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Estudo sobre a utilização de ferramentas de colaboração em redes de pesquisa científica

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Academic year: 2017

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Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da

Tecnologia da Informação

ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE

COLABORAÇÃO EM REDES DE PESQUISA CIENTÍFICA

Autor: Mônica Athayde Ferreira

Orientador: Dr. Edilson Ferneda

Co-orientadora: Dra.Luiza Beth Nunes Alonso

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MÔNICA ATHAYDE FERREIRA

ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO EM REDES DE PESQUISA CIENTÍFICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimen-to e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para ob-tenção do título de mestre em Gestão do Conheci-mento e da Tecnologia da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Edilson Ferneda

Co-orientadora: Profa. Dra. Luiza Beth Nunes Alonso

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB F383e Ferreira, Mônica Athayde

Estudo sobre a utilização de ferramentas de colaboração em redes de pesquisa científica. / Mônica Athayde Ferreira – 2010.

92f.; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2010.

Orientação: Edilson Ferneda

Co-Orientação: Luiza Beth Nunes Alonso

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Dissertação de autoria de Mônica Athayde Ferreira, intitulada ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO EM REDES DE PESQUISA, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Cató-lica de Brasília, em 23 de Agosto de 2010, defendida e aprovada pela banca exami-nadora abaixo assinada:

_________________________________ Prof. Dr. Edilson Ferneda

Orientador

Universidade Católica de Brasília

_________________________________ Profa. Dra. Luiza Beth Nunes Alonso

Co-orientadora

Universidade Católica de Brasília

_________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Pires de Campos

Examinador Interno

Universidade Católica de Brasília

_________________________________ Prof. Dr. Fernando William Cruz

Examinador Externo Universidade de Brasília

_________________________________ Dr. José Laurindo Campos dos Santos

Examinador Externo

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AGRADECIMENTO

Agradeço, primeiramente, a Deus, pela vida e pela força para chegar até aqui. Sem Ele, nada disso teria acontecido.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Edilson, e à minha co-orientadora, Profa. Luiza, por me mostrarem o caminho e por acreditarem que eu poderia trilhá-lo.

Aos meus pais, em especial, agradeço pelos valores recebidos e pelo exem-plo constante de trabalho e dedicação à família.

Ao meu marido, agradeço por ter estado sempre ao meu lado, me apoiando nas horas mais difíceis dessa jornada.

Agradeço, também, aos colegas do mestrado pela boa convivência, pelas tro-cas de informação, de conhecimento, de angústias. Em especial às colegas Dani, Iara, Lúcia e Joângela pelas longas conversas nos intervalos das aulas, na biblioteca ou nos grupos de trabalho. Foi muito bom ter conhecido e convivido com vocês!

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RESUMO

FERREIRA, Mônica Athayde. UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE COLABORA-ÇÃO EM REDES DE PESQUISA CIENTÍFICA. UM ESTUDO DE CASO. 2010. 99 fls. Dissertação de Mestrado (Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informa-ção) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2010.

A grande quantidade de conhecimento científico gerado por instituições de ensino e pesquisa tem dado origem a discussões sobre como gerenciar todo esse conheci-mento. No entanto, a Gestão do Conhecimento Científico (GCC) ainda é um assunto pouco debatido. Mesmo assim, é possível destacar a colaboração como fator impor-tante na questão da GCC. Um dos fatores que mais tem facilitado a colaboração na pesquisa é o aumento da disponibilidade e facilidade de acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), principalmente aquelas denominadas Ferramen-tas de Colaboração, que diminuem as distâncias e facilitam a comunicação e a cola-boração entre os cientistas. Outro fator importante é o grande incentivo que vem sendo dado por governos e instituições para a formação de redes de pesquisa, onde a criação do conhecimento é impulsionada pela colaboração entre os integrantes das redes. As redes de pesquisa seriam, assim, um ambiente adequado para a utili-zação de ferramentas de colaboração, usufruindo dos benefícios que essas ferra-mentas são capazes de oferecer. Nesse sentido, a presente pesquisa procurou co-nhecer como os integrantes de redes de pesquisa percebem a utilidade e a necessi-dade das ferramentas de colaboração no apoio às suas ativinecessi-dades, identificando e descrevendo suas expectativas e necessidades em relação ao uso de tais ferramen-tas. Além de pesquisa bibliográfica para identificar os conceitos fundamentais sobre os assuntos que contornam o tema da pesquisa, foi utilizado um questionário, apli-cado via Web, como instrumento de coleta de dados. Os resultados obtidos indica-ram que, apesar do entendimento quanto às vantagens e benefícios das ferindica-ramentas de colaboração, a adoção das mesmas ainda é muito pequena nas redes pesquisa-das.

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ABSTRACT

FERREIRA, Mônica Athayde. USE OF COLLABORATION TOOLS IN SCIENTIFIC RESEARCH NETWORKS. A CASE STUDY. 2010. 99 pgs. Dissertation (Graduate Program on Knowledge Management and Information Technology) – Catholic University of Brasilia, Brasília, 2010.

The large amount of scientific knowledge generated by educational and research institutions has driven to discussions about how to manage all this knowledge. However, Scientific Knowledge Management (SKM) is still a subject little discussed. Still, it is possible to highlight the collaboration as a relevant variable in the question of SKM. One factor that has facilitated more collaboration in research is increasing the availability and ease of access to Information and Communication Technology (ICT), particularly those denominated Collaboration Tools that reduce distances and facilitate communication and collaboration among scientists. Another important factor is the great incentive is being given by governments and institutions for the formation of research networks, where knowledge creation is driven by collaboration among members of networks. Research networks would thus be a suitable environment for the use of collaboration tools, taking advantage of the benefits that these tools are able to offer. In that sense, this research aimed to know how the members of research networks realize the usefulness and necessity of collaboration tools to support their activities, identifying and describing their needs and expectations regarding the use of such tools. In addition to literature search to identify the fundamental concepts about the issues that surround the topic of research, a questionnaire was used, applied through Web as a tool for data collection. The results indicated that despite the understanding of the advantages and benefits of collaboration tools, their adoption is still very small in the networks surveyed.

Key Words: Scientific Knowledge Management; Research Networks; Collaborative

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Rede de Pesquisa...58

Tabela 2: Gênero ...59

Tabela 3: Idade ...60

Tabela 4: Titulação...60

Tabela 5: Tempo de participação na rede ...61

Tabela 6: Papel na rede...61

Tabela 7: Dedicação à rede ...62

Tabela 8: Uso de recursos não computacionais ...63

Tabela 9: Uso de recursos computacionais ...64

Tabela 10: Razões para não utilizar os recursos computacionais listados...65

Tabela 11: Outras ferramentas de colaboração utilizadas na rede de pesquisa ...66

Tabela 12: Adequação das ferramentas de colaboração ...67

Tabela 13: Importância das funcionalidades apresentadas...69

Tabela 14: Outras funcionalidades para as ferramentas de colaboração...70

Tabela 15: Considerações sobre as ferramentas de colaboração...71

Tabela 16: Benefícios das ferramentas de colaboração...72

Tabela 17: Fatores de desestímulo ao uso de ferramentas de colaboração ...73

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Processos da Gestão do Conhecimento Científico...27 Quadro 2: Níveis de colaboração...30 Quadro 3: Classificação de groupware de acordo com a matriz tempo/espaço...42 Quadro 4: Características dos níveis de aplicação utilizados na classificação de

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LISTA DE SIGLAS

ACM - Association for Computing Machinery

ASSET – Academic Survey System & Evaluation Tool BBS - Buletim Board System

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CARE-G - Chemical Collaboration Research Environment Groupware CSCW - Computer Supported Cooperative Work

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GC - Gestão do Conhecimento

GCC - Gestão do Conhecimento Científico GDSS - Group Decision Support Systems GSD - Grid Shared Desktop

IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers IM - Instant Messaging

Scielo - Scientific Electronic Library Online TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação UnB - Universidade de Brasília

UCB - Universidade Católica de Brasília

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCar - Universidade de São Carlos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...15

