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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

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Academic year: 2021

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Texto

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INTERPRETAÇÃO DE

TEXTO

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AUTORA

LYGIA FAGUNDES TELLES (1923), escritora brasileira, romancista e contista, é a grande representante do PÓS-MODERNISMO.

A consagração de Lygia veio em 2001, quando recebeu o Prêmio Camões. Em 2016 e aos 92 anos de idade, tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura.

É membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa.

CARACTERÍSTICAS

Sua obra apresenta um universo marcadamente feminino e comprometida em documentar a difícil condição de vida de uma sociedade frágil dos centros urbanos.

OBRAS

Porão e Sobrado, contos, 1938; Ciranda de Pedra, romance, 1954;

Antes do Baile Verde, contos, 1970; As Meninas, romance, 1973; A Disciplina do Amor, contos, 1980; Venha Ver o Por do Sol e Outros Contos, 1987; As Horas Nuas, romance, 1989 ETC.

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FINALIDADE DO TRABALHO

Trabalhar os contos brasileiros de maneira a envolver os alunos com a Literatura Brasileira e também aproximá-los de diferentes realidades, lugares e pontos de vista.

O conto “Natal na Barca“, funciona em diversos aspectos, como:

➢ Compreender a estrutura da narrativa: reconhecer os elementos básicos como tempo (cronológico e psicológico), espaço, narrador, personagem principal;

➢ Fugir do senso-comum em relação ao tema natalino;

➢ Observar elementos de mistério;

➢ Discutir sobre o tempo cronológico e psicológico;

➢ Compreender a estrutura básica dos contos:

apresentação, complicação, clímax e desfecho.

ONDE ENCONTRAR O CONTO INTEGRAL

O conto está presente nos livros:

Os Contos (Companhia das Letras)

Antes do baile verde (Companhia das Letras) Venha ver o pôr-do-sol e outros contos (Editora Ática)

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NATAL NA BARCA

Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava- lhe o aspecto de uma figura antiga.

Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la.

Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

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— Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

— Mas de manhã é quente.

Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

— De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

— Quente?

— Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

— Mas a senhora mora aqui por perto?

— Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

— Seu filho?

— É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

— Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

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— É o caçula?

— É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

— E esse? Que idade tem?

— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre.

Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

— Seu marido está à sua espera?

— Meu marido me abandonou.

Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

— Há muito tempo? Que seu marido…

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— Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada.

Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante.

Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas.

Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

— A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?

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— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me.

Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas...

Ela mudou a posição da criança, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E começou com voz quente de paixão:

— Foi logo depois da morte do meu menino. Acordei uma noite tão desesperada que saí pela rua afora, enfiei um casaco e saí descalça e chorando feito louca, chamando por ele! Sentei num banco do jardim onde toda tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tamanha força, que ele, que gostava tanto de mágica, fizesse essa mágica de me aparecer só mais uma vez, não precisava ficar, se mostrasse só um instante, ao menos mais uma vez, só mais uma! Quando fiquei sem lágrimas, encostei a cabeça no banco e não sei como dormi. Então sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mão com sua mão de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Era tamanha sua alegria que acordei rindo também, com o sol batendo em mim.

Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabeça da criança. Deixei cair o xale novamente e voltei-me para o rio. O menino estava morto. Entrelacei as mãos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A mãe continuava a niná-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.

Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhada até o pescoço naquela água. Senti que a mulher se agitou atrás de mim

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— Estamos chegando — anunciou.

Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, correr para longe daquele horror. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e pôs-se a sacudir o velho que dormia:

- Chegamos!... Ei! chegamos!

Aproximei-me evitando encará-la.

— Acho melhor nos despedirmos aqui — disse atropeladamente, estendendo a mão.

Ela pareceu não notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse apanhar a sacola. Ajudei-a, mas ao invés de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabeça do filho.

— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.

— Acordou?!

Ela sorriu:

— Veja...

Inclinei-me. A criança abrira os olhos — aqueles olhos que eu vira cerrados tão definitivamente. E bocejava, esfregando a mãozinha na face corada. Fiquei olhando sem conseguir falar.

