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Sintetizando: É errado dizer que o dengue 2 é o hemorrágico. Só há relação de causa e efeito em alguns casos, quando a pessoa já teve Dengue I.

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Academic year: 2021

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1-Dengue clássico

O nome Dengue Clássico se refere à infecção provocada, na pessoa, por qualquer um dos quatro tipos de dengue. Já o dengue hemorrágico é uma síndrome - ou seja, um estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas (definição do Aurélio). As pessoas que já tiveram dengue e são infectadas pela segunda vez podem (ou não) desenvolver o dengue hemorrágico.

Sintetizando: É errado dizer que o dengue 2 é o hemorrágico. Só há relação de causa e efeito em alguns casos, quando a pessoa já teve Dengue I.

SINTOMAS DO DENGUE CLÁSSICO: de três a 15 dias após a picada do mosquito, a pessoa começa a ter febre, dor de cabeça (na região ocular, principalmente), nas juntas (dor nos ossos), prostação, vômitos, diarréia, falta de apetite e erupções na pele. Os sintomas iniciais são os mesmos, independentemente do tipo de vírus ou do número de vezes em que se contraiu a doença.

DIAGNOSTICO

Nem todo paciente com febre e dor muscular está com dengue. Há outras doenças que podem ser confundidas com dengue, como febre amarela, malária, leptospirose. E várias doenças podem causar choque. Na síndrome do choque da dengue, que é uma doença virótica, o número de leucócitos não aumenta - e as vezes até diminui - ao contrário do que ocorre no choque bacteriano, causado, por exemplo, por uma meningite meningocócica.

A confirmação da dengue hemorrágica é feita através de três exames: a prova do laço, contagem de plaquetas e hematócrito (ambos obtidos através do exame de sangue). O isolamento e classificação do vírus demoram cerca de 15 dias. Quando positiva, a prova do laço revela a existência de alta concentração de pontinhos avermelhados (petéquias) no braço. Nos pacientes com dengue, o hematócrito revela uma alta concentração de glóbulos vermelhos (hemoglobina). E o número de plaquetas fica abaixo do normal.

Leptospirose: Nos pacientes com leptospirose, o branco dos olhos fica com uma tonalidade róseo-avermelhada; os pacientes têm icterícia, que é raríssima na dengue, e podem apresentar insuficiência renal. As bases para o diagnóstico são dadas pela história epidemiológica (contato com água de enchentes, limpeza de fossa) e por exames complementares.

Infecções respiratórias: No resfriado comum, o paciente tem coriza, espirros, dor de garganta, tosse e não tem febre.

Já na gripe, os sintomas podem evoluir com febre alta de início súbito, calafrios e dores musculares, sugerindo dengue ou leptospirose. O diagnóstico diferencial é feito pela análise de sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta, coriza, no caso da gripe).

Nas pneumonias bacterianas, as dores são mais intensas no tórax, há tosse e expectoração, que não ocorrem no dengue.

Sarampo: Pode ser confundido com dengue quando apresenta manchas avermelhadas. No sarampo, no entanto, antes de surgirem as manchas o doente tem tosse, coriza e conjuntivite, o que não ocorre no dengue. Além disso, as manchas do sarampo começam na face e vão descendo para o resto do corpo. Na dengue, elas surgem no tronco e progridem para os braços. As manifestações respiratórias, como rinite catarral, são acentuadas no sarampo e não ocorrem na dengue.

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Rubéola: Manchas vermelhas e febre podem ocorrer na rubéola. Mas a febre é mais branda do que na dengue e as manchas começam pela face, como no sarampo. As dores musculares são discretas, o estado geral é melhor. O diagnóstico de rubéola exige confirmação por exames de laboratório.

Malária: Inicialmente, a febre na malária é diária (e não intermitente) na maioria dos casos. As formas graves podem evoluir com choque, sangramento e eventualmente, coma. A icterícia (pele amarelada) é comum. A exclusão deste diagnóstico é obrigatória para todo paciente proveniente de área endêmica (estados da Região Amazônica, países da América do Sul e Central, África) e se faz través de exames de laboratório.

