificar ou destruir documentos de identificação ou de
viagem de pessoa vítima de crime previsto nos nºs 1 e 2 é punido com pena de prisão até três anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.