1.1 PROBLEMA...17

1.2 OBJETIVOS...18

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO...19

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ...20

2. REVISÃO DA LITERATURA...21

2.1 CONHECIMENTO CIENTÍFICO...21

2.1.1 Produção do conhecimento científico ...22

2.1.2 Disseminação do conhecimento científico ...23

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ...24

2.3 COLABORAÇÃO CIENTÍFICA ...28

2.3.1 Colaboração...28

2.3.2 Colaboração no âmbito científico...29

2.4 REDES DE PESQUISA ...31

2.4.1 Conceitos ...33

2.4.2 Vantagens da formação de redes de pesquisa...34

2.4.3 Rede GENOLYPTUS: Uma experiência consolidada...36

2.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO MEDIADORA DA COLABORAÇÃO ...38

2.5.1 Computer-Supported Cooperative Work (CSCW) ...39

2.5.2 Groupware ...40

2.5.2.1 Matriz tempo/espaço...41

2.5.2.2 Domínios de aplicação...42

2.5.2.3 Modelo 3C...43

2.5.3 Ferramentas de colaboração ...44

2.5.3.1 E-mail...45

2.5.3.2 Videoconferência ...45

2.5.3.3 Áudio Conferência...46

2.5.3.4 Comunidade Virtual...46

2.5.3.5 Lista de Discussões ...47

2.5.3.6 Bate-papo (Chat Rooms) ...47

2.5.3.7 Fórum de discussões ...47

2.5.3.8 Wiki...48

2.5.3.9 Sistema de mensagem instantânea...48

2.5.4 TIC promovendo a colaboração no contexto científico ...49

2.5.4.1 GSD: Grid Shared Desktop...49

2.5.4.2 CARE-G: Chemical Collaboration Research Environment Groupware....50

3. METODOLOGIA...51

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA...51

3.2 FONTES PESQUISADAS ...51

3.3 IDENTIFICAÇÃO E AMOSTRAGEM DA POPULAÇÃO ...52

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3.3.2 Rede de Recursos Genéticos Microbianos...53

3.3.3 Rede Nacional de Recursos Genéticos Vegetais ...54

3.4 COLETA DOS DADOS...55

3.4.1 Instrumento de coleta...55

3.4.2 Aplicação do questionário ...56

3.4.3 Técnicas estatísticas utilizadas...57

4. RESULTADOS...58

4.1 DADOS DEMOGRÁFICOS DOS RESPONDENTES...58

4.1.1 Rede de Pesquisa...58

4.1.2 Gênero ...59

4.1.3 Idade ...59

4.1.4 Titulação...60

4.1.5 Tempo de participação na rede de pesquisa ...60

4.1.6 Papel na rede de pesquisa ...61

4.1.7 Dedicação à rede de pesquisa...61

4.2 DADOS SOBRE O USO DE RECURSOS PARA COLABORAÇÃO NA REDE 62 4.2.1 Uso de recursos não computacionais ...62

4.2.2 Uso de recursos computacionais ...63

4.2.3 Motivos da não utilização de recursos computacionais ...64

4.2.4 Outras ferramentas computacionais utilizadas na rede de pesquisa...65

4.3 DADOS SOBRE A PERCEPÇÃO DOS RESPONDENTES EM RELAÇÃO ÀS FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO...66

4.3.1 Adequação das ferramentas de colaboração ...66

4.3.2 Importância das funcionalidades apresentadas...67

4.3.3 Outras funcionalidades apresentadas...69

4.3.4 Considerações sobre as ferramentas de colaboração...70

4.3.5 Benefícios das ferramentas de colaboração...71

4.3.6 Fatores que desestimulam o uso das ferramentas de colaboração ...72

4.4. DISCUSSÃO...73

5. CONCLUSÃO...78

5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA...79

5.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS...79

REFERÊNCIAS...81

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO...85

(16)

1. INTRODUÇÃO

Observa-se, no momento atual, uma abundância de informações e conhecimen-to que se reflete também no contexconhecimen-to da ciência, com uma grande quantidade de nhecimento gerado pelas pesquisas científicas. Entretanto, em muitos casos, esse co-nhecimento parece ainda estar departamentalizado. Diante da complexidade de novos cenários que se apresentam, é preciso estabelecer a colaboração na pesquisa científi-ca, com a integração de conhecimentos de diversas disciplinas para solucionar diferen-tes problemas que se apresentam, como, por exemplo, a busca pela erradicação da fome e da desigualdade social. A colaboração também poderia contribuir para aumen-tar a velocidade no desenvolvimento dos trabalhos científicos, acelerando os resultados das pesquisas e proporcionando o compartilhamento do conhecimento gerado.

A grande quantidade de conhecimento científico gerado por instituições de pes-quisa tem dado origem a discussões sobre a gestão desse conhecimento. As institui-ções procuram soluinstitui-ções para a sua produção de forma colaborativa e para a organiza-ção, integração e disseminação do conhecimento científico produzido. Entretanto, a Gestão do Conhecimento Científico (GCC) ainda é um assunto pouco explorado. Ape-sar da vasta literatura sobre Gestão do Conhecimento (GC), o seu foco é o conheci-mento organizacional e poucos são aqueles que consideram as características especí-ficas do conhecimento científico, uma vez que ele é um conhecimento diferenciado, produzido por meio de metodologia científica.

Das iniciativas de se discutir a GCC, Leite (2006) buscou investigar conceitual-mente a relação entre GC e os processos de comunicação científica, uma vez que, pa-ra o autor, a comunicação científica é crucial papa-ra a GCC, e teve como resultado uma proposta teórica de construção de um modelo conceitual de GCC no contexto acadê-mico. Os levantamentos realizados pelo autor demonstraram uma carência de estudos sobre o processo de GCC propriamente dito. Para o autor, uma iniciativa de gestão de conhecimento científico deverá suprir a necessidade de se implantar, aprimorar, poten-cializar e disciplinar a transferência do conhecimento científico. Como um dos resulta-dos de seu estudo, o autor identificou os elementos que constituem o processo de GCC no contexto acadêmico, como sendo: identificação (mapeamento), aquisição, organiza-ção/armazenagem, compartilhamento e criação.

(17)

criação de conhecimento. Assim, a GCC deve promover o estabelecimento de condi-ções que possibilitem aos atores envolvidos a criação e o compartilhamento do conhe-cimento científico acesso aos meios necessários para a comunicação, colaboração, e para que possa haver uma interação entre diversas disciplinas na construção de novos conhecimentos.

A colaboração impulsiona a criação de novos conhecimentos, uma vez que pro-move a interação entre os indivíduos e o compartilhamento do conhecimento existente, contribuindo para uma maior rapidez no desenvolvimento dos trabalhos científicos. Re-centemente, tem-se verificado que a colaboração multidisciplinar e geograficamente distribuída pode ser crucial para responder questões científicas de interesse significati-vo para a sociedade em geral (BIRNHOLTZ, 2005).

Dentre as várias razões que levariam os pesquisadores a colaborarem entre si, Katz e Martin (1997) destacam (i) o compartilhamento de recursos devido aos custos elevados de instrumentos e equipamentos para a realização de pesquisas; (ii) a queda de custos e o aumento da disponibilidade de meios de transporte e tecnologias de co-municação; (iii) a colaboração entre disciplinas e setores e (iv) o incentivo, por parte dos governos, à colaboração científica. Outras razões apontadas por Lubich (1995) seriam, entre outras, (v) a “explosão de informações”, demandando a colaboração na junção de vários conhecimentos e resultados parciais; (vi) a necessidade de interação entre as disciplinas e (vii) a melhoria da transferência de tecnologia.

Atentos à necessidade e à importância da colaboração científica, governos, insti-tuições de apoio à pesquisa e os próprios pesquisadores procuram incentivar e valori-zar a formação de redes de pesquisa no sentido de unir esforços com o objetivo de compartilhar recursos físicos, conhecimentos e competências. Nas redes de pesquisa, a criação do conhecimento é impulsionada pela colaboração e interação entre os indi-víduos do grupo, contribuindo para a melhoria do trabalho em conjunto. Assim, as re-des de pesquisa têm se tornado espaços facilitadores da colaboração.

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colabo-ração, diminuindo distâncias e facilitando a comunicação e a colaboração entre os pes-quisadores.

