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Capacidade de inovação moderada pelas pressões institucionais na obtenção de performance em ecoinovação

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA. JOSÉ JACONIAS DA SILVA. CAPACIDADE DE INOVAÇÃO MODERADA PELAS PRESSÕES INSTITUCIONAIS NA OBTENÇÃO DE PERFORMANCE EM ECOINOVAÇÃO. São Paulo 2019.

(2) José Jaconias da Silva. CAPACIDADE DE INOVAÇÃO MODERADA PELAS PRESSÕES INSTITUCIONAIS NA OBTENÇÃO DE PERFORMANCE EM ECOINOVAÇÃO. CAPACITY OF MODERN INNOVATION FOR INSTITUTIONAL PRESSURES IN OBTAINING PERFORMANCE IN ECOINOVATION. Projeto de Tese apresentado ao Programa de Pós-Graduação. em. Administração. da. Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Administração.. Orientadora: Prof. Dra. Claudia Brito Silva Cirani. São Paulo 2019.

(3) Silva, José Jaconias da. O Capacidade de inovação moderada pelas pressões institucionais na obtenção de performance em ecoinovação. / José Jaconias da Silva. 2019. 116 f. Tese (Doutorado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2019. Orientador (a): Profª. Drª. Claudia Brito Silva Cirani. 1. Ecoinovação. 2. Capacidade de inovação. 3. Pressões institucionais. 4. Desempenho em ecoinovação. 5. Agroindústrias orgânicas. I. Cirani, Claudia Brito Silva. II. Titulo. CDU 658.

(4) CAPACIDADE DE INOVAÇÃO MODERADA PELAS PRESSÕES INSTITUCIONAIS NA OBTENÇÃO DE PERFORMANCE EM ECOINOVAÇÃO. Por José Jaconias da Silva. Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Administração - PPGA da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Administração, sendo a banca examinadora formada por:. ___________________________________________________________ Prof. Dra Claudia Brito Silva Cirani – Universidade Nove de Julho UNINOVE - Presidente. ___________________________________________________________ Prof. Dr. Evandro Luiz Lopes – Universidade Nove de Julho – UNINOVE – Membro Interno. ___________________________________________________________ Prof. Dra Priscila Rezende da Costa – Universidade Nove de Julho – UNINOVE – Membro Interno. ___________________________________________________________ Prof. Dr Gilberto Perez– Universidade Presbiteriana Mackenzie – Membro Externo. ___________________________________________________________ Prof. Dra Fernanda Salvador Alves – Universidade Federal do Paraná - UFPR– Membro Externo. São Paulo, 08 de Março de 2019.

(5) DEDICATÓRIA. Aos meus pais Joaquim e Marlene, com todo o meu amor, a minha gratidão. À minha amada esposa Dulcely Silva Franco. À minha irmã Regina e ao meu irmão Jean a minha tia Cida, sobrinhos e sobrinhas e a cada um dos demais familiares. Aos meus queridos avós (in memorian)..

(6) AGRADECIMENTO. À minha orientadora Professora Doutora Claudia Brito Silva Cirani pelo incentivo sempre presente, pelos ensinamentos, pelas valorosas sugestões, pelo pronto atendimento, apesar de suas inúmeras ocupações, pela paciência, pela amizade e, principalmente, pela oportunidade e confiança em mim depositado. Ao Professor Doutor Evandro Luiz Lopes e a Professora Doutora Priscila Rezende da Costa, agradeço pelo auxílio incansável, pela disposição, pelas valiosas proposições e correções no desenvolvimento da pesquisa, pela solidariedade que lhes é tão peculiar e por terem aceito o convite para comporem as bancas de qualificação e de defesa. Ao Professor Doutor Gilberto Perez e à Professora Doutora Fernanda Salvador Alves, que aceitaram participar da minha banca de defesa e trazerem importantes reflexões e contribuições ao meu estudo. A todos os demais docentes do Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho, pelo comprometimento com o ensino e a pesquisa e pelo meu crescimento enquanto pesquisador proporcionado por meio de seus ensinamentos. À Professora Mestre Dulcely Silva Franco, minha amada esposa, pelo companheirismo, por todos os valiosos ensinamentos e pelo constante incentivo à docência e à pesquisa. A todos os amigos de turma DINTER UFMT/UNINOVE, com os quais compartilhei momentos singulares de aprendizagem, de crescimento acadêmico, de solidariedade e de amizade. A todos os colegas do departamento de Administração da UFMT, campus de Cuiabá, pelo apoio incondicional recebido para ingressar no doutorado. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo incentivo à pesquisa mediante a concessão de bolsa de estudos..

(7) RESUMO Neste estudo três importantes construtos são analisados: capacidade de inovação, ecoinovação e pressão institucional. A capacidade de inovação está relacionada à capacidade que uma organização tem de realizar inovações, quer seja de produto, processo ou serviço. Já as ecoinovações são inovações que têm como proposta diminuírem o impacto sobre o ambiente: redução da emissão de gases, desperdício de água e resíduos sólidos, diminuição do consumo de materiais perigosos/nocivos/tóxicos e outros. As pressões institucionais advêm da nova teoria institucional e propõem que as organizações, procurando se legitimar, tornem-se iguais (isomorfismo). São três as pressões institucionais: normativas, miméticas e coercitivas. Esta pesquisa estabeleceu como objetivo geral verificar se as pressões institucionais são forças moderadoras na relação entre capacidade de inovação e implantação de práticas de ecoinovação para obtenção de desempenhos financeiros e ambientais. O setor escolhido foi o agroindustrial de produção orgânica do Brasil. Como problema de pesquisa, verificar-se-á se as pressões institucionais são forças moderadoras na relação entre capacidade de inovação e implantação de práticas de ecoinovação para obtenção de desempenhos financeiros e ambientais. Para isso, três modelos foram testados: o Modelo 1, com todas as empresas da amostra; o Modelo 2, com o grupo de empresas cujos produtos e processos atendiam as exigências nacionais e internacionais; e, por último, o Modelo 3, com o grupo de empresas cujos produtos atendem somente as exigências nacionais e não as internacionais. Para a coleta de dados foi realizada uma survey com 192 agroindústrias de produção orgânica em todo o Brasil. As análises foram conduzidas por meio da modelagem de equações estruturais, utilizando o software SmartPLS 2.0. Os resultados da pesquisa mostraram que, para os três Modelos testados, não existe uma relação positiva e significativa para a relação entre capacidade de inovação e ecoinovação, quando presentes os moderadores no modelo. Mostraram também que somente a pressão normativa no Modelo 2 modera a relação entre capacidade de inovação e ecoinovação. As outras pressões avaliadas não apresentaram relação de moderação na relação estudada, considerando todos os modelos explorados. E por último com relação ao desempenho ambiental e financeiro, esta pesquisa mostrou haver uma relação positiva e significativa entre ecoinovação e desempenho ambiental, nos três Modelos testados. Porém, não existe uma relação direta entre a ecoinovação e o desempenho financeiro e sim uma relação de mediação por meio do desempenho ambiental. Destaca-se o Modelo 2, onde a mediação foi total; enquanto que, nos outros dois modelos, a mediação foi parcial. Palavras-chave: ecoinovação, capacidade de inovação, pressões institucionais, desempenho em ecoinovação, agroindústrias orgânicas..