Febre amarela: Como a dengue, o principal transmissor da febre amarela urbana é o Aedes aegypti. O quadro clínico inicial é indistinguível da dengue, com febre alta de início súbito e fortes dores musculares. A maioria dos casos não apresenta icterícia (pele amarelada). Nas formas graves, são comuns os sangramentos, geralmente digestivos. A distinção do diagnóstico pode ser epidemiológica: se o paciente viajou para área endêmica (Região Amazônica, incluindo Colômbia, Bolívia e Peru, e África) e o período de incubação não excede a seis dias, deve-se suspeitar de febre amarela. Meningoencefalites: Dor de cabeça intensa, presença de lesões purpúricas, choque precoce, instalado em menos de 24 a 48 horas de evolução (o que, nas formas graves do dengue, ocorre a partir do terceiro dia) indicam a necessidade de exclusão de meningococcemia ou meningite meningocóccica. Nestas doenças, as lesões purpúricas, com o passar das horas, assumem aspecto semelhante ao de queimaduras por cigarro. Ao contrário do que se passa com a meningite, porém, a percepção sensorial do paciente com dengue (no qual são incomuns as manifestações neurológicas) tende a estar conservado. A punção lombar é indicada – na dengue o líquor geralmente não está alterado. Na impossibilidade de exclusão do diagnóstico de meningite, o paciente deve ser imediatamente medicado com antibióticos.

Pielonefrite: As dores, muitas vezes descritas pelo paciente como dores musculares, estão restritas à região lombar. É preciso fazer exames de laboratório para um diagnóstico diferencial.

Faringites: A dengue pode evoluir com dor de garganta. A presença deste sintoma em crianças, somado à dor abdominal, pode sugerir o diagnóstico de faringite estreptocócica. É preciso fazer exames para um diagnóstico diferencial.

Septicemia: As septicemias (infecção generalizada) têm instalação mais lenta. É preciso fazer exames para dar um diagnóstico diferencial.

TRATAMENTO

Não há vacina contra a dengue, pois a imunidade prévia contra um determinado sorotipo do vírus aumenta, em vez de diminuir, a possibilidade de formas graves da doença.

Para a dengue clássica, não há tratamento específico, além de repouso e ingestão de bastante líquido.

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Nem sempre uma segunda infecção, por um outro tipo de vírus, é seguida de dengue hemorrágica. Entretanto, se houver qualquer anormalidade, deve-se levar o doente a um posto de saúde ou hospital mais próximo, onde ele deve ficar em observação. Deve-se evitar a ingestão de anti-térmicos e analgésicos compostos por ácido acetil salicílico (aspirina), que têm ação anti-coagulante, irritam a mucosa gástrica, e podem levar à confusão de diagnóstico.

Com tratamento precoce e adequado, a recuperação do choque é rápida. Há casos, porém, de reincidência da doença após dois ou três dias.

Na dengue hemorrágica, o tratamento é feito basicamente com a aplicação de soro e plasma, mas às vezes também é necessário a transfusão de sangue.

EVOLUCAO

A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes. Conhecida há cerca de 200 anos, a dengue era considerada até 1953 uma virose benigna, que causava desconforto sem ser letal. Naquele ano, a eclosão, nas Filipinas, de uma epidemia da doença na sua forma mais grave, a dengue hemorrágica, mudou radicalmente o conceito que se tinha sobre ela. Hoje, a dengue hemorrágica está entre as dez principais causas de hospitalização e morte de crianças em países da Ásia tropical. Nas Américas, a primeira epidemia de

dengue hemorrágica que se tem notícia ocorreu em Cuba, em 1981.

No Brasil, onde fora erradicado no início do século, o dengue ressurgiu em 1982, quando uma epidemia atingiu um quinto da população de Boa Vista, Roraima. Em 1986, irromperam epidemias no Estado do Rio, Alagoas e Ceará que se alastraram, nos anos seguintes, para outros estados da União.

Há quatro tipos de vírus da dengue conhecidos. O responsável pelas epidemia de 1986 foi o sorotipo 1 do vírus da dengue. Nos anos subseqüentes, o vírus 2 também foi detectado no país, causando nova epidemia. Em janeiro de 2001, um terceiro tipo de vírus, o 3 – que há quatro anos fora identificado na Venezuela – foi isolado em Nova Iguaçu. Coincidentemente, a epidemia de 1986 também começou em Nova Iguaçu.