— Então, bom Natal! — disse ela, enfiando a sacola no braço. {...}

Texto extraído do livro “Para gostar de ler – Volume 9 – Contos”, Editora Ática – São Paulo, 1984, pág. 67.

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ANÁLISE DA LEITURA

“Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”: "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante àquela se escreve. Com o corte pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu bebê divino?).

A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos", mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) sabe direito o que aconteceu. Um milagre de Natal, talvez?

Ruan de Sousa Gabriel, Revista Época, Ed. Globo. 12/12/2018 .

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01. Com relação ao tempo da narrativa infere-se que

A) A história se passa numa barca, no percurso Niterói-Rio de Janeiro.

B) A protagonista é uma mulher de classe média, passageira da barca.

C) Ocorre num período de transição numa noite de natal.

D) O narrador conhece profundamente os sentimentos de seus personagens.

02. Quatro passageiros entram em uma barca, quem são eles?

A) O Barqueiro, um homem bêbado e duas mulheres, uma delas com o filho doente.

B) A narradora, um velho bêbado e uma mulher com o filho doente, uma criança de quase um ano de idade.

C) Um velho bêbado, a narradora, uma mulher com o filho doente e o esposo.

D) A narradora, o barqueiro, a mulher e o filho doente.

03. Em certa parte da viagem, a narradora percebe que o filho da mulher está morto, essa situação a desespera, pois teme a reação da mãe que já havia perdido um filho antes. No entanto, após a meia-noite, fim da viagem, a mãe revela o filho vivo para a passageira aflita. No seu entendimento ocorreu que:

A) A narradora se equivocou ao constatar que a criança estava morta.

B) A mãe tinha tanta fé na cura do filho que pode ter ocorrido um milagre.

C) A narradora queria tanto reviver a criança que conseguiu um milagre.

D) A narradora teve surtos de delírios durante a viagem.

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04. “e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Nesse trecho, as reticências indicam A) Dúvida.

B) surpresa.

C) supressão do texto.

D) interrupção da fala.

05. Nessa descrição “Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga. A narradora deixa implícita a semelhança da mulher com:

A) Alguém que ela já havia visto antes.

B) Uma figura religiosa, provavelmente, Maria, mãe de Jesus.

C) A lembrança que ela tinha da própria mãe.

D) Todas as mulheres que ela já vira viajando naquela barca.

06. Percebemos que a narradora, em primeira pessoa, conta o que viveu, mas a sua ótica particular dos fatos é sempre posta com um negativismo, com uma descrença na vida que se reflete em toda a narrativa. Em que trecho essa afirmativa fica evidenciada?

A) “E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso.

B) “Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. C) “Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos”.

D) “Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade”.

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“ — A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?”

07. Esse trecho revela sobre a narradora que:

A) É religiosa.

B) É cristã.

C) É ateia.

D) É agnóstica.

08. No trecho “— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. “ os travessões foram usados:

A) Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas.

B) Para iniciar a fala de um personagem no discurso direto.

C) Para unir grupos de palavras que indicam itinerários.

D) Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos.

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09. Observe que o conto explora bem a presença feminina e seu papel na sociedade. Analise o que se afirma sobre esse aspecto da história e julgue as afirmativas em Verdadeiras (V) ou Falsas (F):

A) ( ) O conto resgata as mulheres que estão ocultas e lhes dá voz para externarem os seus dramas e sofrimentos em meio a uma sociedade cuja base está sobre os princípios autoritários do patriarcado.

B) ( ) A mulher da história carrega consigo o filho, uma imagem típica da sociedade patriarcal que define em sua estrutura familiar que cabe à mãe a tarefa de cuidar e educar os filhos.

C) ( ) Essa estrutura é quebrada quando a esposa abandona o marido e segue seu ritmo, assumindo a posição do homem.

D) ( ) Percebemos a posição de luta e de conquista da voz da mulher na sociedade através da narradora, que aparenta, ao contrário da personagem, ser bem sucedida e dona de seu próprio destino.

E) ( ) A interação, o diálogo e a empatia da narradora pela personagem mostra a sororidade caracterizada nessa narrativa feminista.

10. Com relação aos personagens masculinos da história, infere-se que

A) O papel de patriarca, força, dominação, retidão, trabalho e conquista é quebrado no conto com os personagens masculinos.