(8) ABSTRACT We analyzed three important constructs in this study: capacity for innovation, eco-innovation and institutional pressure. The ability to innovate relates to an organization's ability to make innovations in their product, process or service innovations. Eco-innovations are innovations that aim to reduce the impact on the environment. These impacts can be reduction of the emission of gases, waste of water and solid waste, reduction of the consumption of hazardous / harmful / toxic materials and others. Institutional pressures come from the new institutional theory and propose that organizations seeking to legitimize become equal (isomorphism), the three institutional pressures are normative, mimetic and coercive. Thus, this research established as a general objective to verify if the institutional pressures are moderating forces in the relation between capacity of innovation and implantation of practices of eco-innovation to obtain financial and environmental performances. The sector chosen for this research was agro industrial sector of organic production in Brazil. And the research problem was: Are institutional pressures moderating forces in the relationship between capacity for innovation and implementation of eco-innovation practices to achieve financial and environmental performance? Three models were tested in this study: Model 1 with all the companies of the sample; Model 2 with the group of companies that the products and processes met the national and international requirements and finally the Model 3 with the group of companies that the products only serve national requirements and do not meet international requirements. For the data collection, a survey was carried out with 192 agro industries of organic production throughout Brazil. Analyzes were conducted through the modeling of structural equations using the software SmartPLS 2.0. The results of the research showed that, for the three Models tested, there is no positive and significant relationship between the capacity of innovation and ecoinnovation when the moderators are present in the model. They also showed that only the normative pressure in Model 2 moderates the relationship between innovation capacity and ecoinnovation. The other pressures evaluated did not present a moderation relationship in the relation studied, considering all the models explored. Finally, with respect to environmental and financial performance, this research showed a positive and significant relationship between eco-innovation and environmental performance in all three models tested. However, there is no direct relationship between eco-innovation and financial performance, but rather a mediation relationship through environmental performance. It stands out the Model 2 where the mediation was total and in the other two models the mediation was partial. Keywords: Eco-innovation. Innovation capacity. Institutional pressures. Performance in ecoinnovation. Organic agro industries..

(9) SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................11 1.1 Problema de Pesquisa ....................................................................................................13 1.2 Objetivos .......................................................................................................................14 1.2.1 Geral ......................................................................................................................14 1.2.2 Específicos .............................................................................................................15 1.3 Relevância da Pesquisa .................................................................................................15 1.4 Organização da Pesquisa ...............................................................................................16 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................19 2. 1 Capacidade de Inovação ...............................................................................................19 2.1.1 Mensuração da capacidade de inovação ................................................................25 2.2 Teoria Institucional e Isomorfismo ..............................................................................29 2.3 Ecoinovação .................................................................................................................36 2.3.1 Ecoinovação e Capacidade de Inovação ................................................................41 2.3.2 Ecoinovação e Pressão Institucional ......................................................................43 2.3.3 Ecoinovação e Desempenho ..................................................................................45 3 - HIPÓTESES DA PESQUISA ..........................................................................................48 4. MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA .......................................................52 4.1 Caracterização e delineamento da pesquisa ..................................................................52 4.2 Procedimentos de coleta de dados .................................................................................53 4.3 Procedimentos de Análise de Dados .............................................................................55 4.3.1 Modelagem de Equações Estruturais e Análise Fatorial Confirmatória ................55 4. 4 Protocolo de Pesquisa ...................................................................................................56 4.5 Análise descritiva da Amostra .......................................................................................57 4.6 Procedimentos de análise dos dados .............................................................................59 4.7 Cálculo da amostra necessária .......................................................................................59 4.8 Analise de outliers .........................................................................................................61 4.9 Analise do Viés de método comum ...............................................................................61 4.10 Matriz de Amarração ...................................................................................................61 5 – RESULTADOS e DISCUSSÃO ......................................................................................63 5.1 Modelo 1 – Todas as Empresas, avaliação do Modelo de Mensuração - Condução da Análise Fatorial Confirmatória ............................................................................................63 5.1.1 Validade convergente ............................................................................................65 5.1.2 Validade discriminante ..........................................................................................65.

(10) 5.1.3 Avaliação do Modelo Estrutural ............................................................................66 5.1.4 Discussão dos Resultados do Modelo 1................................................................67 5.2 Analise sobre o construto Pressão de Regulamentação .................................................75 5.3 Modelo 2 – CINT - Avaliação do Modelo de Mensuração - Condução da Análise Fatorial Confirmatória .........................................................................................................77 5.3.1 Validade convergente ............................................................................................77 5.3.2 Validade discriminante ..........................................................................................79 5.3.3 Avaliação do Modelo Estrutural - Modelo 2 CINT ..............................................80 5.3.4 Discussão dos Resultados do Modelo 2.................................................................82 5.4 Modelo 3 - NINT - Avaliação do Modelo de Mensuração Modelo NINT- Condução da Análise Fatorial Confirmatória ............................................................................................85 5.4.1 Validade convergente ............................................................................................86 5.4.2 Validade discriminante ..........................................................................................88 5.4.3 Avaliação do Modelo Estrutural Modelo 3 – NINT ..............................................88 5.4.4 Discussão dos Resultados do Modelo 3 ................................................................90 5.5 - Análises complementares em relação aos grupos CINT e NINT ...............................91 5.6 Discussão Comparativa entre os três Modelos e as contribuições do Estudo ...............91 5.6.1 Contribuições Teóricas e metodológicas .............................................................93 5.6.2 Contribuições Gerenciais .....................................................................................95 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................97 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................103 APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO PESQUISA DE CAMPO .........................................112.

(11) 11. 1 - INTRODUÇÃO. Neste estudo, três importantes construtos são avaliados: a capacidade de inovação, a ecoinovação e as pressões institucionais. A capacidade de inovação de uma empresa está ligada aos esforços internos de organização dos recursos humanos, tecnológicos, organizacionais, combinados com a capacidade de interação com o ambiente externo na captação de recursos, conhecimentos e habilidades que possam ser incorporados à organização, na perspectiva de criação de novos produtos e processos a serem percebidos e valorizados pelos stakeholders (Lawson & Samson, 2001). A limitação de recursos disponíveis para as firmas, as preferências dos consumidores, as pressões da sociedade e as políticas reguladoras dos governos vêm cada vez mais estimulando a necessidade de abordagem contrabalanceada entre o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental. Com isso, muitas organizações têm mudado para uma abordagem gerencial com vistas a atingir a sustentabilidade, buscando a elaboração de produtos e serviços advindos da ecoinovação (Tang, Walsh, Lerner, Fitza, & Li, 2018). A ecoinovação pode ser entendida como novas ideias ou produtos, soluções ou processos que proporcionam valor ao cliente e ao negócio, ao reduzir os impactos ambientais (Yan, Cui, & Gil, 2016), podendo proporcionar desempenho ambiental (Cai & Li, 2018; Long et al., 2017; Zhu & Sarkis, 2007) ou mesmo financeiros (Astuti, Prawoto, Irawan, & Sugiono, 2018; Yan et al., 2016; Lee & Min, 2015; Tang, Walsh, Lerner, Fitza, & Li, 2018). A literatura predominante de inovação confirma haver uma relação positiva, da relação capacidade de inovação na implementação de ecoinovação (Tsai & Liao, 2017; Río, Peñasco, & Romero-Jordán, 2015; Doran & Ryan, 2016; Horbach, 2008; Mazzanti & Zoboli, 2006; Cai & Li, 2018). Ainda assim, Tsai & Liao (2017) afirmam que a ideia de que as empresas com maior capacidade de inovação têm maior probabilidade de buscar a implementação de ecoinovação não está suficientemente sustentada na literatura, pois em alguns estudos realizados na Alemanha e na França não foi encontrado relação positiva entre capacidade de inovação e ecoinovação (Horbach et al., 2012; Horbach, Oltra, & Belin, 2013). Nesta pesquisa, propõe-se averiguar a existência dessa relação. Além da verificação da relação direta entre a capacidade de inovação e a ecoinovação, é importante também averiguar os fatores externos pressionadores de empresas para a implementação de ecoinovações. Essas pressões podem ser estudadas dentro de um campo.