Segundo Laudon e Laudon (1999), por meio das ferramentas de colaboração é possível trocar ideias, armazenar e recuperar mensagens enviadas pelo grupo, postar documentos para comentários, realizar editoração colaborativa de documentos, plane-jar e acompanhar atividades realizadas pelo grupo.

O uso de ferramentas de colaboração em redes de pesquisa pode trazer muitas vantagens, dentre as quais: (i) redução do tempo gasto na realização de atividades, permitindo que duas pessoas distantes geograficamente trabalhem de forma colabora-tiva; (ii) melhoria na qualidade das atividades relacionadas às redes de pesquisa, pos-sibilitando a interação de vários saberes na execução de uma tarefa; (iii) estímulo à construção de laços sociais e relações de amizade entre os integrantes das redes de pesquisa, mesmo que geograficamente distantes.

Neste contexto, a presente pesquisa trata do uso de ferramentas de colaboração no âmbito das redes de pesquisa, no intuito de conhecer como os integrantes de redes de pesquisa percebem a utilidade e a necessidade das ferramentas de colaboração no apoio às suas atividades, uma vez que poucos foram os relatos encontrados sobre o uso desse tipo de ferramenta em redes de pesquisa. Entende-se que a colaboração é um aspecto relevante na questão da GCC e o uso de TIC para apoiar os trabalhos co-laborativos em uma rede de pesquisa poderia tornar os processos de pesquisa mais rápidos e dinâmicos, facilitando a integração, o compartilhamento e a geração de novos conhecimentos, contribuindo com a gestão desses conhecimentos.

1.1 PROBLEMA

A colaboração entre grupos de pesquisadores pode ser vista como fator impor-tante para a gestão do conhecimento científico, uma vez que pode tornar os processos de pesquisa mais rápidos e dinâmicos, facilitando o compartilhamento e a geração de novos conhecimentos. As TIC, em especial aquelas denominadas ferramentas de cola-boração (ou groupware) desempenham um papel importante no apoio às atividades de colaboração, ampliando a capacidade de comunicação entre os membros de um grupo em diferentes níveis.

(19)

traba-lho em grupo, bem como estudos relatando o desenvolvimento de tais ferramentas pa-ra atender necessidades específicas em diversas situações.

Turban et al (2010) classificam como ferramentas de colaboração desde o e-mail, videoconferência, mensagens instantâneas até os blogs, wikis, reuniões virtuais, etc, e analisam algumas soluções de mercado como o Lotus Sametime da IBM1, o Groove Networks da Microsoft2 e o Collaboration Services 10g da Oracle3.

As ferramentas de colaboração permitem a troca de ideias, o armazenamento e recuperação de mensagens enviadas pelo grupo, postagem de documentos para co-mentários ou editoração colaborativa, além do planejamento e acompanhamento das atividades realizadas (LAUDON e LAUDON, 1999).

A grande disponibilidade de ferramentas de colaboração e suas potenciais van-tagens relatadas na literatura levam à suposição de que essas ferramentas poderiam desempenhar um papel de destaque no apoio às atividades das redes de pesquisa, contribuindo para a gestão do conhecimento científico ali gerado e difundido, uma vez que a colaboração assume importância significativa no âmbito dessas redes. Apesar disso, são poucos os trabalhos que relatam a utilização de ferramentas de colaboração em redes de pesquisa, lançando um questionamento sobre a real utilização desse tipo de ferramenta pelas redes.

Diante desse fato formulou-se, para esta pesquisa, a seguinte questão: Qual a percepção dos participantes em redes de pesquisa com relação à necessidade e utili-dade das ferramentas de colaboração?

1.2 OBJETIVOS

Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar e descrever as expectativas e as necessidades dos integrantes de redes de pesquisa em relação ao uso de ferramen-tas de colaboração.

Para atingir o objetivo geral, pretende-se alcançar os seguintes objetivos especí-ficos:

1 http://www-01.ibm.com/software/lotus/sametime/

2 Groove Networks era uma empresa de software adquirida pela Microsoft em 2005. O seu software, que

permite várias pessoas trabalharem colaborativamente, é comercializado, agora, pela Microsoft sob o nome de Microsoft SharePoint Workspace.

(http://office.microsoft.com/en-us/sharepoint-workspace/sharepoint-workspace-2010-features-and-benefits-HA101807659.aspx)

(20)

 Identificar, na literatura, os principais aspectos da colaboração científica, descre-vendo suas características relevantes;

 Avaliar a utilização de ferramentas de colaboração em redes de pesquisa científi-ca, identificando se e quais ferramentas de colaboração são utilizadas;

 Medir a satisfação dos integrantes das redes com relação a ferramentas de cola-boração;

 Identificar novas funcionalidades apontadas como relevantes e desejáveis pelos integrantes das redes para ferramentas de colaboração;

 Identificar fatores que inibem a utilização de ferramentas de colaboração em re-des de pesquisa.

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O momento atual, particularmente o contexto científico, caracteriza-se pelo esta-belecimento de novas formas de trabalho. Cada vez mais, cientistas têm se organizado em redes de pesquisa, na tentativa de buscar soluções para problemas em comum. Em sua maioria, essas redes são formadas por pesquisadores de diversas instituições, muitas vezes distantes geograficamente, o que demanda a utilização das TIC para tor-nar o trabalho em equipe mais eficiente.

Com a constante evolução das TIC, cada vez mais se pode aprimorar os traba-lhos científicos, especialmente nas redes de pesquisa, uma vez que tais tecnologias possibilitam o armazenamento de grandes volumes de informações e conhecimentos gerados pelas pesquisas, e principalmente diminuem as distâncias e facilitam a comu-nicação e a colaboração entre os pesquisadores.

Dada a importância da colaboração no âmbito de uma rede de pesquisa, as TIC desempenham um papel de destaque no apoio às atividades dessas redes, sendo fun-damental o uso de ferramentas adequadas e que atendam plenamente as necessida-des de seus integrantes no trabalho em conjunto.

(21)

ferra-mentas de colaboração. Faz-se necessário uma melhor compreensão sobre o papel que as ferramentas de colaboração têm desempenhado nas atividades de uma rede de pesquisa, além de tentar identificar os fatores que levam os integrantes de uma rede a optar, ou não, pelo uso dessas ferramentas.

Assim, um estudo que busque investigar a percepção dos participantes em re-des de pesquisa com relação às ferramentas de colaboração poderá delinear um pano-rama no sentido de verificar (i) o que já vem sendo utilizado em termos dessas ferra-mentas, (ii) se as ferramentas utilizadas se mostram adequadas, ou (iii) se existe a ne-cessidade de integração de novas funcionalidades a tais ferramentas.

Os indícios levantados por esta pesquisa podem servir como direcionadores pa-ra futuros desenvolvimentos e/ou implantações de ferpa-ramentas de colabopa-ração a serem utilizadas como apoio às atividades em redes de pesquisa, abrindo caminho para no-vos estudos sobre tais ferramentas no contexto científico.

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Este documento está organizado em cinco capítulos. O capítulo 2 trata da revi-são de literatura onde revi-são apresentados, com base na pesquisa bibliográfica realizada, os conceitos fundamentais sobre os assuntos que contornam o tema da pesquisa. Nes-te capítulo, são apresentados aspectos relevanNes-tes das ideias dos principais autores e estudos já realizados sobre Conhecimento Científico, Gestão do Conhecimento Cientí-fico, Colaboração, Redes de Pesquisa, e Colaboração mediada pelas TIC.

No capítulo 3, são explicados os materiais, os métodos e as técnicas utilizados na coleta e análise dos dados, onde se apresenta a classificação da pesquisa, a delimi-tação do estudo, a identificação e amostragem da população, e a coleta dos dados.

O capítulo 4 traz a descrição e tabulação dos dados obtidos e apresenta discus-são e análise pertinentes aos resultados tabulados.

(22)

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Segundo Cruz e Ribeiro (2004), é possível entender o conhecimento científico como uma relação especial entre o sujeito e o objeto, sendo que essa relação consiste na apreensão do objeto pelo sujeito. O conhecimento científico procuraria alcançar a verdade dos fatos (objetos) e dependeria da escala de valores e das crenças dos cien-tistas, resultando de pesquisas metódicas e sistemáticas da “realidade”.

