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Aula de Bioquímica I. Tema: Enzimas. Prof. Dr. Júlio César Borges

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Academic year: 2021

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Aula de

Bioquímica I

Tema:

Enzimas

Prof. Dr. Júlio César Borges

Depto. de Química e Física Molecular – DQFM Instituto de Química de São Carlos – IQSC

Universidade de São Paulo – USP

(2)

Reações Biológicas

Em condições normais similares as celulares, as reações químicas para a vida são “improváveis”

Obedecem os mesmos princípios que as reações químicas

- Porém são mais rápidas: fator de 105-1017 vezes

CO

2

+ H

2

O

H

2

CO

3

Não catalisada V = 1,3 x 10-1 (s-1)

Catalisada pela Anidrase carbônica V = 1,0 x 10+6 (s-1)

Catalisadoras biológicos: Enzimas

Permitem que as reações aconteçam em tempos biologicamente uteis

Alta eficiência e grande poder catalítico;

Atuam em condições reacionais brandas;

Podem ser reguladas por diferentes estratégias (ativadas ou inibidas);

São específicas quanto aos substratos/produtos e/ou localização tecidual;

Podem catalisar reações específicas relacionadas – evitam reações

competidoras;

Convertem diferentes tipos de Energia;

(3)

Enzimas: Nomenclatura

Muitas enzimas são conhecidas pelo seu nome comum - Sem informação direta sobre que tipo de reação elas catalisam

International Union of Biochemistry and Molecular Biology – Enzyme Commission (EC)

- Nomenclatura e classificação das enzimas segundo o tipo de reação catalisadas

Nome aceito/recomendado Nome sistemático Classificação de 4 números

Ex: NMP Cinase (nome aceito) transfere um Fosfato do ATP para o NMP. ATP:nucleosídeo-Fosfato Fosfotransferase (Nome sistemático)

(4)

Termodinâmica da reação

Critério de espontaneidade:

Variação da Energia Livre – ∆G

Para uma reação ocorrer espontaneamente ∆G < 0

Depende do estado Inicial e Final

Reação Exergônica Reação Endergônica

A espontaneidade não diz se ela vai ocorrer em uma velocidade mensurável: Depende da Barreira de energia para a formação do Estado de transição

Barreira de energia Variação da Energia livre de ativação (ΔG‡) Domina a Cinética da Reação

A + B C + D

G

G

RT

ln

K

eq 0

+

=

(5)

Quanto maior a T, maior o número de colisões entre moléculas com ∆G‡

adequadas para a reação.

“Superação da Barreira de energia”

A Energia Livre de ativação

Velocidade da reação aumenta com a temperatura

Reações não-enzimáticas

Em determinadas reações, dependendo da Temperatura, serão obtidos produtos diferentes por reações de mecanismos concorrentes – SN1 versus SN2:

- Termodinâmicos ∆G favorável com uma Alta ∆G‡ - Cinéticos ∆G favorável com um ∆G‡ menor

(6)

Enzimas são catalizadores

Estabilizam o Estado de transição (ET ou X) de uma reação - O ET não é um “intermediário” reacional com estabilidade

- É um momento molecular transitório com igual probabilidade de se decompor em P ou S

Portanto, as enzimas reduzem a ∆G‡

Q

P

X

B

A

K

+

+

‡ ‡ ‡ ‡ ‡

ln K

RT

G

G

G

=

X

S

=

Quanto maior a [S] e [X‡] maior a velocidade da reação

kB = Constante de Bolztmann h = Constante de Planck R = Constante dos Gases T = Temperatura absoluta

k = constante de velocidade indica a probabilidade da reação acontecer nas condições indicadas

k = 0,03 seg-1 3% de conversão S P por seg Relação inversa e proporcional entre k e ∆G

]

[

e

]

[

S

V

X

V

α

α

RT G

e

h

T

k

k

−∆

=

]

][

[

]

[

‡ ‡

B

A

X

K

=

RT G

e

S

h

T

S

k

V

]

[

k

]

[

B ∆ −

=

=

(7)

Se ∆G‡

n-cat = 6,82 kcal/mol Keq = [X‡]/[A][B] = 1x10-5

V = 6,2 x107 seg-1 Se ∆G‡ cat = 4,09 kcal/mol ∆∆G‡ = 2,73 kcal/mol K eq = [X‡]/[A][B] = 1x10-3 V = 6,2 x109 seg-1

Uma pequena redução na ∆G‡ resulta num grande aumento na Velocidade da Reação

O aumento da Velocidade da reação é dado por:

RT cat G

e

∆∆ ‡ /

Cat

cat

n

cat

G

G

G

=

∆∆

RT G

e

S

h

kT

X

v

V

]

[

]

[

‡ ∆ −

=

=

C 25 à 10 2 , 6 12 −1 o = x seg h kT K’eq ∆G0’ (kcal/mol) 0,00001 6,82 0,0001 5,46 0,001 4,09 0,01 2,73 0,1 1,36 1 0 10 -1,36 100 -2,73 1000 -4,09 10000 -5,46 100000 -6,82

Enzimas são catalizadores

Estabilizam o Estado de transição (ET ou X) de uma reação

(8)

Enzimas

Formação do complexo “Enzima-Substrato — ES” numa “Orientação favorável”

A formação do complexo ES distingue as Enzimas dos demais catalizadores

-As Enzimas “criam” um novo caminho para a reação química estabilizando o ET.