(12) 12 institucional, avaliando o poder que exercem as forças coercitivas, mimética e normativas (Dimaggio & Powell, 1983), na busca pela legitimidade da referida implementação. Resultados de pesquisa indicam haver relação positiva das pressões institucionais, sejam normativas, miméticas ou coercitivas, diretamente na implementação de ecoinovações (Bossle, Dutra De Barcellos, Vieira, & Sauvée, 2016; Wugan Cai & Li, 2018; Wu-gan Cai & Zhou, 2014; Li, 2014). Porém, poucos estudos avaliaram a moderação das pressões institucionais na relação entre capacidade de inovação e ecoinovações, com exceção dos estudo de Tsai & Liao (2017), que, ao estudar esta moderação, levou em consideração as pressões normativas e coercitivas, mas não incluiu, no seu modelo de avaliação, as pressões miméticas. Esta pesquisa vai além do proposto por Tsai & Liao (2017), pois foi avaliada a existência das 3 pressões institucionais, moderando a relação entre capacidade de inovação e ecoinovação. Empresas que implementam ecoinovações buscam como resultado um melhor desempenho, seja financeiro ou ambiental. Com relação ao desempenho ambiental, os resultados de pesquisa que predominam na literatura de inovação indicam que empresas que implementam ecoinovações guardam uma relação positiva e significativa com o desempenho ambiental (Cai & Li, 2018; Long et al., 2017; Zhu & Sarkis, 2007; Li, 2014); contudo, mais pesquisas são necessárias para confirmar e ou contrastar os resultados encontrados. As organizações que implantam ecoinovações, além de buscarem a performance ambiental positiva, almejam também resultados financeiros positivos, que possam alavancar a empresa. A relação entre ecoinovação e performance financeira tem divergido na literatura de inovação, pois enquanto alguns autores afirmam haver uma relação positiva entre ecoinovação e performance financeira (Porter & Van Der Linde, 1995; Astuti, Prawoto, Irawan, & Sugiono, 2018; Yan et al., 2016; Lee & Min, 2015; Tang, Walsh, Lerner, Fitza, & Li, 2018), outros sugerem que a referida relação não existe (Aguilera-Caracuel & Ortiz-de-Mandojana, 2013; Driessen, Hillebrand, Kok, & Verhallen, 2013; Palmer, Oates, & Portney, 1995). Desse modo, são imprescindíveis mais resultados de pesquisas (Tang et al., 2018). A obtenção de performance financeira, quando da implementação de ecoinovações, deixa a empresa mais competitiva (Astuti et al., 2018); porém, a obtenção da performance financeira pode não ser direta à implementação de ecoinovações, pois os resultados financeiros podem ser percebidos pelos clientes somente depois que as performance ambientais são percebidas. Poucos resultados de pesquisa apontam para a existência da mediação da performance ambiental na relação entre ecoinovação e performance financeira, com exceção.

(13) 13 dos estudos. dos autores Cai & Li (2018) e do autor. Li (2014), o que demanda o. desenvolvimento de mais pesquisas para a confirmação. O setor que será avaliado nesta pesquisa é o agroindustrial de produção orgânica no Brasil. Os produtos orgânicos são identificados como saudáveis pelos consumidores, pois o fato de não utilizar produtos químicos no processo produtivo, faz com que sejam reconhecidos como benéficos à saúde. A importância econômica de produtos dessa natureza vem crescendo a cada dia, o que tem levado o país à procura de acompanhar essa tendência mundial, valorizando a produção e consumo de produtos orgânicos (Brasil - Ministério da Agricultura; Pecuária e Abastecimento, 2007). No ministério da agricultura constam 330 agroindústrias de produção orgânica cadastradas, as quais serão o público alvo desta pesquisa.. 1.1 Problema de Pesquisa Os estudos sobre a capacidade de inovação ganharam impulso depois da crítica de Wolfe (1994), que destacou que a pesquisa em inovação apresenta três grandes questões, seguida da abordagem e do foco específico para cada questão, conforme Figura 01.. Questão de Pesquisa. Abordagem da Pesquisa. 1. Qual é o padrão de difusão Difusão da de uma inovação através de inovação uma população de organizações que tenham potencial de adoção?. Pesquisa. 2. O que determina a Pesquisa de inovação organizacional? organizacional 3. Quais são os processos por Pesquisa da que passam as organizações processos na implementação de inovações?. Foco da Pesquisa de Aborda a difusão de uma inovação ao longo do tempo e / ou espaço. inovação Aborda os determinantes da inovação da organização teoria. dos Aborda o processo de inovação dentro das organizações. Figura 01. Questões, abordagem e foco de pesquisas em inovação Fonte: (Wolfe, 1994) Com as sugestões de pesquisa propostas por Wolfe (1994), muitas pesquisas foram desenvolvidas especialmente com relação ao segundo eixo disposto na figura 01, que trata dos determinantes da inovação da organização..

(14) 14 A respeito de capacidade de inovação, Wang & Ahmed (2004) propuseram que é um construto de segunda ordem formado pelos de primeira ordem, quais sejam, estratégia, processos, produtos, marketing e comportamento. Wang & Ahmed (2004) sugerem que a pesquisa a respeito de capacidade de inovação deve avançar para os mais diversos setores empresariais e ser mesclada com os mais diversos construtos. Outro construto importante na literatura de inovação é a ecoinovação, que busca a produção de produtos e serviços para o meio ambiente e as pessoas. Essa abordagem vem ganhando cada vez mais espaço entre os consumidores, os stakeholders e a sociedade como um todo (Tang et al., 2018), demonstrando-se potencialmente benéfica à sociedade. Empresas identificadas como possuidoras de capacidade de inovação podem executar os mais variados tipos de inovação, e não necessariamente ecoinovação (Wugan Cai & Li, 2018). As que optam por trabalhar com ecoinovação, em produtos, processos e serviços, não podem ter garantias de um resultado financeiro positivo, uma vez que os resultados de pesquisa a respeito da relação entre ecoinovação e desempenho financeiro é inconclusiva, com resultados positivos e negativos (Horváthová, 2010; Tang et al., 2018), demandando, então, um maior número de pesquisas para o entendimento. Outra forma de compreensão de motivadores das decisões empresarias são os propostos pela teoria institucional, ao afirmar que muitas empresas tomam decisões muito mais motivadas por fatores de legitimação do que de eficiência (Dimaggio & Powell, 1983; Scott, 1987). Ou seja, as empresas que buscam a legitimação junto aos stakehorders tendem a ficar iguais em sua forma (isomorfismo). Esse fenômeno denominado isomorfismo pode ser classificado em três tipos de pressões isomórficas ou pressões institucionais como propõem Dimaggio & Powell (1983): as pressões coercitivas, miméticas e normativas. Assim, esses três construtos - capacidade de inovação, ecoinovação e pressão institucional - podem ser utilizados para entender, no contexto da produção de alimentos orgânicos da agroindústria brasileira, a seguinte questão de pesquisa: As pressões institucionais são forças moderadoras na relação entre capacidade de inovação e implantação de práticas de ecoinovação para obtenção de desempenhos financeiros e ambientais? 1.2 Objetivos 1.2.1 Geral.