Para Marconi e Lakatos (2007), ao se falar em conhecimento científico é neces-sário, primeiramente, distingui-lo de outros tipos de conhecimento existentes. Para as autoras, há quatro tipos de conhecimento: (i) o conhecimento filosófico, cujo objeto de análise “são ideias, relações conceituais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial dire-ta ou indiredire-ta (por instrumentos)”, (ii) o conhecimento religioso ou teológico, que “se apóia em doutrinas que contêm proposições sagradas” e, por isso, “tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis”, (iii) o conhecimento popular ou senso comum, “que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos”, e (iv) o conheci-mento científico, que “abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observa-ção”.

As autoras afirmam ainda que o conhecimento científico não se distingue do co-nhecimento popular nem pela veracidade nem pela natureza do objeto estudado, mas sim pelo método e instrumentos utilizados no processo de estudo. Um mesmo objeto ou fenômeno pode ser observado tanto pelo cientista quanto pelo homem comum. A diferença se dá na forma de observação, levando o cientista ao conhecimento científico e o homem comum ao conhecimento popular. Segundo elas, “o fundamento do conhe-cimento científico consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmente controlados”.

Leite (2006) considera conhecimento científico aquele produzido pela investiga-ção científica por meio de métodos e instrumentos reconhecidamente válidos, sendo que, do ponto de vista metodológico, o conhecimento científico é resultante de investi-gação metódica, sistemática e passível de verificação. Para o autor,

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comunida-de acadêmica para, então, adquirir o status de conhecimento científico, pas-sando a constituir o corpo de conhecimento de uma determinada área.

Leite (2006) destaca duas vertentes do conhecimento científico: (i) a vertente tá-cita, subjetiva e própria do indivíduo, resultante da experiência e relacionada às habili-dades e competências, e (ii) a vertente explícita, externa ao indivíduo e proveniente da externalização (ou codificação) do conhecimento tácito. Segundo o autor, o conheci-mento científico tácito pertence a uma estrutura cognitiva, “com conceitos inter-relacionados, dotado de flexibilidade, desarticulado e subjetivo e pode, em parte, ser comunicado informalmente”. Este tipo de conhecimento relaciona-se também às habili-dades, experiências e competências utilizadas por um pesquisador nas suas atividades científicas. Por outro lado, o conhecimento científico explícito caracteriza-se por ser formal, de fácil estruturação, resultante das pesquisas e atividades de ensino, podendo ser facilmente transmitido, armazenado e recuperado por diversos meios. É a parte do conhecimento científico tácito que pode ser codificada, ou seja, é um conhecimento que pode ser transferido ou veiculado por sistemas ou meios formais de comunicação científica.

Dentre todas as características do conhecimento científico, a maneira como ele é produzido é a que mais o distingue dos outros tipos de conhecimento.

2.1.1 Produção do conhecimento científico

A produção do conhecimento científico não é um processo individual, pelo con-trário, é resultado da colaboração e interação entre cientistas (LEITE, 2006) e requer “competência, associação, cooperação, negociação, diretrizes e estratégias que visem interligar o maior número de elementos de forma a promover a construção do conheci-mento” (SILVA, 2005 apud SARTORI e PACHECO, 2006).

O conhecimento científico nasce da busca por um conhecimento diferente dos demais, tentando compensar as limitações de outros tipos de conhecimento (ARAÚJO, 2006). Segundo Leite (2006) um novo conhecimento científico é criado a partir da inte-ração social entre os cientistas, onde se estabelece uma relação dinâmica entre o co-nhecimento científico tácito e o explícito. Para ele, o coco-nhecimento científico é produzi-do pela investigação científica, por meio de métoproduzi-dos e instrumentos reconhecidamente válidos.

(24)

Afirmam também que por meio do procedimento científico é possível delimitar, frag-mentar e analisar o que está colocado como objeto de pesquisa, atingindo segmentos da realidade.

Para Soriano (2004), a pesquisa científica objetiva responder problemas relevan-tes e fazer descobertas significativas que possam aumentar a soma de conhecimentos existentes. Segundo ele, o processo de pesquisa, por meio do qual o conhecimento científico é produzido, não pode ser interpretado de maneira linear, como um conjunto de etapas sucessivas. Para ele, o processo de pesquisa é dialético, pois há um contí-nuo ir-e-vir; o cientista pode realizar alguns processos específicos, seguir adiante ou retornar, se necessário, para analisar sua pesquisa sob novo enfoque, novas informa-ções e experiências. Há assim, um movimento contínuo do nível teórico para o nível empírico, num constante enriquecimento. O autor coloca, ainda, que apenas os estu-dos realizaestu-dos de acordo com o método científico “poderão considerar suas descober-tas significativas para a ciência e incorporar-se ao conjunto dos conhecimentos com-provados”.

Finalmente, este novo conhecimento científico produzido por meio dos instru-mentos apropriados, precisa ser publicado, seja para avaliação pelos pares, para reco-nhecimento de autoria ou divulgação de resultados (LEITE, 2006).

2.1.2 Disseminação do conhecimento científico

O conhecimento científico é transmitido por meio de treinamento apropriado, uma vez que se trata de um conhecimento obtido de modo racional e produzido por meio de procedimentos científicos (MARCONI e LAKATOS, 2007).

Para Leite (2006), a transferência de conhecimento é entendida como “o com-partilhamento e assimilação do conhecimento de um indivíduo para outro ou para um determinado grupo”. O autor, que classifica o conhecimento científico em tácito e explí-cito, também diferencia a forma pela qual cada um desses tipos de conhecimento é disseminado. Para ele, o conhecimento científico explícito pode ser formalizado e trans-ferido pelos meios formais de comunicação, tais como publicações científicas, livros, artigos em periódicos e anais de congresso. Já o conhecimento científico tácito, de difí-cil estruturação, somente pode ser disseminado de maneira informal, por meio da inte-ração social entre os cientistas.

(25)

organi-zação e compartilhamento são processos que, em virtude da sua natureza, precisam estar amparados por técnicas, modelos, e ferramentas adequadas, que levem em con-sideração as características específicas do conhecimento científico e possibilitem o seu melhor gerenciamento.

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

A Gestão do Conhecimento (GC) tem se tornado um fator estratégico para as organizações à medida que elas reconhecem a importância de estimular a criação e o compartilhamento do conhecimento, a fim de gerarem inovação, novos conhecimentos e se tornarem, assim, mais competitivas no mercado. Diversos autores (NONAKA e TUKEUCHI, 1997; STEWART, 1998; TERRA, 2000), ao discutirem a questão, trazem propostas de modelos para a gestão do conhecimento. Para Carvalho (2006), “os mo-delos propostos são constituídos por práticas sistemáticas e ações planejadas para gerenciar o conhecimento organizacional”, sendo que a diferença entre eles está na ênfase que cada um dá aos aspectos do conhecimento organizacional. Enquanto al-guns modelos priorizam o conhecimento novo, concentrando-se nos aspectos relacio-nados à criatividade, inovação e geração de novos conhecimentos, outros estão dire-cionados ao conhecimento já existente na organização, preocupando-se com a preser-vação e a codificação desse conhecimento.

A maioria das abordagens dos autores que discutem a GC tem como foco o co-nhecimento organizacional. Entretanto, em outro contexto, o científico, também existe uma inquietação no sentido de estruturar o conhecimento existente.

A grande quantidade de conhecimento gerado por instituições de pesquisa cien-tífica tem apontado para a necessidade de se discutir sobre a melhor maneira de ge-renciar os processos de criação, organização, disseminação e compartilhamento desse conhecimento. As instituições tentam encontrar a melhor maneira de organizar e dis-seminar o conhecimento produzido por seus pesquisadores e proporcionar ambientes e ferramentas que estimulem a colaboração entre eles, na tentativa de gerar inovações e produzir novos conhecimentos que possam atender às demandas da sociedade.