O fato de haver um novo tipo de vírus de dengue circulando no meio ambiente traz não só o risco de nova epidemia pelo tipo 3 como aumenta a probabilidade de ocorrerem casos de dengue hemorrágica. Com base no que foi observado em outras epidemias, principalmente em Cuba, os especialistas afirmam que uma pessoa infectada fica imune ao tipo de vírus de dengue que causou a infecção. E, por um período de três meses, ela também fica protegida contra os outros três tipos.

Passado esse tempo, porém, acredita-se que se a pessoa for novamente infectada por um dos três tipos, num período de cinco a sete anos, ela poderá ter dengue hemorrágica. Os epidemiologistas não descartam a possibilidade de ocorrerem casos

de dengue hemorrágica mesmo quando há apenas um tipo de vírus circulando. Em 1987, cinco pessoas com quadro clínico de dengue hemorrágica morreram em

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Niterói. O número de notificações da doença, contudo, cresceu quando o tipo 2 também passou a circular no meio ambiente.

TRANSMISSAO

O principal transmissor da dengue é o Aedes aegypti, mas há outra espécie de mosquito, o Aedes albopictus, que também é encontrado em áreas urbanas e pode transmitir a doença. A principal fonte de infecção, contudo, é o homem. Se alguém estiver doente e for picado por um mosquito são, vai transmitir a doença ao inseto – e este, por sua vez, irá infectar outra pessoa, fechando a cadeia de transmissão. Não há transmissão de uma pessoa para outra. O homem é capaz de infectar o mosquito

durante seis dias – um dia antes do início dos sintomas até cinco dias depois. O deslocamento de pessoas infectadas ou mosquitos transportados em veículos e

cargas é que fazem a doença se alastrar.

O aegypti é um mosquito com hábitos bastante conhecidos. Ele é um inseto essencialmente doméstico: a fêmea prefere depositar seus ovos em recipientes artificiais ou naturais contendo água limpa, tais como o interior de vasos de plantas, latas vazias, pneus velhos, calhas de telhado, garrafas e cacos de vidro sobre muros. Se a fêmea estiver infectada, seus ovos também estarão. Depositados a alguns milímetros acima da linha d'água, os ovos são muito resistentes: se a água secar, eles se fixam às paredes dos reservatórios, onde podem resistir, ressecados, por até 450 dias. Assim que entrarem novamente em contato com água, o ciclo evolutivo do inseto é reiniciado.

PREVENCAO

O uso de repelentes acarreta o risco de tornar o inseto imune ao veneno. A borrifação ambiental com inseticida é útil apenas no controle dos mosquitos adultos – e, por isso, é indicada apenas em casos de surtos ou epidemias. Seu efeito é paliativo, pois os mosquitos eliminados serão rapidamente substituídos por outros recém saídos dos

criadouros. Para combater o mosquito, é preciso eliminar os ovos.

As medidas indicadas para a erradicação do mosquito são:

• Esvaziar bem e guardar as garrafas, latas e vidros de boca para baixo, para evitar o

acúmulo de água estagnada. • Fazer furos no fundo de vasilhas de latão, plástico ou outro material antes de

jogá-las fora.

• Tampar as bocas dos poços artesianos, caixas d’água, cisternas, barris e tonéis que

ficam ao relento. • Limpar periodicamente calhas e tubulações por onde a água da chuva é escoada.

• Transferir plantas aquáticas para vasos de terra ou então trocar a água a cada três

dias, lavando o vaso com sabão. • Evitar pratos com água embaixo dos vasos, e plantas como bromélias e gravatás,

que acumulam água em suas folhas. • Guardar os pneus em locais protegidos da chuva. Pneus usados como balanço

devem ser furados para que a água não fique acumulada. • Depois de despejar a água, deve-se passar uma lixa ou esponja áspera por dentro dos recipientes para garantir a remoção dos ovos do mosquito. Os ovos podem sobreviver.

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Aedes albopictus

O Aedes albopictus tem maior tolerância ao frio, utilizando criadouros naturais e artificiais, águas limpas ou poluídas, podendo reproduzir-se nas cidades, no campo e

nas florestas. Assim como o Aedes aegypti, o albopictus também transmite a febre amarela – mas, por se adaptar tanto na floresta como na cidade, este último representa um risco maior de atuar como ponte biológica entre a febre amarela

Referências

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