(15) 15 Investigar se as pressões institucionais são moderadoras na relação entre capacidade de inovação e implantação de práticas de ecoinovação para obtenção de desempenhos financeiros e ambientais.. 1.2.2 Específicos ✓ Verificar se as agroindústrias de produção orgânica com capacidade de inovação guardam uma relação positiva e significativa com a adoção de práticas de ecoinovação; ✓ Averiguar se as pressões institucionais (normativas, coercitivas e miméticas) moderam a relação entre a capacidade de inovação e a adoção de práticas de ecoinovação; ✓ Avaliar se a implementação de ecoinovações garante o desempenho ambiental e financeiro nas agroindústrias de produção orgânica. 1.3 Relevância da Pesquisa. Inegável o alcance de diversas contribuições teóricas desta pesquisa. A primeira relaciona-se diretamente à verificação da capacidade de inovação com relação positiva e significativa para a implementação de ecoinovação, cujos resultados de pesquisas apontaram para uma relação positiva entre esses dois contructos (Tsai & Liao, 2017; Río, Peñasco, & Romero-Jordán, 2015; Doran & Ryan, 2016; Horbach, 2008; Mazzanti & Zoboli, 2006; Cai & Li, 2018). Ainda assim, um maior número de pesquisas faz-se necessário, já que muitas empresas, mesmo possuidoras de capacidade de inovação, não, necessariamente, optam por realizar e ou implementar ecoinovações. Uma segunda contribuição teórica aponta para o entendimento das pressões institucionais como moderadoras da relação entre capacidade de inovação e ecoinovação. Isso foi proposto no estudo de Tsai & Liao (2017), porém sem que se tenha incluído a pressão mimética, cujo modelo levou em consideração somente as pressões normativas e coercitivas. Nesta pesquisa serão verificadas as três pressões institucionais: mimética, normativa e coercitiva. Pode significar uma relevante contribuição para a teoria de inovação, que tem as pressões institucionais como importantes forças externas, que mudam a forma das empresas operarem (Dimaggio & Powell, 1983). Quando se considera o setor agroindustrial orgânico, podem atuar para que empresas com capacidade de inovação venham a implementarem ecoinovações..

(16) 16 Uma última contribuição teórica está relacionada à verificação da existência do desempenho em ecoinovação. Pretende-se verificar se sua implementação confere às firmas um melhor desempenho, seja ambiental ou mesmo financeiro. Com relação ao desempenho ambiental, a literatura de inovação tem encontrado evidências empíricas de relação positiva entre a implementação de ecoinovação e o desempenho ambiental. No entanto, o desempenho financeiro tem encontrado resultados favoráveis e desfavorávies, o que justifica mais estudos empíricos para o entendimento dessas relações. Registra-se nesta pesquisa um contribuição metodológica, ao ser utilizada a escala de mensuração proposta por. Wang & Ahmed (2004) e para a ecoinovação, desempenho. (financeiro e ambiental) em ecoinovação e pressão institucional, a escala proposta por Li (2014). Vale destacar que nenhuma das referidas escalas tinham tradução para o português. Assim, um detalhado processo de tradução transcultural foi realizado, baseando-se na proposta de Beaton, Bombardier, Guillemin, & Ferraz (2000), devidamente descrito no capítulo metodológico. Além das contribuições teóricas e metodológica acima elencadas, esta pesquisa também trouxe contribuições gerenciais como, por exemplo, conhecer as características das empresas com capacidade de inovação, bem como entender se a implantação de práticas de ecoinovação pode ou não trazer desempenho para as firmas brasileiras e incentivar empresários brasileiros a adotarem tais práticas e a investirem em inovações. Uma outra contribuição potencial desta pesquisa é a relevância social/ambiental do setor escolhido para a pesquisa,, o setor das agroindústrias de produção orgânica do Brasil. Os produtos orgânicos são produzidos sem a utilização de produtos químicos, que prejudicam o meio ambiente e a saúde das pessoas. Assim, pesquisas nesse setor fortalecem as empresas que oferecem esse tipo de produtos aos clientes.. 1.4 Organização da Pesquisa Esta pesquisa está organizada em sete capítulos. O primeiro capítulo. apresenta a. introdução, com os principais assuntos da tese, o problema, os objetivos, a relevância da pesquisa e, por último, a organização estrutural da tese. No segundo capítulo discutem-se as fundamentações, suporte das teorias discutidas: capacidade de inovação, teoria institucional e isomorfismo e ecoinovação..

(17) 17 O capítulo terceiro apresenta as sete hipóteses propostas, cujas sugestões surgem da leitura dos principais artigos de revistas revelantes, a partir dos pontos debatidos na fundamentação teórica. No quarto capítulo são mostrados, passo a passo, os métodos e procedimentos de pesquisas, procurando sempre garantir o rigor metodológico e científico para a sequência de todos os passos. No quinto capítulo, os resultados da pesquisa são apresentados, a partir dos testes estatísticos de cada um dos três modelos testados. A discussão detalhada dos resultados é apresentada também no capítulo cinco. Para melhor compreensão, realizou-se primeiramente a discussão para cada um dos três modelos testados e, por último, um comparativo dos três modelos, podendo, assim, sugerir as contribuições científicas, metodológicas e gerenciais. Por fim, tem-se o capítulo sete, considerações finais, resumo dos principais achados de pesquisa, bem como as limitações do estudo e as propostas para pesquisas futuras. Para uma visualização da forma de organização desta tese, segue abaixo a figura 02..

(18) 18. Figura 02: Organização da Pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor.

(19) 19. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação deste estudo está alicerçada em três eixos principais: capacidade de inovação, teoria institucional (isomorfismo: pressão normativa, mimética e coercitiva) e, por último, as ecoinovações. Quanto ao primeiro eixo, discutiu-se a capacidade de inovação a partir da perspectiva da visão baseada em recursos aos conceitos de capacidade de inovação, bem como as possibilidades de mensuração de capacidade de inovação. No segundo eixo discutiu-se a teoria institucional, com atenção especial ao fenômeno do isomorfismo, apresentando os três tipos de pressões institucionais: pressão normativa, mimética e coercitiva. Por último, no terceiro eixo, é apresentada a ecoinovação, bem como suas relações com capacidade de inovação, com as pressões institucionais e seu desempenho.. 2. 1 - Capacidade de Inovação. Antes de falar sobre capacidade de inovação, é importante situar o contexto em que surge, ou seja, o da teoria conhecida como Resouce-based View (RBV), na perspectiva das Capacidades Dinâmicas. Assim serão apresentados rapidamente os conceitos de RBV e Capacidades dinâmicas e, na sequência, os conceitos e entendimentos a respeito de capacidade de inovação. Segundo a teoria da RBV, a empresa possui diversos recursos internos, que se constituem em bens valiosos e estratégicos. Essa teoria surge com Penrose (1959) em sua obra Theory of the Growth of the Firm, em que a autora reconhece serem as empresas conjuntos de recursos à disposição da unidade administrativa para a geração de valor (lucro). Esses recursos podem ser físicos, tais como prédios, máquinas, equipamentos, infraestrutura, matéria prima e recursos naturais e outros, bem como humanos, isto é, as pessoas que compõem as empresas com seu potencial de trabalho, suas habilidades e especialidades. O emprego estratégico dos recursos pode trazer vantagem competitiva para a empresa. A utilização pioneira de um recurso pode garantir um benefício de custo à medida que essas empresas vão crescendo e ganhando experiências. A sua gestão estratégica definirá.