(26)

conhe-cimento científico criado nos diversos níveis (pessoal, de projeto, institucional ou refe-rente a um problema específico), e sua disseminação de maneira adequada a fim de tornar o processo científico mais eficiente, evitando desperdício de recursos e tempo e reduzindo o número de erros. Para Sampaio (2007),

A comunidade científica despertou para a necessidade de gerenciar e armaze-nar o intercâmbio realizado entre pesquisadores, seja feito sob a forma docu-mental, como relatórios técnicos, artigos, revistas e livros, ou sob a forma inte-rativa, através de aulas, seminários, experimentos e pesquisas de campo. A-través deste intercâmbio é que novos conhecimentos são gerados e agregados à instituição de pesquisa.

Entretanto, a pesquisa bibliográfica realizada para esta pesquisa demonstrou que ainda são poucos os estudos sobre GCC. Pela análise do material recuperado constatou-se que o enfoque principal da maioria dos estudos está na utilização de fer-ramentas computacionais para o suporte ao trabalho científico, o que, se por um lado contribui para abrir caminho para novos estudos sobre tais ferramentas, por outro deixa de discutir de maneira mais ampla os processos de criação, organização, disseminação e compartilhamento do conhecimento científico, dificultando a construção de um corpo teórico sobre GCC. Mesmo assim, alguns autores vêm investindo em iniciativas no sen-tido de iniciar uma discussão sobre a questão. Segundo Osthoff et al (2004),

[...] na Gestão do Conhecimento Científico, é necessário criar meios para que uma instituição possa responder de forma dinâmica e eficiente aos seus pes-quisadores sobre os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, visando à execução de suas tarefas, a colaboração entre si e a disseminação do conhe-cimento individual, para que este conheconhe-cimento seja parte significativa do co-nhecimento organizacional.

GCC envolve o entendimento da maneira pela qual esse conhecimento é obtido, quais são os atores envolvidos, como ele está formatado e que barreiras físicas ou cul-turais devem ser transpostas para codificá-lo e disseminá-lo (OSTHOFF et al, 2004).

Sampaio (2007) também discute GCC com foco nas ferramentas que devem dar suporte a esse processo. A autora destaca:

Devido à sua particularidade e da maneira de como o conhecimento científico é criado, as ferramentas de suporte à Gestão de Conhecimento Científico neces-sitam ser diferentes das encontradas em meios empresarias. Dados científicos são mais complexos que dados comerciais e operacionais, tanto em significado - pois um dado científico está relacionado com múltiplas variáveis ou dimen-sões - quanto em uso e manuseio.

(27)

colaboração, e a (vi) falta de conhecimento das próprias forças e fraquezas.

Uma iniciativa no sentido de abordar GC no contexto científico é apresentada por Torres et al (2009). Para os autores, praticar a gestão do conhecimento em institui-ções de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) contribui para a diminuição dos desafios enfrentados por elas. Eles afirmam:

(28)

Processo Descrição

Identificação Processo de mapeamento do conhecimento da comunidade

acadêmica - conhecimentos internos à instituição - em sua vertente tácita e explícita, bem como do conhecimento externo à instituição, proveniente de comunidades científicas. O objetivo é responder quem pesquisa o quê e onde. Trata-se do mapeamento das fontes de informação e competências científicas internas e externas da instituição e das fontes de informação e competências científicas críticas que estejam relacionadas às atividades científicas da instituição.

Aquisição Processo de aquisição dos conhecimentos mapeados anteriormente, necessários à criação e manutenção de conhecimentos e

competências científicas da comunidade acadêmica. Armazenamento /

organização Processo relacionado com a organização e armazenagem do conhecimento científico explícito com o intuito de torná-lo facilmente recuperável.

Compartilhamento Processo que tem como pressuposto o compartilhamento do

conhecimento científico explícito, pelos meios de comunicação formais, e o compartilhamento do conhecimento científico tácito, por meios informais.

Criação Processo relacionado com a criação de novas habilidades, competências e conhecimentos na instituição.

(29)

2.3 COLABORAÇÃO CIENTÍFICA

2.3.1 Colaboração

Segundo Birnholtz (2005), a colaboração tem se tornado um assunto bastante discutido em diversos domínios, como a indústria, a ciência e o governo, onde é cres-cente a necessidade de se alcançar resultados que só podem ser atingidos por meio de esforços colaborativos de vários indivíduos, grupos ou organizações. Entende-se que quando um trabalho é realizado colaborativamente, normalmente se produzem melho-res melho-resultados do que quando se trabalha de maneira isolada.

Para Boavida e Ponte (2002), “a colaboração envolve negociação cuidadosa, tomada conjunta de decisões, comunicação efetiva e aprendizagem mútua” e pode ser estabelecida entre pares ou entre indivíduos com papéis diferentes, dependendo dos objetivos a serem alcançados na realização de um trabalho ou projeto. Vários fatores podem influenciar a colaboração, como a cultura organizacional, o ambiente onde a colaboração acontece, a presença de computador para apoiar as atividades e o gênero dos participantes (BORGES, 2004).

(30)

envol-vendo um esforço coordenado para resolver um problema. Pela quarta visão, a colabo-ração e a coopecolabo-ração se excluem mutuamente.

Esta pesquisa não tem a pretensão de discutir, de maneira mais ampla, as idei-as dos diversos autores sobre idei-as diferençidei-as ou semelhançidei-as entre a colaboração e a cooperação, uma vez que concorda com o exposto por Kemczinski et al (2007) de que não há benefícios nessa discussão. Baseado na terceira visão apresentada pelos auto-res, entende-se que a cooperação é um modo pelo qual uma pessoa atua individual-mente para ajudar na execução de um trabalho em conjunto, e está inserida na colabo-ração, uma vez que, segundo Borges (2004), “em todo trabalho colaborativo, haverá momentos de trabalho individual”.

Assim, assume-se, daqui em diante, apenas o termo colaboração definindo-o como o ato de trabalhar em conjunto para executar uma tarefa ou um projeto, onde os indivíduos ora trabalham de maneira isolada, ora trabalham reunidos para obter os re-sultados desejados. Nas paráfrases que se seguem, o termo colaboração será utilizado como substituição ao termo cooperação, quando este remeter ao significado do primei-ro, conforme adotado nesta pesquisa.

2.3.2 Colaboração no âmbito científico

Diante da complexidade de novos cenários que se apresentam é preciso estabe-lecer a colaboração na pesquisa científica, com a integração de conhecimentos de di-versas disciplinas na busca pela solução de problemas. A colaboração entre pesquisa-dores pode contribuir para aumentar a velocidade no desenvolvimento dos trabalhos científicos, acelerando os resultados das pesquisas e proporcionando o compartilha-mento e disseminação do conhecicompartilha-mento.

(31)

resultados (KATZ; MARTIN, 1997).

A colaboração científica pode ser um empreendimento envolvendo metas co-muns, esforço coordenado e resultados ou produtos com responsabilidade e mérito compartilhados, tornando-se uma fonte de apoio para a melhoria do resultado e a ma-ximização do potencial da produção científica (WEISZ e ROCO, 1996 apud BALANCIERI et al, 2005).

Katz e Martin (1997 apud BALANCIERI et al, 2005) classificam a colaboração em diferentes níveis, sendo que ela pode ocorrer entre (inter) e dentro (intra) de dife-rentes níveis. O Quadro 2 apresenta os níveis de colaboração especificados pelos au-tores.

Nível Intra Inter

Individual – Entre indivíduos

Grupo Entre indivíduos do mesmo grupo de

pesquisa Entre grupos (por exemplo, no mesmo departamento) Departamento Entre indivíduos ou grupos no

mesmo departamento Entre departamentos (na mesma instituição) Instituição Entre indivíduos ou entre

departamentos na mesma instituição Entre instituições

Setor Entre instituições no mesmo setor Entre instituições em diferentes setores

Nação Entre instituições no mesmo país Entre instituições em diferentes países

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cer-tos domínios científicos, enquanto o quinto motivo seria a importância crescente de campos interdisciplinares, o que levaria à colaboração não só entre disciplinas, mas também entre setores, como a colaboração entre universidades e a indústria. Final-mente, como último motivo os autores apontam os fatores políticos que incentivam a colaboração entre pesquisadores, e citam como exemplo iniciativas de criação de cen-tros de pesquisa entre nações da Europa.