eq

K

RT

G

G

=

0

+

ln

]

[

]

[

]

][

[

]

][

[

S

P

S

E

P

E

K

eq

=

=

E + S

ES EP

E + P

Enzimas não alteram o equilíbrio

de uma reação

-A enzima não é gasta no processo e

portanto não altera o equilíbrio químico

-Elas aceleram ambos os sentidos da reação

(9)

Enzimas: Sítio Ativo

Participação direta na formação do complexo ES Pequena porção da enzima

Interagem com substratos por ligações fracas

O SÍTIO ATIVO é um micro-ambiente

- Selecionar substratos complementares - Especificidade eletrônica e geométrica

- Influência nas propriedades das cadeias laterais

São quirais

- São estereoespecíficas

Tipos de interações Enzimas-substratos

van der Walls Eletrostáticas

Ligações de hidrogênio Hidrofóbicas

(10)

Enzimas: Sítio Ativo

(11)

Enzimas: Sítio Ativo

A energia de ligação do ES provêm Energia Livre utilizada pela enzima

eq B

G

RT

K

G

=

0

+

ln

]

][

[

]

[

2 1

S

E

ES

k

k

K

eq

=

=

E + S

ES

E + P

k1 k2 k3 k4

A especificidade de uma enzima é devida à interação precisa do substrato com a enzima. Tal precisão é resultado da complexa estrutura 3D da proteína/enzima

S

T

H

G

B

=

Afinidade do complexo Enzima Substrato – ES

DEPENDE da contribuição da ∆H e ∆S - Formação de interações energéticas (↓∆H)

- Expulsão de água do Sítio ativo (↑∆S)

- Liberação da água de solvatação do substrato (↑∆S) - Flexibilidade do Substrato no Sítio Ativo (↓∆S)

Contribuições maximizadas no Estado de transição

A ∆GB influencia a especificidade e fornece substancial força propulsora para a catálise enzimática.

- Fatores que contribuem ↓ ∆GB contribuem para ↓ ∆G‡ por ajudar a

(12)

Enzimas: Sítio Ativo

Pequena porção da enzima

Contam com aminoácidos ou “grupamentos catalíticos” provenientes de diferentes posições na estrutura primária da proteína

Os demais aminoácidos formam a estrutura 3D da enzima para “POSICIONAR” os Aminoácidos “catalíticos” no sítio ativo Funcionam como um “andaime”

- Garantem a estrutura e forma do sítio ativo

Citocromo P-450 Lisozima

Posição dos Aminoácidos catalíticos na estrutura primária

(13)

Modelo chave-fechadura - Emil Fischer (1894) - Em desacordo com observações experimentais

Enzimas: Sítio Ativo

Os sítios ativos são pré-formados na estrutura das enzimas

A maioria absoluta sofre mudanças conformacionais Ajuste induzido – “Induced fit”

- Podem ser rearranjos de cadeias laterais ou grande movimento de domínios

Hexoquinase Modelo ajuste induzido

- Posiciona os grupos catalíticos no ET

- Permite formar interações adicionais no ET - Protege S de reações concorrentes

(14)

Enzimas

As Enzimas apresentam Alta afinidade pelo Estado de Transição Reacional

As enzimas estabilizam a formação do Estado de Transição pois devem ser complementares a este estado! “Bastonase funcional” “Bastonase não funcional”

(15)

Enzimas

As Enzimas apresentam Alta afinidade pelo Estado de Transição Reacional

As enzimas estabilizam a formação do Estado de Transição

Ex: Racemização enzimática da Prolina

(16)

Enzimas

As Enzimas apresentam Alta afinidade pelo Estado de Transição Reacional

As enzimas estabilizam a formação do Estado de Transição

Importância

Desenvolvimento de inibidores análogos do estado de transição - Estudos do mecanismo catalítico

- Desenvolvimento de Fármacos

Indústria QUÍMICO-FARMACÊUTICA $$$$$$

Anticorpos Catalíticos

(17)

Enzimas necessitam de auxílio

As cadeias laterais das enzimas participam diretamente da catálise

Co-fatores localizados no Sítio Ativo

Muitas enzimas necessitam Essenciais para a atividade enzimática - Participam de reações Óxido-redução

Íons Metálicos

Coenzimas - Moléculas orgânicas devem ser regeneradas - Grupos prostéticos – Coenzima ligada fortemente

Diferentes enzimas com uma mesma coenzima mecanismo catalítico similar

Apo-enzima e Holoenzima

Cadeia protéica + Co-enzima ou metal

Ativadores localizados fora do Sítio Ativo

(18)

Enzimas

“Acho que as enzimas são moléculas complementares em estrutura aos complexos ativados das reações que elas catalisam, ou seja, à configuração molecular que é intermediária entre as substâncias reagentes e produtos da reação para estes processos catalisados. A atração da

molécula da enzima pelo complexo ativado levaria assim a um decréscimo da energia de ativação da reação e a um aumento da velocidade de reação.”

Linus Pauling, Nature (1948) 161:707

As enzimas utilizam um amplo repertório de estratégias e forças intermoleculares para ligar substratos em uma orientação, proximidade e microambiente adequados para construir e

quebrar ligações.

As enzimas estabilizam o ET, pois apresenta alta afinidade por este estado, onde o substrato reage formando os produtos que tem menor afinidade pela enzima e se desligam desta

governado pela lei da ação das massas.

Linus Pauling 1901-1994

Referências

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