(20) 20 posicionamento de recursos no mercado e exclusivamente a partir desse aspecto é plausível definir quais recursos serão desenvolvidos (Wernerfelt, 1984). Barney (1991) amplia a proposta da RBV, sugerindo que além dos recursos físicos e humanos existem os recursos organizacionais, ou seja, a gestão administrativa que pode ser exemplificada com as formas de controle, a coordenação da empresa, as estruturas formalizadas e não formalizadas de gestão e até mesmo a relação da empresa com o ambiente externo. Os recursos da firma também podem ser classificados com tangíveis e intangíveis. Os recursos tangíveis são facilmente mensuráveis e identificáveis, sendo ainda acessíveis aos concorrentes, motivo pelo qual pouco somam à obtenção de vantagem competitiva à empresa. Exemplos desses recursos são: máquinas, equipamentos, pessoas, instalações, estoques, recursos naturais e outros. Já os recursos intangíveis são mais difíceis de identificar e de mensurar, mas se corretamente utilizados, podem trazer vantagens competitivas para as empresas. Pode-se citar como exemplo desses recursos: a cultura organizacional, a marca, as rotinas de trabalho, o aprendizado e o conhecimento tecido na empresa ao longo do tempo (Collis, 1994). Nas firmas do agronegócio, a RBV pode ser uma boa ferramenta de análise sobre o desempenho das firmas, destacando os recursos estratégicos nas firmas rurais como principalmente os intangíveis, que estão mais presentes nos recursos organizacionais e humanos. Esses dois recursos estão interligados e precisam ser bem organizados e trabalhados por quem dirige a empresa, visto que, se bem administrados, podem melhorar o desempenho de utilização dos outros recursos (físicos, tecnológicos, financeiros e reputacionais) promovendo um desempenho melhor para as empresas como um todo (Carvalho, Prévot, & Machado, 2014). Uma nova abordagem complementa a RBV - a teoria das Capacidades Dinâmicas propondo que não somente uma específica quantidade de recursos e habilidades da empresa podem gerar a vantagem competitiva, mas também os processos de aprendizado, o conhecimento, a coordenação e a reconfiguração de recursos no interior da empresa e em contato com o ambiente externo da empresa (Teece, Pisano, & Shuen, 1997). Em ambientes dinâmicos e turbulentos, os aspectos internos da empresa, tais como a habilidade de agregar, transformar, construir e reorganizar competências; os aspectos externos, como saber lidar com as variações constates do ambiente; aliados à desenvoltura em obter novas e inovadoras formas de vantagem competitivas podem ser entendidos como capacidades dinâmicas (Leonard-barton, 1992)..

(21) 21 A capacidade dinâmica também pode ser entendida como a forma como uma empresa se organiza para coordenar suas tarefas, empregando os recursos organizacionais, sejam eles tangíveis ou intangíveis, buscando atender a um resultado específico e benéfico para a organização (Helfat & Peteraf, 2003). Para que se tornem uma fonte de vantagem competitiva sustentável, um recurso e uma capacidade devem preencher quatro pressupostos práticos: ser valioso para empreender as chances oferecidas pelo mercado e diminuir as ameaças; ser raro, ou seja, possuir diferenciais únicos; ser difícil de imitar; e, por último, não ter equivalentes estratégicos (Barney, 1991). As capacidades dinâmicas podem ser entendidas por três fatores componentes: a capacidade adaptativa, a capacidade absortiva e a capacidade de inovação (Wang & Ahmed, 2007), conforme exposto na figura 03.. As capacidades dinâmicas Capacidade adaptativa. Breve explicação Capacidade de adaptação é definida como a capacidade da empresa para identificar e capitalizar oportunidades emergentes no mercado. Capacidade de absorção Capacidade de absorver conhecimento externo. As empresas com maior capacidade de absorção demonstram maior capacidade de aprendizado com os parceiros, integrando informações externas, transformando-as em conhecimento incorporado. Capacidade de Inovação Refere-se à capacidade de uma empresa desenvolver novos produtos e / ou mercados, alinhando a orientação estratégica inovadora com comportamentos e processos inovadores. Figura 03: Composição das capacidades dinâmicas Fonte: Adaptado de (Wang & Ahmed, 2007). Na sequência, será discutida uma das capacidades integrantes da capacidades dinâmicas, que é a capacidade de inovação. A inovação contribui para aquisição de vantagem competitiva para as empresas, o que leva muitos pesquisadores a procurarem entender como fortalecer a capacidade das empresas de gerar inovações, o que é reconhecido como resultado para maior competitividade e maior desempenho financeiro (Henderson & Clark, 1990). Antes de avançar no entendimento sobre capacidade de inovação, é importante conceituar inovação. Um conceito bem abrangente é apresentado a seguir:. Produção ou adoção, assimilação e exploração de uma novidade de valor agregado em esferas econômicas e sociais; renovação e ampliação de produtos, serviços e mercados; desenvolvimento de novos métodos de.

(22) 22 produção; estabelecimento de novos sistemas de gestão; é ao mesmo tempo um processo e um resultado (Crossan & Apaydin, 2010, p. 1155).. Inovações não são apenas novos produtos ou melhores serviços, mas, sobretudo, o sucesso que eles podem proporcionar no mercado. A capacidade de inovação pode ser entendida como a capacidade de mobilizar conhecimentos adquiridos por funcionários em combinação com diversos outros novos conhecimentos, resultando em novos produtos ou processos (Kogut & Zander, 1992). A definição de capacidade de inovação na ciência da Administração é sempre um grande desafio, pois organizações, pesquisadores e áreas de pesquisa (marketing, engenharia de produção, estratégia) têm percepções diferentes sobre o assunto. Numa definição bem abrangente, Lawson & Samson (2001) propõem que a capacidade de inovação se refere à capacidade de transformar continuamente as ideias e os conhecimentos em novos processos, produtos e sistemas da organização em utilidades para os clientes. A capacidade de inovação na visão de Lawson & Samson (2001) está relacionada à maneira como as empresas conseguem extrair conhecimento de atividades consideradas rotineiras do ambiente interno das empresas e combiná-los com outros conhecimentos e habilidades do ambiente externo das empresas, para obtenção de inovações. A capacidade de inovação é identificada como a capacidade organizacional de ter desenvoltura para fazer gestão, explorando ideias originais ou novas, construindo soluções que resultem em oportunidades potenciais e soluções viáveis das necessidades do mercado (Assink, 2006). Peng, Schroeder, & Shah (2008, p. 735) utilizam um conceito de capacidade de inovação bastante objetivo e de fácil entendimento: “Capacidade de inovação é força ou a proficiência de um conjunto de práticas organizacionais para o desenvolvimento de no vos. produtos/processos”. Desenvolver rotinas de atividades que contribuam para a inovação organizacional nas empresas não é tarefa simples, já que exige planejamento para introduzir uma cultura de inovação. Assim, para inovar, as empresas precisam de equipe de funcionários com capacidade de analisar, interpretar e se relacionar internamente e com os stakeholders identificando oportunidades de compartilhamento de informações e de inovação (Henderson & Clark, 1990). A capacidade de inovação não é uma capacidade que necessariamente nasce ou é desenvolvida. espontaneamente. pelas. empresas,. mas. frequentemente. tem. sido. desenvolvida/construída pelas empresas, sejam empresas de manufatura ou mesmo empresas.