Lubich (1995) também enunciou um conjunto de questões que, segundo ele, tem levado os cientistas a desenvolverem um estilo de trabalho colaborativo. São elas: (i) uma grande “explosão de informações” demandando uma grande necessidade de es-pecialização e colaboração para juntar os vários pedaços de conhecimento e resulta-dos parciais; (ii) necessidade de colaboração entre domínios científicos não relaciona-dos anteriormente, para resolver problemas mais complexos; (iii) melhor uso de tecno-logia (equipamentos, computadores, dispositivos, etc.) de alto custo, (iv) necessidade de evitar redundância por meio de compartilhamento de conhecimento, especialmente em pesquisas de orientação comercial, apesar de um crescente número de laboratórios e institutos de pesquisa em todo o mundo, (v) melhoria da transferência de tecnologia, especialmente de ambientes acadêmicos para institutos de pesquisa comerciais, (vi) interesse pessoal em lucrar com a experiência de outros, (vii) existência de programas de pesquisa para trabalho colaborativo e limitação de fundos disponíveis, e (viii) o fato de que muitos pesquisadores também ministram aulas, e começam a se envolver em esforços colaborativos de ensino remoto.

Assim, a colaboração entre diferentes tipos de organizações sejam elas institui-ções de ensino superior, institutos de pesquisa ou empresas privadas, tem sido utiliza-da como solução para a complexiutiliza-dade utiliza-das novas tecnologias que exige um esforço cada vez maior das empresas e instituições de pesquisa. Os atuais produtos ou paten-tes dependem da união de esforços de especialistas de diferenpaten-tes áreas do conheci-mento. Os governos, instituições de apoio à pesquisa, empresas, bem como os pró-prios pesquisadores estão atentos a essa questão e por isso vêm incentivando e valori-zando a formação de redes de pesquisa (LIMA; AMARAL, 2008).

2.4 REDES DE PESQUISA

(33)

de promover maior engajamento dos envolvidos tanto na execução das pesquisas quanto em seus resultados. Elas também são vistas como um instrumento de apoio à pesquisa e como um formato organizacional inovador e promissor (CENTRO DE GES-TÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS, 2006)

Para Axt (2003), a ideia de rede de pesquisa não é nova. A autora afirma que as redes de pesquisa demandam de seus membros diversas formas de interação e inte-gração, como correspondências, reuniões e seminários de estudo, estágios, encontros para comunicação das pesquisas e de seus resultados, publicações em periódicos ou livros.

Reforçando a declaração de Axt (2003), o Centro de Gestão e Estudos Estraté-gicos (2006) defende que:

[...] alianças estratégicas e parcerias tecnológicas entre empresas vêm sendo constituídas formalmente, desde a década de 70, movidas pela necessidade de promover pesquisa e desenvolvimento conjunto e reduzir custos, buscando me-lhor dispor das potencialidades e capacitações existentes. Os arranjos de

coo-peração consistem em joint ventures e corporações de pesquisa, acordos de

P&D e de intercâmbio tecnológicos, licenciamento, redes horizontais e verti-cais, de vários tipos, programas públicos de pesquisa conjunta, etc.

A valorização e o estímulo à formação de redes de pesquisa vêm ao encontro à necessidade de colaboração entre disciplinas e organizações, sendo que nos últimos anos houve um crescimento dos programas de pesquisa em rede, onde diferentes gru-pos de pesquisa reúnem competências em busca de avanços tecnológicos que sejam significativos (LIMA e AMARAL, 2008).

Esse fenômeno já vinha ocorrendo, também, internacionalmente. Segundo Cassi et al. (2006), os governos dos países desenvolvidos vêm empregando esforços, nas últimas duas décadas, para promover a pesquisa colaborativa, e citam como exemplo a iniciativa da União Europeia na construção de redes de pesquisa com o objetivo de aumentar sua competitividade econômica.

Sobre essa tendência mundial no incentivo à formação de redes de pesquisa, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (2006) assegura que:

[...] há atualmente mais do que uma tendência meramente evolutiva na configu-ração das redes de pesquisa no campo da CT&I. Há uma ação deliberada por parte dos Governos de vários países em utilizar esse recurso como uma estra-tégia para tornar mais dinâmica a organização e a gestão da pesquisa, median-te a cooperação entre os seus atores, a otimização dos recursos públicos in-vestidos e a concentração sinérgica de fontes de financiamento públicas e pri-vadas. E isso vem naturalmente afetando a formatação dos mecanismos de fi-nanciamento das agências de fomento.

(34)

LIMA e AMARAL, 2008).

2.4.1 Conceitos

Segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (2006), o conceito de rede possibilita visualizar os relacionamentos e alianças heterogêneas que precisam ser ar-ticuladas pelas organizações a fim de viabilizarem processos inovadores. Esse concei-to possibilita, ainda, destacar a “mobilidade de alianças, a flexibilidade dos arranjos, a instabilidade das configurações e a multiplicidade de formas de coordenação”. Para o Centro,

[...] o uso do termo rede como metáfora, coloca o foco de atenção nos

proces-sos interativos entre atores e organizações num sentido amplo. Mais especifi-camente, os atores sociais buscam, nessa forma de associação, atingir seus objetivos e propósitos através da ação coordenada e concentrada entre os seus integrantes. Neste sentido, uma rede é genericamente entendida como um processo interativo em que atores e organizações se articulam tendo em vista projetos e problemas delimitados.

Hellstrom et al. (2001) afirmam que as redes de pesquisa são criadas e manti-das por meio de tarefas em comum realizamanti-das por um número de atores que investi-gam um determinado problema ou questão, onde existe uma adaptação e dependência mútua por parte dos membros da rede no que diz respeito a esta investigação coletiva, e em que esses membros sejam geograficamente e/ou setorialmente dispersos. Se-gundo os autores, as redes desse tipo podem ser formadas entre empresas, grupos de pesquisa de universidades, e também entre as universidades e a indústria, e freqüen-temente se organizam por meio da troca informal de conhecimento e/ou por meio de acordos de cooperação formais em torno do desenvolvimento de um produto ou pes-quisa específico.

Segundo Weisz e Roco (1996, apud Balancieri, 2005) as redes de pesquisa se caracterizam pela execução de projetos em cooperação, onde diferentes instituições desempenham tarefas distintas para chegar a um resultado específico. Para os autores “essa organização de coesão tênue formada por diferentes indivíduos ou grupos liga-dos entre si por vínculos de naturezas diversas pode então ser definida como uma rede de pesquisa”. Eles afirmam, ainda, que a formação das redes de pesquisa se dá por meio da combinação de diversos fatores, como o aumento das restrições orçamentá-rias, a existência de diversos institutos de pesquisa com capacidades semelhantes, melhores meios de comunicação.

(35)

Re-de Re-de Inovação da BiodiversidaRe-de da Amazônia, Re-define o seguinte conceito sobre as redes de pesquisa:

Um conjunto de atores heterogêneos (laboratórios, grupos de pesquisa, em-presas, dentre outros) que, articulados num esforço conjunto, por meio de um acordo ou contrato, desenvolvem atividades sincrônicas ou assincrônicas, de-sempenhando papéis complementares em um espectro que pode se iniciar na pesquisa (multi ou interdisciplinar) e ir até a produção de bens e serviços. Es-ses atores compartilham conhecimentos, experiências, recursos e habilidades múltiplas, que levam a contribuir para o alcance do objetivo estratégico definido pela rede.

Outro conceito é apresentado por Druck (2007), para quem uma rede de pesqui-sa é um conjunto de unidades, instituições, núcleos ou grupos de pesquipesqui-sa, que possu-em um caráter transdisciplinar, estando organizadas segundo um modelo consensual de coordenação, e compartilham capital intelectual, infra-estrutura técnica e recursos financeiros, para o desenvolvimento de um portfólio de pesquisas orientadas por objeti-vos comuns.

No contexto desta pesquisa entende-se uma rede de pesquisa como um conjun-to de instituições, nacionais ou internacionais, públicas ou privadas, que se reúnem de maneira formal com o intuito de colaborar na execução de um projeto de pesquisa em comum.

2.4.2 Vantagens da formação de redes de pesquisa

Ao falar das redes de pesquisa vários autores destacam as vantagens obtidas por essa forma de organização do trabalho científico.