B) O bêbado é o único elemento masculino citado na história.

C) O narrador é um advogado de sucesso, com uma vida estabilizada.

D) O marido da mulher representa o verdadeiro papel do homem pai-de-família.

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01. Com relação ao tempo da narrativa infere-se que

A) A história se passa numa barca, no percurso Niterói-Rio de Janeiro.

B) A protagonista é uma mulher de classe média, passageira da barca.

C) Ocorre num período de transição numa noite de natal.

D) O narrador conhece profundamente os sentimentos de seus personagens.

02. Quatro passageiros entram em uma barca, quem são eles?

A) O Barqueiro, um homem bêbado e duas mulheres, uma delas com o filho doente.

B) A narradora, um velho bêbado e uma mulher com o filho doente, uma criança de quase um ano de idade.

C) Um velho bêbado, a narradora, uma mulher com o filho doente e o esposo.

D) A narradora, o barqueiro, a mulher e o filho doente.

03. Em certa parte da viagem, a narradora percebe que o filho da mulher está morto, essa situação a desespera, pois teme a reação da mãe que já havia perdido um filho antes. No entanto, após a meia-noite, fim da viagem, a mãe revela o filho vivo para a passageira aflita. No seu entendimento ocorreu que:

A) A narradora se equivocou ao constatar que a criança estava morta.

B) A mãe tinha tanta fé na cura do filho que pode ter ocorrido um milagre.

C) A narradora queria tanto reviver a criança que conseguiu um milagre.

D) A narradora teve surtos de delírios durante a viagem.

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04. “e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Nesse trecho, as reticências indicam A) Dúvida.

B) surpresa.

C) supressão do texto.

D) interrupção da fala.

05. Nessa descrição “Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga. A narradora deixa implícita a semelhança da mulher com:

A) Alguém que ela já havia visto antes.

B) Uma figura religiosa, provavelmente, Maria, mãe de Jesus.

C) A lembrança que ela tinha da própria mãe.

D) Todas as mulheres que ela já vira viajando naquela barca.

06. Percebemos que a narradora, em primeira pessoa, conta o que viveu, mas a sua ótica particular dos fatos é sempre posta com um negativismo, com uma descrença na vida que se reflete em toda a narrativa. Em que trecho essa afirmativa fica evidenciada?

A) “E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso.

B) “Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. C) “Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos”.

D) “Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade”.

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“ — A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?”

07. Esse trecho revela sobre a narradora que:

A) É religiosa.

B) É cristã.

C) É ateia.

D) É agnóstica.

08. No trecho “— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. “ os travessões foram usados:

A) Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas.

B) Para iniciar a fala de um personagem no discurso direto.

C) Para unir grupos de palavras que indicam itinerários.

D) Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos.

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09. Observe que o conto explora bem a presença feminina e seu papel na sociedade. Analise o que se afirma sobre esse aspecto da história e julgue as afirmativas em Verdadeiras (V) ou Falsas (F):

A) (V) O conto resgata as mulheres que estão ocultas e lhes dá voz para externarem os seus dramas e sofrimentos em meio a uma sociedade cuja base está sobre os princípios autoritários do patriarcado.

B) (V) A mulher da história carrega consigo o filho, uma imagem típica da sociedade patriarcal que define em sua estrutura familiar que cabe à mãe a tarefa de cuidar e educar os filhos.

C) (F) Essa estrutura é quebrada quando a esposa abandona o marido e segue seu ritmo, assumindo a posição do homem.

D) (V) Percebemos a posição de luta e de conquista da voz da mulher na sociedade através da narradora, que aparenta, ao contrário da personagem, ser bem sucedida e dona de seu próprio destino.

E) (F) A interação, o diálogo e a empatia da narradora pela personagem mostra a sororidade caracterizada nessa narrativa feminista.

10. Com relação aos personagens masculinos da história, infere-se que

A) O papel de patriarca, força, dominação, retidão, trabalho e conquista é quebrado no conto com os personagens masculinos.

B) O bêbado é o único elemento masculino citado na história.

C) O narrador é um advogado de sucesso, com uma vida estabilizada.

D) O marido da mulher representa o verdadeiro papel do homem pai-de-família.

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