(23) 23 de serviços (Kindström, Kowalkowski, & Sandberg, 2013; Marques, 2011; Lawson & Samson, 2001). No caso de empresas de serviços, a capacidade de inovação pode ser impulsionada externamente pela indústria, por ações do governo ou por centros de pesquisa e, internamente, pela estratégia voltada para inovação, com otimização de recursos para isso e pela organização de processos bem instalados para criação de novos serviços (Giannopoulou, Gryszkiewicz, & Barlatier, 2011). A capacidade de inovação pode gerar um estímulo para a vantagem competitiva sustentável para as empresas. Em um estudo de revisão sistemática da literatura que levou em consideração 100 artigos científicos, Smith, Busi, Ball, & Meer (2008) foram propostos 9 fatores chaves, eficazes para a gestão da inovação alcançar capacidade de inovação: estilo de gestão e liderança, recursos, estrutura organizacional, estratégia corporativa, tecnologia, gestão do conhecimento, empregados, processos inovadores. Esses fatores estão inter-relacionados e são interdependentes. Marques (2011), ao estudar capacidade de inovação, propõe um modelo analítico para o desenvolvimento de capacidade de inovação, conforme figura 04, que mostra os fatores estratégicos para seu desenvolvimento nas organizações, bem como as possibilidades de medição do nível alcançado..

(24) 24 Figura 04: modelo analítico para o desenvolvimento de capacidade de inovação Fonte: (Marques, 2011). O modelo da figura 04 considera os fatores estratégicos internos (aprendizagem ativa e passiva), os fatores estratégicos externos (relações na cadeia de valor, participação em programas governamentais) e o desempenho das organizações para o desenvolvimento de capacidade de inovação, que são influenciados pelas características do sistema setorial de inovação em que a organização está inserida (Marques, 2011). A capacidade de inovação é alcançada por um processo de construção organizacional (Kindström, Kowalkowski, & Sandberg, 2013; Marques, 2011; Lawson & Samson, 2001). Percebe-se, assim, que diversas pesquisas têm buscado capturar o entendimento dos fatores que podem contribuir para o processo de construção da capacidade de inovação. Silva & Cirani (2017), por meio de uma revisão sistemática da literatura, levantou diversos fatores que podem contribuir para a construção da capacidade de inovação organizacional e para uma melhor compreensão, dividindo-os em fatores do ambiente interno e fatores do ambiente externo a organização, conforme figura 05. Ambiente Organizacional. Ambiente Interno. Fatores. Autores. Capital intelectual Orientação para a aprendizagem Compartilhamento de conhecimento Aspectos humanos e tecnológicos Gestão da qualidade total. (Subramaniam & Youndt, 2005) (Calantone, Cavusgil, & Zhao, 2002) (Lin, 2007). Sistemas padronizados Capacidade de previsão Exploration orientation Alianças estratégicas. Ambiente Externo. Agrupamento de empresas em clusters Parques tecnológicos Responsabilidade social Habilidade de previsão Fornecedores Redes sociais Comunidades de práticas. (Prajogo & Ahmed, 2006) (Perdomo-Ortiz, J. Gonzáles-Benito, J. Galende, 2006) padronizados (Mir-Mauri, Casadesús, & Petnji, 2016) (Rohrbeck & Gemünden, 2011) (X. Wang & Dass, 2017) (Hagedoorn & Duysters, 2002; Sen & Egelhoff, 2000) (Sher & Yang, 2005) (H. C. Lai & Shyu, 2005) (W. H. Lai, Lin, & Wang, 2015) (Rohrbeck & Gemünden, 2011) (Kulangara et al., 2016; Liu et al., 2015; Swink, 2006) (Palacios-Marqués, Popa, & Pilar Alguacil Mari, 2016) (Pattinson, Preece, & Dawson, 2016). Figura 05: Capacidade de inovação nos ambientes internos e externos.

(25) 25 Fonte: Silva & Cirani (2017) Identificar os aspectos que possam contribuir para que as empresas melhorem suas capacidades de inovação são essenciais para o estudo de inovação (Cunha Neto, 2016), assim como escalas que propõem mensurar a existência dessa capacidade nas empresas, conforme apresentado a seguir.. 2.1.1 Mensuração da capacidade de inovação. Diversas pesquisas foram conduzidas, buscando entender os determinantes da capacidade de inovação em organizações. Um grande desafio é, entretanto, reuni-las, pois a área de inovação prende-se a vários campos do conhecimento e, além disso, é tratada na Administração em diversos ramos como marketing, estudos organizacionais, estratégia e gestão de operações (Valladares, Vasconcellos, & Serio, 2014). Identificar fatores determinantes para isso é uma importante ferramenta gerencial, pois apontar meios para as organizações medirem a capacidade de inovação ajuda na estratégia de sua implantação e melhoria nas empresas. Na Figura 06 são apresentadas 11 publicações levantadas que propuseram a mensuração dos determinantes para sua avaliação.. AUTORES DIMENSÕES (Minna Cultura de liderança, clima no ambiente de trabalho e bem-estar, Saunila, 2016). organização estrutural, desenvolvimento de know-how, exploração do conhecimento externo, regeneração e atividade individual (Vicente, Capacidade de desenvolvimento de produtos, cultura organizacional para Abrantes, & inovação, capacidade estratégica e capacidade tecnológica Teixeira, 2015) (Slater, Mohr, Liderança sênior, cultura organizacional, arquitetura organizacional, o & Sengupta, processo radical de desenvolvimento da inovação de produtos e a 2014) estratégia de lançamento do produto (Frishammar, Estratégia, colaboração e cultura Kurkkio, Abrahamsson, & Lichtenthaler, 2012) (Fan, 2006) Fatores internos: desenvolvimento interno de P&D e alta capacitação dos funcionários. Fatores externos: apoio governamental, parceria com institutos de pesquisas, cooperação com outras empresas nacionais e internacionais (Romijn & Fatores internos: experiência profissional do proprietário/gerente; Albaladejo, habilidades da força de trabalho; e esforços internos para melhorar a 2002) tecnologia..