Para Cassi et al. (2006), as redes de pesquisa são importantes para a inovação e competitividade econômica devido ao papel que desempenham na disseminação de informações e ideias, no acesso a recursos, capacidades e mercados, e na combina-ção de diferentes tipos de conhecimento.

Para Axt (2003), é a partir das associações de caráter científico que, de maneira geral, se tornam públicas as ideias e as pesquisas, e que se dá visibilidade aos inte-grantes da rede. A participação em redes pode ser benéfica, também, no sentido de aumentar a capacidade de perceber tendências de tecnologias e mercados, bem como seus impactos na sociedade e no meio ambiente (CANONGIA et al., 2004).

Weisz e Roco (1996, apud BALANCIERI, 2004) analisando as vantagens da formação de redes de pesquisa sob a ótica social, afirmam que:

(36)

grupos distintos juntam esforços para alcançar uma dada meta. A reunião das mais qualificadas pessoas e instituições para uma determinada tarefa tecnoló-gica ou de pesquisa ou ensino bem como a sinergia resultante da variedade de recursos e competências são as principais vantagens que induzem a formação de redes de pesquisa.

A formação das redes de pesquisa melhora o planejamento, a coordenação e o acompanhamento das ações ligadas à ciência e tecnologia, auxiliando na melhoria da aplicação de recursos humanos e financeiros envolvidos, dos conhecimentos e benefí-cios gerados (RELATÓRIO DOS PROGRAMAS REGIONAIS, CNPq, 2000, apud CENTRO..., 2006).

Para Torres (2008, apud TORRES et al., 2009):

A formação de redes de pesquisa tem sido a alternativa escolhida porque, além de promover soluções integradas possibilita, simultaneamente, o uso racional dos recursos tangíveis e intangíveis e a visão interdisciplinar e transversal dos problemas. É no âmbito das redes que os pesquisadores potencializam suas chances de reconhecer os problemas de pesquisa como complexos e interco-nectados. Nelas é mais provável que consigam construir pontes que os façam transitar entre diversas áreas de conhecimento e saberes para estabelecer po-licompreensões que abarquem a infinidade de relações inscritas no próprio problema.

Sintetizando as principais motivações para a formação de redes de pesquisa, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (2006) aponta a seguinte relação:

 Proporcionar maior mobilização, integração e coordenação de equipes de pesqui-sadores e técnicos;

 Propiciar e incrementar a colaboração interinstitucional;

 Articular esforços e produzir sinergias entre a esfera pública e privada;

 Diversificar as instituições que apóiam e financiam as atividades de pesquisa;  Induzir a busca de novas parcerias, tendo por objetivo o aumento da eficiência e

da competitividade institucional;

 Estimular as equipes a produzirem um sistema de acesso comum aos dados pro-duzidos na pesquisa;

 Aumentar o apoio a novas áreas do conhecimento e a percepção para a impor-tância do trabalho interdisciplinar e,

 Aproveitamento da infra-estrutura de pesquisa existente.

(37)

2.4.3 Rede GENOLYPTUS: uma experiência consolidada

A formação de redes de pesquisa com o intuito de potencializar o trabalho cientí-fico e alcançar resultados mais significativos nas pesquisas, é crescente, e as vanta-gens de se trabalhar em rede, como descrito até agora, são muitas. Imagina-se que, hoje, tanto no Brasil como em todo o mundo, exista uma vasta quantidade de redes de pesquisa estabelecidas, cada uma com seus objetivos, desenvolvendo algum tipo de atividade científica. Imagina-se, também, que várias outras redes já encerraram suas atividades, apresentando diversos resultados e contribuições.

Com o objetivo de ilustrar um caso prático de formação de uma rede de pesqui-sa, desde a sua consolidação até o alcance dos resultados, esse tópico apresenta a Rede GENOLYPTUS, que desenvolveu suas atividades entre os anos de 2002 e 2008.

A rede GENOLYPTUS - Rede Nacional de Pesquisa do Genoma de Eucalyptus – foi um exemplo pioneiro de parceria entre o MCT e as competências instaladas no setor produtivo e nas instituições de pesquisa em um empreendimento de desenvolvi-mento científico e tecnológico na interface entre ciências genômicas, melhoradesenvolvi-mento genético, tecnologia da madeira e produção florestal. A rede, que iniciou suas ativida-des em 2002, contou com a participação de três unidaativida-des ativida-descentralizadas da Embra-pa, sete universidades e 14 empresas florestais, sendo 13 brasileiras e uma empresa portuguesa (UFV, 2009).

O objetivo principal da Rede GENOLYPTUS foi o descobrimento, sequencia-mento, mapeamento e determinação de função de genes de importância econômica de espécies de Eucalyptus, visando a incorporação de tecnologias de genética genômica nos programas de melhoramento e produção florestal. As atividades da rede foram di-vididas em oito subprojetos, coordenados por diferentes pesquisadores com compro-vada experiência na área (UFV, 2009).

(38)

Resultados alcançados

Ao final das atividades da rede foi possível apresentar novos modelos de cali-bração para a avaliação de características químicas da madeira, o que permite a sele-ção de árvores superiores. Esses novos modelos representam um avanço significativo no processo em termos qualitativos e quantitativos. Uma medição que antes demanda-va dois dias agora é feita em poucos minutos (FLORESTAR, 2009).

O trabalho realizado pela rede permitiu seqüenciar a parte expressa do genoma, gerar uma série de recursos genômicos e estruturar uma rede experimental de campo que tem hoje enorme valor agregado pela sua ampla diversidade nas características silviculturais e de qualidade da madeira e pela conexão experimental com os trabalhos genômicos. O país criou assim uma base de conhecimento e recursos muito importante para o avanço das pesquisas nessa área, de uma forma inteligente e com um investi-mento compartilhado (FLORESTAR, 2009).

Desdobramentos

Após a finalização das atividades, as empresas que participaram da rede pude-ram utilizar a informação genômica bem como os resultados dos experimentos de campo para seus próprios desenvolvimentos e geração de tecnologias de seleção de novas árvores, melhorando sua produtividade e qualidade, tornando-as mais resisten-tes a doenças e mais toleranresisten-tes a stresses ambientais como seca (FLORESTAR, 2009).

Os híbridos de espécies de eucalipto gerados na rede foram plantados em áreas das empresas participantes, e elas já começam a selecionar as melhores árvores des-ses experimentos em seus próprios programas de melhoramento. A informação genô-mica vai acelerar esse processo de seleção das árvores (FLORESTAR, 2009).

(39)

2.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO MEDIADORA DA COLABORAÇÃO

As TIC contribuíram sobremaneira para a melhoria dos negócios nas organiza-ções, tornando ágeis os processos, possibilitando o armazenamento de grandes volu-mes de informações e, mais recentemente, diminuindo distâncias e facilitando a comu-nicação e a colaboração entre as pessoas.

A crescente redução do custo de computadores e redes de comunicação, soma-da à maior facilisoma-dade de uso dessas tecnologias, possibilitou às organizações disporem de uma infra-estrutura de TIC cada vez mais completa, com capacidade de coletar, ar-mazenar, processar e acessar dados e informações, controlando equipamentos e viabi-lizando processos de trabalho e conectando pessoas, escritórios e organizações (BEAL, 2004).

Para Figueiredo (2005), quando a TI é bem empregada ela acelera os processos de aprendizagem, colaboração, trocas e acesso à informação e conhecimento. Segun-do ele, algumas tecnologias estimulam as trocas e o compartilhamento de informações e conhecimentos, pois apóiam a colaboração e viabilizam o trabalho em grupo à dis-tância.

O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação possibilita a criação de ambientes favoráveis ao gerenciamento de conhecimentos, uma vez que as tecnologi-as atuais proporcionam mecanismos ágeis para armazenamento e disponibilização de informações, facilitando a estruturação e o compartilhamento do conhecimento, e de-sempenhando um papel importante no apoio às atividades de colaboração, ampliando a capacidade de comunicação entre os indivíduos, tanto localmente quanto em pontos geograficamente distantes.

(40)

2.5.1 Computer-Supported Cooperative Work (CSCW)

O conceito de CSCW foi primeiramente apresentado por Irene Grief e Paul Ca-shman em 1984, baseado em um projeto que investigava como utilizar o computador para dar suporte a disciplinas inter-relacionadas (WILSON, 1991).

A área de CSCW tem como objetivo o trabalho colaborativo e como bases tec-nológicas as redes de computadores e comunicação. Pode ser definida como o suporte a grupos de pessoas que colaboram umas com as outras para executar uma tarefa uti-lizando um ambiente apoiado por tecnologia de computadores e redes (JIA et al., 2008). Em sentido amplo, CSCW é a aplicação das TIC com o objetivo de facilitar a colaboração entre pessoas (CHANG et al., 2001).

Borghoff e Schlichter (2000) afirmam que:

CSCW lida com a cooperação dentro dos grupos e tenta desenvolver tecnologias computacionais inovadoras para apoiar este tipo de trabalho em equipe. A fim de ser tanto um sucesso quanto amplamente aceita, a cooperação entre indivíduos como os cientistas da computação, psicó-logos industriais e sociópsicó-logos é inevitável. Basicamente, o CSCW não é apenas um problema de gestão de informação. É, antes, um domínio de aplicação interdisciplinar no qual os mecanismos e metodologias da ci-ência da computação, telecomunicações, gerenciamento de informa-ções [...], sociologia e teoria organizacional convergem. Atualmente, não há consenso oficial quanto a se CSCW é realmente um campo de pes-quisa completamente novo ou um “guarda-chuva” abrangente para as atividades com objetivos semelhantes nas disciplinas acima menciona-das.

Para Kaplan (1997), CSCW é uma área interdisciplinar, voltada para a compre-ensão de práticas de trabalho e a descoberta de como oferecer soluções baseadas em computador que melhorem essas práticas.

Nessa mesma linha, Wilson (1991), entende CSCW como um termo genérico, que combina a compreensão da maneira como as pessoas trabalham em grupo, com as tecnologias de redes de computadores e o hardware, software, serviços e técnicas associados. Para o autor, uma vez que CSCW preocupa-se com o aumento da efetivi-dade do trabalho em grupo usando tecnologias que facilitem esse trabalho, existem duas grandes vertentes relacionadas: o processo de trabalho em grupo, e as tecnologi-as facilitadortecnologi-as para aumentar esse processo.

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restrições; (iii) considerar como o processo de trabalho em grupo pode ser melhorado, uma vez que ele envolve a discussão entre os participantes sobre o que fazer, como fazer, e como superar os problemas; e (iv) entender a dinâmica do trabalho em grupo. Todas essas considerações podem levar ao desenvolvimento de ferramentas de supor-te adequadas (WILSON, 1991).

Com relação às tecnologias em CSCW, elas podem ser consideradas em quatro categorias: (i) mecanismos de comunicação que possibilitam pessoas em diferentes localizações ver, ouvir e enviar mensagens umas às outras; (ii) compartilhamento de espaço de trabalho, possibilitando as pessoas a trabalharem no mesmo espaço eletrô-nico ao mesmo tempo; (iii) compartilhamento de informações, possibilitando às pesso-as compartilharem o mesmo conjunto de informações, e (iv) suporte a atividades espe-cíficas de grupos, como geração de ideias, estabelecimento de prioridades e aperfeiço-amento (WILSON, 1991).

O termo CSCW (Computer-Supported Cooperative Work) é encontrado, muitas vezes, na literatura, como sinônimo de groupware, mas segundo Borghoff e Schlichter (2000), CSCW é um campo de pesquisa e se refere a metodologias e fundamentação teórica para trabalho em equipe e seu suporte pelo computador, enquanto groupware são as soluções práticas de sistemas para o trabalho colaborativo. Nessa mesma linha, Souza (2006) caracteriza CSCW como a área de pesquisa que investiga o uso das tec-nologias de computação e telecomunicações que auxiliam atividades de grupos de u-suários, sendo o contexto mais amplo no qual o groupware está incluído.

2.5.2 Groupware

Groupware constitui um software desenvolvido para auxiliar grupos de pessoas que estão distantes fisicamente, mas que trabalham juntas. Esse tipo de aplicação tem por objetivo aumentar a colaboração e a comunicação entre os indivíduos, apresentan-do fortes dimensões sociais e organizacionais (BOCK ; MARCA, 1995 apud BARONI et al., 2003).

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Para O´Brien (2001) o groupware é uma categoria de software aplicativo para fi-nalidades gerais que combina uma variedade de dispositivos e funções que facilitam a colaboração, suportando-a por meio de correio eletrônico, grupos de discussão e ban-cos de dados, agendamento e gerenciamento de tarefas, conferências com dados, áu-dio e vídeo, etc. Segundo o autor:

O groupware destina-se a tornar significativamente mais fáceis a comu-nicação e coordenação das atividades dos grupos de trabalho e a coo-peração entre os usuários finais, seja onde for que os membros de uma equipe estejam localizados. Assim, embora os pacotes de groupware

forneçam uma variedade de ferramentas de software que podem reali-zar muitas tarefas importantes, a cooperação e coordenação entre as equipes e grupos de trabalho que eles propiciam são sua característica fundamental. O groupware ajuda os membros de uma equipe a colabo-rarem em projetos de grupo, no mesmo momento ou em momentos di-ferentes e no mesmo lugar ou em didi-ferentes localizações.

Dentre as vantagens do groupware, Laudon e Laudon (1999) apontam: (i) a me-lhoria na colaboração permitindo a troca de ideias eletronicamente, (ii) a possibilidade de gravação e revisão das mensagens trocadas pelos membros do grupo, (iii) a posta-gem de documentos para comentários ou edição, (iv) o armazenamento de notas de trabalho para acompanhamento pelos outros membros do grupo.

Para Laudon e Laudon (1999):

Groupware é construído em torno de três princípios chaves: comunica-ção, colaboração e coordenação. Ele permite aos grupos trabalhar jun-tos sobre documenjun-tos, marcar reuniões, encaminhar formulários eletrô-nicos, acessar pastas compartilhadas, desenvolver bancos de dados compartilhados e enviar e-mail.

Borghoff e Schlichter (2000) classificam os sistemas de groupware de acordo com a matriz tempo/espaço, domínios de aplicação e o modelo 3C, descritos a seguir.

2.5.2.1 Matriz tempo/espaço

(43)

Mesmo tempo Tempo diferente Mesmo

local Interação face-a-faceEx.: tecnologia de sala de reunião Interação assíncronaEx.: Sistema de BBS4 Local

diferente Interação síncrona distribuídaEx.: Editor de documento de tempo real Interação assíncrona distribuídaEx.: Sistema de e-mail Quadro 3: Classificação de groupware de acordo com a matriz tempo/espaço

(Adaptado de Souza (2006))

A classificação segundo a matriz tempo/espaço não deve ser vista como limita-dora ou exclusiva, uma vez que os sistemas de groupware completos deveriam satisfa-zer os requisitos dos quatro quadrantes (BORGHOFF; SCHLICHTER, 2000).

2.5.2.2 Domínios de aplicação

Neste modelo, os níveis de aplicação são outra forma da qual Borghoff e Schli-chter (2000) se servem para classificar os sistemas de groupware, que podem ser ca-tegorizados conforme mostrado no Quadro 4. Tais categorias, no entanto, não são ex-clusivas, podendo um sistema de groupware apresentar mais de uma delas.

4Do inglês Bulletin Board System,o BBS era um software que permitia a conexão, via telefone, de um

computador a um sistema. Era utilizado para distribuir softwares e informações e para jogos on-line e

mensagens. Com o surgimento da Internet e a World Wide Web (WWW), o BBS perdeu sua

Imagem

Figura 1: Classificação de groupware (Adaptado de O´Brien, 2001)
Tabela 1: Rede de Pesquisa
Figura 2: Rede de pesquisa
Tabela 3: Idade  Idade Frequência %  Menos de 35  6  5,7  De 35 a 39  7  6,6  De 40 a 44  25  23,6  De 45 a 49  23  21,7  De 50 a 54  25  23,6  55 e mais  20  18,9  Total 106  100%  4.1.4 Titulação
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Referências

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