(26) 26. (Koc, 2007). (Crossan & Apaydin, 2010) (Jose et al., 2015) (Valladares et al., 2014). (Cunha Neto, 2016). Fatores externos: intensidade de relacionamento em networking; vantagens de proximidade relacionadas à networking; e recebimento de apoio governamental Cultura organizacional, aprendizado organizacional, recursos humanos, geração de ideias, gestão do conhecimento, foco tecnológico, integração multifuncional, disseminação do conhecimento. Liderança em inovação, alavancas gerenciais e processos de negócios. Máquinas equipamentos e softwares, Investimentos financeiros, marketing, aquisição de conhecimento externo e P&D Interno Liderança transformadora, intenção estratégica de inovar, gestão de pessoas para inovação, conhecimento do cliente e do mercado, gestão estratégica da tecnologia, organicidade da estrutura organizacional, gestão de projetos, desempenho em inovação Estrutura organizacional, Disponibilidade de recursos financeiros, comunicação interna, tamanho organizacional, atividades de P&D, investimentos em máquinas e equipamentos, tempo de existência da organização, cultura organizacional, capacidade de gestão de projetos, base de conhecimento interno, estratégia, apoio governamental, localização geográfica, orientação ao mercado, base de conhecimento externo Estratégia, marketing, comportamento, produto e processo.. (Wang & Ahmed, 2004) Figura 06: Literatura internacional sobre os fatores determinantes da capacidade de inovação. Fonte: Elaborado Pelo Autor Poucos estudos têm dado atenção ao potencial inovador das pequenas empresas. Identificar formas de medir o desempenho desse potencial em pequenas empresas pode ser uma importante ferramenta gerencial e acadêmica. Um estudo baseado em revisão da literatura identificou sete determinantes para avaliar tal capacidade em pequenas empresas: cultura de liderança; clima no ambiente de trabalho e bem-estar; organização estrutural; desenvolvimento de know-how; exploração do conhecimento externo; regeneração; e atividade individual (Minna Saunila, 2016). A inovação de produtos é a força vital das empresas que competem em ambientes dinâmicos. A capacidade de inovação radical em produtos é uma configuração complexa na organização, que exige adequada relação dos componentes: liderança sênior, cultura organizacional, arquitetura organizacional, processo radical de desenvolvimento da inovação de produtos e estratégia de lançamento do produto (Slater et al., 2014). Inovação de processos pode ser um importante diferencial competitivo nas organizações. A partir de uma ampla revisão da literatura, Frishammar et al. (2012) obtiveram três fatores que contribuem para a capacidade de inovação em processos: estratégia (alinhamento estratégico,.

(27) 27 gerenciamento de portfólio); colaboração (colaboração entre as unidades inteiras, colaboração com parceiros externos); e cultura (clima inovador, compromisso e atitudes da alta gerência) (Frishammar et al., 2012). Da mesma forma, numa ampla revisão da literatura sobre determinantes da capacidade de inovação em empresas, Romijn e Albaladejo (2002) encontraram fatores internos e externos que têm influência. Como fatores internos são apontados: experiência profissional do proprietário/gerente; habilidades da força de trabalho; e esforços internos para melhorar a tecnologia. Os fatores externos são: intensidade de relacionamento nas networking; vantagens de proximidade relacionadas à networking; e recebimento de apoio governamental (Romijn & Albaladejo, 2002). Os determinantes da capacidade de inovação nos setores industriais de telecomunicações da China também podem ser divididos em fatores internos e fatores externos. Como fatores internos, aparece o desenvolvimento interno de P&D e alta capacitação dos funcionários; enquanto que os fatores externos, o apoio governamental, parceria com institutos de pesquisas e cooperação com outras empresas nacionais e internacionais (Fan, 2006). Compreender a natureza multidimensional da capacidade de inovação é útil para identificar os principais elementos que representam as empresas exportadoras na sua capacidade geral de produzir resultados de inovação e alcançar desempenhos superiores. Com o intuito de suprir essa lacuna de escala, foi criada a innovscale. A escala foi testada em empresas de Portugal por meio de uma análise fatorial confirmatória (modelagem de equações estruturais com o software Lisrel) (Vicente et al., 2015). A innovscale aponta que a capacidade de inovação é uma construção de ordem superior composta por quatro dimensões: capacidade de desenvolvimento de produtos, cultura organizacional, capacidade estratégica e tecnológica. Os resultados também indicam que as quatro dimensões da escala de capacidade de inovação são positivas e significativamente associadas com a exportação e o desempenho exportador (Vicente et al., 2015). O estudo de Koc (2007), realizado em 91 empresas de software, investigou a relação entre fatores organizacionais (cultura organizacional, aprendizado organizacional, recursos humanos, geração de ideias, gestão do conhecimento, foco tecnológico, integração multifuncional, disseminação do conhecimento) e a capacidade de inovação. A conclusão foi a de que as empresas de software inovadoras consideram três preditores básicos de importância significativa para a capacidade de inovação: a geração de ideias, o recurso humano e a integração multifuncional. Embora os dois primeiros preditores tenham impactado.

(28) 28 positivamente a capacidade de inovação, o terceiro preditor não apresentou o mesmo efeito, tendo surtido efeitos negativos à capacidade de inovação (Koc, 2007). Por sua vez, Crossan & Apaydin (2010), com base em uma ampla revisão de literatura, propôs 3 determinantes da inovação: liderança em inovação, alavancas gerenciais e processos de negócios. Cada construção foi suportada por uma teoria distinta: liderança em inovação pela teoria do escalão superior; alavancas gerenciais pela teoria das capacidades dinâmicas; e processos de negócios pela teoria de processo. Jose et al. (2015) realizaram pesquisa com 1.306 empresas de serviços, buscando entender a relação entre a capacidade de inovação e o grau de importância do investimento e das despesas, por meio do método estatístico de regressão logística. Os autores concluíram que quanto maior o investimento financeiro na aquisição de máquinas, equipamentos e software, em pesquisa e desenvolvimento interno, na aquisição de conhecimento externo, em atividades de marketing , maior a propensão das empresas de serviços a inovar (Jose et al., 2015). Valladares et al. (2014), utilizando uma ampla revisão sistemática da literatura validada por vários especialistas da área de inovação, identificaram 8 fatores determinantes da capacidade de inovação organizacional: liderança transformadora, intenção estratégica de inovar, gestão de pessoas para inovação, conhecimento do cliente e do mercado, gestão estratégica da tecnologia, organicidade da estrutura organizacional, gestão de projetos, desempenho em inovação. Os 15 determinantes da capacidade de inovação utilizados por Neto (2016) são abrangentes e englobam fatores internos e externos. Neto estudou os determinantes da capacidade de inovação em pequenas empresas no estado de São Paulo, buscando propor um modelo de alta capacidade de inovação, utilizando-se de um modelo de regressão logística, encontrando uma correlação positiva e significativa entre a capacidade de inovação em pequenas e médias empresas e 4 variáveis: base de conhecimento externo, capacidade de gestão de projetos, base de conhecimentos interno e estratégia. Wang & Ahmed (2004) estudaram os determinantes da capacidade de inovação e entenderam que capacidade de inovação é um construto de segunda ordem formado pelos de primeira ordem: estratégia, marketing, comportamento, produto e processos. Nesta pesquisa, a escala de mensuração utilizada será a proposta por Wang & Ahmed (2004), o que se deu por ter sido construída com base em uma ampla revisão da literatura para o levantamento das dimensões propostas, cujos fatores nessa escala possuem significância estatística..

(29) 29. 2.3 Teoria Institucional e Isomorfismo. As organizações eram vistas como sistemas de produção e/ou sistemas financeiros, com as estruturas moldadas em grande parte por suas tecnologias, suas transações. As relações de poder e dependência começaram a ganhar uma nova roupagem com a teoria institucional, pois, nesta abordagem, a atenção é dirigida para a importância dos aspectos simbólicos nos ambientes das organizações, pensadas como sistemas sociais em ambiente institucional, o qual define e delimita a realidade social (Scott, 1987). Para entender o que propõe a teoria institucional, é preponderante saber o que são os campos organizacionais. Eles podem ser entendidos como um grupo de organizações que, em conjunto, compõem uma área reconhecida da vida institucional, como fornecedores, consumidores, governo, agências reguladoras e outras organizações concorrentes do setor. A ideia de campo organizacional abrange a importância tanto de conectividade, quanto de equivalência estrutural (Dimaggio & Powell, 1983). O processo de estruturação institucional de um campo começa quando há um aumento na interação entre as organizações desse campo. Isso leva ao aparecimento de estruturas de dominação e de modos de entendimento entre as organizações, aliado à majoração da carga de informação que os entes de um campo precisam considerar. Ao final, os participantes das organizações percebem que estão envolvidos em um negócio comum (Dimaggio & Powell, 1983). “Uma vez que diferentes organizações, no mesmo ramo de negócios, estejam estruturadas em um campo concreto, forças poderosas emergem, levando-as a se tornarem cada vez mais similares uma com a outra.” (Dimaggio & Powell, 1983, p.149). Essa tendência à similaridade e a homogeneização é conhecida como isomorfismo (Scott, 1987; Dimaggio & Powell, 1983). Três processos isomórficos podem ser observados nos campos organizacionais: “1 isomorfismo coercitivo, que deriva de influências políticas e do problema da legitimidade; 2 – isomorfismo mimético, que resulta de respostas padronizadas a incertezas; 3 – isomorfismo normativo, associado à profissionalização” (Dimaggio & Powell, 1983. p.150). “O isomorfismo coercitivo resulta tanto de pressões formais quanto de pressões informais exercidas sobre as organizações das quais elas dependem e pelas expectativas culturais da sociedade em que as organizações atuam” (Dimaggio & Powell, 1983. p. 150). No.

(30) 30 campo organizacional, esse tipo de isomorfismo pode ocorrer de três maneiras: por coerção, por persuasão, ou quando as empresas se unem para atuarem em conjunto (conluio) (Dimaggio & Powell, 1983). No isomorfismo mimético, organizações pouco desenvolvidas ou que estão submetidas a um ambiente de incerteza tendem a ser encorajadas à imitação. “Quando as tecnologias organizacionais são insuficientemente compreendidas, quando as metas são ambíguas ou o ambiente cria uma incerteza simbólica, as organizações podem vir a tornar outras organizações como modelo” (Dimaggio & Powell, 1983. p. 151). Os processos de isomorfismos normativos são constituídos pela profissionalização. “A profissionalização é a luta coletiva de membros de uma profissão para definir as condições e os métodos de seu trabalho, para controlar a produção dos produtores e estabelecer uma base cognitiva e legitimação para a autonomia de sua profissão” (Dimaggio & Powell, 1983. p. 152). Dois fatores imersos em processos normativos ligados à profissionalização devem ser considerados: um está relacionado à padronização na formação universitária que produz uma legitimação em uma base de conhecimento cognitivo parecido. O segundo aspecto são as redes profissionais (sindicatos, associações de classes) que procuram estabelecer normas de funcionamento para os campos organizacionais (Dimaggio & Powell, 1983). A teoria institucional está calcada sobre a lógica do isomorfismo e da legitimação. As organizações, buscando sua legitimação (reconhecimento, aceitação), tendem a seguir as empresas bem organizadas e estruturadas do setor (Dimaggio & Powell, 1983). Evidências empíricas sugerem uma relação positiva entre o isomorfismo estratégico e as múltiplas medidas de legitimidade. Ainda que a idade, tamanho e desempenho estejam incluídos, o isomorfismo organizacional aumenta a legitimidade organizacional (Deephouse, 1996). As organizações que estão em conformidade isomórficas com as estratégias utilizadas por outras organizações líderes do setor são reconhecidas pelos reguladores e pelos stakeholders como sendo mais legítimos do que aqueles que se afastam do conduta normal (Deephouse, 1996). Diversas pesquisas analisaram os efeitos do isomorfismo no contexto organizacional sobre diversas perspectivas, como: isomorfismo e organizações lucrativas (Haveman, 1993); isomorfismo e a estruturação interna da empresa (Suddaby, 2010); o isomorfismo e o desempenho em inovação (H. Zhang & Hu, 2017); o isomorfismo e a penetração em novos mercados (Yongqiang Li, Li, & Cai, 2014), como se verá adiante..

(31) 31 As grandes organizações lucrativas servem como modelos especialmente importantes para empresas que queiram iniciar suas atividades em novos mercados, ou seja, organizações que pretendem iniciar conseguem um melhor desempenho quando imitam as grandes organizações lucrativas e já legitimadas do setor (Haveman, 1993). Assim, a presença de empresas com histórico de sucesso lucrativo em um novo mercado torna esse mercado mais atraente para os possíveis concorrentes. Porém, à medida que o número de empresas com histórico de sucesso aumenta, um efeito competitivo irá superar o efeito de legitimação desse mercado, tornando a entrada menos atrativa para outras organizações (Haveman, 1993). A teoria institucional estudou os resultados ou produtos de influências institucionais nas organizações, tendo como foco necessariamente o ambiente externo à organização. Porém, para compreender adequadamente os sistemas de significado institucional, é necessário um olhar e uma interpretação para a perspectiva interna da organização, considerando a organização como mecanismos interpretativos que filtram, decodificam e traduzem a semiótica de sistemas sociais mais amplos (Suddaby, 2010). O isomorfismo institucional melhora o desempenho em inovação das empresas, porém em forma de U invertido. Isso significa que a influência do ambiente institucional sobre as empresas, quando ocorre de forma gradual, promove constantes interações, imitações e aprendizagem, porém um excessivo isomorfismo pode enfraquecer as organizações, que podem sofrer obstáculos, pois promove a inercia e diminui a capacidade interna de criação e desenvolvimento e de diferenciação (Zhang & Hu, 2017). As empresas que se utilizam do isomorfismo institucional quando estão iniciando as atividades em um novo mercado, têm obtido significativas vantagens, pois, ao seguirem estratégias das empresas líderes e com histórico de sucesso no mercado, têm maior facilidade de seguir e de aplicar as normas da indústria, maior adaptação as regras culturais do país de entrada e, além disso, uma melhor eficiência tanto do rendimento médio do desempenho dos funcionários, como da rentabilidade financeira da empresa (Yongqiang Li et al., 2014). As organizações nem sempre tomam decisões baseadas na racionalidade de custo e de desempenho. Em muitas situações, as decisões são tomadas para legitimar a empresa no mercado ou para atender as pressões institucionais existentes (Kauppi, 2013). É importante que os Chief Excetuve Officer (CEO) possam identificar as pressões institucionais, seus processos e seus impactos, para, com isso, poder entender as implicações no ambiente e estar atento às oportunidades e ameaças (Grewal & Dharwadkar, 2002)..

Referências

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